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Seções de estudo
Seção 1: Conceitos.
Seção 1
1.1. CONCEITOS
A. Farmacologia
O que é Farmacologia?
Esta é uma resposta simples, no entanto, para compreender seu significado, é necessário
conhecer outros dois conceitos (das palavras sublinhadas).
Que substâncias são essas, utilizadas na busca pela cura dos males?
Qualquer substância, com uma estrutura química conhecida ou não, que seja capaz de
interagir com um organismo e produzir um efeito pode ser chamada de DROGA.
Tal efeito pode ser benéfico ou maléfico. E a partir deste princípio, podemos então
definir outros três conceitos.
Se uma droga produz um efeito benéfico e essa droga for estudada e tornar-se conhecida
e seu efeito controlado e padronizado, então podemos ter a produção de Fármacos e
Medicamentos.
Enquanto que:
Por outro lado, se a substância não puder ser bem estudada, ou não oferecer segurança
no seu uso controlado, ou ainda produzir um efeito danoso para o organismo, teremos
então um agente tóxico.
Desta forma é possível entender que a Farmacologia é a ciência que vai tornar possível
a utilização de substâncias de maneira segura, visando a cura das doenças ou a
promoção da saúde.
Por que algumas “coisas” funcionam como remédios, mesmo não tendo nada na sua
composição que fundamentem tal ocorrência?
Talvez isso se deva a própria tendência que o nosso corpo tenha de “buscar” a cura.
Nosso corpo produz substâncias com potencial analgésico (que amenizam a dor) e
que promovem bem estar, tais como a Endorfina, que é um peptídeo endógeno. A
estas substâncias endógenas credita-se o que chamamos de EFEITO PLACEBO.
G. EFEITO PLACEBO – É um efeito biológico não decorrente da ação de um
princípio ativo específico, mas sim de fatores psicológicos ou inespecíficos. Pode ser
efeito fisiológico, psicológico ou psicofisiológico.
Exemplos:
O termo PLACEBO (do latim, “agradarei”) pode ser utilizado também para designar
uma substância (inerte).
H. MEDICAMENTO DE ESCOLHA
São vários os fatores que podem comprometer a adesão e por outro lado levar ao
abandono do tratamento.
- “esquecimento”;
- dificuldade de administração;
Por lado, às vezes a pessoa tem a disposição de utilizar um medicamento, mesmo sem ter
recebido a orientação adequada para isso.
K. AUTOMEDICAÇÃO
Na maioria das vezes, antes de se usar um medicamente em humanos, ele já foi longa e
exaustivamente estudado em animais. Estes estudos permitem a determinação de alguns
parâmetros, que mesmo que grosseiros, fornecem informações importantes na utilização de
medicamentos. Vamos definir três destes parâmetros:
Ex. Imagine a seguinte situação hipotética. Uma plantinha “X” é usada por uma
comunidade para tratar “dor de barriga”. Podemos dizer então que a planta tem a
“indicação popular” para tratamento de “dor abdominal”. Um laboratório de pesquisa
decide estudar essa planta. Faz um extrato dela e testa em ratos, em um modelo de
“contorção abdominal”. Induzem-se as contorções experimentalmente e vai se testando
diferentes doses do extrato até se conseguir produzir o efeito “anticontorções
abdominais” em 50% dos ratos testados... Tem-se assim a DE50!
a) População em teste
b) Dose testada – efeito em 30% dos indivíduos.
c) Dose testada – efeito em 50 % dos indivíduos. DE50.
Exemplo:
Imagine uma droga A, com o IT=15; uma droga B, com o IT=30 e uma droga C, com
um IT=20.
Vale destacar que estes testes de DE50 e DL50 são ensaios experimentais
simples e comumente realizados nos estudos farmacológicos. Na verdade,
são realizados muitos testes com as drogas. Tais estudos visam garantir
eficácia e segurança na sua utilização futura com fármacos ou
medicamentos. Costumamos dizer que a “droga” tem que trilhar um longo
caminho até conseguir ser chamada de medicamento. Este caminho deve
ser bem entendido e padronizado e seguir etapas previamente estabelecidas.
Após todos estes ensaios experimentais, que levam muitas vezes de anos a décadas, se a
droga comprovar eficácia e segurança então, SIM, pode ser liberada para a
comercialização, após a aprovação pelo órgão responsável. Estima-se que para cada
10.000 substâncias estudadas, apenas uma vai ser liberada para a comercialização (com
um nome comercial fantasia). Este medicamento lançado é chamado de
“MEDICAMENTO de REFERÊNCIA”.
Ex. Um medicamento “Y” é utilizado via oral (v.o.). Neste caso, o momento que o
medicamento é tomado, chamamos de tempo zero (to). Com o passar do tempo este
medicamento vai chegando na corrente sanguínea e sua concentração vai aumentando.
Quando tudo o que tem que chegar na corrente sanguínea faz isso, temos então o pico
máximo de concentração, ou a concentração máxima (Cmax) do medicamento, após um
período de tempo determinado (tmax). Depois deste pico, a concentração vai descendo
até que todo medicamento abandone a corrente sanguínea.
- Para cada medicamento existe o que chamamos de nível plasmático efetivo (NPE) que
é a concentração mínima efetiva (CME) necessária para garantir o efeito farmacológico
desejado.
Gráfico 1.2 Curva de concentração sérica após a administração de um fármaco por via
oral (Adaptado de Ansel et al., 2000).
Todas estas informações técnicas costumam estar disponíveis nas bulas dos
medicamentos e são definidas em seus estudos pré-clínicos e clínicos antes da
comercialização.
Ex.
Outro conhecimento, também muito importante relacionado a curva plasmática, é que
dois medicamentos são considerados bioequivalentes se os valores de Cmax, Tmax e
ASC não mostrarem diferenças superiores a 20%. Os testes de bioequivalência são
importantes na produção de medicamentos similares (mesmo princípio ativo) e
genéricos (mesmo princípio ativo e bioequivalente).
Considerações Finais
Heinz Lullmann, Klaus Mohr, Albrecht Ziegler, Detlef Bieger. Color Atlas of
Pharmacology. 2nd edition, revised and expanded. Thieme Stuttgart · New York · 2000.