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Transcrição neuroanatomia teórica 1

Med área 51

Aula 2: Continuação crânio, TCE, escala de glasgow


26/02/2019

Temos diferentes tipos de “TCE”, por exemplo: fratura exposta, com Relembrando..
afundamento, fechado e nós vimos várias implicações desses .
traumatismos cranianos que podem ter repercussões diversas,
especialmente gerando hematomas de diferentes tipos e como
consequência pode gerar o aumento da pressão intracraniana que seria umas das complicações e
pode haver vários desdobramentos.

TOMOGRAFIAS

Aqui nós temos uma imagem de uma tomografia


computadorizada normal, só temos uma alteração que pode estar
associada ao envelhecimento que é uma calcificação do plexo coroide.
Veja que nós temos um osso altamente esbranquiçado que é como se
mostra os ossos nas tomografias com hipersinal ou hiperdensidade, é
um corte transversal, nós vamos observar algumas estruturas aqui em
destaque. Entre elas nós temos a foice do cérebro bem no nível da
fissura inter-hemisférica ou fissura longitudinal do cérebro.
Nós vamos observar essas raízes relativamente escuras envolta do
tecido cerebral que são os sulcos cerebrais, veja que, observamos a
cor escura que ocorre quando se tem liquido/água na tomografia computadorizada. Podemos
observar ao nível da fissura inter-hemisférica, entre os sulcos cerebrais e também internamente
aos ventrículos.
Nós vamos observar os ventrículos laterais anteriormente e posteriormente, onde temos no
sentido ântero-posterior, os cornos frontais dos ventrículos laterais e mais posteriormente os
cornos occipitais do ventrículo lateral. Além disso, temos na parte média o 3º ventrículo, podemos
observar que eles estão simétricos e não há desvio das estruturas da linha mediana, ou seja,
aparentemente tudo normal e apenas na região do corno occipital do ventrículo lateral nós temos
a presença dos plexos coroides calcificados. Podemos ter imagens as quais podem apresentar
calcificação tanto do plexo coroide como também da glândula pineal que se encontra no 3º
ventrículo a qual faz parte do epitálamo.
Nessa outra imagem observamos a presença de sangue, o qual se
mostra esbranquiçado na tomografia computadorizada, principalmente
na fase aguda ele se mostra bem branco. A medida que vai se passando
horas, dias, ele vai ficando menos evidente, principalmente na fase
crônica o qual se passaram vários dias. Mas na fase aguda é bem visível,
então observamos que entre os sulcos cerebrais tem a presença de
sangue, inclusive na fissura inter-hemisférica e também já se observa
alguma assimetria, ou seja, uma compressão nos ventrículos
unilateralmente. Nos cornos occipitais não está muito visível a imagens
deles, portanto, está havendo uma compressão importante e há calcificação da glândula pineal.
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SEIOS E DRENAGEM
Quando temos sangue entre os sulcos cerebrais
então temos uma HEMORRAGIA
SUBARACNÓIDE. Essas hemorragias em 80% dos
casos são consequência de aneurismas ou má
formações artéria venosas. Vimos que temos veias
no espaço SUBARACNÓIDE, ex: A veia cerebral
média superficial, veias anastomóticas superior e
inferior e nós temos também as verias cerebrais
superiores que vão drenar para o seio sagital
superior. Essas veias podem ser atingidas em
quadros traumáticos e em quadros de aneurismas podemos ter má formação das veias e também
podemos ter aneurisma nas artérias, ou seja, má formação nas paredes das artérias.
Nos TCE especialmente na parede lateral do crânio, a veia mais atingida é veia cerebral média
superficial. Isso no espaço SUBARACNÓIDE. Já em traumas ântero-posteriores as veias mais
atingidas são as veias cerebrais superiores a qual tem função de manter o encéfalo fixo evitando
grandes movimentos no sentido ântero-posterior.
Vimos que temos o plexo venoso basilar que se encontra na região do clivo do occipital e nós
temos o seio cavernoso drenando em direção a esse plexo venoso basilar e também em direção ao
seio petroso inferior. O seio cavernoso se comunica bilateralmente através dos seios
intercavernosos anterior e posterior (anterior que se localiza anteriormente a glândula pituitária e
posteriormente a mesma glândula o seio intercavernoso posterior).
A veia Cerebral Magna é uma veia profunda e
importante, pois os seios venosos da Dura-máter são
superficiais, fazendo, assim, a drenagem venosa
superficial. As veias profundas se comunicam com os
seios venosos, e a principal delas é a veia Cerebral
Magna. Essa veia Cerebral Magna drena em direção ao
seio reto, no tentório do cerebelo. Ainda, o seio sagital
inferior também drena para o seio reto e se encontra
inferiormente à foice do cérebro. A veia cerebral magna
é uma veia calibrosa e recebe de outras veias. As
principais veias são as veias cerebrais internas, que
drenam profundamente do encéfalo e chegam à veia cerebral magna, que drena para o seio reto.
Ou seja, há uma comunicação da drenagem profunda do encéfalo com o sistema superficial dos
seios venosos, chegando ao seio reto.
Veias Cerebrais Internas Veia Cerebral Magna Seio Reto

Também há outra veia, que é a veia Basal. São veias menores, mas também chegam à veia
Cerebral Magna. As principais veias, as maiores, que recebem de muitas outras veias mais
profundas, são as veias Cerebrais Internas que drenam para a veia Cerebral Magna.

OBS.: Os seios são um espaço entre as lâminas da Dura-Máter, mas que conduzem sangue
venoso e se comunicam com as veias profundas do Cérebro. Dessa forma, temos o sistema de
drenagem venosa: A drenagem venosa superficial é feita pelos seios da dura-máter e a
drenagem venosa profunda é feita pelas veias profundas como a veia cerebral magna, as veias
cerebrais internas, a veia Basal. Essas são veias profundas que, geralmente, tem nomes muito
semelhantes aos nomes das artérias e essas veias tem comunicação com os seios venosos. Os
seios venosos são uma espécie de veia, mas ao invés de serem delimitados por endotélio de
vasos, são delimitados pela dura-máter, por meninge.
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A dura-máter tem uma lâmina meníngea (voltada para a Aracnóide) e uma lâmina periostal
(voltada para o crânio). Assim, quando se têm essas duas lâminas, ela forma os seios venosos
entre essas duas lâminas. Mas quando ela tem apenas uma lâmina, ela se volta diretamente
para a Aracnóide e há o espaço subdural. Assim, entre esses seios corre sangue venoso e
líquor.

O plexo venoso Basal ou plexo venoso Basilar, que


recebeu, inclusive, do seio cavernoso e que se encontra
na região do clivo, drena diretamente para o seio
Marginal, que contorna o forame magno e drena para
o seio occipital. O seio occipital drena para a
confluência dos seios. Ainda, o seio sagital superior
também chega à confluência dos seios e nos cortes
transversos, dependendo do corte, é possível vê-lo na
prática. O seio occipital, o seio sagital superior e
também o seio reto drenam para a confluência dos seios. Os seios transversos se originam a partir
da confluência (eles não drenam para ela), eles drenam para os seios sigmoideos.

Seio Cavernoso Plexo Venoso Basilar Seio Marginal Seio Occipital Confluência dos Seios

Essa imagem é bem interessante, pois nela


há as duas veias oftálmicas, que foram
mencionadas na aula anterior e que tem
continuidade com o seio cavernoso. Então,
tanto mostra a veia oftálmica superior
chegando ao seio cavernoso, como também
mostra a veia oftálmica inferior. Ambas tem
continuidade/comunicação com o seio
cavernoso. Essa comunicação dessas veias
com esse seio acarreta fraturas expostas na
região orbitária e infecções que podem invadir
a parte intracraniana e causar meningite e infecções mais graves, especialmente por essa
comunicação entre as veias oftálmicas e o seio cavernoso.
As possíveis causas de uma hemorragia intraventricular
podem ser hematomas. Por exemplo, um hematoma extradural
pode aumentar a pressão contra o tecido encefálico, pode
aumentar a pressão intraventricular, inclusive limitando a
circulação normal do líquor dos ventrículos laterais, por
exemplo, e causar um aumento da pressão intracraniana
importante que, devido a essa não circulação adequada do
líquor, pode, aumentando a pressão do líquor dentro dos
ventrículos laterais, gerar ruptura de vasos do plexo coroide,
causando hemorragia intraventricular. Uma hemorragia subaracnóidea também pode gerar uma
hemorragia intraventricular. Na imagem há uma hemorragia subaracnóidea. Entre os sulcos
cerebrais ainda vê-se sangue e em outros não tem. Há também, simultaneamente, uma hemorragia
intraventricular.
 Até mesmo a hidrocefalia, devido, por exemplo, a uma má formação do forame
ventricular, o acúmulo importante de líquor nos ventrículos laterais vai causar o
aumento da pressão interna e causar a hemorragia intraventricular. Então, qualquer
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fator que aumente a pressão dentro dos ventrículos pode gerar a ruptura dos vasos
do plexo coroide, que é altamente vascularizado, e gerar hemorragia dentro dos
ventrículos.

Ao lado, há a imagem de um projétil de arma de fogo no crânio,


gerando um hematoma intracerebral (hemorragia do tecido cerebral),
também conhecido como hematoma intraparenquimatoso, associado
também ao pneumoencéfalo. Com a fratura, houve a entrada de ar no
parênquima cerebral, causando o pneumoencéfalo, e também houve a
hemorragia, devido à lesão do tecido cerebral, hemorragia intracerebral
intraparenquimatosa. Nesse caso em especial, foi um Traumatismo
Craniano por arma de fogo, um TCE. Mas também poderia ter esse tipo
de hematoma não com um pneumoencéfalo nem com uma fratura, mas
com uma hemorragia vascular, como um AVE hemorrágico. Em um AVE hemorrágico poderia
haver também um padrão de hematoma intracerebral ou intraparenquimatoso. Então no caso
temos outras características, pois foi em decorrência de uma lesão por arma de fogo, tendo
pneumoencéfalo e fratura. Já nesse outro caso, pode ser associado somente a um AVE
hemorrágico, com sangramento. Nesse nível da imagem teríamos uma hemorragia da artéria
cerebral média.

GRAVIDADE TCE

Um dos mecanismos mais comuns do TCE são as forças inerciais causadas pelo mecanismo
de aceleração e desaceleração. Movimentos esses que vão provocar desde a
movimentação ântero-posterior, látero-lateral e até discretos movimentos rotacionais, que na
grande maioria vem acompanhados de hematomas subdurais, associados ao mecanismo de ação
e desaceleração.
Existem alguns casos de TCE nos quais ocorrem uma concussão cerebral, havendo um
acometimento transitório da funções neurológicas, muitas vezes devido ao impacto do encéfalo,
podendo vir acompanhado de uma perda transitória de consciência, associado também a perda de
memória (tanto a memória de fixação quanto a transitória). O indivíduo pode esquecer fatos que
já eram inerentes, como pode esquecer de fatos que ocorreram durante a situação traumática: não
lembra como aconteceu, perde a consciência, não lembra dos fatos que antecederam o
traumatismo ou ocorre a perda da memória de fixação, em que o indivíduo pode não lembrar de
imediato o seu nome, algumas informações importantes sobre ele mas depois pode vir a recobrar
tais informações.
Para medir a gravidade do TCE é utilizada a Escala de Coma de Glasgow (ECG), que tem
o objetivo de avaliar o nível de consciência que a pessoa tem ou não no momento do TCE,
avaliando 3 aspectos importantes: a resposta verbal, a resposta motora e a abertura ocular. É
necessário analisar os 3 aspectos e atribuir uma pontuação a cada um deles. E, de acordo com a
pontuação, é atribuído um score final (pontuação final) para dizer se o paciente tem no momento
da avaliação um TCE leve, moderado ou grave.
 TCE leve: os pacientes têm uma pontuação mais alta (entre 14 e 15). Geralmente não
apresentam perda de consciência. E após o traumantismo, as vezes apresentam dor de
cabeça, leve tontura e leve alteração mental.
 TCE moderado (entre 9 e 13): geralmente, o paciente é vítima de politraumas,
fraturas em outros locais, como por exemplo, decorrente de acidente automobilístico.
Apresentam perda de consciência no momento do traumatismo, mas o que o diferencia
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do TCE grave é a presença de alterações neurológicas momentâneas (perda de
memória imediata, memória de fixação), reversíveis, não apresentando sequelas,
lesões permanentes.
 TCE grave (entre 3 e 8): o paciente perde a consciência e tem perda neurológica.
Esses indivíduos, geralmente, deixam sequelas e na grande maioria de gravidade
maior vão entrar em estado de coma.

A Escala de Coma de Glasgow é usada tanto para adultos quanto de forma modificada para
avaliar lactentes (crianças até dois anos de idade). Como o bebê não consegue verbalizar, é
necessário identificar através de sinais durante o exame, para analisar como ele está após um
traumatismo craniano. Ao final é preciso saber qual foi a resposta dele com relação à abertura
ocular, à resposta motora e à resposta verbal.

Abertura ocular

SCORE ADULTO LACTENTE


4 tem-se que analisar se há a abertura tem-se que analisar se há a abertura
espontânea dos olhos. Se isso ocorre, o espontânea dos olhos. Se isso ocorre, o
indivíduo tem uma resposta boa. indivíduo tem uma resposta boa
3 Se a abertura dos olhos ocorre apenas com Se a abertura dos olhos ocorre apenas
estímulo verbal, por exemplo, chamando com estímulo verbal, por exemplo,
pelo nome do paciente, o score cai um pouco, chamando pelo nome do paciente, o
porque não foi uma abertura espontânea. score cai um pouco, porque não foi uma
abertura espontânea.
2 Se a abertura ocular só ocorre mediante a um Se a abertura ocular só ocorre mediante a
estímulo doloroso. Como seria provocado o um estímulo doloroso. O mesmo do
estimulo doloroso? Nos martelos de reflexo, adulto. Porém, não pode colocar o
alguns deles já vem com um rosqueamento na alfinete de ponta fina no bebê, só coloca
punção superior onde temos um alfinete de a parte mais grossa.
ponta fina e do outro lado um alfinete de ponta
mais romba, que chamamos de rombo ou
grosso. O alfinete fino seria para
identificarmos a dor aguda e o grosso para a
dor crônica ou amortecida. Para provocar o
estimulo doloroso basta encostar o alfinete em
certo local e ver se o paciente reage e abre o
olho. Esse tipo de instrumento é utilizado no
dia-a-dia para testar o grau de dor do paciente
e identificar se suas vias nervosas estão
integras para dor.
1 E se o paciente não abre o olho (ausente). E se o paciente não abre o olho (ausente).

RESPOSTA MOTORA

SCORE ADULTO LACTENTE


6 quando o paciente obedece a um comando. No Caso do bebê vamos olhar se há uma
Ex: “Oi seu João tudo bem?” E percebemos se movimentação espontânea. O bebê vai se
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ele estende a mão em nossa direção, se ele a mostrar ativo, movimentando seus
segura, se ele tem força. membros.
5 No adulto, vamos localizar a dor. Ex: No caso do bebê, a pontuação 5 ainda não
Pressionei o alfinete na coxa do paciente e será pelo estímulo doloroso, mas sim
pergunto ao mesmo em que local estimulei. pelo estímulo ao toque. Ele vai localizar
a dor mediante a retirada ao toque,
normalmente na planta do pé.
4 No adulto haverá a retirada mediante ao Nos bebês, também haverá a retirada ao
estímulo doloroso, não conseguindo localizar toque, porém, o estimulo provoca uma
o estímulo. dor mais profunda nos tecidos.
3 Flexão ao estímulo doloroso (postura Flexão ao estímulo doloroso (postura
decorticada). decorticada).
2 Extensão ao estímulo doloroso (postura Extensão ao estímulo doloroso (postura
descerebrada). descerebrada).

1 Ausente Ausente

Postura decorticada – Geralmente quando há lesões no trato corticoespinhal ou lesões do


hemisfério cerebral. Predominantemente postura flexora, observa-se os membros superiores em
flexão, cotovelo em flexão e ombros em adução. Já os membros inferiores, observa-se os
quadris em adução e rotação interna, joelhos em rotação interna (Joelho Valgo) e os pés em
flexão plantar.

Postura descerebrada – Lesões no tronco encefálico, principalmente no mesencéfalo e na ponte.


Os membros superiores apresentam-se em adução e rotação interna, além de extensão de
cotovelos, pronação e flexão de punhos. Os membros inferiores encontram-se rígidos com
extensão dos joelhos (Joelho Varo) e os pés em flexão plantar e ligeiramente afastados (Pé
equinovaro).

Mas observem que agora além da flexão plantar ele está com os pés ligeiramente afastados,
que é o que a gente chama de pé equinovaro, no outro os pés são mais próximos chegam até a
está um sobre o outro e este além de está na flexão está ligeiramente afastado e arqueado. Então
esta é a posição descerebrada, tanto na criança, como nos adultos a posição decorticada a gente
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contou como 3 e na descerebrada como 2, vai cair bastante em relação a resposta motora e quando
o paciente está totalmente sem resposta é ausente.

RESPOSTA VERBAL

SCORE ADULTO LACTENTE


5 Fala seu nome e que pode estabelecer um No caso do bebê que ainda não fala ele
diálogo. apenas balbucia, que é ele emitir alguns
sons, sem nenhum sentindo, mas ele está
verbalizando de alguma maneira, a gente
considera também gritar ativo
demonstrando que está bem.
4 Com relação a verbalizar, mas o paciente está No caso do bebê que não verbaliza tem
com confusão mental. que se observar duas situações do choro:
O choro irritado, que é intermitente mais
ocasional.
3 o paciente vai dizer palavras inapropriadas, as Choro a dor geralmente é mais constante
vezes, pode ser até ríspido, agressivo ou dizer e ele chora porque está sentindo muita
algo que não seja compatível com o momento dor é um choro contínuo.
da avaliação e pode ter alguma alteração
comportamental, então a gente pode dizer que
teve uma queda na resposta verbal.
2 ele começa a apresentar sons inespecíficos, o E no caso do bebê é um gemido que é
paciente não consegue verbalizar e apenas parecido, ele tanto apresenta o gemido
emite sons grosseiros , que não significam quando está com desconforto respiratório
nada naquele momento para a gente. como também quando está em alguma
situação traumática, as vezes, a gente
observa o gemido sem o estetóscopio ou
com estetóscopio e quando ele é
decorrente de dor ele é audível e não
precisa de estetoscópio, ele já consegue
emitir o gemido devido a dor.
1 Ausente Ausente

AVALIAÇÃO DO Diâmetro DA PUPILA


Se as pupilas estão isocóricas, estão com o diâmetro normal, são simétricas ambas as pupilas
e reagem à luz, ao se fazer um estímulo com a lanterna (estímulo fotomotor) elas reagem (são
fotorreagentes) e se alteram em mióse e midríase; quando se coloca as luz, elas tendem a fechar
e, quando se retira a luz, elas tendem a abrir. Mesmo se essa condição normalmente ocorre no
caso de pacientes que tenham algum tipo de trauma, algum tipo de condição, possivelmente,
neurológica; é importante que, mesmo naquele momento em que o paciente esteja se apresentando
normal, ele seja acompanhado e observado em outros momentos também. Pois pode ocorrer que
depois de certo tempo, um hematoma se instale, por exemplo, um TCE e depois o quadro dele
venha a piorar. Depois daquele momento inicial tem que acompanhá-lo depois também, e não só
no momento imediato que ele chega ao hospital.
Já se o paciente apresenta ambas as pupilas contraídas, em mióse, sem reação à luz (faz-se
o estímulo com a luz e ele não reage, as pupilas ficam sempre em mióse), isso pode indicar uma
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lesão do sistema nervoso central ou pode estar associado também à pacientes que usaram drogas.
Então, ele não reage ao estímulo fotomotor, ficando continuamente em mióse, mas no momento
em que ele está usando a droga, suas pupilas se encontram em midríase, e somente depois de um
tempo é que elas ficam em mióse e não ficam responsivas, não respondem.
Ao se observar pupilas assimétricas, uma dilatada e a outra contraída, são as pupilas
anisocóricas, que se encontram assimétricas. Pode-se associá-las a alguns casos, como em casos
de acidente vascular cerebral, de TCE e de AVE, que são os quadros mais frequentes.
No TCE, pode-se encontrar tanto pupilas anisocóricas, como também, em alguns casos, a
midríase (pupila midrática), especialmente os TCE’s mais graves. Pacientes que apresentam
choque, apresentam anóxia ou hipóxia severa, uma privação importante de oxigênio para o tecido
cerebral, inconsciência, choque hipovolêmico, lesão grave, estado de choque, parada cardíaca ou
hemorragia importante e TCE, podem apresentar pupilas midriáticas (dilatadas), dependendo,
então, da gravidade.

CRÂNIO

A dura-máter dá origem à várias partes, não só aos seios venosos, mas também a outras
porções: a foice do cérebro, a foice do cerebelo (internamente à fossa craniana posterior, fixado
inferiormente à crista occipital interna), tentório/tenda do cerebelo (internamente à fossa craniana
posterior, fixado superiormente à crista occipital interna). O tentório do cerebelo fica na crista
petrosa. Observa-se também, envolvendo a hipófise, o diafragma da sela, que também é formado
por dura-máter. A dura-máter tem essas várias projeções. Além dos seios venosos também
intradurais, que correspondem a drenagem venosa superficial.

OBS.: Parte óssea do crânio que tem no laboratório, só vou ressaltar pra a gente fechar isso
aqui, porque muitos de vocês não tiveram a oportunidade de ver a fenda nasal no
laboratório, porque está quebrada, só que antes dava para observar. Então a gente tem a
crista etmoidal, aqui do lado vocês estão vendo uma brechinha bem estreitinha aqui, é a
fenda nasal, e do lado, aqui é o forame etmoidal anterior. E aqui internamente é a fenda
nasal, dava para observar lá antes, só que quebrou e a gente não consegue mais observar,
tem apenas um vão só.
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POLÍGONO DE WILLIS
A partir do arco da aorta nós temos três ramos diretos: Artéria tronco braquiocefálico, artéria
carótida comum esquerda e artéria subclávia esquerda. O tronco braquiocefálico vai originar a
subclávia direita e a carótida comum direita. É a partir das subclávias que se originam as artérias
vertebrais, as artérias vertebrais que passam pelos forames transversários no pescoço, elas se
originam das artérias subclávias que são justamente elas que ao passarem pelo forame magno do
occipital, elas vão se anastomosar para dá origem a artéria basilar, que fica localizada a frente da
ponte.
E as artérias carótidas comuns, tanto a direita como a esquerda elas vão se dividir em:
carótida externa e carótida interna, e é justamente a carótida interna que entra no canal carótico,
e dentro do crânio ela vem originar artérias importantes, especialmente a artéria carótida interna
que vai originar as artérias cerebrais anteriores que vem na direção anteriores. Cada carótida
interna origina uma artéria cerebral anterior, ela também origina as artérias cerebrais médias, uma
carótida interna de cada lado origina uma artéria cerebral média, a artéria comunicante posterior
também é ramo da carótida interna.
As artérias cerebrais anteriores de um lado e do outro, elas se comunicam pela artéria
comunicante anterior (é uma pequena artéria). A artéria carótida interna também vai originar a
artéria oftálmica, que penetra pelo canal óptico junto com o nervo óptico, ela também origina uma
artéria chamada corióidea anterior, ela vai promover a irrigação do plexo coróide.
Em relação a artéria basilar, nós vamos ver que a artéria basilar vai originar várias artérias,
entre elas as artérias cerebrais posteriores (são os ramos terminais da artéria basilar), são
importantes para a formação do polígono de Willis. A artéria basilar, não faz parte do polígono,
assim como as cerebelares.
O polígono é formado pela parte pré-comunicante
(antes da comunicante posterior) da artéria cerebral
posterior, a artéria cerebral posterior vai ter uma parte
pré-comunicante e uma pós-comunicante, a artéria
comunicante posterior que vem da carótida interna, ela
se junta com a cerebral posterior, faz uma anastomose.
A parte pós -comunicante, é a parte que vai seguir logo
em seguida, que vai originar diversos ramos, ramo
dorsal do corpo caloso, artéria occipital medial ramos
temporais (que irrigam o lobo temporal, na vista
inferior e interna), ela vai originar vários ramos. As
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artérias comunicantes posteriores também fazem parte do polígono, também chamado círculo
arterial do cérebro, as próprias artérias carótidas internas bilateralmente também fazem parte do
polígono.
As artérias cerebrais médias não fazem parte do polígono, mas são muito importantes. São
as mais afetadas em caso de AVE, em mais de 60% dos casos, e justamente por ela não está no
polígono é mais arriscado, porque as artérias que estão no polígono elas se anastomosam entre si,
e isso permite uma circulação colateral. Então, se tivermos por exemplo uma obstrução, na
cerebral posterior na parte pré comunicante, ainda tem a artéria cerebral posterior que vai para o
outro lado, e pode permitir a passagem de sangue/fluxo para a pós-comunicante, então o dano não
seria muito grande, afetaria mais alguns pequenos ramos perfurantes, que são irrigados da parte
pré-comunicante, mas a parte pós-comunicante seria preservada devido à existência da A.
Comunicante posterior que leva sangue para ela.
Então as artérias que estão
no polígono elas se ajudam,
permitem que o sangue seja
distribuído entre elas,
preservando o máximo de tecido
nervoso possível, pois existe
anastomose entre elas que
permite uma circunstância
colateral, ou seja, uma ajuda a
outra.
Já a A. Cerebral média,
como ela tá fora do polígono,
fora da área de anastomose, é
bem calibrosa, é bem mais
afetadas em casos de AVE, como
ela irriga toda a área externa do
córtex cerebral, lobo frontal, parietal, temporal -apenas externamente, pois inferiormente e
internamente é a A. Cerebral posterior; então dano nela causa grandes problemas.
Artérias que fazem parte do polígono de willis: Artéria cerebral anterior, a parte pré
comunicante, as comunicantes posteriores, as caróticas internas, as cerebrais anteriores e a
comunicante anterior. A basilar não faz parte, ela apenas origina as cerebrais posteriores, que são
parte do polígono. Cerebral média também não faz parte.
A artéria basilar origina, geralmente, a a. Cerebelares inferior anterior como primeiro ramo
e o segundo ramo é a a. Do labirinto, também conhecida como auricular interna, que é o ramo que
passa pelo meato acústico interno. Depois às artérias da ponte ou pontinas, divididas em curtas e
longas. O penúltimo ramo da basilar é a A. Cerebelares superior. E por último é a A. Cerebral
posterior, que faz parte do polígono no ramo pré-comunicante.
A A. Cerebral média da origem a dois ramos: o ramo terminal superior e inferior, a partir
desses saem outros tantos Ramos. Essa artéria penetra profundamente na fissura lateral e
superficialmente há a veia Cerebral média, entre a pia-máter e a aracnóide.

TECIDO NERVOSO

Potencial de Encefalização é o desenvolvimento dos neurônios e da formação de sinapses


que ocorre após o nascimento. Nos seres humanos ele é muito desenvolvimento, por exemplo, se
compararmos o peso encefálico de um chipanzé e de LK e se for do mesmo tamanho, eles não
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tem o mesmo desenvolvimento, a mesma plasticidade de neurônios e de sinapses, observaremos
que o coeficiente de encefalização (K) é mais desenvolvido nos homens, que somos “racionais”
que nos primatas, que não desenvolveram o seu potencial como nós, e isso ocorre mediante
estímulos da genética e também do meio ambiente, que potencializa ou exclui influências
genéticas. Inclusive, o autismo tem diversas causas, inclusive o aspecto genético, mas o fator
ambiental é decisivo para os desenvolvimento do autismo, há casos em que crianças gêmeas em
que 1 tem autismo e a outra não, logo concluísse que o ambiente é decisivo no ambiente do sistema
nervoso e motor. Por que, por exemplo, uma criança começa andar mais cedo que outra? É apenas
pela privação ou estimulação de estímulos. Com isso, o coeficiente K (capacidade de
entendimento, cognitiva) de uma pantera é o mesmo de um gato? É, pois todos são felinos! Eles
apenas têm o tamanho do encéfalo diferente, mas a capacidade de adaptação é a mesma.
Os felinos, a pantera, o tigre, o gasto eles não tem o coeficiente mais avançado do que o
outro, diferentemente de nós em relação aos primatas. Vamos observar que esse desenvolvimento
dos giros cerebrais e o aprofundamento dos sulcos cerebrais vão estar diretamente relacionados
ao grau de estimulação ambiente, inclusive alguns estímulos que recebemos ou o hipo
desenvolvimento de algumas áreas pode estar relacionado a algumas doenças psiquiátricas.
Exemplo em crianças a qual tiveram estímulos negativos na infância, emocional afeto, abuso
sexual e etc.
O sistema nervoso é o principal controlador de todas as funções orgânicas, inclusive quando
declaramos que o paciente está com morte. Temos que analisar se o paciente está no estado
hospitalizado ou em estado grave, não vai ser necessariamente a parada do coração que vai
declarar, pois ele pode ser mantido com o coração batendo, mas se tiver a morte encefálica ele
será declarado morto. O sistema nervoso é determinante para manter as funções cognitivas.
Nós temos no sistema nervoso 3 funções importantes:
1) Função sensitiva
2) Função integradora
3) Função motora
O sistema nervoso é capaz de nos adaptar ao meio ambiente, dar respostas e condições para
que possamos nos adaptar a diversas situações e aos estímulos do meio ambiente. Então temos
neurônios sensitivos que recebem impulsos de receptores localizados perifericamente. Os quais
levam a informações para o sistema nervoso central que é quem vai fazer a integração e
interpretativa. Não necessariamente a gente precisa ter essa informação chegando ao nível de
consciência, pois muitas das nossas respostas aos estímulos ambientais são reflexas ou
automáticas. Mas quando temos um nível de desenvolvimento neuronal essas respostas passam a
se tornar conscientes, principalmente as respostas motoras ao ambiente e muitas nossas decisões
e aspectos comportamentais são realizadas mediante o nível de consciência.
Quando são respostas rápidas e automáticas, muitas dessas respostas involuntárias vão
ocorrer ao nível medular que são arco-reflexos medulares. Teríamos então a resposta motora que
pode ser uma resposta consciente quando chega ao nível de consciência ou automática quando
for integrada ao nível medular. Temos determinadas respostas que não necessariamente se
comunicam só da medula, elas chegam ao nível por exemplo dos núcleos da base que nos permite
ter respostas que a gente não controla conscientemente porém que temos o tempo todo. Como
exemplo a manutenção do tônus, nós temos núcleo de substancia cinzenta localizados na massa
encefálica que são núcleos das bases o qual dão as capacidades de termos respostas automáticas.
Eles influenciam no controle no motor e também nos dão a capacidade de manutenção de tônus e
postura.
Para que isso aconteça nós temos os neurônios que são capazes de produzir os impulsos
nervosos e de estabelecer as sinapses entre eles. Temos estímulos tanto excitatórios como também
inibitórios. Essas sinapses vão ocorrer através da liberação de neurotransmissores que são
liberadas a partir de botões sinápticos localizados nos terminais axônicos.
Transcrição neuroanatomia teórica 12
Med área 51
Vamos observar também que os
neurônios que no seu axônio possuem a
bainha de mielina eles são capazes de
conduzir informação com muito mais
velocidade, Ex: os neurônios mielínicos.
Os neurônios que possuem a bainha de
mielina se encontram na área de substância
branca, já os que não possuem a bainha de
mielina estão localizados na área de
substância cinzenta, além disso, os
“corpos de neurônios” mesmo que sejam
neurônios mielinizados os corpos não possuem bainha de mielinizados ou “interneurônios” que
são neurônios de associação que fazem a conexão sensitiva com motora. Todos estão localizados
na substancia cinzenta.
No “H” medular da médula encontramos a substancia cinzenta. A bainha de mielina funciona
como isolante elétrico de modo que a informação vai saltando de nódulo de Ranvier em nódulo
de Ranvier bem rapidamente, chamamos então de condução saltatória.
 Neurônio sensitivo: é um neurônio aferente que chega ao sistema nervoso central.
 Neurônio motor: é um neurônio eferente que sai do sistema nervoso central com a
resposta.
 Interneurônio: faz a conexão entre um e outro.

Grupo 2

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