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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITARIO DO ARAGUAIA


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

KÁSSIA ALVES CAMARGO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: UMA AMOSTRAGEM DAS


PRÁTICAS REALIZADAS PELAS CONSTRUTORAS NO MUNICÍPIO DE BARRA
DO GARÇAS

Barra do Garças - MT
2018
KÁSSIA ALVES CAMARGO

PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS: UMA AMOSTRAGEM DAS


PRÁTICAS REALIZADAS PELAS CONSTRUTORAS NO MUNICÍPIO DE BARRA
DO GARÇAS

Trabalho de Conclusão de curso, apresentado a


Universidade Federal de Mato Grosso, ao
Instituto de Ciências Exatas e da Terra, como
parte das exigências para a obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Especialista Igor Aureliano Miranda Silva Campos

Barra do Garças - MT
2018
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me permitir chegar até aqui.


A minha mãe Marlene, ao meu pai Abdonel in memoriam e ao meu pai do coração
Geraldo. Vocês estiveram comigo nos momentos mais difíceis durante essa caminhada,
acreditaram e me deram forças para continuar.
A minha irmã Kézia, por ser minha fonte de inspiração, por acreditar e se fazer
presente nos momentos que mais precisei.
Ao meu esposo David, pelo incentivo, apoio e compreensão. E principalmente por
me ajudar com a pesquisa, me acompanhado até as empresas.
Agradeço a todas as empresas e seus respectivos colaboradores que cederam uma
parte do seu tempo para responderem o questionário, material fundamental para realização
desse trabalho.
E toda minha gratidão ao meu orientador, a quem admiro muito, Esp. Igor Miranda
Campos, por todo suporte dado para realização deste trabalho, pela paciência e dedicação.
RESUMO

O planejamento é uma das mais importantes etapas do gerenciamento e do controle de obras,


ajudando a coordenar e orientar atividades dentro da construção civil. O Brasil, hoje,
apresenta um grande número de empresas que não fazem, ou fazem de forma inadequada o
planejamento de suas obras, sendo necessário ressaltar a importância e os benefícios dessa
etapa. Dessa forma, essa pesquisa visou elaborar uma amostragem realizada na cidade de
Barra do Garças no tocante da prática de quais etapas do planejamento são realizadas pelas
construtoras, objetivando conhecer a realidade das empresas, no quesito de implementação de
técnicas de planejamento e de controle de obras. Este estudo foi desenvolvido através de um
questionário padrão e tratamento estatístico dos dados coletados. O estudo foi composto por
nove empresas, tratando-se tanto de construtora, quanto de escritórios de engenharia civil.
Mediante análise dos dados coletados, foi possível constatar que os empreendimentos
realizam planos básicos de gerenciamento na execução de suas obras e que na maioria dos
casos não utilizam softwares ou técnicas específicas de planejamento e controle de obras e
ainda foi possível constatar que maioria dos profissionais entrevistados desconhecem
conceitos básicos do planejamento.

Palavras-chave: Planejamento. Construção civil. Controle de obras. Questionário padrão.


Gerenciamento.
ABSTRACT

Planning is one of the most important steps in the management and control of works, helping
to coordinate and guide activities within the construction industry. Brazil today presents a
large number of companies that do not or do so inadequate planning of their works, but it is
necessary to emphasize the importance and benefits of such a step. Thus, this research aims to
perform a sampling conducted in the city of Barra do Garças regarding the practice of what
steps of planning are carried out by builders, aiming to understand the reality of the
enterprises in question technical implementation planning and control of works. This study
was developed through a standard questionnaire and statistical treatment of the data collected.
The study was composed of nine companies, in the case of construction and civil engineering
offices. Upon analysis of the data collected, it was possible to observe that the enterprises
perform basic management plans in the execution of their works and which in most cases do
not use software or specific techniques of planning and control of works and yet it was
possible to observe that most of the interviewed professionals are unaware of the basic
concepts of planning.

Keywords: Planning. Construction. Control of works. Standard questionnaire. Management.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – EAP: a) formato em árvore; b) formato analítico; c) mapa mental. ...................... 16


Figura 2 – Ciclo PDCA. .......................................................................................................... 17
Figura 3 – Método das Flechas. ............................................................................................... 20
Figura 4 – Método dos blocos ................................................................................................. 20
Figura 5 – Linhas de Balanço. ................................................................................................. 22
Figura 6 – Cronograma de GANTT. ....................................................................................... 23
Figura 7 – Cronograma Paramétrico (Dias sequenciais). ........................................................ 24
Figura 8 – Cronograma em dias de calendário. ....................................................................... 24
Figura 9 – Modelo de processo Lean Construction. ................................................................ 25
Figura 10 – Fluxograma das atividades que compõe um canteiro de obras. ........................... 27
Figura 11 – Representação do Ms-Project. ............................................................................. 29
Figura 12 – Fluxograma da pesquisa ........................................ Erro! Indicador não definido.
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Tempo da empresa na cidade .................................................................................. 34


Gráfico 2 – Tipos de obras que as empresas realizam ............................................................. 34
Gráfico 3 – Quantidade de obras realizadas simultaneamente pelas empresas ....................... 35
Gráfico 4 – Número de funcionários ....................................................................................... 35
Gráfico 5 – Forma de preparação do planejamento ................................................................. 36
Gráfico 6 – Itens levados em consideração para elaboração do plano de gerenciamento ....... 36
Gráfico 7 – Itens de planejamento elaborado pelas empresas ................................................. 37
Gráfico 8 – Programas e softwares de planejamento utilizados pelas empresas ..................... 38
Gráfico 9 – Técnicas de planejamento adotadas pelas empresas ............................................ 39
Gráfico 10 – Controle e acompanhamento de obras ................................................................ 40
Gráfico 11 – Frequência de problemas na entrega das obras .................................................. 41
Gráfico 12 – Obras com atraso na entrega atualmente ............................................................ 42
Gráfico 13 – Principais motivos para atrasos na entrega de obras .......................................... 43
Gráfico 14 – Características dos canteiros de obras ................................................................ 44
Gráfico 15 – Empresas que conhecem o método PERT/CPM ................................................ 45
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9

2 TEMA ................................................................................................................................... 11

3 DELIMITAÇÃO DO TEMA.............................................................................................. 11

4 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 11

4.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 11


4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS.............................................................................................. 12

5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 12

6 REFERENCIAL TEORICO .............................................................................................. 13

6.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS ............................................................... 14


6.2 ESTRUTURA ANALITICA DE PROJETO (EAP) ........................................................... 15
6.3 CICLO PDCA ..................................................................................................................... 16
6.3.1 Planejar ............................................................................................................................ 17
6.3.2 Desempenhar ................................................................................................................... 18
6.3.3 Checar .............................................................................................................................. 18
6.3.4 Agir .................................................................................................................................. 18
6.4 PROGRAMA DE QUALIDADE PBQP-H ......................................................................... 19
6.5 DIAGRAMAS DE REDES – SISTEMA PERT/CPM ........................................................ 19
6.6 LINHAS DE BALANÇO ................................................................................................... 21
6.7 CRONOGRMA FÍSICO-FINANCEIRO ........................................................................... 22
6.8 LEAN CONSTRUCTION .................................................................................................. 24
6.9 CANTEIRO DE OBRAS .................................................................................................... 26
6.10 SOFTWARES DE PLANEJAMENTO ............................................................................ 27
6.11 ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO ....................................................... 30

7 METODOLOGIA................................................................................................................ 31

8 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 33

9 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 46

10 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................... 48

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 49
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA .......................................................... 53

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO ........................................................... 57

APÊNDICE C – QUESTIONARIOS RESPONDIDOS ...................................................... 58


9

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, as atividades na construção civil no Brasil apresentaram uma


retração que refletiu diretamente na economia do país. Dados do ano de 2017, divulgados pelo
jornal online G1 – Economia, mostram que o setor apresentou uma queda no Produto Interno
Bruto (PIB) de 6,6%. Essa porcentagem revela que o ramo da construção teve a maior queda,
considerando a média geral da economia no país, dos últimos 03 anos. Sendo, então, um dos
setores mais afetados pela crise.
As empresas voltadas para construção civil, portanto, vêm tentando contornar esse
cenário de recessão. Fazer mudanças na forma de pensar e de agir se tornou necessário para
amenizar a instabilidade econômica no setor e para combater a forte concorrência. Para tanto,
é necessário que os empreendimentos programem seus métodos de gerenciamento, adaptando-
os a sua realidade (RESENDE, 2013). Devido à crescente concorrência existente entre as
empresas da construção civil, os empreendimentos tendem a fazer mais esforços para executar
as obras dentro do prazo e para obter uma maior margem de lucros.
Apesar dessas circunstâncias enfrentadas, o planejamento de obras ainda é uma
incógnita para muitas construtoras brasileiras. Empresas que são estruturadas conseguem se
adaptar ao sistema de planejamento de acordo com seu perfil e suas necessidades. Existem
milhares de empresas, entretanto, que ainda não enxergam o planejamento como uma técnica
de melhoria da produtividade e de redução de desperdícios (RODRIGUÊS, 2002).
Para Cardoso (2014), o planejamento é o processo formado por um conjunto de
ações fundamentais que objetivam transformar o estágio inicial de um empreendimento no
estágio final almejado.
Alberti, Eggensperger, Gehbauer e Newton (2002, p. 271) dividem o planejamento
prévio em quatro áreas, que se correlacionam entre si, sendo elas:
 Planejamento dos métodos de execução;
 Planejamento da obra;
 Planejamento dos recursos operacionais e financeiros; e
 Planejamento do canteiro de obras.
A cidade de Barra do Garças, onde realizou-se o presente estudo de caso, está situada
na região centro-oeste, no estado de Mato de Grosso, com população estimada de 58.974
habitantes (IBGE, online, 2017). O município apresentou um crescimento socioeconômico
significativo nos últimos anos e, consequentemente, o número de construtoras e de escritórios
10

de engenharia aumentou, gradativamente, no decorrer dos anos, o que aumenta a


competividade no setor. Tal fator tende a cobrar dos empreendimentos um plano de
gerenciamento bem elaborado, para que se alcance um diferencial no mercado.
Diversas construtoras não utilizam nenhuma ferramenta especifica para elaboração
do gerenciamento de projetos, simplesmente inventam uma metodologia a cada novo projeto e
as aplicam. Elas ainda não usam problemas de projetos anteriores para prevenir e corrigir os
futuros. Cada gestor implanta seu método de gerenciamento da forma que lhe convém e não
usando uma metodologia padrão bem definida (NOCÊRA, 2013).
Nocêra (2013, p. 31) ainda caracteriza o gerenciamento de projetos como sendo
composto pela aplicação e pela integração de processos, que são agregados em cinco grupos:
 Grupos de processos de Iniciação;
 Grupos de processos de Planejamento;
 Grupos de processos de Execução;
 Grupos de processos de Monitoramento e Controle;
 Grupos de processos de Encerramento.
O planejamento e o controle de obras têm que ser um procedimento padrão
executados dentro das empresas, de modo que atenda às necessidades especificas de cada
projeto, objetivando sempre a qualidade no processo de execução e no produto final,
reduzindo os desperdícios e os custos.
De acordo com Mattos (2010), um planejamento com deficiência pode ser
prejudicial tanto para a obra que será executada, quanto para a empresa que o faz. São
inúmeras as situações que se tem conhecimento, que envolvem insatisfação no prazo, estouro
de orçamento, falhas injustificadas, problemas constantes entre construtor e cliente, e,
inclusive, impasses judiciais para recuperação de perdas e danos.
Mattos (2010) afirma, também, que as deficiências que ocorrem em planejamento e
em controle de obras são causadas por um agrupamento de funções constituídas dentro um
longo período. Segundo o autor, essas deficiências são: estabelecer o planejamento e o
controle de atividades de um único setor, depreciação motivada por incerteza nos parâmetros,
planejamento extremamente informal e mitos por parte do responsável da obra.
A partir da realização deste trabalho será possível conhecer a realidade de uma
amostragem de empresas na área da construção civil, no município de Barra do Garças, no
quesito de implementação de planejamento e de controle de obras. Identificar-se-á, também,
possíveis variáveis que possam vir a ocasionar insucesso dos empreendimentos.
11

2 TEMA

O presente trabalho visa pesquisar a realidade das empresas de engenharia e de


construtoras na cidade de Barra do Garças, no que tange à aplicação de técnicas de
planejamento e de controle de obras na área de construção civil. Verificando, assim, se essas
empresas possuem o hábito de planejar e de controlar suas obras e quais são os métodos
empregados.
O planejamento se tornou uma das principais ferramentas do processo construtivo,
visando executar obras no prazo estabelecido e dentro do orçamento, evidenciando a
importância do desenvolvimento do tema.

3 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Este trabalho de conclusão de curso objetivou recolher informações de empresas do


setor da construção civil, na cidade de Barra do Garças – MT, tendo como objetivo
demonstrar a importância do planejamento e do controle de obras.
Delimitou-se como amostragem da pesquisa o número de 10 empresas do município,
para obter como resultado: a porcentagem de empreendimentos/construtoras que aplicam ou
não as técnicas de gerenciamento de obras, observar quais técnicas são essas e quais são os
resultados que são obtidos por meio delas.
O estudo de caso levou em consideração, para a obtenção dos resultados, questões
que envolvem técnicas utilizadas para realização de planejamento e de controle, eficiência do
planejamento prévio, cumprimento de cronograma e orçamento, mão-de-obra e canteiro de
obras.

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo fundamental do presente trabalho de conclusão de curso é desenvolver um


estudo detalhado acerca do planejamento e do controle de obras, na cidade de Barra do
Garças, no estado de Mato Grosso. Verificando os principais métodos de planejamento que
empresas do ramo de engenharia civil do município empregam em suas obras e averiguando
quais resultados são alcançados por meio desses métodos.
12

4.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Identificar se as empresas da cidade realizam planejamento antes de iniciarem


a execução de suas obras;
 Levantar quais técnicas de planejamento são mais utilizadas comumente nas
empresas;
 Verificar se as empresas conseguem organizar e executar seus planejamentos;
 Conferir se os escritórios de engenharia conseguem entregar suas obras dentro
do cronograma inicial;
 Correlacionar a aplicação de técnicas do planejamento e do controle de obras
com a realidade do atendimento dos prazos dos empreendimentos.

5 JUSTIFICATIVA

Na construção civil, atualmente, é notória a ausência ou o uso desajustado do


planejamento pelas empresas, principalmente, nos empreendimentos pequenos. Planejar é um
fator determinante na hora de construir, pois está ligado diretamente com o sucesso da obra. A
falta do planejamento pode provocar prejuízos ao orçamento, ao cronograma e,
posteriormente, à qualidade do serviço prestado, por isso é indispensável realizar um
planejamento bem elaborado.
De acordo com Mattos:

Algo que pode ser tristemente constatado no mundo da construção civil é a


ausência ou a inadequação do planejamento das obras. Esse fenômeno é
sentido muito mais nas obras de pequeno e médio portes, em sua maioria
efetuadas por empresas pequenas, por profissionais autônomos, ou mesmo
pelos seus proprietários. (2010, p. 24)

Para Cardoso (2014), na indústria da construção civil é indiscutível a importância do


planejamento e controle de obras. Poucas são as empresas, entretanto, que possuem o
planejamento como um procedimento estruturado, maduro, elaborado e presente no dia-a-dia
do empreendimento. Tendo isso em vista, é evidente que a ausência de planejamento é uma
das principais causas da baixa produtividade do setor, das eminentes perdas e da baixa
qualidade dos serviços.
13

Para obter êxito na execução de obras não basta apenas produzir uma linha de
planejamento superficial, é preciso aplicar as informações existentes sem deixar lacunas e
saber manuseá-las de forma eficaz. Hoje, existem diversos programas e softwares que
auxiliam no planejamento e na execução de uma obra, no entanto, é preciso realizar um
manejo correto das informações, formalizar o processo, supervisionar as atividades
executadas e previstas, além de fazer uma atualização periódica dos dados da obra. Desse
modo as empresas podem gerir de forma correta e preparar-se para possíveis imprevistos.
O processo de planejar e de controlar é fundamental dentro das empresas, pois causa
grande impacto no funcionamento da produção. Comprova-se esse fato com estudos
realizados no Brasil e no exterior, que afirmam que a insuficiência no planejamento e no
controle de obras acarretam a baixa produtividade, as perdas e a baixa qualidade de produtos
(MATTOS, 2010).
A presente pesquisa, realizada na cidade de Barra do Garças, visa ressaltar a
essencialidade do planejamento dentro de empresas da construção civil e demonstrar de que
maneira elas vêm utilizando tal ferramenta, apresentando, ainda, as reais necessidades e os
problemas que os escritórios de engenharia enfrentam no que tange ao planejamento.
Obtendo, então, uma visão geral do mercado na cidade, destacando seus pontos fortes e seus
pontos fracos.
Segundo Goldman (1997), um dos principais fatores para a obtenção de sucesso em
qualquer empreendimento, hoje, é o planejamento. Na a construção predial, é necessária a
existência de um sistema que canalize conhecimento e informação de diversos setores e que
sejam, respectivamente, direcionados para a construção.
Conhecendo com profundidade o sistema de planejamento e de controle de obras das
empresas, será possível evidenciar as reais necessidades e os problemas que cercam a
construção civil em Barra do Garças. Isso poderá contribuir para a elaboração de novas
estratégias e o aperfeiçoamento daquelas já existentes, dentro do processo de gerenciamento
de obras na cidade, o que viabilizará um melhor entendimento e maior domínio das técnicas
de planejamento.
O estudo de caso poderá servir como referencial para trabalhos futuros e, ainda, será
capaz de auxiliar as empresas de construção civil da cidade, servindo como um modelo
informativo, podendo ser usado para efetivar técnicas de planejamento ou para aprimorá-las.

6 REFERENCIAL TEÓRICO
14

6.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS

O planejamento da programação de obras implica na previsão das atividades a serem


desenvolvidas no decorrer da obra, na ordem em que foram dispostas e na previsão dos
recursos fundamentais, dos custos estimados, do prazo e de todos os outros elementos
considerados importantes para executar e acompanhar a obra (VARGAS, 1996).
Um dos principais benefícios obtidos ao planejar uma obra é o gestor adquirir um
elevado grau de conhecimento a respeito do empreendimento, o que lhe possibilita ser mais
eficiente na condução de seus trabalhos (MATTOS, 2010).
O planejamento deve ser um processo organizado e bem estruturado, para alcançar
com êxito o objetivo definido. De acordo com Folgiarini (2003) o roteiro do planejamento é
estabelecido pelas seguintes etapas:
 Estabelecimento de prazos e metas;
 Coleta da documentação e informações;
 Reunião com os envolvidos;
 Levantamento dos quantitativos dos serviços;
 Elaboração do cronograma físico;
 Elaboração do cronograma financeiro;
 Elaboração dos cronogramas de recurso;
 Cotações dos serviços e levantamento dos custos;
 Elaboração do cronograma de receitas x despesas;
 Estabelecimento das diretrizes para o acompanhamento e controle;
 Descrição dos textos.
Segundo Santos e Moccellin (1999), o planejamento pode ser definido como uma
ferramenta de suporte para decisão e que lhe permite encontrar soluções mais eficientes. O
planejamento estabelece os programas e os controla. Na construção civil planejar possui um
caráter dinâmico, trabalhando informações e diretrizes, determinando políticas e estratégias.
Para Mesquita (2012, p. 18) os principais benefícios do planejamento dentro das
obras são:
 Detecção de situações desfavoráveis;
 Agilidade de decisões;
 Controle de custos;
 Referência para acompanhamento;
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 Otimização para alocação de recursos.


Mesquita (2012) destaca que uma das principais causas da deficiência do
planejamento e do controle de obras é pelo fato de considerá-los como atividades específicas
de um único setor, ao invés de correlacioná-las com todas as áreas da empresa. Planejamento
e controle não se separam, ou seja, sem planejamento não há controle.
Controlar trata-se do monitoramento do processo de execução, de verificar as
variações existentes, de comparar o que foi planejado inicialmente e, se necessário, aplicar
ações que possam corrigir eventuais desvios do planejamento (TURNER, 1993). Na
construção civil, o processo de controle envolve a supervisão dos serviços que estão sendo
executados, diariamente, a verificação de prazos e dos custos estabelecidos inicialmente,
estabelecer novas decisões caso ocorra algum desencaminhamento dentro da obra e sempre
atualizar o planejamento com novas informações sejam elas sobre a produtividade, o custo ou
o prazo.

6.2 ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO (EAP)

A estrutura analítica de projeto se caracteriza pela subdivisão do projeto ou do


trabalho em elementos menores com o intuito de ficar mais fácil de gerenciar. Para Mattos
(2010), no momento do planejamento de uma obra é necessário que haja uma divisão dos
processos em partes menores, gerando, assim, uma decomposição. Dessa forma, definindo
uma estrutura analítica do projeto, por meio da estrutura hierarquizada criada por essa
decomposição.
Para Nocêra (2013), os dois objetivos principais da EAP são: assegurar que o projeto
inclui todo o trabalho necessário e não inclui nenhuma atividade desnecessária. Afirma, ainda,
que se a estrutura analítica não atingir esses objetivos, o projeto tem tendência a falhar.
Alguns dos principais benefícios da Estrutura Analítica de Projeto, segundo Nocêra,
(2013) são:
 Todas as partes interessadas pelo projeto possuem total compreensão do
trabalho;
 Integração de tempo e custo dentro da finalidade do projeto, que permite
acompanhar e controlar cronograma e orçamento;
 Identificação de áreas/partes do projeto que precisam de mais informações para
estabelecimento de trabalhos específicos;
16

 Visualização de trabalhos internos, externos e entregas necessárias;


 Facilidade no planejamento do projeto, sendo a base do cronograma;
 Melhor comunicação entre as partes interessadas do projeto;
 Confiança e credibilidade na relação cliente/patrocinador.
A estrutura analítica do projeto pode ser representada de diversas formas: formato
árvore, analítico-sintética e mapa mental. A seguir, na figura 1, observa-se a apresentação dos
três formatos de EAP de acordo com Mattos (2010), para o projeto de construção de uma
casa.

Figura 1 – EAP: a) formato em árvore; b) formato analítico; c) mapa mental.

Fonte: MATTOS, p. 45, 2010.


O formato árvore, figura 1a, é o mais tradicional, caracterizando a decomposição
através das ramificações com as atividades a serem realizadas dentro de blocos, na qual as
mesmas são desdobradas em componentes menores sucessivamente. A EAP analítica, figura
1b, representa cada novo nível com um recuo da margem em relação ao tópico anterior, as
atividades são alinhadas mais internamente, estando tarefas do mesmo nível no mesmo
alinhamento. O mapa mental, figura 1c, retrata ideias, que são organizadas radialmente a
partir de um conceito central e decomposição progressiva das mesmas (MATTOS, 2010).

6.3 CICLO PDCA


17

O ciclo PDCA, também conhecido por ciclo de Shewart; foi, inicialmente,


desenvolvido por Walter Shewart na década de 1920, sendo mais tarde expandido por
Edwards Dening. O ciclo é estabelecido como uma ferramenta de gerenciamento, utilizada em
processos de monitoramento, para evitar variações no decorrer da execução de uma tarefa.
A excelência do ciclo PDCA está baseada em deixar claro para a equipe responsável
pelo projeto que não basta apenas planejar. O processo não se baseia apenas na definição da
metodologia, dos prazos e dos recursos, é preciso que haja um monitoramento e comparação
das atividades realizadas com as almejadas (MATTOS, 2010).
O ciclo PDCA é representado na figura 2:

Figura 2 – Ciclo PDCA.

Fonte: Adaptado de MATTOS, 2010.

Os quadrantes identificados na Figura 2, serão devidamente explicados e detalhados


com profundidade nos tópicos seguintes, de acordo com Mattos (2010).

6.3.1 Planejar

O primeiro item do ciclo é planejar, que é subdividido em três setores:


 Estudo do projeto: análise do projeto, visita técnica no local da obra,
reconhecimento e avaliação de possíveis problemas;
18

 Definir metodologia: escolha dos métodos construtivos, plano de início da


obra, ordem das atividades, logística dos materiais e equipamentos, verificação de
documentos de obras similares;
 Gerar os cronogramas e programações: leva em consideração todas as
informações necessárias para que possa ser gerado um cronograma racional e executável.

6.3.2 Desempenhar

Tudo que foi prescrito passa para a fase de execução, referente ao quadrante
desempenhar, que é subdividida em duas partes:
 Informar e motivar: nessa fase deve-se explicitar aos encarregados de cada
função a metodologia que será aplicada na obra, a sequência de realização de cada atividade e
a duração de cada uma delas. As dúvidas devem ser esclarecidas na medida em que vão
surgindo;
 Executar a atividade: as atividades devem ser executadas de acordo com aquilo
que foi planejado inicialmente para cada período.

6.3.3 Checar

Na fase de checar ocorre a conferência de tudo o que foi efetivamente realizado,


estando subdividida em dois setores:
 Aferir o realizado: conferir dentro da obra todas as atividades que foram
realizadas, constatando a quantidade de serviço realizado em cada período;
 Comparar o previsto e o realizado: após aferição do que foi realizado,
comparam-se as informações obtidas com as existentes no planejamento. Nessa fase é
possível identificar desvios e estimar os impactos que eles poderão causar.

6.3.4 Agir

Nessa etapa do processo ocorre o confronto de opiniões e de sugestões envolvendo


todos os integrantes da operação, o que colabora para obter melhorias, aperfeiçoar métodos,
19

detectar de erros, lidar com possíveis mudanças de estratégia e avaliar a aplicação de


possíveis medidas corretivas.

6.4 PROGRAMA DE QUALIDADE PBQP-h

O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-h) foi criado


pela portaria nº 134, de 18 de dezembro de 1998, pelo Ministério do Planejamento e
Orçamento do governo federal. É composto por um conjunto de ações que visam a
organização do setor da construção civil, que geram redução de custos e melhora a qualidade
das construções, além de gerar uma maior confiabilidade aos clientes e aos agentes
financiadores (CARDOSO, 2014).
Considerando a competitividade existente entre as empreiteiras dentro do ramo da
construção civil, o programa PBQP-h consiste em melhorar a qualidade do processo
construtivo na parte de produtos e serviços, para que a partir disso consiga uma redução de
custos. Segundo Costa:

O objetivo deste programa é que a longo prazo, se crie um ambiente de


isonomia competitiva, que propicie soluções mais baratas e de melhor
qualidade para a redução do déficit habitacional no país, atendendo, em
especial, a produção habitacional de interesse social. (2016, p. 01)

Existe um conjunto de ações que fazem parte do programa, como capacitação da mão
de obra, considerar novas tecnologias, normatização de técnicas, capacitação de laboratórios,
informação ao consumidor e promover a comunicação entre os diversos setores (COSTA,
2016).

6.5 DIAGRAMAS DE REDES – SISTEMA PERT/CPM

O diagrama de rede é a ilustração gráfica das atividades que devem ser realizadas,
levando em consideração o vínculo entre elas. Nessa parte do planejamento não existe adição
de novas informações, apenas a transformação dos dados de duração e sequenciação em
forma de diagrama. Os diagramas de rede trazem como benefícios a facilidade de
entendimento, de leitura e de manipulação de informações do projeto. Os diagramas de rede
podem ser representados em forma de flechas ou em blocos, ambos geram os mesmos
resultados (MATTOS, 2010).
20

No método das flechas, figura 1, as atividades são representadas por uma flecha, que
sai de um evento e termina no próximo. O evento não gasta tempo, nem recurso por não se
caracterizar como atividade física. O evento representa momentos do projeto. Já atividade
representa o serviço que deverá ser executada (MATTOS, 2010).

Figura 3 – Método das Flechas.

Fonte: MATTOS, p. 112, 2010.

No método dos blocos, por sua vez, as atividades são representadas dentro de um
bloco ou de uma caixa. A união das atividades é feita por uma seta, que representa a ligação
entre as atividades, como representado na figura 2. Esse esquema difere do método das
flechas por não existir o conceito de evento (MATTOS, 2010).

Figura 4 – Método dos blocos

Fonte: MATTOS, p. 130, 2010.

A metodologia PERT – Program Evaluation and Review Technique foi desenvolvida


em 1958 pela empresa de consultoria Booz, Allen e Hamilton, o método permitiu instituir
uma linguagem de planejamento e controle de fácil entendimento. Na mesma época também
foi produzido o método CPM – Critical Path Method pelas empresas Dupont e UNIVAC, que
prestava serviços à Lockheed Aircraft Corporation (empresa envolvida no projeto de aviões
bombardeiros), o objetivo era cumprir e acompanhar contratos firmados com o governo dos
Estados Unidos. Como os procedimentos operacionais de montagem de redes das duas
21

metodologias se mostram semelhantes, os mesmos são abrigados sob a denominação


PERT/CPM (AVILA, 2013).
O PERT/CPM permite a indicação de relações lógicas entre as diversas atividades
que serão executadas durante o projeto, além disso, também, determina um caminho crítico.
Caminho esse que relaciona uma sequência de atividades que sofrendo atrasos em algum dos
seus componentes, será transmitida diretamente no prazo final da obra (MATTOS, 2010).
De acordo com a publicação da revista Construção Mercado:

Para o engenheiro Crimino, este é um sistema mais completo, que permite


uma série de recursos ao gerenciamento, com uma melhor visualização dos
processos e previsão das atividades em tempo mais exato. Também, segundo
o engenheiro, facilita o acompanhamento das atividades e permite a
caracterização dos diversos caminhos subcríticos. (online, 2002)

Para Avila (2013), os principais objetivos do sistema PERT/CPM são:

 Minimizar problemas como atrasos, gargalos da produção e interrupções de


serviços;

 Ter conhecimento prévio das atividades críticas cujo cumprimento possa


influenciar a duração total do projeto;

 Informar à gerência quanto ao desenvolvimento/cumprimento de cada etapa ou


atividade do projeto, permitindo a constatação de qualquer fator crítico que possa prejudicar o
desempenho do projeto, podendo assim realizar ações corretivas;

 Estabelecer quando cada envolvido deverá iniciar ou concluir suas atribuições.


Esse método, portanto, é apresentado como adequado por garantir uma visualização
mais ampla dos processos e das atividades, simplificando o acompanhamento durante a
execução do projeto.

6.6 LINHAS DE BALANÇO

As linhas de balanço é uma técnica originada na indústria manufatureira, em 1941,


com criação atribuída a Goodyear Tire e Rubber Company tendo sido desenvolvida
intensamente pela marinha americana durante a segunda guerra mundial (AL SARRAJ, 1990;
SUHAIL; NEALE, 1994)
22

As LB são utilizadas para realizar a programação de atividades. Essa técnica se


caracteriza por ser aplicada em atividades que são repetidas inúmeras vezes ao longo do
processo construtivo (DAMCI; ARDITI; POLAT, 2013).
Para Mattos (2010), as linhas de balanço, que também podem ser denominadas de
diagrama tempo-caminho ou de diagrama espaço-tempo, é um método indicado para obras
que possui processos repetitivos, como: estradas, conjuntos habitacionais e edifícios altos.
Maders define linhas de balanço como:

É uma técnica de programação e controle de unidades repetitivas cuja


relação clássica é tempo/atividade. Baseia-se, também, no conceito que a
produção máxima é encontrada quando o trabalho progride tão rapidamente
quanto possível num fluxo contínuo e com a especialização dos operários em
suas tarefas. Isto é, o conjunto de atividades é repetido em todas as seções de
trabalho em uma sequência pré-fixada, sendo essas atividades
desempenhadas pelas mesmas equipes especializadas. (1987, p. 25)

A representação gráfica das linhas de balanço representa o progresso das atividades


que estão sendo realizadas. Geralmente, o eixo horizontal representa o tempo, o vertical o
número de unidades e a inclinação da linha define a produtividade, conforme indicado na
figura 5:

Figura 5 – Linhas de Balanço.

Fonte: JUNQUEIRA, p. 29, 2006

6.7 CRONOGRMA FÍSICO-FINANCEIRO


23

O cronograma é uma das principais etapas do planejamento, pois ela evita que os
prazos e o orçamento saiam do controle. O cronograma físico-financeiro relaciona a parte real
da obra em construção com os custos estimados, isso torna o processo de gerenciamento
menos complicado, garantindo que o processo construtivo ocorra dentro do prazo previsto.
De acordo com Dias (2011, p. 173), o cronograma físico-financeiro é a representação
gráfica do plano de execução da obra e deve cobrir todas as fases de execução desde a
mobilização, passando por todas as atividades previstas no projeto, até a desmobilização do
canteiro.
O cronograma físico, geralmente, é representado pelo diagrama de GANTT, e tem
como objetivo mostrar a evolução física dos serviços por unidade de tempo, permitindo uma
melhor avaliação do período. Já o cronograma financeiro representa a parte monetária,
obtendo valores mensais de acordo com as medições feitas e tendo o valor total da obra a
partir do somatório dos mesmos (DIAS, 2011).
A figura 6 apresenta a estrutura do diagrama de Gantt:

Figura 6 – Cronograma de GANTT.

Fonte: SILVA, p. 16, 2006

O diagrama de Gantt é uma ferramenta de controle, de fácil manuseio, pois a


intepretação de informações é feita de forma simples e instantânea. O cronograma mostra,
ainda, a execução de atividades de acordo com o tempo (MATTOS, 2010).
24

Os cronogramas podem ser representados também em formato de dias úteis


sequenciais e em dias do calendário, que levando em consideração a ausência de trabalho aos
finais de semana e feriados (MATTOS, 2010). Ambos os cronogramas são representados nas
seguintes figuras 7 e 8, respectivamente:

Figura 7 – Cronograma Paramétrico (Dias sequenciais).

Fonte: MATTOS, p. 205, 2010

Figura 8 – Cronograma em dias de calendário.

Fonte: MATTOS, p. 205, 2010.

6.8 LEAN CONSTRUCTION

As ideias da Lean Construction partiram dos princípios da Lean Production, que teve
origem nos anos 50, no Japão, partindo de duas filosofias básicas, a gestão da qualidade total
25

(TQM) e o Just in Time (JIT). O modelo de produção é considerado como um fluxo de


material e de informação, que transforma matéria-prima em produto.
A Lean Construction também pode ser conhecida como construção enxuta, uma
filosofia aplicada na gestão de produção, direcionada para a construção civil pelo pesquisador
finlandês Lauri Koskela em 1992. A filosofia de Koskela considera a construção como fluxo,
onde o processo é composto pelo fluxo de materiais e informação. O projeto e a construção
são seus processos de composição com maior destaque. O método se caracteriza pelo custo,
duração e valor (KOSKELA, 1992).
Alguns princípios para a gestão de processos apresentados dentro da construção
enxuta, baseado no trabalho desenvolvido por Koskela (1992), são:
 Reduzir parcelas de atividade que não agregam valor;
 Aumentar o valor do produto através da consideração das necessidades dos
clientes;
 Reduzir a variabilidade;
 Reduzir o tempo de ciclo;
 Simplificar através da redução do número de partes;
 Aumentar a flexibilidade de saída;
 Aumentar a transparência do processo.
Dentro da construção enxuta existem quatro tipos principais de fluxos, sendo eles:
fluxo de montagem, fluxo de informação, fluxo de materiais e fluxo de trabalho. O modelo
proposto por Koskela (1992) para Lean Construction estabelece que o fluxo de materiais
inicia-se na matéria-prima e vai até o produto final e caracteriza-se pelas atividades de
transporte, de espera, de processamento e de inspeção. O fluxo de trabalho, por sua vez, está
relacionado ao conjunto de operações realizadas dentro do canteiro de obras por cada equipe.
A Figura 9 demonstra um processo gerencial, baseado na construção enxuta.

Figura 9 – Modelo de processo Lean Construction.

Fonte: Adaptado de Koskela, 1992.


26

Na construção civil, o sistema de planejamento baseado em processos de fluxos


permite descobrir precocemente a origem de problemas, o que suscita a elaboração precisa de
um plano de ação.

6.9 CANTEIRO DE OBRAS

A NR-18 (BRASIL, 2013) define canteiro de obras como área de trabalho fixa e
temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e de execução de uma obra. Ter um
canteiro de obras bem elaborado ajuda na economia de tempo, devido ao melhor
deslocamento dos funcionários dentro do canteiro, à minimização de custos ocasionados pela
minimização de desperdícios e à redução no número de acidentes, por isso fazer o
planejamento e a manutenção do canteiro de obras é indispensável.
Segundo Illingworth (1993), existem três tipos de canteiros:
 Restritos, quando a construção ocupa o terreno inteiro ou grande parte dele;
 Amplos, quando a construção ocupa uma pequena parte do terreno, sobrando
espaço para deslocamento de veículos e armazenamento de materiais;
 Longos/Estreitos, quando há restrição em apenas uma dimensão, o que
possibilita acesso em poucas partes do canteiro.
O projeto de canteiro de obras deve considerar fatores como a relação da quantidade
de materiais e a velocidade com que serão usados; a mão-de-obra total que será necessária; o
processo construtivo que será utilizado com suas respectivas tecnologias e equipamentos; e,
por último, deve ser considerado o tempo de construção da obra. O tamanho da obra se
relaciona diretamente com a quantidade de funcionários que conviverão juntos dentro do
canteiro e a quantidade de materiais que serão armazenados (CARDOSO, 2014).
Para Saurin (1997, p. 18), o processo de planejamento do canteiro visa obter a
melhor utilização do espaço físico disponível, possibilitando que homens e máquinas
trabalhem com segurança e com eficiência, principalmente, por meio da minimização das
movimentações de materiais, de produtos e de mão-de-obra.
Apesar de ser considerado provisório, é fundamental que o canteiro de obras seja
bem planejado, com um dimensionamento correto e uma distribuição das instalações e dos
equipamentos de maneira coerente, para que não haja interrupção nos serviços. O canteiro de
obras com um planejamento insuficiente provoca custos adicionais que poderiam ser evitados
(ALBERTI; EGGENSPERGER; GEHBAUER; NEWTON, 2002).
27

A figura 10 a seguir, apresenta um fluxograma das atividades que compõe o


planejamento de um canteiro de obra.

Figura 10 – Fluxograma das atividades que compõe um canteiro de obras.

Fonte: SOUZA e FRANCO, 1997, p. 1.

O fluxograma da figura 10 é composto pela disponibilidade de diferentes níveis de


informação, além do mais, exibi propostas de ferramentas auxiliares para cada definição que é
adotada ao longo do planejamento, devendo as mesmas serem adaptadas e melhoradas
continuamente (SOUZA, FRANCO, 1997).

6.10 SOFTWARES DE PLANEJAMENTO

Os softwares de planejamento e de controle trazem, hoje, uma grande flexibilidade


para as obras, porque eles trazem uma ótima viabilidade na organização de tarefas, aumenta a
28

velocidade no processamento de informações, melhora a apresentação de dados e facilita na


hora de identificar os desvios.
O gerenciamento de programas é um processo que deve ser centralizado e controlado
dentro de um aglomerado de projetos relacionados entre si, para que possa alcançar os
objetivos e os benefícios esperados do programa. Hierarquicamente, um programa em si
controla seus projetos e subprojetos (NOCÊRA, 2013).
Nocêra ressalta que:

Muitas construtoras ainda utilizam planilhas eletrônicas e outros softwares


para desenvolvimento do planejamento e controle, esquecendo-se de que
esses softwares são apropriados para as funções para as quais foram criados,
mas não para gerenciamento de projetos. (2013, p. 22)

Conforme Cardoso (2014), muitos são os benefícios provocados pela utilização de


softwares ou programas no momento de desenvolver o planejamento, sendo destaque a
rapidez na produção de informações, segurança nas informações produzidas, apresentação de
relatórios adequados, reconhecimento de inconsistências entre execução de projeto e metas
estabelecidas, além da possibilidade de estudar diversos cenários que possibilitam tomar
decisões com maior índice de acerto. Os principais softwares disponíveis no mercado,
atualmente, são: Minute man, Milestones, Decision Pro, Alexsys Team e MS-Project.
O MS-Project foi desenvolvido pela Microsoft e é um dos softwares mais usados no
gerenciamento de projetos atualmente. O software auxilia em diversas etapas da obra, como
planejamento, controle e execução, possibilitando, ainda, o gerenciamento de equipes para
atingir os prazos estabelecidos, maximizando o desempenho e ajudando a manter os gastos
dentro do orçamento.
Os recursos utilizados pelo MS-Project apresentam as seguintes características
segundo Franck (2007, p. 18):
 Modelo de Diagrama de Rede (ou diagrama de precedências) onde cada tarefa,
que é representada em bloco ou caixa, do projeto é ligada com outras de acordo com o fluxo
do processo, formando uma espécie de rede;
 Processo de entrada de dados com a geração de um Gráfico de Gantt;
 Realizadas as relações de precedências entre tarefas tipo Fim-Início, Início-
Início, Fim-Fim e Início-Fim;
 Inclusão de tarefas recorrentes, que ocorrem de forma periódica;
 Possui um conjunto padrão de relatórios e podendo ser criados relatórios
específicos;
29

 A construção do diagrama de redes ocorre automaticamente, podendo ser feita


“do início para o fim” ou “do fim para o início”.
 Criação de calendários específicos para o período de trabalho no projeto;
 Os recursos são alocados diretamente às tarefas;

A figura 11, abaixo, caracteriza a representação gráfica do software Ms-Project:

Figura 11 – Representação do Ms-Project.

Fonte: CRAJ Condomínios.

Além dos programas já mencionados existem outros softwares que auxiliam no


gerenciamento de obras e que são muito usados no Brasil, como o Sienge que foi
desenvolvido pela softplan, o software UAU criado pela Globaltec e o Strato, da
Esquemátika.
Apesar de ser uma ferramenta eficiente de auxilio, é importante lembrar que esses
programas não tomam decisões nem agem. É indispensável a presença de gestores altamente
qualificados para sua utilização, sendo visionários em relação às metas que deverão ser
30

alcançadas e capacidade para o máximo dos recursos disponíveis (ALBERTI;


EGGENSPERGER; GEHBAUER; NEWTON, 2002).

6.11 ÍNDICE DE PRODUTIVIDADE E RENDIMENTO

O índice de produtividade apresenta a quantidade de horas trabalhada por unidade de


produção. Geralmente, composto pela quantidade de tempo gasto na realização de uma
atividade com a utilização de mão de obra. O índice de desempenho ou rendimento gera a
quantidade produzida por unidade de tempo. Na construção civil ele é aplicado na
determinação de desempenho de atividades como a concretagem, que podem ser com uso de
grua, ou bomba de concretagem, atividades que são medidas em m³/h (GEHBAUER, 2002).
Ainda de acordo com Gehbauer, Eggensperger, Alberti e Newton (2002, p.285) esses
índices podem ser determinados por meio de:
 Registros sistemáticos, de preferência os de longos prazos, do uso de insumos e
dos cálculos efetuados posteriormente à execução da obra;
 Pesquisa sobre o processo de construção, com coleta de dados das atividades.
Recomendado para atividades que influenciam no processo total, devido ao alto custo;
 Orçamentistas, planejadores e gerentes de obra experientes, os quais podem
fazer estimativas de índices de produtividade e rendimento de equipamentos, máquinas e
equipes de trabalho com precisão;
 Dados técnicos de máquinas e equipamento.
Os indicadores de produtividade estão ligados ao rendimento da equipe, dentro da
realização dos processos construtivos. Ter conhecimento sobre esses índices ajuda a obter
melhor controle do cronograma e permite identificar problema na produção, o que evita a
possibilidade de imprevistos no decorrer da obra e auxilia no cumprimento dos prazos.
De acordo com Carvalho (1989), a produtividade de trabalho resulta da relação
existente entre uma quantidade física da produção e o tempo gasto para realizar o trabalho.
Fatores que contribuem para o aumento da produtividade, conforme Carvalho (1989)
são divididos em fatores humanos e técnicos:
Fatores humanos:
 Elevação do nível de qualificação técnica e cultural do trabalhador, motivando-
o a progredir na carreira profissional;
 Treinamento e reciclagem permanentes;
31

 Salário justo;
 Trabalho em equipe;
 Supervisão participativa;
 Bom ambiente psicológico e emocional de trabalho.
Fatores técnicos:
 Avanço tecnológico;
 Utilização correta de máquinas, equipamentos, ferramentas, etc;
 Aplicação de princípios de organização do trabalho.

7 METODOLOGIA

A pesquisa é classificada como descritiva, pois tem como objetivo a descrição de


características de determinada população ou fenômeno, ou estabelecer relações entre variáveis
por meio de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como questionário e observação
direta (PRODANOV; FREITAS, 2013).
O presente trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica em livros,
artigos, dissertações e teses concernentes ao planejamento e controle de obras, destacando a
sua importância para o bom desempenho das empresas. A partir da coleta bibliográfica,
iniciou-se o processo de estudo da real situação das empresas de construção civil na cidade de
Barra do Garças, realizando um estudo de caso no município concernente ao planejamento e
ao controle de obras.
Obtiveram-se os dados por meio de aplicação de um processo de amostragem, que
consiste em extrair de uma parte da população informações que são analisadas e os resultados
obtidos por meio dessa análise caracterizam a população como um todo (OCHOA, 2015). A
escolha das empresas se baseia no processo de amostragem aleatória simples, em que as
empresas são escolhidas de forma aleatória, ou seja, todas as empresas possuem chances
iguais de serem selecionadas na amostra.
Meira (1999, p. 17-20) define coleta de dados como um processo que permite a
obtenção de dados numéricos ou não, utilizáveis e verificados, tendo como condição para sua
eficácia um bom planejamento.
Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário padrão, adicionado
no Apêndice A, que foi enviado as empresas voltadas a construção civil na cidade de Barra do
Garças. Um termo de consentimento, Apêndice B, também foi desenvolvido e anexado junto
32

aos questionários encaminhados, em que as empresas consentiam em ceder e autorizar a


utilização dos dados na pesquisa acadêmica.
O questionário é uma ferramenta utilizada para realização da coleta de dados,
composto por uma sequência de perguntas, que deverão ser respondidas pelo entrevistado por
escrito e sem a presença do entrevistador (LAKATOS; MARCONI, 2003). O questionário foi
elaborado de maneira clara e objetiva, para que as informações obtidas fossem confiáveis.
O número de empresas relacionadas a construção civil na cidade não foi
caracterizado em sua totalidade, devido à ausência dessa informação junto aos órgãos do
CREA-MT e Prefeitura Municipal de Barra do Garças. Não sendo possível assim, estimar o
tamanho real da amostragem do objeto de estudo, que são empresas de engenharia e
construtoras, e nem avaliar a representatividade dessa amostra.
Devido à grande quantidade de empresas de engenharia e construtoras na cidade, não
é possível analisar todas. Sendo assim, a pesquisa se limitou à escolha de dez empresas
instaladas no município, que foram escolhidas aleatoriamente.
Foram enviados 10 (dez) questionários para 10 (dez) empresas diferentes, obtendo
respostas de 09 (nove) deles. Cada questionário contava com o total de 15 (quinze) perguntas
de múltiplas escolhas, os questionários preenchidos pelas empresas foram apensos no
Apêndice C. O objetivo principal dos questionários foi identificar e classificar as técnicas de
gerenciamento de obras na cidade de Barra do Garças.
Os questionários foram preenchidos por construtoras e escritórios de engenharia de
diferentes portes, situados em variados pontos da cidade. Os representantes dessas empresas
são técnicos em edificações e engenheiros civis. De acordo com dados registrados no site do
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (CREA-MT), Barra do
Garças possui 85 engenheiros civis e 12 técnicos em edificações registrados.
Outra ferramenta utilizada durante o processo de coleta de dados foi a entrevista, que
ocorreu de maneira informal, na qual a mesma se estabeleceu de acordo com a disponibilidade
dos representantes das respectivas empresas participantes. O pequeno processo de entrevista
foi de grande valia para a pesquisa, visto que os gestores dos empreendimentos relataram
algumas práticas e deram opiniões, acerca do tema planejamento e controle de obras.
Para (LAKATOS; MARCONI, 2003) a entrevista é estabelecida através do encontro
de duas pessoas, com a finalidade de uma delas obter informações a respeito de determinado
assunto, de porte profissional. Esse procedimento é útil na investigação social, na coleta de
dados e para diagnosticar ou tratar um problema social.
33

Obtendo essas informações foi possível perceber quais técnicas de planejamento são
usadas e de que modo são aplicadas nas empresas ou até se não há a prática do planejamento.
Foram correlacionadas ao final da pesquisa, além disso, as práticas de planejamento das
empresas com a eficácia ou ineficiência quanto ao cumprimento de prazos.
A Figura 12, apresenta um fluxograma com a disposição da metodologia que foi
aplicada para todo o desenvolvimento da pesquisa.

Figura 12 – Fluxograma da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

8 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão expostas as representações gráficas, com os dados estatísticos obtidos


pelos 09 (nove) questionários, que encontram se expostos no Apêndice C. Ressaltando que as
primeiras questões visam identificar o perfil das empresas.
1) Há quanto tempo a empresa está instalada na cidade de Barra do Garças?
34

Gráfico 1 – Tempo da empresa na cidade

Quantidade de anos que a empresa está


instalada na cidade de BG

3 3
2
1 0

0 a 2 anos 2 a 4 anos 6 a 8 anos 8 a 10 anos Mais de 10 anos

Quantidade de anos que a empresa está instalada na cidade de BG

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

O gráfico 1 apresenta o número de empresas instaladas na cidade por unidade de


tempo. Entre as nove empresas que responderam o questionário: 11,11% estão na cidade no
período de 0 a 2 anos; 33,33% estão na cidade no período de 2 a 4 anos; 22,22% estão no
período de 8 a 10 anos; e 33,33% tem mais de dez anos na cidade.
2) Qual o tipo de obra que realiza com maior frequência?

Gráfico 2 – Tipos de obras que as empresas realizam

Tipos de Obras
8

4
7
2
1 0 1
0
Obras residenciais Obras públicas Obras comerciais Obras institucionais

Tipos de Obras

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Na cidade, as construções mais comuns são as residenciais, principalmente, as


provenientes de programas de financiamento. Observou-se que 77,78% das empresas focam
em residenciais, 11,11% em obras públicas e 11,11% em obras institucionais.
3) Qual a quantidade de obras realizadas simultaneamente pela empresa?
35

Gráfico 3 – Quantidade de obras realizadas simultaneamente pelas empresas

Quantidade de obras realizadas ao mesmo


tempo
8

4
6
2
1 1 1
0
1 Obra 2 Obras Até 5 obras Mais 5 obras

Quantidade de obras realizadas ao mesmo tempo

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Com relação à quantidade de obras que as empresas realizam simultaneamente,


percebeu-se que 66,67% das empresas realizam mais de 05 (cinco) obras ao mesmo tempo.
De acordo com relato de alguns construtores, o mercado é instável, por isso essas quantidades
de obras podem variar bastante.
4) Número de funcionários que a empresa gerencia?

Gráfico 4 – Número de funcionários

Números de Funcionários

2
1 1 1

Até 5 Até 10 Até 15 Até 20 Mais 20

Números de Funcionários

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Dentre as empresas relacionadas, 44,44% possuem até 15 (quinze) funcionários,


22,22% até 10 (dez) funcionários, 11,11% até 05 (cinco) e 11,11% mais de 20 (vinte)
36

funcionários. Em alguns casos, os representantes relataram que o número de funcionários se


refere à equipe que trabalha dentro dos escritórios, havendo, também, parte da mão-de-obra
que é terceirizada para construtoras ou contratada de acordo com a necessidade.
5) Em relação ao planejamento, qual a forma de preparação?

Gráfico 5 – Forma de preparação do planejamento

Preparação do Planejamento
8
6
4
6
2 1 1 1
0
Planejamento antes Planejamento Planejamento Nenhuma das
de iniciar a obra semanal, de acordo mensal, de acordo alternativas
com a evolução da com a evolução da
obra obra

Preparação do Planejamento

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Verifica-se, a partir da pesquisa, que 54% das empresas realizam seus planejamentos
antes de iniciarem uma obra, 28% fazem seu planejamento semanalmente, de acordo com a
evolução da obra e 9% não realiza nenhum tipo de planejamento.
6) Quais dos seguintes itens são levados em consideração na hora de elaborar o
plano de gerenciamento/planejamento da empresa?

Gráfico 6 – Itens levados em consideração para elaboração do plano de gerenciamento

Itens Levados em consideração no plano de


gerenciamento
10
8
6
4 8 7
5 6 5
2
0
Canteiro de obras Projeto detalhado Previsão de gastos Tempo total que Mão de obra
totais será gasto para qualificada
executar a obra

Itens Levados em consideração no plano de gerenciamento

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.


37

Todas as empresas participantes da pesquisa marcaram mais de uma alternativa nessa


questão. O projeto detalhado é considerado por 8 das 9 empresas, estando classificado como
item básico para gerenciamento de obras. Sete (7) empreendimentos julgam importante em
seus planejamentos mão-de-obra qualificada e 6 a previsão de gastos. O item menos
considerado pelas empresas são: canteiro de obras e estimativa de tempo para execução da
obra.
7) Quais itens abaixo a empresa elabora antes de iniciar uma obra?

Gráfico 7 – Itens de planejamento elaborado pelas empresas

Itens que as empresas elaboram


10
8
6
4 7 8
6
2 0
0
Orçamento Cronograma Treinamento da mão- Visita ao local de
de-obra locação da obra

Itens que as empresas elaboram

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

As empresas marcaram mais de uma opção no questionário, logo, observou-se que


08 (oito) das empresas visitam o local de locação da obra antes de iniciarem seus projetos, 07
(sete) elaboram o orçamento e 06 (seis) empresas fazem o cronograma. Nenhuma empresa
realiza treinamento de mão-de-obra.
8) Quais programas/softwares a empresa utiliza para elaboração do planejamento da
obra?
38

Gráfico 8 – Programas e softwares de planejamento utilizados pelas empresas

Programas/Softwares
10
9
8
7
6
5
9
4
3
2
1 1 0 0 1
0
Excel Ms-project Decision Pro Strato Outro Nenhum

Programas/Softwares

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Todas as empresas participantes utilizam programas de planilhas eletrônicas como


ferramenta principal para planejar sua obra, apenas uma única empresa opera com o software
Ms-project. Esse é um número baixo de uso desse software, por ser tratar de um programa
específico para gerenciamento de obras.
Como já ressaltado antes, Nocêra (2013) considera um erro utilizar planilhas
eletrônicas no gerenciamento de obras, pois esses softwares possuem funções específicas que
não estão ligadas especificamente ao planejamento e ao controle de obras, visto que não
permitem acompanhar atividades realizadas posteriormente.
A não utilização de um Software específico voltado para planejamento e controle
também ocorre porque a oferta de cursos e de treinamentos desses softwares, geralmente, é
feita apenas em grandes centros ou em capitais, o que dificulta a realização pelos profissionais
da região de Barra do Garças. O uso somente de planilhas cria cronogramas sem as devidas
atualizações.
9) Quais técnicas/sistemas abaixo a empresa adota como referência na hora de elaborar
seus projetos ou planejamento:
39

Gráfico 9 – Técnicas de planejamento adotadas pelas empresas

Técnicas/Sistemas Usados
7
6
5
4
3 6
2
1
0 1 1 0 1
0
Estrutura Ciclo PDCA Diagramas de Linhas de Nenhum Outro
Analítica de Redes Balanço
Projeto

Técnicas/Sistemas Usados

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Uma empresa utiliza referências do ciclo PDCA e uma usa o de diagramas de rede.
Outras 06 (seis) empresas não usam ou nunca tomaram conhecimento sobre nenhum dos
sistemas/técnicas empregados na pesquisa.
Em geral, os representantes das empresas relataram que julgam desnecessário fazer
um planejamento detalhado com programas específicos para isso, por considerarem o uso
desses softwares válido apenas para grandes centros e capitais, que, geralmente, executam
obras de grande porte.
Considerando que 66,67% das empresas realizam 05 (cinco) obras ou mais
simultaneamente, a utilização de uma técnica de acompanhamento associada a algum
software seria útil para identificar o processo de repetição de insumos ou de procedimentos,
que poderiam ser aplicados aos empreendimentos de Barra do Garças Isso acarretaria na
racionalização de processos, realização de compras em maior volume, eficiência na execução
de serviços e muitos outros benefícios.
Conforme Mattos (2007), uma das causas determinantes no atraso de obras é,
justamente, a montagem de uma EAP (estrutura analítica de projeto) deficiente, ou seja, com a
ausência de alguma atividade. Como nenhuma das empresas pesquisadas desenvolve uma
EAP, isto é, não montam uma rede de atividades bem detalhada. É provável, então, que por
mais simples que seja a obra possa deparar-se com alguma etapa da execução com atividades
não previstas, o que contribui para o atraso na conclusão dos serviços.
10) Com relação ao controle/acompanhamento da obra?
40

Gráfico 10 – Controle e acompanhamento de obras

Controle e Acompanhamento
8

4
7
3

1 2
0 0 0
0 0
Visita e relatório Visita semanal e Visita mensal e Visitas periódicas Visita ao final da Nenhuma das
diário da obra em elaboração de elaboração de e reuniões com os obra alternativas
execução relatório relatório colaboradores

Controle e Acompanhamento

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Dentre as empresas questionadas: 77,78% visitam suas obras diariamente e 22,22%


realizam visitas semanalmente.
A maioria das empresas, então, realizam visitas diárias e elaboram relatórios, tal
prática é benéfica para o acompanhamento da obra e para tomadas de decisões futuras. Desse
modo, caso ocorra uma comparação com metas de produtividades admitidas inicialmente, já
representaria um princípio do Ciclo PDCA, ou seja, mesmo afirmando não conhecimento da
técnica (como a maioria informou), realizam parte dela.
11) Com que frequência a empresa enfrenta problemas no prazo de entrega das
obras?
41

Gráfico 11 – Frequência de problemas na entrega das obras

Frequência de atrasos

4
3
1 1

Frequentemente Poucas Vezes Raramente Nunca

Frequência de atrasos

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Observando o gráfico, percebe-se que 44,44% dos questionados relatam sofrer


frequentemente com atrasos na entrega de suas obras, 33,33% afirmaram que poucas vezes
sofrem com atraso, 11,11% raramente e 11,11% não tem problemas com prazos de entrega de
obras. Destaca-se que as empresas que afirmaram não têm problemas com prazos de entrega
estão instaladas na cidade em período inferior a 04 (quatro) anos.
A maioria dos questionados indica passar por problemas com atrasos, cujas causas
são: não efetuar técnicas simples e que poderiam auxiliar na identificação de quais frentes de
serviço atacar para minimizar os possíveis problemas.
A frequência de atrasos enfrentada por 44,44% das empresas, pode estar relacionada
a questão do gráfico 9, dispondo que 66,67% não aplicam ou não conhecem nenhuma técnica
especifica de auxilio no planejamento e controle de obras.
12) A empresa atualmente possui alguma obra na cidade que apresenta algum
problema e ainda não foi entregue?
42

Gráfico 12 – Obras com atraso na entrega atualmente

Obras com Atraso na entrega


8

4
6
2
3

0
Sim Não
Obras com Atraso na entrega

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Quando questionados sobre a existência de alguma obra sob a responsabilidade da


empresa com atrasos na entrega na cidade atualmente, 33,33% afirmaram que sim e 66,67%
que não.
13) A empresa atribui os atrasos na entrega de obras a:
43

Gráfico 13 – Principais motivos para atrasos na entrega de obras

Motivos do Atraso

4
2
3 3

2 2

0 0

Motivos do Atraso

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Na relação dos principais motivos que ocasionam ou já acarretaram atrasos nas obras
das respectivas empresas (nessa questão poderiam ser escolhidas mais de uma opção)
observou-se: 02 (duas) empresas assinalaram “problemas com orçamento”, 03 (três)
marcaram “falta/baixa produtividade da mão de obra”, 03 (três) indicaram “atraso por parte
dos fornecedores”, 04 (quatro) marcaram “intempéries” e 02 (dois) marcaram “retrabalhos”.
Vale ressaltar que em dois dos questionários a falta ou baixa produtividade estava relacionada
com retrabalhos.
Na pergunta 07 (sete) do questionário, gráfico 7, constatou-se que nenhuma das
empresas participantes realizam o treinamento dos seus funcionários, esse fator pode ser
44

preponderante nos casos de falta ou baixa produtividade da mão-de-obra e retrabalhos, pois a


realização desse treinamento poderia contribuir para a melhoria do desempenho.
Cardoso (1993) ressalta que as razões da desqualificação da mão-de-obra são
relacionadas ao processo de degradação causado pelas precárias técnicas de contratação, baixa
remuneração, ausência de treinamento, descaso quanto à segurança e higiene no trabalho, bem
como as condições de vida dos trabalhadores.
14) Julgue os itens a seguir de acordo com as práticas da empresa, em relação ao canteiro
de obras:

Gráfico 14 – Características dos canteiros de obras

Canteiro de Obras
9

8
8 8
7
7 7
6

5
5
4

3
3 3 3
2

1
1 1 1
0 0 0 0
0
Planejameno do Elaboração do layout Locomoção de Controle de entrada Manutenção do
canteiro de obras do canteiro funcionários e saída de material canterio

Ruim Bom Otimo

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Apesar das empresas não realizarem nenhum plano de gerenciamento especial para
seus canteiros, a maior parte dos empreendimentos, de acordo com o gráfico 14, classifica
como “Bom” a funcionalidade de seus canteiros, em relação aos quesitos abordados na
pesquisa.
45

15) Referente à prática do planejamento, tem conhecimento do método de diagrama de


redes PERT/CPM?

Gráfico 15 – Empresas que conhecem o método PERT/CPM

Conhecem o método PERT/CPM


8
7
6
5
4
7
3
2
1 2
0
Sim Não

Conhecem o método PERT/COM

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Quando perguntados sobre o método PERT/CPM, 77,78% desconhece esse recurso.


Esse sistema auxilia na compreensão e na organização das atividades que precisam ser
realizadas e, ainda, auxilia na administração do tempo para melhor execução de cada
atividade.
O desconhecimento das Técnicas PERT e, principalmente, das CPM, essa última
trata e utiliza o conceito de Caminho crítico, pode estar associada diretamente com a
identificação das atividades denominadas críticas, que poderão atrasar ou comprometer o
cronograma da obra.
Como a maioria dos profissionais das empresas pesquisadas desconhecem a técnica,
não é possível identificar, especificamente, quais os serviços poderão atrasar a obra. O
diagrama de rede também se torna importante para permitir visualizar de forma mais ampla
qual o momento adequado em que cada atividade poderá iniciar e qual a relação entre os
serviços realizados. O conhecimento desses conceitos também é importante para o
entendimento e utilização dos Softwares de planejamento.
46

9 CONCLUSÃO

O estudo realizado na cidade de Barra do Garças-MT, analisou uma pequena


amostragem das práticas que são desenvolvidas pelas empresas da construção civil, no tocante
a efetividade de atividades de planejamento e controle de obras na realidade dessas empresas,
assim como a utilização de ferramentas específicas que auxiliam na execução das atividades.
Com os dados obtidos, por meio dos questionários e o tratamento estatístico, pode-se
constatar que a maioria das empresas não realiza um roteiro de planejamento completo. De
acordo com dados da pesquisa, 54% dos empreendimentos preparam suas metodologias de
planejamento antes de iniciarem uma obra.
As principais ferramentas empregadas no plano de gerenciamento das empresas na
cidade são: projeto detalhado, orçamento e, em alguns casos, um cronograma. Normalmente,
as empresas não utilizam nenhum programa ou software específico para a realização do
planejamento e controle de obras. A ferramenta comumente utilizada pelas empresas são as
planilhas eletrônicas, que apesar de serem úteis, não oferecem recursos particulares de
gerenciamento de obras, como, por exemplo, melhor estruturação dos processos que deverão
ser realizados no decorrer da obra, monitoramento e controle.
Em relação às técnicas especificas de planejamento e de controle, apenas 22,22% dos
representantes conhecem ou aplicam alguns dos procedimentos abordados na pesquisa. O
ciclo PDCA, que é um dos métodos apresentados na pesquisa, foi apontado por apenas
11,11% das empresas. Uma parcela deste recurso de controle, todavia, é aplicada por 77,78%
das empresas de maneira espontânea, o que foi relatado pela pergunta 10 (dez) do
questionário (visita diária e relatório da obra em execução).
Em relação ao cumprimento do cronograma, 44,44% das empresas sofrem
frequentemente com atrasos na entrega de suas obras e os motivos mais listados são: falta de
mão de obra ou baixa produtividade, atrasos com fornecedores, intempéries e problemas com
orçamento. Os problemas com a mão-de-obra são associados, essencialmente, por uma
contratação não fixa, como foi relatado verbalmente pela maioria dos questionados, e pela
falta de treinamento por parte das empresas para esses funcionários.
Por ser uma cidade em que as construções em sua grande parte são obras residenciais
de pequeno porte, as empresas conseguem atender suas necessidades básicas com suas
metodologias, mas a utilização de programas específicos, juntamente, com aplicação técnicas
de planejamento poderia sanar parte dos problemas enfrentados pelos construtores e que
47

geram atrasos nos cronogramas, tais como: falhas no orçamento, atrasos dos fornecedores e
mão-de-obra.
Como grande parte dos construtores acreditam que o planejamento se aplica apenas
em obras de grande porte, muitos deles desconhecem ou até mesmo nunca ouviram falar sobre
algumas técnicas de planejamento e controle. Uma sugestão para corrigir esse fator seria
ofertar cursos voltados para tais assuntos e sua importância na construção civil.
Com o objetivo de sanar essa falta de conhecimento, a Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), por meio do curso de engenharia civil, poderia disponibilizar cursos de
extensão com esses temas. Direcionando esses cursos para profissionais que já estão no
mercado de trabalho e, também, para a comunidade acadêmica, a fim de complementar sua
formação e incorporar na rotina diária de trabalho os conceitos práticos de planejamento e
controle de obra, bem como a utilização de softwares adequados para tal finalidade.
Vários entrevistados são engenheiros civis egressos do Curso de Engenharia Civil da
UFMT- Campus do Araguaia, logo, ratifica a ideia de que o curso de Engenharia Civil
poderia ofertar disciplinas relacionadas ao gerenciamento de obras, tais como: Técnicas de
Planejamento na Construção Civil, Projeto Integrado de Canteiro de Obras, Qualidade na
Construção e demais disciplinas específicas que podem contribuir significativamente para a
formação dos discentes que pretendem atuar diretamente em obras.
48

10 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir deste estudo, as seguintes sugestões são propostas para trabalhos futuros:
 Pesquisa de campo realizada diretamente nos canteiros de obras das empresas
locais, com o intuito de analisar quais técnicas de planejamento os gestores efetivamente
realizam e quais são os benefícios obtidos;
 Estudo de caso para análise do índice de produtividade da mão-de-obra dentro
das empresas de construção civil na cidade de Barra do Garças;
 Verificar a efetividade das técnicas de planejamento dentro dos
empreendimentos da construção civil, delimitando a amostragem com empresas locais de
médio e de grande porte, como também empresas com sedes em outros municípios que
estejam instaladas temporariamente na cidade para execução de uma determinada obra
específica.
49

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TURNER, R. The Handbook of Project - Based Management England: McGraw - Hill,


1993.
53

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

Prezados Senhores (as), contamos com a sua colaboração para a pesquisa acadêmica do
trabalho de conclusão de curso da aluna Kássia Alves Camargo, sob orientação do Prof. Esp. Igor
Aureliano Miranda Silva Campos. Este trabalho visa um estudo de caso na cidade de Barra do Garças
acerca das técnicas de implementação de planejamento e controle de obras. Para isso, solicitamos que
preencha os campos conforme orientação. Os dados serão usados apenas para a investigação cientifica,
sendo garantido a confidencialidades de dados e informações das empresas. Agradecemos pela
participação!

QUESTIONARIO PADRÃO – COLETA DE DADOS

1) Há quanto tempo à empresa está instalada ou atua na cidade de Barra do Garças?

( ) De 0 a 2 anos
( ) De 2 a 4 anos
( ) De 4 a 6 anos
( ) De 6 a 8 anos
( ) De 8 a 10 anos
( ) Mais de 10 anos

2) Qual a quantidade de obras realizadas simultaneamente pela empresa?

( ) 1 obra
( ) 2 obras
( ) Até 5 obras
( ) Mais de 5

3) Qual o tipo de obra que realiza com maior frequência?

( ) Obras residenciais
( ) Obras publicas
( ) Obras comerciais
( ) Obras institucionais
54

4) Número de funcionários que a empresa gerencia?

( ) Até 5
( ) Até 10
( ) Até 15
( ) Até 20
( ) Mais de 20

5) Em relação ao planejamento, qual a forma de preparação?

( ) Planejamento antes de iniciar a obra


( ) Planejamento semanal, de acordo com a evolução da obra
( ) Planejamento mensal, de acordo com a evolução da obra
( ) Nenhuma das alternativas

6) Quais dos seguintes itens são levados em consideração na hora de elaborar o plano de
gerenciamento/planejamento da empresa?

( ) Canteiro de obras
( ) Projeto Detalhado
( ) Previsão de gastos totais
( ) Tempo total que será gasto na execução da obra
( ) Mão-de-obra qualificada

7) Quais itens abaixo a empresa elabora antes de iniciar uma obra?

( ) Orçamento
( ) Cronograma
( ) Treinamento da mão-de-obra
( ) Visita ao local de locação da obra
55

8) Quais programas/softwares a empresa utiliza para elaboração do planejamento da


obra?

( ) Excel
( ) Ms-project
( ) Decision Pro
( ) Strato
( ) Outro:_________________
( ) Não utiliza nenhum

9) Quais técnicas/sistemas abaixo a empresa adota como referência na hora de elaborar


seus projetos ou planejamento:

( ) Estrutura Analítica de projeto (EAP)


( ) Ciclo PDCA
( ) Diagramas de Rede
( ) Linhas de Balanço
( ) Outro:___________________
( ) Nenhum

10) Com relação ao controle/acompanhamento da obra?

( ) Visita e relatório diário da obra em execução


( ) Visita semanal e elaboração de relatório
( ) Visita mensal e elaboração de relatório
( ) Visitas periódicas e reuniões com os colaboradores
( ) Visita ao final da obra
( ) Nenhuma das alternativas

11) Com que frequência a empresa enfrenta problemas no prazo de entrega das obras?
( ) Frequentemente ( ) Poucas vezes ( ) Raramente ( ) Nunca

12) A empresa atualmente possui alguma obra na cidade que apresenta algum problema e
ainda não foi entregue?
56

( ) Sim ( ) Não

13) A empresa atribui os atrasos na entrega de obras a:

( ) Problemas com o orçamento


( ) Falta ou baixa produtividade de Mão-de-obra
( ) Falta de material
( ) Atrasos por parte dos fornecedores
( ) Intempéries (Chuvas, ventos, etc)
( ) Falta de equipamentos
( ) Retrabalhos
( ) Outro: ________________________

14) Julgue os itens a seguir de acordo com as práticas da empresa, em relação a canteiro
de obras:
Péssimo Ruim Bom Ótimo

Planejamento do canteiro de obras () () () ()


Elaboração de layout do canteiro () () () ()
Locomoção de funcionário () () () ()
Controle de entrada e saída de material () () () ()
Manutenção do canteiro () () () ()

15) Referente a prática do planejamento, tem conhecimento do método de diagrama de


Redes Pert/ CPM?
( ) Sim Não ( )
57

APÊNDICE B – TERMO DE CONSENTIMENTO

Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo(s)


pesquisador(es) Professor Orientador Igor Aureliano Miranda Silva Campos, e-mail:
docenteigormiranda@gmail.com – Agradecemos antecipadamente e esperamos contar
com a sua colaboração.

Atenciosamente, ______________________________________
Kássia Alves Camargo

Atenciosamente, ______________________________________
Prof. Igor A. Miranda Silva Campos

Consinto em ceder e autorizar a utilização dos dados para realização do


trabalho de Conclusão de Curso e declaro ter recebido uma cópia deste termo de
consentimento.

Nome e assinatura do Responsável pela Local e data


obra
58

APÊNDICE C – QUESTIONARIOS RESPONDIDOS


59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84

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