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ANTROPOLOGIA GERAL E O

DEBATE MULTICULTURAL

ETAPA 2
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
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89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br

Curso sobre Antropologia Geral e o debate multicultural


Centro Universitário Leonardo da Vinci

Autora
Luciane da Luz
Pedro Fernandes da Luz

Organização
Fábio Roberto Tavares

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância


Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Letícia Vitorino Jorge

Revisão
Fabiana Lange Brandes
José Roberto Rodrigues
A CIÊNCIA ANTROPOLÓGICA

APRESENTAÇÃO

Prezado aluno, convidamos você a se familiarizar com a Ciência Antropológica,


travar conhecimento com o contexto histórico no qual surgiu esta disciplina e saber
quais as características específicas da mesma em relação às outras Ciências Sociais.

Num primeiro momento, nós veremos o que é Antropologia, seu objeto e método.

Sendo parte da tradição do saber científico, embora tenha se estabelecido como


ciência somente no final do século XIX, a Antropologia, ramo tardio das Ciências Sociais,
nos servirá de instrumento para a compreensão dos fenômenos humanos, notadamente
aqueles de caráter socioculturais.

Para nos valermos da Antropologia como ferramenta em nossa prática profissional


e crescimento pessoal, precisamos saber no que ela consiste exatamente, quais as
pretensões e alcance desta disciplina e como a mesma pode nos servir no entendimento
do fenômeno conhecido como multiculturalismo.

Analogamente a toda disciplina científica, a Antropologia apresenta um objeto


de investigação próprio e uma abordagem metodológica específica. Enquanto saber,
a Antropologia se constrói por etapas e apresenta diversos campos de investigação,
como veremos aqui.

A seguir, revelaremos a você, prezado leitor, tanto as definições mais aceitas desta
disciplina, explicitando do que a mesma se ocupa (qual o objeto de sua investigação),
quanto as maneiras pelas quais a Antropologia se aproxima da realidade que ela pretende
elucidar, seu método próprio e quais são seus campos de pesquisa.
2 ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL
FIGURA 1 - A EVOLUÇÃO CULTURAL DO SER HUMANO

FONTE: Disponível em: <http://teianeuronial.com/a-evolucao-do-homem-branco/>. Acesso em: 5 abr.


2016.

1 A ANTROPOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA

Embora a Antropologia possa ser vista, como de fato foi por alguns autores, em
outras dimensões que não a científica (por exemplo, enquanto Filosofia ou Arte), aqui
nós focaremos em analisar este saber enquanto ramo da Ciência.

Sob este aspecto, seguindo o exemplo de Marconi e Presotto (2001), levamos em


conta que a Antropologia, inserida no campo científico, abarca três aspectos, em função
de sua abordagem característica (que procura dar conta do fenômeno humano como
um todo), a saber (LEITE DA LUZ et al., 2015, p. 8-9):

a) Enquanto Ciência Social, procurando conhecer o ser humano em sua di-


mensão de participante de grupos sociais organizados diversos, como uma
determinada sociedade, por exemplo.
b) Enquanto Ciência Humana, voltando-se para a totalidade da experiência
humana, como sua história, usos e costumes, linguagem e demais fenômenos
relacionados ao ser humano.
c) Enquanto Ciência Natural, a Antropologia investiga as características psi-
cossomáticas do ser humano e sua evolução no mundo natural.

Notamos, desta forma, que a Antropologia pretende abordar o ser humano de


maneira integral, lançando um olhar sobre seus aspectos físicos, socioculturais e ainda
filosóficos. Procura a Antropologia, através de suas pesquisas, capturar e transmitir o
modo de vida dos povos que estuda, em todos os aspectos possíveis.

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ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL 3

Assim procedendo, a Antropologia objetiva travar conhecimento do ser humano


em sua totalidade, abarcando seu aspecto biológico (estudando a evolução de nossa
espécie) e cultural (investigando sua maneira de agir, sociabilidade e produção cultural).
Segundo Marconi e Presotto (2001), nenhuma outra disciplina científica procede com
uma investigação tão sistemática e unificada das manifestações e atividades humanas.

Sob o aspecto de Ciência da Humanidade e da Cultura, a Antropologia comporta


um imenso campo de investigação. Em termos espaciais, abrange esta todas as regiões
habitadas de nosso planeta, em termos temporais tem a mesma o alcance de por volta
de dois milhões de anos (quando apareceram os primeiros primatas que evoluíram
no ser humano moderno), procura a Antropologia igualmente dar conta de todas as
sociedades humanas que a história registrou (MARCONI; PRESOTTO, 2001).

A Antropologia, desta maneira, dá uma grande contribuição para a compreensão,


em nível teórico, do que consiste o ser humano. Isto em vários sentidos e dimensões,
que (...) “dizem respeito à humanidade, em si e para si, a partir de si mesma, de seu
logos, sua razão autorreflexiva” (LEITE DA LUZ et al., 2015, p. 10).

A Antropologia procede, com isso, de maneira própria, com teorias e métodos


produzidos e utilizados neste campo da ciência, o que lhe legitima e confere uma
exclusividade diante do saber humano.

Destacando-se no campo científico pela investigação que leva adiante acerca


do ser humano e da cultura, a Antropologia congrega em si a dimensão teórica, mas
igualmente o aspecto prático. O saber antropológico, desta maneira, nos auxilia, tanto
a refletirmos sobre nós mesmos, quanto a levarmos adiante mudanças positivas em
nossa vivência planetária e a tratarmos das questões que nos dizem respeito, enquanto
humanidade, com mais eficácia.

Buscando atingir aquele conhecimento total (ou idealmente total) do ser humano,
os teóricos do saber antropológico procuram uma compreensão mais aguda da
humanidade, com a intenção de dar aplicações práticas ao conhecimento que produzem,
tendo em vista beneficiar efetivamente as diversas populações humanas com as quais
lidam.

Os antropólogos mostram-se conscientes e zelosos para que o saber por eles


produzido seja aplicado de maneira ética, segundo os princípios defendidos pela
Antropologia. Entre estes princípios estão o respeito aos diferentes valores que cada
cultura apresenta e à diversidade cultural.

Partindo deste ponto de vista, a ação do antropólogo e a aplicação de seu saber


devem conduzir-se pelo reconhecimento da autonomia dos diferentes grupos humanos

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e o direito dos mesmos à autodeterminação.

FIGURA 2 - A DIVERSIDADE CULTURAL DA HUMANIDADE

FONTE: Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/maceira/saber_estudar/geografia/conteudos/


culturas/imagens_tratadas/racas2.jpg>. Acesso em: 7 abr. 2016.

De uma maneira geral, poderíamos delimitar duas grandes áreas na Antropologia,


a saber: a Antropologia Cultural e a Antropologia Social.

De acordo com Espina-Barrio (2005, p. 19), Antropologia Cultural seria “... o


estudo e descrição dos comportamentos aprendidos que caracterizam os diferentes
grupos humanos”. Este autor acrescenta que o ofício daquele que se dedica a esta área
do saber consistiria em proceder à investigação dos feitos e obras de cunho material
e social produzidos por nós, seres humanos, ao longo de nossa caminhada enquanto
Homo sapiens sapiens, que serviram ao nosso relacionamento em sociedade e à nossa
apropriação e transformação da natureza de forma a assegurar nossa sobrevivência.

Segundo Marconi e Presotto (2001), a Antropologia Cultural destaca-se pelo


enfoque maior e mais abrangente que apresenta a mesma dentro do campo da ciência
antropológica. Assim, a Antropologia Cultural, na visão das autoras, abarcaria o estudo
do ser humano enquanto ser cultural, isto é, produtor de cultura.

Desta forma, o antropólogo cultural se ocuparia da pesquisa investigativa relativa


às diferentes culturas, por todo o período da existência humana no planeta e em todo
o espaço que nossa espécie logrou ocupar, investigando a origem e desenvolvimento
das diversas culturas, suas semelhanças e diferenças. O interesse primordial estaria
em travar conhecimento acerca do comportamento humano em seu aspecto cultural,
ou seja, as formas pelas quais nós guiamos nossas ações em função da cultura na qual
estamos inseridos.

Hoebel e Frost (2006, p. 7) igualmente chamam atenção para o aspecto investigativo


acerca das maneiras pelas quais o comportamento humano se manifesta, procedido
pela Antropologia Cultural, afirmando que a mesma: “... trata das características do
comportamento civilizado nas sociedades humanas passadas, presentes e futuras”.

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Fica claro, assim, que a Antropologia Cultural tem seu foco privilegiado na
investigação do desenvolvimento das sociedades humanas, ao longo de toda sua
história. A Antropologia Cultural pesquisa os comportamentos que apresentam os
diferentes grupos humanos, investigando, entre outros aspectos, os costumes, hábitos,
práticas e convenções de origens sociais e culturais; como surgiram e se desenvolveram
as diversas instituições que caracterizam as sociedades humanas, a saber: a família, a
religião e outras; e, igualmente, como evoluíram as técnicas que nós seres humanos
desenvolvemos com o fito de lidar com a natureza e prover nossas necessidades nesta.

A Antropologia Cultural encontra-se mais consolidada e avançada, dentro do


quadro histórico do desenvolvimento da disciplina antropológica, nos Estados Unidos
da América.

Já na tradição britânica da Antropologia, vemos o surgimento e o desenvolvimento


da Antropologia Social.

De acordo com Espina-Barrio (2005 p. 21), a Antropologia Social trataria daquela


problemática relativa à estrutura social, ou seja: das questões que dizem respeito às
relações estabelecidas pelos membros de um determinado grupo social entre si, e
com os de fora, bem como as diferentes instituições sociais, forjadas por nós, seres
humanos, como a família, o parentesco, os grupos de caráter político e semelhantes,
que determinam o conteúdo e a forma destas relações.

Já Marconi e Presotto (2001) destacam o fato de a Antropologia Social ter


seu enfoque privilegiado naqueles processos culturais e da estrutura social que se
manifestam nas instituições sociais e na sociedade como um todo.

De acordo com estas autoras, o trabalho do antropólogo social está centrado na


análise das diferenças e semelhanças passíveis de serem observadas entre os diversos
grupos humanos, no que diz respeito às formas pelas quais estes interiorizam, regulam
e normatizam as relações sociais estabelecidas pelos indivíduos uns com os outros,
enquanto pertencentes a uma dada sociedade.

Neste sentido, a Antropologia Social, a partir do entendimento das diversas


instituições como fazendo parte de um todo articulado, a sociedade, enfoca
preferencialmente os aspectos da vida social que dizem respeito à família e ao parentesco,
e também ao domínio do econômico, do político, do religioso e do jurídico.

Assim (MAIR, 1972, p. 14, apud MARCONI; PRESOTTO, 2001), seria da


competência do antropólogo social proceder com a observação das relações sociais
que se dão entre os membros de uma sociedade, considerada em sua totalidade. Ao
observar e estudar a sociedade dentro da perspectiva de seu conjunto, tendo por base
suas diferentes instituições, o praticante da Antropologia Social mostrar-se-ia capaz

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de chegar a caracterizar cientificamente a organização e estrutura de uma sociedade
qualquer.

De acordo com Hoebel e Frost (2006), destaca-se como a característica mais notável
da Antropologia Social o enfoque sincrônico desta e sua resistência à diacronia, ou
seja, a Antropologia Social não leva em conta a reconstituição histórica das instituições
que observa em uma dada sociedade, mas, antes, dá privilégio à comparação das
mesmas com outras observadas em sociedades diversas. Segundo estes autores, os
antropólogos sociais mostram-se especialistas nas relações sociais que se apresentam
manifestas na família e no parentesco, bem como nos diferentes grupos de idade, na
organização política e jurídica e nas atividades econômicas, ou seja, aquilo que os
mesmos denominam de estrutura social.

FIGURA 3 - FAMÍLIA YANOMAMI

FONTE: Disponível em: <http://estaticos02.elmundo.es/elmundo/imagenes/2009/11/04/1257358580_


extras_portadilla_0.jpg>. Acesso em: 7 abr. 2016.

Diferenciar a Antropologia Cultural da Antropologia Social não se mostra tão


fácil assim de fazer. Pode-se notar que em suas pesquisas uma privilegia a cultura e, a
outra, a sociedade. Isto, porém, nos traz um problema, pois as diferenças entre “social”
e “cultural”, como vemos em Marconi e Presotto (2001), não seriam tão marcantes
assim. Não seria tanto no conteúdo que se encontrariam essas diferenças, mas, antes,
nos enfoques teóricos e tendências na investigação, com a Antropologia Cultural se
vinculando à tradição norte-americana, ao passo que a Antropologia Social se vincularia
à tradição britânica da Antropologia.

De acordo com Espina-Barrio (2005), na Antropologia norte-americana vemos um


peso maior no conceito de cultura, já na Antropologia britânica destaca-se o conceito de
sociedade. Na prática, os antropólogos britânicos privilegiam as “vinculações concretas”,
ou seja, as relações sociais, enquanto que os antropólogos norte-americanos estão mais
preocupados com os valores dos povos que investigam.

O conhecimento antropológico é constituído por etapas que comportam as


dimensões da pesquisa e da reflexão teórica. O caminho a ser percorrido na construção

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deste saber passa pela etnografia e pela etnologia. Mas no que consistem estas,
exatamente?

2 A ETNOLOGIA E A ETNOGRAFIA

Para saber o que é etnografia, busquemos a origem etimológica da palavra


para entendê-la melhor. Etnografia tem origem no grego έθνος, ethno - nação, povo
e γράφειν, graphein – escrever. Numa tradução literal, “etnografia” seria “escrever sobre
os povos” (HOEBEL; FROST, 2006, p. 8).

Desta forma, etnografia mostra-se como a maneira através da qual a Antropologia


coleta dados que utilizará em suas especulações, resultando a etnografia do encontro
entre a subjetividade do pesquisador e aquela dos membros das culturas que o mesmo
estuda. Assim, poderíamos dizer que a etnografia consiste em um “estudo descritivo
das sociedades humanas” (HOEBEL; FROST, 2006, p. 8-9).

Destaque-se aqui que as etnografias seminais não foram realizadas por


antropólogos. Muito antes da Antropologia se constituir enquanto ciência, já se
registravam descrições de outros povos feitas por pensadores de culturas diversas.

Em sua origem, até mesmo a Antropologia lidava com relatos feitos por
exploradores, missionários, funcionários administrativos, viajantes, comerciantes,
soldados e demais indivíduos que tiveram contato com povos distintos e descreveram
estes. É apenas no final do século XIX que os antropólogos passam a ir a campo e é então
que eles mesmos começam a fazer as descrições dos povos que investigam.

Atualmente, a maior parte das etnografias é feita por antropólogos treinados


nas diferentes técnicas antropológicas contemporâneas de coleta de dados e registro de
culturas distintas. Essas técnicas implicam necessariamente no convívio participativo e
empático em meio aos povos por eles pesquisados (HOEBEL; FROST, 2006).

Na Antropologia atual, uma das grandes “provas iniciáticas”, que fazem parte do
processo de se tornar antropólogo, consiste em realizar a etnografia da cultura sobre a
qual o antropólogo pretende refletir. No ideário da profissão, todo antropólogo deveria
começar sua carreira realizando a descrição etnográfica de algum povo, cultura, ou
grupo social, foco de suas pesquisas.

Apesar de ter um caráter prático, a etnografia não se mostra isenta da influência das
teorias que a Antropologia produz, isto porque toda etnografia é (LEITE DA LUZ et al.,
2015, p. 19): “(...) informada por certo referencial teórico que lhe dá uma estrutura e enfoque
próprio, muito embora as descrições etnográficas não se ocupem de problemas teóricos,
nem formulem hipóteses ou teses acerca dos fenômenos sociais e culturais que descrevem”.

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8 ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL
Nota-se, desta forma, que etnografia originalmente designaria o estudo e descrição
de um dado povo ou cultura, sendo, preferencialmente, abrangente e sistemática,
contemplando todos os aspectos, da religião à economia, dos povos sob sua investigação
(GOMES, 2013). Trata-se, portanto, de um documento que consiste “(...) na base empírica
da legitimação da Antropologia enquanto ciência” (LEITE DA LUZ et al., 2015, p. 11).

Sobre essa questão, Marconi e Presotto (2001, p. 27) citam Lévi-Strauss (1967),
o qual afirma que a etnografia:

consiste na observação e análise de grupos humanos considerados em sua


particularidade (frequentemente escolhidos, por razões teóricas e práticas, mas
que não se prendem de modo algum à natureza da pesquisa, entre aqueles que
mais diferem do nosso), e visando à reconstituição, tão fiel quanto possível, da
vida de cada um deles.

Desta forma, o etnógrafo apresenta-se como aquele especialista no conhecimento


“exaustivo” da cultura dos povos que pesquisa, procedendo com a observação, descrição,
reconstituição e análise de diversos povos nativos, coletando informações de maneira
abrangente sobre todos os elementos culturais passíveis de serem observados e descritos
por ele para o entendimento dos povos estudados (MARCONI; PRESOTTO, 2001).

FIGURA 4 - CURT NIMUENDAJÚ, UM DOS MAIS IMPORTANTES ETNÓGRAFOS DE NOSSA


HISTÓRIA

FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/thumb/8/85/Nimuendaju.


jpg/200px-Nimuendaju.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2016.

Vencida esta etapa do fazer antropológico, vem o exercício da etnologia, vejamos


no que consiste esta.

Podemos afirmar que a etnologia segue-se à etapa da etnografia na edificação


do conhecimento antropológico, sendo feita depois de procedido o levantamento das
informações e dados, realizado na etnografia.

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ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL 9

Desta maneira, a etnologia apresenta-se como a reflexão, ou estudo, que tem por
base os fatos e acontecimentos documentados no registro de uma cultura, dentro da
perspectiva da apreciação analítica destes e de sua comparação com dados análogos
de outros povos.

A etnologia caracteriza-se igualmente por se valer de um método próprio,


chamado por Espina-Barrio (2005 p. 37) de “método comparativo transcultural”: a partir
dos dados empíricos coletados durante a etnografia, procede-se com a comparação
das informações pertinentes a cada povo, com a intenção de se inferir algo acerca da
humanidade.

Consiste, pois, o objetivo da etnologia em, partindo-se de estudos aprofundados


de caráter empírico de uma dada cultura, vir-se a revelar algo acerca da humanidade
como um todo, comparando-se os diferentes povos, para então atingir-se o campo da
teoria acerca do ser humano.

Espina-Barrio (2007, p. 21) destaca o fato de a etnologia superar a simples descrição


das diversas culturas, realizada pela etnografia, com a intenção de, pela comparação
entre as diferentes etnografias, “analisar as constantes variáveis que se dão entre as
sociedades humanas, e estabelecer generalizações e reconstruções da história cultural”.

Assim, a etnologia consiste no estudo das diferentes populações humanas, como


a palavra, de origem grega, revela: éthnos, (em grego έθνος), povo; logos (no original
λόγος), estudo. Entretanto, como afirmamos anteriormente em relação à etnografia,
foi somente depois do Iluminismo que se tornou possível um estudo de caráter
propriamente científico dos seres humanos, com base na comparação entre os povos.

Ainda que na Antiguidade Clássica determinados autores realizassem a


comparação dos costumes das diferentes populações humanas de sua época, somente
quando surge a percepção de unidade da espécie humana é que pôde se constituir a
ciência antropológica.

Notemos que a primeira vez que se empregou modernamente o termo etnologia


foi no final do século XVIII, o chamado século das luzes. Foi Adam Franz Kollár (1718-
1783), jurista e etnólogo na corte do Império Austro-Húngaro, o pioneiro no emprego do
termo. Segundo este autor, etnologia se definiria como: "a ciência das nações e povos, ou
o estudo dos eruditos no qual investigam nas origens, línguas, costumes e instituições
das várias nações, e finalmente, na pátria e antigas sedes para poder julgar melhor as
nações e povos de seus próprios tempos” (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Etnologia>. Acesso em: 14 abr. 2016).

Esta definição deixa claros os fundamentos científicos da prática etnológica,

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que tem por base dados empíricos, a comparação destes e a concepção da unidade da
espécie humana.

FIGURA 5 - ADAM FRANTIŠEK KOLLÁR DE KERESZTÉN, PIONEIRO NO EMPREGO DO TERMO


ETNOLOGIA

FONTE: Disponível em: <http://www.oskole.sk/images/cinovy_slachtic.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2016.

Considerada enquanto etapa da construção da Antropologia, a etnologia está


inserida no campo da ciência da cultura.

Consiste a mesma em, tendo por fundamento os dados coletados e registrados em


uma etnografia, proceder com a comparação das informações pertinentes às diferentes
culturas e analisá-los e interpretá-los, sob a perspectiva das semelhanças e diferenças
observadas, tentando-se a compreensão das inter-relações que apresentamos e de nossas
relações com o meio ambiente. É também objetivo do etnólogo observar e analisar o
ser humano, tanto no nível do indivíduo, quanto este enquanto membro de uma dada
sociedade ou cultura, concomitantemente à busca pela revelação de como operam e se
modificam estas últimas (MARCONI; PRESOTTO, 2001).

De acordo com Gomes (2013, p. 63), a etnologia se revestiria de um estatuto


científico superior à etnografia, sendo um “estudo comparativo de etnografias”, estudo
o qual facilita um aprofundamento da reflexão dos traços e temas comuns às populações
comparadas, fundamentando assim a produção de teorias mais amplas, estas de cunho
antropológico. Gomes revela assim uma hierarquia entre os termos etnografia-etnologia-
antropologia, que ele diz ter ampla aceitação entre os antropólogos.

A etnologia, análise científica dos povos, suas culturas e suas trajetórias, enquanto
tal, ao longo da história, representa uma superação da produção etnográfica, procurando,
dentro da perspectiva científica, revelar e compreender as relações que os diversos
povos estabelecem com o ambiente, natural e social, onde se dão suas vivências, e ainda

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ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL 11

a relação dos seres humanos com as culturas a que pertencem e das culturas entre si e
suas diferenças (HOEBEL; FROST, 2006).

Prezado aluno, esperamos que por agora você já tenha uma boa ideia do que seja
a Antropologia e das etapas que constituem o fazer antropológico. Chegou a hora de
lançarmos um olhar sobre o contexto histórico no qual a disciplina foi forjada.

3 CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA ANTROPOLOGIA

Dentro da perspectiva das Ciências Sociais, a Antropologia apresenta-se como


um ramo do conhecimento que deve sua gênese à constituição da modernidade.
Conceituaríamos a modernidade como o quadro que se configura no Ocidente a partir
do conjunto de mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais que se deram na
Europa a partir do século XVII (LEITE DA LUZ; BOHMANN, 2013).

Foram estas transformações na sociedade que resultaram nas características que


hoje se observa nesta, a saber: “(...) a confiança na razão e na experiência, a instituição
da economia de mercado e a ideia de indivíduo livre, autônomo, autocontrolado e
reflexivo (...)” (LEITE DA LUZ; BOHMANN, 2013, p. 3).

Como dissemos anteriormente neste trabalho, devemos entender a Antropologia


como ligada ao movimento filosófico do século XVIII conhecido como Iluminismo.
Este advogava um papel central para a ciência e para a racionalidade na construção do
conhecimento, favorecendo uma análise do ser humano sob este ponto de vista.

FIGURA 6 - OS FILÓSOFOS ILUMINISTAS

FONTE: Disponível em: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ-zMGr0LcnWm


Kdn5rexkA6MZ42SDUJc0u_5yS4Zr9brY2adHdc>. Acesso em: 13 abr. 2016.

Entretanto, a Antropologia, considerada um ramo tardio da Ciência, só veio a se


fazer presente e a ocupar os primeiros espaços na academia no século XIX.

3.1 O SURGIMENTO DA ANTROPOLOGIA

De acordo com Eriksen e Nielsen (2012), a Antropologia surge a partir de


mudanças amplas nas sociedades e na cultura europeia que levaram ao estabelecimento
do capitalismo enquanto modo de produção, ao individualismo como ideologia

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12 ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL
dominante, à ciência secular, ao nacionalismo e à reflexividade cultural.

Liga-se o aparecimento da ciência antropológica igualmente à expansão europeia,


que levou estas sociedades a travarem conhecimento de outros povos, o que teria, de
acordo com Eriksen e Nielsen (2012), levado os intelectuais da Europa a perceberem a
diversidade da vida social e a possiblidade de mudanças sociais.

Com o final do século XVIII e o início do século XIX, vemos uma série de
transformações técnicas no modo de produção capitalista que levaram à Revolução
Industrial. Esta teve como consequência o deslocamento de vastos contingentes
populacionais do campo para a cidade e o estabelecimento do trabalho fabril, com longas
e penosas jornadas de trabalho, muitas vezes em condições sub-humanas. Paralelamente,
vemos o desenvolvimento da resistência e reflexão contra o sistema capitalista, que
levou ao florescimento do pensamento social (ERIKSEN; NIELSEN, 2012).

De acordo com Eriksen e Nielsen (2012), a expansão do modo de produção


capitalista a partir da industrialização implicou ainda na expansão cultural da Europa
e no estabelecimento de novas relações entre os administradores coloniais e os povos
nativos. Estas novas relações de dominação acabaram por gerar teorias que procuravam
ou justificar ou condenar o sistema colonial.

Para Eriksen e Nielsen (2012, p. 28): “Não surpreende que a Antropologia


tenha surgido como disciplina neste período. O antropólogo é um pesquisador global
prototípico que depende de dados detalhados sobre pessoas em todo o mundo. Agora
que esses dados se tornavam disponíveis, a Antropologia podia estabelecer-se como
disciplina acadêmica”.

Pudemos ver como a constituição da Antropologia, enquanto disciplina científica,


liga-se ao processo histórico europeu e vai ao encontro das necessidades das sociedades
europeias de se relacionarem com outros povos a partir da perspectiva colocada pela
expansão do sistema capitalista e a imposição de sua lógica.

Entretanto, se num primeiro momento a Antropologia serviu ao projeto


colonial, não só justificando ideologicamente este, mas também instrumentalizando
os administradores coloniais com um saber que favoreceria a dominação dos povos
colonizados, logo esta disciplina faz a crítica deste sistema e se volta contra o racismo.

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ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL 13

FIGURA 7 - ADMINISTRADORES COLONIAIS ALEMÃES E NATIVOS NA ÁFRICA

FONTE: Disponível em: <http://www.germanyonstamps.iblogger.org/Colonies/Port/Historia_OAfrica.


html>. Acesso em: 13 abr. 2016.

Agora, chegou a hora de nos determos na análise da Antropologia em relação


às outras Ciências Sociais.

4 A ESPECIFICIDADE DA ANTROPOLOGIA NO CAMPO DAS CIÊNCIAS


SOCIAIS

De fato e de direito, a Antropologia, apresentando um objeto e método próprio,


pode ser considerada uma disciplina científica autônoma, mas, ainda assim, não
prescinde a mesma de relacionar-se e trocar experiências e conhecimentos com outras
ciências afins, notadamente as ditas Ciências Sociais, entre estas a Sociologia, a Psicologia,
a História, a Geografia, a Economia e a Ciência Política. Vejamos como isso se dá.

4.1 A ANTROPOLOGIA DIANTE DAS OUTRAS CIÊNCIAS

Marconi e Presotto (2001) destacam a Sociologia como aquela disciplina com a


qual a Antropologia mantém relações mais estreitas, tendo em vista ambas apresentarem
o mesmo interesse teórico e prático. É muito comum as duas disciplinas compartilharem
dados de pesquisas, dando então, cada uma delas, seu tratamento teórico específico
aos mesmos.

Antropologia e Sociologia têm de fato prestado uma grande ajuda uma à outra
na elucidação de questões de caráter gerais relativas ao ser humano enquanto ser social.
De fato, como Marconi e Presotto (2001) chamam a atenção, as duas disciplinas têm se
emprestado mutuamente conceitos próprios, a primeira cedendo à segunda o conceito
de cultura; e a segunda o conceito de sociedade àquela outra, ambos os conceitos sendo
instrumentais tanto à Antropologia, quanto à Sociologia.

Classicamente, tem-se atribuído à Antropologia o estudo das sociedades simples


e à Sociologia o estudo das sociedades complexas. Entretanto, contemporaneamente

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14 ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL
nós vemos antropólogos pesquisando subculturas urbanas, como os punks, os emos
etc., ou setores marginalizados de grandes cidades, como traficantes e prostitutas, ao
mesmo tempo em que vemos sociólogos realizando estudos de cultura popular, como,
por exemplo, a análise de festas de caráter sagrado e profano.

Muito embora os temas de pesquisas possam muitas vezes se aproximar,


Antropologia e Sociologia ainda mantêm enfoques teórico-metodológicos distintos,
destacando-se o emprego do trabalho de campo e da observação participante, por parte
da Antropologia.

FIGURA 8 - GRUPO DE PUNKS LONDRINOS

FONTE: Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/files/2009/08/47london_punks2.jpg>. Acesso


em: 14 abr. 2016.

Com relação à Psicologia, Marconi e Presotto (2001) colocam como fator principal
do estreito relacionamento que esta mantém com a Antropologia, o fato de as duas
disciplinas terem interesse no comportamento humano, a primeira centrando no
indivíduo, enquanto que a Antropologia se ocupa do comportamento grupal.

Desta maneira, os antropólogos seriam devedores dos dados levantados pelos


psicólogos, que os auxiliariam na compreensão das complexidades apresentadas pelas
culturas e comportamentos do ser humano em sociedade, servindo ainda a interpretação
dos sistemas culturais e dos tipos de personalidade que os mesmos forjam (MARCONI;
PRESOTTO, 2001).

As questões colocadas pelas contribuições da Psicologia à Antropologia


relacionam-se com a problemática dos motivadores da ação humana, qual o peso e papel
da cultura no processo de adaptação do ser humano e no forjamento dos diferentes
tipos de personalidade que as culturas apresentam.

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ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL 15

Embora a Antropologia trabalhe com conceitos e dados produzidos no campo da


Psicologia, a mesma tem um enfoque próprio, destacando-se a distinção entre as duas
pela pouca relevância que tem o indivíduo para a Antropologia, que se preocupa antes
com a cultura no qual este se insere, tentando aprendê-la como um todo.

Quanto à Economia e à Política, Marconi e Presotto (2001) nos informam que, ao


lançar seu olhar sobre a totalidade da cultura, a Antropologia interessa-se de maneira
notável pelas instituições políticas e econômicas das sociedades que estuda. Isto
devido ao fato de os grupos humanos em sua totalidade, independentemente de sua
complexidade, apresentarem uma organização econômica sistematizada, baseada tanto
nos recursos disponíveis, quanto no trabalho empregado na transformação destes em
bens e serviços.

A Antropologia, ao pesquisar e registrar os diferentes sistemas econômicos,


seria capaz de ir além da Economia, que, através de suas teorias, procura dar conta
dos diversos procedimentos propriamente econômicos de nossa espécie, tendo uma
perspectiva mais ampla do setor econômico da cultura.

Uma vez que não existe sociedade humana que não se organize politicamente,
isto por meio de diferentes instituições responsáveis pela distribuição do poder,
manutenção da ordem e da integridade do grupo, faz parte das preocupações centrais
da disciplina antropológica registrar e analisar como isto se dá nas diferentes sociedades.
Uma das grandes contribuições da Antropologia neste sentido foi demonstrar a relação
intricada que há entre os diversos sistemas de parentesco, os ritos e a noção de sagrado
nas sociedades simples, e suas respectivas formas de organização política (MARCONI;
PRESOTTO, 2001).

FIGURA 9 - RITO DE NOMINAÇÃO ENTRE OS KAYAPÓ

FONTE: Disponível em: <http://img.socioambiental.org/d/213642-1/kayapo_11.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2016.

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16 ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL
Vimos que a Antropologia, embora se insira no campo das Ciências Sociais e
dialogue fortemente com estas, apresenta uma especificidade que a distingue enquanto
ramo da ciência. De acordo com Leite da Luz et al. (2015, p. 59): “De fato, a Antropologia
adquire sua especificidade face às outras ciências que tratam do ser humano, não só pelo
recorte total que dá a este, mas principalmente por se valer da investigação empírica
em seus estudos”.

Lembrando que um conhecimento, para constituir-se enquanto disciplina


científica, deve apresentar um objeto e um método próprio. No caso da Antropologia,
seriam estes a cultura e a observação participante.

Mais adiante veremos como a Antropologia se apropria do conceito de cultura


e qual o papel deste na análise antropológica. Aqui e agora discorreremos um pouco
acerca do método próprio da Antropologia, que seria a “observação participante”.

Quanto à essa, em Leite da Luz et al. (2015, p. 63) vemos as seguintes definições:

Para Gomes (2013, p. 56), a observação participante seria o método mais as-
sociado à Antropologia e distinção desta entre as ciências humanas. Para este
autor, malgrado o método de observação participante ser difícil de aplicar, este
seria de grande importância para nossa disciplina e representaria a própria
diferença entre ser ou não antropólogo. Segundo Gomes, observação partici-
pante consiste em “o pesquisador buscar compreender a cultura pela vivência
concreta nela, ou seja, morar com os ‘nativos’, participar de seus cotidianos,
comer suas comidas, se alegrar em suas festas e sentir o drama de ser de outra
cultura - tudo isso na medida do possível”. A ideia por detrás deste método,
tão característico da Antropologia, está em considerar que o estudo de uma
determinada cultura é privilegiado (ou em última análise, somente possível)
através da imersão nesta mesma cultura. Assim, não seria suficiente observar os
fenômenos sociais e anotar os comentários dos que deles participam, tampouco
basta conhecer a produção documental e ideológica da cultura pesquisada, é
preciso, antes de tudo, vivenciá-la!

Esperamos que tenha ficado claro para você como e por que surgiu a Antropologia,
o que esta faz enquanto ciência e qual sua especificidade diante das outras Ciências
Sociais. Na etapa seguinte veremos aqueles conceitos antropológicos fundamentais para
a compreensão do fenômeno do multiculturalismo.

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ANTROPOLOGIA GERAL E O DEBATE MULTICULTURAL 17

REFERÊNCIAS

ERIKSEN, Thomas Hylland; NIELSEN, Finn Sivert. História da Antropologia.


Petrópolis: Vozes, 2012.

ESPINA-BARRIO, Angel-B. Manual de Antropologia Cultural. Recife: Editora


Massangana, 2005.

GOMES, Mércio Pereira. Antropologia: ciência do homem, filosofia da cultura. São


Paulo: Contexto, 2013.

HOEBEL, E. Adamson; FROST, Everest L. Antropologia Cultural e Social. São Paulo:


Cultrix, 2006.

LUZ, Pedro Fernandes Leite da; BOHMANN, Junqueira Katja. Sociologia crítica.
Indaial: Uniasselvi, 2013.

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia: uma


introdução. São Paulo: Atlas, 2001.

POMMER, Arildo. Antropologia filosófica e sociológica. Indaial: Uniasselvi, 2012.

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