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A GRANDE FAZENDA
“E ele repartiu por eles a fazenda.”
JESUS-LUCAS, 15:12
A natureza é a fazenda vasta que o Pai entregou a todas as criaturas. Cada pormenor
do valioso patrimônio apresenta significação particular. A árvore, o caminho, a nuvem, o
pó, o rio, revelam mensagens silenciosas e especiais.
É preciso, contudo, que o homem aprenda a recolher-se para escutar as grandes vozes
que lhe falam ao coração.
Eis a razão pela qual o trabalho de Casimiro Cunha se evidência com singular
importância. O coração vibrátil e a sensibilidade apurada conchegaram-se a Jesus, para
trazer aos ouvidos dos companheiros encarnados algumas notas da universal sinfonia.
Esta cartilha amorosa relaciona, em rimas singelas, alguns cânticos da fazenda divina
que o Pai nos confiou. Envolvendo expressões na luz infinita do Mestre, Casimiro dá
notícias das coisas simples, cheias de ensino transcendental. No relatório musicado de
sua alma sensível, o milharal, o pântano,a árvore,o ribeiro,o malhadouro, dizem alguma
coisa de sua maravilhosa destinação,revelando sugestões de beleza sublime.É o ensino
espontâneo dos elementos,o alvitre das paisagens que o hábito vulgarizou,mas se
conservam repletas de lições sempre novas.
EMMANUEL
3
A FAZENDA
E’ hora de trabalhar.
combate-se os vermes
Há cantares da moenda,
Entretanto, se o programa
Em breve,a propriedade
Serpentes invadem
Procurando o lavrador.
Esquecida e enferrujada,
A casa desprotegida
Prossegue em derrocada.
A zona particular
O DIA
De sentimentos mesquinhos,
Em cânticos de trabalho.
Do espírito de serviço.
Na esfera da eternidade.
6
se esconde de mansinho!
Deixemo-la sepultada
Se queres felicidade
Em paz e sabedoria,
Evita as indecisões,
O SOL
Se queres tranqüilidade,
Convém a observação
Do trabalho e do otimismo.
E amando os lares e os
os pântanos do caos,
Encontrando o homem do
A Providência Divina.
9
A FAXINA
A higiene determina
O movimento de alerta.
E’ o asseio proveitoso
Expulsando o pó de ontem
No polimento ao soalho,
Ao lado de espanadores
E renova-se a paisagem
A água cariciosa
Os livros desafogados
Convidando ao pensamento
A limpeza efetuada
Multiplicando as estradas
De esforço e sabedoria.
Na linguagem da caserna,
Na dor e na inquietação,
O LIXO
Na defesa da saúde.
Contemplando o movimento,
Em plano de utilidade.
Queridas e preciosas.
Ornatos apodrecidos,
Escuro e pernicioso,
A bênção da vassourada.
Na esfera de ensinamento
O lixo personifica,
Os cestos do esquecimento.
13
A BÚSSOLA
Em região solitária,
A todos os viajores
A bússola é necessária.
Atende, silenciosa,
E trevas de nevoeiro,
Se palpita a inquietação,
Traduz generosamente
O conforto e a direção.
Em meio a vacilações,
Significa o resumo
De grandes consolações
A bússola generosa
Da romagem terrenal,
Do rumo espiritual.
A bússola do Evangelho.
15
O MAPA
A qualquer expedição,
Servindo à orientação.
E’ a força da experiência
Sofrimentos, sacrifícios,
Gemeram desconhecidas...
O espírito estacionário,
Paralítico, inferior,
Desconhece-lhe o valor.
16
Consulta e atende ao
Sabendo-se viajor
lhe a experiência.
O roteiro do Evangelho
Em nossa oportunidade.
Estamos a percorrer
As sendas da eternidade.
17
OS CAMINHOS
E’ convite carinhoso
E’ sugestão de bondade,
Os bens da fraternidade.
E’ a chave silenciosa
A avenida na cidade,
Se o caminho é do trabalho
No labor do ganha-pão,
De muita satisfação.
18
Da Providência Divina.
esqueceu ninguém,
A FERRAMENTA
O êxito no trabalho,
Depende da vigilância
A enxada laboriosa,
Benefícios e atenções,
Desvelos e condições.
E limpeza na panela.
20
Descuidada a ferramenta,
Inclina-se à negação
Às sombras da confusão.
Instrumento corrompido
O problema do utensílio,
O CARRO
Esforços de vigilância.
As lições da Natureza,
O carro é prestigioso,
Preservando-se do abuso.
De quando em quando, é
atenção, cuidado.
22
Requisitam provisões;
Remedeia inquietações.
No desastre da loucura.
À desídia do cocheiro,
Resvala ao despenhadeiro.
O homem, na humanidade,
E’ o viajor desmandando As
luzes da eternidade.
A experiência é a viagem,
O FIO
Na verdade, é companheiro
É matéria indispensável.
E entre as dádivas do
Entretanto, é alguma
No espírito do trabalho,
E’ tesouro do caminho,
Observando-o, recordo
As glórias e finssupremos,
A SEMENTE
A semente pequenina
E’ minúscula, e somente
No campo de plantação.
Abandonada ao monturo,
A semente é a garantia
Do edifício do futuro.
26
Remédio, alimentação.
Ao senso da criatura,
Responde à semeadura.
Laranjeira dá laranja,
Macieira dá maçã,
As sementes ignoradas,
Da roça desconhecida,
O CAJADO
Se é prudente e ponderado,
Do concurso de um cajado.
Ultrapassa a obrigação,
A morte e a destruição.
Entretanto, é indispensável,
O bordão é companheiro,
Permanece na defesa
Prestativo, atencioso,
Em todas as latitudes,
Prosseguir e caminhar,
Reparando-se, porém,
A TERRA E O LAVRADOR
A terra e o cultivador
Conserva, no coração,
E o lavrador é o amado,
Pesados desbravamentos,
Humilde, dilacerada,
E’ lama desamparada,
Da Consciência Divina.
E’ o lavrador bem-amado
Da vida e da perfeição.
31
A CONSTRUÇÃO
Conselho à sabedoria.
Primeiramente examina
O local, a posição,
E edifica os alicerces
Devidos à construção.
As vozes da sensatez,
induzem à solidez.
Da janela, do portal,
E escolhe o material.
De matéria condenada;
Seleciona a caráter
O senso da qualidade
Garante-lhe o objetivo.
Na construção do edifício
Da vida espiritual.
O MILHARAL
As chuvas e os instrumentos,
Constantes e absolutos.
34
Pedindo as dedicações
Depois o debulhador,
E o moinho em movimento
E’ um ensino generoso
A elevação de si mesmo.
35
A PLANTAÇÃO
Enorme a preparação,
Às fainas da plantação.
Retirar os espinheiros
E arbustos inferiores.
Limpeza e destocamento.
Em lutas laboriosas,
Cicatrizes escabrosas.
Completando atividades,
Devidas à sementeira.
36
O solo dilacerado
Às tarefas de cultura,
Ao campo da criatura.
Se resumem a teoria,
Discurso e doutrinação.
Da Divina Sementeira
O CAMPO E O JARDIM
Um é a esfera de trabalho
Da vida particular.
Na harmonia inescrutável
No segundo é a criatura,
E’ a vibração do universo,
E’ a bela oportunidade
As penas, as amarguras,
Ao bem santificador.
No campo da humanidade.
A ENXADA
Aperfeiçoa a paisagem,
Obediente e bondosa,
Se há calor de requeimar,
Modesta, criteriosa,
Instrumento valoroso,
Exemplifica no mundo
A PICARETA
No serviço inicial
Aparece, indispensável,
O esforço da picareta.
E’ quase desconhecida
De cada edificação
No trabalho do princípio,
Revela ao trabalhador
Obediência e presteza.
as maiores provas,
Prezando as obrigações.
Humilde, criteriosa,
Obstáculo? Empecilho?
Oposições de rochedo?
A picareta resolve
Na esfera espiritual
Há construções igualmente
A CANGALHA
A nobreza da cangalha.
Convenhamos na prudência
O muar deseducado,
A golpes de grosseria;
Aparentando brandura,
Transborda selvageria.
44
Transforma-se, comumente,
preguiçoso e ladrão.
Comparece orientando,
Honesta, laboriosa.
Ao amigo da indolência,
Em luzes de experiência.
E’ a balança de equilíbrio
O AGUILHÃO
Na esteira da confusão,
Em horas de indisciplina.
Atiram-se à revelia,
O carreiro vigilante
Atende à situação:
Na canícula dourada
A poder de ferroada,
Há revolta momentânea
Buscando os objetivos
caminho de Damasco.
E’ bênção de Jesus-Cristo.
47
A DERRUBADA
E’ o machado formidando
No impulso renovador.
Em terríveis convulsões,
Continua a derrubada
E as árvores vigorosas
As frondes cariciosas.
A invasão do fogaréu;
E’ o termo da derrubada
Pomares e sementeiras,
Surgindo em golpes
O BARRO E O OLEIRO
É um exemplo de bondade
Um sofrimento invencível.
De formosura e valor.
50
Transformada em porcelana.
De sublimes expressões,
Ás vossas habitações.
A CARPINTARIA
A lição maravilhosa
Do seio da natureza,
A forma e a delicadeza.
Ao rumor do maquinismo
O artífice representa
A Inteligência Divina
O esforço de seleção
Efetua-se a capricho;
Sujidades, excrescências,
Na grande transformação
De serviço e perfeição.
As peças e os elementos
Submeteram-se humildes
Na oficina da existência
Precisa submeter-se
Às plainas da experiência.
Recordemos, sobretudo,
Entrega-lhe o coração.
53
A USINA
Se existe o rumor da
Aumentando atividade,
Transforma-se a cachoeira
Em gerador de energia,
Suscetível de criar,
Ao lado da obediência.
54
Do conforto e do progresso.
Bondosa, confortadora,
se Na sublime benfeitora.
A cachoeira incessante,
OS ANIMAIS
Na casa da Natureza, O
A única diferença,
Em nossa situação,
Às vitórias da Razão.
56
Entretanto, observamos
Os princípios sacrossantos
De amor e de inteligência.
No grande armazém do
É bondade e temperança;
De deveres fraternais:
O REGADOR
No trabalho generoso
Atende bondosamente
A toda semeadura.
É o sublime protetor
Os lírios da couve-flor,
Disposto à fraternidade,
E exemplifica a esperança
Em paz e sabedoria.
Amigo da sementeira,
E espera da evolução.
59
A CANGA
De fragrância peregrina.
Na sublime transcendência,
Na Divina Providência.
Se há mistérios da beleza
As forças da Natureza.
Ruído ensurdecedor,
Há flores espatifadas
Em males da ignorância.
60
O sofrimento em conjunto
Toleram-se mutuamente
E aprendem a trabalhar
Às luzes da educação.
De lutas indefinidas,
O BARRICACHO
O animal em disparada
De rumo ao despenhadeiro.
Trabalhos imprescindíveis
Sofreriam dilação,
Antecipando o terror
O montador ou o cocheiro
Recorrem ao barbicacho.
apertura da correia.
62
Espuma sanguinolenta.
Trabalha tranqüilamente
Em falsa compreensão,
Ao invés de trabalhar,
Recebem os linguarudos
As bênçãos de um barbicacho.
63
A MUDA
Sincera admiração.
Açucenas desabrocham
Desdobrando-se em beleza,
Mostrando a maternidade
Experimenta emoção
As árvores generosas,
Às mesas da criatura.
Na abundância indefinível,
Demonstram a Providência
Na bondade inexaurível.
64
Observe-se, porém,
O BOTÃO
Na extrema delicadeza
Da verdura perfumosa,
Destaca-se pequenino
De doce festividade,
No caminho da ansiedade.
Os passos da Natureza.
Do zelo da jardinagem.
66
Na sombra e na claridade,
A golpes de violência.
A nossa compreensão.
É a rosa da experiência,
Em terras do aprendizado.
A PEDRA
Em todas as circunstâncias
Em nossa definição,
Há doses de fantasia
E gestos de ingratidão.
Exemplo de intrepidez,
No campo material
É base de solidez.
A luta e a dificuldade,
Coopera na educação
Se há preguiça e invigilância;
Da cátedra de Jesus,
O TIJOLO
As sugestões do tijolo.
Batido, dilacerado,
Ao peso do amassador,
Do subsolo inferior.
O tijolo pequenino,
Embora a modéstia
É base de fortaleza.
Apesar da pequenez,
A casa da criatura.
A experiência é o tijolo
A LENHA
É sugestão do caminho
E exemplifica a humildade.
De flores e passarinhos.
No entanto, em missão de
Crepitando na lareira.
72
De comentar a esperança.
Morrendo animosamente,
Convertem reminiscências
De novas experiências!...
Da coragem de apagar-se.
73
O DIAMANTE
No serro desamparado
Eliminando os percalços
Sobretudo, é imprescindível
No espírito do trabalho.
Serviço e compreensão,
Ao bem da lapidação.
É a divina descoberta
Da gota de maravilha.
74
Constitui a experiência
De míseros fragmentos
De carbono desprezível
Sublimada e soberana,
A história maravilhosa
Da Consciência Divina.
75
A PÉROLA
Da fortuna dadivosa,
Destaca-se a pescaria
Da pérola preciosa.
Atendem na seleção.
Extremas vicissitudes,
Trabalhos, perigos,
De serviços sobre-humanos,
A descida no mergulho,
Traduz um ato de fé
No esforço do pensamento,
No oceano do Evangelho
Há paz e sabedoria.
Esquece a dificuldade
As pérolas da Verdade.
77
O MÁRMORE
No gabinete isolado
a vida da criatura.
espírito e da beleza.
não se sabe
destino.
o sonho maravilhoso
É a carícia do martelo,
O artista, é o tempo, e o
Te cortarem o coração,
O ESTERCO
Escuros remanescentes
De imundície e esquecimento,
Em triste apodrecimento.
Em outras ocasiões,
No resumo do imprestável,
Da matéria transformável.
80
É derrocada ou monturo,
Doçura e renovação.
Todavia, é necessário
Aproveitemos o adubo,
A COVA
No trabalho peregrino
Assemelha-se à ferida
Da enxada laboriosa.
É o altar da Natureza,
A existência renovada
Em sombra e separação,
De força e imortalidade.
Depois do apodrecimento,
Germinação e esplendores,
Na fartura indefinida...
O campo do cemitério
E o quadro da sepultura.
No plano espiritual.
83
A MINA
Picaretas formidandas,
Procuram localizar
A matéria preciosa.
Constroem-se galerias,
Sofrimentos e agonias.
Acolá, perfuradores,
Na conquista do metal
Calejados na aspereza,
Em toneladas de pedra,
Em provações da coragem,
Em pequena porcentagem.
É mina laboriosa.
O ouro da experiência.
85
A BOA ÁRVORE
A árvore generosa
É imagem da Criação.
As flores, a adolescência,
Repleta de experiência.
No pomo caricioso,
De vida e reencarnação.
Silenciosa na estrada,
86
Na Providência Divina.
Se tomba desamparada
Ao pulso do lenhador,
A FACA
A faca, inegavelmente,
À pessoa descuidada.
No trabalho ruralista.
No serviço ou na reserva.
No esforço de cooperar,
Atendendo eficazmente
Ao lado do sapateiro.
88
Excelente companheira,
No preparo à refeição,
É muito desagradável
No pulmão ou na costela.
Forçoso é reconhecer
A LAVADURA
O esforço da lavadura.
Raramente se recorda,
Na tarefa rotineira,
O trabalho, o sacrifício
Do campo da lavadeira.
Necessário à experiência,
Do concurso do sabão,
Alijando-se a bagagem
De sujidade ou carvão.
90
Transporta-se ao coradouro,
Apurando-se a limpeza.
à água cariciosa,
Requisita paciência,
lembrar ao pensamento
A lavadura precisa
Às roupas do sentimento.
Vivamos tranqüilamente,
O POSTE
Um servidor devotado.
Exemplifica o trabalho.
um chuchuzeiro.
Se há lugarejo às escuras,
92
Em justa necessidade,
Em busca da claridade.
À procura da energia.
Fornecendo informações.
O ANDAIME
Em toda edificação,
Da alheia cooperação.
Se distribua ao serviço
Concurso e material.
É o seguro companheiro,
É um exemplo de serviço,
E um símbolo de humildade.
Ao rebrilhar do edifício,
O trabalho e o beneficio.
O benfeitor olvidado,
Em suas exposições,
Na vida particular...
Indaga-nos a segunda,
O andaime silencioso
A PONTE
O espírito de serviço.
É bondade vigilante.
Sanando dificuldades,
A ponte silenciosa,
O POÇO
Perdendo-se no horizonte.
Em meio à desolação,
A cisterna dadivosa,
Em dimensões diferentes.
De desânimo e fadiga.
98
A CERCA
É um ato de vigilância.
Ou de estacadas singelas,
Precisa de sentinelas.
É cuidadosa, é sincera,
Dá combate à confusão,
É um mundo de ocupações:
Ai de ti se desordenas
As tuas obrigações.
Certamente encontrarás
Calúnias e tentações,
Brutalidades, malicias,
A PORTEIRA
Organizando a divida,
A porteira se encarrega
Da tolerância precisa.
O caminho generoso,
O esforço de vigilância,
A gestos de intolerância
A rigidez na fronteira,
Animais ao abandono?
Necessidades de alguém?
Humilde e silenciosa,
Da cerca criteriosa.
O AÇUDE
Na harmonia inalterável.
Espelho caricioso
Na tarde primaveril.
É a mensagem da prudência
No apelo da Natureza.
Evitando os desperdícios.
104
No organismo inteligente
De suas disposições,
Em todas as direções.
É a vitória da alegria,
Na abundancia do trabalho.
Se o perdulário entendesse
O ensinamento do açude,
Do sossego e da saúde.
É da prudência divina No
livro da Natureza.
105
A CACHOEIRA
No cimo da ribanceira,
Repara na majestade
É cântico de alegria,
Derramando em derredor
A abundancia de energia.
Depois de compreendida,
A cachoeira renova
Retamente aproveitada,
106
É fonte de evolução,
E aprendemos na lição,
De grandeza e dinamismo,
De misérias e discórdia;
De luz e misericórdia.
107
A FLOR
Do Evangelho de Jesus.
A exaltação da preguiça.
O trabalho e a obediência.
Enfeitando os aposentos da
Na miséria ou na opulência,
A alegria harmoniosa
A fé no Pai de Bondade
Ao ritmo da alegria.
109
A MONTANHA
Na solidão da montanha.
A terra amaldiçoada.
Da soledade inclemente.
Na figura da paisagem,
Do espírito de coragem.
Comparada ao movimento
Da aridez e da agonia.
110
O amparo cariciosa
Repleta de solidão,
As planícies morreriam
estéreis e desprezadas.
Todavia, é o sacrifício,
De sua desolação,
O CUPIM
Debalde a vegetação
Se estende em ramaria,
A mesma fisionomia.
O cupim obstinado
Multiplica-se em rebentos,
De tumores pustulentos.
Às forças de produção,
De paz e renovação.
Desolada e ressequida.
112
Estrago, calamidade,
Miséria, esterilidade.
As almas avassaladas
De idéias inferiores.
Sê forte em qualquer
A EROSÃO
Os bens da contemplação,
As surpresas da erosão.
Horizontes luminosos
Na vastidão peregrina!
Misturando-se , à verdura,
Há caminhos de enxurrada,
Na terra dilacerada.
De luta excessiva e
As ulceras da montanha.
De sonho e conhecimento,
De enxurradas e detritos.
O PÂNTANO
O pântano abandonado.
Todo o ar é pestilento
Em sua fisionomia,
É ferida cancerosa
No organismo da paisagem.
E o pântano desolado
Da lama do sofrimento.
O RIBEIRO
Lições de sabedoria.
Em doce fidelidade,
Deixadas ao abandono.
Ensina a perseverança,
Exemplifica o dever.
118
O ribeiro carinhoso
Parece o semeador
As contas desnecessárias.
Na Providência Divina.
119
O GRANDE RIO
Em marcha laboriosa,
Profundo e silencioso
Da grandeza indefinível.
De todos os corações.
Em dores silenciosas,
O LAGO
A golpes de paciência,
Utilizar-lhe os proveitos
As águas estacionadas,
De forças envenenadas .
Protegendo-lhe a limpeza,
É um espelho cristalino
Na estrada da natureza.
O lodo da experiência.
123
O TRONCO E A FONTE
Da bondade de Jesus.
O tronco reconheceu,
De hosanas ao criador,
Levava consolação;
Cantigas de passarinho,
Harmonizando a paisagem.
O MAR
Na expressão profunda e
Em formosura e grandeza.
Milhões de laboratórios,
As larvas e os infusórios.
As almas se modificam,
A oficina do oceano.
Desde os primórdios do
A sua finalidade
É a força da criação.
Protegendo-lhe a missão
Do equilíbrio inalterável.
Esplêndida e solitária,
É o testemunho fiel,
O VENTO
Acaricia a ramagem,
É um fluido caricioso
Amenizando a paisagem.
É o mensageiro bondoso
Profundas experiências.
128
A função do sofrimento
Parece identificar-se
Em nova fecundação.
O turbilhão de amargores
A CHUVA
Calores. Desolação.
Trazendo consolação.
É a bela fecundação
Da natureza divina.
Alimpa-se a atmosfera,
Da inspiração de Jesus.
no pó da ignorância
É falsa compreensão.
A NUVEM
De súbito, experimenta
Doloroso mal-estar.
Na pressão da atmosfera.
Sufoca penosamente.
Em vastíssimos pedaços,
Atritam-se os elementos
Em gotas cariciosas,
A estrada se modifica,
Do infortúnio e da desgraça,
O VAU
No seio da natureza,
Escondendo a profundeza.
A ceder na travessia,
Socorrem-se os viajantes
Do auxílio de embarcação,
Invadem-nas cavaleiros,
ocultar-se ao mundo.
O VAU
No seio da natureza,
Escondendo a profundeza.
A ceder na travessia,
Socorrem-se os viajantes
Do auxílio de embarcação,
Invadem-nas cavaleiros,
ocultar-se ao mundo.
O OÁSIS
Em torno, o despovoado,
Doloroso e comovente.
Nenhuma vegetação,
O quadro é desolador,
Angústias, recordações.
Desfigurando as paisagens,
Arrasta-se amargamente,
Ralado de desventura,
Inclemências do deserto.
oásis desconhecido.
139
A PRAIA
Ao longo da vastidão.
Espalhando a tempestade,
No dorso da imensidade.
Dolorosas inquietudes,
Amarguras, nervosismos...
O esforço do salvamento.
Mergulha-se em pensamento
É a mensagem carinhosa
Cansados de sofrimento!...
Extinguem-se a sombra e a
Na esfera superior.
O mundo desesperado,
A ENCHENTE
Na calma da natureza,
Conquistando as cercanias,
Encaminha-se às baixadas,
A torrente dilatada
Estende a dominação,
Trabalhos e sacrifícios,
Às grandes devastações,
Mosquitos, flagelações.
A abundância generosa
Entretanto, a imprevidência
Reconhecendo a beleza
O poder, a autoridade,
A fortuna, a inteligência,
Da Divina Providência.
A ÁGUA
Os doces mananciais.
De todas as criaturas, És
a fonte de bondade
Aclaras a imensidade,
Na borrasca, no escarcéu,
Da abundância, da limpeza,
És a benção paternal
Da Eterna Misericórdia.
145
O VÔO
De maneira diferente.
As galinhas igualmente,
Queridas e admiradas,
De grande conformação,
Aproveita a elevação
As andorinhas, porém,
Procurando a primavera.
Devorando os horizontes.
As asas da inteligência.
As pombas e as andorinhas.
147
A CAPINA
Tentando a sufocação
Nocivas e desiguais,
De grosseiras ervaçais.
E, se vivem conformadas,
Trazendo-lhe, decidido,
A justa eliminação.
148
A lâmina da energia.
Cultiva diariamente
A PODA
Quando é necessário ao
É dolorosa a tarefa
No pomar esperançoso,
Há dores indefiníveis
Dilacerados ao corte,
Despenham-se amargurados,
Esforça-se a podadeira
E as frondes carinhosas
Sucumbe, desaparece,
Necessita-se igualmente,
Em tempos de desventuras.
O sofrimento é o podão:
O MALHADOURO
Na época dadivosa
Da colheita cor-de-ouro,
É tempo de conduzir
Cereais ao malhadouro
às mãos do tarefeiro,
Aglomerando-se em busca
Da secagem no terreiro
se reserva ao serviço.
A garantia, o futuro,
O lavrador cuidadoso
Organiza providências,
É necessário excluir
As últimas excrescências.
152
Inicia-se a limpeza,
Servidores a malhar,
A alegria de prover
Em nome do criador.
No campo espiritual.
Os restos da ignorância.
153
A LAGARTA
Intromete-se a lagarta
No troco maravilhoso,
O traço predominante
É a nota primaveril.
De minúscula expressão,
Estrago e devastação.
Há sinais de prejuízo.
A lagarta rastejante,
Mostrengo em miniatura,
Dilacerando a verdura.
154
Perfumosas e garridas,
Aparecem deformadas,
O passeio da lagarta,
Da filha da primavera.
Encontramos na lição,
A ARANHA
Escura, silenciosa,
Atendendo ao próprio
Desdobrando movimentos
Pratica perseguições,
Multiplica assassinatos.
Insetos despreocupados,
Na ilusão cariciosa,
Transformam-se em prisioneiros
Da pequena criminosa.
Na luta material,
A BONECA
É a doce futilidade
E, notando a experiência,
No intuito de ensinar.
158
Na esfera da educação.
A boneca inanimada
De lições maravilhosas,
De trabalho evolutivo.
Da infância espiritual.
O REMÉDIO
Saboroso ao paladar.
O melhor medicamento
Se a memória é renitente,
A justa medicação
É preciso o bisturi
Na zona de intervenção.
160
Providência compulsória,
Angústias do pensamento
Há remédios variados:
Compressas e pedilúvios,
Recursos de cirurgia.
Amigo, reparador,
Se é grande o sacrifício
O INCÊNDIO
Elevam-se labaredas. . .
O fogo ameaçador
É incêndio devorador.
A fogueira continua
Aumentando de extensão
Prosseguem a destruição;
Amarga desolação.
De amparar e socorrer,
A bondade põe-se em
A nota predominante
É o carvão da experiência.
Envolve a perversidade Em
Depois, é o braseiro
Na fagulha pequenina.
163
A TEMPESTADE
Quando o ar sufocante,
Os carros da tempestade.
Na escuridão da floresta.
Os furações implacáveis
A corrente do aguaceiro
Ás sombras da convulsão,
Na paz da vegetação.
164
O céu é claro-azulado,
A tempestade também?
Aflições e desencanto,
Renovação de ideais,
Desilusões dolorosas,
Desabamentos fatais.
De atender e renovar;
A energia de esperar.
A CAÇAROLA
Lembremos o ensinamento
Da obscura caçarola.
Ao receber substância
Indispensável à mesa,
Requisita vigilância
Utilizada em serviço,
Misturada a corrosivo.
166
Da pureza do alimento,
Ao lixo e ao relaxamento.
Na panela descuidada
Caçarola maltratada,
Em sombras de confusão.
167
A VIDRAÇA
Do símbolo da vidraça.
Satisfazendo ao conforto
Prestativa, atenciosa, O
A função maravilhosa
Espelho caricioso
De muita delicadeza,
Dá caminho à claridade,
Se vermelha, o apartamento
Engrinaldada a rubis.
De verdura peregrina;
Na expressão do colorido,
E as várias religiões?!. . .
O BANHO
Destaca-se, em qualquer
Ao começar da manhã.
À frente da humanidade,
Do suor e da canseira.
170
As células esgotadas, Em
A água cariciosa
A paz regeneradora
Ao corpo da criatura.
Do banho espiritual.
Levemos o coração
Às águas do Pensamento
O PÃO
Destinado à refeição. . .
Ressuscitando em seguida
Tempestades, ventanias.
Adornou-se em primavera,
E entregou-se alegremente
Ao segador na colheita.
172
Viveu peregrinações,
Conforme reconhecemos,
De carinho e de bondade,
E a nossa necessidade
O amor e a abnegação
O espírito de serviço
O PRATO
É justo reconhecer
Esperando calmamente
Comensais, em torno à
A ternura e a gentileza.
Primoroso companheiro
De humilde e de atenção,
Atende à necessidade.
Entrega-se à embriaguez,
O amparo da gratidão.
Conhece o aniquilamento,
No campo do esquecimento.
De obediência e bondade,
O espírito da amizade.
A REFEIÇÃO
A hora da refeição.
A despesa e pagamento.
Da Eterna Sabedoria
Aproveita a refeição
Dominados de cegueira,
De excessos de bebedeira.
Finalmente, em toda a
A VISITA
Permitiu-a, incentivando
A paz e a fraternidade.
No silêncio venerando
Visitando as criaturas.
E atende à fecundação,
A Visita Paternal
Buscando estabelecer
Maledicência é veneno
A MESA
Amor e delicadeza,
Concedeu-lhe a Providência
É mãe civilizadora
De todas as gerações.
Revelando caridade
A Providência Divina,
Procurando auxiliar,
Da esfera superior.
É o lar da conservação.
181
A NOITE
De esforços laboriosos,
De apelos maravilhosos.
De pensamento e repouso.
À paz e à meditação.
De calma renovação.
Da construção terrenal,
A noite é o sagrado
Os homens ignorantes
De natureza inferior.
Da fonte de vibrações
Mentiroso é o serviço.
183
A CANDEIA
Perpassa a bênção do
Na sala desguarnecida
Da morada carinhosa,
Aproveita-se-lhe o encanto
Na esfera da utilidade,
O espírito de humildade.
184
Ao plano da criatura.
o assédio da fumaça.
A si mesmo se ilumine
A LÂMPADA
Singela e despercebida,
Envolve-se de energia,
Ilumina o gabinete
De pesquisa ou leitura,
Da máquina de costura.
A velhice, a enfermidade
E os sonhos da mocidade.
186
Há tumultos, há prazeres?
Amarguras, agonia?
Serena, silenciosa,
O LUAR
Na vida da Natureza
O orvalho confortador.
Alegres e perfumadas
Tristonhas e abandonadas.
Afagando as esperanças
O anseio de um coração,
Do alfabeto da afeição.
188
As posses absolutas.
O ORVALHO
Sustentando a Natureza
Podemos felicitá-lo
A flor ostenta-se em
Ameniza a atmosfera;
É filho da primavera.
Um símbolo de defesa,
A boa disposição.
A LÃ
Em todas as latitudes
A lã carinhosa e boa.
borrascas escarninhas?
A lã protetora e santa
Há velhice amargurada
Movendo-se quase
Enfermos entristecidos
Recolhe-os bondosamente
Em ninhos de cobertores.
192
Heroína afetuosa
De serviço e de bondade,
O corpo da Humanidade.
Encontra incessantemente
Vistamos os sentimentos
Em lã do Cordeiro Santo.
193
A CAPA
A capa confortadora
Permanece recolhida.
reservas de agasalhos.
E sopros de tempestade.
Rajadas dilacerantes
Invadem a atmosfera,
Aparece no caminho,
Do consolo e do carinho.
Desatende a Providência
O FAROLEIRO
É o faroleiro. Em silêncio
Navios maravilhosos, Em
prodígios de conforto,
Recebem-lhe o benefício
Jangadas laboriosas. . .
Do comando ao marinheiro,
As dores do faroleiro.
A vida de insulamento
Se ouvirmos as grandes
O CEMITÉRIO
Desolação e amargor.
O quadro de um cemitério
Em outros, o esquecimento,
A realidade é a lição
De sombras e podridão
198
E o cemitério descansa
Em triste serenidade,
Assinalando em silêncio
Risonhos e perfumados.
E as noites da Natureza.
Já observaste? No mundo,
O SILÊNCIO
A inspiração e a beleza,
No excesso de burburinho? O
silêncio é o companheiro
Há tréguas ao pensamento,
De verdade e entendimento.
Procurar na soledade
À luz da serenidade.
200
Em notas harmoniosas.
Às zonas de inquietação,
Na paz da meditação.
Os vales da experiência
E as montanhas solitárias
Quando achares no
silêncio Os segredos da
O DESPERTADOR
Na vida da criatura;
Acompanha-lhe a viagem
Metódico, dedicado,
Movimentando os ponteiros,
E os gemidos derradeiros.
Revela oportunidades,
O amigo despertador.
Ritmando o tique-taque,
Na hora esperada e
Em bulha desagradável.
O repouso desejado,
Levanta-se estremunhado.
Buscando-se incontinenti
Em qualquer situação.
É o nosso despertador.