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Comunicação, Linguagem e

Expressão
Webinar 3 – Comunicação Oral
Variações Linguísticas

Prof.ª Karine Castelano


Imagine que um diretor resolva produzir um
filme sobre a história do Brasil...

• Chegada dos portugueses...


• Início do ciclo da cana de açúcar...
• Importação de escravos africanos...
• Descoberta do ouro...
• Até os dias atuais.
Imagine agora que novos diretores, inspirados
por esse filme, resolvam fazer outros, cada
um deles retratando um momento específico
da história: um filme sobre o ciclo da cana,
outro sobre o ciclo do ouro, ou sobre a
chegada da Corte Portuguesa...
Variações na sociedade

No primeiro caso, perceberemos que a sociedade brasileira mudou – e


muito – ao longo dos séculos. Os índios foram dizimados, os escravos
foram libertos, a mulher entrou no mercado de trabalho...

Nos outros filmes, notaremos que, a cada momento histórico, a


sociedade se apresenta multifacetada, abrigando grupos das mais
diversas origens, ocupações, formações e costumes.
Todas as sociedades são heterogêneas?

http://www.parnamirim.rn.gov.br/newsItem.jsp?p=7332
https://blogcamp.com.br/niveis-de-linguagem-e-nocoes-de-variacoes-linguisticas/

Por serem a expressão de


identidade das sociedades que as
usam, as línguas naturais
também são heterogêneas.

Em consequência, todas as

línguas naturais apresentam


algum grau de variação.
Forças que agem sobre a língua

https://slideplayer.com.br/slide/3460194/
Variações Linguísticas
Classificam-se tanto do ponto de vista diacrônico (histórico) –
ou seja, elas mudam ao longo do tempo – quanto do ponto de
vista sincrônico – isto é, em um mesmo momento histórico,
elas apresentam diversas realidades simultâneas.

https://ilsorrisodelsuono.com/2015/12/31/diacronico-sincronico/
Variação diacrônica (histórica)

Para a filologia (ciência que estuda as línguas na perspectiva histórica),


a resposta é simples: o rotacismo – isto é, a troca de um som,
especialmente o l ou o s pelo r – é uma característica inerente à língua
portuguesa. Trata-se de uma tendência observada há muitos séculos,
desde a evolução do latim ao português:

placere (latim) -> prazer (português)


clavu (latim) -> cravo (português)
https://leituraunivesp.wordpress.com/2014/09/26/web-aula-05-lingua-portuguesa-ou-lingua-brasileira/

Sabendo que nossa

do tempo, podemos
língua evoluiu ao longo

entendê-la melhor hoje!


Português brasileiro e norma culta
Norma padrão é o jeito de escrever uma língua que se definiu como
sendo o “correto”.
Geralmente, o estabelecimento da norma padrão tem como objetivo:
• Uniformizar a língua, para que documentos, leis, materiais didáticos,
discursos, livros e outros textos sejam compostos de maneira
padronizada;
• Construir uma identidade para a língua, diferenciando-a das demais;
• Valorizar a língua, sua literatura e, em última instância, o próprio
povo que a usa.
No Brasil, porém, a norma culta não
corresponde à norma padrão.
Por quê?
Português brasileiro e norma culta

Em outros países, para conhecer a norma padrão basta


observar como falam e escrevem as pessoas mais
escolarizadas (ou seja, basta observar a norma culta).

No Brasil isso não é suficiente, pois nem os mais escolarizados


seguem à risca a norma padrão.
Conclusão:

enquanto não temos uma norma própria,


precisaremos de esforço redobrado para não
cometer “erros de português”.
Variação diafásica
(registro formal e informal)
Não há uma divisão radical
entre registro formal e
informal: é mais correto pensar
em um continuum de
formalidade. Além disso, é
https://www.todamateria.com.br/linguagem-formal-e-informal/
diferente ser formal oralmente
e ser formal por escrito.
Variação diafásica
(registro formal e informal)

https://www.todamateria.com.br/linguagem-formal-e-informal/
Para melhor entender essas duas modalidades
linguísticas, vejamos os exemplos:
Exemplo 1

O Doutor Armando foi até a esquina esperá o filho que chegava da


escola. Nisso, a Maria ficou em casa preparando o almoço.

Quando eles chegarão em casa a Maria tava na cozinha preparando a


famosa receita da família boa pra caramba o bolo de fubá cremoso.

Aquele que ela aprendeu cum a senhora Carmela anos antes da gente
se casá.
Para melhor entender essas duas modalidades
linguísticas, vejamos os exemplos:
Exemplo 2

Doutor Armando seguiu até a esquina para encontrar o filho que


chegava da escola, enquanto Maria, sua esposa, preparava o almoço.

Quando chegaram em casa, Armando e seu filho encontraram Dona


Maria na cozinha preparando uma das receitas de família, o famoso
bolo de fubá cremoso, a qual aprendera com sua avó Carmela.
Variação diafásica
Referências
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da
variação linguística. 3 ed. São Paulo: Parábola, 2007.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português


contemporâneo. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. Trad. de Celso Cunha. 5


ed. Lisboa: Liv. Sá da Costa, 1993.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o


ensino de gramática no 1º e 2º graus. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

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