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[i]
INTRODUÇÃO
Este trabalho, gerado a partir da prática clínica e dos impasses que permeiam o
expansão atual dos casos de pânico. Seus sintomas recorrentes vêm sendo tratados pelos
para refutar o surgimento de uma nova categoria clínica, diversa daquelas com as quais
o psicanalista forjou sua prática ao longo dos anos. Mas, isso não resolve a questão
principal que se coloca em análise a partir de um diagnóstico como este: calar o sujeito.
Nos diferentes relatos das crises, a cena é sempre a mesma, e de indizível horror. Não
sintomáticos, o que resta é o caos. Uma angústia descrita. Mas o que vem a ser este
quadro?
os termos neurose, doença, etc. são substituídos por outros, como distúrbio e transtorno.
que lhes é predominante, como fizeram as sucessivas revisões dos manuais. Talvez esse
procedimento sirva realmente para testar novos medicamentos. Mas o que isso nos
com um diagnóstico como esse. Chega sempre sem falar em nome próprio, falado pelo
outro, fixado em uma história que lhe foi dada, em significantes recebidos. A análise
será o trabalho de sair dessa fixação e escrever a própria história, fabricar a sua ficção,
saúde perdido, para a psicanálise trata-se de ajudá-lo a tentar construir para si o que é a
sua saúde. O sintoma analítico não é o mesmo sintoma clínico com que lida o médico,
não é um sintoma a ser calado e sim um sintoma a ser posto a falar. São ordens
diagnóstica com o saber que lhe é inerente, só conseguiremos estancar a fala e evitar
sudorese, tremores, falta de ar, dor no peito, náusea, sensação de cabeça oca ou
de calor[iii]. O paciente, que já vem com um rótulo, com uma queixa específica, só quer
se livrar do seu sofrimento. E como isso não é resolvido, continua a falar, até descobrir
que não veio para resolver algo de objetivo, mas ter acesso a sua própria verdade. Nesse
sentido, tanto faz ser a síndrome do pânico ou qualquer outra, o importante é o
engajamento na análise a partir de uma fala endereçada ao analista. Para conduzir uma
desconhecimento daquilo que é próprio ao sujeito e que só será revelado pela sua fala.
Entretanto, para conduzir uma analise, é preciso apreender a lógica que está em jogo no
sintoma referido pelo paciente. Em relação aos casos rotulados como transtorno do
pânico, procuro aqui apreender essa lógica no interior mesmo da tradição psicanalítica,
quando falha até mesmo a defesa constituída por esta, que é convocada para proteção do
sujeito. O caso do pequeno Hans tem uma função paradigmática, pois aí Freud vincula a
fobia a uma entidade nosográfica que denomina histeria de angústia, tomada como
referência. Recorro também à escrita de Lacan que avança em sua discussão referente
ao pai, significante fóbico que remete à própria constituição do sujeito. Este autor
discute a fobia no seminário Relações de objeto (1995), à luz de seu paradigma RSI,
Percorro essas duas formulações para responder ao desafio que se coloca para o analista
A NEUROSE DE ANGÚSTIA
Muitos autores divergem quanto ao estatuto da fobia. Seria ela uma estrutura
das fobias, este estado emocional é sempre a angústia, enquanto nas obsessões outros
estados emocionais podem ocorrer. Nas obsessões é característico o fato de que o estado
afetivo permanece inalterado, persistindo indefinidamente, enquanto a representação a
partir daí Freud distingue a neurose de angústia, cujo principal sintoma é este estado
afetivo e cuja origem é sexual. As fobias constituem, então, uma parte das neuroses de
angústia.
etiologia são diferentes daquela, seus componentes podendo ser agrupados em torno da
angústia, o sintoma principal. Este é chamado por ele de expectativa ansiosa, sendo que
Freud deu grande destaque à neurose de angústia, dizendo ser esta a enfermidade
da época infantil. Seu caráter essencial consiste em evoluir cada vez mais para a fobia.
Dada a ligação entre a fobia e a angústia, Freud vai nomeá-la posteriormente de histeria
uma fobia, resta a neurose de angústia, que se manifesta por uma excitabilidade geral,
uma expectativa ansiosa e pelos ataques de angústia. Ou ainda por seus equivalentes
físicos, como palpitações, sudorese, sensação de morte, vertigem e outros. Freud
classifica então a neurose de angústia como uma neurose atual, um tipo específico de
neurose onde a etiologia sexual aparece com particular evidência e com ausência de
a neurose de angústia na categoria de neurose atual, Freud cria um problema, pois esse
tipo de neurose só poderia ser explicada através da primeira tópica, sendo incompatível
com o segundo modelo de aparelho psíquico, onde o eu é a sede da angústia. Mas isso
ele tenta resolver com a segunda teoria da angústia, como veremos posteriormente.
Acompanho agora o desenvolvimento teórico de Freud a respeito desse afeto.
A ANGÚSTIA EM FREUD
Freud chama a atenção para o elemento de angústia na síndrome que ele nomeou
e entre 1893 e 1926 elabora sua teoria sobre a angústia. Sabe-se que há pelo menos duas
teorias da angústia, afeto que passa a ser nitidamente privilegiado a partir da segunda
tópica. A primeira teoria, estruturada entre 1895-1900, é uma teoria econômica, onde a
angústia é a energia sexual não elaborada à qual foi recusada a via de uma elaboração,
e que se descarrega de maneira mais ou menos anárquica (descrita nas neuroses atuais).
Ou ainda: é uma libido, desta vez não mais ”não elaborada”, mas desligada de suas
histeria, Freud distingue dois elementos: o afeto, por um lado (reação emocional ou
sentimental) e por outro a representação (conteúdo ideativo), observando que estes dois
Freud como uma falsa conexão. Esta idéia conduz a clínica para um trabalho de
representações que expliquem o afeto. Chega assim ao princípio que rege o ponto de
vista econômico: “Nas funções psíquicas é a representação que se deve distinguir, algo
quantidade - embora não disponha de qualquer meio para medi-la -, algo que pode ter
mnésicos das representações um pouco como uma carga elétrica na superfície dos
corpos”[iv]. Na clínica se pode constatar a capacidade de um afeto para aumentar ou
anos, de 1909. Aqui trata a angústia, inicialmente, nos marcos da sua primeira teoria,
apresentando este afeto como algo da ordem de um equivalente geral afetivo, que
Freud postula uma nova entidade clínica, a histeria de angústia, passando a considerar
as fobias como síndromes que podem estar presentes nas diversas neuroses. A angústia
de Hans corresponderia aos seus anseios eróticos recalcados em relação à mãe. Sua
expressão ao medo de ser mordido por um cavalo dessa cor. Ao contrário da histeria de
desviada para a inervação somática, na histeria de angústia a libido permanece livre sob
da ação específica, não realizada, que se segue à excitação sexual. Na Interpretação dos
sonhos (1900), no trecho em que fala dos sonhos de angústia, Freud apresenta
novamente esta concepção segundo a qual a angústia tem origem em fontes sexuais.
Aqui, a fobia é tomada como um sintoma erguido como uma fortificação contra a
angústia.
a angústia livremente flutuante, pronta para se ligar a uma representação, ao que ele
É a angústia das fobias; e, finalmente, um tipo de angústia que surge sob a forma de um
ataque, na ausência de qualquer causa que possa ser tomada como um perigo. De
qualquer modo, Freud retoma neste texto sua idéia de uma relação genética entre libido
e angústia, a partir de uma dupla impressão: primeiro o que está em jogo é um acúmulo
de libido impedida de ser normalmente utilizada e, segundo, aqui nos situamos no nível
dos processos somáticos. Assim, o acesso de angústia pode ou não estar ligado a uma
representação - idéia ou sensação somática. Este acesso pode ocorrer de duas maneiras:
vezes é este aspecto somático que se apresenta no primeiro plano, sendo a angústia
vivida como simples mal-estar. Ou seja, a angústia, como afeto, passa para o segundo
plano, sendo sentida no corpo. Neste caso ela está, na verdade, ligada a uma sensação
A partir daí, a angústia ocupará o foco central no problema das neuroses, já que
compreendida, então, a partir da oposição entre o eu e a libido. Note-se que aparece uma
preocupação em situar a angústia, assim como os afetos em geral, em relação ao modelo
de aparato psíquico da primeira tópica. Em Inibição, Sintoma e Angústia (1926), Freud
revê sua teoria e a aprofunda. Aqui a angústia não provém da libido dos processos do
Id, mas o eu é a sede desse afeto. A angústia não é mais a conseqüência do recalque,
mas a sua causa. Ela passa a ser um sinal de desprazer enviado pelo eu, que é orientado
pelo sistema prazer-desprazer. Aqui ressalta, por um lado, a noção de perigo: a angústia
ênfase recai sobre o ego, indicado, não só como lugar da angústia, mas podendo ser
causador desta, como podendo repetir a angústia por sua própria conta, pelo menos
como sinal.
a primeira, veio apenas limitá-la, mas é conciliável com ela. Freud articula os dois
pontos de vista, onde a oposição entre uma teoria puramente psicológica ou puramente
psíquica, lançando luz sobre a teoria da angústia. Também aqui a libido, concebida não
como uma excitação física, nem como um desejo sexual somático, mas como o
Surge a idéia de que a excitação sexual somática deve encontrar seu fiador no
psiquismo, sendo ao nível de uma ausência de elaboração que se produz a derivação sob
a forma de angústia.
energética pura, mas é também suscetível de elaboração. Ela não é algo a cujo respeito
nada pode ser dito, ela pode ser transformada num elemento eminentemente
significante: em sinal de que alguma coisa vai acontecer. Daí parte-se para os níveis de
certos aparelhos corporais. Mas também, a formação dos sintomas faz-se por mediação
simbólica como nas neuroses de transferência. Aqui, o sintoma tem um sentido preciso,
uma neo-linguagem original criada por cada um. O importante a ressaltar é que existem
libido psíquica que acarreta uma derivação imediata de tensão no plano somático.
equivalência, de transformação.
angústia da fobia como modelo para reformular a sua teoria da angústia. Aqui aparece o
eu como sede real da angústia. Ele renuncia a uma explicação da angústia através do
ponto de vista econômico. Este não é capaz de explicar a angústia, se não tivermos a
jogo na gênese da angústia, ou seja, não é o recalque que cria a angústia, como
apreensão especifica em relação a ser mordido por um cavalo. Isto seria formado por
um deslocamento. Mas o que é deslocado? A analise evidencia que o recalque incide
sobre uma pulsão de caráter hostil contra seu pai, a partir da incidência do complexo de
Édipo, que instala em Hans um conflito devido a esta ambivalência afetiva, sendo que a
substituído por um cavalo. Surge daí uma concepção sobre a angústia que reformula, à
luz das exigências teóricas criadas na segunda tópica, a relação entre afeto e
castração.
Resulta daí a segunda hipótese teórica sobre a angustia formulada por Freud: a
recalque. A conseqüência disso é que Freud vai afirmar que as três neuroses por ele
como resultado a destruição do complexo de Édipo, sendo que nas três, a força motriz
esse temor aflora sob a forma de angústia, e é reconhecido. Nela, o temor da castração
como sinal-afeto, sem que ocorra algo que possa alterar a situação econômica em
questão. Vemos assim como Freud, ao passar da primeira para a segunda teoria da
angústia, acaba por reintroduzir a hipótese vigente na primeira no seio da segunda, não
segunda tópica.
objeto no Édipo. Esta perda de objeto tem conseqüências estruturantes para o sujeito, e
significante que tem uma função metafórica. Seguindo Freud, mostra que em função da
carência paterna, isto é, da carência da função do pai real que faz operar a castração, um
significante vem desempenhar esse papel. Em torno desse significante vão girar todos
é possível imaginariamente.
O artifício metafórico criado pela fobia tem por função transformar a angústia
em medo localizado. Freud já havia dito que a angústia precede a eclosão da fobia. O
pressuposto de que a angústia é distinta da fobia, uma vez que a angústia é o elemento
Neste ponto o sujeito se divide no que diz respeito à realidade. O que o falo revela é
que, enquanto sujeito, ele nada mais é que um ponto de falta. Tempo de uma primeira
divisão subjetiva, aonde a angústia vem nomear o que ele é para o desejo do Outro.
privação e castração. Estas duas últimas acontecem sob o domínio do Édipo, pois são as
operações onde o que está em jogo é o falo. A frustração ocorre antes do Édipo e
consiste num dano imaginário que incide sobre um objeto real. É uma operação que
implica na recusa de um dom, e não na recusa de um objeto de satisfação, visto que a
satisfação é sempre de uma necessidade. Recusar o dom indica que se está num circuito
fundo da ausência e esta como constituindo a presença. A satisfação entra em jogo para
anular essa decepção, essa “insaciedade fundamental” dessa relação. A mãe, que era o
imaginário da mãe, representando para esta o objeto de seu desejo. O pai se introduz,
então, como um elemento real, portador do falo, na ordem simbólica. A castração é uma
operação que acontece no registro simbólico e que recai sobre o objeto fálico,
provocando a perda definitiva deste, enquanto objeto imaginário. O objeto, estando para
reencontro, repetição esta que instaura uma discordância permanente entre o que é
objeto imaginário, ela introduz o falo em outra dimensão, a dimensão simbólica, dando
a ele seu estatuto significante – falo simbólico. Na fobia, o objeto fóbico é que assume
esse lugar.
A operação de privação incide sobre a mãe. É uma falta real, um furo, uma vez
que é algo que ela, por definição, não tem. Mas essa ausência de alguma coisa no real é
puramente simbólica, diz Lacan, uma vez que ao real nada falta, ele é completo. É o
simbólico que faz furo no real, ou seja, o falo é instaurado pela lei enquanto significante
de algo que falta. O agente desta operação é o pai imaginário, assustador, que pode não
ter a ver com o pai real. É a figura que intervém na fantasia da criança e com o qual ela
caso paradigmático de Hans. Para ele, diz Lacan, o pai está ausente, é bonzinho demais.
Surge então a angústia em torno desse lugar vazio deixado pelo pai e isso é precipitado
pela percepção do pênis, que se torna real. Hans se vê suspenso num tempo em que não
sabe mais onde está. Como o pai não responde ao apelo colocando o pênis real fora do
jogo para introduzir a ordem simbólica, o menino cria a fobia. A angústia, então, dá
lugar à fobia. Ele passa a saber do que tem medo e, a partir daí, pode evitá-lo. Eis a
relação entre fobia e angústia, que Freud insistentemente apontou, e que o levou a
fóbicas e que são tratadas por Freud (1933) como o modo infantil de transformar a
angústia. Coloco então a questão: porque um sujeito produz uma fobia ao invés de um
com o objeto?
estrutura do Édipo. As primeiras respostas fóbicas das crianças dão-se exatamente nesse
fundo, onde o enigma é a sexualidade. Frente à angústia sentida pelo eu no tocante às
exigências da libido, o complexo edípico precisa sofrer uma substituição para ser
como forma de eliminar essa relação com o primeiro objeto de amor e substituí-lo pela
substituto da idéia de ser castrado pelo pai numa suplência à cena edípica. Freud
mas com uma sutil diferença. A fobia, ao desviar as exigências libidinais do Édipo,
executa uma substituição, através de uma montagem que coloca uma verdadeira
limitação para o sujeito. Isso indica um tempo que vai do surgimento do Édipo até seu
angústia, mascarando o fundo de angústia que caracteriza cada etapa da relação com o
espaço onde o sujeito pode se colocar ao abrigo dessa angústia, o medo contra o objeto
funcionando como um remédio contra ela. Se para Freud a angústia é sinal de perigo – a
castração – , para Lacan esta última transforma-se, de uma experiência perigosa, em
sujeito com a sexualidade que se presentifica como falta articulada ao falo. Lacan
trabalha a noção de que a fobia é uma crise, um impasse que eclode em plena vivência
longamente com a fobia de Hans, ele apresenta a noção de uma suplência à metáfora
paterna, à falta do significante do pai simbólico. Porém, a solução que a fobia de Hans
instaura não é uma solução típica do complexo de Édipo, pois, para Lacan, ela se
apresenta como uma placa giratória em direção à histeria e à neurose obsessiva. Isso nos
organização dos sintomas como efeito do recalque, um tempo de espera, espera do pai
como agente da castração, que, ao intervir, promove a perda do pênis enquanto órgão,
para fazê-lo surgir como falo. A fobia teria a função de fazer surgir a dimensão paterna
no imaginário, na medida em que, na falta do limite estrutural que é trazido pelo pai,
algo difícil que necessita de simbolização. Uma das funções da fobia é mediatizar essa
solução. Diz Lacan: “O objeto fóbico vem preencher sua função sobre um fundo de
angústia” (1995, p. 211). Essa angústia que precede a fobia está relacionada à
presentificação do desejo do Outro. Mesmo que o objeto fóbico venha suprir a falta do
outro, não é suficiente para encobrir o desejo do Outro que questiona o sujeito. Assim,
diz Lacan, a fobia marca um primeiro passo nessa tentativa, que é neurótica, de resolver
onde o sujeito lança mão de um objeto tornado significante, com uma cadeia de
posicionar. A partir daí pode-se dizer que a fobia é uma doença do imaginário com
sujeito, isso implica em reduzir a diferença entre neurose atual e psiconeurose ou, pelo
campo da sexualidade, sendo que, na primeira esse encontro se dá num ponto em que a
elaboração psíquica desse real é impossível. É uma etiologia sexual que escapa à
a mais é dado: o que as distingue é, como vimos, o que Freud chama de mecanismo
sintomas. A principal diferença que Freud coloca entre as neuroses atuais e as neuroses
seus sintomas não se constituem num sintoma analítico, uma vez que não têm uma
significação, não sendo, portanto, uma mensagem a ser lida, endereçada a alguém que
somente a angústia, sem sintoma, ou melhor, o sintoma em sua face real, irredutível,
partir da pura angústia, algo que tenha um valor de sentido, um enigma que possa ser
como analítico se quer dizer algo e a clínica mostra a dificuldade desses neuróticos de
parece não existir, colocando ao analista o desafio de fazê-lo acontecer. E esta é a única
------(1894). ”Obsessões e Fobias: seu mecanismo psíquico e sua etiologia”. ESB, Vol.
III.
[i]
Trabalho apresentado no II Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e VIII Congresso
Brasileiro de Psicopatologia Fundamental, Belém, 07 a 10 de setembro de 2006.
[ii]
Psicóloga, Psicanalista, Doutora em Sociologia, Profa. Adjunta do Departamento de Psicologia da
Universidade Federal do Ceará (graduação e pós-graduação).
[iii]
DSM – IV Critérios diagnósticos, 1995.
[iv]
S. Freud, “As Neuropsicoses de Defesa”, Esboços de Psicanálise (1894).