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Ética Profissional e Bioestatística

Brasília-DF.
Elaboração

Charles Chenwei Wang


Fabio Alexandre Casarin Pastor

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 5

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
ÉTICA PROFISSIONAL............................................................................................................................. 9

CAPÍTULO 1
O PROFISSIONAL EM ERGONOMIA........................................................................................... 9

CAPÍTULO 2
ORIGEM E FUNDAMENTOS DA ÉTICA....................................................................................... 11

CAPÍTULO 3
AS RELAÇÕES ENTRE ÉTICA, FISIOTERAPIA, TRABALHO, TRABALHADOR E EMPRESA...................... 15

CAPÍTULO 4
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO........................................................................................ 24

UNIDADE II
BIOESTATÍSTICA APLICADA.................................................................................................................... 25

CAPÍTULO 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ESTATÍSTICA....................................................................................... 25

CAPÍTULO 2
MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL E MEDIDAS DE DISPERSÃO................................................. 28

CAPÍTULO 3
TESTE DE HIPÓTESE................................................................................................................. 36

CAPÍTULO 4
TESTES PARAMÉTRICOS........................................................................................................... 40

CAPÍTULO 5
TESTES NÃO PARAMÉTRICOS................................................................................................... 51

CAPÍTULO 6
ANÁLISE DE VARIÂNCIA.......................................................................................................... 55

PARA (NÃO) FINALIZAR....................................................................................................................... 61

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 62
Apresentação
Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

Ética profissional: Bioestatística aplicada à


Ergometria
A compreensão da Ética Profissional e da Estatística é importante para qualquer profissional,
independentemente da área de atuação.

Neste Caderno de Estudos e Pesquisa vamos estudar sobre a Ética Profissional de um modo geral que
rege a vida profissional de um fisioterapeuta do trabalho e ergonomista. Para isso, vamos analisar e
discutir as normas éticas básicas da Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Além da Ética Profissional, abordaremos o tópico de Bioestatística. A Bioestatística é fundamental


para a análise comparativa (quantitativa) dos resultados. Estudaremos os conceitos básicos de (Bio)
Estatística e quais as análises mais comumente aplicadas nos casos biológicos.

Objetivos
»» Identificar o profissional e sua conduta ética.

»» Conhecer os valores a serem preservados nas diferentes atividades profissionais.

»» Desenvolver histórico das relações éticas nas diferentes sociedades.

»» Identificar as influências da sociedade no trabalho, na geração do conhecimento e


na ética profissional.

»» Estabelecer as relações entre ética, fisioterapia; trabalho, trabalhador e empresa.

»» Conhecer as bases de bioestatística aplicada ao tratamento de dados científicos.

»» Estudar medidas de tendência central: média, moda e mediana.

»» Estudar medidas de dispersão: variância, desvio-padrão e erro-padrão da média.

»» Conhecer o Teste t de Student. Testes de hipótese: nula e alternativa.

»» Conhecer testes paramétricos e não paramétricos.

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ÉTICA UNIDADE I
PROFISSIONAL

CAPÍTULO 1
O profissional em ergonomia

Ultimamente a ergonomia se tornou um foco de interesse de grandes e médias


empresas de todos os ramos, mas será que você sabe o que um profissional em
ergonomia faz?

Antes de iniciarmos o nosso estudo de Ética Profissional e Bioestatística, veremos o que é realmente
um profissional em fisioterapia do trabalho e ergonomia, também conhecido como ergonomista.
Para muitos, a fisioterapia do trabalho e ergonomia é apenas mais uma área da Fisioterapia.

Para o Conselho da Associação Internacional de Ergonomia, em agosto de 2000, adotou a seguinte


definição para a ergonomia:

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada com a


compreensão das interações entre os seres humanos e os outros elementos de um
sistema. É a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos para moldar
com o objetivo de aperfeiçoar o bem-estar do ser humano e do desempenho
do sistema como um todo (IEA: <http://www.iea.cc/01_what/What%20is%20
Ergonomics.html>, acessado em: 15/8/2010).

Ergonomista é o profissional cujo conhecimento e habilidades são voltados para a análise da


interação entre o homem e o sistema, e para melhorar o bem-estar do ser humano e do sistema
(IEA: <http://www.iea.cc/01_what/What%20is%20Ergonomics.html>, acessado em: 15/8/2010).

Resumindo, você, futuro especialista, será o profissional que irá adequar os locais e as condições
de trabalhos para que os funcionários das empresas tenham melhor desempenho e não tenham,
futuramente, problemas de saúde devido ao trabalho.

Agora que sabemos o que um ergonomista faz, será que existe alguma lei que legalize este trabalho?
A resposta é sim. Existe sim uma Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego
que trata especificamente sobre o tema “Ergonomia” que é a NR17. Esta NR é regida por uma
portaria (Portaria no 3.751, de 23 de novembro de 1990, publicada no DOU de 26/11/1990 – Seção
1-22.576 e 22.577), que regulamenta a ergonomia e estabelece os parâmetros que precisam ser

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UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

avaliados e adaptados no ambiente de trabalho de acordo com as características psicofisiológicas do


trabalhador, de forma que proporcione ao funcionário o máximo de conforto e segurança, além de
melhorar o desempenho.

Por exemplo: O item 17.3.3 que se refere aos assentos nos postos de trabalho.

O item 17.3.3 diz que os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto:

a. altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;

b. características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

c. borda frontal arredondada;

d. encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

Imagine um(a) secretário(a) que passa o dia todo sentado(a) em uma cadeira que não proporcione
este tipo de conforto e ajustes. Ao final do dia ele(a) estará com dores pelo corpo. Agora, imagine
ele(a) trabalhando todos os dias. Não é apenas o caso do(a) secretário(a), mas esse exemplo serve
para todos os tipos de profissões em que as pessoas passam o dia todo sentado.

Para evitar esses tipos de problemas físicos que podem gerar processos trabalhistas, o profissional
em fisioterapia do trabalho e ergonomia, tem como objetivo melhorar a qualidade de trabalho dos
funcionários.

Para conhecer um pouco mais a respeito do assunto, acesse:

Associação Internacional de Ergonomia

<http://www.iea.cc>.

Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego

Ver NR no 17/1990

<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.asp>.

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CAPÍTULO 2
Origem e fundamentos da ética

Para iniciarmos o nosso segundo capítulo que trata de ética, vamos ver o que o Dicionário On-Line
Michaelis ® fala sobre a palavra ética:

ética

sf (gr ethiké) 1 Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais
da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 2
Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão;
deontologia. 3 Med Febre lenta e contínua que acompanha doenças crônicas. É.
social: parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se
as relações entre os diversos membros da sociedade..

Resumindo, a ética é o estudo do conjunto dos valores morais e dos princípios ideais da conduta
humana. Existe uma conduta ética para todas as profissões. Para você, da área da saúde, existe
um ramo da ética que se chama “Bioética”. A Bioética é nada mais que a ética aplicada aos valores
inerentes ao ser humano e à saúde humana.

A Bioética, por ser de interesse do ser humano, existe claramente a influência do aspecto temporal,
cultural (incluindo o aspecto religioso) e pessoal para melhor adequar os eventos e situações da época.

Um exemplo claro desta influência é a aprovação da lei que regulariza a pesquisa com células-tronco
embrionárias humanas, em 2005, assim como muitos países da Europa, Ásia e América do Norte.
Alguns anos antes a aprovação da experimentação com células-tronco embrionárias humanas seria
vetada por questões éticas.

Agora que sabemos a definição de “Ética”, vamos estudar brevemente a história da Ética, principalmente
na pesquisa. Voltando ao tempo na época de Sócrates (469-399 a.C.) na antiga Grécia. Sócrates
afirmou que “saber” e “virtude” se identificavam, pois o homem “não pode tender se não para saber
aquilo que deve fazer ou para aquilo que deve ser: este saber é a própria virtude” (ABBAGNANO, 1970
apud NOSELLA, 2008). Resumindo, para Sócrates a ciência incapaz de dominar o homem e que o
deixasse à mercê dos impulsos sensíveis não pode ser considerada como ciência.

Para Platão (427-347 a.C.) a relação entre a ciência e a virtude era uma relação entre o ilimitado
e o limite, em que o ilimitado é a ciência e “a função do limite é a de reunir e unificar o que está
disperso” (ABBAGNANO, 1970 apud NOSELLA, 2008), ou seja, a ciência não possui limites e o
limites da ciência é a Ética.

E como era determinado o limite? A Ética?

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UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

Para Platão, o limite deveria ser estabelecido pelos filósofos ou sábios. Para isso, existiam os
representantes das tradicionais cidades-estado gregos, em que estes representantes da justa
medida da pesquisa eram os sábios reconhecidos oficialmente (NOSELLA, 2008).

Aristóteles (384-322 a.C.) dizia que a Ética não era competência dos filósofos, e, sim, dos
políticos, representantes legais dos cidadãos, pois era o objetivo dos políticos proporcionarem
a felicidade das pessoas, por meio da preservação do equilíbrio geral da sociedade e dos
indivíduos (NOSELLA, 2008).

Posteriormente a ética foi conduzida pelo Código do Direito Romano, depois pelo Direito Canônico.
Com o autoritarismo católico da cristandade medieval a Ética foi regida pelo Teocentrismo, ou seja,
a ciência era baseada na Teologia.

Séculos depois houve a separação da Igreja e do Estado e consequentemente os estudos e as pesquisas


científicas fortaleceram. Surgiram cidades modernas e foram construídas universidades onde foram
discutidos os novos enfoques entre a pesquisa e a Ética.

Segundo Nosella (2008), Galileu Galilei (1564-1642) foi o grande mártir e símbolo da moderna
relação entre a Ética e pesquisa. Pois, foi ele que mostrou aos homens da modernidade que a
separação entre a Ciência Teológica e a Filosofia laica não representava apenas uma questão teórica,
mas era a condição essencial para atender aos novos imperativos éticos.

Avançando um pouco no tempo, vamos para a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Alemanha
Nazista era comandada por Adolf Hitler (1889-1945). Ele doutrinava as teses racista e antissemita,
com isso iniciou-se uma perseguição contra grupos minoritários, tais como deficientes físicos,
deficientes mentais, judeus entre outros.

A história que mais conhecemos é a dos judeus, que foram perseguidos e eliminados de várias formas.
Além disso, sabemos que existiam muitos experimentos em humanos, em que não importava o
sofrimento do ser humano, no caso os judeus, mas sim os resultados.

Sabemos que Adolf Hitler autorizou experimentos nos refugiados para melhorar as armas e
equipamentos. Mas será que isso é ético? Ele autorizou a utilização dos refugiados para experimentos,
sem se importar com o bem-estar das pessoas.

Após a Segunda Guerra Mundial, muitos dos ministros e encarregados de Adolf Hitler foram
julgados e condenados em 1945, pelo Julgamento de Nuremberg, em que outros criminosos de
guerra nazista também foram julgados pelos seus crimes. Anos mais tarde, foi definido o Código
de Nuremberg (ou Declaração de Nuremberg), que clarificou muitos dos princípios básicos que
regem a conduta ética em pesquisa. Um dos tópicos do Código é o consentimento esclarecido que
permite a pessoa consentir ou não o experimento, compreender os riscos e benefícios envolvidos,
e a minimização dos riscos e danos, com isso, um balanço favorável do risco-benefício, porém o
código não menciona, especificamente, pesquisas clínicas realizadas em pacientes portadores de
doenças.

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ÉTICA PROFISSIONAL │ UNIDADE I

Em 1964 foi redigida a Declaração de Helsinque. Essa declaração foi elaborada com o intuito de
melhorar as falhas contidas no Código de Nuremberg. Nesta declaração foi elaborada a padronização
mundial para a pesquisa biomédica, proporcionando proteção adicional para as pessoas com
autonomia diminuída, também foi implementado o princípio do bem-estar do participante que deve
ter precedência sobre os interesses da ciência e da sociedade. Também recomenda o consentimento
por escrito. A Declaração de Helsinque foi revista e modificada 6 vezes, a mais recente foi em 2008.

Como seria os experimentos em humanos atualmente se não houvesse ética?


Será que estaríamos nos mesmos níveis de conhecimento? Será que o custo do
sofrimento de um ser humano vale a pena?

Até aqui vimos o conceito de Ética, Bioética e um pouco da história da Ética Mundial, mas e no
Brasil? Existe alguma lei que determina a ética profissional? Principalmente relacionada ao ser
humano? Existe sim, é a Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de
Saúde.

Esta resolução preconiza “Pesquisa” como uma classe de atividade cujo objetivo é desenvolver ou
contribuir para o conhecimento generalizável. Este conhecimento consiste em teorias, relações ou
princípios ou acúmulo de informações sobre as quais o conhecimento está baseado, e que possa ser
corroborado por métodos científicos aceitos de observação e inferência.

A Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde foi baseada nos
principais documentos que emanaram declarações e diretrizes sobre pesquisas que envolvem
seres humanos, tais como Código de Nuremberg, Declaração dos Direitos do Homem,
Declaração de Helsinque, Acordo Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, Propostas de
Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas Biomédicas envolvendo Seres Humanos e as
Diretrizes Internacionais para Revisão Ética de Estudos Epidemiológicos. Além disso, cumpre
as disposições da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 da legislação brasileira
correlata: Código de Direitos do Consumidor, Código Civil e Código Penal, Estatuto da Criança
e do Adolescente, Lei Orgânica da Saúde no 8.080, de 19/9/1990 (dispõe sobre as condições
de atenção à saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes), Lei
no 8.142, de 28/12/1990 (participação da comunicação na gestão do Sistema Único de Saúde), Decreto
no 99.438, de 7/8/1990 (organização e atribuições do Conselho Nacional de Saúde), Decreto no
98.830, de 15/1/1990 (coleta por estrangeiros de dados e materiais científicos no Brasil), Lei no 8.489,
de 18/11/1992, e Decreto no 79, de 22/7/1993 (dispõem sobre retirada de tecidos, órgãos e outras
de corpo humano com fins humanitários e científicos), Lei no 8.501, de 5/1/1995 (uso das técnicas
de engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos geneticamente modificados),
Lei no 9.279, de 14/5/96 (regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial), e outras.

Como podemos observar, a Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996 está baseada


em documentos históricos que surgiram devido à necessidade do momento e
que foi sendo adaptada de acordo com o interesse de cada população e época. E
historicamente? Como era a ética nas diferentes épocas e sociedades? Será que é
muito diferente da nossa sociedade? Da nossa época atual?

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UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

Conheça mais sobre o assunto. Acesse:

Resolução no 196, de 10 de outubro de 1996.

<http://www.datasus.gov.br/conselho/resol96/RES19696.htm>.

Ética e Pesquisa

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86502008000100017&lang=pt>.

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73302008000100013&lang=pt>.

Faça um texto resumido sobre a ética no mundo e a importância dela na sua vida.

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CAPÍTULO 3
As relações entre ética, fisioterapia,
trabalho, trabalhador e empresa

Espero que você tenha entendido a importância da Ética de forma geral. Agora vamos estudar um
pouco sobre a ética profissional, especificamente o Código de Ética Profissional de Fisioterapia
e Terapia Ocupacional (Coffito-10), aprovado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional – Coffito. Este Código de Ética será a sua base para atuar como ergonomista dentro das
normas éticas determinadas pelo Coffito. Por isso, vamos discutir sobre o Coffito-10 neste capítulo.

<http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=26>.

<http://www.coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=45>.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DE


FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
APROVADO PELA RESOLUÇÃO COFFITO-10 DE 3
DE JULHO DE 1978

CAPÍTULO I

DAS RESPONSABILIDADES FUNDAMENTAIS

Art. 1o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional prestam assistência ao homem,


participando da promoção, tratamento e recuperação de sua saúde

Art. 2o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional zelam pela provisão e manutenção


de adequada assistência ao cliente.

Art. 3o A responsabilidade do fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional, por erro


cometido em sua atuação profissional, não é diminuída, mesmo quando cometido o
erro na coletividade de uma instituição ou de uma equipe.

Art. 4o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional avaliam sua competência e


somente aceitam atribuição ou assumem encargo, quando capazes de desempenho
seguro para o cliente.

Art. 5o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional atualizam e aperfeiçoam seus


conhecimentos técnicos, científicos e culturais em benefício do cliente e do
desenvolvimento de suas profissões.

Art. 6o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional são responsáveis pelo desempenho


técnico do pessoal sob sua direção, coordenação, supervisão e orientação.

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UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

CAPÍTULO II

DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL

Art. 7o São deveres do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional nas respectivas


áreas de atuação:

I – exercer sua atividade com zelo, probidade e decoro e obedecer aos preceitos da
ética profissional, da moral, do civismo e das leis em vigor, preservando a honra, o
prestígio e as tradições de suas profissões;

II – respeitar a vida humana desde a concepção até a morte, jamais cooperando


em ato em que voluntariamente se atente contra ela, ou que coloque em risco a
integridade física ou psíquica do ser humano;

III – prestar assistência ao indivíduo, respeitados a dignidade e os direitos da


pessoa humana, independentemente de qualquer consideração relativa à etnia,
nacionalidade, credo político, religião, sexo e condições socioeconômica e cultural
e de modo a que a prioridade no atendimento obedeça exclusivamente a razões de
urgência;

IV – utilizar todos os conhecimentos técnicos e científicos a seu alcance para prevenir


ou minorar o sofrimento do ser humano e evitar o seu extermínio;

V – respeitar o natural pudor e a intimidade do cliente;

VI – respeitar o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa e seu bem-estar;

VII – informar ao cliente quanto ao diagnóstico e prognóstico fisioterápico e/ou


terapêutico ocupacional e objetivos do tratamento, salvo quanto tais informações
possam causar-lhe dano;

VIII – manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de
sua atividade profissional e exigir o mesmo comportamento do pessoal sob sua
direção;

IX – colocar seus serviços profissionais à disposição da comunidade em caso de


guerra, catástrofe, epidemia ou crise social, sem pleitear vantagem pessoal;

X – assumir seu papel na determinação de padrões desejáveis do ensino e do


exercício da fisioterapia e/ou terapia ocupacional;

XI – oferecer ou divulgar seus serviços profissionais de forma compatível com a


dignidade da profissão e a leal concorrência; e

XII – cumprir e fazer cumprir os preceitos contidos neste Código e levar ao


conhencimento do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional o ato
atentório a qualquer de seus dispositivos.

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ÉTICA PROFISSIONAL │ UNIDADE I

Art. 8o É proibido ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional, nas respectivas áreas


de atuação:

I – negar assistência, em caso de indubitável urgência;

II – abandonar o cliente em meio a tratamento, sem a garantia de continuidade de


assistência, salvo por motivo relevante;

III – concorrer, de qualquer modo para que outrem exerça ilegalmente atividade
privativa do fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional;

IV – prescrever medicamento ou praticar ato cirúrgico;

V – recomendar, prescrever e executar tratamento ou nele colaborar, quando:

a. desnecessário;

b. proibido por lei ou pela ética profissional;

c. atentório à moral ou à saúde do cliente; e

d. praticado sem o consentimento do cliente ou de seu representante legal ou


responsável, quando se tratar de menor ou incapaz;

VI – promover ou participar de atividade de ensino ou pesquisa que envolva menor


ou incapaz, sem observância às disposições legais pertinentes;

VII – promover ou participar de atividade de ensino ou pesquisa em que direito


inalienável do homem seja desrespeitado, ou acarrete risco de vida ou dano a sua
saúde;

VIII – emprestar, mesmo a título gratuito, seu nome, fora do âmbito profissional
para propaganda de medicamento ou outro produto farmacêutico, tratamento,
instrumental ou equipamento, ou publicidade de empresa industrial ou comercial
com atuação na industrialização ou comercialização dos mesmos;

IX – permitir, mesmo a título gratuito, que seu nome conste do quadro de pessoal de
hospital, casa de saúde, ambulatório, consultório, clínica, policlínica, escola, curso,
empresa balneária hidromineral, entidade desportiva ou qualquer outra empresa
ou estabelecimento congênere similar ou análogo, sem nele exercer as atividades
de fisioterapia e/ou terapia ocupacional pressupostas;

X – receber, de pessoa física ou jurídica, comissão, remuneração, benefício ou


vantagem que não corresponde a serviço efetivamente prestado;

XI – exigir, de instituição ou cliente, outras vantagens, além do que lhe é devido em


razão de contrato, honorários ou exercício de cargo, função ou emprego;

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UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

XII – trabalhar em empresa não registrada no Conselho Regional de Fisioterapia e


Terapia Ocupacional da região;

XIII – trabalhar em entidade, ou com ela colaborar onde não lhe seja assegurada
autonomia profissional, ou sejam desrespeitados princípios éticos, ou inexistam
condições que garantam adequada assistência ao cliente e proteção a sua intimidade;

XIV – delegar suas atribuições, salvo por motivo relevante;

XV – permitir que trabalho que executou seja assinado por outro profissional, bem
como assinar trabalho que não executou, ou do qual não tenha participado;

XVI – angariar ou captar serviço ou cliente, com ou sem a intervenção de terceiro,


utilizando recurso incompatível com a dignidade da profissão ou que implique em
concorrência desleal;

XVII – receber de colega e/ou de outro profissional, ou a ele pagar, remuneração a


qualquer título, em razão de encaminhamento de cliente;

XVIII – anunciar cura ou emprego de terapia infalível ou secreta;

XIX – usar título que não possua;

XX – dar consulta ou prescrever tratamento por meio de correspondência, jornal,


revista, rádio, televisão ou telefone;

XXI – divulgar na imprensa leiga declaração, atestado ou carta de agradecimento, ou


permitir sua divulgação, em razão de serviço profissional prestado;

XXII – desviar, para clínica particular, cliente que tenha atendimento em razão do
exercício de cargo, função ou emprego;

XXIII – desviar, para si ou para outrem, cliente de colega;

XXIV – atender a cliente que saiba estar em tratamento com colega, ressalvadas as
seguintes hipóteses:

a. a pedido do colega;

b. em caso de indubitável urgência; e

c. no próprio consultório, quando procurado espontaneamente pelo cliente;

XXV – recusar seus serviços profissionais a colega que deles necessite, salvo quando
motivo relevante justifique o procedimento;

XXVI – divulgar terapia ou descoberta cuja eficácia não seja publicamente


reconhecida pelos organismos profissionais competentes;

18
ÉTICA PROFISSIONAL │ UNIDADE I

XXVII – deixar de atender a convite ou intimação de Conselho de Fisioterapia e


Terapia Ocupacional para depor em processo ou sindicância ético-profissional;

XXVII – prescrever tratamento sem examinar diretamente o cliente, exceto em caso


de indubitável urgência ou impossibilidade absoluta de realizar o exame; e

XXIX – inserir em anúncio profissional fotografia, nome, iniciais de nomes, endereço


ou qualquer outra referência que possibilite a identificação de cliente.

Art. 9o O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional fazem o diagnóstico fisioterápico


e/ou terapêutico ocupacional e elaboram o programa de tratamento.

Art. 10. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional reprovam quem infringe


postulado ético ou dispositivo legal e representam à chefia imediata e à instituição,
quando for o caso, em seguida, se necessário, ao Conselho Regional de Fisioterapia
e Terapia Ocupacional.

Art. 11. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional protegem o cliente e a


instituição em que trabalham contra danos decorrentes de imperícia, negligência
ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde, advertindo o
profissional faltoso e, quando não atendidos, representam à chefia imediata e, se
necessário, à da instituição, e em seguida ao Conselho Regional de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional, a fim de que sejam tomadas medidas, conforme o caso, para
salvaguardar a saúde, o conforto e a intimidade do cliente ou a reputação profissional
dos membros da equipe de saúde.

Art. 12. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional comunicam ao Conselho


Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional recusa ou demissão de cargo, função
ou emprego, motivada pela necessidade de preservar os legítimos interesses de
suas profissões.

Art. 13. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, à vista de parecer diagnóstico


recebido e após buscar as informações complementares que julgar convenientes,
avaliam e decidem quanto à necessidade de submeter o cliente à fisioterapia e/ou
terapia ocupacional, mesmo quando o tratamento é solicitado por outro profissional.

Art. 14. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional zelam para que o prontuário do


cliente permaneça fora do alcance de estranhos à equipe de saúde da instituição,
salvo quando outra conduta seja expressamente recomendada pela direção da
instituição.

Art. 15. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional zelam pelo cumprimento das


exigências legais pertinentes a substâncias entorpecentes e outras de efeitos
análogos, determinantes de dependência física ou psíquica.

Art. 16. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional são pontuais no cumprimento


das obrigações pecuniárias inerentes ao exercício das respectivas profissões.

19
UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

CAPÍTULO III

DO FISIOTERAPEUTA E DO TERAPEUTA OCUPACIONAL


PERANTE AS ENTIDADES DAS CLASSES

Art. 17. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, por sua atuação nos órgãos das
respectivas classes, participam da determinação de condições justas de trabalho
e/ou aprimoramento cultural para todos os colegas.

Art. 18. É dever do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional:

I – pertencer, no mínimo, a uma entidade associativa da respectiva classe, de caráter


cultural e/ou sindical, da jurisdição onde exerce sua atividade profissional; e

II – apoiar as iniciativas que visam ao aprimoramento cultural e a defesa dos legítimos


interesses da respectiva classe.

CAPÍTULO IV

DO FISIOTERAPEUTA E DO TERAPEUTA OCUPACIONAL


PERANTE OS COLEGAS E DEMAIS MEMBROS DA
EQUIPE DE SAÚDE

Art. 19. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional tratam os colegas e outros


profissionais com respeito e urbanidade, não prescindindo de igual tratamento e de
suas prerrogativas.

Art. 20. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional desempenham com exação sua


parte no trabalho em equipe.

Art. 21. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional participam de programas de


assistência à comunidade, em âmbito nacional e internacional.

Art. 22. O fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional chamado a uma conferência,


com colega e/ou outros profissionais, é respeitoso e cordial para com os participantes,
evitando qualquer referência que possa ofender a reputação moral e científica de
qualquer deles.

Art. 23. O fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional solicitado para cooperar em


diagnóstico ou orientar em tratamento considera o cliente como permanecendo
sob os cuidados do solicitante.

Art. 24. O fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional que solicita, para cliente sob
sua assistência, os serviços especializados de colega, não indica a este a conduta
profissional a observar.

20
ÉTICA PROFISSIONAL │ UNIDADE I

Art. 25. O fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional que recebe cliente confiado por
colega, em razão de impedimento eventual deste, reencaminha o cliente ao colega
uma vez cessado o impedimento.

Art. 26. É proibido ao fisioterapeuta e ao terapeuta ocupacional:

I – prestar ao cliente assistência que, por sua natureza, incumbe a outro profissional;

II – concorrer, ainda que a título de solidariedade, para que colega pratique crime,
contravenção penal ou ato que infrinja postulado ético-profissional;

III – pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, bem como praticar ato
que importe em concorrência desleal ou acarrete dano ao desempenho profissional
de colega;

IV – aceitar, sem anuência do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia ocupacional,


cargo, função ou emprego vago pela razão prevista no art. 12; e

V – criticar, depreciativamente, colega ou outro membro da equipe de saúde, a


entidade onde exerce a profissão, ou outra instituição de assistência à saúde.

CAPÍTULO V

DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

Art. 27. o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional têm direito a justa remuneração


por seus serviços profissionais.

Art. 28. o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, na fixação de seus honorários,


consideram como parâmetros básicos:

I – condições sócio-ecômicas da região;

II – condições em que a assistência foi prestada: hora, local, distância, urgência e


meio de transporte utilizado;

III – natureza da assistência prestada e tempo despendido; e

IV – complexidade do caso.

Art. 29. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional podem deixar de pleitear


honorários por assistência prestada a:

I – ascendente, descendente, colateral, afim ou pessoa que viva sob dependência


econômica;

II – colega ou pessoa que viva sob a dependência econômica deste, ressalvado o


recebimento do valor do material porventura despendido na prestação de assistência;

21
UNIDADE I │ ÉTICA PROFISSIONAL

III – pessoa reconhecidamente carente de recursos; e

IV – instituição de finalidade filantrópica, reconhecida como de utilidade pública


que, a critério do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, não
tenha condição de remunerá-lo adequadamente e cujos dirigentes não percebam
remuneração ou outra vantagem, a qualquer título.

Art. 30. É proibido ao fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional prestar assistência


profissional gratuita ou a preço ínfimo, ressalvado o disposto no art. 29, e encaminhar
a serviço gratuito de instituição assistencial ou hospitalar, cliente possuidor de
recursos para remunerar o tratamento, quando disso tenha conhecimento.

Art. 31. É proibido ao fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional afixar tabela


de honorários fora do recinto de seu consultório ou clínica, ou promover sua
divulgação de forma incompatível com a dignidade da profissão ou que implique
em concorrência desleal.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 32. Ao infrator deste Código são aplicadas as penas disciplinares previstas no art.
17, da Lei no 6.316, de 17 de dezembro de 1975, observadas as disposições do Código
de Transgressões e Penalidades aprovado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional.

Art. 33. Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário do Conselho Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Art. 34. Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional, por iniciativa própria, ouvidos os Conselhos Regionais, ou
mediante de um Conselho Regional.

Após a leitura do Coffito-10, vamos lembrar alguns pontos importantes da conduta Ética.

Você, ergonomista, possui algumas responsabilidades fundamentais, tais como sempre zelar pelo
bem estar do cliente. Caso ocorra algum erro de sua atuação, este erro não será diminuído pelo
fato de você estar representando uma instituição ou fazer parte de uma equipe. Caso você seja
responsável por uma equipe ou instituição, você deve zelar pela qualidade dos serviços fornecidos
pela sua equipe, além de manter seus conhecimentos atualizados.

Além disso, você deve respeitar a privacidade do cliente e informá-lo de forma coesa e clara qualquer
que seja o prognóstico fisioterápico, exceto em situações em que possam prejudicá-lo.

22
Lembre-se de que você está regido pela ética profissional que o impede de utilizar qualquer tipo
de tratamento experimental sem que seja reconhecido publicamente, prescrever medicamentos,
anunciar cura ou emprego de terapia infalível ou secreta, entre outros. Sempre zele pela sua
integridade e de seu cliente.

Além disso, lembre-se sempre que você possui colegas de profissão e outros profissionais de outras
áreas, por isso vale também lembrar alguns princípios éticos, tais como respeito, trabalho em equipe,
cooperação interdisciplinar entre outros. Tudo isso sem comprometer o tratamento do cliente e a
integridade ética, moral e profissional de todos.

23
CAPÍTULO 4
Qualidade de vida no trabalho

E o que é a Qualidade de Vida no Trabalho – QVT que o fisioterapeuta do trabalho e ergonomista


tanto preza? Resumindo é o aumento do conforto e produtividade do ser humano fundamentado
na medicina, na psicologia e na motricidade utilizando a tecnologia disponível no momento,
visando facilitar e proporcionar a satisfação e bem-estar do trabalhador em seu local de trabalho. A
preocupação para melhoria da qualidade de vida já existia desde os tempos antigos. Alguns exemplos
disso são: invenção da roda, Lei das Alavancas (Arquimedes – 287-212 a.C.), invenção das polias,
materiais e métodos para a diminuição do atrito, entre outros.

Para desenvolver uma tarefa com qualidade, o ser humano necessita de uma motivação. De acordo
com Maslow a motivação é baseada na hierarquia das 5 necessidades fundamentais: necessidade
fisiológica, necessidade de segurança, necessidade de pertença e amor, necessidade de estima e
necessidade de autorrealização ou autoatualização (SAMPAIO, 2009).

Douglas McGregos publicou em 1960 a Teoria X e Y, afirmando que, para obter uma administração
de recursos humanos de qualidade, seria necessário adaptar os objetivos e necessidades à natureza
humana ao invés de mudar a natureza humana para se adequar ao controle e autoridade por parte
organizacional (MICHEL, 2005).

A preocupação pela melhoria da QVT aumenta a cada ano, pois o aumento da quantidade e
variedades de trabalhos que problemas de saúde podem ocorrer é preocupante. Muitas empresas
adotam medidas que visam à melhoria da QVT de seus funcionários, porém nem sempre é adotado
corretamente.

Para isso, há a necessidade de consultar ou contratar um profissional especializado para que


adapte as condições ambientais e os objetivos da empresa de acordo com as necessidades de cada
funcionário, para que a qualidade de vida no trabalho do funcionário seja melhor, gerando aumento
no rendimento da empresa.

Com base nos conhecimentos adquiridos na graduação e na especialização, você, futuro especialista
em fisioterapia do trabalho e ergonomia, deverá, da melhor forma possível, melhorar a qualidade
de vida de trabalho dos seus clientes, adequando o ambiente de trabalho deles utilizando recursos
disponíveis, lembrando sempre de atuar de acordo com a ética profissional já discutida nessa
unidade.

24
BIOESTATÍSTICA UNIDADE II
APLICADA

CAPÍTULO 1
Princípios básicos de estatística

O que é Bioestatística? A Bioestatística é a aplicação dos fundamentos estatísticos na


área das biológicas. Utilizando, para isto, os conceitos básicos de estatística.

Para iniciarmos o estudo da Bioestatística, precisamos lembrar que sempre existirão variações
de indivíduo para indivíduo e variações no próprio indivíduo. Então, neste caso a estatística terá
como objetivo estudar como observar, controlar e minimizar a variabilidade inevitável de todas as
medidas.

Para isso, a estatística fornece metodologia para otimizar os resultados. Essas ferramentas auxiliam:

1. no delineamento experimental (planejamento experimental e coleta de dados), seja


na pesquisa experimental ou observacional;

2. na organização e análise de dados;

3. na interpretação dos resultados com o propósito de aplicar à toda população.

A metodologia estatística pode ser dividida em 3 subáreas:

»» planejamento de experimentos e técnicas de amostragem;

»» estatística descritiva: tabelas, gráficos, médias, medianas, frequências, porcentagens,


entre outros;

»» inferência estatística ou estatística indutiva: técnicas que utilizam evidências


apresentados numericamente para tirar uma conclusão sobre uma amostragem ou
população.

Agora que sabemos o que a estatística pode nos fornecer, vamos estudar alguns conceitos básicos
para podermos compreender melhor as metodologias.

25
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

População: É qualquer conjunto de elementos (unidade que forma a população), possuindo


pelo menos uma característica em comum, sobre os quais se deseja inferir algo (número de
amostras elevados).

Amostragem: É qualquer subconjunto da população que é utilizada no estudo, ou seja, é uma


parte selecionada da totalidade das observações abrangidas pela população pela qual se deseja
concluir algo.

Para melhor entendermos o conceito de população, elemento e amostragem, vamos imaginar o


seguinte: todos os alunos dos cursos de uma instituição é a POPULAÇÃO, cada aluno é um elemento
da amostragem e o curso de Fisioterapia do Trabalho e Ergonomia é chamado de unidade amostral
(amostragem).

Para que possamos organizar melhor os dados que serão coletados, precisamos compreender o
conceito de variável, dados e tipos de variáveis.

Variável: Características mensuráveis que variam entre os elementos de uma amostragem ou


população, obtidas por contagem ou qualificação.

Dados: Quantificação ou categorização da observação de uma variável nos elementos de uma


amostragem ou população.

Tipos de variáveis:

»» Qualitativas: variáveis que não possuem característica numérica, podendo ou não


ser ordenada. Ex.: sexo, raça, religião etc.

»» Quantitativas: variáveis associadas a uma medida quantitativa/numérica. Ex:


idade, peso, altura etc.

As variáveis quantitativas podem ser mensuráveis contínuas ou discretas, em que as mensuráveis


contínuas assumem valores decimais e as discretas apenas valores inteiros.

Para melhor compreendermos as definições, observe a tabela a seguir.

Tabela 1: Dados fictícios de trabalhadores de uma empresa.

Amostra Sexo Idade Peso Altura Tem Filhos? No filhos Tipo Sanguíneo

1 M 32 73,5 1,78 N 0 A
2 F 23 50,5 1,67 N 0 AB
3 F 41 57,2 1,60 S 2 A
4 F 35 57,8 1,70 S 1 B
5 M 37 67,0 1,70 S 1 O
6 M 28 75,8 1,69 S 2 B
7 F 27 52,9 1,58 N 0 AB

26
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

A empresa possui 53 funcionários incluindo-se o presidente, sendo que a empresa trabalha com 5
setores: administração, produção, vendas, marketing e entrega.

Com essas informações, podemos classificar as informações da seguinte maneira.

»» População: a população são os 53 funcionários da empresa.

»» Amostragem: cada setor é uma amostragem.

»» Elemento da amostragem: cada funcionário é um elemento da amostragem.

»» Dados: os dados estão na tabela, ou seja, na tabela estão quantificação e categorização


das variáveis observadas.

»» Variáveis: na tabela, temos variáveis qualitativas, quantitativas mensuráveis


contínuas e discreta.

Para melhor compreendermos os tipos de variáveis, vamos refazer a tabela 1.

Tabela 2: Tabela montado de acordo com a classificação das variáveis.

VARIÁVEIS QUANTITATIVAS
VARIÁVEIS QUALITATIVAS
MENSURÁVEIS MENSURÁVEIS
CONTÍNUAS DISCRETAS

Amostra Sexo Tem Filhos? Tipo Sanguíneo Peso Altura Idade No filhos

1 M N A 73,5 1,78 32 0
2 F N AB 50,5 1,67 23 0
3 F S A 57,2 1,60 41 2
4 F S B 57,8 1,70 35 1
5 M S O 67,0 1,70 37 1
6 M S B 75,8 1,69 28 2
7 F N AB 52,9 1,58 27 0

As variáveis contínuas podem ser analisadas quanto ao seu comportamento por meio de parâmetros.
E o que são parâmetros?

Parâmetros: São valores estatísticos estimados pelas variáveis mensuráveis ou mensurados. Os


parâmetros podem ser divididos em 2 tipos:

»» Medidas de Tendência Central (estatística de localização). Ex.: média, moda e


mediana.

»» Medida de Dispersão (estatística de dispersão). Ex.: amplitude, variância,


desvio-padrão etc.

27
CAPÍTULO 2
Medidas de tendência central e
medidas de dispersão

Medidas de tendência central


Muitos dos termos que iremos estudar já devem ser conhecidos por você, pois lemos ou ouvimos
muito sobre pesquisas que utilizam esses termos. São eles: média, moda e mediana.

Média: também conhecida como Média Aritmética, é a soma de todas as observações da variável
quantitativa analisada dividida pelo número de elementos do conjunto de dados da mesma variável.

A média é comumente encontrada simbolizada de duas formas: µ ou x , sendo que µ é encontrada


para médias de população e x para média de amostras.

Para o cálculo da média, podemos utilizar as seguintes expressões:

População Amostra

∑ ∑
N n Onde: N = Número da população
i
= 1 X1 i
= 1 X1
N n
n = Número de amostras

Não precisa ficar assustado com a fórmula, com o exemplo a seguir, você verá que é bem simples o
cálculo da média.

Exemplo: A empresa ABC possui 25 funcionários, divididos em 3 setores com as seguintes idades:

»» Setor A: 25, 24, 26, 35, 24, 35, 56, 57, 26, 30

»» Setor B: 35, 45, 35, 44, 25, 39, 24, 26, 38

»» Setor C: 40, 36, 35, 45, 24, 65

Qual a média da idades do Setor C e da empresa?

Empresa: µ = soma de todas as idades dividida pelo número de funcionários da empresa.

25 + 24 + 26 + 35 + 24 + 35 + 56 + 57 + 26 + 30 + 35 + 44 + 25 + 39 + 24 + 26 + 38 + 40 + 36 + 35 + 45 + 24 + 65
m=
25
m = 35,76

A média da idade dos funcionários da empresa é de 35, 76 anos

28
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Setor C: x = soma de todas as idades dividida pelo número de funcionários do Setor C.

40 + 36 + 35 + 45 + 24 + 65
x=
6
x = 40, 83

A média da idade dos funcionários do Setor C é de 40, 83 anos.

Determine a média das idades dos setores A e B e de sua casa.

Mediana: É o valor que se encontra na posição média da série ordenada. Ela pode ser encontrada como
Md.

Exemplo:

Vamos utilizar a mesma empresa ABC, com 25 funcionários divididos em 3 setores com as seguintes
idades:

»» Setor A: 25, 24, 26, 35, 24, 35, 56, 57, 26, 30

»» Setor B: 35, 45, 35, 44, 25, 39, 24, 26, 38

»» Setor C: 40, 36, 35, 45, 24, 65

Vamos calcular a mediana da empresa e do setor C.

Empresa: Inicialmente vamos colocar as idades em ordem crescente.

24, 24, 24, 24, 25, 25, 26, 26, 26, 30, 35, 35, 35, 35, 35, 36, 38, 39, 40, 44, 45, 45, 56, 57, 65

A mediana da idade dos funcionários da empresa é de 35 anos.

Setor C:

24, 35, 36, 40, 45, 65

A mediana da idade do setor C é de 38 anos.

Determine a mediana das idades dos setores A e B e de sua casa.

Moda: É o valor de maior frequência do conjunto de dados. Ela pode ser encontrada como Mo.

29
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Exemplo:

Vamos utilizar a mesma empresa ABC, com 25 funcionários, divididos em 3 setores, com as
seguintes idades:

»» Setor A: 25, 24, 26, 35, 24, 35, 56, 57, 26, 30

»» Setor B: 35, 45, 35, 44, 25, 39, 24, 26, 38

»» Setor C: 40, 36, 35, 45, 24, 65

Vamos calcular a moda da empresa e do setor C.

Empresa: Inicialmente iremos dividir as idades em uma tabela e contar as repetições.

Tabela 3: Tabela das idades dos funcionários da empresa ABC para estudo de moda

Idade 24 25 26 30 35 36 38 39 40 44 45 56 57 65

Moda 4 2 3 1 5 1 1 1 1 1 2 1 1 1

Analisando a tabela, podemos dizer que a moda da empresa é 35 anos.

Setor C:

Tabela 4: Tabela das idades dos funcionários do setor C da empresa ABC para estudo de moda

Idade 24 35 36 40 45 65

Moda 1 1 1 1 1 1

No caso do setor C, não existe moda para a idade dos funcionários.

Determine a moda das idades dos setores A e B.

Medidas de dispersão

As medidas de dispersão estão associadas à hegemonia ou à heterogeneidade dos dados.

Amplitude: O maior valor da variável menos o menor valor. A amplitude pode ser encontrada com
A ou R (range em inglês).

Variância: A variância, por definição, é a média dos quadrados dos desvios em torno da média. A
variância pode ser encontrada como o s2 ou S2.

Sendo que s2 é a representação da variância para a população e S2 para a amostragem.

30
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

População Amostra

∑ = 1 ( xi - u ) ∑ = 1 ( xi - x )
n 2 n 2 Onde: N = Número da população
ó2 i
S2 i
u n -1
n = Número de amostras

Desvio-padrão: O desvio-padrão é a raiz quadrada do módulo da variância, que representará a


variação da média para mais ou para menos. O desvio-padrão pode ser encontrado como o ou S.

Sendo que o é a representação da variância para a população e S para a amostragem.

População Amostra

s = 2 s2 S = 2 S2

Exemplos de como calcular amplitude, variância e desvio-padrão.

Ex.: Um escritório possui 5 funcionários com as seguintes idades:

Tabela 5: Tabela das idades para o estudo de amplitude

Funcionário A B C D E

Idade 25 32 27 30 35

Amplitude:

A = 35 – 25 = 10

A amplitude das idades dos funcionários é de 10 anos.

Variância

Tabela 6: Tabela das idades para o estudo de variância e desvio-padrão

Funcionário A B C D E SOMwA
MÉDIA
Idade 25 32 27 30 35 124 31
(Idade – média) -6 1 -4 -1 4
(idade – média) 36 1 16 1 16 70
2

N = 5 funcionários

Variância: s2 = 70/5 = 14

Desvio-padrão: s2 = 2
s2 = 2 14 = 3, 74

Coeficiente de variação: É a razão entre o desvio-padrão e a média. O coeficiente de variação


é apresentado na forma de percentual, pois indica a variação relativa no conjunto de dados em
relação à média.

31
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

População Amostra

s S
CV = x100% CV = x100%
m x

Quanto menor o CV, mais homogêneos serão os dados em relação à média.

Exemplo: Vamos calcular o CV do escritório citado anteriormente.

3, 74
CV = x100%
31

CV = 12,07%

Erro padrão da média: Quando se obtém uma amostra aleatória de tamanho “n”, podemos
estimar a média populacional. Porém é intuitivo supor que se uma nova amostra aleatória for
realizada, a estimativa obtida será diferente da primeira. Dessa forma, podemos afirmar que as
médias amostrais estão sujeitas à variação, quando todas as possíveis amostras são retiradas de
uma população. Para isso, podemos utilizar o erro padrão da média para comparar as diferentes
médias das amostras de uma mesma população.

O erro padrão da média é também encontrado como EPM ou S x .

x
EPM = 2
Onde: n = Número de amostras
n

Calcule amplitude, variância, desvio-padrão, coeficiente de variação e erro padrão


da média para a empresa ABC e seus setores.

»» Setor A: 25, 24, 26, 35, 24, 35, 56, 57, 26, 30

»» Setor B: 35, 45, 35, 44, 25, 39, 24,26, 38

»» Setor C: 40, 36, 35, 45, 24, 65

Intervalos de confiança: é a forma mais correta de caracterizar a média, pois proporciona maior
credibilidade à média. Para isso, podemos utilizar o desvio-padrão (s ou S) ou o erro padrão da
média (EPM ou S x ) em relação à média.

Como representar? E o que isso significa?

A representação dos intervalos de confiança será da seguinte forma:

Média ± Desvio Média ± Erro Padrão da Média


ou
Padrão x ± s ou S x ± EPM ou S

E o que significa?

32
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Distribuição Normal Gaussiana

Média
0,06

0,05

0,04

0,03 S ou EPM S ou EPM

0,02

0,01

0
-12 -5,6 0,8 7,2 13,6 20 26,4 32,8 39,2 45,6 52

Figura 1: Curva de Gauss – Distribuição normal. Média = Média, S = Desvio-Padrão, EPM = Erro Padrão da Média

Levando em consideração o gráfico acima uma curva de Distribuição Normal de Gauss, os intervalos
de confiança indicam que os valores médios do grupo estão em torno da média, assumindo que a
média tenha uma distribuição normal.

O nível de confiança é determinado pela seguinte fórmula:

Confiabilidade = 1 – a

O nível de significância (a) pode ser estipulado pelo pesquisador, porém a maioria dos pesquisadores
assume a norma internacional de a = 0,05 (5%) para área de biológicas. E o que isso significa? O
nível de significância de 5% indica que existe 5% de chances do ocorrido ser ao acaso.

Adotando o nível de significância de a = 0,05, ou seja 95% de confiabilidade, como podemos utilizar
esse nível para comparar duas médias?

O Índice de Confiabilidade (IC) é dado pela seguinte fórmula:

IC = ± t x EPM

Sendo que “t” é baseado na tabela t de Student.

Exemplo: voltando ao exemplo do escritório, nós temos a média de idades de 31 anos e o desvio
padrão de 3,74 anos e o número de amostras de 5 (n = 5).

Sendo assim, calculamos o EPM:

S 3, 74
EPM = 2
, ou seja, EPM = Þ EPM = 1,67 anos.
n 2
5

33
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

E para que serve o IC? Vamos propor uma hipótese: O escritório contrata os funcionários de acordo
com a idade do candidato?

Utilizando a tabela t de Student (Anexo I), adotando a = 0,05 e o grau de liberdade = 4 (gl = n - 1),
obtivemos que: o valor de t = 2,132

Com esses dados podemos calcular o IC:

IC = ± t x EPM Þ IC = ± 2,132 x 1,67 = ± 3,56 anos.

27,44 anos 31 anos 34,56 anos

O próximo passo é avaliar se o índice de confiabilidade esta de acordo com a confiabilidade do teste,
uma simples regra de três podemos avaliar isto.

Média -------- 100% 31 -------- 100%


IC% = 11,48
IC ------------- IC% 3,56 ------ IC%

E o que significa o valor de IC ter dado acima dos 5% de confiabilidade?

Tendo o IC% maior que 5%, indica que a hipótese do escritório contratar os funcionários pela idade
esta errada, pois a variabilidade de idades é maior do que a esperada se a hipótese fosse verdadeira.

34
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

ANEXO I – Tabela t de Student

Tabela t de Student

g.l. 0,25 0,1 0,05 0,025 0,01 0,005 0,001


1 1,000 3,078 6,314 12,706 31,821 63,657 318,309
2 0,816 1,886 2,920 4,303 6,965 9,925 22,327
3 0,765 1,638 2,353 3,182 4,541 5,841 10,215
4 0,741 1,533 2,132 2,776 3,747 4,604 7,173
5 0,727 1,476 2,015 2,571 3,365 4,032 5,893
6 0,718 1,440 1,943 2,447 3,143 3,707 5,208
7 0,711 1,415 1,895 2,365 2,998 3,499 4,785
8 0,706 1,397 1,860 2,306 2,896 3,355 4,501
9 0,703 1,383 1,833 2,262 2,821 3,250 4,297
10 0,700 1,372 1,812 2,228 2,764 3,169 4,144
11 0,697 1,363 1,796 2,201 2,718 3,106 4,025
12 0,695 1,356 1,782 2,179 2,681 3,055 3,930
13 0,694 1,350 1,771 2,160 2,650 3,012 3,852
14 0,692 1,345 1,761 2,145 2,624 2,977 3,787
15 0,691 1,341 1,753 2,131 2,602 2,947 3,733
16 0,690 1,337 1,746 2,120 2,583 2,921 3,686
17 0,689 1,333 1,740 2,110 2,567 2,898 3,646
18 0,688 1,330 1,734 2,101 2,552 2,878 3,610
19 0,688 1,328 1,729 2,093 2,539 2,861 3,579
20 0,687 1,325 1,725 2,086 2,528 2,845 3,552
21 0,686 1,323 1,721 2,080 2,518 2,831 3,527
22 0,686 1,321 1,717 2,074 2,508 2,819 3,505
23 0,685 1,319 1,714 2,069 2,500 2,807 3,485
24 0,685 1,318 1,711 2,064 2,492 2,797 3,467
25 0,684 1,316 1,708 2,060 2,485 2,787 3,450
26 0,684 1,315 1,706 2,056 2,479 2,779 3,435
27 0,684 1,314 1,703 2,052 2,473 2,771 3,421
28 0,683 1,313 1,701 2,048 2,467 2,763 3,408
29 0,683 1,311 1,699 2,045 2,462 2,756 3,396
30 0,683 1,310 1,697 2,042 2,457 2,750 3,385
40 0,681 1,303 1,684 2,021 2,423 2,704 3,307
60 0,679 1,296 1,671 2,000 2,390 2,660 3,232
120 0,677 1,289 1,658 1,980 2,358 2,617 3,160
∞ 0,674 1,282 1,645 1,96 2,326 2,576 3,09
Fonte: <http://www.proac.uff.br/estaca/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=46&Itemid=48>.

35
CAPÍTULO 3
Teste de hipótese

Agora que vimos as principais características da média, vamos iniciar a próxima parte do nosso
estudo sobre Estatística.

Vamos imaginar que você foi contratado por uma academia que quer melhorar o rendimento de
seus alunos.

Você fez todos os levantamentos possíveis, desde a ficha pessoal como idade, sexo, peso, altura, raça,
exame completo sanguíneo etc. A academia possui 500 alunos, divididos em 3 turnos: Manhã (100
alunos), Tarde (200 alunos) e Noite (200 alunos), sendo que, dentro de cada turno, ela pode ser
dividida em vários horários. Você fez o levantamento dos dados, e decide trabalhar com os alunos
do mesmo horário, pois as condições ambientais são semelhantes.

Você resolveu começar pelos alunos das 6 da manhã. Neste horário, pode-se encontrar 30 alunos.

Aí você resolve separar os alunos pelo sexo, mas será que isso será possível? Será que os dois grupos,
masculino e feminino, possuem número de pessoas iguais ou semelhantes?

A cada divisão que você está fazendo, você está utilizando um teste de hipótese. Muitas vezes fazemos
escolhas e utilizamos o teste de hipótese sem saber.

Todo teste é baseado em 2 hipóteses, sendo a H0 a principal e a Ha a hipótese alternativa ou


complementar.

H0: Hipótese principal

( 2
Hipótese de igualdade xa = x b / S A = S B
2
)
(
Hipótese nula xa - x b = 0 / S2A - S2B = 0 )
Podemos chegar a 2 respostas:

»» Aceitamos H0 = Não se rejeita H0

»» Não aceitamos H0 = Rejeita-se H0

Ha: Hipótese alternativa

Hipótese complementar

36
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Podemos encontrar 2 respostas:

»» Teste bicaudal ou bilateral, onde a (2) Ha = diferença entre os 2 valores testados.


(x a ≠ x b / S2A ≠ S2B )
»» Teste monocaudal ou unilateral, onde a (1) Ha = um valor é superior ao outro.
(x a > x b / S2A > S2B )
Figura 2: Curva de Gauss – distribuição normal. a (1) = nível de significância (1) unilateral, a (2) = nível de significância (2)
bilateral.

Distribuição Normal Gaussiana

Média
0,06

0,05

0,04

0,03 a (2) a (1)

0,02

0,01

0
-12 -5,6 0,8 7,2 13,6 20 26,4 32,8 39,2 45,6 52

Trabalhar na área de a (1) unilateral é diminuir a área de aceitação de H0, sendo isso possível se o
pesquisador preestabelecer antes de iniciar a pesquisa.

E quais os testes de hipótese que podemos realizar?

Podemos realizar 2 tipos de testes, isso varia de acordo com os tipos de dados disponíveis.

Teste paramétrico: também conhecido como teste-t.

Exige que as amostras tenham uma distribuição normal se forem em quantidades pequenas.

Teste não paramétrico: Indicado para pequenas quantidades de amostras.

Recomendado quando as amostram não possuírem distribuição normal.

37
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Testes paramétricos
1. Teste t de Student

›› H0 : xa = x b

2. Teste F de Fisher-Snedecor
2 2
›› H0 : S A = S B

3. Teste de Cochran

›› H0 : S2A = S2B = SC2 = S2D = ... S2K

›› H0 : S2A = S2B = SC2 = S2D = ... S2K

Este teste só é válido para n iguais: nA = nB = nC = nD = ... = nK e homegeneidade das


variâncias.

4. Teste de Barlett

›› H0 : S2A = S2B = SC2 = S2D = ... S2K

Este teste só é válido para n diferentes: nA ≠ nB ≠ nC ≠ nD ≠ ... ≠ nK e homogeneidade das variâncias.

O Teste F (Fisher-Snedecor) é um pré-requisito para o Teste t, sendo que este possui 4 tipos de
fórmulas.

Os Testes de Cochran e Barlett são pré-requisitos para o Teste ANOVA paramétrica (quando possui
vários grupos/médias).

H0 : x A2 = xB2 = xC2 = xD2 = ... xK

Porém, se o H0 for rejeitado, aplica-se o Teste de Turkey paramétrico para indicar quais as médias
são iguais.

Testes não paramétricos


1. Teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov

Serve para identificar se a característica estudada segue ou não os padrões de normalidade.

H0 = Distribuição normal

Ha = Distribuição não é normal

38
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

2. Teste do X2 (Qui-Quadrado)

Serve para comparar a Frequência Observada (F0) com a Frequência Esperada (Fe).

H0 = F0 = Fe

Ha = F0 ≠ Fe

Aplicados para binomial, Poisson, Associações de eventos (ex.: Sazonalidade).

3. Teste de Mann-Whitney

Corresponde ao Teste-t, porém não paramétrico.

H0 = 2 séries de dados são iguais

Ha = 2 séries de dados não distintas

4. Teste de Kruskal-Wallis

Se temos H0 : xa = x b = xc = xd = ... x k utilizamos o Teste ANOVA paramétrica.

Se temos H0: Sériea = Sérieb = Sériec = Séried = ... = Sériek , comparamos pelo teste de Kruskal-Wallis
(ANOVA não paramétrica).

Se o H0 for rejeitado pelo teste de Kruskal-Wallis, aplica-se o teste de Turkey (Paramétrico) ou teste
de Dunn’s (Não paramétrico).

Com essas informações, já podemos escolher a melhor forma de compararmos os resultados.

Agora vamos detalhar melhor cada um dos testes, iniciando pelo Teste F de Fisher-Snedecor.

39
CAPÍTULO 4
Testes paramétricos

Teste F de Fisher-Snedecor
Este teste compara dois valores estimados de variâncias (parâmetros).

O objetivo deste teste é comparar as duas médias, porém antes de comparar a variância (S2) para
aceitar ou não o H0.

H0 : S2A = S2B adotando a

Ha : S2A ≠ S2B adotando a (2)

S2A > S2B adotando a (1)

O “F” é calculado dividindo a variância maior pela variância menor

S2maior
F= ≥ 1, 0
S2menor

Quando as variâncias (S2) forem iguais, deve-se aceitar o H0, pois não existe F crítico < 1,0. O F = 1,0
é menor ou igual ao F crítico para qualquer grau de liberdade de qualquer confiança (a).

Você calculou o F, e o que é o F crítico? O F crítico é encontrado utilizando a tabela de Fisher-


Snedecor ou F de Snedecor (Anexos II, III e IV).

Por meio dessa tabela de duas entradas, podemos encontrar o F crítico. Na horizontal encontramos
o grau de liberdade (gl) da amostra de maior S2 e na vertical o gl da amostra de menor S2. O grau de
liberdade é determinada pela seguinte fórmula: gl = (n – 1).

Se o F calculado for MENOR ou IGUAL ao F crítico, então, deve-se aceitar o H0 ou p ≥ a (0,05),


portanto uma variância é igual à outra.

Mas, se F calculado for maior que F crítico, então, deve-se rejeitar o H0 ou p < a (0,05), portanto
S2A ≠ S2B para a (2) e S2maior > S2menor para a (1).

Exemplo:

Vamos voltar à empresa em que você está analisando. No setor administrativo (100 funcionários),
você observou que o pessoal da contabilidade (10 funcionários) possui alturas semelhantes e que
utilizam cadeiras com alturas próximas aos ideais. A sua dúvida é: será que os 90 funcionários
do setor administrativo também possuem a mesma altura dos funcionários da contabilidade? Pois
todos usam o mesmo tipo de cadeira.

Variável X = altura dos alunos

Ncontábil = 10 elementos

40
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Scontábil = 6,10cm

Aumentando a amostragem (contabilidade + marketing)

Ntotal = 100 elementos

S2total = 4, 89cm

Será que há uma grande diferença na altura dos funcionários? Houve uma redução significante na
variável?

H0 : S2contábil = S2total

Ha : S2contábil ≠ S2total adotando a (0,05)

S2contábil > S2total adotando a (0,05)

Para calcular o F, temos que:

6,10
F= = 1, 25
4, 89

Adotando a (1) e a (2) = 0,05 e utilizando a tabela de F-Snedecor (Anexo III), observamos que para
= 9 ( n -1) está presente na tabela, porém o gl S total = 99 ( n -1) não está presente, como
2 2
gl S contábil
calcular o valor?

Para gl = 99 temos o valor de 80 e 100 na coluna do gl = 9

gl 9 |80 – 100| = 20gl Þ 1,999 – 1,975 = 0,024


|99 – 100| = 1gl

Então, se 20gl – 0,024


1gl – x

Temos que x = 0,0012

Para gl 99 na coluna do gl 9, temos 1,975 + 0,0012 = 1,9762.

Para p < 0,05, temos que o F crítico encontrado é de 1,9762 e o F calculado é de 1,25.

Então temos que F = 1,25 < F crítico = 1,9762.


2 2
Portanto aceitamos o H0 p > 0,05, concluindo que a variância de S contábil é menor que a variância de S total ,
2 2
ou seja, S contábil ≥ S total .

Podemos afirmar que a altura dos funcionários do setor administrativo é semelhante à altura dos
funcionários do marketing, portanto, todos os funcionários da área administrativa estão utilizando o
tipo correto de cadeira.

41
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

ANEXO II – Tabela F de Fisher-Snedecor


TABELA F – I

DISTRIBUIÇÃO DE F-SNEDECOR

µ = 0,10

Limites unilaterais da distribuição F de Fisher-Snedecor ao nível de 10% de probabilidade


GL V1

V2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 20 40 60 120 240

1 39.864 49.500 53.593 55.833 57.240 58.204 58.906 59.439 59.857 60.195 60.473 60.705 60.902 61.073 61.220 61.740 62.529 62.794 63.061 63.194

2 8.526 9.000 9.162 9.243 9.293 9.326 9.349 9.367 9.381 9.392 9.401 9.408 9.415 9.420 9.425 9.441 9.466 9.475 9.483 9.487

3 5.538 5.462 5.391 5.343 5.309 5.285 5.266 5.252 5.240 5.230 5.222 5.216 5.210 5.205 5.200 5.184 5.160 5.151 5.143 5.138

4 4.545 4.325 4.191 4.107 4.051 4.010 3.979 3.955 3.936 3.920 3.907 3.896 3.886 3.878 3.870 3.844 3.804 3.790 3.775 3.768

5 4.060 3.780 3.619 3.520 3.453 3.405 3.368 3.339 3.316 3.297 3.282 3.268 3.257 3.247 3.238 3.207 3.157 3.140 3.123 3.114

6 3.776 3.463 3.289 3.181 3.108 3.055 3.014 2.983 2.958 2.937 2.920 2.905 2.892 2.881 2.871 2.836 2.781 2.762 2.742 2.732

7 3.589 3.257 3.074 2.961 2.883 2.827 2.785 2.752 2.725 2.703 2.684 2.668 2.654 2.643 2.632 2.595 2.535 2.514 2.493 2.482

8 3.458 3.113 2.924 2.806 2.726 2.668 2.624 2.589 2.561 2.538 2.519 2.502 2.488 2.475 2.464 2.425 2.361 2.339 2.316 2.304

9 3.360 3.006 2.813 2.693 2.611 2.551 2.505 2.469 2.440 2.416 2.396 2.379 2.364 2.351 2.340 2.298 2.232 2.208 2.184 2.172

10 3.285 2.924 2.728 2.605 2.522 2.461 2.414 2.377 2.347 2.323 2.302 2.284 2.269 2.255 2.244 2.201 2.132 2.107 2.082 2.069

11 3.225 2.860 2.660 2.536 2.451 2.389 2.342 2.304 2.274 2.248 2.227 2.209 2.193 2.179 2.167 2.123 2.052 2.026 2.000 1.986

12 3.177 2.807 2.606 2.480 2.394 2.331 2.283 2.245 2.214 2.188 2.166 2.147 2.131 2.117 2.105 2.060 1.986 1.960 1.932 1.918

13 3.136 2.763 2.560 2.434 2.347 2.283 2.234 2.195 2.164 2.138 2.116 2.097 2.080 2.066 2.053 2.007 1.931 1.904 1.876 1.861

14 3.102 2.726 2.522 2.395 2.307 2.243 2.193 2.154 2.122 2.095 2.073 2.054 2.037 2.022 2.010 1.962 1.885 1.857 1.828 1.813

15 3.073 2.695 2.490 2.361 2.273 2.208 2.158 2.119 2.086 2.059 2.037 2.017 2.000 1.985 1.972 1.924 1.845 1.817 1.787 1.771

16 3.048 2.668 2.462 2.333 2.244 2.178 2.128 2.088 2.055 2.028 2.005 1.985 1.968 1.953 1.940 1.891 1.811 1.782 1.751 1.735

17 3.026 2.645 2.437 2.308 2.218 2.152 2.102 2.061 2.028 2.001 1.978 1.958 1.940 1.925 1.912 1.862 1.781 1.751 1.719 1.703

18 3.007 2.624 2.416 2.286 2.196 2.130 2.079 2.038 2.005 1.977 1.954 1.933 1.916 1.900 1.887 1.837 1.754 1.723 1.691 1.674

19 2.990 2.606 2.397 2.266 2.176 2.109 2.058 2.017 1.984 1.956 1.932 1.912 1.894 1.878 1.865 1.814 1.730 1.699 1.666 1.649

20 2.975 2.589 2.380 2.249 2.158 2.091 2.040 1.999 1.965 1.937 1.913 1.892 1.875 1.859 1.845 1.794 1.708 1.677 1.643 1.626

21 2.961 2.575 2.365 2.233 2.142 2.075 2.023 1.982 1.948 1.920 1.896 1.875 1.857 1.841 1.827 1.776 1.689 1.657 1.623 1.605

22 2.949 2.561 2.351 2.219 2.128 2.060 2.008 1.967 1.933 1.904 1.880 1.859 1.841 1.825 1.811 1.759 1.671 1.639 1.604 1.586

23 2.937 2.549 2.339 2.207 2.115 2.047 1.995 1.953 1.919 1.890 1.866 1.845 1.827 1.811 1.796 1.744 1.655 1.622 1.587 1.568

24 2.927 2.538 2.327 2.195 2.103 2.035 1.983 1.941 1.906 1.877 1.853 1.832 1.814 1.797 1.783 1.730 1.641 1.607 1.571 1.552

25 2.918 2.528 2.317 2.184 2.092 2.024 1.971 1.929 1.895 1.866 1.841 1.820 1.802 1.785 1.771 1.718 1.627 1.593 1.557 1.538

26 2.909 2.519 2.307 2.174 2.082 2.014 1.961 1.919 1.884 1.855 1.830 1.809 1.790 1.774 1.760 1.706 1.615 1.581 1.544 1.524

27 2.901 2.511 2.299 2.165 2.073 2.005 1.952 1.909 1.874 1.845 1.820 1.799 1.780 1.764 1.749 1.695 1.603 1.569 1.531 1.511

28 2.894 2.503 2.291 2.157 2.064 1.996 1.943 1.900 1.865 1.836 1.811 1.790 1.771 1.754 1.740 1.685 1.592 1.558 1.520 1.500

29 2.887 2.495 2.283 2.149 2.057 1.988 1.935 1.892 1.857 1.827 1.802 1.781 1.762 1.745 1.731 1.676 1.583 1.547 1.509 1.489

30 2.881 2.489 2.276 2.142 2.049 1.980 1.927 1.884 1.849 1.819 1.794 1.773 1.754 1.737 1.722 1.667 1.573 1.538 1.499 1.478

40 2.835 2.440 2.226 2.091 1.997 1.927 1.873 1.829 1.793 1.763 1.737 1.715 1.695 1.678 1.662 1.605 1.506 1.467 1.425 1.402

50 2.809 2.412 2.197 2.061 1.966 1.895 1.840 1.796 1.760 1.729 1.703 1.680 1.660 1.643 1.627 1.568 1.465 1.424 1.379 1.354

60 2.791 2.393 2.177 2.041 1.946 1.875 1.819 1.775 1.738 1.707 1.680 1.657 1.637 1.619 1.603 1.543 1.437 1.395 1.348 1.321

80 2.769 2.370 2.154 2.016 1.921 1.849 1.793 1.748 1.711 1.680 1.653 1.629 1.609 1.590 1.574 1.513 1.403 1.358 1.307 1.278

100 2.756 2.356 2.139 2.002 1.906 1.834 1.778 1.732 1.695 1.663 1.636 1.612 1.592 1.573 1.557 1.494 1.382 1.336 1.282 1.250

120 2.748 2.347 2.130 1.992 1.896 1.824 1.767 1.722 1.684 1.652 1.625 1.601 1.580 1.562 1.545 1.482 1.368 1.320 1.265 1.232

240 2.727 2.325 2.107 1.968 1.871 1.799 1.742 1.696 1.658 1.625 1.598 1.573 1.552 1.533 1.516 1.451 1.332 1.281 1.219 1.180

Fonte: <http://www.famat.ufu.br/prof/ednaldo/tabelas/tabelas%20F.PDF>

42
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

ANEXO III – Tabela F de Fisher-Snedecor


TABELA F – II

DISTRIBUIÇÃO DE F-SNEDECOR

µ = 0,05

Limites unilaterais da distribuição F de Fisher-Snedecor ao nível de 5% de probabilidade

GL V1

GL V1

V2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 20 40 60 120 240

1 161.4 199.5 215.7 224.6 230.2 234.0 236.8 238.9 240.5 241.9 243.0 243.9 244.7 245.4 245.9 248.0 251.1 252.2 253.3 253.8

2 18.513 19.000 19.164 19.247 19.296 19.329 19.353 19.371 19.385 19.396 19.405 19.412 19.419 19.424 19.429 19.446 19.471 19.479 19.487 19.492

3 10.128 9.552 9.277 9.117 9.013 8.941 8.887 8.845 8.812 8.785 8.763 8.745 8.729 8.715 8.703 8.660 8.594 8.572 8.549 8.538

4 7.709 6.944 6.591 6.388 6.256 6.163 6.094 6.041 5.999 5.964 5.936 5.912 5.891 5.873 5.858 5.803 5.717 5.688 5.658 5.643

5 6.608 5.786 5.409 5.192 5.050 4.950 4.876 4.818 4.772 4.735 4.704 4.678 4.655 4.636 4.619 4.558 4.464 4.431 4.398 4.382

6 5.987 5.143 4.757 4.534 4.387 4.284 4.207 4.147 4.099 4.060 4.027 4.000 3.976 3.956 3.938 3.874 3.774 3.740 3.705 3.687

7 5.591 4.737 4.347 4.120 3.972 3.866 3.787 3.726 3.677 3.637 3.603 3.575 3.550 3.529 3.511 3.445 3.340 3.304 3.267 3.249

8 5.318 4.459 4.066 3.838 3.688 3.581 3.500 3.438 3.388 3.347 3.313 3.284 3.259 3.237 3.218 3.150 3.043 3.005 2.967 2.947

9 5.117 4.256 3.863 3.633 3.482 3.374 3.293 3.230 3.179 3.137 3.102 3.073 3.048 3.025 3.006 2.936 2.826 2.787 2.748 2.727

10 4.965 4.103 3.708 3.478 3.326 3.217 3.135 3.072 3.020 2.978 2.943 2.913 2.887 2.865 2.845 2.774 2.661 2.621 2.580 2.559

11 4.844 3.982 3.587 3.357 3.204 3.095 3.012 2.948 2.896 2.854 2.818 2.788 2.761 2.739 2.719 2.646 2.531 2.490 2.448 2.426

12 4.747 3.885 3.490 3.259 3.106 2.996 2.913 2.849 2.796 2.753 2.717 2.687 2.660 2.637 2.617 2.544 2.426 2.384 2.341 2.319

13 4.667 3.806 3.411 3.179 3.025 2.915 2.832 2.767 2.714 2.671 2.635 2.604 2.577 2.554 2.533 2.459 2.339 2.297 2.252 2.230

14 4.600 3.739 3.344 3.112 2.958 2.848 2.764 2.699 2.646 2.602 2.565 2.534 2.507 2.484 2.463 2.388 2.266 2.223 2.178 2.155

15 4.543 3.682 3.287 3.056 2.901 2.790 2.707 2.641 2.588 2.544 2.507 2.475 2.448 2.424 2.403 2.328 2.204 2.160 2.114 2.090

16 4.494 3.634 3.239 3.007 2.852 2.741 2.657 2.591 2.538 2.494 2.456 2.425 2.397 2.373 2.352 2.276 2.151 2.106 2.059 2.035

17 4.451 3.592 3.197 2.965 2.810 2.699 2.614 2.548 2.494 2.450 2.413 2.381 2.353 2.329 2.308 2.230 2.104 2.058 2.011 1.986

18 4.414 3.555 3.160 2.928 2.773 2.661 2.577 2.510 2.456 2.412 2.374 2.342 2.314 2.290 2.269 2.191 2.063 2.017 1.968 1.943

19 4.381 3.522 3.127 2.895 2.740 2.628 2.544 2.477 2.423 2.378 2.340 2.308 2.280 2.256 2.234 2.155 2.026 1.980 1.930 1.905

20 4.351 3.493 3.098 2.866 2.711 2.599 2.514 2.447 2.393 2.348 2.310 2.278 2.250 2.225 2.203 2.124 1.994 1.946 1.896 1.870

21 4.325 3.467 3.072 2.840 2.685 2.573 2.488 2.420 2.366 2.321 2.283 2.250 2.222 2.197 2.176 2.096 1.965 1.916 1.866 1.839

22 4.301 3.443 3.049 2.817 2.661 2.549 2.464 2.397 2.342 2.297 2.259 2.226 2.198 2.173 2.151 2.071 1.938 1.889 1.838 1.811

23 4.279 3.422 3.028 2.796 2.640 2.528 2.442 2.375 2.320 2.275 2.236 2.204 2.175 2.150 2.128 2.048 1.914 1.865 1.813 1.785

24 4.260 3.403 3.009 2.776 2.621 2.508 2.423 2.355 2.300 2.255 2.216 2.183 2.155 2.130 2.108 2.027 1.892 1.842 1.790 1.762

25 4.242 3.385 2.991 2.759 2.603 2.490 2.405 2.337 2.282 2.236 2.198 2.165 2.136 2.111 2.089 2.007 1.872 1.822 1.768 1.740

26 4.225 3.369 2.975 2.743 2.587 2.474 2.388 2.321 2.265 2.220 2.181 2.148 2.119 2.094 2.072 1.990 1.853 1.803 1.749 1.720

27 4.210 3.354 2.960 2.728 2.572 2.459 2.373 2.305 2.250 2.204 2.166 2.132 2.103 2.078 2.056 1.974 1.836 1.785 1.731 1.702

28 4.196 3.340 2.947 2.714 2.558 2.445 2.359 2.291 2.236 2.190 2.151 2.118 2.089 2.064 2.041 1.959 1.820 1.769 1.714 1.685

29 4.183 3.328 2.934 2.701 2.545 2.432 2.346 2.278 2.223 2.177 2.138 2.104 2.075 2.050 2.027 1.945 1.806 1.754 1.698 1.669

30 4.171 3.316 2.922 2.690 2.534 2.421 2.334 2.266 2.211 2.165 2.126 2.092 2.063 2.037 2.015 1.932 1.792 1.740 1.683 1.654

40 4.085 3.232 2.839 2.606 2.449 2.336 2.249 2.180 2.124 2.077 2.038 2.003 1.974 1.948 1.924 1.839 1.693 1.637 1.577 1.544

50 4.034 3.183 2.790 2.557 2.400 2.286 2.199 2.130 2.073 2.026 1.986 1.952 1.921 1.895 1.871 1.784 1.634 1.576 1.511 1.476

60 4.001 3.150 2.758 2.525 2.368 2.254 2.167 2.097 2.040 1.993 1.952 1.917 1.887 1.860 1.836 1.748 1.594 1.534 1.467 1.430

80 3.960 3.111 2.719 2.486 2.329 2.214 2.126 2.056 1.999 1.951 1.910 1.875 1.845 1.817 1.793 1.703 1.545 1.482 1.411 1.370

100 3.936 3.087 2.696 2.463 2.305 2.191 2.103 2.032 1.975 1.927 1.886 1.850 1.819 1.792 1.768 1.676 1.515 1.450 1.376 1.333

120 3.920 3.072 2.680 2.447 2.290 2.175 2.087 2.016 1.959 1.910 1.869 1.834 1.803 1.775 1.750 1.659 1.495 1.429 1.352 1.307

240 3.881 3.033 2.642 2.409 2.252 2.136 2.048 1.977 1.919 1.870 1.829 1.793 1.761 1.733 1.708 1.614 1.445 1.375 1.290 1.237

Fonte: <http://www.famat.ufu.br/prof/ednaldo/tabelas/tabelas%20F.PDF>

43
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

ANEXO IV – Tabela F de Fisher-Snedecor


TABELA F – III

DISTRIBUIÇÃO DE F-SNEDECOR

µ = 0,01

Limites unilaterais da distribuição F de Fisher-Snedecor ao nível de 1% de probabilidade


GL V1

V2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 20 40 60 120 240

1 4052.2 4999.3 5403.5 5624.3 5764.0 5859.0 5928.3 5981.0 6022.4 6055.9 6083.4 6106.7 6125.8 6143.0 6157.0 6208.7 6286.4 6313.0 6339.5 6352.6

2 98.502 99.000 99.164 99.251 99.302 99.331 99.357 99.375 99.390 99.397 99.408 99.419 99.422 99.426 99.433 99.448 99.477 99.484 99.491 99.495

3 34.116 30.816 29.457 28.710 28.237 27.911 27.671 27.489 27.345 27.228 27.132 27.052 26.983 26.924 26.872 26.690 26.411 26.316 26.221 26.173

4 21.198 18.000 16.694 15.977 15.522 15.207 14.976 14.799 14.659 14.546 14.452 14.374 14.306 14.249 14.198 14.019 13.745 13.652 13.558 13.511

5 16.258 13.274 12.060 11.392 10.967 10.672 10.456 10.289 10.158 10.051 9.963 9.888 9.825 9.770 9.722 9.553 9.291 9.202 9.112 9.066

6 13.745 10.925 9.780 9.148 8.746 8.466 8.260 8.102 7.976 7.874 7.790 7.718 7.657 7.605 7.559 7.396 7.143 7.057 6.969 6.925

7 12.246 9.547 8.451 7.847 7.460 7.191 6.993 6.840 6.719 6.620 6.538 6.469 6.410 6.359 6.314 6.155 5.908 5.824 5.737 5.694

8 11.259 8.649 7.591 7.006 6.632 6.371 6.178 6.029 5.911 5.814 5.734 5.667 5.609 5.559 5.515 5.359 5.116 5.032 4.946 4.903

9 10.562 8.022 6.992 6.422 6.057 5.802 5.613 5.467 5.351 5.257 5.178 5.111 5.055 5.005 4.962 4.808 4.567 4.483 4.398 4.354

10 10.044 7.559 6.552 5.994 5.636 5.386 5.200 5.057 4.942 4.849 4.772 4.706 4.650 4.601 4.558 4.405 4.165 4.082 3.996 3.953

11 9.646 7.206 6.217 5.668 5.316 5.069 4.886 4.744 4.632 4.539 4.462 4.397 4.342 4.293 4.251 4.099 3.860 3.776 3.690 3.647

12 9.330 6.927 5.953 5.412 5.064 4.821 4.640 4.499 4.388 4.296 4.220 4.155 4.100 4.052 4.010 3.858 3.619 3.535 3.449 3.405

13 9.074 6.701 5.739 5.205 4.862 4.620 4.441 4.302 4.191 4.100 4.025 3.960 3.905 3.857 3.815 3.665 3.425 3.341 3.255 3.210

14 8.862 6.515 5.564 5.035 4.695 4.456 4.278 4.140 4.030 3.939 3.864 3.800 3.745 3.698 3.656 3.505 3.266 3.181 3.094 3.050

15 8.683 6.359 5.417 4.893 4.556 4.318 4.142 4.004 3.895 3.805 3.730 3.666 3.612 3.564 3.522 3.372 3.132 3.047 2.959 2.914

16 8.531 6.226 5.292 4.773 4.437 4.202 4.026 3.890 3.780 3.691 3.616 3.553 3.498 3.451 3.409 3.259 3.018 2.933 2.845 2.799

17 8.400 6.112 5.185 4.669 4.336 4.101 3.927 3.791 3.682 3.593 3.518 3.455 3.401 3.353 3.312 3.162 2.920 2.835 2.746 2.700

18 8.285 6.013 5.092 4.579 4.248 4.015 3.841 3.705 3.597 3.508 3.434 3.371 3.316 3.269 3.227 3.077 2.835 2.749 2.660 2.613

19 8.185 5.926 5.010 4.500 4.171 3.939 3.765 3.631 3.523 3.434 3.360 3.297 3.242 3.195 3.153 3.003 2.761 2.674 2.584 2.537

20 8.096 5.849 4.938 4.431 4.103 3.871 3.699 3.564 3.457 3.368 3.294 3.231 3.177 3.130 3.088 2.938 2.695 2.608 2.517 2.470

21 8.017 5.780 4.874 4.369 4.042 3.812 3.640 3.506 3.398 3.310 3.236 3.173 3.119 3.072 3.030 2.880 2.636 2.548 2.457 2.409

22 7.945 5.719 4.817 4.313 3.988 3.758 3.587 3.453 3.346 3.258 3.184 3.121 3.067 3.019 2.978 2.827 2.583 2.495 2.403 2.355

23 7.881 5.664 4.765 4.264 3.939 3.710 3.539 3.406 3.299 3.211 3.137 3.074 3.020 2.973 2.931 2.780 2.536 2.447 2.354 2.306

24 7.823 5.614 4.718 4.218 3.895 3.667 3.496 3.363 3.256 3.168 3.094 3.032 2.977 2.930 2.889 2.738 2.492 2.403 2.310 2.261

25 7.770 5.568 4.675 4.177 3.855 3.627 3.457 3.324 3.217 3.129 3.056 2.993 2.939 2.892 2.850 2.699 2.453 2.364 2.270 2.220

26 7.721 5.526 4.637 4.140 3.818 3.591 3.421 3.288 3.182 3.094 3.021 2.958 2.904 2.857 2.815 2.664 2.417 2.327 2.233 2.183

27 7.677 5.488 4.601 4.106 3.785 3.558 3.388 3.256 3.149 3.062 2.988 2.926 2.872 2.824 2.783 2.632 2.384 2.294 2.198 2.148

28 7.636 5.453 4.568 4.074 3.754 3.528 3.358 3.226 3.120 3.032 2.959 2.896 2.842 2.795 2.753 2.602 2.354 2.263 2.167 2.117

29 7.598 5.420 4.538 4.045 3.725 3.499 3.330 3.198 3.092 3.005 2.931 2.868 2.814 2.767 2.726 2.574 2.325 2.234 2.138 2.087

30 7.562 5.390 4.510 4.018 3.699 3.473 3.305 3.173 3.067 2.979 2.906 2.843 2.789 2.742 2.700 2.549 2.299 2.208 2.111 2.060

40 7.314 5.178 4.313 3.828 3.514 3.291 3.124 2.993 2.888 2.801 2.727 2.665 2.611 2.563 2.522 2.369 2.114 2.019 1.917 1.862

50 7.171 5.057 4.199 3.720 3.408 3.186 3.020 2.890 2.785 2.698 2.625 2.563 2.508 2.461 2.419 2.265 2.007 1.909 1.803 1.745

60 7.077 4.977 4.126 3.649 3.339 3.119 2.953 2.823 2.718 2.632 2.559 2.496 2.442 2.394 2.352 2.198 1.936 1.836 1.726 1.666

80 6.963 4.881 4.036 3.563 3.255 3.036 2.871 2.742 2.637 2.551 2.478 2.415 2.361 2.313 2.271 2.115 1.849 1.746 1.630 1.566

100 6.895 4.824 3.984 3.513 3.206 2.988 2.823 2.694 2.590 2.503 2.430 2.368 2.313 2.265 2.223 2.067 1.797 1.692 1.572 1.504

120 6.851 4.787 3.949 3.480 3.174 2.956 2.792 2.663 2.559 2.472 2.399 2.336 2.282 2.234 2.191 2.035 1.763 1.656 1.533 1.462

240 6.742 4.695 3.864 3.398 3.094 2.878 2.714 2.586 2.482 2.395 2.322 2.260 2.205 2.157 2.114 1.956 1.677 1.565 1.432 1.351

Fonte: <http://www.famat.ufu.br/prof/ednaldo/tabelas/tabelas%20F.PDF>

44
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Testes de homogeneidade de variância


O teste de homogeneidade é também conhecido como teste de homocedasticidade, e para testes não
homogêneos são usados os testes de heterocedasticidade.

Quando temos:

»» H0 : S A2 = S B2 = SC2 = S D2 = ... S K2

»» Ha: Pelo menos 1 variância é diferente das demais.

Podemos utilizar dois tipos de testes:

»» Teste de Cochran: quando o número de amostras dos “K” grupos for igual.

»» Teste de Barlett: quando o número de amostras dos “K” grupos não for igual.

O teste de homogeneidade são pré-requisitos para o teste ANOVA paramétrica.

Caso o H0 seja rejeitado, deve-se aplicar a transformação de variáveis para verificar se reduz os
números de grandezas menores, com isso homogeneizando mais os dados. Após a transformação,
utiliza-se o teste de Cochran para testar o H0.

Só utilizamos a análise não paramétrica se não tivermos a confiabilidade na centralização da média.


Neste caso, optamos pela análise não paramétrica, ou seja, com o conjunto de dados.

Se o H0 tiver o objetivo de comparar as séries de dados dos “K” grupos, por meio da análise não
paramétrica, utilizaremos o teste de Kruskal-Wallis (ANOVA não paramétrica) e se o H0 for rejeitado,
utilizaremos o teste de Turkey.

Teste de cochran

O teste de Cochran é aplicado para testar a homogeneidade das variâncias das amostras com o
mesmo tamanho.

H0 : S A2 = S B2 = SC2 = S D2 = ... S K2

»» Ha: Pelo menos 1 variância é diferente das demais

Para isso, o teste de Cochran utiliza a seguinte fórmula.

S2maior
g=

K
i=1
S2

45
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Onde:


K
»» i=1
S2 = Somatório de todas as variâncias (K)

»» S2maior = maior variância entre os K grupos

O g crítico é encontrado na tabela de teste de Cochran (Anexo V). Nesta tabela na linha horizontal
encontramos o número de amostras (n) e na coluna vertical o número de tratamentos (K).

Se o g calculado for menor ou igual ao g crítico, indica que há homogeneidade, portanto aceitamos
o H0.

Mas, se o g calculado for maior que o g crítico, significa que não há homogeneidade, com isso
rejeitamos o H0.

Exemplo:

A linha de produção que você está analisando possui 4 equipamentos idênticos e cada um com 6
funcionários trabalhando 8 horas por dia.

Você observa que os funcionários que trabalham com o equipamento necessitam de alturas
semelhantes, pois o equipamento não pode ser modificado conforme a altura do funcionário.

Com isso, você decide verificar se a altura dos funcionários é uniforme ou não, ou seja:

H0 : S A2 = S B2 = SC2

Ha: pelo menos uma S2 difere das demais

Tabela 7: Tabela de alturas dos funcionários dos equipamentos

Funcionário Equipamento 1 Equipamento 2 Equipamento 3


1 1,76 1,78 1,73

2 1,77 1,75 1,79

3 1,80 1,80 1,78

4 1,69 1,81 1,82

5 1,77 1,70 1,88

6 1,70 1,82 1,81

Média 1,75 1,78 1,80

Variância 0,0019 0,0020 0,0025

46
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Aplicando o teste de Cochran, temos que:

0, 0025
g= = 0, 39
0, 0064

Utilizando a tabela de teste de Cochran (Anexo V), para µ = 0,05, temos que o g crítico = 0,6771.

O g calculado (0,39) é menor que o g crítico (0,6771), então podemos aceitar o H0 p > 0,05.

Portanto, a altura dos funcionários está uniforme.

Teste de barlett

O teste de Barlett é aplicado para testar a homogeneidade das variâncias das amostras com
tamanhos diferentes.

H0 : S A2 = S B2 = SC2 = S D2 = ... S K2
»»

»» Ha: pelo menos uma variância é diferente das demais

Para isso, o teste de Barlett utiliza a seguinte fórmula.

B
Bc = onde:
C
(
B = InS2p ) ( ∑ ( gl -1) - ∑
K
i=1
K
i )
=1 ( ( gl -1) ) InS2p , ou

B = 2, 30259  log 2p
( ) ( ∑ ( gl -1) -∑ ( ( gl -1) logS ) ) 2
i

1  K  1  1 
C = 1+  ∑ i=1   - K 
3 ( k -1)   ( gl -1) 
   ∑ i=1
( gl -1 ) 

∑ Ssi
K

S2p SSi = Variação ponderada = i=1

∑ ( gl -1)
K
i=1

(∑ x)
2


2
Ssi =Variação de cada tratamento =
i=1
n

O Bc será comparado com o valor crítico baseado na tabela do X2 (Qui-quadrado), utilizando gl =


(K-1) e a = 0,05.

Se Bc for menor ou igual ao X2, então aceitamos o H0 (Homocedasticidade); caso o Bc seja maior que
o X2, então rejeitamos o H0 (Heterocedasticidade).

Exemplo: Na empresa você verificou que os funcionários de um setor estavam sentados de forma
errada, então você resolveu mudar os tipos de cadeiras para ver se a produção melhorava.

47
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Você colocou as 4 linhas de produção, cada qual com um tipo de cadeira e verificou que a produção
diária foi de:

Tabela 8: Produção diária de 4 linhas de produções com 4 tipos de cadeiras diferentes

Funcionário Cadeira 1 Cadeira 2 Cadeira 3 Cadeira 4


1 60,8 68,7 102,6 87,9
2 57,0 67,7 102,1 84,2
3 65,0 74,0 100,2 83,1
4 58,6 66,3 96,5 85,7
5 61,7 69,8 Ausente 90,3

Para ficar mais didático, mostrarei os cálculos do grupo da cadeira 1; após os cálculos, os valores
serão mostrados na tabela 9.

In S12 = In 9, 39 = 2, 39

( gl -1) In S12 = 4 × 2, 23, 9 = 8, 9586

(=
60, 8 ) + ( 57, 0 ) + ( 65, 0 ) + ( 58, 6 ) + ( 60, 8 ) + ( 61, 7 )
2 2 2 2 2 2
Ss1

60, 8 + 57, 0 + 65, 0 + 58, 6 + 60, 8 + 61, 7


- = 37, 568
5

Tabela 9: Tabela de cálculos dos diferentes tipos de cadeiras

Funcionário Cadeira 1 Cadeira 2 Cadeira 3 Cadeira 4

1 60,8 68,7 102,6 87,9

2 57,0 67,7 102,1 84,2

3 65,0 74,0 100,2 83,1

4 58,6 66,3 96,5 85,7

5 61,7 69,8 Ausente 90,3

Média 60,62 69,30 100,35 86,24

n 5 5 4 5

gl - 1 4 4 3 4

1/(gl - 1) 0,25 0,33 0,25 0,25

S2 9,39 8,56 7,66 8,39

2
In S t 2,239 2,147 2,036 2,127

( gl - 1) In S2t 8,956 8,588 6,108 8,508

Ssi 37,57 34,26 22,97 33,55

48
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Então:

∑ Ssi = 37, 57 + 34, 26 + 22, 97 + 33, 55 = 8, 55667


K

S2p i=1

∑ ( gl -1)
K
4+ 4+3+ 4
i=1

Com isso, podemos calcular B da seguinte maneira.

B = (ln 8,55667) (4 + 4 + 3 + 4) - (4(ln 9,39) + 4(ln 8,56) + 3(ln(7,66) + 4(ln 8,39))

B = 0,037539

Calculando o C:

1  1 
C = 1+ =  ( 0, 25 + 0, 25 + 0, 33 + 0, 25 ) -  = 1,112926
3 ( 4 -1)  4+ 4+3+ 4 

Então:

0, 037539
Bc = = 0, 03373
1,112926

Para comparar o Bc com o X2 crítico, devemos procurar na tabela (Anexo VI) o valor de X2 crítico para
gl = K-1. Sendo que K = número de grupos (4).

Para gl = 3 e a = 0,05 (95%), o X2 crítico é de 7,815.

O Bc é menor que o X2 crítico, então aceitamos o H0 p > 0,05.

Portanto, os diferentes tipos de cadeira não influenciam na variação do rendimento dos funcionários.

Teste t de Student
Esse teste compara duas médias (teste paramétrico).

H0 : x A = xB

Ha : x A ≠ xB (a 2) bicaudal

x A > xB (a 1) monocaudal

As duas distribuições devem ser normais com variáveis contínuas (valores decimais) e os eventos
devem ser independentes.

Antes de utilizar o teste t, deve se aplicar o teste de Fisher-Snedecor para analisar a variância.

O teste t compara uma média estimada ao valor padrão estabelecido (µ)

49
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Sendo assim:

»» H0 : x = m

»» Ha : x ≠ m

x > m ou x < m

Para o teste t, utilizaremos as seguintes fórmulas.

x -m S
t= , sendo que = erro padrão da média
S 2
n
2
n

S
t 2
= Intervalo de confiança
n
Para isso, precisamos determinar o µ por meio da seguinte fórmula:

S
m= x ± t 2
n

Encontrado o valor de t, compara-se com o valor de t crítico na tabela t Student (Anexo I), adotando
gl = n – 1, µ = 0,05 (95% de confiança).

Se t ≤ t crítico, aceitamos o H0, ou seja, x = m .

Caso t seja maior que o t crítico, rejeitamos o H0, ou seja, x ≠ m ou x > m ou x < m.

O teste t pode ser utilizado para as seguintes situações.

»» análise de um fator de condição relativa;

»» comparação de duas médias estimadas (com número de amostras iguais ou


diferentes);

»» comparar proporções (observada X esperada ou observada X observada);

»» dados pareados.

50
CAPÍTULO 5
Testes não paramétricos

Teste de mann-whitney
O teste de Mann-Whitney é correspondente ao teste paramétrico t de Student.

Para o teste de Mann-Whitney (U), é adotado as seguintes hipóteses.

»» H0: As séries de dados A e B são semelhantes (pertencem a uma única “população


de dados”).

»» Ha: As séries de dados A e B são distintos (duas “populações de dados” distintos).

Para analisarmos U, adotam-se as seguintes nomenclaturas.

nA = número total de dados em A.

nB = número total de dados em B.

R = Ranks ou pontos. Serão atribuídos aos dados das duas séries dispostas em ordem decrescente.
Para o dado de maior valor, atribui-se o menor rank, no caso o valor 1 (um), e assim sucessivamente
até que para o menor valor da série de dados será atribuído o maior rank.

Com isso podemos calcular o valor de U com as seguintes equações.

nA ( nA +1)
U = nA × nB + - RA
2

nB ( nB +1)
U' = nA × nB - U ou U' - nA × nB + - RB
2

Onde: RA ou RB é a somatória dos ranks da série.

Após o cálculo de U e U’, utiliza-se apenas o U com maior valor (U ou U’) para comparar com o U
crítico encontrado na tabela de Distribuição U de Mann-Whitney (Anexo VII) para a = 0,05.

Se o U encontrado for menor que o U crítico, então se aceita H0, caso o U encontrado seja maior que
U crítico, rejeita-se H0.

Na tabela de U crítico (Anexo VII), você irá observar que o número de amostras vai até o 9 e 50. Se
a quantidade de amostras for maior que 50? O que fazer? Para isso existe outra forma de cálculo.

nA × nB
Média = m u =
2

51
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

nA × nB ( nA + nB +1)
Desvio-Padrão = su = 2
12
Com esses valores podemos calcular Z

U maior - m u
Z=
su

Se o Z calculado for maior ou igual a 1,65, rejeitamos o H0 para 95% de confiabilidade; caso o Z seja
menor que 1,65, aceita-se o H0 para 95% de confiabilidade.

Exemplo:

Você está trabalhando com dois grupos de pessoas (A e B) com a mesma faixa etária e quer verificar
se os níveis de colesterol deles são diferentes. A tabela abaixo mostra os níveis de colesterol das
pessoas dos dois grupos.

Tabela 10: Níveis de colesterol dos indivíduos.

Indivíduos Grupo A Grupo B


1 223,4 220,1
2 221,5 218,6
3 230,2 229,6
4 224,3 228,8
5 223,8 222,0
6 230,8 224,1
7 226,5
n 6 7

Inicialmente vamos colocar um rank em cada um dos valores.

Tabela 11: Níveis de colesterol com rank

Grupo A Rank A Grupo B Rank B


223,4 9 220,1 12
221,5 11 218,6 13
230,2 2 229,6 3
224,3 6 228,8 4
223,8 8 222,0 10
230,8 1 224,1 7
226,5 8
nA = 6 Rank A = 37 nB = 7 Rank B = 54

52
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

H0: as séries de dados de colesterol sérico são semelhantes nos dois grupos

Há: as séries de dados de colesterol são distintas

Calculando o U:

6 ( 6 +1)
U = 67 × - 37 = 26 ⇒ U = 26
2

U' = 6 × 7 - 26 = 16 ⇒ U' = 16

Considera-se o U maior = 26.

O U crítico para n = 6 e 7, com a = 0,05 encontrado na tabela (Anexo VII) é de 34.

U maior é menor que o U crítico, aceita-se H0 p > 0,05.

Conclusão: As séries de dados de colesterol são semelhantes, ou seja, não há diferença nos níveis de
colesterol das pessoas dos dois grupos.

Teste de kolmogorov-smirnov

O teste de Kolmogorov-Smirnov é aplicado para uma população com distribuição normal. Ela
compara a frequência relativa absoluta (observada) com a frequência relativa acumulada (esperada),
ou compara duas frequências observadas.

Para este teste adotamos o seguinte H0 e Ha.

H0: FRa abs = FN / FRa = FRb

Ha: FRa abs ≠ FN / FRa ≠ FRb

Onde: FR abs = Frequência Relativa Absoluta

FN = Frequência relativa acumulada de uma distribuição Normal

E como podemos calcular o FN através da FRa?

Para isso é preciso reduzir os pontos médios da distribuição observada para pontos médios de uma
distribuição normal conhecida.

pm - x
Z=
i

Onde: pm: ponto médio (calculado como: (amostra anterior – atual)/2)

i = número da amostra

53
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Para melhor visualizar o teste, observe a figura abaixo:

FRbabs

1,0 F
Ra

FN ou FRbabs

0,5

Dmaior

1 3 5 7 9 11 13
Figura 3: Gráfico de comparação entre a Frequência Relativa Absoluta Observada (FRa abs) e a Frequência Relativa Absoluta
Esperada (FN) ou Observada (FRb abs).

E como calcularemos o D? Da seguinte maneira.

D = |FRa abs – FN| ou |FRa abs – FRb abs|

Encontrando o D maior, comparamos esse valor com o D crítico encontrado na tabela (Anexo VIII).

Se D maior for menor ou igual ao D crítico, aceita-se H0.

Se D maior for maior que o D crítico, rejeita-se H0.

54
CAPÍTULO 6
Análise de variância

O que é análise de variância? É quando se compara simultaneamente mais de duas médias ou mais
de duas tratamentos por meio de suas variáveis.

Para isso podemos utilizar o teste ANOVA paramétrica ou ANOVA não paramétrica
(Kruskal-Wallis).

ANOVA paramétrica
Qual o H0 para o teste ANOVA paramétrica?

»» H0 : x A = xB = xC = ... xK

»» Ha: Pelo menos uma das médias difere das demais.

Porém antes de realizar o teste ANOVA paramétrica, você deve fazer o teste de Cochran ou Barlett
para avaliar a homogeneidade das variâncias.

Qual o objetivo do teste de análise de variância? Com essa análise, podemos saber se existem fatores
ou fontes de variação (condição ou variação experimental).

E quais são as possíveis fontes de variação?

»» imposta pelo pesquisador; ou

»» fontes intrínsecas, residuais ou erros que são variáveis não controladas pelo
pesquisador que poderão variar diferentemente dentro de cada tratamento.

E o que podemos fazer para diminuir essas fontes de variações?

»» Controlar as demais fontes de maneira que varie semelhantemente em todos os


tratamentos ou se mantenha constante neles; ou

»» Esperar peça melhoria na condução dos experimentos; ou

»» Maior número de repetições.

Com isso, podemos ter um maior controle da fonte de variações, levando à maior homogeneidade
das unidades amostrais dos diferentes tratamentos. Lembrando que o aumento do resíduo
provoca a perda de sensibilidade do teste ANOVA, ou seja, mascara os resultados da análise
de variância.

55
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

A análise ANOVA é calculada da seguinte forma.

QM Fonte
F=
QM resíduo

O valor de F encontrado é comparada com o F crítico da tabela de Fisher-Snedecor (Anexo II).

E como calcular o Quadrado Médio (QM)? O cálculo se dá da seguinte forma.

SM
QM = = variância
gl

Onde: SQ é a Somatória dos Quadrados.

Para determinar o SQ, usaremos a seguinte equação:

(∑ x)
2

SQ = ∑ x 2

Com isso podemos determinar o SQ total, SQ fonte e SQ resíduo. Vale lembrar que o SQ resíduo é
calculado através da diferença do SQ total e SQ fonte. Assim:

(∑ x)
2

SQ total = ∑ x 2

(∑ x )
2

SQ fonte = ∑ x 2

Onde: n = número total de amostras

SQ resíduo = SQ total – SQ fonte

Além disso, precisamos determinar o gl total, a fonte e o resíduo.

gl total = n – 1

gl fonte = K – 1

gl resíduo = gl total – gl fonte

Com base nesses cálculos, podemos então determinar o QM fonte e QM resíduo e


consequentemente o F.

Como dito anteriormente, o F crítico é determinado utilizando a tabela de Fisher-Snedecor


(Anexo II).

Se o F calculado for menor ou igual ao F crítico, aceita-se H0; se o F calculado for maior que o F
crítico, deve-se rejeitar o H0.

56
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Exemplo:

Na empresa, você observou que os funcionários da logística trabalhavam em condições diferentes,


porém todos tinham acesso às mesmas condições. Então você resolve analisar se o rendimento dos
funcionários é influenciado ou não pelas condições de trabalho.

Você observou que existiam 5 condições.

I. Sem ar-condicionado e janela fechada

II. Sem ar-condicionado, mas com janela aberta

III. Com ar-condicionado baixo e janela fechada

IV. Com ar-condicionado médio e janela fechada

V. Com ar-condicionado alto e janela fechada

Para analisar a diferença do rendimento, você coletou dados de 4 dias seguidos e colocou os
resultados na tabela.

Tabela 12: Dados coletados das diferentes condições

Condições

Dia I II III IV V

1 33 50 52 72 69

2 38 61 57 64 70

3 39 65 49 66 64

4 35 55 55 68 65

å 145 231 213 270 268

xi 36,25 57,75 53,25 67,50 67,00

O primeiro passo é calcular a somática dos quadrados.

(145 + 231+ 213 + 270 + 268 )


2

SQ total = ( 33 + 38 + 39 + ... + 64 + 65
2 2 2 2 2
) - = 2864,55
20

(145 + 231+ 213 + 270 + 268 )


2

SQ fonte = (1452 + 2812 + 2132 + ... + 2702 + 2682 ) - = 2613,30


20

Após o cálculo da soma dos quadrados, vamos calcular os graus de liberdade.

gl total = n - 1 = 20 - 1 = 19

57
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

gl fonte = K - 1 = 5 - 1 = 4

gl resíduo = 19 - 4 = 15

Agora vamos determinar o Quadrado Médio (QM).

2613,30
QM fonte = - = 653,325
4

251,25
QM resíduo = - = 16,75
15

653,325
F= = 39,00
16,75

O F calculado é maior que o F crítico, portanto rejeita-se o H0 p ≤ 0,05, ou seja, há diferença entre
os diferentes tipos de condições.

Teste ANOVA não paramétrica


Esse teste corresponde ao teste de Mann-Whitney com mais de duas séries de dados.

Para isso, utilizamos o teste de Kruskal-Wallis.

O teste Kruskal-Wallis não compara as médias e, sim, mais de duas séries de dados. Caso tenha
somente duas séries de dados, utiliza-se o teste de Mann-Whitney.

Para esse teste adotamos o seguinte H0.

»» H0: As “K” séries de dados são iguais ou semelhantes

»» Ha: As “K” séries de dados são distintas

Para iniciar a análise, deve se colocar um rank em todos os dados, independente da série em que
eles se encontram, ou seja, atribuir um valor para todos os dados. Para o menor valor atribui-se o
rank 1, o seguinte, rank 2 na ordem crescente de dados. Caso tenha empate (dados com mesmo
valor) atribui-se a média dos ranks.

Para iniciar o cálculo de H (teste de Kruskal-Wallis), adotaremos a seguinte nomenclatura.

»» Ra, Rb, Rc, ..., Rk = ranks de cada série

»» na, nb, nc, ..., nk = número de dados de cada série (podem ser iguais ou diferentes)

»» N = somatória de todos os dados dos “K” grupos.

Com isso podemos calcular H da seguinte forma.

12  K R 2i 
H= ∑  = -3 ( N +1)
N ( N +1)  i=1 ni 

58
BIOESTATÍSTICA APLICADA │ UNIDADE II

Caso os dados apresentem muitos empates, é necessário realizar uma correção:

∑ t = ∑(t 2
i - ti )

Onde: t = número de ranks de empates

Com isso podemos corrigir H.

H
Hcorrígido =
C

Lembrando que só se faz necessário essa correção quando tiver um grande número de empates.

Os valores de H ou Hcorrigido é comparado com o valor de X2 crítico, utilizando a = 0,05 e gl = K – 1.

Se o valor de H ou Hcorrigido for menor ou igual ao X2 crítico, aceita-se o H0, ou seja, as séries de dados
são iguais.

Caso o valor de H ou Hcorrigido seja maior que o X2 crítico, rejeita-se o H0, ou seja, as séries de
dados são distintas.

Exemplo:

Você estava analisando um setor, onde encontrou funcionários sentados em bancos ajustáveis em
3 equipamentos. Você observou que os funcionários haviam ajustado os bancos da melhor forma
possível para eles, mas será que existe um padrão? Para isso você coletou o tamanho dos ajustes das
3 máquinas (Tabela 13)

Tabela 13: Ajustes em cm dos assentos das máquinas

Funcionário Máquina 1 Máquina 2 Máquina 3

1 14,0 8,4 6,9

2 12,1 5,1 7,3

3 9,6 5,5 5,8

4 8,2 6,6 4,1

5 10,2 6,3 5,4

Com isso seu H0 e Há são:

H0: Será que o ajuste das 3 máquinas são iguais?

Ha: Será que o ajuste depende de cada máquina?

59
UNIDADE II │ BIOESTATÍSTICA APLICADA

Para calcular se tem diferença ou não, você colocou rank em todos os valores (Tabela 14).

Tabela 14: Ajustes em cm dos assentos das máquinas com rank

Funcionário Máquina 1 Rank 1 Máquina 2 Rank 2 Máquina 3 Rank 3


1 14,0 15 8,4 11 6,9 8
2 12,1 14 5,1 2 7,3 9
3 9,6 12 5,5 4 5,8 5
4 8,2 10 6,6 7 4,1 1
5 10,2 13 6,3 6 5,4 3
n 5 5 5
å Rank 64 30 26

N = ån = 15

12  642 + 302 + 262 


H=   - 3 (15 +1)
15 (15 + 1)  5 

H = 8,72

Pela tabela de X2, gl = 2 (K – 1) e a = 0,05, o valor do X2 crítico é de 5,991.

Portanto, o H é maior que o X2, então rejeita-se H0 p ≤ 0,05.

Isso significa que o ajuste dos bancos dos equipamentos são distintos, ou seja, cada equipamento
necessita de um ajuste diferente.

60
Para (não) Finalizar

Lembre-se de sempre atuar de forma ética, levando em conta os princípios profissionais e pessoais.
Lembre-se de preservar a sua integridade, a da sua equipe e de seus clientes, além de manter sigilo
sobre as informações pessoais.

Utilize de forma correta e coerente os seus conhecimentos e procure sempre se informar, caso tenha
alguma dúvida, e atualizá-los.

61
Referências
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