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NOÇÕES DE DIREITO
Campinas – SP
2012
MBA – Gestão Estratégica de Negócios - UNISAL
NOÇÕES DE DIREITO
Estudo de Caso:
Paciente morre no atendimento realizado por hospital público e a família pede na
justiça, uma indenização do Estado com base no Código de Defesa do Consumidor.
Campinas – SP
2012
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A relação entre paciente e hospital, sendo este público ou privado, é regida pela
Lei nº 8.078/90 (código de defesa do consumidor) que em minha opinião é bastante
favorável ao paciente, ou seja, ao consumidor.
Então, estamos falando de uma relação entre Prestador de Serviços versus
Consumidor.
O paciente é um consumidor dos serviços de saúde e, por isto, a ele é devido
respeito e qualidade de serviços, mesmo quando se trate de hospitais públicos,
admitindo-se a incidência das normas para o consumidor, o que é justificado pelo art. 3º
do CDC, que incluiu no conceito de fornecedor também as pessoas jurídicas de direito
público e pelo art. 22 do mesmo diploma legal.
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Com a evolução das relações negociais e interpessoais, a responsabilidade
subjetiva vem perdendo espaço para a responsabilidade objetiva. Portanto, todos são
responsáveis por suas condutas e seus atos, quaisquer que sejam estes, ainda que sem a
intenção de prejudicar ou de provocar danos.
Com a vigência da responsabilidade objetiva ampliou-se a segurança nos mais
diversos setores, principalmente, no âmbito da relação de consumo.
A responsabilidade objetiva do hospital está vinculada ao do tipo de obrigação
que se compromete a prestar/cumprir ao paciente, no momento da contratação.
Nesse ponto, vale ressalvar que o contrato firmado dispensa qualquer
formalidade ou pressuposto especial, podendo, portanto, se dar de forma verbal ou
escrita, onerosa ou gratuita.
Esta responsabilidade significa que o hospital se responsabiliza por todas as
etapas da prestação de serviço, podendo ser acionado judicial ou extrajudicialmente
caso alguma fase da obrigação, não esteja de acordo com os padrões normais esperados.
O que de fato se obriga é a prestar atendimento adequado, de qualidade, sempre
utilizando e se servindo de profissionais competentes e de técnicas adequadas.
Embora a responsabilidade do hospital não vá a ponto de garantir a vida ou
assegurar a cura, tem ele o dever de resguardar o paciente de quaisquer conseqüências
que um serviço adequado poderia evitar.
Por se tratar de uma responsabilidade contratual, que decorre de uma relação de
consumo há incidência do CDC, também do seu art. 14.
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§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante
a verificação de culpa.
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Caso a morte do paciente tenha ocorrido, sem que tenha havido erro ou defeito
na prestação de serviço, por exemplo, morte natural ou doença grave e que não tenha
nexo causal com os serviços do hospital, mesmo amparado pelo CDC, não há o que se
falar em indenização à família da vítima.
Abaixo, exemplos de Jurisprudências que mostram as duas vertentes em relação
ao pedido de indenização ao Estado, em caso de morte de paciente em hospital público:
Julgado Procedente
Dados Gerais
Processo: APL 185686220068260161 SP 0018568-62.2006.8.26.0161
Relator (a): Venicio Salles
Julgamento: 16/03/2011
Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Público / SP
Publicação: 24/03/2011
Ementa:
Julgado Improcedente
Dados Gerais
Processo: Nº 696.284- RJ (2004/0144963-1)
Relator (a): Ministro Sidnei Beneti
Julgamento: 21/06/2007
Órgão Julgador: Superior Tribunal de Justiça - STJ
Publicação: 21/07/2007
Ementa:
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DE DEFESA DO CONSUMIDOR; 2) HOSPITAL - RESPONSABILIDADE - CULPA
DE PLANTONISTA ATENDENTE, INTEGRANTE DO CORPO CLÍNICO -
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL ANTE A CULPA DE SEU
PROFISSIONAL; 3) MÉDICO - ERRO DE DIAGNÓSTICO EM PLANTÃO -
CULPA SUBJETIVA - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA APLICÁVEL - 4)
ACÓRDÃO QUE RECONHECE CULPA DIANTE DA ANÁLISE DA PROVA -
IMPOSSIBILIDADE DE REAPRECIAÇÃO POR ESTE TRIBUNAL - SÚMULA
7/STJ.