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Resumo
O presente trabalho teve como objetivo comparar as características físicas de um granito natural e um
“granito artificial de concreto”, para tanto foi desenvolvido um programa experimental relacionando as
características de resistência à compressão, absorção e dureza, comparando os materiais estudados. Este
estudo se torna necessário, pois além de ser um material finito, o granito como um recurso natural agride o
meio ambiente de onde o mesmo é extraído. Sua extração pode vir a causar vários danos à saúde dos que
o extraem e o beneficiam. Com o desenvolvimento e estudos de traços, será possível à utilização de um
“granito artificial de concreto”, com as mesmas características básicas e esperadas do granito natural,
desenvolvido através da tecnologia de concreto, com traços que atinjam e atendam as características
básicas e esperadas do granito natural. Foram realizados ensaios de resistência à compressão, absorção e
dureza do granito natural e do “granito artificial de concreto”, com os dados dos ensaios, será comparada e
verificada a possibilidade de substituição do granito natural pelo “granito artificial de concreto”.
Palavra Chave: Granito Artificial de Concreto
Abstract
The present work had as objective to compare the physical characteristics of natural granite and a “artificial
granite of concrete”, for in such a way developed an experimental program relating the characteristics of
compressive strength, absorption and surface hardness, comparing the studied materials. This study the
necessary becomes, therefore of beyond being a finite material, the granite as a natural resource, attacks
the environment of where the same is extracted. Its extraction can see to cause some damages to the health
of that they extract them and they benefit it. With the development and studies of designs, it will be possible
to the use of an “artificial granite of concrete”, with the same basic and waited characteristics of the natural
granite, developed through the concrete technology, with designs that reach and take care of the basic and
waited characteristics of the natural granite. Essays compressive strength tests, absorption and surface
hardness of the natural granite and the “artificial granite of concrete” were accomplished, and with the test
data of the essays, it will be compared and verified the possibility of substitution of the natural granite for the
“artificial granite of concrete”.
Keywords: Artificial Granite of Concrete
1. Introdução
2. Fundamentação
Segue algumas definições e características do concreto e do granito natural,
estabelecendo uma correlação entre eles.
2.1 Concreto
O concreto pode ser definido segundo Araújo, Rodrigues e Freitas (2000) como o material
resultante da mistura de aglomerante, agregado miúdo, agregado graúdo, água e, se
necessário, aditivos, seguindo uma proporção pré-determinada.
De acordo com Mehta e Monteiro (2008), o concreto é um material compósito que
consiste essencialmente de um meio aglomerante (mistura de cimento hidráulico e água),
dentro do qual estão mergulhadas partículas ou fragmentos de agregados. O aglomerante
mais utilizado para a fabricação de concreto é o cimento Portland - material finamente
pulverizado que, somente quando hidratado, adquire propriedades ligantes, decorrentes
das reações químicas que ocorrem entre os minerais do cimento e a água. Os elementos
que formam a pasta de cimento são visualizados apenas com auxílio de um microscópio,
enquanto as partículas de agregado graúdo são facilmente vistas no concreto a olho nú.
2
Paulon (2005) compara o concreto endurecido a uma rocha artificial, visto que o concreto
adquire a forma de um conglomerado, formado por agregados de diversas dimensões,
envoltos por uma pasta de cimento. Esta pasta é heterogênea, formada por partículas,
filmes, microcristais e elementos sólidos, ligados por uma massa porosa que contêm
vazios (poros) e espaços com soluções.
Segundo Mehta e Monteiro (2008), a microestrutura do concreto é determinada pelas
fases que a compõe e suas características: tipo, quantidade, tamanho, forma e
distribuição. Os autores diferenciam que, a nível macroscópico, são visíveis apenas duas
fases (partículas de agregado e matriz de pasta de cimento), enquanto a nível
microscópico, aparece uma terceira fase: a região interfacial entre as partículas de
agregado graúdo e a pasta endurecida, conhecida como zona de transição. Este conceito
é complementado por Paulon (2005), ao abordar que as propriedades mecânicas,
elásticas, físicas e químicas do concreto dependem de diversos fatores relativos à pasta,
aos agregados e à ligação entre eles, sendo que todas as fases contribuem para as
propriedades finais do concreto.
Segundo, Roncalli (2009), lapidar um diamante é possível pela utilização da ciência e arte
milenar e, claro, pelo talento do profissional.
No processo de lapidação, é inspecionada a qualidade do mineral (diamante bruto),
estudados quais são as qualidades das ferramentas de corte e polimento a serem
utilizadas para obter a lapidação ideal e o resultado final: ter o melhor brilho do diamante.
Isto não é nada diferente da lapidação como sistema: parte mecânica e parte química.
Lançado comercialmente nos EUA em 2004 para pisos cimentícios (concreto, placa vibro-
prensada e revestimentos de alta resistência), vem ganhando espaço cada vez maior no
Brasil.
Vale ressaltar que para o desempenho ideal dos processos de lapidação de pisos
cimentícios torna-se obrigatória a utilização de máquinas próprias de lapidação, unidades
aspiradoras sofisticadas e outros acessórios que possibilitam obter um brilho próximo ao
porcelanato e as pedras ornamentais quando se expõe os agregados, sistema a seco
sem poeira e lama, que torna possível trabalho em áreas de atividades comerciais com
liberação rápida das mesmas.
Faz-se necessária a utilização de ferramentas diamantadas metálicas e diamantadas
resinadas de excelente qualidade e rendimento, responsáveis diretas pela qualidade do
brilho na lapidação do piso. O “granito artificial de concreto” tem que atender as
características de polimento, pois poderá ser usado como pedra ornamental.
2.2.1 Utilização
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administrativos, esportivos) ou privadas (residências unifamiliares ou condomínios,
prédios comerciais, shopping centers, prédios de serviços ou templos religiosos etc.).
Construção e revestimento de elementos urbanos — na pavimentação de vias para
veículos e para pedestres, de praças e parques, na construção de jardins, fontes, bancos
ou assentos, calçadas, meios-fios etc.
Arte e decoração — na produção de obras de arte como esculturas, estátuas, objetos e
acessórios arquitetônicos e de decoração como balcões, bancadas de pias, móveis e
outros pequenos objetos decorativos. Esse grande campo de aplicação gera um conjunto
de produtos extremamente amplo, tais como: blocos, chapas, peças sob medida para
revestimento de paredes e/ou fachadas, ladrilhos modulares, revestimento de escada e
de pisos, obras dimensionais etc.
Esta norma prescreve o modo pela qual deve ser executado o ensaio para determinação
da absorção de água.
2.3.2 Granito
3. Programa Experimental
Os ensaios realizados exigem para cada um deles uma quantidade de amostra conforme
demonstrado na Tabela 2.
Tabela 2 – Quantidade de amostra para cada ensaio realizado.
Ensaio de compressão Ensaio de absorção de Ensaio de dureza
Material
axial NBR 5739 água NBR 9778 Mohs' NBR 13818
granito natural 2 2 5
"granito artificial
8 2 5
de concreto"
3.1 Preliminares
Neste capítulo serão apresentados os materiais utilizados neste trabalho, bem, como os
procedimentos utilizados para a produção do “granito artificial de concreto”, tais como: os
métodos de ensaios utilizados no estudo do traço, a composição da granulometria dos
agregados utilizados, os ensaios para determinação das características físicas e análises
dos resultados entre o granito natural do tipo Capão Bonito e o “granito artificial de
concreto”, no estado endurecido. A princípio foram realizados os ensaios de compressão
de corpos-de-prova cilíndricos NBR 5739, absorção de água NBR 9778 e dureza Mohs’
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NBR 13818 (anexo V) do granito natural, com essa caracterização do material foi iniciado
o desenvolvimento do traço do “granito artificial de concreto” para se atingir as mesmas
características do granito natural.
3.1.2 Cimento
Foram utilizadas dois tipos de areia: areia natural de quartzo que possui massa específica
média de 2,64 g/cm³, fornecedor Mineradora Curumim e areia artificial proveniente de
britagem de rocha que possui massa específica média de 2,78 g/cm³, fornecedor Pedreira
Capão Bonito. Foram feitas as análises granulométricas conforme NBR NM 248 e
estudada a composição granulométrica ideal conforme se observa na Tabela 4.
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Tabela 4 - Análise granulométrica da areia NBR NM 248.
AREIA AREIA ARTIFICIAL MÉDIA DAS AMOSTRAS
PENEIRA PESO PESO MÁXIMA 4%
PORCENTAGEM [%] PORCENTAGEM [%] PORCENTAGEM [%]
RETIDO RETIDO
VARIAÇÃO
ABERTURA
N° [g] RETIDA PASSANTE ACUMULADA [g] RETIDA PASSANTE ACUMULADA ENTRE % MÉDIA RETIDA PASSANTE ACUMULADA
mm
RETIDA
25 1 - - 100.00 - 0 - 100.00 - - - - 100.0 -
19 3\4 0 - 100.00 - 0 - 100.00 - - - - 100.0 -
12.5 1\2 0 - 100.00 - 0 - 100.00 - - - - 100.0 -
9.5 3\8 0 - 100.00 - 0 - 100.00 - - - - 100.0 -
6.3 1\4 0 - 100.00 - 7.3 0.73 99.27 0.73 - 0.73 1.5 0.1 99.9 0
4.8 4 0 - 100.00 - 46 4.60 94.67 5.33 - 4.60 9.2 0.9 98.9 1
2.4 8 0 - 100.00 - 331.4 33.15 61.52 38.48 - 33.15 66.3 6.6 92.3 8
1.2 16 0 - 100.00 - 211.65 21.17 40.34 59.66 - 21.17 42.3 4.2 88.1 12
0.6 30 40 4.00 96.00 4.00 121.3 12.13 28.21 71.79 - 8.13 56.3 5.6 82.4 18
0.3 50 250 25.00 71.00 29.00 84.85 8.49 19.72 80.28 16.51 217.0 21.7 60.7 39
0.15 100 600 60.00 11.00 89.00 47.1 4.71 15.01 84.99 55.29 489.4 48.9 11.8 88
0.075 200 100 10.00 1.00 99.00 31.3 3.13 11.88 88.12 6.87 86.3 8.6 3.2 97
FUNDO 10 1.00 - 100.00 118.75 11.88 - 100.00 - 10.88 31.8 3.2 - 100
SOMA 1000 100.00 321.00 999.65 100.00 529.38 999.9 100.0 363
MASSA INICIAL 1000 MASSA INICIAL 1000 MÓDULO DE FINURA (NBR-7217) 1.66
VARIAÇÃO MASSA(%) 0.0% VARIAÇÃO MASSA(%) (MAX.0,3%) 0.0% 80% 20% DMC (mm) 4.80
(MAX.0,3%) MÓDULO DE FINURA (NBR-7217) 1.22 MÓDULO DE FINURA (NBR-7217) 3.41 AF PÓ
A brita utilizada foi a Brita 0, com diâmetro máximo do agregado de 9,5 mm, possui massa
específica média de 2,72 g/cm³, fornecedor Pedreira Capão Bonito. Abaixo segue a
composição granulométrica do agregado (Tabela 5).
3.1.5 Aditivos
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3.1.6 Adições
Foram usados dois tipos de adições no concreto, o primeiro trata-se de uma sílica ativa
para podermos atingir uma resistência mais elevada, seu fornecedor é a Dow Corning. A
outra adição foi o pigmento em pó na cor vermelha fornecida pela empresa LanXess,
para aproximar da cor do granito natural em estudo.
3.1.7 Água
Pigmento em pó
Adição 2 LanXess 21.53 Kgf
vermelho
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3.3 Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos NBR 5739
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conforme NBR 5738, suas faces retificadas antes do ensaio. Segue abaixo os resultados
do ensaio (Gráfico 1).
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Gráfico 2 – Resultados de ensaios à compressão axial NBR 5739
Gráfico 3 – resultados dos ensaios da % de absorção de água após imersão em água do granito natural e
do “granito artificial de concreto”.
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4.3 Ensaio de dureza Mohs` NBR 13818 (Anexo V).
Foram ensaiadas cinco placas de granito natural e cinco placas de “granito artificial de
concreto”, para esse ensaio foi usado o “Kit Test Mohs’ Hardeness”. Abaixo é
apresentado na Tabela 9 os resultados obtidos nas placas de granito natural e “granito
artificial de concreto”.
Tabela 9 – resultados dos ensaios de dureza Mohs’ para o granito natural e o “granito artificial de concreto”
Escala Mohs'
Classificação Classificação
Mateiral segundo NBR segundo Mohs'
Escala que Escala que não
Média das escalas 13818 (anexo V) Hardnessde Tables
riscou a placa riscou a placa
Placa de granito
8 7 7.5 Quartzo Topazio ( Tourmaline)
natural
Placa de "granito
artificial de 8 7 7.5 Quartzo Topazio ( Tourmaline)
concreto"
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Exposto abaixo imagens dos dois tipos de granito estudados no programa experimental
Figura 4.
"granito artificial de
126.6 2.44% Quartzo
concreto"
5. Considerações finais
6. Referências
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________. NBR 6118: Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento, Rio de Janeiro,
ABNT, 2004.
________. NBR 13.818 Anexo V – Determinação da dureza segundo a escala Mohs’. Rio
de Janeiro, ABNT,1997.
________. NBR 15.845-2: Determinação da densidade aparente, da porosidade aparente
e da absorção de água, Rio de Janeiro, ABNT,2015.
________. NBR NM 248: Agregados - Determinação da composição granulométrica. Rio
de Janeiro, ABNT 2003.
________. NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos - Determinação da absorção
de água, índice de vazios e massa específica. Rio de Janeiro, ABNT 2005 versão
corrigida 2:2009.
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