Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Enfermeiros
Ebook de introdução à doença renal crónica
1
Copyright © 2021 FORAMPLUS
Todos os direitos reservados.
Introdução
“Em Portugal, (…), o índice de A maior durabilidade de uma vida não
envelhecimento poderá mais do que representa necessariamente uma
duplicar entre 2015 e 2080, passando de 147 existência sem problemas. A doença renal
para 317 idosos por cada 100 jovens” (INE, crónica é classificada em cinco estádios
2017, p.1). O envelhecimento populacional é (Eknoyan & Lameire, 2017).
o objeto de estudo e de diversas projeções Naturalmente, todos eles apresentam
que antevêem a forma como a sociedade vai diferentes características e
ser, num futuro próximo, bem como as necessariamente, diferentes abordagens
exigências face à sua reestruturação. Não é do ponto de vista de enfermagem, das
só preocupante o aumento da esperança quais se destacam a gestão de regimes
média de vida, porque esta por si só, poderia terapêuticos complexos e intervenções
revelar melhor qualidade de vida, assistência interdependentes muitas vezes
em saúde e condições sociais e económicas decorrentes da história natural da doença
favoráveis, que explicassem o fato das (Costa et al., 2015). Neste ebook o
pessoas viverem mais anos (INE, 2017). enfermeiro e o cliente encontrarão um
Através da análise das pirâmides ponto de partida para a abordagem à
populacionais podemos ver que o número doença. Embora a linguagem seja
de crianças e jovens, bem como as taxas de simplificada, aconselha-se que a leitura
fecundidade, pelo contrário, estão a seja efetuada com a colaboração de um
diminuir, o que no fim demonstra que não enfermeiro.
há substituição geracional e que, a certa
altura, o número total de pessoas acabará
por diminuir (Pereira, 2012).
4
Ebook de introdução à doença renal crónica
Importância da
informação ao cliente
Este ebook pode ser usado por qualquer enfermeiro, em qualquer contexto
profissional que se depare com um cliente com doença renal crónica ou
com presença de risco neste âmbito. Não dispensa atualização
profissional contínua e serve como introdução à doença. Aconselha-se a
sua leitura conjunta com o cliente em ambiente seguro, calmo e favorável
à discussão e exposição de dúvidas.
5
2
Ebook de introdução à doença renal crónica
6
Ebook de introdução à doença renal crónica
Função do rim
7
Ebook de introdução à doença renal crónica
Na área mais interna do rim, há uma reentrância por onde entram e saem as
estruturas que servem o órgão - o hilo renal. É aqui que o sangue entra no
rim, através da artéria renal.
8
Ebook de introdução à doença renal crónica
A doença renal crónica é uma condição em que o seu rim apresenta lesão na sua
estrutura ou função por um período superior a 3 meses (Kidney Disease
Improving Global Outcomes, 2017). Fatores de risco variados, podem contribuir
para o desenvolvimento de doença renal crónica (DRC), prejudicando
gradualmente a homeostasia. A DRC e o seu prognóstico são classificados
recorrendo à Taxa de Filtração Glomerular e Albuminúria (presença de albumina
na urina, podendo originar urina espumosa). Os fatores de risco mais
frequentemente identificados são a diabetes, hipertensão arterial, obesidade,
doença cardiovascular, tabagismo e história familiar (Bems, 2019; Department of
Health, Services, & for Disease Control, 2017).
9
Ebook de introdução à doença renal crónica
Classificação simplificada
e possíveis sinais de DRC
Sem
sintomas
Sem sintomas
10
Ebook de introdução à doença renal crónica
Considerações sobre
o regime terapêutico
Quando detetada na comunidade, na maioria das vezes a DRC é crónica, mas a
sua progressão pode ser retardada e até evitada (Eknoyan & Lameire, 2017).
Está frequentemente relacionada com os fatores de risco anteriormente referidos.
Na abordagem inicial, o tratamento terá como objetivo reduzir e controlar esses
fatores de risco, bem como os sinais e sintomas associados. Isto pode implicar a
a prescrição de fármacos antihipertensores, para redução de colesterol,
antidiabéticos e também anticoagulantes, como aspirina em dose baixa (Fink et
al., 2012).
Idealmente, a DRC e os fatores de risco subjacentes são diagnosticados e
avaliados por um médico nefrologista, recorrendo a uma variedade de meios de
diagnóstico e acompanhamento, e que podem incluir colheitas de sangue e
urinárias regulares (trimestral ou semestralmente) com o objetivo de determinar a
quantidade dos componentes químicos e tóxicos presentes no sangue e/ou urina.
Um dos exames mais frequentemente realizados é a amostra de urina de 24h
que ajudará a determinar a quantidade exata de creatinina e proteínas na sua
urina.
O médico pode complementar a informação com exames de tomografia
computorizada (TC) e ecografia renais ou dos vasos sanguíneos (Bems, 2019;
Vassalotti et al., 2016).
11
Ebook de introdução à doença renal crónica
Que alterações
no estilo de vida?
Independentemente da idade, fase do diagnóstico ou causa subjacente algumas
considerações são transversais a todos os doentes e a adoção de um estilo de vida
saudável irá contribuir para o aumento da sobrevida ou atraso na entrada em
terapêutica de substituição renal:
REGIME MEDICAMENTOSO
12
Ebook de introdução à doença renal crónica
Que alterações
no estilo de vida?
REGIME DIETÉTICO
Reduza a ingestão de sal para no máximo 2,3g (2g se HTA), equivalente a uma
colher de chá: Reduzir alimentos processados e congelados; Evitar adicionar sal à
mesa; Evitar molhos e nos restaurantes pedir o molho à parte ou sem molho, entre
outros); Experimente diferentes especiarias e ervas;
Evite bebidas alcoólicas ou beba moderadamente se não for possível eliminar (um
copo por dia para mulheres e dois para os homens). Privilegie a água;
Não use qualquer tipo de suplementos a menos que lhe sejam prescritos.
13
Ebook de introdução à doença renal crónica
Que alterações
no estilo de vida?
ATENÇÃO ÀS COMPLICAÇÕES
(Bems, 2019; Colditz, 2020; Disease & Global Outcomes Diabetes Work Group, 2020; Moreno, 2012; Mota, Cruz, & Costa, 2016)
14
Ebook de introdução à doença renal crónica
Opções terapêuticas
As opções terapêuticas para a substituição
da função renal ponderam-se quando é
expectável que a DRC entre em progressão
e constituem-se por:
1. Transplante renal;
2. Hemodiálise;
3. Tratamento conservador;
4. Diálise peritoneal
15
Ebook de introdução à doença renal crónica
Bibliografia
Bello, A. K., Alrukhaimi, M., Ashuntantang, G. E., Basnet, S., Rotter, R. C., Douthat, W. G., … Moe, O. (2017, Outubro 1). Complications of chronic kidney
disease: current state, knowledge gaps, and strategy for action. Kidney International Supplements, Vol. 7, pp. 122–129.
https://doi.org/10.1016/j.kisu.2017.07.007
Bems, J. (2019). Patient education: Chronic kidney disease (Beyond the Basics) (p. 12). p. 12. Obtido de https://www.uptodate.com/contents/chronic-kidney-
disease-beyond-the-basics
Cannon, B. (1929). Organization for the physiological homeostasis. Physiological Reviews, IX(3), 399–431. Obtido de
https://doi.org/10.1152/physrev.1929.9.3.399
Chronic kidney disease (CKD) - Symptoms, causes, treatment | National Kidney Foundation. (2017). Obtido 12 de Outubro de 2020, de
https://www.kidney.org/atoz/content/about-chronic-kidney-disease#symptoms
Colditz, G. (sem data). Patient education: Diet and health (Beyond the Basics). Obtido 14 de Outubro de 2020, de 2019 website:
https://www.uptodate.com/contents/diet-and-health-beyond-the-basics?search=patient education kidney&topicRef=4428&source=see_link#H5090215
Department of Health, U., Services, H., & for Disease Control, C. (2017). National Chronic Kidney Disease Fact Sheet, 2017.
Disease, K., & Global Outcomes Diabetes Work Group, I. (2020). KDIGO 2020 Clinical Practice Guideline for Diabetes Management in Chronic Kidney
Disease. https://doi.org/10.1016/j.kint.2020.06.019
Eknoyan, G., & Lameire, N. (2017). Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Official Journal of The
International Society of Nephrology, 3(1), 136–150. Obtido de www.publicationethics.org
Fink, H. a., Ishan, A., Taylor, B. C., Greer, N. L., MacDonald, R., Rossini, D., … Wilt, T. J. (2012). Chronic Kidney Disease Stages 1 – 3: Screening ,
Monitoring , and Treatment. Comparative Effectiveness Review, (37), 1003. Obtido de
http://effectivehealthcare.ahrq.gov/ehc/products/163/936/CER37_Chronic-Kidney-Disease_execsumm_20120120.pdf%5Cnwww.effectivehealthcare.
ahrq.gov/reports/final.cfm
Kent, S., Schlackow, I., Lozano-Kühne, J., Reith, C., Emberson, J., Haynes, R., … Mihaylova, B. (2015). What is the impact of chronic kidney disease stage
and cardiovascular disease on the annual cost of hospital care in moderate-to-severe kidney disease? BMC Nephrology, 16(1), 65.
https://doi.org/10.1186/s12882-015-0054-0
Kidney Disease Improving Global Outcomes. (2017). KDIGO 2017 Clinical Practice Guideline Update for the Diagnosis, Evaluation, Prevention, and
Treatment of Chronic Kidney Disease-Mineral and Bone Disorder (CKD-MBD). Obtido de www.kisupplements.org
Kidney Health Australia. (2020). Life with a Single Kidney fact sheet. Obtido de www.kidney.org.au
Kotas, M. E., & Medzhitov, R. (2016). Homeostasis, Inflammation, and Disease Susceptibility Maya. Cell, 160(5), 816–827.
https://doi.org/doi:10.1016/j.cell.2015.02.010. Homeostasis,
Moreno, M. F. C. H. (2012). Adesão Terapêutica Em Doentes Submetidos a Transplante Hepático E Renal (Universidade Nova de Lisboa). Obtido de
http://hdl.handle.net/10362/9707
Mota, L., Cruz, M., & Costa, C. (2016). Therapeutic regimen management - development of a flowchart to support decision-making: qualitative study. Revista
de Enfermagem Referência, IV Série(11), 71–79. https://doi.org/10.12707/riv16056
Peeters, M. J., Van Zuilen, A. D., Van Den Brand, J. A. J. G., Bots, M. L., Van Buren, M., Ten Dam, M. A. G. J., … Wetzels, J. F. M. (2014). Nurse
practitioner care improves renal outcome in patients with CKD. Journal of the American Society of Nephrology, 25(2), 390–398.
https://doi.org/10.1681/ASN.2012121222
Saraiva, M., Richards, M., & Fortnum, D. (2018). THE PROFILE OF NEPHROLOGY NURSING The Fundamental Roles of Nephrology Nurses caring for
Individuals with Kidney Disease, and their Families. European Dialysis and Transplant Nurses Association / European Renal Care Association.
Schumacher, K. L., & Meleis, A. (2014). Transitions theory. Theories guiding nursing research and practice: Making nursing knowledge development explicit.,
51–68. https://doi.org/10.11477/mf.1681201233
Slinin, Y., Greer, N., Ishani, A., MacDonald, R., Olson, C., Rutks, I., & Wilt, T. J. (2015). Timing of dialysis initiation, duration and frequency of hemodialysis
sessions, and membrane flux: a systematic review for a KDOQI clinical practice guideline. American journal of kidney diseases : the official journal of
the National Kidney Foundation, 66(5), 823–836. https://doi.org/10.1053/j.ajkd.2014.11.031
Tate, P. (2012). Seeley’s Principles of Anatomy and Physiology (2a). New York: McGraw-Hill.
Vassalotti, J. A., Centor, R., Turner, B. J., Greer, R. C., Choi, M., & Sequist, T. D. (2016). Practical Approach to Detection and Management of Chronic
Kidney Disease for the Primary Care Clinician. The American Journal of Medicine, 129, 153–162. https://doi.org/10.1016/j.amjmed.2015.08.025
169
Pode encontrar-nos em:
234199165
https://foramplus.com/site/
@hemodialise_para_enfermeiros/
https://pt-pt.facebook.com/foramplus/