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INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA

Direcção Científica

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DOS TRABALHOS


CIENTÍFICOS NO ISMMA

MAPUTO, FEVEREIRO DE 2018


ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................... 1

CAPÍTULO I - TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS .............. 2

CAPÍTULO II - PROJECTO DE PESQUISA CIENTÍFICA ........... 3

CAPÍTULO III - ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ..................... 9

CAPÍTULO IV - ASPECTOS GRÁFICOS DE REDACÇÃO DO


TRABALHO CIENTÍFICO ........................................................... 17

CAPÍTULO V - MODELOS DE CITAÇÕES................................ 20

CAPÍTULO VI - RECOLHA, ANÁLISE E TRATAMENTO DE


DADOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS ........................ 40

1
INTRODUÇÃO
O presente Manual visa apresentar de forma sumária as ferramentas
metodológicas que permitem a elaboração dos trabalhos científicos
no Instituto Superior Maria Mãe de África (ISMMA). Constitui
objectivo do Manual, uniformizar as normas de escrita académica,
definindo deste modo critérios comuns para a produção e publicação
científica no Instituto.
Não se pretende de forma alguma substituir o Manual com a
disciplina de Metodologia de Investigação Científica vigente na
instituição, muito menos limitar a consulta de outros manuais de
especialidade na área de investigação, mas apenas fornecer normas
para a elaboração de trabalhos científicos, de modo particular, a
Monografia Científica.
O Manual tem como propósito auxiliar docentes e discentes na
elaboração dos trabalhos de investigação científica, facilitar a
organização e sistematização destas práticas, buscando respostas aos
diferentes problemas sociais e científicos através da investigação.
O vigente Manual assenta sobre o modelo APA (American
Psychological Association), com introdução de elementos de outros
modelos.

A estrutura do respectivo Manual encontra-se organizada em seis


capítulos, designadamente: Tipos de Trabalhos Científicos; Projecto
de Pesquisa Científica; Estrutura da Monografia; Aspectos gráficos
de redacção do Trabalho Científico; Modelo de citações e Recolha,
análise e tratamento de dados qualitativos e quantitativos.

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CAPÍTULO I - TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

Em termos gerais, os trabalhos a nível de licenciatura compreendem


cinco (5) grupos: trabalhos realizados no âmbito das unidades
curriculares; trabalho de investigação de final de curso; relatório;
paper e recensão.
Dos cinco grupos de trabalhos realizáveis a este nível, dois destacam-
se pelo enquadramento na instituição: (1) trabalhos realizados no
âmbito das unidades curriculares e (2) trabalho de investigação de
final de Curso.
Os trabalhos das unidades curriculares são solicitados pelos docentes
e os mesmos devem observar as normas aqui propostas. O trabalho
de investigação de final de curso (monografia), constitui um requisito
para a culminação do curso, a ser submetido para aprovação pela
Direcção Científica.

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CAPÍTULO II - PROJECTO DE PESQUISA CIENTÍFICA

Fazer uma pesquisa sem elaborar um projecto torna o trabalho


confuso e incerto. É no projecto que se define: o que fazer; por que
fazer; onde fazer; como fazer, com que fazer; quando fazer; com
quanto fazer.
O ISMMA define como estrutura do projecto a seguinte:
1. Tema
2. Problema/Problemática
3. Hipóteses/Pergunta de pesquisa
4. Justificativa
5. Objectivos
5.1. Geral
5.2. Específicos
6. Quadro teórico
7. Metodologia
7.1. Natureza da pesquisa
7.2. Tipo de Pesquisa
7.3. Método de pesquisa
7.4. População e Amostra
7.5. Instrumentos de recolha de dados
7.6. Validade e fiabilidade
7.7. Análise e interpretação de dados
7.8. Aspectos éticos da pesquisa
8. Cronograma
9. Orçamento
10. Bibliografia
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1. Tema
O tema é o assunto que se deseja provar ou desenvolver, sendo
apresentada de forma clara e objectiva. A escolha do tema depende
da identificação do problema de pesquisa.
É importante delimitar o tema, de modo que permita ser estudado
com profundidade, ou seja, estabelecer limites quanto ao assunto,
extensão e prazos, e quanto à localização no tempo e no espaço. O
tema deve conter no máximo 15 palavras.
A escolha do tema deve ter em conta factores internos (inclinação em
relação ao assunto; compatível com as qualificações pessoais,
background, etc.) e externos (disponibilidade de tempo para realizar
a pesquisa em questão; existência de obras pertinentes ao assunto em
número suficiente, etc.). O tema deve ser de preferência da área do
interesse do estudante, respeitando as linhas de investigação do
curso.

2. Problema/problemática
O problema esclarece a dificuldade específica com a qual se defronta
e pretende resolver por intermédio da pesquisa. Toda a pesquisa parte
de um problema e este se insere numa problemática.
Problematizar é questionar a situação-problema que gerou o tema
através da construção de uma pergunta que norteia todo processo de
pesquisa. A problemática é o conjunto de factores que fazem com
que o pesquisador se consciencialize acerca do problema, ou seja,
factores que contribuem para a ocorrência do problema.
Para que o problema seja cientificamente válido deve-se observar os
seguintes requisitos:
 Ser claro e preciso (todos os conceitos e termos usados não
podem levantar dúvidas);

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 Ser empírico (observável na realidade, que pode ser captado
pela observação do pesquisador através de técnicas e métodos
apropriados);
 Ser suceptível de solução (passível de uma solução dentro de
critérios metodológicos e de cientificidade);
 Ser delimitado;
O problema deve ser enunciado em forma de pergunta.

3. Hipóteses/Pergunta de pesquisa
Na pesquisa podem ser levantadas hipóteses ou pergunta de pesquisa
(a optar). As hipóteses são possíveis explicações que nortearam todo
processo investigativo. As hipóteses devem mostrar aquilo que o
pesquisador visualiza antes de realizar a pesquisa, como resposta
mais adequada ao problema em estudo.
As hipóteses podem ser de causa e de solução, se caracterizam por
serem prováveis e provisórias (antecipadas à pesquisa) e devem ser
comprovadas ao longo da investigação.
A pergunta de pesquisa se refere à principal pergunta que deve ser
respondida pela pesquisa. Ao nível da graduação é aconselhável que
o pesquisador identifique apenas uma questão para dar melhor foco à
pesquisa.

4. Justificativa
Consiste na exposição sucinta, porém, completa das razões da ordem
teórica e dos motivos da ordem prática que torna importante a
realização da pesquisa. A justificativa procura responder à questão
Porquê? Deve-se ter em conta a motivação pessoal, a relevância da
pesquisa e o seu contributo social e científico da pesquisa.

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5. Objectivos

Os objectivos constituem os resultados que precisam ser alcançados


para a construção de toda uma demonstração, assim, são expressos
em dois grupos: gerais e específicos. A especificação do objectivo de
uma pesquisa responde às questões para quê? e para quem?

O objectivo geral está ligado a uma visão geral e abrangente do tema,


enquanto que os objectivos específicos apresentam um carácter mais
concreto e tem uma função intermediária e instrumental, permitindo
de um lado operacionalizar o objectivo geral e por outro aplicar
situações particulares.
A distinção dos objectivos prende-se com o facto do geral envolver
verbos teóricos com maior abrangência (exemplo: analisar,
compreender, reflectir, conhecer, avaliar entre outros) e os
específicos, podem ser subdivididos em afectivos, cognitivos e
psicomotores, recorrem a verbos de acção (exemplo: contextualizar,
conceptualizar, descrever, identificar, caracterizar, diferenciar,
relacionar, explicar, etc.). Importa realçar que tanto os objectivos
gerais, assim como os específicos usam verbos no infinitivo, isto é,
não conjugados.

6. Quadro Teórico
É uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva de
fundamentá-lo nas teorias existentes. Convém confrontar sempre
diferentes pontos de vista de autores sobre um mesmo
tema/problema. É importante que se posicione em relação às
opiniões dos autores lidos, principalmente quando elas são
divergentes.

7. Metodologia
É o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos que permitem o
alcance dos objectivos preconizados. Com efeito, para o
esclarecimento dos procedimentos metodológicos da pesquisa, deve-
6
se ter em conta os seguintes aspectos: natureza da pesquisa; tipo de
pesquisa; método de pesquisa; população e amostra; instrumentos de
recolha de dados; análise e interpretação de dados e aspectos éticos
da pesquisa.

8. Cronograma
Nesta etapa, o pesquisador deve distribuir no tempo disponível as
respectivas actividades previstas pela pesquisa. A distribuição do
tempo pode ser semanal ou mensal, onde, o pesquisador deve
obedecer o tempo previsto. Exemplo:

9. Orçamento
Nesta etapa são definidos os recursos humanos, materiais e
financeiros necessários para a consecução da pesquisa. Exemplo:

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10. Bibliografia
A bibliografia apresentada no projecto de pesquisa abrange os livros,
artigos científicos e outros documentos utilizados nas diferentes fases
do projecto e outras obras que versam sobre o tema, no entanto, esta
deve conter um mínimo de 15 obras.

8
CAPÍTULO III - ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Neste capítulo se explica a organização da estrutura de uma


monografia, a partir dos seguintes elementos: Pré-textuais, Textuais e
Pós-Textuais com os seus respectivos segmentos.

1. Elementos Pré-textuais
1.1. Capa:
 Nome do Instituto (no alto da página; centralizado e
em letras MAIÚSCULAS)
 Nome do Departamento (centralizado e a negrito)
 Título completo do trabalho – TEMA (no centro da
página; negrito e letras MAIÚSCULAS)
 Nome do Estudante (Centralizado e sem negrito)
 Cidade, Mês e Ano (sem negrito e centralizado; vide
o anexo1).

1.2. Folha de Rosto:


Apresenta todos os requisitos da capa com acréscimo dos seguintes
elementos:
 Objectivo académico;
 Nome do estudante (canto inferior direito);
 Nome do tutor e/co-tutor (se for o caso) (canto
inferior direito; vide anexo 2).

1.3. Declaração sob compromisso de honra:


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No documento, o candidato deve declarar a originalidade do
trabalho.

1.4. Agradecimentos:
Faz menção aos nomes de pessoas e instituições que auxiliaram no
processo da execução do trabalho de pesquisa (numa única página), a
começar pelo tutor.
1.5. Dedicatória:
É a elaboração de um pequeno texto, onde se dedica o trabalho a
alguém especificamente. Obs – deve ser feito entre uma a duas
linhas. Não confundir com agradecimentos – (é Opcional).

1.6. Gráficos, tabelas, siglas, listas de abreviaturas, dedicatória,


epígrafe, símbolos (opcionais):
 Gráficos – correspondem a titulação e a paginação dos
gráficos representados ao longo do trabalho.
 Tabelas - correspondem a titulação e a paginação das tabelas
representados ao longo do trabalho.
 Siglas – representam as siglas das instituições internacionais,
nacionais, empresas e outros. Ex: OMS (Organização
Mundial de Saúde); ISMMA (Instituto Superior Maria Mãe
de África).
 Abreviatura – é um termo onde se utiliza um ponto final
para indicar que se trata de uma palavra incompleta. Ex: doc.
– documento; pseud. – pseudónimo.
 Epígrafe – é um título ou frase curta, que serve de introdução
de um tema a ser abordado. Obs – colocar a fonte, página e o
ano da ideia exposta.

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 Símbolos – são a representação de um objecto abstracto. Ex:
Ψ (símbolo que representa a psicologia)

1.7. Resumo:
É um texto que reside em dispor de forma coerente, clara e sintética
os conteúdos expresso no corpo de redacção da monografia sobre o
eixo do tema escolhido, destacando as palavras-chave. Deve-se fazer
uma breve apresentação do tema, problema, os objectivos e os
resultados alcançados.
Requisitos para a elaboração do resumo:
 Deve conter no máximo entre 250 a 300 palavras, com os
espaços inclusos.
 Entrelinhamento deve ser de 1 cm
 Tamanho do texto 10
 Conter entre 3 a 5 palavras-chave.

1.3. Índice:
Representa a enumeração de principais divisões, secções e outras
partes da Monografia, na mesma ordem em que a matéria nele se
sucede. É obrigatório a colocação dos números de classificação e das
páginas em cada tópico e subtópico. Os elementos pré-textuais
devem ser representados pela numeração romana e os elementos
textuais pela numeração arábica. O índice deve ser automático.

2. Elementos Textuais:
Constituído por introdução, desenvolvimento e conclusão.

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2.1. Introdução:
Traduz todo o conteúdo do trabalho, expondo de forma sumária as
ideias do estudo. Este item deve ter cerca de 3 páginas, e nele segue-
se os respectivos requisitos:
 Apresentar de forma clara e simples o tema;
 Delimitar o problema;
 Expor as hipóteses e/ou pergunta de pesquisa;
 Justificativa (motivação, relevância e a contribuição do
estudo);
 Apresentar os objectivos (gerais e específicos)
 Comentário em relação ao emprego da metodologia,
 Encerra-se com a justificação da estrutura do trabalho.

2.2. Desenvolvimento
Corresponde a parte mais extensa do trabalho, visto que é nele que é
descrita a investigação em estudo com a finalidade de explicar,
discutir e demonstrar o assunto em voga.
Critérios para a elaboração do desenvolvimento:
 Exige uma natureza lógica e clara da sequência dos temas
a serem abordados;
 Faz-se uma análise conceptual, partindo do conceito para
o respectivo desenvolvimento face ao estudo patente.
 O trabalho deve ser divido em capítulos (ex: Capítulo I) e
por secções (ex: 1.1)
 A subdivisão das secções deve ir até ao nível três (ex:
1.1.1)

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 Os capítulos devem corresponder aos objectivos traçados
no trabalho e é preciso que haja entre 3 a 5 capítulos.

2.3. Conclusão:
É a parte onde o autor regista as principais ideias e ilações que retira
durante o processo de investigação em estudo. Deve conter também a
avaliação dos resultados obtidos, propondo alternativas e aplicações
práticas da pesquisa.
Para a sua elaboração apresenta-se os seguintes parâmetros:
 Deve conter no mínimo entre 2 a 4 páginas;
 Retomar os pontos referenciados na introdução e no
desenvolvimento;
 Não se cita e nem se faz referência a autores que não
foram abordados ao longo do trabalho;
 Não incluir assuntos novos;
 Incluir as recomendações, constrangimentos e propostas.
 Deve aferir a veracidade do problema, responder as
hipóteses e/ou pergunta de pesquisa apresentadas e os
resultados obtidos.

3. Elementos Pós-Textuais:
Faz menção à bibliografia, anexos e apêndices.

3.1. Bibliografia:
É a listagem de fontes consultadas e citadas na elaboração da
pesquisa. Procedimentos obrigatórios da Bibliografia:
 Vem sequencialmente após a conclusão;

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 Manter sempre o critério seguido na primeira referência;
 A ordem dos elementos deve ser sempre a mesma;
 A pontuação é fundamental;
 Recomenda a consulta no mínimo 15 obras.

REGRAS PARA A ELABORAÇÃO DA LISTA DA BIBLIOGRAFIA

A listagem deve ser feita respeitando a ordem alfabética a partir do último


nome do autor:

LIVROS
Com um autor
RUSSELL, Bertrand. (1984). Significado e verdade. volume 2. 1ª Edição.
Rio de Janeiro: Zahar.

Com título e subtítulo


COUGHLIN, Peter; LANGA, Julieta. (1997). Claro e directo: como escrever
um ensaio. Maputo.

Com 2 autores
HILL, Andrew; HILL, Magalhães. (2009). Investigação por questionário. 2ª.
edição, Lisboa: Sílabo.

Com 3 autores

14
RUSSELL, Bertrand. HILL, Andrew; HILL, Magalhães. (2009).
Investigação por questionário. 2ª edição, Lisboa: Sílabo.

Com mais de três autores


CLÉMENT, Élisabeth; et al. (2007). Dicionário prático de filosofia. 5ª
edição, Lisboa: Terramar.

Com vários autores


A A.A. VV. (2003). As Grandes noções da filosofia. Lisboa: Tipografia
Tadinense.

Em meio electrónico
RUSSELL, Bertrand. (1984). Significado e verdade. volume 2. Rio de Janeiro: Z
Disponível em: http://www.filosofia.com.br. Acedido em 25 Fev. 2017 as 16h e 3

Observações:
- Na impossibilidade de encontrar informações sobre o local e o editor da
publicação emprega-se a notação [s.l.] sine loco (sem lugar);
- Quando não tiver nome da editora usa-se a sigla [s. n.] sine nomini (sem
nome da editora);
- Na ausência da data da publicação da obra escreve-se [s. d.] sine data (sem
data);
- Na Bibliografia deve-se mencionar o nome da cidade e nunca do país;
- O alinhamento é feito pela margem esquerda, deixando-se um espaço
horizontal entre uma referência e outra;
- O subtítulo não deve ser destacado (itálico, bold, ou sublinhado);
- O número de volumes da obra deve ser indicado após a data e o ponto final,
15
(ex: Volume 2); se a obra tiver mais do que um volume, é obrigatório
mencionar o volume consultado;
- Quando há dois ou três autores, os nomes são separados pelo ponto e
vírgula; se há mais de três autores, após o primeiro é acrescentada a
expressão latina et al. (e outros), sem destaque;
- Nome do autor de várias obras não deve ser repetido, mas substituído na
bibliografia por um traço equivalente a cinco espaços, seguido de ponto.

1. Apêndices e Anexos:
Os apêndices constituem documentos da autoria do pesquisador
como por exemplo: tabelas, gráficos, quadro organograma,
instrumentos de recolhas de dados, entre outros documentos.
Os anexos são documentos de outros autores.
Requisitos importantes nos Apêndices e Anexos:
 Situam-se no final do trabalho;
 Devem ser numerados pela ordem que aparecem no texto
 Devem estar devidamente identificados

APÊNDICE 1 – INQUÉRITO AOS PAIS E ENCARREGADOS


DE EDUCAÇÃO SOBRE A QUALIDADE DO ENSINO
PRIMÁRIO EM MOÇAMBIQUE

ANEXO 1 – ARTIGOS SOBRE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL


DOS DIREITOS HUMANOS

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CAPÍTULO IV - ASPECTOS GRÁFICOS DE REDACÇÃO DO
TRABALHO CIENTÍFICO

Todo o trabalho de investigação exige uma científicidade académica


na sua redacção, dentre elas:

1. Margens e paginação
 Com relação às Margens, ter em conta as seguintes regras:
 Parte superior e a esquerda 3 cm;
 Parte inferior e a direita 2 cm.

 Com relação à Paginação:


 As páginas são numeradas a partir da folha de rosto;
 O número da página deve ser colocado no canto
inferior direito da página.
 Os elementos pré-textuais (da folha do rosto até a
última antes do índice) devem ser paginados em
numeração romana minúscula (ii; iii; iv…);
 Os elementos textuais e pós-textuais obedecem a
paginação árabe (5; 6; 7…). Atenção: quando
terminar a paginação dos elementos pré-textuais, ao
iniciar a enumeração árabe dos elementos textuais não
comece por um (1), porque esta página já existe.
Comece com o número (por exemplo: 5, 6, 7…),
dependendo da última página dos elementos pré –
textuais.

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2. Parágrafos e Espaçamentos entre linhas
A digitalização do trabalho obedece os seguintes critérios:
 Espaçamento entre linhas deve ser de 1.5 cm;
 Letra Times New Roman - tamanho 12;
 Texto Justificado;
 Os parágrafos devem ter no mínimo 3 linhas e não devem
ser muito longos;
 Colocar um espaço (Enter uma vez) entre os parágrafos.
 Ser digitalizado e impresso em papel de tamanho A4, de um
só lado (não no anverso e reverso)
 Deve cingir-se a forma impessoal (ex: pensa-se que…. fez-
se…..)

3. Linguagem
 O trabalho desta índole deve apresentar uma linguagem clara
e precisa;
 As frases devem ser curtas, com um mínimo de três (3)
linhas;
 Privilegiar a objectividade, evitar a ambiguidade, a
complexidade e frases codificadas.
 A linguagem deve ser rigorosa e utilize sempre os termos
científicos;
 Evitar o uso repetitivo das palavras (use sinónimos)
 Não usar gíria, calão e expressões vernáculas;
 Deve haver a observância das regras gramaticais;
 Privilegiar a imparcialidade.

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4. Capítulos
 Os capítulos devem sempre ser indicados numa nova página;
 São centralizados e numerados em algarismos romanos.
 Os títulos dos respectivos capítulos devem aparecer a negrito
e tamanho de letra 14;
 Tópicos do primeiro grau em negrito e em minúscula e
tamanho 12;
 Tópicos do terceiro grau em itálico e minúscula e tamanho
12.

Como organizar capítulos?


Exemplo:

CAPÍTULO I: CONTEXTUALIZAÇÃO FILOSÓFICA DA


MODERNIDADE
1. A descoberta das Américas
2. A reforma protestante
3. A revolução científica
3.1. Processo de marcação das épocas

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CAPÍTULO V - MODELOS DE CITAÇÕES

1. Modelo de Citação
Existem vários modelos de citação, mas o ISMMA opta pelo modelo
APA (também conhecido como modelo autor-data), com integração
de elementos de outros modelos, reservando o rodapé
exclusivamente para notas explicativas.

2. Citações
As citações são elementos extraídos de uma determinada obra.
 Se tiverem até três linhas, devem ser incorporadas na
estrutura de uma frase;
 Se tiverem mais de três linhas, devem ser colocadas num
parágrafo a parte;
Em qualquer dos casos, devem sempre ser reconhecidas numa nota
de referência.

As citações podem ser directas e indirectas:


a) Citação directa
Considera-se uma citação directa quando constitui uma transcrição
literal de trecho ou trechos extraídos de obras consultadas. As
citações directas podem ser curtas, longas ou citação da citação.
 Citação curta - a sua extensão não deve exceder as três linhas
dactilografadas; devem vir entre aspas duplas, seguido entre
parênteses da informação sobre a fonte.
Exemplo:

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“Uma pura fé racional é, pois, o poste indicador ou a bússola pela
qual o pensador especulativo se orienta” (KANT, 2009, p. 51).

 Citação longa – é a citação directa constituindo uma


transcrição exacta, mas excede as três linhas dactilografadas;
o trecho deve ser colocado num parágrafo independente, com
recuo da margem esquerda para à direita de cerca de 4cm e
espaço simples (1.0) entre as linhas. Para este caso, dispensa-
se o itálico, as aspas, porém o tamanho do tipo de letra deve
ser 10 (inferior em relação ao restante texto). Colocar entre
parênteses, a informação sobre a fonte donde se retirou a
informação.

Exemplo:

Foi o Cristianismo que subsumiu o destino do homem para a


importância do que ele era único.
As instituições de ensino, sendo entidades sociais com objectivos
e missão bastante claras, devem promover sempre mudanças na
sua estrutura organizativa, de modo a ajustá-la às mudanças que
vão acontecendo na sociedade, às necessidades de momento, à
natureza das escolas e suas necessidades e aos ambientes e
objectivos institucionais. Para conseguir isto, ela deve adoptar
uma estrutura administrativa mais flexível e discentralizadora,
onde o trabalho é feito em equipas, para facilitar a articulação
entre as partes e a flexibilidade na gestão do processo primário
(FOUCAULT, 1998, p. 40).

Nota: se o texto citado se prolongar até à página seguinte, colocam-


se as duas páginas separadas por um hífen.

21
Exemplo:

A vantagem neste caso, é que, em primeiro lugar, este modelo vai


quebrar o isolamento que existe entre as disciplinas curriculares,
entre os docentes e estes com os alunos, e vai descentralizar um
pouco o processo de tomada de decisão a nível intermédio, pois
vai garantir que os professores trabalhem em conjunto na
planificação, execução e avaliação da totalidade ou de uma parte
do programa (FORMOSINHO MACHADO, 2008, p.12-
13).

 Citação da citação
Considera-se citação da citação a transcrição directa de um texto em
que não se teve acesso ao original; a expressão transcrita deve
aparecer entre aspas simples, seguido da informação sobre a fonte.

Exemplo:
A comunicação de ideias […] não é a principal e única finalidade da
linguagem; ‘não ponha em risco as condições para a sobrevivência
infinita da humanidade na terra’ (JONAS, 2008 apud APEL, 2007, p.
144).

b) Citação indirecta
Na citação indirecta parafraseia-se a frase do autor; colocar sempre a
fonte de informação.
Exemplo1:
Freire (2014, p. 20) afirma que o professor deve actuar de forma
problematizadora…

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Exemplo2:
A política de “massificação escolar” (escolaridade obrigatória até 7
classes para todos) adoptada pelo governo de Moçambique aquando
da assinatura da Declaração Mundial da Educação para todos, trouxe
resultados desastrosos para a educação em Moçambique, dentre os
quais, os altos níveis de reprovação e de abandono escolar (cf.
PNUD, 2014, p. 30).

3. Outras especificidades
 Se a obra tiver dois autores citam-se os dois;
 Se a obra tiver até três autores, citam-se os três autores;
 Se a obra tiver mais de três autores, cita-se o primeiro autor e
depois coloca-se a sigla et al.

Exemplo:
É fundamental um clima onde as pessoas se sintam bem, confiantes e
motivadas para executar suas tarefas em prol dos objectivos globais, da
equipa e da instituição (SPANBAUER; et. al.; 1996, p. 53).

 Quando se tratar de corporações, ou grupos, colocar o nome


da corporação ou grupo;

Exemplo:
A política de “massificação escolar” (escolaridade obrigatória até 7
classes para todos) adoptada pelo governo de Moçambique aquando
da assinatura da Declaração Mundial da Educação para todos, trouxe
resultados desastrosos para a educação em Moçambique (PNUD,
2014).

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 Quando citar autores com o mesmo apelido, inserir as iniciais
do nome de cada autor na referência, para diferenciar;
Exemplo:
Para que a mudança seja efectiva, “é necessário compreender a
forma como os indivíduos envolvidos nela vivem a sua situação e
fazê-los participantes dessa mesma mudança, pois são elas que
vão viver com ela” (FERNANDES, António, 2007, p.8).

Na avaliação do sucesso escolar, normalmente se considera os


primeiros dois factores; “ainda subsiste a crença de que são os
exames nacionais que garantem a qualidade da aprendizagem”
(FERNANDES, Gerhard, 2007, p.89).

 Se a obra não tiver autor, ou o autor for anónimo, cite a partir


do título.

Notas importantes:
Em citações directas,
 Se se quiser omitir algumas palavras nessa citação no início
ou no final da frase, coloquem-se reticências, (...).

Exemplo:
“…é necessário compreender a forma como os indivíduos envolvidos
nela vivem a sua situação e fazê-los participantes dessa mesma
mudança, pois são elas que vão viver com ela” (FERNANDES,
2007, p.8).

“Na avaliação do sucesso escolar, normalmente se considera os


primeiros dois factores; “ainda subsiste a crença de que são os
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exames nacionais que garantem a qualidade da aprendizagem…”
(FERNANDES, 2007, p.89)

Se se omitir palavras no meio da frase, coloquem-se reticências com


parênteses curvos.

Exemplo:
“A política de `massificação escolar` (…) adoptada pelo governo de
Moçambique aquando da assinatura da Declaração Mundial da
Educação para todos, trouxe resultados desastrosos para a educação
em Moçambique, dentre os quais, os altos níveis de reprovação e de
abandono escolar“ (PNUD, 2014).

 Quando, na palavra ou frase citada houver algum erro do


próprio autor, não se corrige; mas, depois dessa palavra ou
frase em que estiver o erro, escreve-se a sigla [sic], que
significa “assim estava escrito no original”

 Ao se citar literalmente uma frase ou um parágrafo de um


texto, corre-se o risco de perder o sentido da ideia. Para
esclarecê-lo, convém pôr entre parêntesis recto ou colchetes,
o que o pode esclarecer. Ex: “Essa hipótese [estratégica]
surge, graças a …”

 Se o livro, de que se extrai a citação, estiver escrito numa


língua estrangeira, traduz-se, porque o trabalho só pode estar
escrito numa só língua, ou então, transcreva-se o parágrafo e
coloque-se a tradução em rodapé.

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4. CITAÇÕES DE DOCUMENTOS DO MAGISTÉRIO DA
IGREJA CATÓLICA

Quando se cita um documento do Magistério da Igreja, ou seja, dos


Concílios, dos Papas, dos Dicastérios da Igreja e documentos dos
Bispos, os que tiverem o título em Latim, deve-se usar o Latim sem
se traduzir, pois o título em Latim é universal e assim se usa em
todas as línguas.

Esses documentos, dentro de outros documentos ou trabalhos


científicos e outros escritos, só são citados em forma de incipit, isto
é, as primeiras letras do título do documento, tanto em Latim como
em Português.

4.1. Citações bibliográficas

Na bibliografia, aparecem todos os dados do documento. O autor é


escrito em letras maiúsculas; podem ser abreviados o autor e o tipo
do documento, se se trata de um Concílio ou Dicastério ou
Conferência Episcopal, mas não se abreviam os nomes próprios (por
exemplo, os nomes dos Papas). Neste caso, em primeiro lugar, põe-
se o nome do autor, e depois duma vírgula, o tipo do documento
(Encíclica – Enc.; Exortação Apostólica – Exort. Ap; Constituição
Dogmática – Const. Dog.; Alocução - Aloc., Comunicado,
Documento Pastoral – Doc. Past.; Assembleia – Ass.)1, e a seguir
outra vírgula vai o título do documento em itálico, a seguir uma
virgula, o lugar, a data e o ano da promulgação do documento, e por
fim se houver, a editora, o lugar e o ano da publicação do volume.

4.2. Exemplos de citação de documentos conciliares

1
NB. As siglas podem variar dependendo da obra.
26
CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II, Constituição Dogmática
Lumen Gentium, Roma 21 de Novembro de 1964, Gráfica de
Coimbra, Coimbra 1998.
Ou
CONC. ECUM. VAT. II, Const. Dogm. Lumen Gentium, Roma 21
de Novembro de 1964, Gráfica de Coimbra, Coimbra 1998.
___________ Decreto Apostolicam Actuositatem, Roma 18 de
Novembro de 1965, Gráfica de Coimbra, Coimbra 1998.

a) Citação bibliográfica do documento com título traduzido

Se o documento tiver o título traduzido, cita-se como vem no


volume. Por exemplo, o Decreto sobre o Ecumenismo que
originalmente é Unitatis Redintegratio aparece traduzido no volume
da citação bibliográfica a seguir. Mas se a citação for dentro do texto
terá que se colocar entre parêntesis o incipit (UR e o número).

CONCÍLIO ECUMÉNICO VATICANO II (1987), Decreto o


Ecumenismo, Braga, Editorial A.O. 10ª Edição.

4.3. Exemplos de citação de Documentos do Magistério


Pontifício

JOÃO XXIII, Encíclica Pacem in Terris, Roma 11 de Abril de 1963.

JOÃO PAULO II, Encíclica Redemptor Hominis, Roma 04 de Março


de 1979.
_____Catecismo da Igreja Católica, Gráfica de Coimbra, Coimbra
1993.
_____Código do Direito Canónico, Edições Theologica, Braga 1997,
5ª Edição.

FRANCISCO, Encíclica Laudato si, Roma 24 de Maio de 2015.

27
4.4. Exemplos de citação de Documentos do Magistério
local

CEM, Carta Pastoral Viver a fé no Moçambique de hoje, Maputo 06


de Junho de 1976.
______ Carta Pastoral Repensar a educação em Moçambique,
Maputo 08 de Maio de 2012.

5. Outros estudos

COMISSÃO NACIONAL JUSTIÇA E PAZ (1998), Gaudium et


Spes: uma leitura pluridisciplinar vinte anos depois, Lisboa. Editor
Rei dos livros.

6. Citação a partir do site electrónico

Se o documento for baixado da internet (aconselha-se o site do


Vaticano www.Vatican.va), a referência desse facto terá que aparecer
só na bibliografia como citação externa, a seguir o in e não dentro do
trabalho. Por exemplo:

FRANCISCO, Carta Encíclica sobre o cuidado da casa comum


Laudato Si, Roma 24 de Maio de 2015, in
http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa
-francesco 20150524 enciclica-laudato-si.html. baixado no dia
27.02.2018 às 12:19h.

7. Citações de texto de documentos com sigla

As normas de citar no que respeita ao tamanho e espaços, procede-se


como na metodologia em geral. Ao citar textos dos documentos dos
Concílios ou de outros Dicastérios da Igreja, usa-se a sigla em forma
28
de incipit, se tiver, e o número do parágrafo, tudo entre parêntesis. Se
o texto tiver sido baixado da internet, colocam-se apenas no fim do
texto, entre parêntesis, a sigla do documento e o número.

a) Exemplo de citação directa do documento:

“Tal como Cristo consumou a redenção na pobreza e na perseguição,


também a Igreja, para poder comunicar aos homens os frutos da
salvação, é chamada a percorrer o mesmo caminho” (LG8). Esta
citação significa que foi tirada da constituição dogmática Lumen
Gentium, n.8.
O Patriarca Bartolomeu tem-se referido
particularmente à necessidade de cada um se
arrepender do próprio modo de maltratar o planeta,
porque «todos, na medida em que causamos pequenos
danos ecológicos», somos chamados a reconhecer «a
nossa contribuição – pequena ou grande – para a
desfiguração e destruição do ambiente» (LS8).
Significa Laudato Si, n.8

b) Exemplo de citação de citação


Se a citação for tirada de um outro texto e não do próprio documento
cita-se assim:
“Também na vida económico-social se deve respeitar e fomentar a
dignidade da pessoa humana, a sua vocação integral e o bem de toda
a sociedade. Pois o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida
económico-social” (GS63 apud FONSECA Fernando Adão, in
COMISSÃO NACIONAL JUSTIÇA E PAZ (1998), p. 249).

7.1. Citação de documentos sem sigla

Nem todos os documentos têm sigla. Portanto, se o documento não


tiver sigla cita-se como se fosse um outro livro. Por exemplo, a Carta
Pastoral da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) sobre a

29
educação, intitulada Repensar a educação no Moçambique de hoje,
pode-se citar do seguinte modo:

“Muitos que durante longos anos conheceram a Deus e d’Ele deram


testemunho na sua vida, hoje dizem que O não conhecem”
(CEM:1976. Carta Past., n.45).

Se acontecer terem sido publicados dois ou mais documentos da


mesma natureza no mesmo ano, pelo mesmo autor, para distinguir ao
citar, colocam-se letras, segundo a precedência de promulgação: a, b,
c, etc. Apresentamos como exemplos as Cartas Pastorais da CEM:
Momento Novo, de 18 de Maio de 1981, e Quando virá a Paz? de 30
de Novembro de 1981.

“Todos estes factores abalaram profundamente a concórdia entre os


moçambicanos e criaram um grande número de insatisfeitos” (CEM:
1991a. Carta Past., n.3).

“Eles frisaram que os Naparamas eram grupos constituídos mais por


jovens e crianças…” (CEM: 1991b, Carta Past., n.5).

8. Siglas de alguns documentos do Magistério

O Magistério é vasto. Por isso, o que se apresenta neste manual não é


tudo. São apenas exemplos indicativos do modo de lidar com os
documentos da Igreja Católica na sua diversidade.

8.1. Siglas dos Documentos do Concílio Ecuménico


Vaticano II

AA – Decreto sobre o apostolado dos leigos Apostolicam


Actuositatem
AG – Decreto sobre a actividade missionária da Igreja Ad Gentes
30
CD – Decreto sobre o Munus Pastoral dos Bispos Christus Dominus
DH – Declaração sobre a Liberdade Religiosa Dignitatis Humanae
DV – Constituição dogmática sobre a Revelação Divina Dei Verbum
GE – Declaração sobre a Educação Cristã Gravissimum Educationis
GS – Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo Gaudium et Spes
IM – Decreto sobre os meios de comunicação social Inter Mirifica
NE – Declaração sobre a Igreja e as religiões não-cristãs Nostra
Aetate
LG – Constituição dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium
OE – Decreto sobre as Igrejas Orientais católicas Orientalium
Ecclesiarum
OT – Decreto sobre a formação dos Sacerdotes Optatam Totius
PC – Decreto sobre a Renovação da Vida Religiosa Perfectae
Caritatis
PO– Decreto sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes
Presbyterorum Ordinis
SC – Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium
UR – Decreto sobre o Ecumenismo Unitatis Redintegratio

8.2. Siglas de algumas Cartas Encíclicas

EV – Encíclica sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana


Evangelium Vitae Humanae Vitae
FR – Encíclica sobre as relações entre a fé e a razão Fides et Ratio
HV – Encíclica sobre a regulação da natalidade Humanae Vitae
LF – Encíclica sobre a fé Lumen Fidei
LS – Encíclica sobre o cuidado da casa comum Laudato Si
RH – Encíclica Redemptor Hominis

8.3. Siglas de Exortações Apostólicas

AL – Exortação Apostólica sobre o amor na família Amoris Letitia


31
AM – Exortação Apostólica pós-sinodal sobre a Igreja em África ao
serviço da Reconciliação, da Justiça e da Paz Africae Munus
ChL – Exortação apostólica pós-sinodal sobre vocação e missão dos
leigos
na Igreja e no mundo Christifideles Laici
VC – Exortação Apostólica pós-sinodal sobre a Vida Consagrada
Vita Consecrata

9. Alguns documentos da Congregação para os Institutos de


Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica

PdC – Instrução para um renovado compromisso da Vida


Consagrada
no terceiro milénio Partir de Cristo

VFC – Vida Fraterna em Comunidade

10. Código do Direito Canónico

O Código do Direito Canónico é um documento normativo,


legislativo e jurídico da Igreja Católica. Este vem citado por siglas
que podem ser em Latim (CIC) que significa Codice Iuris Canonici,
ou em Português (CDC) que é a tradução do Latim, significando
Código do Direito Canónico. No que se refere à bibliografia cita-se
como qualquer livro. Ao citar este documento deve-se indicar o
cânone, depois da sigla. O cânone vem abreviado e acompanhado
dum ponto (cân.), e depois vem o número do cânone e o respectivo
parágrafo (§) se tiver mais de um parágrafo, ou então somente um c
acompanhado dum ponto (c.) se tiver um único parágrafo.

32
10.1. Exemplos de citação de textos nas duas formas:

a) Quando o cânone tem um paragrafo

“O matrimónio rato e consumado não pode ser dissolvido por


nenhum poder humano nem por nenhuma causa além da morte”
(CDC, c. 1141).
Este cânone não apresenta mais de um paragrafo, por isso não tem §.

b) Quando o cânone tem mais de um parágrafo

“As pessoas de idade provecta e as que padecem de alguma doença, e


ainda que as trata, podem receber a santíssima Eucaristia, mesmo que
dentro da hora anterior tenham tomado alguma coisa” (CDC.,
cân.919§3).

Nesta citação em vez de escrever cân. podia se escrever apenas c.919


§3. Significa que o texto é do Código do Direito Canónico, Cânone
919, parágrafo 3.

c) Quando se parafraseia os cânones

Quando se faz referência a mais de um cânone num argumento pode-


se abreviar colocando dois cc e um ponto antes dos números dos
cânones (cc.).
Por exemplo: Os cc.897-899 debruçam-se sobre a Eucaristia…

Nota: Não se confunda entre a sigla CIC do Codice Iuris Canonici


com o CIC do Catecismo da Igreja Católica. O primeiro pode-se
encontrar nalguns documentos, seguido da sigla cân. antes do
número; e no segundo aparece apenas a sigla e o número do
paragrafo. Mas em Português convém citar CDC.

33
11. COMO CITAR A BÍBLIA

Sabendo que existem diversos modos de citar a Sagrada Escritura,


dentro da Igreja Católica, existe um modo próprio de o fazer. O que
vamos apresentar é o modo usado na Igreja Católica por enquanto.
Para fazer uma citação bíblica, em primeiro lugar escreve-se a
abreviatura do livro bíblico ou da Carta e logo a seguir o número do
Capítulo, acompanhado duma vírgula (,) – e não dois pontos (:) – e a
seguir o número do versículo ou dos versículos, tudo entre
parêntesis. Os exemplos a seguir servem para todos os livros da
Bíblia, desde que se conheçam as abreviaturas, que podem variar
consoante as edições bíblicas:

a) Exemplo de como citar um versículo num Capítulo

“Abraão partiu como disse YHWH, e Lot partiu com ele. Abraão
tinha setenta e cinco anos quando deixou Haran” (Gen 12,4).

b) Exemplo de como citar mais de um versículo

Gen 12,5-7) – significa que a leitura é do livro do Génesis, Capítulo


12 a partir do versículo 5 até 7. O hífen quer dizer até…

c) Exemplo de como citar versículos salteados

34
(Ex 22,5-7.15-26) – significa que é do livro do Êxodo, Capítulo 22,
versículos 5 a 7 e ainda do versículo 15 a 26.

d) Exemplo de Como citar Capítulos e versículos salteados

(Mt 7,7.23-25; 14,15a) – significa que é do Evangelho segundo S.


Mateus, Capítulo 7, versículo 7 e depois do versículo 23 até 25, e
depois no Capítulo 14, versículo 14a. A letra a indica que citamos
somente a primeira parte do versículo 14. Quando o versículo é
longo pode ser subdividido em a, b, c…

Depois da sigla deixa-se um espaço, e logo a seguir põe-se o


capítulo, a vírgula e o versículo, sem espaços. Antes e depois do
hífen, também não se deixa espaço. Para casos de versículos
salteados, também não se deixa espaço. O espaço deixa-se a seguir o
ponto e vírgula quando se salta para um outro capítulo.

12. ABREVIATURAS DOS LIVROS SAGRADOS NA EDIÇÃO


DA BÍBLIA SAGRADA

As citações bíblicas e respectivas abreviaturas podem variar, estas


dependem da edição da Bíblia. As abreviaturas a seguir são da edição
da Bíblia Sagrada de 1991.

35
ANTIGO TESTAMENTO

PENTATEUCO (CINCO LIVROS POÉTICOS E


LIVROS) SAPIENCIAIS
Gn – Livro do Génesis Job – Livro de Job
Ex – Livro do Êxodo Sl – Livro dos Salmos
LV – Livro do Levítico Prov – Livro dos Provérbios
Nm – Livro dos Números Ecle ou Qo – Eclesiastes ou
Qoelet2
Dt – Livro do Deuteronómio
Cant –Cântico dos Cânticos
Sab –Livro da Sabedoria
LIVROS HISTÓRICOS
Ecli – Eclesiástico
Jos – Livro de Josué
Jz – Livro dos Juízes
LIVROS PROFÉTICOS
Rt – Livro de Rute
Is – Profecia de Isaías
1Sm – 1º Livro de Samuel
Jer – Profecia de Jeremias
2Sm – 2º Livro de Samuel
Lam – Lamentações de Jeremias
1Rs – 1º Livro dos Reis
Bar – Profecia de Baruc
2Rs – 2º Livro dos Reis
Ez –Profecia de Ezequiel
1Cr – 1º Livro das Crónicas
Dan – Profecia de Daniel
2Cr – 2º Livro das Crónicas

2
A abreviatura deste livro depende da edição da Bíblia. O importante é prestar
atenção se vem duma ou doutra forma.
36
Esd –Livro de Esdras Os – Profecia de Oseias

Ne – Livro de Neemias Jl – Profecia de Joel


Tb – Livro de Tobias Am – Profecia de Amós
Jdt – Livro de Judite Abd – Profecia de Abdias
Est –Livro de Ester Jn –Profecia de Jonas
1Mac – Primeiro Macabeus Miq – Profecia de Miqueias
2Mac – Segundo Macabeus Na – Profecia de Naum

Hbc – Profecia de Habacuc


Sof – Profecia de Sofonias
Ag – Profecia de Ageu
Zac –Profecia de Zacarias
Mal – Profecia de Malaquias

37
NOVO TESTAMENTO

EVANGELHOS 1Tess – 1ª Epístola de S. Paulo


aos Tessalonicenses
Mt – Evangelho segundo S.
Mateus 2Tess – 2ª Epístola de S. Paulo
aos Tessalonicenses
Mc – Evangelho segundo S.
Marcos 1Tm – 1ª Epístola de S. Paulo aos
a Timóteo
Lc – Evangelho segundo S. Lucas
2Tm – 2ª Epístola de S. Paulo a
Jo – Evangelho segundo S. João Timóteo
Tt – Epístola de S. Paulo a Tito
ACTOS DOS APÓSTOLOS Fm – Epístola de S. Paulo a
Filémone
Act – Actos dos Apóstolos
Hb – Epístola aos Hebreus
Tg – Epístola de S. Paulo aos
EPÍSTOLAS OU CARTAS
Tiago
Rm –Epístola de S. Paulo aos
1Pe – 1ª Epístola de S. Pedro
Romanos
2Pe – 2ª Epístola de S. Pedro
1Cor– 1ª Epístola de S. Paulo aos
Coríntios 1Jo – 1ª Epístola de S. João
2Cor–2ª Epístola de S. Paulo aos 2Jo – 2ª Epístola de S. João
Coríntios
3Jo – 3ª Epístola de S. João
Gal – Epístola de S. Paulo aos
Gálatas Jud – Epístola de S. Judas

Ef – Epístola de S. Paulo aos Ap – Apocalipse de S. João


Efésios

38
Fil – Epístola de S. Paulo aos
Filipenses
Col – Epístola de S. Paulo aos
Colossenses

A edição da Bíblia usada deve ser mencionada no trabalho,


especialmente na bibliografia, porque existem várias edições e
muitas vezes com linguagem diferente para falar do mesmo assunto.
Por exemplo:
BÍBLIA SAGRADA, Difusora Bíblica, Lisboa. 1991. 15ª Edição.
BÍBLIA DE JERUSALÉM, ed. Paulus, S. Paulo. 1995, 7ª Edição.
Esta é apenas uma base para ajudar os estudantes e docentes a
manejarem a Bíblia e a perceberem as citações bíblicas que
encontrarem.

39
CAPÍTULO VI - RECOLHA, ANÁLISE E TRATAMENTO DE
DADOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS

Os processos de recolha, análise e tratamento de dados devem seguir


certos procedimentos básicos, a saber:

1. Instrumentos de recolha de dados

INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS


Qualitativos Quantitativos
Observações: directa ou participante,
sistemática, não participante, estruturada,
não estruturada, etc.
Entrevistas: aberta, semi-estruturada,
estruturada, etc.
Questionários Questionário fechado\
(inquérito)
Grupos Focais
Diários de campo
Documentos
Fotografias
Gravações vídeos e áudios, etc.

2. Modelos de Análise de dados


Após a recolha de dados, segue-se a fase da análise, que se predispõe
na necessidade de organizar os dados obtidos através dos
instrumentos escolhidos pelo pesquisador.

40
2.1. Dados Qualitativos
Para análise e tratamento de dados são vários os modelos avançados
pelos teóricos, no entanto, importa no presente documento destacar
os modelos adoptados na instituição.
a) Modelo de Fielding (1993) - onde é feita a transcrição das
anotações de recolha de dados, procura-se as categorias e
posteriormente efectua-se o destaque, a selecção dos dados e
a elaboração de esquemas de análise.

Transcrição das anotações obtidas na


recolha de dados

Procura de categorias e pautas

Destaque e selecção dos dados

Elaboração do esquema de análise – re-
sequenciar

b) Modelo Laville e Dionne (1999), para as entrevistas, no qual


se faz a leitura, a descrição, o agrupamento de dados por
assuntos ou temas e a interpretação, com o objectivo de
efectuar a síntese dos dados e organizar em forma de
conclusões parciais, para posterior apresentação em tabelas.

41
2.2. Dados Quantitativos
Para o tratamento de dados quantitativos pode recorrer-se ao uso de
diferentes ferramentas e programas informáticos como Microsoft
Word, Microsoft Excel, Static’s Program for Social Science
(SPSS) para a construção de tabelas e gráficos, destacam-se cinco
fases para este processo: colecta, descrição, identificação, análise e
síntese.

ANEXOS
Apresenta-se de seguida alguns anexos que vão elucidar em relação à
forma e organização dos documentos a apresentar no trabalho.

42
CAPA

INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA


Departamento de _______________

Curso de ______________

Nome Completo (centralizado)

TEMA (centralizado)

Maputo____/____20___

43
FOLHA DE ROSTO

INSTITUTO SUPERIOR MARIA MÃE DE ÁFRICA


Departamento de________________

Curso de ____________

Nome do estudante

TEMA (centralizado)

Monografia Científica apresentada ao


Departamento de ___________do Instituto
Superior Maria Mãe de África como requisito
parcial para a obtenção do grau de
Licenciatura em______________

Tutor: ___________

Co-tutor:_________

Maputo___/____/ 20___

44
45

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