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REPORTAGEM
Sandvik e mais oito empresas, juntas, contam como se chega ao topo..............13
ARTIGOS TÉCNICOS
Pesquisa acelera e dá tom de modernidade à usinagem ...................................... 7
Usinagem sem geração de cavacos e com menos itens em estoque ............... 27
Menores tempos de máquinas paradas e usinagem mais eficaz ....................... 30
27 - Um macho
laminador pode
SEÇÕES substituir vários tipos
de machos de corte
Página do Presidente ------------------ 3 para furos cegos e
Notas & Novas ---------------------------- 4 passantes
Entre em Contato ----------------------- 33
30 - A QHA consegue
produtividade e
competitividade na usinagem
7 - A Universidade de de lotes pequenos e bem
Birmingham (Inglaterra), diferentes uns dos outros
pesquisou o que é melhor
para a usinagem de
moldes e matrizes
A
Sandvik já de há muito
tem o certificado ISO
SANDVIK DO BRASIL 9000 e vem se preparan-
Diretor-Presidente: José Viudes Parra
do para entrar no rol
DIVISÃO COROMANT das certificadas pela ISO
Diretor: José Viudes Parra 14000. Mas antes disso, ao
olharmos à nossa volta e nos
Gerente de Negócios: Claudio José
determos em nossos produtos,
Camacho
Gerente de Marketing e Treinamento: enxergamos ali as mãos que os trouxeram à luz com qualidade tal
Francisco Carlos Marcondes que fez da Sandvik Coromant líder de seu segmento de mercado. E
Coordenadora de Marketing: Heloisa mais que nunca valorizamos a vida dos nossos funcionários. As
Helena Pais Giraldes indústrias em geral certificam seus produtos e seus processos de
Assistente de Marketing: Cibele
Aparecida Rodrigues dos Santos
produção, mas por que perseguir apenas a qualidade de itens, pro-
cessos, serviços se o homem é o ponto central? É o começo, o meio
Editora: Maria Carolina Bottura
Tradução: Vera Lúcia Natale
e o fim de tudo isso?
Editoração Eletrônica: Adilson A. Claro, a Sandvik não tem nenhum problema com os órgãos fis-
Barbosa calizadores de assuntos relacionados com o meio ambiente e ja-
Fotografias: Izilda França Moreira e mais teve que se curvar ao peso de suas multas porque efetiva-
Studio Amat
Fotolito: Studio Quatro Fotolito Digital
mente não faz pouco caso do ar, do solo e da água. As plantas que
Gráfica: Fotoline Gráfica e Fotolito embelezam as alamedas de sua área externa são prova disso e
ninguém, aqui, descarta água com resíduos nocivos nem respira
CORPO TÉCNICO ar contaminado. Toda a água utilizada na fábrica é descontami-
(DIVISÃO COROMANT)
Gerente Regional do Departamento
nada, metade retornando aos processos fabris e metade indo para
Técnico: José Roberto Gamarra efluentes e rios — mas passando, antes, por um aquário de peixes
Especialista em Fresamento: Marcos ornamentais que tem seu pH medido duas vezes ao dia por um de
Antonio Oliveira nossos profissionais.
Especialista em Capto & CoroCut:
Francisco de Assis Cavichiolli
A lama resultante de alguns processos também é reciclada e re-
Especialista em Torneamento: Domenico torna ao solo sob a forma de fertilizante. Os pós químicos são total-
Carmino Landi mente coletados e devolvidos ao processo e os óleos de máquinas
Especialista em Furação: Dorival completamente regenerados e reaproveitados. Para nós o conceito
Aparecido da Silveira
de “verde” contempla programas como o “Qualidade de Vida”,
Especialista em Torneamento: Antonio
José Giovanetti onde estão inseridos cursos sobre planejamento de orçamento do-
Especialista em Die & Making: João méstico, planos de condicionamento físico na academia da empre-
Carosella sa, conscientização sobre a importância de uma alimentação equi-
e-mail da revista: librada e total incentivo às atividades do GAAS, o Grupo de Auto Ajuda
omundo.dausinagem@sandvik.com Sandvik, voltado à recuperação de dependentes químicos.
SAC (Departamento Comercial): Mais que uma das maiores e melhores indústrias do mundo,
(011) 525-2743 afinal, a Sandvik quer ser sempre fonte de vidas bem vividas.
Atendimento ao Cliente:
0800 55 9698
Retificação de legenda
foto das ferramentas fa- ria “Ferramentas para furar e
A
Teste de usinagem de uma cavidade
substancial sobre os custos também são usadas. As matrizes em um centro de usinagem
de produção da indústria de para forjamento geralmente têm du- Matsuura FX-5 usando uma fresa de
moldes e matrizes principal- reza de 45-46 HRC. topo Ball Nose (Ponta Esférica)
GC1020 da Sandvik Coromant. O
mente porque envolve a remoção Os materiais típicos para mol- material é um aço endurecido AISI
de grandes volumes de metal den- des para injeção de termoplásticos H13 para matriz para trabalho a
tro de tolerâncias estreitas quanto e termofixos são os aços-ferramen- quente
a geometria e acabamento super- ta trabalhados a frio, incluindo
ficial das peças processadas. Além AISI P20, AISI P6, AISI 01 (en- das em matrizes. Raios de 0,25-3
disso, os aços-ferramenta usados durecido a óleo) e AISI S7 (resis- mm são comuns nas cavidades das
neste segmento industrial são mui- tente a choques), sendo também matrizes e muitas delas precisam
tos e bem diferentes uns dos ou- aplicáveis alguns aços inoxidáveis, de ângulos cônicos na faixa de 0,5-
tros. ferros fundidos cinzentos e aços- 5° para permitir a remoção das pe-
Para matrizes de forjamento e ferramenta trabalhados a quente, o ças. A precisão dimensional neces-
fundição, a escolha geralmente re- que faz saltar à vista o fato de que sária pode ser de até ± 5 µm e a
cai sobre os aços-ferramenta tra- a ampla variedade de materiais precisão posicional das cavidades
balhados a quente que podem su- para moldes reflete a diversidade é da mesma ordem de grandeza,
portar as temperaturas relativa- dos próprios plásticos que são pro- para garantir que não haja nenhum
mente altas envolvidas nestes pro- cessados. A faixa de dureza típica ressalto entre as faces macho e fê-
cessos, onde se incluem os aços-fer- de tais aços no momento da usina- mea de um conjunto de matriz. Em
ramenta trabalhados a quente à gem é de 32-58 HRC. muitos casos é necessário um va-
base de cromo (AISI H13, por Uma diversificada gama de for- lor de acabamento superficial de
exemplo) e à base de tungstênio matos e tamanhos de cavidades é Ra 1 µm.
(como o AISI H21). Algumas ligas produzida pela indústria de mol- Nos últimos 60 anos, a HSM (de
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB
des e matrizes para a produção de High Speed Machining, ou Usina-
Sandvik (Suécia), Divisão Coromant. peças plásticas, forjadas e fundi- gem a Altas Velocidades) foi apli-
cada em uma grande variedade de plo, o fresamento em cópia e de ca- alcançar a dureza necessária) e re-
materiais metálicos e não-metáli- vidades de peças de liga de alumí- tificação de acabamento; ou a usi-
cos, inclusive para a produção de nio típicas da indústria aeroespa- nagem por eletroerosão (EDM, de
peças com exigências bastante es- cial para rapidamente remover Electrical Discharge Machining,
pecíficas de topografia da superfí- grandes volumes de material. ou Usinagem por Descargas Elétri-
cie, além da usinagem de materiais Para a maioria das peças em cas); ou o uso de ferramental apro-
com dureza de 50 HRC para cima. aço endurecido acima de 30 HRC, priado de cerâmica mista ou de ni-
O termo “Usinagem a Altas Velo- as opções normalmente incluem a treto cúbico de boro policristalino
cidades” se refere, em geral, ao fre- usinagem do material na sua con- (PCBN) para proporcionar uma
samento de topo com altas veloci- dição mole (ou seja, recozido) se- usinagem limitada de cavidades
dades de rotação, como, por exem- guida de tratamento térmico (para cilíndricas/planas.
8 O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 2. 2000
A realização de perfis comple- partir de aços-ferramenta endure- te particularmente em aplicações
xos muitas vezes exige a combi- cidos. Por conta disso, hoje se per- de desbaste de aço totalmente en-
nação dessas opções e, no caso de cebe uma redução significativa de durecido. Para executar a pesqui-
moldes e matrizes, envolve tam- custos e prazos de entrega. sa, a universidade comprou um
bém o polimento manual. Com Há um projeto de pesquisa na centro de usinagem da Matsuura,
isso, os custos de produção podem Universidade de Birmingham, na o FX-5 de alta velocidade (20.000
ser altos e os tempos de entrega Inglaterra, intitulado “Usinagem rpm), que está instalado em sua
excessivamente dilatados. Como com velocidades ultra-rápidas de Escola de Manufatura e Engenha-
resultado dos avanços nas áreas de ligas ferrosas endurecidas” (veja ria Mecânica. (Na página 31 da
ferramentas de corte, máquinas- o box “Projeto de pesquisa: bus- edição anterior de “O Mundo da
ferramentas e tecnologias CAD/ cando o melhor dentro do que é Usinagem”, o artigo “As veloci-
CAM, uma das aplicações mais bom”, na página 8), sobre o fre- dades de corte aumentam e tra-
recentes de HSM é exatamente na samento de topo de moldes e ma- zem benefícios”, contém mais in-
fabricação de moldes e matrizes a trizes com altas velocidades de cor- formações sobre esta máquina).
de balanceamento. Por exemplo, cessidades menos exigentes. Além Este conhecimento levará a uma
G6.3 é apropriado para aplica- disso, foi desenvolvida uma nova melhor compreensão do desgaste
ções onde as velocidades são bai- interface de máquina-ferramenta/ da ferramenta e de aspectos da in-
xas, G2.5 é necessário para se porta-ferramenta, conhecida como tegridade superficial da peça. Os
obter alta qualidade e G1.0 é cone HSK (DIN 69893). Trata-se métodos de medição de tempera-
apropriado para aplicações com de um sistema que tem uma haste tura envolveram o uso de termo-
altas velocidades rotacionais e oca e cuja massa corresponde à pares implantados na ferramenta
exigências de alta precisão. metade da massa de um cone ISO e na peça e medição com raios in-
A maioria dos centros de usi- convencional. Ele apresenta alta fravermelhos.
nagem utiliza uma norma interna- precisão e repetibilidade na troca Os resultados iniciais indicam
cional (ISO297, BS1660 Parte 4) do ferramental e, também, alta ri- que na usinagem de aços endureci-
para o cone de arraste, comumen- gidez e capacidade para transmis- dos com ferramentas de carboneto
te chamado de “cone ISO”. Para são de altos torques. de tungstênio as temperaturas da
aplicações de alta precisão, os ân- Em paralelo ao trabalho des- interface da fresa foram surpreen-
gulos do cone atendem às especi- crito no box “Projeto de pesqui- dentemente baixas, ficando normal-
ficações da norma com relação às sa: buscando o melhor dentro do mente dentro da faixa de 200 a
tolerâncias de ângulo (ISO1947, que é bom”, da página 8, a pes- 300ºC. Esse é mais um dado posi-
BS4500 Parte 5). Essas normas quisa da Universidade de Birmin- tivo que reforça o fato de que o WC
oferecem uma faixa de ‘números gham também investigou os as- pode (e deve) efetivamente ser usa-
AT’ a partir de AT1, para cones pectos mais científicos da HSM, do pelas indústrias para a usinagem
de alta precisão com tolerância como, por exemplo, a medição da de aços endurecidos para a produ-
muito estreita, até AT6, para ne- temperatura na zona de corte. ção de moldes e matrizes.
Fornecedores de máquinas e
Sandvik mostram que união
faz a força
ma das grandes surpresas des- nal Tooling Sales, departamen-
U ta última Mecânica’2000 —
Feira Internacional da Mecâ-
nica, que se realizou em maio,
em São Paulo, SP, é que lá não esta-
va o estande da Sandvik, que em to-
to voltado ao pronto atendi-
mento das necessidades dos
fabricantes de máquinas-fer-
ramentas, entre elas a elabo-
ração de layouts, definição de
dos os eventos deste calibre é de visi- processos de usinagem e estu-
ta obrigatória tanto pelo diferencial dos de tempo e ferramental.
arquitetônico em relação aos demais Onde estava ela? Os estandes
como pelas novidades com que cos- da Romi, Index, Okuma,
tuma receber seus visitantes. Mas a Ergomat, CLG e Mazak que Dorival Cesário, vendedor-técnico, e
Fernando Garcia de Oliveira, supervisor do
Sandivik Coromant não apenas esta- o digam.
OTS, o novo departamento da Divisão
va na feira como também fez ali o Para atender ao aumento Coromant da Sandvik do Brasil, na
lançamento oficial do OTS - Origi- da demanda de serviços por Mecânica’2000
foi Mário Hiroshi Assada, chefe do nós”, comemorou. usinagem vertical Discovery 560,
departamento de engenharia de ven- Assada disse que o mercado fabricado pela Romi, que foi mos-
das e marketing da Indústrias Romi, brasileiro vem passando por gran- trado usinando um molde de inje-
que, no entanto, dez questão de fri- des mudanças, fruto da globaliza- ção de hélice de ventilador, uma
sar que o trabalho entre Romi e Sandvik ção, com a instalação de empre- solução bem típica desenvolvida
sempre existiu. “Já mantínhamos sas internacionais no país. “Tra- pelo OTS em conjunto com o for-
um relacionamento muito bom”, dis- tam-se de empresas habituadas a necedor da máquina e o usuário.
O
dia 18 de maio de 2000 vai uma importância
ficar como uma data de gló- bastante significati-
ria para NMHG Brasil: a pri- va especialmente na
meira empilhadeira Yale pro- redução dos tempos
duzida nas dependências da filial de produção con-
brasileira da Nacco Materials Hand- quistada. “Há uma
ling Group, empresa de origem nor- cooperação muito
te-americana proprietária das mar- grande do corpo téc-
cas Hyster e Yale, foi embarcada nico da Sandvik com
para a indústria Manicraft, de São os nossos planos e
Paulo (SP), que produz papel ondu- projetos”, diz ele,
lado. O fato significou o êxito de um destacando a atua-
longo processo de análises e estu- ção de Mário No-
dos de viabilidade para a produção gherotto, vendedor-
da linha Yale nas mesmas instala- técnico que presta
ções onde já eram produzidas as atendimento sema-
empilhadeiras Hyster e do investi- nal à NMHG e que
mento de US$ 2 milhões para a mo- teve participação
dernização do parque fabril, que in- ativa nos estudos,
cluiu a compra de um centro de usi- “sugerindo ferra-
nagem, um torno CNC, uma máqui- mentas, soluções e
na de corte a laser e uma prensa vi- procedimentos que
radeira hidráulica CNC. contribuíram para
Para o sucesso do empreendi- viabilizar o projeto
mento foram fundamentais os estu- de nacionalização”.
dos que culminaram com a naciona-
lização de 13 itens até então impor- A maestria das
tados já usinados, entre eles a car- soluções — Cinco for-
caça do diferencial, o eixo de dire- necedores de ferramentas
ção e o tambor de freio. A produção foram convidados a
local só seria justificada se houves- apresentar propostas para
se a redução dos custos de produ- o projeto de nacionaliza-
ção, no mínimo igualando-os aos ção dos 13 itens “e a
preços obtidos no mercado externo. Sandvik foi escolhida de-
Era um desafio e tanto, mas a em- vido aos seus produtos de
presa saiu a campo em busca da alta tecnologia e à exce-
melhor solução. E a encontrou numa lente prestação de servi-
Ao todo foram desenvolvidas 12
já antiga e sólida parceria. ços”, conta o supervisor de métodos ferramentas especiais para a
“Nossa relação com a Sandvik e processos, Hélio Silvestre, ressal- NMHG, mas a relação de
Coromant vem de longe e sempre foi tando que também foram importan- ferramentas usadas pela empresa é
muito construtiva”, afirma o diretor tes na decisão da NMHG os cursos quase uma lista dos mais recentes
lançamentos da Sandvik Coromant,
gerente da NMHG do Brasil, Álvaro oferecidos pela empresa e o treina- pois o que se buscava era a redução
da Silva Sousa, que credita a isso mento do pessoal da produção so- dos custos de produção
rígido e de alta repetibilidade. “Com as fresas CoroMill R245, R290, sidade de uma fresa tipo abacaxi e
o Capto pode-se fazer o intercâm- R390 e N331.32 também merecem uma fresa de topo tipo caracol, re-
bio de ferramentas entre uma má- destaque. “A performance da famí- duzindo o tempo de operação.
quina e outra, mantendo-se dois ou lia CoroMill é excelente, e, só para Já a broca Delta Drill, que per-
três cabeçotes de fresar, e quando se ter uma idéia, basta dizer que com mite abrir furos com tolerância de
as pastilhas se desgastam basta a R245 estamos trabalhando a 0,04 mm, descartou o uso posterior
substitui-los, pois o pré-set sempre velocidades de corte que vão a até do alargador. Isso foi muito bom,
será o mesmo uma vez que a sua 370 m/min em ferro fundido e com mas os ganhos não param por aí
repetibilidade é garantidamente de a R390 fazemos acabamento no — Silvestre cita também o macho
100%”, afirma Silvestre. “A van- mesmo material usinando em corte da Titex Plus. “Antes, a cada três
tagem do Capto é que se ganha em interrompido a 220 m/min”, diz Sil- peças um macho era substituído.
tempo e produtividade”, reforça vestre, acrescentando que o empre- Agora a troca de ferramenta é rea-
Mário Nogherotto. go da R390 na usinagem da carca- lizada depois da usinagem de um
Entre as ferramentas utilizadas, ça do diferencial eliminou a neces- lote de 40 a 50 unidades”. Da linha
O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 2. 2000 21
co da Nacco para empilha-
deiras), cilindros e compo-
nentes hidráulicos. Existem
planos de ampliar o índice
de nacionalização, porém
condicionados à manuten-
ção do projeto da máquina,
que é conceituada no Bra-
sil como de alta durabilida-
de e grande confiabilidade.
Temos muitas empilhadei-
ras Hyster trabalhando há
mais de 20 anos, afirma
Sousa. Além disso, man-
tendo o projeto idêntico ao
das máquinas vendidas no
resto do mundo, a reposição
de peças e sua intercambia-
Agora a linha de empilhadeiras Yale (esquerda) é produzida também na bilidade não serão afeta-
mesma planta que já produzia a linha Hyster das, de tal sorte que se um
cliente comprar uma empi-
básica das duas marcas é zidas localmente e, futura- lhadeira nos EUA e outra no
composta de três famílias: de mente, empilhadeiras movi- Brasil, desmontá-las e mis-
2 e 3 toneladas; de 4 e 5; e das a bateria poderão tam- turar as peças poderá mon-
de 6 e 7. A partir daí, a linha bém passar a constar de seu tar novamente duas empilha-
da Hyster prossegue até catálogo geral de produtos. deiras, explica, e diz que so-
modelos de 45 t, incluindo Hoje, 48% dos componen- madas à economia alcança-
um guindaste para movimen- tes das empilhadeiras produ- da na usinagem, outras ati-
tação de até cinco contêine- zidas no Brasil são importa- vidades foram realizadas vi-
res empilhados. Ambas as dos, incluídos aí motores, sando à redução de custos,
marcas também contam com transaxle (eixo com trans- o que acabou resultando no
versões elétricas não produ- missão, um projeto específi- corte de 20% no custo total.
“D um insight de
como otimizar a
usinagem das
pontas de eixos dos cilin-
dros secadores que com-
e trocar idéias sobre
usinagem. Todas as
vezes que participei
de cursos ou even-
tos na Sandvik eu
põem as máquinas de papel sempre trouxe algo
produzidas pela empresa”. que apliquei na fá-
A frase é de Rubens Bueno brica”.
de M. Filho, técnico de fer- Naquele dia
ramentas da Voith Sulzer, Rubens percebeu
que no final do ano passa- claramente que a
do participou do Coromant Wiper poderia tra-
Day, evento que se con- zer ganhos de pro-
centrou na divulgação da dutividade na ope-
Torneamento de acabamento com a ferramenta Wiper, da Sandvik
tecnologia e da aplicação Coromant. A peça é uma ponta de eixo que integra os cilindros ração de acaba-
de duas novas ferramentas secadores fabricados no Brasil para todas as filiais da Voith Sulzer mento das pontas
da Sandvik Coromant: as em todo o mundo. Com esta ferramenta, a operação tem um tempo de eixos dos cilin-
12 minutos mais curto, o que resulta em um tempo de usinagem
pastilhas alisadoras Wiper total reduzido em 55% em relação ao que era até então obtido dros secadores que
e os bedames CoroCut de são fornecidos às
1 e 2 arestas. mos visualizar uma aplicação imedia- filiais da Voith Sulzer do mundo todo,
Rubens também já havia tomado ta porque, como só produzimos sob que, apesar de também serem dife-
conhecimento da Wiper por meio dos encomenda, praticamente tudo que rentes umas das outras, são todas
catálogos técnicos que Agnaldo Ri- entra na máquina é diferente da peça pontas de eixos. “A condição de for-
bessi, vendedor técnico da linha Co- anterior”, explica. Além disso, nem necedores mundiais do grupo Voith
romant da Sandvik, havia lhe forne- sempre o cotidiano da fábrica permi- nessa linha nos faz perseguir melho-
cido. “Muitas vezes ele nos traz no- te que ele se debruce sobre uma no- rias constantes na fabricação, pois
vidades para as quais não consegui- vidade. Situação distinta da propor- quanto mais derrubamos os tempos
cionada pelo e os custos, mais competitivos fica-
Coromant Day. mos”, explica. As pontas de eixo são
“Lá, durante uma produzidas em aço fundido ou ferro
explanação de fundido GG 25 ou GGG 40, com
meio dia, além peso médio de 400 kg, e têm o diâ-
de um conheci- metro maior em torno de 470 mm e
mento mais pro- o menor próximo de 165 mm, en-
fundo da ferra- quanto que o comprimento varia de
menta, tem-se a 800 mm até 1,5 m, dependendo do
oportunidade de projeto.
Agnaldo Ribessi, vendedor-técnico da Sandvik
(esquerda), com Rubens Bueno de M. Filho, técnico de
ferramentas, e José Imaculado da Costa, supervisor
de produção, ambos da Voith Sulzer. O assunto entre
eles sempre gira em torno de soluções para aumentar
a produtividade no chão-de-fábrica da Voith
Desempenho — Os testes fo- da versão em cerâmica da Wiper, à usinagem com 22 toneladas e de-
ram realizados em um centro de usi- com a qual acredita que será possí- pois de 12 a 13 horas de trabalho sai
nagem Max Müller, onde é dado o vel alcançar um ganho ainda maior. com 12 toneladas. Uma máquina de
acabamento superficial das pontas de “Mesmo numa peça já considera- papel de porte médio é equipada, em
eixo. “Começamos pelas peças em da otimizada, como é o caso da pon- média, com 34 ou 44 cilindros. A
aço, usando uma pastilha Wiper Cer- ta de eixo, são fundamentais esses capacidade de produção da Voith
met numa operação até então efetua- ganhos de performance”, explica Sulzer é de um cilindro/dia.
da com pastilhas DNMG, também da Rubens, contando que há três anos No momento, estão sendo estuda-
Sandvik, e o resultado foi mais que cada ponta de eixo era usinada em das outras aplicações para as pasti-
satisfatório: ganhamos 12 minutos na em média em oito horas, tempo que lhas alisadoras Wiper na produção da
operação, o que significou uma re- caiu pela metade com a utilização de empresa. “Depois desse primeiro pas-
dução de 55% do tempo de usina- novas tecnologias e processos. “Afi- so, vamos levá-las para as pontas de
gem”, conta Rubens. nal, não podemos perder de vista o eixos maiores, produzidas em outras
Em seguida, comparou-se o de- objetivo da filial brasileira de ser a máquinas, e também para as tampas,
sempenho de uma Wiper de metal fornecedora exclusiva da linha de ro- onde se encaixam as pontas de eixos”,
duro com uma pastilha de cerâmica los e cilindros para as unidades da adianta Rubens, que para isso conta-
no acabamento superficial da ponta Voith em nível mundial”. rá com o apoio do vendedor-técnico
de eixo em ferro fundido. Mais uma Peças de grande porte, os cilin- da Sandvik Coromant. “De tanto par-
vez o resultado surpreendeu: o tem- dros secadores têm diâmetros de até ticipar das nossas atividades, hoje ele
po de usinagem caiu em 40%. “Com 1,8 m e comprimentos que podem va- já sugere as ferramentas que podemos
a Wiper cheguei à rugosidade que ne- riar entre 3 e 11 m. Para usiná-los, a usar em determinada peça com um
cessito, em termos de projeto, e que Voith Sulzer conta com um torno ver- elevado índice de acerto, o que facili-
já alcançava com a cerâmica, só que tical especial Dörries, considerado o ta muito nosso trabalho”, diz Rubens.
num tempo melhor. Ou seja, aumen- maior da América Latina, com capa-
tei os avanços e cheguei à mesma ru- cidade para peças de até 12 metros Liderança — A Voith Sulzer
gosidade”, comemora Rubens, que de altura. Para se ter uma idéia, um lidera o mercado de máquinas para a
diz estar aguardando o lançamento cilindro de 9 m, por exemplo, chega produção de papel no Brasil. Desde
24 O Mundo da Usinagem – Sandvik Coromant do Brasil - 2. 2000
Além de modernizar e “Como nossa planta é
reorganizar suas empresas no
muito grande e tem um
Brasil, a Voith também
investiu em processos bom potencial, quere-
avançados de produção, o que mos avançar”, adianta
lhe deu mais competitividade. Massera. Avançar, no
À esquerda, uma operação de
torneamento sem refrigeração
caso, significa a con-
e, abaixo, com refrigeração — quista da qualificação
ambas as operações são COM e COP também
realizadas com ferramentas para outras linhas
da Sandvik Coromant
além das de cilin-
dros secadores e ci-
lindros Yankee (ci-
1967, quando forneceu para lindros-base para
a Cocelpa a primeira máqui- as máquinas que fa-
na completa produzida lo- zem papel absor-
calmente, a filial já forneceu vente), de até 4,5 m
121 máquinas (59 exporta- de diâmetro por
das), além de 13 máquinas 4,25 m de largura.
desaguadoras de celulose. Na esteira da vi-
Da produção atual de papel rada na área organi-
no Brasil, 80% dos papéis zacional veio a alta
de escrever e imprimir são nos negócios: “A pre-
produzidos por máquinas visão de faturamento
Voith, assim como 30% dos para este ano fiscal
papéis tissue (absorvente), 40% dos Hydro, Voith Turbo e Voith Service (outubro/setembro) é 30% maior que
papéis especiais e 30% dos papéis — empregavam 6 mil pessoas e tra- o do exercício anterior”, comemora
cartão e de embalagem. “Além dis- balhavam em três turnos, todos os Massera. Aliás, a comemoração co-
so, 80% da produção nacional de ce- dias, 24 horas/dia. Produziam desde meçou cedo: 70% deste total já se en-
lulose saem de máquinas fornecidas peças de apenas 200 g até rotores de contravam em carteira no final do se-
pela empresa”, informa o gerente in- 300 t, mas o alto custo de um leque gundo quadrimestre. Cerca de 80%
dustrial, Claudio Massera. tão amplo forçou a reorganização do faturamento são provenientes de
A Voith Sulzer tem capacidade visando à competitividade. Hoje, to- exportações.
produtiva de 27 mil horas/mês na das as unidades empregam cerca de Se no exercício passado a Voith
parte fabril (caldeiraria, usinagem e 1200 pessoas, depois que se iniciou, Sulzer São Paulo esteve totalmen-
montagem) e emprega cerca de 900 em 1993, um processo rigoroso de te empenhada na prestação de ser-
pessoas, 320 delas atuando na área terceirização e desenvolvimento de viços para as outras unidades do
operacional.Segundo Massera, a fornecedores para a produção das grupo, no atual concretizou a ven-
planta brasileira está montada para peças de pequeno porte. da de duas máquinas completas —
produzir máquinas completas de pa- Enxuta e competitiva, a Voith uma para a Austrália e outra para
pel, incluindo os equipamentos de Sulzer São Paulo passou a ser Cen- o Chile. Claudio Massera conside-
preparação de massa, da pasta de tro de Competência em Manufatura ra essa última um grande desafio.
celulose, mistura, refinamento, todo (COM) em cilindros secadores, ou “O cliente nos entregou o terreno e
o processo de reciclagem e também seja, podia fabricar e fornecer para vai receber a planta pronta para
os serviços de manutenção dos equi- todo o grupo, e a partir de maio foi produzir papel, incluindo a parte ci-
pamentos de máquinas de papel. classificada também como Centro de vil, vias de acesso, jardinagem,
Em 1992, as unidades da Voith Competência de Projeto (COP), res- tudo. É a primeira vez que uma uni-
localizadas no Brasil — Voith Sulzer ponsável pelos projetos desses cilin- dade do grupo Voith assume um
Paper Technology, Voith Siemens dros. Mas não deve parar por aí. compromisso nesse nível”.
Gestão — A Voith Sulzer ini- cado. “Esperamos colher os primei- deles o máximo de benefícios”.
ciou recentemente o processo de im- ros resultados dessa implantação a Formado em engenharia mecâ-
plantação do projeto de gestão indus- partir de setembro”, diz Massera. nica e trabalhando há 20 anos na
trial Total Productive Maintenance O sucesso de projetos como este Voith, Massera já participou de
(TPM), que abrangerá desde o pro- depende também de uma maior apro- cursos na Sandvik Coromant
jeto até a entrega do produto. Desen- ximação entre a empresa e seus for- quando, em 1993, assumiu a ge-
volvido no Japão, o TPM visa a eli- necedores de produtos, peças e ser- rência responsável pela linha de
minar as perdas no processo produ- viços, segundo Massera. “Quando usinagem de turbinas e teve que
tivo e melhorar as condições de tra- não há um bom entrosamento entre burilar seus conhecimentos sobre
balho, capacitando os funcionários a as partes logo surgem críticas dentro técnicas de fresamento e de tor-
atender melhor as exigências do mer- da fábrica”, comenta, ressaltando que neamento. Desde então tornou-se
com a Sandvik isso um incentivador da participação
não existe. “Esta é dos funcionários da Voith nos cur-
uma parceria real- sos promovidos pela Sandvik e re-
mente muito afinada centemente promoveu uma reci-
em que a confiança clagem de conhecimentos na área
se sobrepõe a qual- de ferramentas para todo o pes-
quer outra questão. soal do chão-de-fábrica da empre-
A Sandvik não se sa, envolvendo inclusive pessoas
preocupa só em ven- que passaram anteriormente pelo
der: faz desenvolvi- curso. “Esses cursos sempre tra-
mento e treina os zem algo novo e permitem que
usuários, mostrando sejam visualizados os valores en-
Claudio Massera, gerente industrial da Voith Sulzer.
qual a melhor manei- volvidos, as performances e toda
“A filial brasileira foi a primeira do Grupo
a fechar um contrato para a entrega de uma planta ra de utilizar seus a tecnologia que está por trás das
completa para a produção de papel” produtos para tirar ferramentas”, justifica.
fixação por rosca é a solu- duzidos em tais operações também Os machos de corte
No rosqueamento laminado a
frio, o ponto mais alto do filete do
é a maneira de realizar a conexão Isso tudo não pode ser subestima- macho é pressionado para dentro do
entre duas ou mais peças. do quando da análise do tempo total material a ser usinado. O macho en-
Na grande maioria dos casos, as de produção, principalmente no mun- tra no pré-furo em movimento espi-
roscas têm sido até agora produzidas do de hoje, em que a crescente con- ral da mesma maneira que o macho
pelas operações tradicionais de ros- corrência internacional exerce uma de corte, e o
queamento com machos de corte. Es- forte pressão sobre as indústrias, que, material cede
pecialmente em materiais de cavacos para não perderem o passo, estão diu- e “flui” por
longos e também em roscas mais pro- turnamente procurando meios de re- entre seus fi-
fundas, sempre há o risco de quebra duzir seus custos/preços e melhorar letes forman-
das ferramentas devido à má forma- seus processos de manufatura. E é do, assim, o
ção dos cavacos, arestas postiças e aqui que a Titex Plus entra nesta his- perfil da ros-
outras ocorrências. Os cavacos pro- tória com uma solução que é um ver- ca (figura 1).
dadeiro divisor de águas: de um lado Isso significa
Este artigo foi escrito por Roland Heiler, engenheiro ficam as operações convencionais de que a lamina-
formado pela Universidade de Darmstadt, que é Gerente
de Desenvolvimento de Produtos na Área de rosqueamento e, de outro, estão as ção a frio é Figura 1
Rosqueamento da Titex Plus - Frankfurt (Alemanha).
O material flui por
Co-autor: Marcos Soto, Gerente Regional de
operações em que os cavacos sim- um processo entre os filetes do
Vendas da Titex Plus no Brasil. plesmente não existem. de transfor- macho
paralisasse o trabalho entre eles. Do blank até a peça “A abordagem celular para a
Mais uma vez o ferramental acabada em apenas usinagem de uma gama tão am-
Coromant Capto foi recomendado, 50 segundos pla de peças está sendo altamen-
pois um tempo mínimo de máqui- te bem-sucedida, mas exigiu que
na parada na troca de ferramentas Desde a instalação, o recurso de nossa escolha de máquina e fer-
é essencial. De qualquer forma, carregamento automático tem fun- ramental fosse muito cuidadosa”,
como os dados de corte e o con- cionado muito bem — os tempos conta John Shore, engenheiro de
trole eficaz do escoamento de ca- médios de ciclo, por exemplo para produção sênior da Quinton Ha-
vacos ainda eram uma área que um pino esférico, são de 50 segun- zell. “O ferramental Coromant
merecia toda a atenção, a solução dos desde o blank até a peça com- Capto proporcionou uma combi-
dada pela Coromant foi o uso das pletamente acabada. As esteiras nação excepcional de flexibilida-
suas mais recentes pastilhas para transportadoras que, a partir das de e eliminação do longo tempo
torneamento, da série T-Max U, máquinas Quick Turn, levam as pe- de máquinas paradas durante o
específicas para usinagem de pre- ças usinadas para a fase de acaba- ajuste das ferramentas, e o nosso
cisão. Os testes de prova em ou- mento têm versatilidade suficiente receio de que o escoamento de
tras máquinas tiveram excelentes para direcioná-las a operações adi- cavacos poderia prejudicar a per-
resultados, o que significou o si- cionais, principalmente a rolagem formance da célula de alta velo-
nal verde para que o sistema de de roscas, e o temido problema de cidade foi afastado pela perícia
fixação e os dispositivos da torre escoamento de cavacos nas áreas da Coromant ao nos indicar as
fossem projetados e os try-outs de trabalho efetivamente não teve ferramentas adequadas e a corre-
minimizados. vez nessa história. ta aplicação das pastilhas”.
_____ Centros de usinagem CNC _____ Brochadeiras CNC _____ Afiadoras CNC
_____ Tornos CNC _____ Rosqueadeiras CNC _____ Outras máquinas CNC
_____ Fresadoras CNC _____ Mandriladoras CNC de usinagem de metais
_____ Furadeiras CNC _____ Brunidoras CNC (desbaste/acabamento)
Quais assuntos você gostaria que também fossem abordados por “O Mundo da Usinagem”?
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Você aproveita o que as
novas pastilhas
oferecem à sua
produção?
I
ças são usinadas com pastilhas de
te competitivas porque deram derar que elas só são boas se as ares- metal duro, as quais foram desenvol-
uma atenção especial aos suces- tas de corte com as quais estão equi- vidas a partir da década de 50, quan-
sivos desenvolvimentos na área padas também o são. do começaram a substituir as ferra-
de usinagem. Se de um lado há avan- O torneamento de aços sempre foi mentas soldadas. Essa mudança ele-
ços crescentes quanto a capacidade, uma das operações mais freqüente- vou a velocidade de corte de 80 para
qualidade, controles e todos os ou- mente realizadas na indústria de ma- 110 m/min e as faixas de avanço tam-
tros parâmetros de máquinas que são nufatura. Há muitas peças produzidas bém passaram a ser mais altas.
suficientes para as exigências de pro- com diferentes tipos de aços tanto em As indústrias que estiveram à
Este artigo foi produzido pela equipe técnica da AB
lotes unitários quanto de produção em frente dessa mudança — disponí-
Sandvik (Suécia), Divisão Coromant. massa e quase sem exceção essas pe- vel a qualquer um, dia e noite — se
GC 4000:
melhores por
dentro e por fora
principal é a melhor identificação do mecânicas. Veja alguns exemplos: celente resistência ao desgaste desde
desgaste das arestas. • Vários cortes interrompidos po- que o corte seja contínuo, sem varia-
Se o desgaste da pastilha é gerado dem levar a pequenas trincas térmi- ções, mas tão logo as variáveis da
em um corte contínuo, como no tor- cas no revestimento, que reduzem sua operação comecem a causar descon-
neamento longitudinal de uma barra robustez e durabilidade. tinuidades a cobertura passa a correr
longa, a resistência ao desgaste (vida • Os materiais pastosos das peças o risco de se deteriorar, uma vez que
útil) é amplamente determinada pela podem reter partes da cobertura tal pastilha não foi desenvolvida para
espessura das camadas da cobertura. quando a aresta deixa o corte. lidar com todos esses fatores diferen-
A maior parcela das operações, no • O martelamento de cavacos é pre- tes de usinagem considerados aqui.
entanto, é constituída de cortes dife- judicial na medida em que a cobertura Além disso, a capacidade para supor-
rentes, como perfilamento, facea- se quebra no decorrer da usinagem. tar essas alterações varia considera-
mento, cortes interrompidos e ou- • Uma pequena deformação pode velmente de pastilha para pastilha,
tros, o que submete a pastilha reves- levar a trincas na cobertura. mesmo que elas pareçam ter a mesma
tida a diferentes cargas térmicas e Uma pastilha revestida pode ter ex- construção de camadas.
A série de classes GC 4000 de pastilhas para torneamento de aços está sob desenvolvimento e análise contínuos,
em sintonia com as exigências dos usuários e as mudanças dos ambientes das fábricas. Sua área de aplicação
abrange pelo menos 95% das operações industriais no mundo todo. Fatores como tolerâncias e desenhos das
peças, novos desenvolvimentos e variantes de máquinas, que são mais estáveis com velocidades mais altas do
fuso, e menor monitoramento direto da usinagem deram o perfil das novas classes
O torneamento de acabamento de A área de aplicação da usinagem As pastilhas ISO P35 devem ter
aços é uma operação típica da média, centrada na norma ISO aresta de corte robusta para lidar
área ISO P15. As pastilhas para próximo da P25, é ampla e exige com as exigências dos cortes
isso devem ter, além de alta das pastilhas uma alta capacidade pesados, das cascas forjadas, dos
resistência ao desgaste, também para uso geral, prioritariamente. A cortes interrompidos, entre outros.
alta resistência à deformação melhora das condições das As novas classes para essa área
plástica e a escamações ferramentas durante os últimos típica do desbaste proporcionaram,
anos possibilitou às modernas no entanto, também uma maior
versões dessas pastilhas terem um resistência ao desgaste para a
nível mais elevado de resistência ao manutenção dos níveis de
desgaste que as anteriores produtividade com alta segurança
Elas resistem ao alcançado por meio dos novos pro- do otimizada propicia uma melhor
desgaste contínuo cessos de revestimento, em que a es- performance.
e descontínuo trutura da cobertura pode ser con- Antes, uma estrutura não-unifor-
trolada e modificada para se obter me, grosseira, significava um alto
As coberturas das novas classes diferentes propriedades. Seu com- grau de incerteza sobre o comporta-
4000 possuem excelente resistência portamento é, no entanto, também mento dos revestimentos em traba-
tanto ao mecanismo de desgaste con- dependente da combinação entre ela lho nas suas respectivas áreas de
tínuo quanto ao descontínuo. Isso foi e o substrato de metal duro, que, sen- aplicação. Agora, os níveis de per-
formance de materiais para cober- quecida próxima da superfície. Essa sultado disso é que a faixa de apli-
tura, como o óxido de alumínio, por zona auxilia a prevenir a propaga- cação, determinada pelas proprieda-
exemplo, já estão bem estabelecidos, ção de trincas da superfície, resul- des da deformação plástica e tena-
otimizando as suas excelentes pro- tando em melhores propriedades de cidade, foi ampliada.
priedades básicas. O substrato de tenacidade da pastilha. Como a zona A sinterização do gradiente tem
metal duro para as classes GC 4000 ligante enriquecida é muito fina, a sido uma prática comum para as
é um gradiente sinterizado com uma resistência da pastilha à deformação classes de usinagem média e de des-
fina fase ligante em uma zona enri- plástica não é muito afetada. O re- baste para as áreas P25 e P35, mas
não para a P15. O motivo é que a classe GC 4015 propiciou uma zona amplas. Entretanto, os desenvolvi-
maior concentração de ligante na de gradiente capaz de suportar tem- mentos recentes a colocaram em no-
zona da superfície tem sido prejudi- peraturas de usinagem consideravel- vos níveis e levaram a uma melhor
cial na usinagem em que ocorrem mente mais altas. zona de superfície. Em conjunto com
altas temperaturas, típicas das ope- Não há novidade nenhuma quan- uma interação muito melhor entre o
rações da área P15, de maneira que do se fala da técnica de sinterização substrato e a cobertura, também fo-
a zona fina do gradiente fica local- do gradiente, pois já faz alguns anos ram estabelecidas propriedades me-
mente deformada. Entretanto, o de- que ela foi aplicada na obtenção de lhores e mais precisas do substrato
senvolvimento do material da nova classes com faixas de aplicação mais da pastilha, além de uma redução sig-
nificativa de certas tendências do
A nova classe GC 4015 para
acabamento de aços representa um substrato à deformação em proces-
novo e grande passo no sos onde há altas temperaturas.
desenvolvimento de materiais de A segunda geração das classes
corte. Graças à nova tecnologia de
sinterização do gradiente, o
GC 4000 para torneamento de aços
substrato é capaz de suportar suporta consideravelmente melhor os
temperaturas consideravelmente fatores de desgaste tanto contínuo
mais altas e a pastilha é menos quanto descontínuo e esta é uma ca-
propícia à deformação plástica. A
zona da superfície mais tenaz, racterística excelente dentro do seu
próximo à primeira camada do perfil de performance. Isso só foi pos-
revestimento, proporciona maiores sível com a realização de pesquisas e
níveis de robustez da aresta,
desenvolvimentos intensivos que in-
resistência a trincas térmicas e um
efeito inibidor de trincas em operações mais exigentes. As mudanças na troduziram mudanças na estrutura do
estrutura das coberturas e a melhor interação entre elas e o substrato revestimento, e, também, na sinteri-
acrescentaram algo a mais à nova geração GC 4015, que tem um nível de zação do gradiente do substrato da
capacidade bem superior ao da classe anterior, cuja denominação
permanece a mesma. Esta é também a primeira classe para acabamento de
pastilha e na interação entre o reves-
aços que tem propriedades desenvolvidas para uma adequação direta à timento e o substrato.
usinagem sem refrigeração As designações das novas classes
atendimento às rigorosas exigências Os trabalhos de desenvolvimento geral. As pastilhas que aqui se in-
quanto à adesão das camadas ao da nova GC 4015 resultaram em um serem são a primeira escolha de
substrato e à resistência ao desgaste. substrato com núcleo mais duro po- muitas fábricas quando do plane-
Convencionalmente, quanto mais es- rém superfície mais tenaz, exclusiva jamento do ferramental a ser apli-
pessa é a camada, mais resistente ao no que se refere a classes para aca- cado na usinagem de uma peça de
desgaste de flanco é a aresta, mas o bamento em operações de torneamen- aço, pois elas têm um alto nível de
preço que se tem que pagar por isso to de aços. Antes, a sinterização do performance em uma gama muito
é uma menor tenacidade. gradiente normalmente gerava uma grande de aplicações. Comparativa-
Para ampliar sua faixa de apli- zona de superfície mais macia e, por- mente, é necessária uma maior ro-
cabilidade, a GC 4015 superou al- tanto, mais sujeita à deformação, al- bustez da pastilha, mas hoje as exi-
gumas dessas antigas limitações. terando negativamente a microgeo- gências incluem alta resistência a
Um exemplo é que, por ser capaz metria da aresta de corte. vários tipos de desgaste resultantes
de suportar mais calor, ela foi con- Quanto à tecnologia de materiais da usinagem de aços. Também aqui
sideravelmente melhorada para e processos de fabricação de metal os corte contínuos e interrompidos
proporcionar melhor performance duro para o aperfeiçoamento da GC devem ser gerenciados com níveis de
em operações onde a resistência ao 4015, basta dizer que ela permitiu que segurança satisfatórios, uma vez que
desgaste e à deformação plástica se pudesse aumentar em 20% a velo- a área se sobrepõe consideravelmen-
era até agora limitada pela veloci- cidade de corte usualmente pratica- te às aplicações P15.
dade de corte. da com a antiga classe líder, que ti- Essa classe de metal duro com co-
As camadas mais espessas de re- nha o mesmo nome. Efetivamente ela bertura para usinagem média em tor-
vestimento — com melhor resistên- passou a oferecer novos e exclusivos neamento também se baseou em uma
cia a escamações — basicamente níveis de performance que, para as combinação completamente nova do
proporcionam maior resistência ao indústrias usuárias, se traduzem em revestimento, do substrato e do pro-
desgaste e o substrato mais duro ga- uma arma formidável na luta por me- cesso de sinterização, ganhando ní-
rante a resistência à deformação nores custos de produção. veis mais altos de capacidade para
plástica. A zona tenaz da superfí- resistir ao desgaste tanto em cortes
cie (gradiente) propicia robustez e • A P25 — A faixa de tornea- contínuos quanto intermitentes e ní-
resistência a tendências de lasca- mento centrada na ISO P25 repre- veis maiores de segurança.
mento, e, adicionalmente, age como senta a maior área de aplicação de A melhora provavelmente é mais
um inibidor de trincas em operações pastilhas e o maior volume de ope- visível quando da usinagem de aços
mais exigentes. rações realizadas pela indústria em cementados, em que o baixo teor de
locidades de corte e a realizar usina- ta a aresta de corte, provocando sua pressão da aresta), dependendo das
gem sem refrigeração. deformação plástica. A aresta pode condições de corte. O mecanismo de
Convencionalmente, o calor ex- ser pressionada para dentro (impres- impressão via de regra se inicia com
cessivo gerado no torneamento afe- são da aresta) ou para baixo (de- uma distorção leve da aresta, que
então progride rapidamente devido volume da aresta de corte da pas- • As novas classes são otimiza-
ao subseqüente aumento do atrito, tilha, que é plasticamente deforma- das para se sobreporem umas às ou-
o qual causa mais calor e assim por da. A aresta é pressionada para tras de tal forma que a queda de per-
diante. Tal mecanismo de desgaste baixo até que não possa mais rea- formance seja evitada quando as exi-
é confundido com freqüência com o lizar a ação de corte e, em segui- gências de usinagem estão no limite
desgaste de flanco. da, se quebra. As GC 4000 agora da área de aplicação de uma delas.
A depressão afeta um grande estão imunes a isso tudo. A fratura da aresta (toda a aresta