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Qual a melhor munição a ser usada?

Posted By administrador on 09/12/2014

MUNIÇÃO
Qual a melhor munição a ser usada para ter bom aproveitamento em uma reação a
uma injusta agressão sofrida por força letal, e desta forma cessar este agressor?
Diante deste questionamento, gostaria de discorrer, uma vez que há dúvidas quanto á
melhor munição a ser usada, e quando de fora de serviço, com nossas armas particulares,
temos que ter uma munição na qual, podemos confiar e saber que terá seu aproveitamento
com excelente qualidade.
Sabemos que o calibre .380 e 38 o qual é o predominante em nossas armas particulares,
até que seja regulamentada a aquisição dos calibres restritos, são um calibre que não possui
tanto poder de parada, stoping Power, que se refere á incapacitação que o projétil, fará no
agressor cessando assim a agressão por ele oferecida. O projétil, ao penetrar o corpo
humano, provoca tipos básicos de ferimentos que determinam seu poder de parada.
E este poder de parada tem como objetivo descarregar energia cinética no alvo com
eficiência, considerando a diferença de velocidade entre a entrada e saída do alvo.
Devendo-se considerar os danos causados pelo projétil no seu percurso através do alvo, ou
seja, será mais eficiente o projétil que não deixa o alvo que um que o transfixe. Os tipos de
projéteis favorecidos por este critério são os de alta velocidade e dimensões expansivas,
com elevada energia cinética e que geralmente não transpasse o alvo. A perfuração da
cavidade permanente, conhecida como canal de ferida permanente, é o efeito lesivo que o
projétil provoca ao romper os tecidos, e é observável após o disparo.
Esta é considerada correta em termos médicos, pois considera que quanto maior o dano
permanente maior será o sangramento e portanto mais eficiente é a incapacitação, pois
haverá mais tecido destruído. Buscando um impacto eficiente em todos os ângulos do alvo,
visando penetrar o suficiente para atingir órgãos vitais. Chamado “choque hidrostático”.

http://www.cbc.com.br/upload/informativos/3.pdf
Pelo Decreto Nº 3.665, de 20 de novembro de 2000, – Regulamento para a fiscalização de
Produtos Controlados (R-105) em sua definição sobre o que é munição versa:

TÍTULO I
[…]
CAPÍTULO II
DEFINIÇÕES
[…]
Art. 3o Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada aplicação, são adotadas
as seguintes definições:
[…]
LXIV – munição: artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma arma,
cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou ocultamento do alvo; efeito
moral sobre pessoal; exercício; manejo; outros efeitos especiais; (GN)
E desta forma existe um conjunto, a munição é formada por componentes, o projétil é
projetado por outros componentes contidos em um cartucho através de uma arma de fogo,
no disparo.
O cartucho contém um tubo oco, geralmente de metal, com um propelente no seu interior;
em sua parte aberta fica preso o projétil e na sua base encontra-se o elemento de iniciação.
Este tubo, chamado estojo, além de unir mecanicamente as outras partes do cartucho, tem
formato externo apropriado para que a arma possa realizar suas diversas operações, como
carregamento e disparo.

O projétil é uma massa, em geral de liga de chumbo, que é arremessada à frente quando
da detonação da espoleta e consequente queima do propelente. É a única parte do cartucho
que passa pelo cano da arma e atinge o alvo.
Para arremessar o projétil é necessária uma grande quantidade de energia, que é obtida
pelo propelente, durante sua queima. O propelente utilizado nos cartuchos é a pólvora, que,
ao queimar, produz um grande volume de gases, gerando um aumento de pressão no
interior do estojo, suficiente para expelir o projétil.
PROJÉTIL
É a parte do cartucho que será lançada através do cano.

Tipos de projéteis

• Expansivo –O projétil tem uma ponta oca e riscos na parte de fora. Quando ele
encontra um objeto aquoso ou gelatinoso como um órgão animal, abre como se
fosse uma flor, fazendo uma verdadeira cratera dentro do alvo. O dano é tão grande
que seu uso é proibido em guerras.
• Encamisado –O projétil tem um revestimento de cobre, náilon ou outro material que
deslize pelo cano da arma melhor que o chumbo. Resultado: o tiro sai com mais
velocidade, o que melhora a precisão e o alcance do disparo.
• Traçante –Tem uma pequena quantidade de fósforo na base ou na ponta do projétil
que se incendeia a quando da combustão da pólvora ou devido ao atrito com o ar
deixando um rastro luminoso visível a olho nu na escuridão.
• Explosivo –Após o disparo, a carga líquida contida no interior do projétil
(normalmente mercúrio ou glicerina) sofre uma aceleração violenta, e se comprime
para trás; quando atinge o alvo, a substância se expande para frente. Nesta
expansão, o líquido empurra a ponta, que se projeta para frente. Com isso, o projétil
se fragmenta tal qual uma granada, podendo causar ferimentos gravíssimos em um
raio de até 20 centímetros a partir do ponto de impacto.

Tipos de pontas (Ogivas):

• Ogival:uso geral, muito comum, tem boa penetração e pouca expansão;


• Canto-vivo:uso exclusivo para tiro ao alvo; tem carga reduzida e perfura o papel de
forma mais nítida;
• Semi canto-vivo:uso geral;
• Ogival ponta plana:uso geral; muito usado no tiro prático (IPSC) por provocar
menor número de “engasgos” com a pistola;
• Cone truncado:mesmo uso acima.
• Ponta oca:capaz de aumentar de diâmetro ao atingir um alvo humano (expansivo),
produzindo assim maior destruição de tecidos.

http://www.localdecrime.com.br/arquivos/municao/pages/projeteis_jpg.htm
Munição Padrão

É a munição mais básica que iremos encontrar e está disponível em duas versões: com
ponta de projétil do tipo OGIVAL (ETOG) e OCA (EXPO).
O projétil tem 95g e em termos de balística alcança 288m/s (velocidade) e 256J (energia).
“Silver Point”
É uma munição com maior potência (e maior poder de penetração / parada) do que a
munição Padrão e também está disponível em duas versões: com ponta de projétil do tipo
OGIVAL (ETOG +P) e OCA (EXPO +P).
O projétil tem 95g e em termos de balística alcança 308m/s (velocidade) e 293J (energia).
“Gold”

É uma munição com potência pouco maior e maior poder de parada do que a munição “Silver
Point”, mas somente está disponível na versão com ponta de projétil do tipo OCA (EXPO
+P).
A munição “Gold” tem projétil com camisa (ou jaqueta) de tomback (liga de cobre e latão), o
que garante uma melhor expansão e penetração do que a munição “Silver Point”. A CBC
informa que a munição “Gold” é a melhor para defesa pessoal.
O projétil tem 85g e em termos de balística alcança 330m/s (velocidade) e 300J (energia).
E sempre lembrando, munição tem sua validade tem seu tempo. Composta de elementos
químicos sensíveis a variações de temperatura e de unidade, as munições são
armazenadas em condições adequadas na fábrica e nas lojas especializadas. No entanto,
as munições podem ter seu desempenho comprometido se expostas a constantes variações
de umidade e temperatura ou à contaminação por óleos lubrificantes. Por isso, mesmo
considerando que as munições estejam em embalagens blíster inviolável, recomenda-se
que, após adquiridas, sejam utilizadas em um prazo máximo de 6 (seis) meses. Esta
recomendação torna-se imprescindível no caso de munições que estejam acondicionadas
nas armas.
E finalizando o calibre .380 AUTO é considerado um dos mais fracos para defesa
pessoal (posse ou porte) em uma pistola. Então, ao utilizar uma munição para este fim,
o melhor é optar pelas que oferecem maior potência e melhor balística (como as +P da CBC,
ou seja, “Silver Point” ou “Gold”), visto que aumentam as suas chances de obter um melhor
resultado (positivo) durante o uso (como deter um agressor).
IMPORTANTE:
1 – As munições originais da CBC podem ser identificadas visualmente através da espoleta
(que tem gravado em baixo relevo o símbolo “V”);
2 – A validade das munições originais CBC é de 10 anos a partir da data de fabricação SE
forem mantidas na embalagem original e armazenadas em local adequado e condições
ideais de temperatura (20 ~ 25ºC) e umidade relativa (65 ~ 75%). Recomenda-se que após
aberta a embalagem, as munições sejam utilizadas em um prazo máximo de 6 meses.
Posted in Armas, Noticias SINDESPE
Munições ogivais podem ser usadas para defesa?
Escrito por João Da Cunha Neto 25/04/2020

ETOG X EXPO- imagem do autor

Nesta semana estava assistindo a mais um vídeo do excelente canal IV 8888 no YouTube,
um dos melhores quanto se trata de testes de novas armas, miras telescópicas, munições
e diversos outros assuntos relacionados ao mundo das armas de fogo. O vídeo era intitulado
“Ammo for begginers: FMJ X Hollowpoint” (Munição para iniciantes: encamisada total ogival
x ponta oca) e pode ser visto neste link: https://www.youtube.com/watch?v=R_o3vZGYxs8

Sem embargo dos ótimos vídeos do canal, infelizmente neste o “apresentador” Eric disse
algumas coisas com as quais não posso concordar e gostaria de compartilhar com os
seguidores do INFOARMAS.

Em resumo, Eric asseverou no vídeo que as munições FMJ (ETOG no Brasil) servem
apenas para “furar papel”, dando a entender claramente que são menos letais do que as de
ponta oca -JHP (EXPO no Brasil). Como base para seu argumento, afirma que as JHP
causam danos pela “cavidade temporária”, como visto nos efeitos vistos em gelatina
balística.

Meus amigos, às vezes esquecemos que o CORPO HUMANO NÃO É FEITO DE GELATINA
BALÍSTICA! O efeito “plástico” obtido quando os projéteis são disparados contra esse meio,
ou mesmo plastilina ou garrafas pet, não refletem o que acontece quando um ser humano
real é atingido! A gelatina balística foi criada para que fosse obtido um MEIO
PADRONIZADO PARA TESTE, tendo em vista que não haveria voluntários humanos para
tais procedimentos (!!!).

O argumento dado por Eric é totalmente falso, à luz da melhor doutrina de balística terminal
disponível. Um projétil de arma curta não consegue acelerar a velocidades suficientes para
causar uma cavidade temporária significativa, capaz de causar danos a tecidos/órgãos não
diretamente atingidos. Nesse sentido, sugiro a leitura do clássico GUNSHOT WOUNDS
(DIMAIO), BALÍSTICA APLICADA AOS LOCAIS DE CRIME (do irmão JOAO BOSCO
SILVINO JUNIOR), bem como do capítulo escrito pelo inigualável DOC MANIGLIA em nosso
livro BALÍSTICA PARA PROFISSIONAIS DO DIREITO.

Num resumo quase obsceno, os fatores determinantes para a velocidade de incapacitação


de um alvo humano são três, em ordem de importância: localização da lesão, penetração e
diâmetro da lesão. Fica bastante claro que um projétil de ponta oca só apresentará alguma,
melhora de performance no último quesito e se, somente se, conseguir expandir de forma
adequada, o que é algo um tanto aleatório quando analisamos munições nacionais.

Ao fim e ao cabo, sairá vitorioso do confronto armado quem conseguir ACERTAR OS


TIROS, O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, COM PROJÉTEIS QUE TENHAM PENETRAÇÃO
SUFICIENTE PARA ATINGIR GRANDES ÓRGÃOS E GRANDES VASOS, para que seja
obtida a incapacitação pelo choque hipovolêmico.

Mas, João, e os efeitos colaterais? Ora, se um policial treinado nos EUA erra cerca de 80%
de seus tiros num confronto, a preocupação é os disparos que ACERTARAM o alvo?
Ademais, um projétil de arma curta que atravesse o centro de massa de um ser humano
dificilmente vai ter velocidade suficiente, ao deixar o corpo do agressor, para causar lesões
graves em um improvável transeunte.

Como diria SWEENEY, no excelente “Choosing handgun ammo”, o tipo de ogiva não faz
qualquer diferença na grande maioria dos casos. A precisão dos disparos (shot placement)
tem importância exponencialmente superior em relação design do projétil empregado pelo
atirador.

Não se esqueça de outros fatores envolvidos: munições FMJ são geralmente de


carregamento mais confiável, especialmente em armas longas, apresentam menor potencial
para panes, têm comportamento mais padronizado, não tendem à separação de
jaqueta/núcleo, atravessam barreiras intermediárias e vestimentas com mais facilidade e,
ainda assim, são mais baratas!

Temos urgentemente que parar de acreditar em projéteis mágicos, paradores de homens!


Não é exagero dizer que o “endeusamento” das munições de ponta oca no Brasil se deve a
estratégias de marketing, já que a munição “com excelente poder de parada” pode custar o
triplo da munição ogival.

Eric traz como exemplos de munições JHP a Hornady Critical Duty, a Speer Gold Dot e a
Federal HST. Todas as citadas são munições EXCELENTES, com comportamento idêntico
mesmo com diferentes barreiras, que conseguem penetrar E expandir de forma adequada.
Se pudesse, usaria qualquer uma dessas como “munição de defesa”, dada sua extrema
confiabilidade e padronização de performance. Contudo, algumas munições nacionais
podem apresentar resultados imprevisíveis, com falha de expansão, como se vê na foto do
laboratório balístico da Lucky Gunner (cartucho CBC BONDED, 124 gr). Segundo esta fonte,
não houve qualquer expansão dos projéteis e hiperpenetração (média de 26,5″), tal qual
seria esperado de um cartucho ETOG.

Disponível online em https://www.luckygunner.com/labs/self-defense-ammo-ballistic-


tests/#9mm
Em resumo, use uma munição que seja confiável em sua arma e treine, muito! Não lave
seus cartuchos, não passe esmalte (abraço ao Bedran!) e não intercale tipos diferentes no
carregador!

Desapegue de “+P ou +P+?”, “copper ou gold?”, “x ou y?” Restará em pé aquele que estava
atento, soube escolher o momento certo de reagir, conseguiu sacar e efetuar disparos
rápidos e precisos! Tipo de projétil é totalmente secundário neste cenário. Lembre-se: nem
sempre o mais caro é melhor!

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