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Chico Xavier
AGRADECIMENTOS
The accelerated degradation of the industrial park by corrosion is one of the biggest
challenges faced by chemical industries today. The main cause is the operation and
handling of highly oxidizing inputs, which are essential for the production process.
Several methods have been proposed over the years in an attempt to reduce the
problems related to the corrosion process. Assuming that we can not change the
corrosive medium, in most cases the alternatives chosen are: replacement of
materials, application of metallic, ceramic, plastic coatings and industrial painting
traditional. The method that provides the best results is the industrial painting, with the
greater use throughout the world, primarily by ease of application in industrial
environments, combined with reasonable costs and simplified maintenance. However,
even if emphasizing among all of the methods for aggressive chemical environments,
solutions inks not exhibit complete protection. This gap opens up space for the
emergence of epoxy pigmented inks with niobium pentoxide. This coating class
combines good chemical resistance and barrier protection of epoxy resins with the
excellent corrosion resistance of Nb2O5.
In this work the characteristics and properties of epoxy pigmented inks with Nb 2O5
were investigated by means of specific techniques to evaluate the film and niobium
pentoxide.
The methodology considered the study of coatings directly in the field, in this case the
chemical industry AMG. For a complete understanding of film and oxide characteristics
were performed several procedures in the laboratory.
The study allowed identification the procedures and testing standards for evaluating
the characteristics of the epoxy films, especially corrosion resistance.
It was also possible understand the corrosion protection mechanisms provided by the
addition of pigment Nb2O5 in the ink formulation. It was identified the high probability
of corrosion protection epoxy-Nb2O5 paints in the main environments of the chemical
industry , with technical and economic feasibility of application.
Keywords: Epoxy-NbO5 coating; Industrial painting; Niobium; Corrosion.
LISTA DE FIGURAS
18
custos razoáveis justificam a sua grande aplicabilidade na indústria (FURTADO,
2010).
Os resultados obtidos com a pintura industrial no âmbito da proteção
anticorrosiva são muito representativos no que tange a redução dos custos com a
manutenção dos equipamentos. Não obstante, a facilidade de aplicação das tintas
pode ser confundida e gerar falta de acuidade no processo de pintura, que requer
atenção especial em alguns aspectos: preparação adequada de superfícies, método
de aplicação da película e sobretudo a especificação da tinta e esquema de pintura
para cada situação em que se deseja proteger o substrato metálico (NUNES, 2012).
A especificação de uma tinta envolve alguns fatores, entre eles a cognição
completa do processo corrosivo existente em um meio específico. Para ambientes
específicos, como é o caso das indústrias químicas, dificilmente encontra-se tintas
que apresentam desempenho completo e satisfatório para todas as condições de
agressividade.
As tintas compostas por resina epóxi são as que apresentam as melhores
performances em ambientes ácidos, haja vista a sua boa resistência química e
proteção por barreira conferida as películas (SKALE et. al., 2008). Entretanto as
principais tintas do mercado possuem desempenho insatisfatório, pois não
conseguem proteger completamente o substrato metálico em ambientes de alta
agressividade, como é facilmente verificado nas indústrias químicas
(KAHRIZASAANGI et. al., 2015).
Essa lacuna existente para a proteção anticorrosiva nos ambientes das
indústrias químicas, descortinam um enorme campo para aplicação das tintas epóxi
pigmentadas com pentóxido de nióbio (Nb2O5).
O Nb2O5, pioneiramente estudado para proteção anticorrosiva por Luiz de
Miranda e seus colaboradores, pode ser originado diretamente do nióbio metálico ou
produzidos de forma industrial pelo processamento químico de minérios como
columbita, tantalita, FeTaNb e pirocloro. A sua principal característica, como
representado no diagrama de Pourbaix, é a resistência a corrosão conferida por sua
inércia química nos mais distintos meios (FERNANDES, 2010).
As tintas epóxi-Nb2O5 possuem grande capacidade de proteção, pois conferem
ao substrato metálico duas de suas principais características: A proteção por barreira
e estabilidade química das resinas epóxi, e a inércia química nos mais variados meios
19
do pentóxido de nióbio, o que promove a alta probabilidade de proteção anticorrosiva
dessa classe de revestimentos (BODSTEIN,2006; CARVALHO,2004; ROLON, 2005).
Poucas referências estão disponíveis na literatura sobre o uso do pentóxido de
nióbio na proteção anticorrosiva dos metais. A grande maioria dos estudos avaliam a
proteção anticorrosiva do Nb2O aplicado via aspersão térmica (MOTTA,
2011;MARIANO, 2008). Para os trabalhos utilizando tinta, quase todos se dedicam
aos ambientes das indústrias petroquímicas, com a presença de ácidos naftênicos
(MONTEIRO et. al., 2004).
Essa realidade, pautada pela ausência de trabalhos científicos aplicados para
solucionar problemas na indústria, principalmente relacionados a corrosão, vigorou
por longo tempo. No entanto, nos últimos anos, o estudo dos processos corrosivos a
nível industrial tem crescido muito, com o intuito claro de aumentar a vida de
equipamentos e estruturas, e redução de custos não planejados.
Neste trabalho as características e propriedades das tintas epóxi-pigmentadas
com Nb2O5 foram investigados em campo e laboratório. O Nb2O5 também foi avaliado
por meio de técnicas específicas. As tintas epóxi-Nb2O5 foram submetidas à condições
de alta agressividade com o intuito de se avaliar a sua resistência à corrosão. As
condições agressivas dos ambientes das indústrias químicas foram simuladas com a
utilização de soluções eletroquímicas específicas e câmaras climatizadas de corrosão.
Outro aspecto importante do presente trabalho refere-se à aplicabilidade dos
resultados da pesquisa para a implantação dessas soluções nas indústrias químicas.
Nesse sentido, comparou-se a tinta epóxi-Nb2O5 com uma tinta epóxi convencional,
muito utilizada como proteção anticorrosiva nas plantas químicas.
A metodologia adotada no presente trabalho considerou a avaliação dos
revestimentos diretamente no ambiente de estudo, nesse caso, a indústria química
AMG (Aluminium Metallurgical Group) Brasil. Para a completa cognição dos
fenômenos envolvidos na degradação da película pelos processos corrosivos e
mecânicos os filmes foram também investigados em laboratório, nas mais variadas
condições. De forma complementar o pigmento Nb2O5 foi caracterizado em
laboratório, visando manter uma referência de produto a ser utilizado na produção de
novas tintas anticorrosivas.
O estudo realizado permitiu identificar procedimentos e ensaios padrões para
avaliação das características das películas epóxi, em especial a resistência a
20
corrosão. Foi possível também compreender os mecanismos de proteção
anticorrosiva proporcionado pela adição do pigmento de Nb2O5 na formulação da tinta.
Identificou-se a grande probabilidade de proteção anticorrosiva das tintas epóxi-
Nb2O5 nos principais ambientes das indústrias químicas, apresentando viabilidade
técnica e econômica de aplicação.
1.1 OBJETIVO
O presente trabalho abordará a avaliação das propriedades das películas de
epóxi-Nb2O5 e concomitantemente comparar os respectivos revestimentos com tintas
epóxi de mercado, aplicadas em condições de alta agressividade da indústria química.
Para atingir tal objetivo se faz necessário:
Avaliar as características físico-química das tintas investigadas;
Realizar ensaios eletroquímicos de corrosão em laboratório;
Realizar ensaios acelerados de corrosão nas tintas investigadas;
Caracterizar o pigmento de pentóxido de nióbio;
Avaliar a tinta epóxi-Nb2O5 diretamente na indústria AMG através de ensaios de
intemperismo;
21
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A corrosão
Os metais são os materiais mais utilizados para a construção mecânica, em
função das propriedades físicas, químicas e mecânicas. Essas características tornam
esses materiais extremamente versáteis, e em consequência da sua grande
disponibilidade são amplamente empregados a milhares de anos. Nesse contexto, o
aço se destaca sendo, atualmente, assim como no século passado, o principal
material de construção industrial. No entanto, os aços como grande parte das ligas
metálicas são termodinamicamente instáveis no meio ambiente, estando assim
susceptíveis constantemente aos processos de corrosão (MERÇON, et. al, 2004;
GENTIL, 2008; ROBERGE, 1999).
Genericamente o processo corrosivo promove a passagem do metal em sua
forma metaestável para a forma iônica, energeticamente mais estável. Assim, a
corrosão se caracteriza por ser um processo que corresponde ao inverso dos
processos metalúrgicos de obtenção do metal e pode ser esquematizada por
(NUNES, 2012):
22
Além de ser muito prejudicial para diversos setores da sociedade, o processo
corrosivo tem se tornado um grande problema para as indústrias em todo o mundo. A
corrosão pode gerar paradas completas de plantas industriais, perdas e
contaminações de produção, redução da eficiência de processos, aumento do custo
de manutenção, redução da segurança operacional e alto custo de projetos
(ROBERGE, 1999).
A maior parte dos problemas, gerados pela corrosão nas unidades fabris,
refletem-se no caráter multidisciplinar inerente aos processos corrosivos. O controle e
gerenciamento da corrosão deve-se passar inicialmente pelo entendimento e
compreensão dos diversos mecanismos que envolvem o ataque do metal, bem como
a cognição completa do meio o qual o material está inserido. A partir dessa rotina de
análise, é possível especificar materiais e sistemas de proteção adequados para cada
situação e prevenir a deterioração de equipamentos e estruturas.
23
consequentes perdas de eficiência do processo, além de outras questões envolvendo
grandes mudanças estruturais da planta e até mesmo de logística da empresa.
Dentre os principais agentes corrosivos utilizados nas indústrias químicas se
destacam:
Ácido sulfúrico (H2SO4):
Composto químico, derivado do anidrido sulfúrico, classificado como um ácido
mineral forte, se destacando por ser um dos principais ácidos derivados do enxofre.
Este ácido considerado como um dos produtos químicos mais fabricados e utilizados
no mundo (KING, et. al., 2013).
As suas aplicações industriais são inúmeras, seja como matéria prima ou como
coadjuvante em processos industriais, destacando as utilizações nas indústrias de
óleo e gás para refino do petróleo. Nas indústrias químicas o mesmo é utilizado, em
seus mais variados processos, sendo fundamental para os tratamentos realizados nos
minérios.
O grande inconveniente da utilização do ácido sulfúrico é o seu forte caráter
oxidante e desidratante, que promove severos ataques corrosivos nos equipamentos
e estruturas metálicas (GENERAL, 2015; BRUBAKER et.al., 2006).
O ácido sulfúrico diluído, em concentrações inferiores a 50%, ataca o aço
carbono, conforme as reações anódicas e catódicas destacadas abaixo:
Reação anódica:
Fes Fe2+aq + 2e- (1)
Reação catódica
2H+aq + 2e- H2 g (2)
Dean e Grab (DEAN AND GRAB, 1985), descreve ainda que a reação de
oxidação do ferro (Fe Fe2+ + 2e-) ocorre na fase ferrita e a reação catódica do
hidrogênio 2H+ + 2e- H2 ) ocorre na fase cementita. Nesse sentido, a
quantidade de carbono presente no aço é importante para a determinação das taxas
de corrosão com o ácido diluído.
A concentração do ácido sulfúrico influencia diretamente nas taxas de corrosão
do aço carbono. Verifica-se que quanto maior a concentração do ácido menor o ataque
24
corrosivo na superfície. A figura 2 apresenta as relações entre a concentração do
ácido, composição química do aço e taxa de corrosão.
Figura 2 – Taxa de corrosão para o aço carbono com composições distintas em soluções de
H2SO4.
25
Os principais fatores que influenciam a aceleração do processo corrosivo na
superfície do aço, provocando diretamente danos a camada protetora são: aumento
da solubilidade do FeSO4 no ácido, aumento da temperatura e aumento do movimento
relativo entre o ácido e o metal.
Para concentrações inferiores a 50 % as taxas de corrosão são mais baixas e
são influenciadas pelo teor de carbono do aço carbono, como já foi mostrado na Figura
2. Neste último caso, o processo de redução do hidrogénio (reação 2) é o fator
limitante da taxa de corrosão, ao invés da dissolução de FeSO4.
Para Panossian (PANOSSIOAN, et.al., 2012), embora esse ácido seja um dos
reagentes mais utilizados no mundo, ainda existem poucas pesquisas que se dedicam
ao estudo aprofundado dos mecanismos e consequências da corrosão do aço por
ação direta do ácido sulfúrico, principalmente para o ácido sulfúrico diluído.
27
recomenda-se evitar turbulências no fluxo e a presença de umidade, principalmente
em tanques e tubulações.
Não é recomendado a utilização de aço em concentrações de HF inferiores a
60%, pois o aço será rapidamente atacado pelo ácido (EUROFLÚOR, 2014).
30
Em processos gerais, de caráter prático, frequentemente utiliza-se na indústria
os mesmos ferramentais tanto para a limpeza quanto para a preparação de
superfícies. Considera-se que a preparação de superfícies são as operações que
visam remover as irregularidades e defeitos que poderiam prejudicar o desempenho
ou aparência da peça.
Essas operações seguem normas específicas e o tipo de preparação de ser
determinado a partir da tinta e esquema de pintura adotado. A tabela 2 apresenta as
normas mais aplicadas nas indústrias brasileiras relacionadas diretamente com o tipo
de preparo e as respectivas ferramentas utilizadas.
31
aplicado. Para os revestimentos anticorrosivos atuais considera-se que o perfil de
ancoragem deve estar entre 45 e 75m.
A Tabela 3 apresenta as recomendações práticas sobre o perfil de ancoragem.
2.3.3 Aplicação
A aplicação da tinta é uma fase muito importante, pois possui grande influência
no desempenho de um revestimento anticorrosivo. Em diversas situações de falhas
de sistemas protetores o diagnóstico aponta a imperícia e problemas durante a
aplicação da tinta.
No entanto, as falhas de aplicação não se limitam somente a qualificação técnica
dos pintores, que muitas vezes não são preparados para tal função. Os problemas se
originam também na seleção do método de pintura adequado e consequentemente
nos parâmetros que envolvem essa especificação.
A seleção do método de pintura adequado para cada situação deve considerar
alguns aspectos importantes como: tipo de tinta, espessura desejada, local de
aplicação, técnica operacional, custos, segurança do pintor e meio ambiente. Vale
ressaltar que as condições para aplicação, são devidamente estabelecidas pelo
fabricante da tinta, que conhece as limitações e vantagens de cada processo no seu
produto. Existem diversas formas de aplicação de tintas na indústria, seja em campo
em ambientes abertos, ou nas fábricas com um ambiente controlado e equipamentos
específicos. Observa-se que na fábrica são pintados equipamentos para instalações
32
elétricas, máquinas rotativas e de instrumentação. Em campo pintam-se os
equipamentos de caldeiraria pesada como tanques, fornos, torres, caldeiras, entre
outros (NUNES, 2012).
A Tabela 4 apresenta os principais métodos de aplicação de tintas na indústria,
mostrando as suas aplicações, principais vantagens e desvantagens (NUNES, 2012):
33
2.4 Tintas Anticorrosivas
As tintas são uma das formas mais eficientes e promissoras de combate à
corrosão da sociedade moderna (SILVA, 2009). O seu caráter de proteção da
superfície dos materiais, a sua versatilidade de aplicação e custos aceitáveis tem
impulsionado diversos trabalhos que investigam suas propriedades protetivas
(MONTEMOR, 2014).
As tintas anticorrosivas são películas, orgânicas ou inorgânicas, aplicadas sobre
a superfície do material com a função específica de protegê-lo da ação corrosiva do
meio o qual está inserido. A sua composição química viscosa, constitui-se de
pigmentos dispersos em uma matriz líquida que sofre um processo de secagem,
quando aplicadas sobre uma superfície, formando um filme opaco e aderente ao
substrato (OLIVEIRA, 2004).
Furtado (FURTADO, 2010) reitera que os revestimentos anticorrosivos devem
ser considerados com uma verdadeira parte da composição efetiva da superfície do
metal, e não um mero detalhe final de acabamento de uma peça ou equipamento.
Para as indústrias, que sofrem exageradamente com o processo corrosivo, esse
conceito deve estar sempre presente nas políticas preventivas e anticorrosivas da
planta. Os revestimentos devem ser tratados como parte do equipamento, e as tintas
utilizadas devem ter características específicas para cada aplicação.
O grande exemplo da não aplicação desse conceito são as indústrias químicas
brasileiras. Há anos elas sofrem com soluções em tintas que não apresentam a
eficiência protetora desejada. Isso ocorre principalmente por utilização de
revestimentos com características genéricas, que não consideram as especificidades
de cada meio o qual o material está inserido. As generalizações mercadológicas são
variadas, como as conhecidas tintas para ambientes ácidos, imersos em água,
expostas ao tempo, a raios UV, entre outros.
Para os ambientes encontrados em indústrias químicas, as películas
constituídas de resina epóxi se destacam, pois apresentam excelentes propriedades
de adesão, compatibilidade química, coesão e impermeabilidade (SKALE, et. al.,
2008). Contudo, o seu desempenho ainda pode ser consideravelmente aumentada,
através da inserção de pigmentos específicos que influenciam nas propriedades
anticorrosivas, de secagem, aderência e proteção por barreira (KAHRIZSANGI, et. al.,
2015).
34
O desenvolvimento das tintas de alto desempenho envolve a cognição completa
da eficiência dos mecanismos de proteção. Assim, é importante avaliar o ambiente de
exposição da tinta e as condições de trabalho da peça que será protegida. Dessa
forma, é possível especificar os melhores constituintes presentes na película
protetora.
35
Aderência: Promover a adesão suficiente entre o metal e o revestimento. Essa
característica depende fundamentalmente da preparação de superfície e da qualidade
do revestimento.
Resistência Mecânica: Possuir dureza razoável, de forma a impedir riscos e
arranhões que possam prejudicar a integridade do revestimento.
Impermeabilidade: Impedir ao máximo a possível passagem de soluções
aquosas, salinas e gases atmosféricos.
A proteção por barreira reduz consideravelmente a movimentação iônica entre o
meio e o substrato metálico. No entanto, mesmos as tintas mais eficientes, contínuas
e impermeáveis, com o passar do tempo permitem que a solução corrosiva alcance a
superfície metálica, onde se inicia o processo corrosivo (FORGREEN, 2006).
As falhas por corrosão no revestimento sempre acontecem em baixo da película
protetora, com exceção é claro dos casos em que o próprio revestimento é atacado
pelo meio corrosivo ou por ações mecânicas (FURTADO, 2010; BEHZADNASAB, et.
al., 2011; TIAN, 2015).
Nesse sentido, em meios de alta agressividade, como o encontrado durante o
processamento químico, o desempenho anticorrosivo dos revestimentos pode ser
aumentado através da utilização de pigmentos anticorrosivos inseridos no veículo da
tinta (BEHZADNASAB, et. al., 2011). Esses pigmentos anticorrosivos devem ser
especificados através de uma análise aprofundada das condições de corrosividade do
meio de aplicação do revestimento.
Os pigmentos anticorrosivos podem atuar como inibidores ou passivadores em
função de sua origem. Uma de suas principais ações é através da passivação anódica,
impedindo ou dificultando a dissociação das micro áreas anódicas (SANCHOTENE,
et. al., 2015). Como principal exemplo desse tipo de pigmento, se destaca o Nb2O5
(pentóxido de nióbio) que teve essa aplicação recentemente descoberta por Miranda
e colaboradores (MIRANDA et.al.,2004).
Conversíveis
Inorgânicos
Tintoriais
Pigmentos Reforçantes
TINTA
Anticorrosivos
Verdadeiro
Solvente Auxiliar
Aditivos Diluente
2.4.2.1 Veículo
Principal constituinte das tintas, se caracteriza por concentrar a maioria das
propriedades químicas e físicas das películas. É composto por um material não volátil,
liquido ou sólido, que atua diretamente na formação do filme sobre a superfície e
agrega os pigmentos e aditivos da tinta (FORSGREEN, 2006).
Os veículos podem ser classificados em (OLIVEIRA, 2004):
a) Veículos não convertíveis: São constituídos por substâncias com
propriedades filmógenas, ou seja, que possuem capacidade de formar uma película.
A película sólida é formada após a evaporação do solvente ou pela própria
coalescência. Conforme Furtado (FURTADO, 2010), a película é formada por um
polímero termoplástico linear que já vem com a polimerização concluída, ou seja, não
necessita de nenhuma reação de polimerização após a sua aplicação. São exemplos
de veículos não convertíveis as resinas ésteres de celulose, resinas vinilicas, resinas
acrílicas, resinas betuminosas e borrachas cloradas.
37
b) Veículos Convertíveis: Constituídos por substancias que sofrem reação
química após a aplicação da película de tinta. Esses revestimentos utilizam resinas
termoestáveis. Para tintas monocomponentes, a tinta pronta vem embalada em um
recipiente, como os óleos secantes e os alquídicos. Sua secagem se processa pela
ação do oxigênio do ar.
Nas tintas bi-componentes, os monômeros, reagem entre si para formar o ligante
que são produzidos e acondicionados separadamente. Para aplicação, os dois
componentes são homogeneizados, e então misturados, formando a mistura que é a
tinta. Os principais componentes das tintas convertíveis são os óleos secantes,
resinas alquídicas, resinas fenólicas e resinas epóxis.
c) Veículos Inorgânicos: São considerados também convertíveis, porém
possuem natureza inorgânica. Como exemplo pode-se citar os Silicatos.
2.4.2.2 Solvente
Primariamente, a principal função dos solventes refere-se a sua capacidade de
solubilizar as resinas e reduzir a viscosidade das tintas necessária para a sua
respectiva aplicação.
Os solventes são eliminados por evaporação logo após a sua aplicação, e assim
não fazem parte da película sólida resultante. Contudo, os solventes, especificados
de forma correta, permitem a otimização das características do filme, agindo
diretamente sobre a viscosidade, propriedades de escoamento, tempo de secagem e
brilho.
Os solventes são classificados em (FURTADO, 2010):
a) Solventes Verdadeiros: Os solventes verdadeiros interagem com a resina,
promovendo o seu “encharcamento”, sua dispersão e dissolvendo o que realmente é
solúvel.
b)Solventes auxiliares: São solventes que sozinhos não são capazes de
solubilizar o veículo, mas podem aumentar o poder de solubilização do solvente
verdadeiro.
Vale ressaltar que a mistura eficaz de vários solventes é o mais usual na
formulação de tintas de alto desempenho.
38
c) Diluentes: Não possuem o poder de dissolver o veículo, entretanto contribuem
para a redução de sua viscosidade. Exemplo disso é o tolueno que é diluente para
resina epóxi e poliuretana.
Os solventes são compostos de baixo peso molecular constituídos, em sua
grande maioria, por hidrocarbonetos alifáticos, aromáticos, álcoois, cetonas, éteres,
ésteres, e outros compostos orgânicos. A Tabela 5 apresenta os principais solventes
industriais e as respectivas resinas em que é recomendado a sua utilização.
2.4.2.3 Pigmentos
Os pigmentos são materiais sólidos distribuídos finamente no aglomerante da
tinta, utilizados para conferir a tinta cor, opacidade, poder de cobertura, resistência à
39
corrosão, entre outras propriedades específicas. Eles podem ser classificados quanto
a sua finalidade em três grupos distintos (OLIVEIRA, 2004):
a) Tintoriais: Pigmentos utilizados para comunicar as propriedades de cor e
opacidade a película. Dentre eles destacam-se: pigmentos brancos (dióxido de titânio,
óxido de zinco, liptônio), pigmentos azuis (ftalocianina, azul molibdato), pigmentos
vermelhos (oxido de ferro, vermelho molibdênio, pigmentos metálicos (alumínio), etc.
(OLIVEIRA, 2004).
b) Reforçantes e encorpantes: Essa classe de pigmentos não possui bom
poder de cobertura e não interferem na tonalidade. São denominados de cargas,
conferindo a tinta propriedades especiais, reforçando o filme, regulando o brilho e a
consistência. Esses pigmentos podem ser utilizados para aumentar o teor de sólidos
nas tintas de alta espessura, nas massas e tintas foscas. Outra aplicação é como
componentes de substituição de parte do pigmento anticorrosivo e da resina, pois por
serem mais baratos proporciona a tinta um custo inferior. Como exemplo são os
carbonatos (carbonatos de cálcio e magnésio), silicatos (silicato de magnésio, silicato
de alumínio hidratado), sulfatos (cálcio, bário) (OLIVEIRA, 2004).
c) Anticorrosivos: Esses pigmentos comunicam a tinta propriedades que
reduzem, ou impedem a ocorrência do processo corrosivo. Podem ser classificados
como pigmentos inibidores ou passivadores ou pigmentos protetores. Os pigmentos
inibidores são aqueles que promovem a inibição anódica, reduzindo a intensidade das
pilhas de corrosão, em função da formação e uma precipitação sobre as áreas
anódicas das células de corrosão. Os mais importantes são o zarcão, cromato de
zinco, fosfato de zinco. Já os pigmentos protetores promovem a proteção catódica
galvânica, sendo muito utilizado pós-metálicos como o alumínio, magnésio e zinco
(OLIVEIRA, 2004). Recentemente, tem sido estudado os pigmentos anticorrosivos a
base de nióbio, sendo eles aplicados em tintas epóxi na indústria petroquímica
(MIRANDA et. al., 2004). O pentóxido de nióbio (Nb2O5) tem como uma de suas
principais características a inércia química em praticamente toda a faixa de pH e
potencial, estando ausentes íons provenientes da solubilização do próprio pentóxido
de nióbio. Nesse sentido, não é verificado regiões de corrosão no diagrama de
equilíbrio (POURBAIX, 1974).
d) Especiais: Esses pigmentos possuem funções específicas como
impermeabilizantes, aumentando a proteção por barreira, anti-incrustantes utilizados
40
em cascos de navios para evitar a incrustação de organismos, os fluorescentes, entre
outros (Oliveira, 2004).
41
Figura 5 - Reação de formação da resina epóxi (Adaptado de FORSGREEN,2006).
42
instantaneamente, e em função disso, o potlife (tempo de secagem da mistura) das
tintas epóxi geralmente se limita a poucas horas.
As tintas epóxi apresentam boa proteção por barreira, pois permitem a
formulação de tintas de altas espessuras, com camadas que variam de 100 a 300
micrometros. Essa propriedade surge da não necessidade de oxigênio do ar para sua
cura, o que permite também a aplicação em locais submersos (WASKIEWICZ, et. al.,
2013; MALSHE, 2004).
As tintas epóxi podem ter vários tipos de agentes de cura, todavia, verifica-se
que as resinas a base de amina e ou amida possibilitam maior resistência química
para a película nos ambientes de alta agressividade. Assim, serão detalhados os
aspectos técnicos referentes às reações que envolvem a aplicação desses dois
componentes na resina epóxi (FORSGREEN, 2006)
a) Resina Epóxi-Amina
As aminas possuem duas formas principais de efetivar a reação de
copolimerização das resinas epóxi. Na primeira a amina está presente no segundo
componente, e sua adição com os catalizadores é feita na hora da aplicação. Na
segunda forma, é produzido o aduto amina, através da reação entre uma resina epóxi
de peso molecular baixo e uma amina polifuncional em excesso. O resultado é uma
resina epóxi que pode reagir (polimerizar) quando adicionada uma resina epóxi
básica, na hora da aplicação. Essas reações são apresentadas na figura 6
(FORSGREEN, 2006)
b) Resinas epóxi-poliamida
As resinas epóxi copolimerizadas com as resinas amidas são as mais
amplamente utilizadas na indústria como proteção anticorrosiva, haja vista, as suas
excelentes propriedades protetoras. De forma análoga as reações epóxi-amina, a
reação de interligação ocorre pelo grupo amida existente ao longo de toda a
macromolécula.
Os ácidos graxos presentes na composição das resinas poliamidas
proporcionam películas mais flexíveis, elásticas, macias e mais resistentes ao impacto
do que as resinas aminas. Essas propriedades tornam as amidas excelentes para
ambientes externos, garantindo boa resistência às intempéries (FORSGREEN, 2006).
As resinas amidas apresentam boa resistência química aos ataques de ácidos,
no entanto a sua resistência ainda é inferior quando comparada ao grupo amina. A
sua resistência aos álcalis e aos solventes é excelente (VERGES, 2005).
45
Quelhas (QUELHAS, 2007) em seu trabalho avaliou a resistência a corrosão do
nióbio metálico em meios metanólicos, através de diversos testes eletroquímicos. Foi
identificado alta resistência a corrosão, principalmente pela espontaneidade do
material na formação da camada passiva de Nb2O5.
Mariano (MARIANO, 2008), também estudou os revestimentos de Nb2O5
aplicado através da técnica de aspersão térmica, contudo em ambientes salinos. Foi
obtido bons resultados quanto a resistência mecânica, resistência térmica e corrosão.
Piccini (PICCINI, 2011), investigou os parâmetros envolvidos na aspersão
térmica do oxido de nióbio na superfície do substrato metálico, caracterizando o
revestimento quanto a resistência mecânica, corrosão e morfologia. Verificou-se nos
revestimentos porosidades e trincas sendo necessário a otimização desses
parâmetros do processo.
Junior (JUNIOR, 2011), por sua vez utilizou Nb2O5 associado a outros metais
como cobre, alumínio e níquel, aplicados por aspersão térmica em estruturas
enterradas de linhas de transmissão de energia. A viabilidade técnica desses
revestimentos foi investigada e a sua aplicação foi recomendada através de ensaios
eletroquímicos.
Verificam-se na literatura alguns testes realizados diretamente na indústria.
Tavares (TAVARES,2009) investigou a resistência a corrosão do óxido de nióbio em
equipamentos na Refinaria Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Os revestimentos foram
aplicados por aspersão térmica e com a tinta epóxi pigmenta com Nb 2O5. Os
resultados apresentaram-se satisfatórios para a tinta epóxi Nb2O5, e na aspersão
térmica foi verificado certa porosidade que prejudicou a proteção anticorrosiva do
revestimento.
As tintas pigmentadas com Nb2O5 foram de fato pouco estudadas, sendo
identificados registros nos trabalhos de Bodstein (BODSTEIN,2006), que avaliou a
resistência a corrosão dessa classe de revestimentos em ambientes da indústria
petroquímica em ambientes de alta temperatura.
Araújo (ARAÚJO,2011), por sua vez estudou a tinta epóxi pigmentada com
Nb2O5 em ambientes salinos com exposição a água do mar. Contudo o foco do
trabalho foi a avaliação da propagação de micro-organismos na superfície do
revestimento.
46
A grande maioria dos trabalhos desenvolvidos com aplicação dos revestimentos
de nióbio são, sobretudo, com utilização na indústria do petróleo e através da técnica
de aspersão térmica. Não obstante, como verificado na indústria de processamento
químico, existem alguns ambientes e condições diferentes das encontradas na
indústria petroquímica, que possuem agressividade igual ou superior para
equipamentos e estruturas.
Esses ambientes não possuem materiais resistentes a sua agressividade típica,
e até o momento não foram verificados nenhum trabalho utilizando os revestimentos
de Nb2O5, o que caracteriza uma grande lacuna na literatura a respeito desse tema.
O diagrama de Pourbaix para o sistema Nb-H2O a 25°C (figura 7), apresenta a
condições de estabilidade termodinâmica do nióbio e seus óxidos, em água e soluções
aquosas. Nesse diagrama pode-se verificar que o nióbio permanece inerte em
praticamente toda a faixa de pH e potencial, não apresentando regiões de corrosão.
‘
Figura 7 - Diagrama de equilíbrio potencial-pH para o sistema Nb-H2O, a 25°C (CONDE,2014).
Verifica-se no diagrama que para toda a faixa de pH, o nióbio possui a tendência
da formação de uma camada de oxido em sua superfície. O comportamento
eletroquímico dessa camada de oxido depende diretamente das propriedades de
compactação, impermeabilidade, continuidade e estabilidade termodinâmica no
eletrólito considerado. Não obstante, conforme verificado em uma ampla gama de
soluções estudadas o nióbio mantem a sua estabilidade eletroquimica, não
47
apresentando regiões de corrosão. Assim, descortina-se, um imenso campo de
aplicação dos revestimentos de nióbio nos mais diferentes meios corrosivos,
especialmente as tintas pigmentadas com Nb2O5 em indústrias de processamento
químico, que possuem diversos elementos corrosivos, e características muito
agressivas de microclimas.
Os pontos observados no diagrama em que se verifica a formação de ións (pH=
-1 e E=0) são raramente encontrados na indústria química não tendo relatos descritos
na literatura em relação ao seu surgimento nesses ambientes.
As tintas pigmentadas com oxido nióbio possuem em sua composição
pigmentos, resinas, solventes, cargas e alguns outros componentes que lhe dão a
excelente capacidade protetiva de superfícies metálicas. A composição dessas tintas
possui variadas formulações com resinas e pigmentos, de modo a atender os padrões
normais de fluidez, homogeneidade, coloração, poder de recobrimento, CPC
(Concentração em volume de pigmento) e CPVC (concentração crítica de pigmentos
em volume) adequados.
As formulações a serem utilizadas dependem diretamente das características do
microclima em que a tinta será aplicada. As resinas mais aplicadas são a epóxi, que
possuem excelente resistência química, boa permeabilidade e adesão. Elas são
aplicadas em diversos ambientes químicos, porém podem ser utilizadas somente em
temperaturas até 100°C.
Em ambientes que possuem temperaturas superiores pode-se utilizar as resinas
a base de silicone, que apresentam boas características de proteção e podem ser
utilizadas até temperatura de 600°C.
O óxido de nióbio, aplicado como pigmento anticorrosivo mais utilizado nas tintas
e revestimentos geralmente é descrito com a seguinte composição: NbxOy, podendo
o X variar de 1 a 2 e o Y varia entre 1 e 5, possuindo as seguintes características
físicas conforme apresentado na Tabela 6:
48
Granulometria -45 a 5,6 PM
PPM de enxofre <10
PPM de chumbo <1
Miranda, (MIRANDA, et. al., 2009) apresenta em seu trabalho três exemplos de
formulações utilizando a resina epóxi e a resina de silicone. As formulações são
ajustadas com a inserção de componentes variados como: encorpantes, aditivos,
solventes, dispersantes, entre outros conforme descrito nas Tabelas 7,8 e 9:
Tabela 7 – Exemplo 1 – Formulações de tintas epóxi-Nb205.
Componente A
Epoxy 24,1%
Óxido de Nióbio 36,1%
Acetona 36,1%
Pearly Silica 2,4%
Castor oil 1,3%
Componente B
Poliamida 72,2%
Amina 5,1%
Acetona 22,7%
49
Pearly Silica 2,4%
Castor oil 1,3%
Componente B
Poliamida 72,2%
Amina 5,1%
Acetona 22,7%
A) Preparação de superfícies:
A preparação de superfícies interfere diretamente na capacidade de adesão da
tinta ao substrato metálico. A superfície metálica deve ser limpa, estando isenta de
qualquer sujidade como óleo, graxas, poeiras e outros materiais que possam dificultar
a adesão da película. Verifica-se que partículas sólidas não aderentes a superfícies
podem ser removidas a seco utilizando escovação mecânica. Óleos e graxas com a
utilização de solventes SSPC-SP1.
O tratamento superficial deve ser feito através do jateamento abrasivo com a
obtenção do grau de acabamento Sa2.1/2 ou Sa3 (ISO 8501-1:2007 ou SSPC-SP6).
A avaliação do grau de acabamento superficial deve ser avaliada em conformidade
com a ISO 8504:2000, devendo a superfície ter um perfil de rugosidade entre 45 e 80
µm.
A eficiência da tinta pode ser consideravelmente aumentada através da
eliminação de respingos de soldas e de áreas danificadas, bem como arestas e cantos
vivos.
B) Preparação da Tinta:
50
A mistura da tinta (componente A e B) pode ser realizada de forma manual ou
com a utilização de um agitador elétrico (450 RPM) a fim de homogeneizar os
respectivos componentes e evitar a formação de bolhas até a dispersão total das
cargas.
Salienta-se que para a tinta epóxi-Nb2O5 é recomendado a mistura dos
componentes A e B em proporção volumétrica a ser especificada pelo fabricante. A
diluição da tinta pode ser feita em até no máximo 10% de seu volume, dependendo
da forma de aplicação. Verifica-se que a diluição excessiva pode prejudicar o
desempenho da tinta e dificultar a obtenção da espessura desejada.
C) Formas de aplicação:
A tinta epóxi Nb2O5 pode ser aplicada utilizando os métodos convencionais de
pintura, devendo, no entanto, ser observada algumas características de parâmetros e
equipamentos. A Tabela 10 apresenta os principais tipos de aplicação de tintas em
superfícies metálicas.
51
Sólidos por massa Entre 85% e 96%
Espessura por demão 300 – 400 µm (trincha)
Ponto de Fulgor Maior que 55°C
Rendimento teórico 1,37 Kg/m²/1mm de espessura ou
3m²/l/1mm
Resistência ao calor seco 90°C para temperaturas contínuas, ou picos
de 110°C
Massa específica 1,4 g/cm³
Secagem ao toque 25°C: 3h; 35°C:2,5h
Secagem final 25°C: 7 dias; 35°C:5 dias
Intervalo de repintura 25°C: 6h; 35°C:4h
53
metal e de suas ligas está associada diretamente a presença elementos intersticiais
como o C, O, N, Zn e Ti (QUELHAS, 2007; GRAHAN et. al., 2001). A Tabela 13
apresenta as propriedades mecânicas do nióbio.
54
O pirocloro é encontrado em carbonatitos associados às intrusões alcalinas do
cretáceo superior, da era mesozoica. Nos carbonatitos podem-se encontrar os
minerais nióbio, níquel, cobre, titânio, vermiculita, apatita, terras raras, barita, fluorita,
além do urânio e tório (SILVA,2001).
No Brasil estão concentradas as principais e maiores reservas mundiais de
nióbio, seguido pelo Canadá e Austrália. As reservas aferidas de Nb2O5 e aprovadas
pelo DNPM (departamento nacional de pesquisa mineral) contabilizaram
aproximadamente 842.460.000 toneladas com teor médio de 0,73% de Nb 2O5. Em
Araxá-MG e Tapira-MG estão concentradas 75,08%, em São Gabriel e presidente
Figueiredo no Amazonas está 21,34% e 3,58% em Catalão e Ouvidor em Goiás
(FERNANDES, 2010; SILVA, 2001). A Tabela 14 apresenta as reservas de Nb2O5 por
estado indicando a o teor de Nb2O5 presente no minério explorado (FERNANDES,
2010):
55
alcançam 14,7 milhões de toneladas. Conforme comunicado da empresa, a estimativa
é que a vida útil das reservas no Sul de Minas alcance 20 anos, levando-se em
consideração os atuais níveis de produção, custos operacionais e cenário econômico
(FERNANDES,2010).
57
podem ser formados pelas reações químicas na presença de halogênios, geralmente
o cloro (LOPES, 2003).
Figura 10 - Estrutura do Nb2O5 na forma H. Octaedro Nb2O6 no sítio tetraédrico (LOPES, 2003).
58
2.5.3.4 Resistência à corrosão do nióbio
O nióbio e seus óxidos possuem características que os tornam importantes para
o uso em variadas aplicações: Supercondutores, catalizadores de reações, bio-
revestimentos, etc., Não obstante, uma das mais promissoras utilizações dessa classe
de materiais refere-se a sua propriedade anticorrosiva, em função de sua excelente
estabilidade química em variados microclimas (RAMIREZ, et. al., 2010 e MUJAWAR
et. al., 2006). Pourbaix, (POURBAIX, 1974) destaca em seu trabalho a excelente
inércia química do nióbio e seus óxidos nos mais distintos meios.
Os óxidos são os responsáveis pela proteção anticorrosiva nas ligas de nióbio,
e são originados após a passivação do nióbio permanecendo aderentes na superfície
do metal. A sua origem decorre da interação do nióbio com o oxigênio, podendo
apresentar a seguinte estequiometria: NbO, NbO2, Nb2O5 ou uma composição dos
três, tendo a sua formação condicionada ao meio o qual o metal está exposto
(MARIANO, 2008).
Os óxidos de nióbio podem também ser produzidos de forma industrial, através
de processamento químico dos minérios de columbita-tantalita, e posterior calcinação
e secagem, similarmente ao que ocorre no grupo AMG Brasil.
A excelente resistência à corrosão dessa classe óxidos é explicada por sua
inércia química em diferentes meios. A Figura 11 apresenta o diagrama de Pourbaix
a 25°C para o sistema Nb-H2O. Este diagrama representa as condições de
estabilidade termodinâmica e seus derivados que possam existir na presença de água
e soluções aquosas.
59
Figura 11 - Diagrama de equilíbrio potencial-pH para o sistema Nb-H2O, a 25°C (adaptado
POURBAIX, 1974).
60
1 Nb + H2O → NbO + 2H+ + -0,733
2e-
2 NbO + H2O → NbO2 + 2H+ + -0,625
2e-
3 2NbO2 + H2O → Nb2O5 + 2H+ -0,289
+ 2e-
A 2H+ + 2e- - H2
2H2O + 2E- - H2 + 2OH-
B 4OH- - 2H2O + O2 + 4E 1,23
61
H2SO4 % Massa
Figura 12 - Curva de iso-corrosão (0,13mm/ano) do Nb e outros materiais em soluções de ácido
sulfúrico. Temperatura X H2SO4 %massa. (Niobium Science & Technology, 2001)
62
HCl % massa
Figura 13 - Curva de iso-corrosão (0,13 mm/ano) do Nb e outros materiais em soluções de
ácido clorídrico (Niobium Science & Technology, 2001).
65
2.6.2 Câmaras climatizadas de corrosão
Os ensaios acelerados nas câmaras de corrosão visam simular as condições
reais de agressividade encontradas em campo, através da realização de ensaios em
laboratório.
A simulação dessas condições é tarefa de grande complexidade. Em ambientes
industriais existem uma ampla gama de parâmetros e variáveis que interferem na
dinâmica do processo corrosivo. Assim, a utilização das câmaras tem o intuito de isolar
uma dessas variáveis e avaliar a sua influência na corrosão do metal (BRUNNER, et.
al., 2005).
A grande vantagem da realização de testes em câmaras está na velocidade de
obtenção de resultados, quando comparada com os testes realizados diretamente em
campo. No que tange o controle do microclima corrosivo, as câmaras climatizadas
possibilitam a obtenção de excelentes resultados. Para os testes de tintas e
revestimentos os resultados encontrados ainda podem ser comparados com
diferentes sistemas protetivos, servindo como referência básica (DEFFLORIAN et. al.,
2008 e BAUKHM et. al., 2013).
Diversas metodologias e instruções técnicas normativas são aplicadas nos
testes realizados nas câmaras climatizadas. Destacam-se, portanto, os ensaios de
névoa salina (Salt Spray), 100% umidade, dióxido de enxofre (SO 2) e raios UV entre
os principais testes realizados em câmaras de corrosão.
67
Figura 14 - Circuito equivalente geral, proposto por BEAUNIER (Beaunier et. al., 1976), onde na
literatura Zf = Rp.
Assim, a expressão Z(ω) é composta por uma parte real e uma imaginária. No
gráfico de Nyquist Figura 17, a parte real é determinada pelo eixo Z (abscissa) e a
parte imaginária pelo eixo Y (ordenada). Verifica-se que no gráfico o eixo Y é negativo
e cada ponto sobre o gráfico Nyquist é a impedância de uma frequência.
Os dados de baixa frequência podem ser verificados no lado direito e os de alta
frequência no lado esquerdo. Essa condição é verdadeira para os dados de EIS onde
a impedância decai para o aumento da frequência. No gráfico de Nyquist a impedância
poder ser representada com um vetor de comprimento |Z|. O ângulo entre o vetor e o
eixo-x é (ф).
70
A tendência dos revestimentos é a formação do arco capacitivo com o aumento
do tempo de imersão, em função da penetração do eletrólito. Todavia, alguns
revestimentos apresentam a características de bloquear os poros formados durante a
imersão em solução. Dessa forma, a resistência do revestimento é recuperada e surge
uma nova reta, Figura 18-D, semelhante à formada no início do processo de
degradação do revestimento (BEAUNIER, et. al., 1976).
71
referência. O corpo de prova e o eletrodo de referência são inseridos em um meio o
qual se deseja investigar. A Figura 19 apresenta o diagrama de montagem dos
ensaios de potencial ao longo do tempo.
73
CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.1 Preparação
O pentóxido de Nióbio utilizado na pesquisa foi fornecido pela empresa AMG
Brasil. Foi disponibilizado uma fração de material do lote CNOX820 para a realização
dos testes em laboratório e produção da tinta epóxi-Nb2O5.
74
Figura 21 - ICP-OAS 8300 Optima - AMG Brasil.
75
Figura 22 - Microscópio eletrônico de varredura Hitachi e módulo EDS Bruker – LCM/UFSJ.
3.1.4 Granulometria
A análise granulométrica foi realizada utilizando a técnica de peneiramento no
centro de inovação tecnológica em compósitos (CITeC UFSJ). A mesa vibratória
modelo BT-001 SP labor juntamente com um conjunto de peneiras foram utilizados
nesse ensaio.
76
Figura 24- Amostra de Nb2O5.
Foram utilizadas sete peneiras com aberturas distintas entre si. As peneiras
foram montadas utilizando a sequência de maior abertura para a menor. A Tabela 16
apresenta as peneiras e as respectivas aberturas utilizadas na análise granulométrica.
3.1.5 TGA/DTA
Para verificação das características térmicas do Nb2O5, foram utilizadas duas
técnicas: A TGA (Thermogravimetric analises) e a DTA (Differencial thermal analysis).
A TGA é uma técnica quantitativa, onde se obtém um termograma que registra
a perda de massa da amostra em função da temperatura. A DTA por sua vez afere a
diferença de temperatura entre a Alumina, material inerte, e a amostra do pentóxido
de nióbio.
A principal função do acoplamento TGA-DTA é prover maior resolução em
temperaturas específicas nas quais a variação de massa é pequena e sucessiva a
outras perdas de massa deixando a visualização apenas pelo gráfico de massa por
temperatura, típico de TGA, muito difícil de ser interpretado.
77
Para verificar a perda de massa do pó de Nb2O5, 8 mg de massa das amostras
foram analisadas por TG no laboratório de Análise Térmica e Espectroscopia (LATES)
da UFSJ a uma taxa de aquecimento de 10°C/min com a faixa de temperatura de 30°C
até 1000°C em atmosfera de Nitrogênio.
79
50 X 75 mm x ¼’’ – MEV, Ultra micro
sem condutor dureza.
80
Figura 26 - Medidor de espessura seca Instrutherm ME-215.
81
equipamento Pull off Defelsko modelo positest AT-A. O ensaio foi realizado no
laboratório LCM/UFSJ, seguindo as recomendações da norma IS0-2624. A Figura 28
apresenta o equipamento utilizado e os respectivos dollys de 20mm de diâmetro.
3.3.1 Intemperismo
O ensaio de intemperismo foi realizado nas instalações industrias da empresa
AMG Brasil. Foram selecionados quatro ambientes na planta química onde foram
instaladas as estações de corrosão.
A tabela 19 apresenta as quatro estações de corrosão e as características de
exposição as condições de agressividade.
82
Interno¹. Exposto aos reagentes
Fábrica de Sais FSA
químicos. Ambiente muito úmido.
83
solução de NaCl a 5%, em uma temperatura de 35°C, com pH de 6,5. A solução de
cloreto de sódio foi nebulizada sobre as amostras durante um período de 3500 horas.
A cada 120 horas o ensaio era interrompido para reabastecimento da câmara e
verificação da integridade das películas. Foi utilizado a câmara de Salt Spray Equilam
modelo SS600E Figura 30, do laboratório de Corrosão e Materiais da Universidade
Federal de São João Del Rei.
84
Figura 31 - Ensaio montado na câmara de Salt Spray LCM/UFSJ.
85
Figura 32 - Câmara úmida KEQUM-300E LCM/UFSJ.
86
Tabela 20 - Soluções utilizadas no ensaio de potencial vs tempo.
Solução pH
20% H2SO4 0,15
40% H2SO4 0,87
3,5% NaCl 6,05
87
Figura 35 - Ensaio imersão total LCM/UFSJ.
88
Utilizou-se a célula eletroquimica atlas 200 x 100 mm em polimetil-
metacrilato (acrílico) com uma abertura de 1 cm² lateral para a exposição do corpo de
prova. Para os ensaios utilizando soluções de ácido sulfúrico foi utilizado a célula atlas
em polipropileno. A Figura 37 apresenta a célula eletroquÍmica Atlas, o corpo de prova
revestido como eletrodo de trabalho (WE), o eletrodo de calomelano saturado (ECS)
como eletrodo de referência e o eletrodo de platina como contra eletrodo (CE).
Figura 37 - Montagem das células para realização dos ensaios de impedância eletroquimica
LCM/UFSJ.
89
CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
90
Figura 38 – Análise visual de descontinuidades das películas. A) TNL100; B) TNL300; C)
TEC100
91
Figura 39- Microscopia eletrônica de varredura (MEV) (500X) 15KV. TNL100.
92
os pontos em que foram avaliados a composição química pontual utilizando a o
módulo EDS (Energy Dispersive Spectroscopy) do microscópio eletrônico de
varredura.
93
Tabela 21 - Composição química pontual (EDS) para Nióbio e Oxigênio das amostras TNL100 e
TNL300.
Ponto TNL100 % Nb e O TNL300 % Nb e O
1 77 84
2 74 82
3 83 72
4 91 72
5 84 78
keV
Figura 43 - EDS (energy dispersive x-ray detector) para amostra TNL.
94
A análise no EDS (energy dispersive x-ray detector), permite através da energia
liberada pelos elétrons mais externos dos elementos excitados, identificar quais
elementos estão presentes em uma verificação quase que pontual. Na figura 43 é
possível observar a presença de vários elementos como o titânio, tântalo e ferro.
Contudo, destaca-se a presença do Nb e O com os maiores números de contagem. A
Figura 44 apresenta a microscopia eletrônica de varredura para amostra TEC100,
revestida com tinta epóxi convencional.
95
Figura 45 - EDS para a tinta epóxi convencional
96
As espessuras superiores a 150 µm, alta espessura, são uma tendência no que
tange a proteção anticorrosiva em ambientes industriais, tendo em vista os benefícios
de agilidade na aplicação e secagem e redução dos custos.
Saint Claire (SANTOS, 2005) em seu trabalho utilizou revestimentos epóxi de
alta espessura, com medidas superiores a 250 µm, sendo a aplicação feita em uma
demão através de trincha. Vérges (VÉRGES, 2005) por sua vez utilizou esquemas de
pintura com epóxi convencionais tendo a função de primer, com espessuras médias
de 100 µm. No entanto, o esquema de pintura adotado foi complementado com outras
camadas de acabamento, atingindo espessuras superiores a 300 µm.
No presente trabalho as medidas foram feitas de acordo com a NBR10443-2008
(ABNT NBR 10443, 2008), que estabelece a realização de 12 medidas de espessura
seca. São eliminadas a menor e maior medida e assim realiza-se a média aritméticas
das 10 medidas restantes.
A tabela (22) apresenta as medidas de espessura seca dos três revestimentos
avaliados.
Tabela 22 - Medida de espessura seca dos revestimentos.
Espessura seca Média Desvio
Amostra
requerida (µm) (µm) padrão
TNL100 100 98,20 2,14
TNL300 300 309,00 4,53
TEC100 108 108,00 3,57
97
obtenção de uma película de qualidade, deve-se atentar bastante durante a aplicação
com fatores externos como: ventos, umidade, sol, perícia do aplicador, etc. Além
disso, a espessura do revestimento deve ser avaliada criteriosamente a cada camada
do revestimento aplicada.
Tabela 23 - Resultados da ultra micro dureza Vickers para as amostras TNL100, TNL300 e
TEC100.
Micro dureza Vickers (HV)
Amostra
Média Desvio padrão
TNL100 20,8 0,175
TNL300 16,5 0,262
TEC100 17,2 0,574
A amostra TNL100 apresentou o maior valor de micro dureza, 20,8 HV, sendo o
maior valor observado entre as amostras testadas. A amostra TEC100 atingiu 17,2
HV e a TNL300 16,5 HV.
Observa-se grande variação entre durezas das amostras da película epóxi-
Nb2O5 com 100m e 300m de espessura seca. A amostra 300m de espessura
apresentou dureza 21% menor em relação a de 100m. Assim, para as tintas epóxi-
Nb2O5 verifica-se que o aumento da espessura da tinta, dentro dos limites
estabelecidos no boletim técnico do produto, promoveu a redução em sua dureza.
Korsunsky (KORSUNSKY et. al., 1998) revela que a ultra microdureza é
influenciada diretamente pelo tipo do substrato metálico, pré-carga de realização dos
ensaios e características da película.
Haja vista a similaridade entre os revestimentos, tendo a variação apenas na
espessura. Pode-se inferir que a redução da dureza é um indicio do enfraquecimento
98
das ligações químicas existentes entre os pigmentos e a matriz polimérica, devido ao
aumento da espessura e distanciamento do substrato.
Chicot (CHICOT et al.,1995) obteve em seu trabalho maiores valores de dureza
para as tintas com espessura menores. Ele destaca ainda que o resultado obtido pode
ser tanta consequência da influência das propriedades do filme, como também do
substrato metálico mais próximo para os maiores valores de dureza.
Sato (SATO, 1980), avaliou em seu trabalho a micro dureza Vickers dos
revestimentos com diferentes espessuras, obtendo maiores valores de dureza para
os revestimentos com menor espessura.
A amostra TNL100 apresentou valores 17% superiores aos obtidos na película
TEC100, ambos com a mesma espessura. Ambas as amostras TNL100 e TEC100
apresentam a mesma espessura, substratos e preparação de superfícies idênticas. A
diferença está entre as qualidades dos filmes devido à presença de pigmentos,
aditivos e outros componentes presentes no corpo da tinta.
Esses resultados indicam grande probabilidade das características da película
estarem influenciando nos resultados de micro dureza, em específico, as ligações
existentes na matriz polimérica que influencia na deformação superficial.
Zosel (ZOSEL,1980), considera que as propriedades mecânicas nos
revestimentos, em especial a dureza, estão intimamente relacionadas com estrutura
molecular das películas após a sua secagem completa.
Quintela (QUINTELA et. al., 2001), investigou a micro dureza de tintas epóxi
comerciais utilizadas como proteção anticorrosiva na indústria. Foram verificados
valores de micro dureza que variaram de 14,0 HV a 20,8 HV, estando dentro da faixa
comum de dureza para tintas epóxi convencionais.
Para Quintela (QUINTELA et. al., 2001), a qualidade da preparação da superfície
não interferiu nos resultados obtidos. A variação dos valores de microdureza foi
relacionado com as características e propriedades específicas de cada tipo de tinta.
A presença de pigmentos e aditivos no corpo da tinta possui influência direta nas
propriedades mecânicas das películas, sendo em diversos casos utilizadas para
aumentar a dureza, flexibilidade, resistência a tração, entre outros. (CHICOT et
al.,1995)
Schawalm (SCHWALM et. al., 1997) estudou várias películas de alta dureza,
compostas por resina epóxi e elementos variados, obtendo durezas que variaram de
99
10HV até 204HV. Esses expressivos resultados são influenciados pela presença de
acrilatos na composição do revestimento. Iost (IOST et. al., 2003), avaliou a ultra micro
dureza de tintas orgânicas utilizadas para proteção anticorrosiva marinha, e obteve
resultados elevados de dureza, alcançando a dureza de 50HV em algumas películas
em função da presença de pigmentos.
No presente trabalho, em nenhuma das amostras ensaiadas, foram observadas
deformações excessivas ao redor da indentação ou trincas em decorrência da força
aplicada sob o revestimento. Nesse caso, pode-se afirmar que ambos os tipos de
revestimentos apresentam boa flexibilidade e plasticidade para as aplicações
convencionais de proteção anticorrosiva de equipamentos e estruturas industriais. A
avaliação completa da flexibilidade do revestimento pode ser verificada através da
ASTM D4145 (ASTM D4145, 2009), que estabelece os critérios necessários para os
testes de flexibilidade e adesão em revestimentos.
A figura 46, apresenta dois tipos de indentações obtidas em tintas flexíveis e
frágeis.
Figura 46 - Indentações micro dureza Vickers A) Indentação perfeita (JONSSON et. al., 1984 . B)
Indentação com trincas e deformações (QUINTELA et. al., 2001).
Schawalm (SCHWALM et. al., 1997) reitera que a obtenção de tintas com valores
elevados de dureza favorece a sua resistência a avarias como arranhões e
perfurações na película. Entretanto, é importante avaliar a dureza para cada aplicação
do revestimento, pois quanto maior a dureza, maior também será a fragilidade e menor
a flexibilidade da película, muito importantes em aplicações específicas.
100
Para Quintela (QUINTELA et. al., 2001) a fragilidade da película pode ser
verificada através das indentações durante o teste de dureza. A micro dureza em
películas de grande fragilidade gera indentações com trincas nas suas extremidades,
conforme apresentado na figura 46.
4.1.3.2 Teste de Resistência a Tração (Pull off)
A Tabela 24 apresenta os valores médios de resistência a tração, obtidos através
do teste pull off, realizado nas amostras TNL100, TNL300 e TEC100 antes da
realização dos ensaios eletroquímicos, em conformidade com a norma ASTM 4541-
09.
Tabela 24 - Valores médios de resistência a adesão (Pull off) de espessura seca das amostras
TEC100, TNL100 e TNL300.
Média Desvio
Amostra
MPa Padrão
TNL100 4,75 1,11
TNL300 5,14 1,12
TEC100 6,10 1,12
101
as tintas epóxi compostas por fosfatos em sua formulação obtendo uma faixa de
resistência a tração de 2,1MPa a 4 MPa. Nesse sentido, verifica-se que os resultados
obtidos, que variaram entre 4,75 MPa e 6,1 Mpa foram ligeiramente superiores aos
encontrados na literatura para as tintas epóxi.
Ressalta-se, porém, que os resultados obtidos são influenciados pelo tipo de
falha que ocorre durante a realização do teste Pull off. Essas falhas podem ser
adesivas ou coesivas. No caso da falha adesiva ela acontece em duas situações: A
primeira quando a película é inteiramente destacada do substrato metálico ou quando
a tinta é parcialmente removida. A falha coesiva por sua vez ocorre quando a tinta não
destacada do substrato, com o rompimento ocorrendo dentro da própria camada de
tinta.
A tabela (25) apresenta a classificação estabelecida pela normativa ISO 4624(
(ISO 4624 , 2002) para as falhas do revestimento durante a realização dos testes de
pull off.
Tabela 25 - Classificação de falhas durante o teste de adesão Pull off - Adaptada ISO4624.
Tipo Natureza da Falha
A Falha coesiva do substrato
Falha adesiva entre o substrato
A/B e a primeira camada do
revestimento.
B Falha coesiva da película
Y Falha coesiva do adesivo
Falha adesiva entre a última
-Y
camada e o adesivo
Falha adesiva entre o adesivo e
Y/Z
o carretel
Após a realização dos ensaios foi feita a análise macroscópica da região da falha
do revestimento. A Figura 47 apresenta os resultados obtidos nos testes de resistência
a adesão pull off.
102
Figura 47 - Resultado do teste de adesão Pull off. A) TNL100; B) TNL300; C) TEC10
103
Tabela 26 - Composição química pentóxido de nióbio.
Elemento %Nb2O5 %Fe %P %Si %Ta %Ti
Composição 99,9 0,010 <0,008 <0,004 <0,003 <0,001
química
104
Figura 49 – Microscopia eletrônica de varredura do Nb2O5 aumento de 1000X.
105
Nas figuras 48 e 49 observa-se que partículas de Nb2O5 em pó apresentaram
grande similaridade em sua morfologia. Verificam-se formatos irregulares, alongados
em suas extremidades, com uma forte tendência para a formação esférica. Em
algumas partículas é possível visualizar também o surgimento de pequenos
aglomerados
Mariano (MARIANO,2011), destaca que o pó de pentóxido de nióbio é formado
por partículas esféricas com superfície porosa. Essaa morfologia é mais favorável
para obtenção de revestimentos de boa qualidade depositados por aspersão térmica
a chama, devido à maior área superficial total exposta ao calor da chama produzida
durante o processo.
Para Júnior (JÚNIOR, 2011), as partículas de Nb2O5 apresentam formato
esférico formado por diversos aglomerados em sua composição. Ele ainda ratifica a
morfologia irregular que beneficia o processo de aspersão térmica, haja vista a maior
área superficial exposta.
Durante a produção de tintas o formato irregular do pigmento, com maior área
superficial, não promove nenhum benefício paras as tintas. Entretanto, para o
processo de produção das tintas, a granulometria afeta diretamente na produtividade,
mais precisamente no tempo de moagem da tinta e pigmentos. Nesse sentido,
pigmentos menores são desejáveis, pois reduzem o tempo de moagem.
30
40
50
60
70
80
90
100
107
A análise de TGA é uma técnica quantitativa, onde se obtém um termograma
que registra a perda de massa da amostra em função da temperatura. A figura 52
apresenta a curva de TGA indicando uma perda de massa de 0,11 mg para a amostra
de Nb2O5 com a variação de temperatura de 0 a 1000°C.
O DTA (Differencial thermal analysis) por sua vez afere a diferença de
temperatura entre a Alumina, material inerte, e a amostra do pentóxido de nióbio
avaliado. Observa-se na figura 52 que a curva apresenta um pico característico de
processo exotérmico na temperatura de 700°C. Ou seja a amostra liberou um pico de
calor, mantendo a temperatura superior ao da amostra de referência, alumina. Para
Azevedo (AZEVEDO, 2010), esse pico pode representar alterações na amostra como
cristalização e solidificação. Melo (MELO, 2001), destaca que geralmente pode-se
dizer que fusão, ebulição, desidratação, redução produzem reações endotérmicas,
enquanto transições de fase e oxidação produzem efeitos exotérmicos.
4.3.1 Intemperismo
Os ensaios de intemperismo são muito úteis na avaliação da resistência a
corrosão de revestimentos em ambientes industriais, fornecendo bons resultados a
médio e longo prazo.
A tabela 28 apresenta as características referentes aos microclimas das quatro
estações de corrosão instaladas na planta química da empresa AMG Brasil.
108
1- Interno: Ambiente interno ao galpão, sem exposição ao sol, chuva e outras intempéries
relacionadas ao tempo.
2- Externo: Ambiente externo ao galpão, exposto ao sol, chuva e intempéries relacionadas ao
tempo.
3- Reagentes químicos: Atmosfera com presença de flúor, sulfatos e cloretos oriundos dos ácidos
fluorídrico, sulfúrico e clorídrico.
109
Os três componentes citados: ácido fluorídrico, sulfúrico e clorídrico, em contato
com o ferro promovem a dissociação ativa do metal, ou seja, atacam agressivamente
o ferro promovendo a corrosão e perda das suas propriedades estruturais.
As reações abaixo apresentam o processo de corrosão entre o ferro e os
reagentes utilizados no processo produtivo.
a) Ácido Sulfúrico
H2SO4(aq) + Fe(s) FeSO4(s) + H2(g) (14)
b) Ácido Clorídrico
2Fe(s) + 6HCl(aq) 2FeCl3(s) + 3H2(g) (15)
c) Ácido fluorídrico
HF(aq) + Fe(s) FFe2(s) + H2(g) (16)
110
A Figura 54 apresenta as amostras não revestidas submetidas às intempéries
das quatro estações de corrosão, conforme descritos na Tabela 29. Os corpos provas
foram confeccionados em aço SAE 1020, sem tratamento superficial prévio, expostos
por um período de 18 meses nas quatro atmosferas agressivas.
A B C D
Ácido fluorídrico
HF(aq) + Fe(s) FFe2(s) + H2(g) (19)
112
Tabela 30 - Comparativo entre os resultados de intemperismo das amostras não revestidas
expostas por 18 meses, com a norma ISO8501-1.
Estação Grau de
Norma Corpos de provas
de corrosão
ISO 8501-1 Intemperismo AMG
Corrosão Apresentado
DNI D
DSA C
PNI A
FSA B
Figura 55 – Comparativo entre as concentrações dos ácidos HF, H2SO4, HCl nas estações de corrosão.
114
agressividade do ambiente DNI seguido pelos ambientes DSA, FSA e PNI
respectivamente.
Concomitantemente a avaliação dos microclimas das estações de corrosão, a
resistência anticorrosiva da tinta epóxi pigmentada com o pentóxido de nióbio, Nb2O5,
foi investigada.
A Tabela 31 apresenta a nomenclatura e as respectivas estações de corrosão
das amostras revestidas com tinta epóxi-Nb2O5, avaliadas por um período de 18
meses na planta química da empresa AMG Brasil.
A B C D
Figura 55 - Amostras revestidas com tinta epóxi-Nb2O5 expostas por 18 meses. A) TNL300-
DNI; B) TNL300-DSA; C) TNL-PNI; D) TNL-FSA
115
corrosivo. A análise da degradação dos revestimentos é feita com base em normas e
padrões internacionais, sendo as principais estabelecidas em: ASTM714-09 (ASTM
714-09 (ASTM 714-09, 2009) que avalia o grau de empolamento do filme; ASTM
D661-11 (ASTM D661-11, 2011) grau de fissuração; ASTM 772-11 (ASTM 772-11,
2011) grau de descamação; ASTMD610-08 (ASTM D610-08, 2012) grau de
enferrujamento. Verificam-se também na literatura outras normas com aplicação
semelhantes, como a ISO NP EN ISO 4628-2005 (ISO 4628-05, 2005).
Após 18 meses de exposição nos quatro ambientes especificados, verificou-se
que não houve quaisquer indícios de falhas nos revestimentos ou a incidência do
processo corrosivo nos corpos de provas investigados.
A amostra TNL300-DNI submetida às intempéries do ambiente DNI,
notoriamente o mais agressivo, conforme indicado na tabela 29, permaneceu com a
sua estrutura inalterada. Não foi verificada na superfície exposta a incidência do
processo corrosivo. Houve uma modificação na tonalidade do filme, em função da
presença de materiais (oriundos do processo produtivo) sobrepostos na superfície do
CP, conforme apresentado na Figura 56.
116
A amostra TNL300-PNI não teve nenhuma alteração em suas características
durante a realização do teste de intemperismo. A sua cor e brilho permaneceram
inalteradas, e não se verificou a corrosão na superfície do CP. Ressalta-se que não
houve a presença de materiais sobrepostos a superfície das amostras nesses
ambientes.
Os bons resultados apresentados pelo revestimento epóxi-Nb2O5 é
consequência das propriedades anticorrosivas do pigmento de pentóxido de nióbio,
inerte quimicamente na maioria dos meios. A Figura 57 apresenta o diagrama de
Pourbaix (E x pH) para o sistema Nb-H2O (POURBAIX, 1974).
117
pentóxido de nióbio (Nb2O5) é de fato um óxido inerte, ou seja, ele não se solubiliza
em grande parte dos meios conhecidos.
Carvalho (CARVALHO, 2004) estudou esse óxido aplicado por aspersão térmica
na superfície do metal, sem a presença da resina, e constatou a proteção anticorrosiva
conferida por esse óxido nos meios agressivos das indústrias petroquímicas.
A única alteração das propriedades durante os testes de intemperismo foi
verificada na amostra TNL300-DSA, em que se observou a perda de brilho e
modificação na tonalidade da película. Nesse ambiente, pode-se constatar que a
alteração no brilho e cor está relacionada a exposição contínua dessa amostra aos
raios UV. Não ocorreu depósito de materiais sobre a superfície da amostra nesse
microclima.
Segundo Hamad (HAMAD, 2013 ), a maioria das formulações de tintas epóxi são
afetadas pela exposição aos raios UV, particularmente na presença de ar. Podem ser
observadas modificações químicas nas tintas epóxi que promovem mudanças nas
características físicas e mecânicas, como: dureza, resistência mecânica, cor e brilho.
Batista (BATISTA, 2004) destaca ainda que o brilho é uma propriedade relacionada a
superfície do revestimento, e a redução de sua intensidade é resultado de alterações
na estrutura química e mudanças na morfologia superficial. Malshe (MALSHE et. al.,
2004), afirma que a degradação da tinta epóxi por exposição aos raios UV,
denominada de calcinação, é consequência da presença da porção aromática e
secundariamente do grupo hidroxila presente em sua cadeia. Kotnarowska
(KOTNAROWSKA, 1999) em seu trabalho apresenta resultados que expressam
perdas das propriedades mecânicas de dureza e resistência mecânica da tinta epóxi
exposta a raios UV e em meios de alta agressividade.
Nesse sentido, foram aferidas as espessuras médias do revestimento antes e
após a realização do teste de intemperismo, conforme apresenta a Tabela 32. As
propriedades mecânicas de dureza e adesão também foram avaliadas para todas as
respectivas amostras.
118
Tabela 32 – Espessuras médias das amostras antes e após 18 meses de exposição na planta
química AMG Brasil.
Tempo de exposição
Amostra Inicial 18 (meses)
Espessura (m)
TNL300-DNI 301 297
TNL300-DSA 310 307
TNL300-PNI 299 301
TNL300-FSA 302 304
Tabela 33 – Ultra micro dureza vickers das amostras TNL300 antes e após 18 meses de
exposição nas estações de corrosão.
Tempo de Ultra micro dureza
Amostra
exposição Vickers (HV)
Inicial -
Antes da TNL300 16,53
exposição
TNL300-DNI 16,85
TNL300-DSA 16,61
18 meses
TNL300-PNI 16,31
TNL300-FSA 16,24
Observa-se que a ultra micro dureza não apresentou grandes variações após a
exposição nas respectivas estações de corrosão. Nesse sentido, é possível afirmar
que após 18 meses de exposição nos microclimas da unidade fabril, a tinta TNL300
manteve a sua dureza inalterada.
119
A resistência à tração também foi verificada antes e após a realização dos testes,
através do ensaio de Pull off, em conformidade com a ASTM D 4541(ASTM
D4441,2009). A Tabela 34 apresenta os respectivos resultados.
Tabela 34 - Teste de resistência a tração Pull off das amostras TNL300 antes e após 18 meses
de exposição nas estações de corrosão.
Tempo de Resistência a tração
Amostra
exposição Pull off (MPa)
TNL300-DNI 5,16
TNL300-DAS 5,13
18 meses
TNL300-PNI 5,15
TNL300-FSA 5,13
120
Visando verificar a estrutura microscópica das películas foi realizada a
microscopia eletrônica de varredura antes e após o ensaio de intemperismo, como
apresentado nas Figuras 58 e 59.
121
Figura 59 - Microscopia eletrônica de varredura (MEV) (1000X) 15KV após 18 meses de
exposição. A) TNL300-DNB, B) TNL300-DSA, C) TNL300-PNI, D) TNL300-FSA.
Após a exposição por 18 meses nas quatro estações de corrosão foi realizada a
microscopia eletrônica de varredura para verificar a estrutura microscópica dos
corpos-de-prova. Em nenhuma das amostras foi verificado alteração das
características estruturais originais da película, representada pela figura 59. Não foi
observado também a ocorrência de nenhum micro porosidade ou trincas na película
em decorrência da exposição durante o ensaio de intemperismo.
Assim, tendo em vista os resultados do teste de intemperismo, a tinta epóxi-
Nb2O5, mostra-se como uma excelente alternativa de proteção anticorrosiva para as
estruturas das indústrias químicas, que operam com a presença ácidos sulfúrico,
fluorídrico, cloretos, entre outros. Após a exposição por 18 meses nessas condições
de alta agressividade, as propriedades mecânicas e anticorrosivas da película epóxi-
Nb2O5 mantiveram-se inalteradas. A estrutura microscópica do revestimento também
permaneceu com as suas características originais.
Na empresa AMG, verifica-se que todas as estruturas e equipamentos utilizados
na planta química são protegidas da corrosão com a tinta epóxi convencional. Após
avaliação das ordens de serviço de manutenção da empresa nos últimos anos, foi
possível observar que o revestimento recebe manutenção após seis meses de
122
exposição nas áreas de maior criticidade como é o caso da digestão de nióbio, e
repintura completa após doze meses.
Assim, em análise comparativa meramente qualitativa, entre o revestimento
epóxi-Nb2O5 e a tinta epóxi convencional, verifica-se a viabilidade técnica e financeira
da utilização das tintas epóxi pigmentadas com Nb2O5 na planta industrial da AMG
Brasil. A tabela 35 apresenta a análise comparativa entre os revestimentos.
4.3.2 Câmaras
123
Figura 60 - Resultados do ensaio de névoa salina após 2500 horas. Amostras TNL100, TNL300
e TEC100.
124
Figura 61 - Resultados do ensaio de névoa salina após 2500 horas. Amostras TNL100, TNL300
e TEC100 com incisão em X.
Após 2500 horas submetidas a atmosfera salina todos os corpos de provas foram
atacados na região da incisão, com graus diferentes de intensidade.
A amostra TNL100 apresentou alto grau de corrosão nas regiões das incisões,
superfícies desprotegidas. No entanto, verifica-se que a corrosão não afetou as
regiões protegidas pela película. Ou seja, a corrosão não se propagou na superfície
do revestimento. Portanto, não houve descamação ou trincas do revestimento nas
regiões próximas da incisão. Observa-se que as extremidades dos corpos de provas
sofreram leve ataque corrosivo.
De forma similar a amostra TNL300 também sofreu ataque corrosivo intenso nas
regiões das incisões, entretanto, em grau levemente inferior a amostra TNL100. Não
foram verificadas evidencias da corrosão, bolhas, descamação ou trincas na película.
Assim, o processo corrosivo na região da incisão não influenciou nas características
da película. A amostra TNL300 permanece com o brilho e tonalidade originais.
A amostra TEC100 foi a que sofreu o mais severo ataque na região da incisão.
Entretanto, o processo corrosivo também não se propagou para região protegida pela
película. Nesse sentido, não foram verificadas bolhas, descamação ou trincas no
revestimento. Verificou-se uma perda ligeira de brilho e tonalidade, e corrosão leve
nas extremidades dos corpos de provas.
125
A Figura 62 apresenta os resultados obtidos após 2500 horas no teste de 100%
umidade para as amostras TNL100, TNL300 e TEC100, conforme ASTM 2247 (ASTM
D2247, 2015).
Figura 62 - Resultados do 100%% umidade após 2500 horas. Amostras TNL100, TNL300 e
TEC100.
No teste 100% umidade, definido pela ASTM D2247 (ASTM D2247, 2015) , as
amostras permaneceram por 2500 horas inseridas na atmosfera úmida. Após a
realização dos testes foi verificado o empolamento de todas as amostras avaliadas,
diferindo-se entre as amostras, em tamanho e densidade de distribuição nas
superfícies.
O empolamento é definido pela NBR 15156-04 (ANBT NBR 15156-04, 2004)
como um defeito estrutural na película de uma tinta, caracterizado pelo surgimento de
saliências que variam em tamanho e intensidade, comprometendo a performance do
sistema de pintura.
A amostra TNL100, de acordo com ASTM D714 (ASTM 714-09, 2009),
apresentou o empolamento médio de tamanho 4. Não foram verificadas outras
evidencias do processo corrosivo na superfície da película. O revestimento manteve
o seu brilho e tonalidade originais.
Na amostra TNL300 também foi verificado o empolamento na superfície da
película. Não obstante, as bolhas apresentaram densidade menor. Observa-se que as
bolhas possuem tamanho 4 com baixa frequência de ocorrência. A película manteve-
se inalterada após o ensaio, não sendo verificado a ocorrência de descamação,
trincas, e modificações no brilho e tonalidade.
126
A amostra TEC100 apresentou bolhas em toda a superfície da película. Em
análise com a norma ASTM D714 (ASTM 714-09, 2009), verifica-se que o
empolamento foi médio com bolhas de tamanho 4. Não foram verificadas evidencias
do processo corrosivos, ou outros tipos de falha nos corpos de provas.
Figura 63 - Resultados do 100%% umidade após 2500 horas. Amostras TNL100, TNL300 e
TEC100 com incisão em X (ASTM 2247).
128
100% Umidade Empolamento baixo, Empolamento baixo, Empolamento médio,
ASTM D2247 – com tamanho 2 na incisão. tamanho 4. Sem tamanho 4. Sem
incisão Empolamento médio, outras falhas no outras falhas no
tamanho 4 em outras restante do CP. restante do CP.
áreas. Sem outras
falhas no restante do
CP.
0
-50
-100
Potencial (ECS) mV
-150
TNL100
-200
TNL300
-250
TEC100
-300
-350
-400
-450
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
Tempo (Horas)
Figura 64 - Curva potencial VS tempo das amostras TNL100, TNL300 e TEC100 na solução de
20%H2SO4.
Verifica-se que o potencial em circuito aberto para a solução de 20% H2SO4 teve
uma tendência catódica mais evidenciado na amostra TNL300, ou seja, ocorreu uma
queda no potencial com o passar do tempo até a sua estabilização. Nas amostras
TNL100 e TEC100 houve também uma ligeira queda no potencial, entretanto de forma
mais suave tendo em vista a penetração do eletrólito de forma imediata na película.
A tabela 37 apresenta os tempos e valores de potencial (Eocp) até a sua
respectiva estabilização.
129
Tabela 37 - Potencial e tempo de estabilização de potencial das amostras na solução de 20%
H2SO4.
Potencial Tempo para
Solução Amostra estabilização estabilização do
(mV) potencial (horas)
TNL100 -418 1632
TNL300 -400 1846
H2SO4
TEC100 -414 648
20%
Aço
-404 96
1020
130
0
-50
-100
Potencial (ECS) mV
-150
-200 TNL100
-250
TNL300
-300
TEC100
-350
-400
-450
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
Tempo (Horas)
Figura 65 - Curva potencial vs tempo das amostras TNL100, TNL300 e TEC100 na solução de
40%H2SO4.
O potencial em circuito aberto para a solução de 40% H2SO4 teve também uma
tendência catódica acentuada na amostra TNL300, ou seja, ocorreu uma queda no
potencial com o passar do tempo até a sua estabilização. As amostras TNL100 e
TEC100 também apresentam ligeira queda no potencial ao longo do tempo.
A Tabela 38 apresenta os tempos e valores de potencial (Eocp) até a sua
respectiva estabilização.
131
Aço
-393 432
SAE1020
132
0
-100
-200
Potencial (ECS) mV
-300
TNL100
-400 TNL300
TEC100
-500
-600
-700
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Tempo (horas)
Figura 66 - Curva potencial vs tempo das amostras TNL100, TNL300 e TEC100 na solução de
3,5% NaCl.
O potencial em circuito aberto para a solução de 3,5% NaCl teve também uma
tendência catódica em todas as amostras, ou seja, ocorreu uma queda no potencial
com o passar do tempo até a sua estabilização. O Eocp iniciou em valores mais nobres
e ao longo do tempo ele diminuiu para valores mais negativos.
A Tabela 39 apresenta os tempos e valores de potencial (Eocp) até a sua
respectiva estabilização.
133
Aço SAE
-649 384
1020
134
4.3.4 Imersão Total
A Tabela 40 apresenta o potencial em circuito aberto (Eocp) e o tempo de imersão
até o surgimento de falhas. O potencial em circuito aberto foi monitorado durante o
teste de imersão total em solução de 20% H2SO4, na temperatura de 32°C, de acordo
com a ASTM D1308 (ASTM D1308 , 2013)
.
Tabela 40 - Potencial e tempo de estabilização de potencial das amostras na solução de 20%
H2SO4.
Potencial Tempo até o
Tempo de
circuito início da falha
Solução Amostra ensaio
aberto Eocp (horas)
(horas)
(mV)
TNL100 -418 Sem Falhas Sem falhas
20%
H2SO4 TNL300 -400 Sem falhas Sem falhas
TEC100 -414 480 732
135
comportamento do revestimento de epóxi-Nb2O5 em imersão na solução de 20%
H2SO4.
A amostra TEC100 não apresentou o mesmo comportamento das amostras
TNL. Após 480 horas de ensaio surgiram bolhas na película de baixa frequência e
tamanho 4, conforme ASTM D714 (ASTM 714-09, 2009). Na sequência apareceram
algumas trincas e foi observado a descamação do revestimento. O teste foi
interrompido com 732 horas, sendo identificado o processo acelerado de corrosão do
substrato sob a película.
Figura 68 - Amostra TEC100 após 732 horas de imersão em solução de 20% H2SO4
136
O potencial em circuito aberto de todas as amostras avaliadas, variaram de -390
mV até -397 mV. Esses valores se aproximaram do Eocp para o aço sem revestimento
na respectiva solução, que foi de -391 mV.
Figura 14 – Amostra TEC100 após 768 horas de imersão na solução de 40% H2SO4.
Após 3000 horas de imersão em solução de 3,5% de NaCl, não foram verificadas
quaisquer evidencias de alterações nas características das amostras TNL100,
TNL300 e TEC100 durante a inspeção visual. Os revestimentos permaneceram
inalterados, apresentando, portanto, um bom comportamento em imersão para a
solução de 3,5% NaCl.
139
Figura 71 – Diagrama de Nyquist revestimentos epóxi em solução 20% H2SO4
140
Tabela 43 - Valores de impedância para as amostras em solução de 20% H2SO4, na frequência
de 0,01Hz.
141
Figura 73 – Diagrama de impedância Bode fase em solução de 20% H2SO4.
Na Figura 73, diagrama de ângulo de fase de Bode, observa-se que nas regiões
de alta frequência todas as amostras se aproximaram do ângulo de 90°. Com o
aumento do tempo de imersão, para baixas e médias frequências as amostras
TEC100 e TNL100 apresentaram ângulos próximos de 50° e 60° respectivamente,
sugerindo modificações em decorrência da aceleração nos processos de transferência
de cargas na interface da película e solução. A amostra TNL300 por sua vez manteve-
se constante próximo de 90° indicando a manutenção das características iniciais
resistivas da película protetora.
Esses resultados corroboram com os obtidos nos testes eletroquímicos de
imersão e potencial vs tempo, indicando um melhor comportamento protetor
anticorrosivo da amostra TNL300 em solução de 20% H2SO4.
As Figuras 74,75 e 76 apresentam os resultados das impedâncias
eletroquímicas realizadas nas amostras TNL100, TNL300 e TEC100, em solução de
40% H2SO4.
142
Figura 74 - Diagrama de Nyquist revestimentos epóxi em solução 40% H2SO4
143
TEC100 0,01 3,007E9 2,791E9 4,103E9
Verifica-se que em solução de 40% H2SO4 nas regiões de alta frequência (1KHz
a 100 KHz) as amostras apresentaram comportamento muito similar, com impedância
da ordem de 10 k. Para as regiões de baixa frequência (0,01 Hz A 1Hz) as amostram
TNL300 e TEC100 apresentaram valores de impedância ligeiramente superiores a
amostra TNL100. Esses resultados implicam na capacidade mais resistivas das
amostras TNL300 e TEC 100, em relação a amostra TNL100, o que contradiz os
ensaios eletroquímicos de imersão total e potencial vs tempo, em que a amostra
TNL100 apresentou melhor capacidade protetiva em relação a TEC100.
144
Figura 76 - Diagrama de impedância Bode fase em solução de 40% H2SO4
O diagrama de impedância bode fase para a solução de 40% indica que para as
regiões de alta frequência (1KHz a 100 KHz) as amostras TNL100 e TNL300 o ângulo
de fase se aproximou de 90°. Quando verificamos as regiões de baixa frequência, no
entanto, somente a amostra TNL300 se manteve constante, o que sugere a
manutenção da resistividade da película para essa solução. As amostras TNL100 e
TEC100 por sua vez teve ângulos de próximo a 40°, sendo diferente dos ângulos nas
altas frequências, o que indica a aceleração dos processos de transferência de carga
na interface entre película e eletrólito.
As Figuras 77,78 e 79 ilustram os resultados das impedâncias eletroquímicas
realizadas nas amostras TNL100, TNL300 e TEC100, em solução de 3,5% NaCl.
145
Figura 77 - Diagrama de Nyquist revestimentos epóxi em solução 3,5% NaCl
Na Figura 77, nas soluções de 3,5% NaCl, é possível observar a ligeira tendência
na formação de um único arco capacitivo em todas as amostras. Esses resultados
indicam que desde o início da imersão ocorre a passagem de eletrólito pela película
atingindo o substrato, com a formação de óxidos na interface metal/revestimento. De
forma antagônica, Miranda (Miranda, 2008) identificou através dos ensaios de
impedância eletroquimica em solução de cloreto de sódio, que a película epóxi-Nb2O5
se manteve impermeável durante a realização dos testes.
A Tabela 45 apresenta os valores de impedância obtidas no diagrama de Nyquist
para a frequência mínima de teste em solução de 3,5% NaCl.
146
TEC100 0,0099 4,126E9 6,524E9 8,014E9
Nas regiões de alta frequência (1KHz a 100 KHz) as amostras TNL300 e TNL100
possuíram os maiores valores para as componentes imaginaria e real da impedância
com valores de em torno de 10K. A amostra TEC100 apresentou valor ligeiramente
inferior. Nas regiões de baixa frequência as amostras TNL300 e TNL100 novamente
apresentaram os maiores valores de impedância, indicando a maior característica
capacitiva para essas amostras nessa solução.
147
Figura 79 - Diagrama de impedância Bode fase em solução de 3,5% NaCl.
No diagrama de bode fase, verifica-se que nas regiões de alta frequência e baixa
frequência os ângulos de todas as amostras mantiveram-se constantes e próximos de
90°, sugerindo a manutenção do poder capacitivo das películas protetoras nessa
solução.
A partir dos resultados observados nos diagramas de Nyquist e Bode, pode-se
verificar que nas soluções de H2SO4, a amostra TNL300 apresentou o melhor
comportamento protetor, possuindo a propriedade de barreira perfeita. As amostras
TNL100 e TEC100 possuíram a ligeira tendência na formação de um arco capacitivo
o que sugere a permeação do eletrólito na película. Para a solução de NaCl todas
amostras apresentaram-se permeáveis ao eletrólito, conforme indicado no início de
formação do arco capacitivo no diagrama de Nyquist.
Em uma associação direta dos resultados obtidos na espectroscopia de
impedância eletroquimica com os obtidos nos ensaios de imersão total, potencial vs
tempo e corrosão, podemos constatar a dualidade protetora das tintas epóxi-Nb2O5,
atuando como proteção por barreira e inibidora dos processos corrosivos, por meio do
pigmento de pentóxido de nióbio. Ressalta-se, porém, que a amostra TNL300
apresentou comportamento superior nos ensaios de corrosão, quando comparada
com as demais amostras. Salienta-se que os ensaios de EIE ratificam os resultados
obtidos nos demais testes de corrosão, sendo importante ferramenta na investigação
de resistência a corrosão de tintas.
148
4.3.6 Espectroscopia de Impedância eletroquímica – Ajustes com circuitos
equivalentes
Os circuitos equivalentes propostos foram ajustados em conformidade com os
resultados de espectroscopia de impedância eletroquimica, para as soluções de
20%H2SO4, 40%H2SO4 e 3,5% NaCl. Os ajustes realizados utilizaram o elemento de
fase constante (CPE) para a dupla camada elétrica e para a interface substrato
metálico-película. A figura 80 apresenta o circuito equivalente proposto em que Re
representa a resistência da solução, CPE1 a capacitância da camada, mas externa do
filme passivo e R1 a resistência a transferência de cargas da região dos processos
entre a interface da película e o eletrólito. Os elementos CPE 2 e R2 correspondem a
capacitância e a resistência da interface substrato metálico e película (VÉRGES,2005;
ROLON,2005; SILVA,2006).
Figura 80 - Circuito equivalente proposto para ajuste dos dados experimentais na EIE nas
amostras TNL100, TNL300 e TEC 100 nas soluções de 20% H2SO4, 40% H2SO4 e 3,5% NaCl.
Silva (SILVA, 2006), destaca que a análise dos EIE em revestimentos deve se
limitar para aqueles que apresentam comportamentos clássicos de impedância. Os
gráficos de Nyquist apresentados anteriormente para todas as amostras se
aproximam de comportamentos clássicos de impedância, podendo assim ser
verificado pelo ajuste de circuito equivalente. Contudo, essa afirmativa seria
efetivamente confirmada com análises em tempos superiores as realizadas no
presente trabalho.
149
A Tabela 46 apresenta os resultados da análise do circuito equivalente realizada
no software Nova 1.11 para as amostras TNL100, TNL300 e TEC em solução de 20%
H2SO4.
Tabela 46 - Resultado dos parâmetros obtidos no ajuste nos componentes do circuito
mostrados na figura 80, em solução 20% H2SO4.
Re CPE1 R1 CPE2 R2
(Ωcm2) (μFcm-2) (kΩcm2) (μFcm-2) (kcm2)
TNL100 140 381 18100 484 19560
150
Tabela 47 - Resultado dos parâmetros obtidos no ajuste nos componentes do circuito
mostrados na figura 80, em solução 40% H2SO4.
Re CPE1 R1 CPE2 R2
(Ωcm2) (μFcm-2) (kΩcm2) (μFcm-2) (kcm2)
TNL100 95 286 10200 525 9600
Re CPE1 R1 CPE2 R2
(Ωcm2) (μFcm-2) (kΩcm2) (μFcm-2) (kcm2)
TNL100 94 131 21100 118 28500
151
77, identificar uma ligeira tendência na formação de um arco capacitivo, não foi
verificado altos valores de CPE2 no ajuste para o circuito equivalente realizado.
Os resultados apresentados são coerentes com os obtidos nos ensaios de
corrosão realizados em laboratório e em campo.
152
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES
153
6) A planta da digestão de nióbio (AMG Brasil) apresentou o maior nível de
agressividade corrosiva. Esse resultado está intimamente relacionado com a maior
quantidade e concentração de reagentes químicos utilizado no processo dessa planta.
7) Após dezoito meses de exposição nos quatro ambientes da AMG Brasil, a tinta
epóxi-Nb2O5 não sofreu nenhum ataque corrosivo, ou seja, o revestimento possui uma
boa capacidade de proteção anticorrosiva. Os bons resultados apresentados pelo
revestimento epóxi-Nb2O5 é consequência das propriedades anticorrosivas do
pigmento de pentóxido de nióbio, inerte quimicamente na maioria dos meios.
10) Nos testes na câmara úmida, verificou-se que as amostras com espessura de 100
µm de ambos os revestimentos TNL e TEC não apresentaram boa resistência em
ambientes de alta umidade, apresentando a formação de várias bolhas na superfície
da película. O revestimento TNL300 manteve a sua integridade, não sendo afetado
pela ação do ambiente.
11) Nos testes de imersão total, verifica-se que em solução de 20% e 40% H2SO4 as
amostras TNL apresentaram excelente comportamento não sendo verificado
nenhuma alteração nas películas. Entretanto, as amostras TEC não mostraram bons
resultados, sendo verificado falhas prematuras nas películas. Na solução de 3,5%
NaCl, todas as amostras mostraram boa resistência no teste de imersão total.
154
12) Pode-se observar que o potencial ao longo do tempo, em todas as soluções
avaliadas, apresentou a tendência catódica do potencial, ou seja, ocorreu uma queda
no potencial com o passar do tempo até a sua estabilização. O potencial de
estabilização grande proximidade com o Ecorr do aço para a respectiva solução. Os
resultados indicam que para as amostras TNL100 e TEC100 a penetração do eletrólito
no revestimento, atingindo o substrato metálico, ocorreu de forma instantânea. Para a
amostra TNL300, inicialmente ele atua como barreira impermeável, impedindo
completamente o contato entre eletrólito e substrato metálico. Com o passar do tempo,
em imersão, a solução permeia a película protetora até atingir o metal. Em todas as
soluções estudadas, é possível verificar que a película de 300 m apresenta o efeito
de proteção por barreira superior as amostras com 100 m. Observa-se também que
a espessura e qualidade do revestimento influenciam também no tempo de
estabilização do potencial.
14) Verifica-se que os resultados obtidos nos ensaios de EIE ratificam os obtidos nos
demais testes eletroquímicos realizados. A película TNL300 obteve o melhor
comportamento protetor dentre as amostras em todas soluções. A amostra TNL100
por sua vez teve desempenho superior a TEC100, evidenciando assim a maior
capacidade protetora dos revestimentos de nióbio quando comparadas com tintas
epóxi convencionais.
155
CAPÍTULO 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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West Conshohocken, United States,2011.
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Exterior Paints. West Conshohocken, United States, 2011.
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CAPÍTULO 7 - TRABALHOS FUTUROS
164