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ERGONOMIA

Berthran dos Santos Dutra


Jamile da Hora Pimentel Nonato
Rosenilson Batista Souza
Rouseni Costa Moreira de Jesus

Sâmara Araújo

RESUMO

Este trabalho apresenta uma avaliação ergonômica, de uma atividade realizada pelos
colaboradores de uma empresa produtora de carvão vegetal. Abordamos um estudo
sobre ergonomia, embasado pelas Normas Regulamentadoras – NR’s, adequando a
atividade do uso de um carro de mão, a uma postura adequada e diminuição na força
aplicado pelo peso manuseado, buscando medidas de controle para a melhoria das
condições do trabalho, evitando doenças ocupacionais como a LER/DORT, fatores
resultantes da fadiga e etc. Trazendo benefícios a empresa por proporcionar um
ambiente saudável, preservando a saúde e bem-estar do trabalhador.

Palavras-chave: Ergonomia. Normas Regulamentadoras. LER/DORT.

1. INTRODUÇÃO

A ergonomia é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das


máquinas, dos horários, do meio ambiente às exigências do homem, que resultou do
trabalho interdisciplinar realizado por diversos profissionais tais como, fisiologistas,
psicólogos e engenheiros, durante a Segunda Guerra Mundial, em 1949 foi oficializada
como uma nova disciplina científica.

1 Berthran dos Santos Dutra, Jamile da Hora Pimentel Nonato, Rosenilson Batista Souza e Rouseni Costa
Moreira de Jesus
2 Samara Araújo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (ENG0028) – Prática do Módulo VIII –
23/05/2019
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Tendo em vista aos agravos a saúde do trabalhador relacionado a sobrecarga


física, a ergonomia é a ferramenta perfeita para auxiliar as empresas a prevenir
LER(lesão por esforço repetitivos)/DORT(distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho), pois através dela é que podemos identificar os pontos a serem alterados,
planejar novas ações, realizar atividades que auxiliam o trabalhador a realizar seu
trabalho com mais facilidade, menor fadiga, e sem desperdícios, melhorando assim todo
o conjunto colaborador/empresa.
Em virtude de todo estudo realizado em prol da ergonomia, o Ministério do
Trabalho e emprego, criou a Norma Regulamentadora – NR 17, em 1990, exclusiva
para tratar da ergonomia, agregando conceitos nesse tocante.
A NR 05 CIPA – Comissão Interna de Prevenção a Acidentes, contribui com a
ergonomia, no momento em que a comissão elabora o mapa de risco da empresa,
contemplando os riscos ergonômicos e propondo melhorias, junto a área de segurança.
A NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional trata de parâmetros
pertinentes a saúde do trabalhador, no que diz respeito ao monitorando e manutenção da
saúde dos colaboradores. A CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho é o
documento que informa ao INSS que o trabalhador sofreu acidente de trabalho, ou
suspeita-se que tenha adquirido uma doença de trabalho, previsto no artigo 169 da CLT
(Consolidação das Leis de Trabalho), na lei 8.213/1991.
NR 28 - Fiscalização e Penalidades tem como objetivo, fiscalizar as empresas
observando o cumprimento da legislação e normas, caso não esteja sendo atendidas, são
aplicadas as penalidades pertinentes.
Este trabalho tem como objetivo geral, estudar a legislação referente à
ergonomia e medidas de controle para este risco, eliminação ou redução, voltado as
exigências ergonômicas em membros superiores, na atividade de rotina do
carbonizador, onde se realiza vedação de 12 fornos FB 700, utilizando carro de mão
para transportar massa de argila, pesando aproximadamente 40 kg, em uma empresa do
ramo de carvoejamento no município de Entre Rios/BA. Sendo assim usamos
avaliações qualitativas, buscando mudanças voltada ao transporte da massa de argila,
para gerar maior conforto nos membros superiores dos trabalhadores, afim de minimizar
ou eliminar agravos futuros como a LER/DORT. Confeccionamos um carro de mão
adaptável a essa atividade, e aqui descrevemos todo processo de produção, e as
informações obtidas resultantes das novas medidas aplicadas para a função mencionada
acima.
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2. CONCEITOS BÁSICOS DE ERGONOMIA

Ergonomia é a adaptação do trabalho do homem. A realização dessas adaptações, em


nível industrial, propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço
humano. Couto (2002, p.11), define ergonomia como: o trabalho Inter profissional que
baseado, num conjunto de ciências e tecnologias, procura o ajuste mútuo entre o ser
humano e seu ambiente de trabalho de forma confortável e produtiva.
Em 2000 a ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia), e a IEA (Associação
Internacional de Ergonomia) adotou uma definição oficial sobre ergonomia, que diz:
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina cientifica relacionada
ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou
sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim
de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.

Diante da aplicabilidade de normas, as indústrias têm mostrado maior atenção ao


trabalhador no que tange a sua saúde e integridade física; e os fatores ergonômicos é dos
requisitos buscado dentro das atividades laborais. E em busca da definição de
ergonomia, devemos estudar medidas necessárias para aplicar no processo das
atividades executadas nas indústrias.
Segundo Taylor (apud CHIAVENATO 2011, p. 61). Não só a melhoria do salário, mas
a adequação de ferramentas de trabalho e de equipamentos de produção, para minimizar
o ao bem-estar do trabalhador e a melhoria da produção
O posto de trabalho é a configuração física do sistema homem-máquina-
ambiente. É a unidade produtiva envolvendo o homem e o equipamento que ele utiliza
para realizar o trabalho, bem como o ambiente que o circunda. Segundo Alves, 2018:
existem riscos ergonômicos que podemos dizer que são mais comuns nas empresas,
principalmente no ambiente industrial, dentre os quais citamos: trabalho repetitivo,
levantamento e transporte manual de cargas, má postura e fatores organizacionais.
A fadiga definida por Gilbreth, (apud CHIAVENATO 2011, p. 58).
[...] sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário,
verificou que a fadiga predispõe o trabalhador para: diminuição da
produtividade e qualidade do trabalho, perda de tempo, aumento da
rotatividade de pessoal, doenças, acidentes e diminuição da
capacidade de esforço. Em suma, a fadiga é um redutor da eficiência.
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Com base a esses conceitos foram observados a atividade exercida em uma determinada
empresa, onde uma das suas atividades é o transporte da massa de argila com peso em
média de 40kg através do carro de mão. Em busca de preservar a saúde física do
trabalho, gerando também positividade para empresa, aplicamos mudança no carro de
mão.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O desenvolvimento do check-list de verificação deu-se após consultas a Norma


Regulamentadora – 17 (Ergonomia), literaturas e entrevista com profissional da área de
ergonomia. O ckeck-list é voltado para a atividade com carro de mão, avaliando o
levantamento de peso com membros superiores.
Check-list vide anexo I.
Em avaliação realizada em área, com auxilio do check-list e levando em consideração
algumas particularidades da atividade, identificamos que o modelo de carro de mão
utilizado, obriga o colaborador a “João”.
Com base no estudo de adequação, foi implantada outra metodologia de trabalho, onde
a quantidade de argila foi reduzida para 30 kg no uso do carro de mão, onde o mesmo
sofreu melhorias, passando a ter três rodas, isentando o trabalhador da força estática de
40*9,8 = 392 Nf nos membros superiores.
Capacidade individual para um operário brasileiro, os limites de pesos que podem ser
levantados sem causar problemas à sua saúde são apresentados na tabela a seguir:

Tabela 1: Limites de Peso toleráveis

AUTORES: Os autores

Recomenda-se para as mulheres 50% dos valores máximos de levantamento de peso


indicados para os homens, porque, geralmente, elas têm:
-Menor tolerância ao trabalho físico pesado;
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-Menor massa muscular;


-Menor peso, o que faz com que o peso do corpo sobre o centro de gravidade seja
menor.
Com a finalidade de não prejudicar o desenvolvimento do esqueleto, recomenda-se aos
jovens, de 16 a 18 anos, que executem, ocasionalmente, o levantamento de, no máximo,
40% do peso destinado aos adultos.O levantamento de peso para pessoas idosas deve ser
evitado, pois seus ossos tendem a ser mais frágeis
Na figura 1 é possível identificar que o esforço físico do trabalhador, nota-se que a
carga aplicada aos membros superiores é alta devido à necessidade do trabalhador ter
que movimentar a carga e ao mesmo tempo segurar logo se constata que existe um
esforço físico alto por parte do operário.

Figura 1: Trabalhador manuseando o carro de mão comum com um material de 40kg

FONTE:
Autores

Na figura 2, está sendo levantado dados referentes ao trabalho executado pelo


trabalhador, os principais itens analisados na entrevista são: distância percorrida
diariamente pelo operário, carga transportada (peso), pausas durante o turno de
serviço, informações sobre a saúde do operário (dores, idas ao departamento
médico e desconforto)

Figura 2: Registro de dados ergonômico do manuseio do carro de mão


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FONTE: Autores

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme a NR 28, a empresa que descumprir a NR 17, item “17.2.6. O transporte e a
descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de
mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o
esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e
não comprometa a sua saúde ou a sua segurança” esta sujeita à multa de R$ 2.368,68 no
valor mínimo e de R$ 2.629,39 no valor máximo.

Figura 3: Carrinho de mão produzido com ajustes ergonômicos.

FONTE: Autores

Figura 4: Carrinho de mão em uso pelo trabalhador.


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FONTE: Autores

Comparando a figura 1 e a figura 4 notamos que houve uma melhora significativa no


posicionamento do operário visto que o esforço aplicado foi reduzido, sendo, que o
trabalhador na figura 4 apenas executa o movimento de empurrar a carga, logo há um
aumento da produtividade bem como um melhor conforto para a execução do serviço.

Os custos para implantação das melhorias foram de R$330,50 segue abaixo tabela com
detalhamento dos custos.

Tabela 2: Custos do projeto.

Item UND Valor Unitário Valor Total


HHT  8 h  R$ 12,00 R$ 96,00

Pneu 3  R$ 74,30 R$ 222,90

Chassi 1  Reutilizado  

Caçamba 1  Reutilizado  

Eletrodo de solda 5 R$ 0,20 R$ 1,00

Disco de corte 2 R$ 5,30 R$ 10,60

TOTAL R$ 330,50
FONTE: Autores
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5. CONCLUSÃO

Diante do conteúdo deste trabalho, verificou-se o a importância da ergonomia


para a vida laboral do homem. Com os conhecimentos adquiridos,pode-se minimizar e
até mesmo eliminar os riscos, prevenir doenças ocupacionais, proporcionar conforto,
bem estar e produtividade.Com uma análise do ambiente de trabalho, identificamos
problemas relacionados a ergonomia e implementamos melhorias, os profissionais
foram orientados quanto ao levantamento de peso bem como a utilização de uma nova
ferramenta de trabalho que desenvolvemos no intuito de melhorar a postura do
trabalhador durante o serviço,bem como também a respeito de posturas, das pausas
para compensar o esforço, dos benéficos exercícios de alongamento. Os profissionais
envolvidos no uso direto da nova ferramenta mostraram-se bastante receptivos às
adaptações, os coordenadores da área diante do proposto se mostraram interessados em
dar prosseguimento as melhorias sugeridas.
Sabemos que tem muito a ser feito nos ambientes de trabalho, mas ficou provado que
com pequenas atitudes poderemos obter grandes resultados.

REFERÊNCIAS

ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em:


http://www.abergo.org.br/. Acesso em: 03 de mai. 2019.

ALVES, J. S. Sistema SESI/SENAI. Principais riscos ergonômicos encontrados nas


empresas. Disponível em: <https://www.sesi-ce.org.br/blog/principais-riscos-
ergonomicos-encontrados-nas-empresas/>. Acesso em: 03 mai. 2019.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 - Ergonomia. Brasília: Ministério


do Trabalho e Emprego, 1996. Disponível em:
<http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf>. Acesso em: 10 mai.
2019.
COUTO, H.A. Ergonomia aplicado ao trabalho: O manual técnico da máquina
humana. Belo Horizonte: ERGO, 1995.
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REIS, R. S. Segurança e Medicina no trabalho: Normas regulamentadoras. 3 ed. São


Paulo: Yendis, 2007.
ROCHA, G.C. Trabalho, Saúde e Ergonomia. Curitiba: Juruá, 2004.
UNICAMP. Manual de Ergonomia. Disponivel em:
http://www.dgrh.unicamp.br/documentos/manuais/man_dsso_ergonomia.pdf, Accesso
em: 10 de mai de 2019.

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