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Cabos da Embarcação

“Os cabos de uma embarcação são equipamentos de fundamental importância para uma
navegação segura e sem sobressaltos.”
As embarcações estão ficando a cada dia mais sofisticadas e o seu valor patrimonial aumenta em
grandes proporções. Portanto, a navegação segura e sem sobressaltos também é uma questão de
cuidado e zelo pelo patrimônio.
AMARRA - Cabo ou corrente que liga o ferro à embarcação.
É muito comum e frequente encontrarmos embarcações cujos donos não demonstram qualquer
atenção e cuidado pelos equipamentos de amarração e ancoragem de seu barco, utilizando cabos
rotos e em péssimo estado de conservação. Navegar assim, ao sabor do acaso, é se expor
permanentemente ao perigo.
CABOS - São as cordas de um barco. Cabos de fibras vegetais, sisal, linho, algodão e outros,
usados antigamente, foram substituídos pelos de fibras sintéticas que, embora sejam mais caros, tem
maior durabilidade, pois não apodrecem, além de terem uma resistência à tração cerca de 6 vezes
maior.
Aqui iremos apresentar os principais cabos de uma embarcação de lazer, suas aplicações e muito
mais

Sumário:
1. Adriças e Escotas
2. Amarra Principal
3. Amarra de Popa
4. Espias (Cabos de Atracação)
5. Espia de Amarração em boia de poita
6. Cabos para reboque de embarcações na água
7. Carga de Trabalho & de Ruptura
8. Diâmetro, Rendimento, Flutuabilidade & Elasticidade
9. Tipos de Cabos

ADRIÇAS E ESCOTAS
Cabos específicos para o manuseio das velas. As adriças são os cabos usados para subir as velas ou
qualquer outro equipamento e as escotas são utilizadas na movimentação lateral dos velames.
ADRIÇA (Halyard) – utilizado para içar velas, bandeiras, vergas ou qualquer sinalização. As mais
famosas são: Adriça do Grande (Main), Adriça de Proa, Genoa ou Buja, (Genoa/Jib), Balão
(Spinnaker), Bandeira (Flag). O tipo de cabo a ser usado dependerá do uso do barco. Em barcos
de cruzeiro e de regata aceitam bem o cabo pré-estirado de dupla trança, já os barcos de alta
performance necessitam de materiais exóticos.
ESCOTA (Sheet) – Cabo que serve para caçar ou folgar as velas. Na vela grande a escota
normalmente é fixada na retranca, nas velas de proa uma escota de duas pernas, nas velas redondas
(balão) uma escota por bordo. Como pressupõe-se que as velas devem ser trimadas frequentemente,
e, a intensidade do vento é variável, recomenda-se cabos semi estiráveis.
As adriças sobem as velas e as escotas são os cabos que as controlam. Os brandais seguram o
mastro.
A esteira da vela grande entra na retranca e a testa entra no mastro. Na valuma entram as réguas.
Os três punhos da vela são o da adriça (a), o da amura (b) e o da escota (c).

AMARRA PRINCIPAL
Ancorar uma embarcação, por mais simples que pareça, é uma operação delicada, técnica e
importante para a segurança de quem navega. A expertise do homem do mar somada a
equipamentos de ancoragem corretos e bem dimensionados têm uma relevante importância na
integridade da embarcação e na segurança de seus tripulantes.
O cabo (ou corrente) liga a embarcação a sua âncora principal e tem a função de ancorar o barco e
mantê-lo relativamente “parado” n’água. A amarra pode ser 100% de corrente, corrente + cabo de
fibra ou só cabo de fibra.
Corrente + cabo de fibra sintética

Sem dúvida nenhuma é a melhor opção de sistema de ancoragem para embarcações de médio
porte, porque combina a leveza de todo o sistema com a facilidade de manuseio, alta capacidade
de absorção de energia produzida pela elasticidade da fibra e a grande resistência ao atrito da
corrente junto ao fundo do mar.
Cabo de fibra sintética

Aqui, toda a mobilidade e dinâmica do sistema de ancoragem é possível graças ao alongamento da


fibra sintética e construção do cabo.
Indicada para embarcações de pequeno porte e para localidades com fundo arenoso. A
desvantagem desse modelo é o atrito e efeito abrasivo sofrido pelo cabo com fundos rochosos e
superfícies pontiagudas do leito do mar, rios e lagos.
Corrente

Parte do conceito que utiliza o efeito catenário produzido pelo peso da corrente para reduzir as
cargas transmitidas da âncora para a embarcação.
As desvantagens começam pelo excesso de peso no barco, na dificuldade de manuseio e na
transmissão de elevadas cargas à embarcação, principalmente, no caso de tempestades e ventos
fortes.
A utilização dos sistemas 100% correntes na âncora principal é comum em embarcações de grande
porte (a partir de 50 pés).
SE TIVER ALGUMA DÚVIDA PARA ESCOLHER A SUA AMARRA, VEJA A TABELA ABAIXO:
Obs: Este é apenas um guia de referência que deve ser adaptado ao tipo de embarcação, especificações do guincho,
local e hábitos de navegação.

AMARRA DE POPA (ou auxiliar)


A Amarra de popa, também chamada de Amarra auxiliar, é um cabo mais fino e mais curto do que
o da âncora principal e não se usa corrente. De fácil manuseio, sua principal função, quando
utilizada na popa, é imobilizar a embarcação evitando o seu giro em torno da Amarra
principal. Seu uso é de fundamental importância nas ancoragens em locais com muitos barcos e em
pernoites, e durante curta duração, em locais abrigados e rasos, como praias e bancos de areia.
A Amarra de popa também é muito utilizada nas ancoragens rápidas, principalmente, nas praias e
bancos de areia, evitando o uso trabalhoso da Amarra principal.
PRODUTO/ACABAMENTO: Cabo de Poliamida (Nylon) torcido ou trançado com manilha inox
e sapatilho inox costurado numa extremidade e a outra livre e falcaçada.

ESPIAS ou Cabos de Atracação


Espia é um termo muito conhecido no meio marítimo que significa “cabos de amarração ou
atracação”. As espias compõem o conjunto de cabos que têm a função de amarrar ou atracar a
embarcação à terra firme (cais, píer, etc.) ou a outra embarcação. São conhecidos na navegação
mercante como Springs, Lançantes e Traveses (estes utilizados apenas em embarcações de maior
porte, acima de 45 pés).

SE TIVER ALGUMA DÚVIDA PARA ESCOLHER A SUA ESPIA, DÊ UMA OLHADINHA NA TABELA ABAIXO:
Obs: Este é apenas um guia de referência devendo ser adaptado ao tipo da embarcação e hábitos/locais de atracação
usualmente utilizados.

ESPIA DE AMARRAÇÃO EM BOIA DE POITA


Usada para amarrar a embarcação à boia do sistema de fundeio/poita.
Usar uma ou duas espias na amarração do barco à boia de poita traz vantagens significativas, tanto
a segurança da embarcação quanto ao bolso do seu proprietário.
As espias com quais nos trabalhamos são feitas com fibra de Poliamida (Nylon tipo seda), que
possuem um alto alongamento, característica responsável pela absorção do " tranco " quando a
linha de fundeio/amarração é tensionada ao seu ponto máximo.
Cotamos as Espias de Boia de Poita com luvas de poliéster nas alças para proteção aos cunhos e
com mangueiras de PVC para proteção à abrasão nos passa-cabos, convés e costado.
IMPORTANTE: A metragem da espia vai variar em função de:
Nas amarrações com giro de 360º - da distancia ideal da proa do barco à boia, considerando os
barcos vizinhos e o giro da embarcação.
Nas amarrações de popa em piers ₋ da distancia calculada para que a popa não colida com o píer.

CABOS PARA REBOQUE DE EMBARCAÇÕES


Rebocar um cabo na água é uma atividade um tanto complexa, que exige conhecimento de
técnicas e métodos de reboque, como também de equipamentos adequados.
Várias vezes a gente se encontra na necessidade de rebocar outra embarcação, todavia nem sempre
estamos preparados para realizar uma execução confiável com segurança para as embarcações e
seus tripulantes.
A maneira mais fácil e segura é o reboque pela popa da embarcação rebocador e proa da rebocada,
utilizando-se um cabo de fibra.
A CSL Marinharia desenvolveu um cabo de reboque que o batizou de Y-Boat-to-Boat.
CABO Y-BOAT-TO-BOAT PARA REBOQUE DE EMBARCAÇÕES NA ÁGUA
Para reboque de embarcações 16 a 26 pés*
• Cabos ø 12mm - Carga ruptura 2000 Kgf
• Comprimentos: 2 pernas do Y com 2 metros cada + cabo principal c/ 10 metros
Para reboque de embarcações 26 a 36 pés*
• Cabos ø 18mm - Carga ruptura 5000 Kgf
• Comprimentos: 2 pernas do Y com 2,5 metros cada + cabo principal c/ 15 metros

ESPECIFICAÇÃO DO CABO REBOQUE Y-BOAT-TO-BOAT da CSL


Composição:
• Cabos torcidos 3 pernas
• Polipropileno
• Cor branca
• Flutuabilidade positiva
• Estabilização contra o efeito dos raios UV
• Boia de segurança e sinalização
Acabamentos:
• Alças costuradas nas extremidades (para cunhos)
• Ligação dos 3 cabos com alças sendo a do cabo principal c/ mangueira cristal
Carga de Trabalho
Carga de Trabalho significa a carga média ideal a que um cabo deve ser submetido quando em uso.
Este é um fator importante na escolha de um cabo.
A carga de trabalho está intimamente relacionada com a carga de ruptura, isto é, ela é encontrada
usando-se um fator redutor na carga de ruptura. Este redutor pode variar de acordo com o grau de
responsabilidade e risco empregado no uso de um cabo.
Em aplicações de baixo risco é utilizado um fator redutor entre 5 a 7 vezes a carga de ruptura.
Já para aplicações em que existe o risco de vidas humanas, o fator (índice) aumenta para 10 a 12
vezes a carga de ruptura.
Importante: neste caso também deve-se considerar a queda de resistência à tração de uma corda
quando da aplicação de um determinado nó, o qual poderá reduzir a resistência em até 40%.
Exemplo: uma Corda cuja carga de ruptura seja de 1.400 kgf, para aplicação de baixo risco, calcula-
se da seguinte forma: 1.400 : 7 = 200.

Carga de Ruptura
É o ponto de resistência máxima de um cabo quando submetida a esforço de tração. É a medida
da carga aplicada no momento da ruptura.
A escolha de um cabo pode ser feita pela determinação de sua carga de ruptura, o que lhe confere
mais ou menos resistência a carga de trabalho, esta sim refere-se a segurança do seu uso.
Os cabos não devem ser utilizadas com cargas definidas em seu limite máximo de resistência à
tração.
Atenção: ao dar um nó ou efetuar uma emenda em um cabo a sua resistência é automaticamente
reduzida em aproximadamente 40% da sua carga . Portanto, lembre-se que as indicações de cargas
de rupturas referem-se a cabos sem nó.

Diâmetro
É a espessura do cabo traduzido em milímetros ou polegadas. Os cabos apresentam-se em vários
diâmetros, sendo fator importante a ser definido em cada aplicação. O diâmetro tem relação direta
com a carga de ruptura em cada modelo de cabo.

Rendimento
É a quantidade de metros encontrada em um quilo de cabo (kg/m). Cabos de um mesmo diâmetro
têm rendimentos diferentes em função do peso específico de suas matérias-primas.

Flutuabilidade
É a capacidade que um cabo tem de flutuar quando em contato com a água. Esta flutuabilidade é
decorrente do peso específico da fibra utilizada na produção do cabo. Em determinadas
aplicações, a flutuabilidade é um fator importante e decisivo na escolha de um cabo.
Exemplo: Cabo para âncora (poita) de embarcações deve (por lei) afundar para evitar que, ao
flutuar, outras embarcações enrosquem suas hélices ao passar perto de um barco fundeado.

Elasticidade
É a propriedade de alongamento de um cabo. Este alongamento (alto ou baixo) é o resultado de
uma combinação de elasticidade da fibra e da construção utilizada no cabo.
Cabos com maior alongamento são mais indicadas para aplicações em que o risco de impacto,
queda da carga ou até pessoas, é um fenômeno que ocorre com frequência. No caso de uma queda
de um trabalhador, sua integridade física deve ser mantida . A alta elasticidade é capaz de reduzir o
impacto e absorver melhor sua energia.
A Norma ABNT NBR 15.986, define a carga máxima de impacto em 6 kN. Esta carga é medida em
testes dinâmicos com carga de 100 kg.

Tipos de Cabos
Cabo Torcido

Muito utilizado nas atividades ligadas a navegação, náutica e pesca, sua principal característica é a
facilidade da confecção de emendas, alças e costuras. Sua geometria helicoidal garante ao cabo um
maior alongamento. Eventualmente podem ocorrer o distorcimento ou o encavalamento das pernas,
quando mal construídas ou submetidas a grandes esforços de tração.
O orcida é constituída por pernas torcida umas as outras, originaria de centenas de filamentos
retorcidos, deixando-a rígida, sua principal característica é sua resistência a desgaste, ideal para
ancoragem e amarração, onde pode ser emendada a um cabo de aço.
Trançado sem alma

Tem sua aplicação garantida na pecuária para a fabricação de cabrestos e outros acessórios de
montaria. também é utilizada na fabricação de bolsas e artefatos,. Sua principal vantagem é a
facilidade na confecção de alças, onde sua ponta é introduzida no seu próprio corpo que é oco.
Normalmente tem sua resistência à tração reduzida em relação às suas congêneres.
Trançado com alma

Este tipo de cabo tem tido seu uso ampliado a muitas aplicações e em todas as regiões. Muito usada
na amarração de cargas devido a sua excelente capacidade de confecção de nós. Na lida com o gado
ou mesmo na náutica, sem emprego é garantido e seguro.
O cabo trançado possui filamentos encapados, onde sua alma (parte interna) determina sua
resistência, e seu revestimento forma uma proteção, se moldando de forma fácil e possuindo maior
facilidade de manuseio.
Trançado com alma e aletra visual
Usada como cabo de segurança e resgate, é utilizada para rapel e em trabalhos de altura que exijam
grande segurança.
Existe, neste segmento, a corda para cadeira suspensa ou trava-queda, especificada conforme
portaria M.P. n° 013 de 09/07/2002. Veja o cabo Safetyline da CSL.
Trançados especiais

Englobamos nesta categoria as cordas utilizadas na náutica de vela, as cordas de escalada e de usos
especiais.

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