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Processo n°5002695-24.2017-0480
IMPUGNÇÃO A CONTESTAÇÃO
Em 30/06/2017 foi juntado aos autos parecer Ministerial (ID – 25507530), opinando,
de plano, para que “seja imposta astreinte ao requerido para coagi-lo a permitir a
visitação da mãe, entregando-lhe a filha adolescente comum Alexia Marcela Ferreira de
Oliveira”.
“Posto isso, o Ministério Público opina para que Vossa Excelência imponha a multa de
R$ 1.000,00 (um mil reais), por cada impedimento ou embaraço da referida visitação,
relativo a 01 (um) dia, que for praticado pelo requerido Geraldo Ferreira da Silva,
especificando que este numerário será devido à requerente Iris Barbosa Oliveira”.
Destarte, é a presente para impugnar as teses lançadas em contestação pela ré, bem
como para tecer considerações sobre seus efeitos nos presentes autos, pedindo vênia
para fazê-lo.
II - DO MÉRITO
Insta trazer neste momento aos autos, entendimento que se coaduna perfeitamente ao
caso em questão, e que afasta todas as alegações realizadas pelo requerido em sua
contestação.
De clara redação prevê o art. 2º da lei n° 12.318/2010, que dispõe sobrea alienação
parental:
Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou o adolescente sob sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Neste caso, fica perfeitamente demonstrada a ocorrência dos incisos III e IV, mediante a
reiterada atitude do genitor em proibir convívio entre mãe e filha.
O Requerido ainda faz alusão a r. sentença proferida no ano de 2014 no processo que
estabeleceu a guarda da menor e o direito de visitas da Requerente, ora Excelência sabe-
se que para estabelecer uma sentença protelatória há toda uma análise e estudo de caso,
ou seja, os fatos que levaram a delimitação de visitação da mãe ao período já
mencionado anterior foi embasado nos fatos apresentados à época, o que não pode o
Requerido usar dos mesmos argumentos para justificar sua conduta proibitória, uma vez
que já foram analisados por este juízo.
Ademais, o Requerido ainda alega que a Requerente não respeita os horários de visita
que lhe foram concedidas, indo a casa/comercio do Requerido todos os dias em horários
variados, comprometendo a tranquilidade da família, por certo que não passam de atos
extremos, pois a mesma encontra-se desesperada por não poder conviver, conversar, ter
notícias da filha.
Salienta que a última vez que a Requerente manteve contato com sua filha foi no dia das
mães, 14 de maio de 2017, onde o Requerido permitiu que a filha almoçasse com a
Requerente.
Há que se destacar, que em sede de contestação, foi requerido que se oficie o Conselho
Tutelar da cidade de São Gonçalo do Abaeté – MG acerca de supostas denúncias sobre
o comportamento da Requerente para com seu outro filho, requer desde já o
indeferimento do pedido em razão de ser a companheira do Requerido a responsável
pelo grupo técnico de conselheiras da referida cidade.
Portanto, não resta dúvidas quanto a conduta do genitor em proibir sua filha do convívio
materno, causando à ela grande transtorno psicológico além de visível sofrimento, digo
até, que a manutenção da mesma em regular tratamento psiquiátrico é decorrente de tal
afastamento.
O impedimento de convívio com a mãe, bem como a demonstração inequívoca da
alienação parental, são motivos suficientes para a concessão do pedido, pois evidente o
rompimento imediato dos laços com a criança, porquanto não podendo visitar sua filha
agora, jamais recuperará as horas perdidas, como dita o cediço brocardo: factum fieri
nequit infectum, haja vista que a audiência instrutória foi designada para fevereiro de
2018.
Portanto, cabível o presente pedido, pelos fatos e motivos explanados, razão pela qual
deve ser concedida os efeitos de tutela de urgência PRESENTE NA INICIAL, fixando
sanção pecuniária sugerida pelo parquet, haja vista que a audiência instrutória foi
designada para fevereiro de 2018.
Termos em que;
Pede Deferimento.
OAB/MG 144.462