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MED ÁREA 51
LOBO TEMPORAL
No lobo temporal, também tem a área olfatória ou 38, ligada ao córtex piriforme ou
entorrinal, é na vista medial, formada pelo úncus e parte do giro parahipocampal, é uma parte
do sistema límbico que envolve emoção e memória. Esse córtex piriforme faz parte do
paleocórtex que junto com o arquicórtex forma o alocórtex, que são partes bem antigas do
sistema límbico.
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O córtex piriforme (ou entorrinal) está relacionado ao sistema olfativo. O úncus e o giro para
hipocampal formam esse córtex. Mais internamente eu tenho o hipocampo, que é estrutura
diretamente ligada a memória, mas é uma subdivisão do sistema límbico, porque a gente vai
categorizar estruturas do sistema límbico ligadas diretamente à memória e estruturas do
sistema límbico que estão ligadas diretamente às emoções, tanto estruturas corticais, como
estruturas subcorticais.
O olfato é uma função extremamente ligada à memória. Acredita-se que a maioria das
nossas vivências tem um componente olfativo muito forte, sejam elas vivências positivas ou
negativas, os cheiros que sentimos têm uma carga emocional muito forte e que fica registrado
na memória. Inclusive algumas crises epiléticas que são classificadas como parciais, ou seja, que
se restringem a uma área do córtex cerebral, são as crises uncinadas, porque nós vamos ver que
a atividade cerebral hipersincrônica e excessiva ocorre numa área específica do córtex, ou seja,
ela não gera uma demanda no córtex como um todo (diferentemente da generalizada, que afeta
ambos os hemisférios cerebrais, geralmente a crise mais conhecida, que o indivíduo fica
inconsciente e se debate, fenômeno mioclônico, crise de ausência), podendo ser definida como
simples ou complexa.
que ele apresenta durante aquela crise, ele vai saber relatar, por exemplo, se for uma crise
uncinada ele vai relatar que está sentindo um cheiro que não é verdadeiro no momento, terá
uma alucinação olfativa; Isso pode acontecer temporariamente em qualquer área, pode ser uma
alucinação visual no lobo occipital, pode ser uma alucinação auditiva. Se ela teve uma
alucinação, ou um fenômeno de contração muscular em um determinado lugar do corpo, ou
sente um cheiro específico (quando o foco epileptogênico é o úncus), ela sabe que vai ter uma
crise epiléptica generalizada, como uma espécie de aviso. Se for complexa, era iria perder a
consciência, e não saberia o que teria acontecido durante a crise.
Não confundir com quadros de esquizofrenia, pois casos de crises epilépticas parciais
simples ou até mesmo generalizadas, se for uma crise autolimitada, duram no máximo 10
minutos, caso se trate de uma crise muito mais grave, como estado de mal epiléptico, as crises
são mais demoradas podendo inclusive vir uma crise seguida da outra, caso conhecido como
crise subintrante. Já a esquizofrenia é um fenômeno paranoico, podendo durar um período
maior, como um dia ou um turno, a pessoa vai imaginar em sua mente e “ver” coisas que podem
machucá-la, formulando uma trama muito elaborada.
LOBO OCCIPITAL
A artéria cerebral posterior ela irriga o lobo occipital, então se tivermos isquemia ou
hemorragia em ramos da artéria cerebral posterior, podemos ter distúrbios da visão, mas é
importante lembrar que ela tem vários ramos que inclusive irrigam o lobo temporal tanto
internamente como também inferiormente, então vai depender em que nível houve o
comprometimento dos ramos.
Então uma das possibilidades é a necrose, isquemia do lóbulo occipital. Em alguma área vai
ter um prejuízo de interpretação visual que pode ter inclusive a cegueira cortical, a incapacidade
de enxergar por uma lesão do córtex do lobo occipital.
SISTEMA LÍMBICO
Em alguns quadros de
depressão (também
severa), uma das estruturas
que é bastante afetada é o
terço anterior,
principalmente, que é
ligado às emoções. Mas a
habênula, que faz parte do
epitálamo, também está
ligada a esse quadro.
Temos o hipocampo que faz parte do giro intralímbico (área amarela), em sequência temos
uma camada vestigial de substancia cinzenta que está internamente ao corpo caloso que
também faz parte desse giro, que é chamado de indúzio gríseo ou indúzio cinzento.
Na imagem: a área subcalosa é abaixo e a área do giro paraterminal é a área septal que está
mais para trás. Em azul vai ter as estruturas que compõem o lobo límbico, que tem o giro do
cíngulo, giro parahipocampal, úncus. Na área amarela, é o lobo intralímbico.
Para que se tenha eferências a partir do hipocampo, tem-se as fímbrias que estão adjacentes
ao hipocampo e a partir da fímbria se tem o fórnix. Esse vai fazer conexões com áreas
importantes formando o circuito de Papez.
A partir de agora ele vai ter falha de fixação de memória, de retenção de novas informações
no começo e vai afetando a memória mais imediata e de curto prazo. A medida que a doença
vai avançando ele vai tendo uma memória retrógrada progressivamente afetada, mas não é
esquecer do fato mais antigo para o mais atual. É o contrário, é do mais atual para o mais antigo.
Ele vai esquecendo, por exemplo, do que ele fez há uma semana, há um ano, há dois anos.
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Por exemplo, há dois anos eu tive um neto e no momento que eu chegar a perder a memória
de dois anos atrás eu não vou mais lembrar que tive um neto. Se o meu neto chegar na minha
frente, mesmo sendo alguém que eu amo muito, eu não vou mais lembrar quem é. Porém, eu
lembro que tenho filhos, que tenho marido, lembro da minha adolescência, lembro da minha
infância e sei contar fato por fato com detalhes, mas não lembro mais de dois anos pra cá. Aí vai
perdendo 5 anos, 7 anos e vai evoluindo. Quando chega na memória de 10 anos pra lá, que foi
quando eu me casei (por exemplo), eu posso não me lembrar mais do meu marido. Eu olho para
aquela pessoa e digo “quem é você?” ou “o que você está fazendo aqui?”. No memento de
transição entre a perda fixa daquela memória tem momentos de surto, tem momentos que eu
lembro e tem momentos que eu esqueço porque eu ainda não perdi totalmente aquela
memória, mas está em processo de perda. Quando eu perco eu não lembro mais. Aí vai
perdendo e as últimas memórias a serem perdidas são as do início da minha vida em termos de
fatos, acontecimentos, nomes... E aí eu vou ter o registro mais das informações sobre quem eu
sou, da minha memória autobiográfica (ex.: eu sou fulana, eu gosto disso, eu gosto daquilo),
porém não vou lembrar daquilo que me contorna (ex.: da minha família, das pessoas que
viveram comigo).
Então, essas informações que não necessitam de consciência e são mais automáticas elas
são mais tardiamente perdidas. Por exemplo, quando eu vou andar eu não preciso estar
lembrando que eu tenho que dar um passo para frente. Eu ando automaticamente. Essa
memória declarativa, envolve principalmente o hipocampo, a amígdala que envolve o lobo
temporal mesial ou medial (são duas estruturas que comumente estão envolvidas na memória
declarativa).
Na memória mais imediata vamos observar que não temos tempo para ver a fixação da
informação, é a memória que dura poucos segundos. Por exemplo, se alguém me disser lá fora
o número de um telefone e se eu não anotar ou não dizer a pessoa que eu tenho que dizer eu
vou esquecer. Porque aquilo não é relevante para mim. Temos uma memória seletiva, não
queremos ocupar espaço com aquilo que não interessa. Queremos ocupar espaço com o que de
fato interessa. Essa memória é para aquelas coisas que você não dá muita importância.
A memória de curto prazo, que é para eventos mais recentes nos últimos minutos já envolve o
circuito do sistema límbico e envolve um circuito muito importante, o de Papez.
Tem outras estruturas que eu vou mostrar na circuitaria como tálamo e hipotálamo que
também participam, inclusive os corpos mamilares são do hipotálamo. E nesse processo da
memória de curto prazo a gente também envolve o lóbulo parietal inferior que é a memória
verbal auditiva, envolvendo a área de Wernicke para processar a informação e fazer o
entendimento do que está acontecendo para gente poder lembrar. Essa circuitaria emocional
envolve hipocampo e a partir do hipocampo temos o fórnix, que vai se conectar com os corpos
mamilares, também vai levar
informações aos núcleos anteriores do
tálamo.
MEMÓRIA
A memória de curto prazo envolve o circuito de Papez, caso haja um fator emocional. E
a de longo prazo, além de envolver a circuitaria de Papez, envolve também outras estruturas,
como o Hipocampo, amígdala, lobo frontal, núcleos da base e o cerebelo. Ou seja, a memória
de longo prazo, como o próprio nome já diz, dura bem mais, podendo chegar a dias, meses ou
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anos para formar e/ou para lembrar fatos mais antigos. Então, ela envolve atos motores (ligado
à parte motora do lobo frontal), comportamentais (ligado ao córtex pré-frontal), linguagem
(área de Broca, área de Wernicke) e muitos outros, a depender das diversas áreas ativadas. Um
exemplo disso são as memórias vívidas de uma experiência traumática, ruim ou estressante, em
que você chega a lembrar dos fatos com riqueza de detalhes: o que fez, o que falou, como reagiu,
se você se sentou, se chorou, se jogou um objeto.
Às vezes quando você está procurando um objeto, dias após perdê-lo, por exemplo, você
tenta refazer os seus passos, de modo a tentar lembrar todo circuito feito, e isso envolve os
gestos motores também. Por isso envolve o cerebelo, como a postura tida, a coordenação
motora. Até o tônus muscular, que envolve os núcleos da base, também pode estar incluída na
memória de longo prazo. Algumas situações estressantes, por exemplo, ou de frio, o tônus é
alterado. Inclusive pacientes neurológicos com espasticidade, hipertonia, apresentam um
aumento, hiperexcitação do tônus quando submetidos a essas situações, questões emocionais
fortes, marcantes.
generalizada), diminuindo a
demanda metabólica e a ativação
respiratória, então você relaxa mais,
ocorrendo a remoção dos
metabolitos. O sono chamado de
renovador permite a ativação
adequada de outras áreas do córtex
quando necessário, sem gerar essa
hiper-reatividade (que ocorre no
stress) e a longo prazo é interessante
que se tenha uma vida controlada,
regrada. Em contraponto, se você
estiver com um SN simpático muito
ativo, e com os níveis de cortisol
aumentado, vai ocorrer uma hiper-
reatividade da amigdala, que a longo
prazo pode gerar degeneração de
neurônios do hipocampo, podendo
até causar perda de memória,
especialmente em casos de
transtorno de ansiedade
generalizada, stress pós-traumático
ou caso de stress crônico (ao que tem
uma duração duradoura). Se você não dorme, não tem o sono correto, e é alguns artigos
associam ao Alzheimer, porque a falta de remoção das impurezas, que ocorre por exemplo
através do líquor, que é liberado de forma mais ativa a noite, fazendo essa limpeza, pode gerar
o desenvolvimento de proteínas mal enoveladas beta-amiloides (proteínas TAU),
desencadeando o Alzheimer, é um dos fatores fortemente ligados à doença.
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DISTÚRBIOS DA MEMÓRIA
O distúrbio cognitivo leve é caracterizado por haver um comprometimento devido ao
envelhecimento, gerando uma redução do volume cerebral como um todo, principalmente, uma
atrofia do hipocampo e do lobo temporal. Nesse tipo de distúrbios vai haver lapsos de memória
e perda de memória, geralmente, de acontecimentos recentes, a pessoa tem dificuldade de fixar
informações novas, informações de curto prazo. Não se caracterizando necessariamente um
processo tão agravado como no Alzheimer, pois é um processo de agravo da memória mais
lento.
OBS.: Essa atrofia do lobo temporal também é percebido na dificuldade de audição de grande
parte dos idosos.
OBS.: Pessoas que estão envelhecendo e continuam a ter uma vida ativa (saindo, fazendo
exercício físico, lendo e etc) não diminui a atividades dos circuitos cerebrais e, por isso,
geralmente não desenvolvem esses distúrbios de memória, permanecem sempre lúcidas. Mas,
as pessoas que estão envelhecendo e que não possuem uma vida ativa, não saem de casa, não
desenvolvem nenhum hábito de lazer, se isolam da sociedade, isso vai provocar uma inibição da
atividade neuronal e vai gerando uma atrofia, uma diminuição do volume cerebral.
ALZHEIMER
No Alzheimer, é perceptível uma atrofia do hipocampo e do giro parahipocampal,
também vai afetar o córtex cingular posterior (que também ocorre no distúrbio leve) e o lobo
temporoparietal, que é área ligada a linguagem, nesse lobo também será afetada a área de
Wernicke (que está relacionada a audição e a linguagem), a amígdala e o hipocampo, que estão
internamente no lobo temporal. Com o avanço da doença todo o lobo frontal é afetado,
afetando, assim, a capacidade de julgamento, as reações comportamentais (como a
agressividade e a irritabilidade) e a motricidade a longo prazo, que pode ocasionar na perda da
realização de gestos simples do dia a dia, e é por isso que ao final da doença o indivíduo vai
tendo perda da autonomia e da independência.
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No Alzheimer, o
indivíduo não vai se lembrar
de acontecimentos
passados e terá dificuldade
de memorizar
acontecimentos
recentes/novas. Uma
característica importante é
que nas pessoas com essa
doença vão apresentar uma
diminuição do
espessamento dos giros
cerebrais e um
aprofundamento dos sucos
dos giros.
Nessa doença, na
substância branca é encontrada placas de proteínas mal
enoveladas, que são as proteínas beta amiloide (ex: proteínas
TAU), que vão promovendo um processo de degeneração
progressiva da doença, ou seja, promovem a evolução rápida
da doença; já a substância cinzenta vai se atrofiando.
OBS.: Com o passar dos anos é normal haver uma diminuição no volume do hipocampo, mas
essa perca só será considerável quando estiver associada a algum distúrbio.
Sistema Límbico
Vamos ter uma relação próxima entre sistema límbico e sistema endócrino. O
hipotálamo está ligado à neuroregulação da hipófise e também à circuitária emocional de
papez. Inclusive, observamos que os corpos mamilares, que fazem parte do hipotálamo, estão
ligados ao reflexo de alimentação, aumentando a salivação e a resposta há um determinado
alimento.
Em determinadas situações, como na atração física por alguém, atração sexual, vou ter
a ativação da Amígdala. A amígdala é a principal estrutura do sistema límbico, possuindo maior
quantidade de receptores químicos, como receptores olfatórios, para receber informações dos
hormônios sexuais, que são ativados no momento em que sentimos atração sexual por alguém.
Essa estrutura ativa reações do sistema nervoso simpático e está ligada ao processamento das
emoções (como medo e alegria) e ao comportamento emocional. E o hipotálamo regula essa
ativação, além de regular a secreção hormonal, estando diretamente associado ao prazer sexual
e à manutenção da homeostase do corpo.
Temos três estruturas do sistema límbico ligadas à via mesolímbica, que é uma via
dopominérgica, essas estruturas são: Área septal (no giro paraterminal), núcleo Accumbens e
o córtex pré-frontal. Sendo estruturas ligadas ao sistema de recompensa do cérebro humano.