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0s pincipas objetivo dese capitvio sto: dsc aimpotrca de cancatos para ofoscte,cersterzer9 que oun Problema Nleschco, compara facotia fom euas ebordayens Go ea Sugermos que a lenge do estuco os _sogunes temas soar dostacados: ‘igsena de vise losers ds eapectaieta, aber clanca lego Mloschea scons: Pode-ss clacitr como sede sie de relene floscica, se @ peo espana, pela parplcede, pa eavanneca dane ce {endmence engmatices que nauetam & reset Pa ezlciaca “o, mas ecpeciicamente, part Platoe 28-047 8) e ascites {c.381-322 20) ~ aflosotarasce com 6 “espanto Ge acmnragao™ ela surge fuse oa homens lent stistacer me especie ae vortace fore de atnir Sverdede, metvaobe pels sonassao ce faanteza cone saber Saqunn ida Ge que esparto¢ rotor ca rele Insc, poge-se suger ques alunos Irveatigion aqulle gure causa one enasgao (emo 9 surpimente aide, fsendmencaratuis ote} ‘A queda (2006), foto de Denis Darzaca © que vocé vé? Um homem caindo? Nem sempre o real € o que nos parece ser. Othe de novo: uma certa estranheza no “modo de cair” pée em duvida nossa constatagao Inicial, Intrigados, nos perguntamos sobre o significado desse movimento: 0 que ¢ isso? O que vejo de fato? Essa fotografia faz parte de uma sequéncia de imagens de dancari- nos-malabaristas de rua em Paris. Nela,o fot6grafo consequiu flagrar ‘o momento exato em que um dancarino est no meio de uma pirueta, Essas fotos constituem a série A queda, que the rendeu o prémio do evento intemacional World Press Photo 2007. Nessa série, Darzacq imprimiu as imagens de aparente queda livre sua percepcao das mo- bilizacoes de jovens, a matoria estudantes, que em 2006 agitaram a Franca em protesto contra 0 subaproveitamento da juventude no mercado de trabatho. Servindo-nos da sensagao de espanto que essa foto provoca, po- demos fazer uma analogia coma filosofia. E ela que propiciaum olhar de estranheza diante de tudo que nos parece ébvio: a experiéncia filos6fica pressupde constante disponibilidade para se surpreender indagar. Peso pis, A 18 do Oss Pestein (G Filosofia de vida As questées filoséficas fazem parte do nosso cotidiano. Qualquer decisao que tomamos se baseia sempre em reflexdes que podem ser de natureza filo- séfica. Por exemplo, existem critérios bem diferentes para fundamentar nossas escolhas, como votar em um candidato, trocar de emprego, praticar algum esporte ou ir.ao teatro durante o tempo livre. Essa escolhas pressupdem valores que nos orientam, ainda quando nao temos muita clareza a respeito deles. Ora, quando paramos para refletit sobre 0 que & melhor para nossa vida, estamos fazendo um exercicio filoséfico. Do mesmo modo, quantas vezes voce js se per- untou sobre conceitos como amor, amizade, fideli- dade, solidao e morte? Certamente, js discutiu sobre ‘esses assuntos com seus amigos e observou que nem, sempre os pontos de vista coincidem. A disposicao para o filosofar decorre do fato de ssermos pessoas racionais e sensiveis, capazesde dar sentido 8s coisas. Chamamos de filosofia de vida a esse filosofar espontaneo. Filosofia do especialista A filosofia de vida é, na verdade, uma “pré-filo- sofia", apenas uma disposigo para o filosofar, que pode cumprir-se oundo.Jéa filosofia do especialista Frank & Emmest (2003), trinha de Bob Thaves, saa, vork 34 FensOu ND Ponaut be Estas nau? ‘ann (2001), tinha de Greg Evans. ocupa-se com o rigor do conceito, o que pressupoe intimidade com a histéria da filosofia. De fato, des- de a Antiguidade, os filosofos so conhecidos por, diante do saber cotidiano, levantarem problemas, questionarem o que parece ébvio e criaremconcei- tos para compreender 0 que os surpreende. Entao, que tipo de pensar @ esse do filésofo? Nao € melhor nem superior a todos os outros, mas: diferente, porque se propée aproblematizar nossos Pensamentos e nossas aces. Dessa atitude resulta a experiéncia filoséfica. Os filosofos est3o sempre questionando o mundo ea si mesmos, poisnao acei- tam certezas absolutas e solugdes répidas. Por isso, delimitam os problemas que os intrigam e buscam, o sentido desses pensamentos e acdes. Se observarmos com atencao as tiras abaixo, constataremos que tanto 0 personagem que preten- de pesquisar o significado da vida em um site como aquele que nao quer ter 0 seu sono perturbado res- pondem de maneira pradmstica aos questionamen- tos filoséficos de seus interlocutores, sem perceber que as perguntas a eles direcionadas constituem problemas filosGficos permanentemente abertos 3 discussdo, para os quais nao existe resposta undnime. Pragmatica: no context aqullo que dlzrespeito&aplicagio, prtica, a ubldade, O SIGNIFICADO DA VIDAZ... UM MOMENTO. VOU PESQUISAR, e work 34 se ‘st, om ANOE ise VF snonees eaoran: Ip eta sraee Bh dase otn (@ € possivel definir filosofia? Talvez vocé esteja se perguntando: como entao definir 0 que @ filosofia? 0 filésofo alemao Edmund Hussert diz saber 0 que é filosofia, ao mesmo tempo que assume desconhecé-a. E completa afirmando que apenas os pensadores secundétios esto contentes ‘com suas definicdes. Ouseja, explicitar o que € floso fia j4 6, em si, uma quest3o filoséfica. Portanto, mes- ‘mo quandoos pensadores se arriscam a darrespostas, sabem que s80 sempre imprecisas e provisbrias. (yam Filosofia. Do grego philos, “amor sophia, *sabedoria’. Logo, significa "amor 8 sabe- doria” ou ‘amizade pelo saber". Pitdgoras (século Vi aC.) filbsofo e matematico grego, teria sido 0 primeira 2 usar 0 termo filésofo, por nao se consi- Reflexao filoséfica Existem indmeras definigdes de filosofia, que muitas vezes se contrapdem, porisso a perplexidade que, ver ou outra, atinge 0 filésofo 20 rever suas préprias definices. Isso se deve ao niicleo proble- matizador do filosofar. Assim, responder 8 pergunta “O que é filosofia?” jé é uma questio filoséfica das mais complexas. Partimos dessas adverténcias para dizer que qual- quer definicao “delimita’ no sentido de estreitar um significado muito mais amplo. 0 conceito de reflexao, por exemplo, ndo & exclusivo da filosofia. O que, portanto, distingue a reflexao filoséfica das demais? Na tentativa de “delimitar’, pelo menos proviso- riamente, vamos examinar a proposta do filésofo bra- sileiro Dermeval Saviani*, que conceitua a filosofia como uma reflexao radical, rigorasa e de conjunto sobre os problemas apresentados pela realidade. + Radical A filosofia é radical, nao no sentido corriqueiro de ser inflexivel, mas porque busca explicitar 0s con ceitos fundamentais usados em todos os campos do pensar edo agi. Porexemplo, a filosofia das ciéncias ‘examina 05 pressupostos do saber cientifico: é ela que reflete sobre o que é ciéncia; como a ciéncia se distingue da filosofia e de outros tipos de saber; quais s20 as caracteristicas dos diversos métodos, cientificos; qual a dimensao de verdade das teorias cientificas e assim por diante. Reflexio. Do latim refletere, “fazer retroceder” ou *voltar atrés", Logo, refletir€ retomar o proprio pen- samento, pensar 0 j pensado, voltar para si mesmo © questionaro ja conhecido. Radical, Do latim radix, “raiz”, “undamento’, “base”, + Rigorosa © pensamento filoséfico é rigoroso por ser argumentativo e por manter a coeréncia de suas diversas partes. A linguagem rigorosa evita a am- biguidade das expressdes cotidianas, o que permite a interlocugdo com outros filésofos com base em. conceitos claramente definidos. Por isso so criadas, ‘expressdes novas ou alterados os sentidos de pala vras.usuais. Por exemplo, enquanto o termo ideia no * SAVIANI, Dermeval. Educacdo: do senso comum Conseléncia flosofica. Campinas: Autores Associados, 2009. p. 29-33. (Colegaa Educagao Contemporsn grego arcaico (eidos) significava a intuigao sensivel de uma coisa (aquilo que se vé ou é visto), Platao criouoconceito de ideia para referir-se a concepcao racional do conhecimento. Para ele, as pessoas e as coisas belas so percebidas por meio dos sentidos, mas abeleza é umaideia pela qual € compreendida a esséncia, ou seja, aquilo que faz uma coisa ser bela. £ pormeto do rigor dos conceltos que os caminhos da reflexdo se inovam. E isso nao significa que um filésofo “suplante” outro, porque qualquer um deles pode - e deve ser revisitado sempre. Protela:me do que eu desejo (1988), instalagho ddeenny Holzer, em Londres Jenny Holzer & uma artista conceitual que 20 fi- nal da década de 1970 e durante a década de 1980 fazia intervendes nos espacos piblicos de diversas cidades. Suas frases instigantes propiciam a reflexo filos6fica: 0 que significa Protect me from what want (Proteja-me do que eu desejo)? Quero que alguém de fora me proteja ou sou eu mesmo que devo fazé-lo? por que (ou quando) haveria eu de me proteger do meu desejo? Qual é a relacao entre desejo © razao? Independentemente do modo como respondemos a essas indagagdes, trata-se de uma discussao arespeito daliberdade humana em suas possibilidadeselimites. i s 3 5 eee lf 18 Cg Pes + De conjunto A filosofia é um tipo de reflexao totalizante, de conjunto, porque examina os problemas rela- cionando diversos aspectos entre si. Mais ainda, 0 objeto da filosofia é tudo, porque nada escapa a seu interesse. Por exemplo, 0 filésofo se debru- 2 sobre assuntos tao diferentes como a moral, apolitica,a ciéncia,o mito, retigiso,o cOmico,a.ar- te, a técnica, a educacao e tantos outros. Dai 0 carater transdisciplinar da filosofia, ao estabele- cer 0 elo entre as diversas expressdes do saber & do agit. Por exemplo, 0 avanco da biologia gené- tica desperta a discussao filoséfica da bioética; a produgao artistica provoca a reflexao estética e assim por diante, G O exemplo de Sécrates Lembremos a figura de Sécrates. Dizem que era ‘um homem feio, mas quando falava exercia grande fascinio sobre seus interlocutores. Procurado pelos: jovens, passava horas discutindo em praca publica, @ agora de Atenas. Interpelava os transeuntes, dizendo-se ignorante, e fazia perguntas aos que julgavam entender determinado assunto: *O que & coragem?"; “O que é beleza?"; “O que é justica?”; *O que é virtude?” Cx Sécrates (c. 470-399 a.C.) rnasceu e viveu em Atenas, na Grécla. Filho de um es- cultor ede uma parteira, Sécrates conhecia a dou- trina dos filésofos que oan- tecederam e de seus con- rempordneos. Discutia em Sisto de Socrates, temporéneds, Discutis em Sn romana do Praga publica sem nada secuioi ac. cobrar. Nao deixou livros, Por isso conhecemos suas ideias com base nos escritos de seus discipulos, sobretudo Platao e Xenofonte, mas também do comedi6grafo Aris- t6fanes, que, apesar de ridicularizé-lo na pega As uvens, deiva transparecer seu método © algumas concepcdes. Acusado de corromper a mocidade. e negar os deuses oficiais da cidade, foi conde- nado a morte, Esses acontecimentos finais s40 relatados no dialogo de Platao intitulado Defesa de Socrates. Em outra obra, Fédon, Socrates dis- ute com 0s discfpulos sobre a imortalidade da alma, enquanto aguarda o momento de beber a cicuta. Sécrates ¢ 0 protagonista na matoria dos. dilogos platdnicos. Geralmente os interlocutores respondiam as perguntas socraticas utilizando exemplos de pes- soas corajosas, virtuosas etc., ou, entao, descreviam as caracteristicas de um tipo de coragem ou de virtude, o que nao era suficiente para o filésofo. Em seguida, concluiam nao haver safda sendoreconhe- cer a prépria ignorancia. Desse modo, a discussio tomava outro rumo, na tentativa de explicitar me- thor 0 conceito. Ointeressante no método socratico é que este nem sempre leva a uma conclusao efetiva, mas ainda assim contribui para que cada interlocu- tor abandone sua doxa, um conhecimento impre- cisoe sem fundamento, e alcance o conhecimen- toverdadeiro. amo Doxa. Terma grego que designa opiniso, “S6 sei que nada sel 0 método de Sécrates levava ao reconhe- cimento da propria ignorancia. Nao se tratava, porém, de um julgamento destinado apenas aos seus interlocutores. Esse era igualmente o ponto de partida de sua propria sabedoria, baseada na busta incessante da verdade, em que sempre nos deparamos com novas indagacdes. Ao dialogar, Sécrates nao era um professor que “ensinava verdades", mas alguém que estimulava cada um a pensar por si mesmo. A maneira pela qual o filésofo chegou a essa descoberta é relatada em certa passagem do didlogo Defesa de Sécrates, registrada por seu discipulo Plato. Ao se referir as calinias de que foi vitima, Socrates se lembra da ida ao templo de Apolo, em Delfos, local em que as pessoas consultavam 0 OFB* {U6 para saber sobre assuntos religiosos, politicos ui, ainda, sobre o futuro. L4, quando seu amigo Querofonte consultou a Pitia, indagando se havia alguém mais sabio do que seu mestre Sécrates, ouviu uma resposta negativa Surpreendido com a resposta dada pelo ora- culo, Sécrates resolveu investigar por si proprio aqueles que se diziam sabios. Sua fala é assim relatada por Platao: Oréculo:dvindade consultada ou sacerdote responsével pela consulta, assim como prépria resposta dada pola dv indads, Pita também chamaca Phonise, Sacerdtisa que, em trance, proferiag respasta do deus Apolo 2s perguntas formulads Palas devoios. Fui tercom um dos que passam por sibios, por quanto, se havia lugar, era ali que, para rebater 0 oréculo, mostraria ao deus: “Eis aqui um mais sibio que eu, quando tu dsseste que eu o eral”. Submetia exame essa pessoa — 6 @8€us8H6 dizer 0 seu nome: era um dos politicos. Eis, atenienses, a impressao que me ficou do exame eda conversa que tive com ele; achei que ele passava por sabio aos olhos de muita gente, principalmente aos seus préprios, mas nao o era. Meti-me, enido, a explicarthe que supu- nha ser sdbio, mas ndo o era. A consequéncia foi tomarsme odiado delee de muitos dos circunstantes. Ao retirar-me, ia concluindo de mim para co- migo: “Mais sabio do que esse homem eu sou; 6 bem provavel que nenhum de nds saiba nada de bom, mas ele supe saber alguma coisa e no sabe, enquanto ev, se ndo sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um nadinha mais sabio que ele exatamente em nao supor que saiba o que nao sei” Da‘ fui ter com outro, um dos que passam por ainda mais sdbiose tive a mesmissima impressao; também ali me tornei odiado dele e de muitos outres. LATAD.Cefeso ce Sct, Stn Palo: abl Cute, 2972 15.12 Coleg80 Os Pesadores Ao ler essa passagem, compreendemos como a maxima socratica “So sei que nada sei” surgiu en quanto ponto de partida para 0 filosofar. Podemos ento propor as seguintes observacdes: + Socrates esta em praga publica, nao é um pensa dor alheio a0 mundo. + Seu conhecimento ndo é um saber acabado, porque esta em processo de se fazer, e tem por contetido a experiéncia cotidiana, * Guia-se pelo principio de que nada sabe e, dessa perplexidade primeira, inicia a interrogacao € 0 questionamento de tudo que parece obvio. * Sua critica a0 saber dogmistied nao implica que ele proprio seja detentor de um saber. Desperta as consciéncias adormecidas, mas nao se con- sidera um “farot” que itumina: 0 caminho novo deve ser construido pela discussao e pela busca das solugdes. + Socrates @ “subversivo” porque “desnorteia”, perturba a “ordem” do conhecer e do fazer, por isso incomoda tanto os poderosos. Terminamos este capitulo com Sécrates interro gando as pessoas que transitavam pela praca publica, instigando-asa questionar suas certezas. Entretanto, o filosofo teria resposta para tudo? E certo que nio, pois vimos que nem sempre esses dislogos condu ziam a uma resposta definitiva, E por isso que convidamos os leitores para um primeiro contato com os filésofos, a fim de conhecer seus conceitos. Trata-se de um exercicio que poder ser fecundo para seu filosofar autonomo. Esousada: desnecessirio;supér uo. © Dogmatico: no contexto, saber baseado em crenga nto justteada, sem questionamentos ‘A morte de Sécrates (1787), pintura de Jacques-Louis David. Segundo Sécrates, 0 Conhacimento de si mesmo oleva a descobvir “que nada sabe", chave para superar aopiniso fe abrir-se& indagacio flasica 2 adquiri, a0 longo dos anos, a conviegao de que para todo individuo, inclusive para os que nao a vem como uma vocacao, é valioso estudar 20 menos um pouco de filosotia, nem que seja por dois motivos bem simples, © primeiro é que, sem ela, nada podemos com: ppreender do mundo em que viveros. € uma formagaio das mais esclarecedoras, mais ainda do que a das Cincias histéricas. Por qué? Simplesmente porque a quase totalidade de nossos pensamentos, de nossas conviegées, e também de nossos valores, se inscreve, sem que 0 saibamos, nas grandes visées do mundo jd elaboradas e estruturadas ao longo da historia das ideias. E indispensdvel compreendé-las para apreen der sua légica, seu alcance e suas implicagoes.. 1 Além do que se ganha em compreensao, conhecimento de si edos outros por intermédio das grandes obras da tradico, 6 preciso saber que elas podem simplesmente ajudar a viver melhor e mais livremente. [..] Aprender a viver, aprender a ndo temer em vao as diferentes faces da morte, ou simplesmente, a superar a banalidade da vida cotidiana, o tédio, © tempo que passa, jd era o principal objetivo das escolas da Antiguidade grega. A mensagem delas merece ser ouvida, pois, diferentemente do que acontece na hist6ria das ciéncias, as filosofias do passado ainda nos alam. Eis um ponto importante que por si s6 merece reflexao. Quando uma teoria cientifica se revela falsa, quando 6 refvtada por outra visivelmente mais verdadeira, cai em desuso e nao interessa a mais ninguém — dexcegao de alguns eFUidi8. As grancles respostasfilos6ficas dadas desde 05 primérdios & interrogacdo sobre como se aprende a viver continuam, a0 ontrério, presentes. Desse ponto de vista seria preferivel comparar a his- téria da filosofia com a das artes, e nao com a das ciéncias: assim como as obras de Braque e Kandinsky nao sao ‘mais betas’ do que as de Vermeer ou Manet, as reflexdes de Kant ou Nietzsche sobre o sentido ou nao sentido da vida nao sao superiores — nem, alids, inferiores — as de Epicteto, Epicuro ou Buda. Nelas existem proposicées de vida, atitudes em face da existéncia, ‘que continuam a se dirigir a nés através dos séculos e que nada pode tomar obsoletas. As teorias cientificas de Ptolomeu ou de Descartes estio radical- mente ‘ultrapassadas’ ¢ nao tém outro interesse senao histérico, ao passo que ainda podemos absorver as sabedorias antigas, assim como podemos gostar de um templo grego ou de uma caligrafia chinesa, mesmo vivendo em pleno século XX1.” FERRY, Luc Arender a wen fosala pa os novos re io deen: bata, 2007, 15-27, Questies . Luc Ferry indica dois motivos pelos quais todos deveriam estudar ao menos um pouco de filosofia, Quais so eles? Em que sentido estudar a hist6ria da filosofia é diferente de estudar a histbria da ciéncia? Por que é valido comparar a histéria da filosofia com a historia da arte? A esquerda, Muher lendo (1879-1880), pintura de Edouard Manet. A dieta, ‘Mather lendo (1912), pintura de Georges Braque. Os artistas Manet @ Braque representaram ‘© mesmo tema em suas telas, mas 0 resultado que observamos ‘diferente um do outro. NBO ‘existe hierarqua entre essas pinturas, pois cada uma responde 4 anseios e questionamentos de sou proprio temp. Erudito: que tem instrucio vaste varia, eralmente por reo de leituras. No context, 0 estudloso que se debrura sobre a histrla eas cléndls, ley) Revendo o capitulo © Fer que ¢ possivel azer que no existe “a” flosota, mas” losofias? © 0 que siguitica a maxima socrtica "$6 sei que nada se)? Explique porque en se efere a Socrates tam bem a pespria Hlosoa, © %2 Grecia antign, 08 flbsofos se ocupavam de todas ae bles datonbectute fo sau beer Canes cornet a Revolugao Clentiica do século XVII, a5 Sicae da sabitoon es erioruectn er cision hmanas foram se separando do corpo da ilosofn ‘Atualmente, de quo objeto se oeupa a sofia? Aplicando os conceitos © combasena sim do personagem Calvin enacitago, respond és questespropostas. EVTENHOQUE FAZERUMA InedAcAo QUE MosTAE Os DOTS Cab0S DE UM TENA ENTAO, DEFENDER UM DOS FONTOS DE VISTA. mmeasoce| quaen UDA COM O\ Fanta jpever oe casa EFA? HanoLod. EoResto00. MUNDO ESTA (O melhor de Catvin (1993), tiinha de Bill Watterson. Aquilo que colocou Sécrates em destaque foi seu método, ¢ nao tanto as suas doutrinas. Socrates haseava-se na argumentaclo, insistindo que s6 se descobre a verdade pelo uso da raza. O seu legado reside sobretudo na sua conviccio inabalavel de {que mesmo as quesioes mais absiratas acmitem uma analise racional, © que & ajustica? Seré que aalma é lmortal Pode alguma vez ser certo malratar alguém? Serd que é possvel saber o que é cero fazer e, ainda assim, proceder de outro modo? Sécrates pensava que estes problemas nao eram meras questies de opiniso. PACHELS, mes Problema lest Lisbes, creda, 2000.8 11-19, a) Explique em que sentido tanto texto de Rachels quanto a tia do personagem Calvin tém como tema central a argumentagio, ) Supondo que 0 quadrinista Bill Watterson qui- sesse representar a fala de Calvin como se fosse a de um adulto, critique esse comportamento tendo em vista o que estudamos a respeito do significado do flosofar. © iste citagdo rata de uma das contbuicées da filo- Hee onenes. A técnica 96 fornece meios de agdo ao homem. Hla emudece quanto aos fins que devem guiar nossa ‘conduta. [J No mundo atual, o esplendor de nossos ‘poderes humanos faz com que se ressalte, numa visio tragica, a ambiguidade de nossos cesejos. Somente a filosofia levanta o problema dos valores Husa Denis: VENGEZ Andie. Compéndto ‘moderna de flosfe 3 a¢80 Rio & eit. Frets Bases 1956 p28. 1 Trabatho em grupo @ Notroeno aako,deautoria de Patio, oprotagoniate Sécrates afrma que € acusado de corromperajuven- tude. Leiz-o e,em grupo, discuta: quas seriam, nos ins atuais, os acusadores de Sécrates? [los jovens |. seguindo-me espontaneamente, ‘gostam de ouvieme examinar os homens, e muitas vezes me imitam [..] © entao encontram grande quantidade daqueles que acreditam saber alguma coisa |... Daf, aqueles que sio examinados por eles encolerizam-se comigo |... e dizem que ha um tal Sdcrates, perfidissimo, que corrompe os jovens. PLATO Apologia de Scrat: Rode ato: Edeoes de Ouro, sid. 02 Dissertacso Elabore uma dissertagdo inspirada no texto de Aristteles transerito a seguir Foi, com efeito, pela admiracao que os homens, assim hoje como no comeco, foram levados filosofar. [..] Pelo que, se foi para fugir a ignorin- cia que filosofaram, claro esté que procuraram a cidncia pelo desejo de conhecer, e nao em vista de qualquer utili dade. AMISTOTELES. tafe. S80 Paulo: Abr Cara, 1973.9. 204 (coleca0 Os Penssdores) ere iis 18 og Pei 108 19 ra a

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