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Alexandre Costa
2
Depois de anos
na fogueira,
aprendemos
que é de grande
sabedoria
mergulhar em
águas profundas
e esperar o
maremoto passar.
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ABSTRACT AX
Ao acaso, mas de maneira fantástica e com um toque fundamental de determinação
de Alexandre Tadeu da Costa, “midas do chocolate”, “alquimista do cacau”, nasceu, na
Páscoa de 1988, a Cacau Show. 01
Com o auxílio de uma senhora que produzia chocolate caseiro e o empenho de três
dias com 18 horas trabalhadas, o então jovem rapaz conseguiu entregar o pedido
no prazo e ainda obter um lucro de aproximadamente R$ 500, que serviu de capital
inicial para seu empreendimento.
No início, a sede de seu recém-criado negócio era um espaço disponibilizado por seus
pais no prédio da empresa da família, no bairro Casa Verde, em São Paulo.
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Seu empreendimento caiu no gosto da galera, seus chocolates vendiam feito água
e, logo, apenas com seu lucro, a Cacau Show se expandiu, alcançando seu primeiro
prédio comercial.
O primeiro ponto comercial da Cacau Show surgiu em 2001. Um ano depois já existiam
18 lojas padronizadas com a logomarca da empresa.
O número só cresceu com o passar dos anos. Alexandre já era, então, um empreendedor
de sucesso, e sua empresa, a Cacau Show, tornou-se a maior rede de chocolates finos
de todo o Brasil.
Atualmente, após tantas premiações, a Cacau Show possui a incrível marca de mais
de 2 mil franquias e cinco fábricas espalhadas pelo Brasil, produzindo mais de 12 mil
toneladas de chocolate por ano.
Além disso, é referência quando se trata de Páscoa e Natal, principais datas chocolateiras
do ano.
Um sucesso inegável, de brilhante sacada e iniciativa, a Cacau Show não foi uma jogada
de sorte de Alexandre, muito pelo contrário. Foi fruto de uma visão empreendedora.
Almejar objetivos maiores é essencial para uma carreira bem-sucedida no ramo dos
negócios.
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chinês Chan Kim e pela francesa Renée Mauborgne, com informações
e detalhes valiosos para quem quer aprender sobre como se posicionar
no mercado e utilizar-se da segmentação para conquistar mercados e
públicos que muitas vezes carecem de atenção e podem alavancar o
negócio.
• O time
• Product Owner
• Scrum Master
• Dev Team
• Backlog
• Daily Scrum
• Execução
• Revisão
• O que é um segmento?
• Ciência, intuição e acaso
44 Veja como usar o Blue Ocean Strategy, ou Estratégia do Oceano Azul, um conceito
de diferenciação competitiva utilizada por empresas líderes de mercado
62 Redução de custos
84
Planejamento financeiro
• Por que investir no Brasil? 60
• Investir no Brasil é uma oportunidade
que pode gerar riqueza
103
Gestão sustentável da cadeia de valor
•O que é cadeia de valor?
•Como gerar mais valor de forma sustentável?
• Como saber se estamos atingindo o valor desejado?
•Qual o papel dos colaboradores na geração de valor?
•Execute e aprenda com os erros 76
105
5 passos para uma gestão sustentável da cadeia de valor
114 REFERÊNCIAS
O “Midas”
do chocolate
e sua seminal
16
storytelling
Comecei com 17 anos. Queria mostrar para a família e o mundo que era capaz de
empreender. Eu tinha visão de organizar os negócios em prol de um objetivo comum.
Minha mãe sempre foi empreendedora e tinha o ímpeto de ter uma situação de vida
mais confortável para nós.
Eu ia com ela à casa das clientes e escutava as mulheres contando os problemas pessoais.
Na verdade, uma vendedora domiciliar é quase uma psicóloga, a venda era o que menos
importava... o relacionamento, sim.
Quando ela criou o próprio catálogo, criou algumas marcas e, uma delas, era a Cacau
Show. Mas, naquela época, não tínhamos fornecedores de chocolate e acabamos
deixando vários clientes na mão. Acabamos parando a venda de chocolate.
Mas cometi um erro: no nosso catálogo constava um ovo de Páscoa de 50g, e passei para
as vendedoras o catálogo que já estava impresso, mas o fornecedor não tinha os ovinhos
naquele tamanho.
Sr. Ademir, pai do Alexandre: “Ele sempre foi muito teimoso, sempre soube o que queria
ser”.
Marcelo Martins, diretor de Expansão: “A Cacau Show originalmente nasceu pela busca
do próprio caminho, do próprio sucesso”.
Dona Vilma, mãe do Alexandre: “Eu era vendedora, tinha os catálogos que representava
na época e sempre levava o Alexandre comigo, porque não tinha com quem deixá-lo.
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Ia à casa das clientes e comecei, a partir de um tempo, a ampliar o número de clientes.
O Alexandre sempre quis ter a empresa dele. Passaram-se mais ou menos dois anos e
ele veio me perguntar onde estavam os catálogos do chocolate”.
Valdir, tio do Alexandre: “Ele estava apavorado por não conseguir entregar os ovinhos,
porque era um pedido de quase 2 mil ovos”. Alexandre: “Tive uma influência muito
grande da minha mãe, porque eu a acompanhava nas vendas.
Ela vendia Tupperware, colônias e eu fui criado no meio dessas mulheres. Fui criado
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vendo minha mãe vender e empreender, criando relacionamentos com essas mulheres.
Eu sempre falo para minha equipe que estamos vendendo algo a todo momento da vida.
Sempre, de certa forma, vender é mostrar uma verdade, uma faceta nobre, mostrar
sempre o melhor contexto de uma verdade.
Eu diria que hoje eu consigo enxergar isso. A Cacau Show procura vender com carinho.
No fim do dia, quanto mais você evolui, mais você gera valor, não só para você, mas
para toda a empresa, todas as pessoas, não adianta ser sinestésico.
Minha mãe decidiu ser uma distribuidora, comprar a mercadoria e passar para as
vendedoras junto com o catálogo.
Ela começou a criar marcas. Criou a Cacau Show junto com uma amiga, com quem
comprava produtos de um terceiro (Chocolates Senzala) e revendiam.
Na venda direta para o consumidor final, se você não entrega o produto por ocasião
da Páscoa, época que, com frequência, tem falta de produtos de menor peso nas lojas,
podemos decepcionar irremediavelmente as vendedoras, que tinham compromisso
com os cliente de entregar esse tipo de produto. Tendo em vista essa realidade,
decidimos parar.
Não deu certo, causou certa dor. E ficou com esse sabor de não ter dado certo.
Eu tinha 14 anos. Continuei trabalhando com meus pais na parte de vendas, mas
também trabalhava no posto de gasolina perto de casa e ganhava só gorjetinhas, não
tinha salário.
Foi bom entender como as pessoas olhavam para esse serviço, que era muito simples.
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Era interessante como as pessoas me tratavam.
A minha avó sempre me dava chocolate quando vinha me visitar, porque chocolate
era artigo de luxo naquela época.
Eu falei para minha família que iria retomar o negócio com chocolate por minha conta.
Procurei outro distribuidor e achei o Osmir (Chocolate Genebra). E cometi o mesmo erro!
Peguei o mesmo catálogo de três anos antes e, novamente, cometi o erro de fazer
vários pedidos de ovos de Páscoa de 50g.
Fiz minha tabela no mimeógrafo e coloquei vendedoras que já tinham trabalhado para
minha mãe.
Foram pedidos, aproximadamente, 2 mil ovos de 50 gramas. Para se ter uma idéia: a
carga de quase três caminhões VUC (Veículo Urbano de Carga). Foi incrível!
Com esse problema dos ovos de 50g eu encontrei uma senhora, a dona Cleusa, que me
ajudou e nós fizemos a encomenda.
Conseguimos fazer os ovos com ajuda do meu tio Valdir, que tinha uns dólares
guardados em casa, me emprestou e compramos as forminhas, os chocolates e os
ingredientes para fazer os pedidos, que não estavam no catálogo.
Conseguimos entregar os ovos, devolvi o dinheiro para o meu tio e paguei dona
Cleusa, que veio trabalhar comigo depois.
Com 17 anos criei um negócio meu porque queria mostrar que era capaz, tinha essa
sede de me provar.
Acho que foi a referência da minha mãe que me inspirou e acabei desenvolvendo essa
vontade de ter meu próprio negócio. Foi muito natural.”
Fazer acontecer
e acontecer fazendo 03
Durante a trajetória de Alexandre Costa, ficou bem claro seu perfil de “colocar a mão
na massa para fazer acontecer”.
1. Ideia
Conhecer e discutir a ideia, colocando-a no papel.
1.2. A ideia
• Definir o posicionamento de mercado (público, qualidade, preço e comparação);
• Avaliar a dimensão do potencial do negócio ou os limites de atuação
(bairros, cidades, estados, países);
• o final dessa etapa, ter certeza de que isso vai gerar lucro.
2. Estudo 4. ANÁLISE
Estudar a ideia, verificar a existência Fazer alguns cálculos para analisar
de mercado, gerar receita. o processo da ideia.
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do negócio. • Ao final dessa etapa, saber o quanto
seu negócio precisa vender para
Quem vai empreender muitas vezes tem de apagar um incêndio por dia. Para não ficar
só no “achismo”, uma opção é utilizar metodologias consagradas.
Sutherland é um dos criadores da filosofia ágil, que preconiza fazer mais em menos
tempo.
Como em uma cachoeira, o trabalho é contínuo. Essas fases estão lá, no ágil, mas
distribuídas ao longo da execução.
“Imagine um empreendedor com uma (boa) ideia na cabeça, mas sem noção de
mercado, que contrata um gerente de projetos para tirar a coisa do papel. O
profissional, competente, vai lá e desenha toda a evolução do negócio, levando em
conta variáveis de curto, médio e longo prazo”.
“Após nove meses, entrega o projeto. Mas não é nada do que o empreendedor queria.
O briefing foi feito e obedecido com maestria. O problema não foi esse. Nesses nove
meses, o que mudou foi a realidade, o mercado”.
“Na metodologia ágil, o gerente de projetos vai sentar três horas com uma grande
equipe. O cara do marketing, a mulher da programação, todo mundo dá pitaco e sai
dali com missões, já para colocar a mão na massa”.
“Em 14 dias todos sentam de novo e apresentam seus resultados. As mudanças são
feitas na hora. Surgiu uma rede social nesse meio tempo? Ela é incluída como uma
variável na hora”.
“As boas experiências do método ágil criam uma tentação para o empreendedor, de
sair aplicando metodologias que deram certo em outros lugares como uma receita
de bolo”.
A boa notícia é que não é preciso escolher. O gestor pode — e até deve — optar pelo
que funciona mais para diferentes áreas e momentos da empresa.
Alexandre Ricoy dá outro exemplo. Um amigo seu faturava R$ 200 mil todo mês, mas
gastava o mesmo tanto. O plano era dobrar as receitas e cortar custos em 20%.
Para achar um novo imóvel, com aluguel mais barato, o método ágil foi perfeito. Em
menos de 24 horas já estava resolvido.
Mas não dá para ter a mesma pressa na hora de fazer o corte de pessoal. Você não
consegue mandar 20% das pessoas embora de uma hora para a outra. Até consegue,
mas você quebra. Então este projeto teve que ser tratado como Waterfall, não podia
ser ágil.
Só para pensar critérios e prioridades de demissão vai um capítulo da decisão, que leva
30 dias, no mínimo. Não é e nem pode ser uma decisão com base na metodologia ágil.
Independentemente do método a ser adotado, é importante ter algum. Fazer tudo no
feeling até pode funcionar por um tempo, mas não se sustenta.
Sem processos e métodos, a tendência é inchar a empresa com pessoas que vão
realizar “na unha” as funções que poderiam ser automatizadas.
O que é uma perda de dinheiro e de talentos, que gastam seu tempo em trabalhos
desnecessários.
Scrum é uma metodologia ágil, que divide projetos em ciclos (sprints). Criada para a
produção de softwares, ela pode ser aplicada à gestão de empresas.
O time
São três os papéis na equipe do Scrum:
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1.Product owner
É o líder. Faz a ponte entre a área de negócios, que define objetivos e projetos, e a
equipe do Scrum, que de fato vai executar as ações. É quem define a prioridade na
execução dos itens.
2.Scrum master
Como um coach. Conhece muito bem os valores e princípios do projeto, mas também
sua equipe. É um facilitador, que vai tentar garantir a coesão do grupo e também
protegê-lo de fatores externos que prejudiquem o trabalho.
3.Dev team
Equipe de desenvolvimento. As pessoas que de fato vão colocar a mão na massa. Deve
ter autonomia para se auto-organizar e decidir qual a melhor maneira de realizar o
trabalho e atingir as metas.
daily
24H scrum
sprint
(execução)
Tirei o banco de trás, coloquei uma caixa de 120 litros e ia junto com a dona Cleusa
entregar na Avenida Pompeia, que tinha as melhores padarias e era perto de tudo.
Assim eu não gastava muito dinheiro com gasolina.
Os donos das padarias pagavam sempre em dinheiro, e isso era bom porque eu sempre
tinha fluxo de caixa.
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Vendia as trufas e já comprava os ingredientes na Bondinho, que era na própria
avenida.
Conheci minha esposa, a Ângela, que foi uma das primeiras pessoas a trabalhar na
empresa (na época ela tinha 15 anos) e ficava na parte das embalagens.
Um dia um contador veio me falar que estava na hora de contratar uma pessoa para
ficar na parte do telefone, porque eu não tinha tempo para fazer isso. E aí eu pensei
na Ângela.
Grande parte das relações que eu construí foi sempre atrás do chocolate, tecnologia,
conhecimento.
Hoje as pessoas que trabalham comigo são meus amigos, porque começaram muito
simples, iguais a mim”.
Eu sempre falei para ele que tudo começa com uma boa venda. Você coloca uma
pessoa em cada zona de São Paulo, e foi assim que começamos a realizar as vendas.
Não importa se você vai trabalhar muito, vai virar a noite, vai precisar de ajuda dos
vizinhos, família... o motor é a venda.
Eu trabalhei muito com árabes e judeus, e fez muita diferença para aprender nas
vendas. Não se pode perder uma venda nunca”.
Ademir, pai: “Ele começou a fazer as trufas e deixava na padaria para as pessoas
conhecerem primeiro, e depois vender.
José Luis Tejon, escritor e palestrante: “Ele estava em uma enrascada quando pegou
os pedidos dos ovos de 50g. E o destino é sempre muito bom. Encontrou uma senhora
(dona Cleusa) que o ajudou.
Ele tem o dom do foco, de prestar atenção. Isso parece simples, mas exige muita
concentração da pessoa. E, quando ela tem isso, os mínimos detalhes conversam com
ela e mostram o caminho”.
Ângela Costa, esposa: “Eu tinha uma vizinha que já trabalhava para ele e me levou
até a fábrica.
Ele me contratou e falou para ir logo no dia seguinte. Eu era muito nova, tinha 15 anos”.
Alexandre – “Foi com o episódio da fabricação dos ovos de Páscoa que constatei que
era possível aprender. Fazer chocolate artesanal era uma coisa que não era complexo
e se vendia muito caro.
Porque o dono chegava cedo. Às vezes eu até ajudava ele abrir a porta da padaria,
porque, quanto mais cedo eu vendesse, mais cedo eu recebia.
Na verdade, eu vendia para a padaria por R$ 0,50, mas, para as pessoas, eu falava
R$ 1, dobrava a margem, e passavam no caixa antes de eu vender para ele.
34 O grande objetivo do dono da padaria era ganhar dinheiro, e não vender chocolate.
São vendas B2B, e estava entregando o lucro. Isso era o que estava por trás.
Não adianta ir by the book, é preciso entender a dinâmica do negócio com a prática.
E foi assim que, aos 18 anos, aconteceu. Lógico que não foram tudo flores. Teve o dono
de um bar que me deu uma bronca gigante, quase me bateu, porque ele não gostou do
jeito que eu vendia.
Nessa época eu já fazia Faap e disse para ele que ele tinha todo o direito de não
comprar mais o meu produto, mas não de me tratar daquela maneira, porque eu
trabalhava para pagar minha faculdade. No final ele virou meu amigo e cliente para
a vida inteira.
Quantas vezes eu já transformei uma adversidade em relações muito duradouras e
lucrativas com educação, com postura.
Ela foi ao caixa e pagou. A vendedora embrulhou, saiu de trás do balcão e disse para a
cliente: “Posso dar um abraço em você?”.
A cliente teve uma crise de choro e virou uma cliente fiel da loja. Ou seja, ela entendeu
a cultura. É preciso entender o cliente. É uma extensão da nossa visão de mundo.
Nós sempre fomos muito ligados em esportes, meu irmão, meu pai e eu. E, na frente da
empresa do meu pai, era um ponto de encontro para sair para jogar.
Sábado, na Casa Verde, a galera chegando para jogar e eu trabalhando. O Fusca era
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para o trabalho.
Nessa época, paramos com as vendedoras porque a inflação era muito alta. Como eu
tinha que comprar tudo no mesmo dia para não pagar mais caro, não compensava,
porque eu não tinha capital de giro.
Foi aí que apareceu o seu Jurandir. Que, aliás, é nosso franqueado até hoje.
Ele era gerente nacional de Vendas da Garoto. Alto executivo. Era uma época na qual
ele tinha muito poder e a demanda era muito grande.
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COMO FAZER E SER EFETIVO
EM VENDA DIRETA 04
Sua mãe já era revendedora (Natura, que na época tinha outro nome) e daí veio a ideia
de revender os chocolates.
US$ 14,6
8 mil
empregos diretos;
bilhões
em volume de negócio (2013);
o Brasil ocupa a quarta posição
no ranking mundial.
Modalidades mais praticadas: porta a porta; catálogo; convite para as pessoas irem à
sua casa para uma conversa informal; internet.
Formas de lucro: mononível (forma de ganho da venda do produto junto com sua
margem de lucro) e multinível (possibilidade de montar equipes e ganhar uma
porcentagem em cima das vendas da sua equipe, treinando, assim, sua liderança). Por
meio da Associação Brasileira de Vendas Diretas (ABVD) você pode se informar se a
empresa é idônea ou não e se realiza as vendas em multinível de forma correta.
COMO FUGIR DO OCEANO
VERMELHO 05
Mercados não são homogêneos. Quando olhamos de perto, percebemos que grupo de
pessoas possuem características e desejos distintos, Chamamos isso de segmentos.
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Segmentos podem acontecer naturalmente no mercado.
Vamos citar o caso da Levi’s, como essa marca inicialmente de roupas masculinas
acabou privilegiando esse mercado.
Os jovens começaram a alterar essa perspectiva de mercado. Eles não queriam mais
utilizar os ternos no contexto social, então começaram a utilizar as roupas de trabalho
em um contexto social, por ser diferente, criando uma nova segmentação.
A Levi’s percebeu essa movimentação de mercado, essa mudança de mindset dos
jovens, e começou a direcionar a produção para roupas em jeans.
O que é um segmento?
“Divisão de mercado em grupos distintos, de compradores, com diferentes
necessidades, características ou comportamentos que possam exigir produtos ou
compostos de marketing específicos.” — Kotler
Mude a maneira de olhar o mercado: olhe através do espelho do mercado -> através
de indústrias alternativas (3M, Bosch); através de grupos estratégicos dentro de
indústrias (Levi’s); através de cadeia de compradores (Uber); através de produtos
e serviços complementares (Sem Parar); através de apelos emocionais e funcionais
(Bepantol e Cirque du Soleil); através do tempo (Tubaína Retrô, Brastemp Retrô).
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Crie uma nova curva de valor eliminando certos elementos enquanto cria novos
valores:
Reduzir: quais atributos devem ser reduzidos bem abaixo do padrão setorial?
Criar: quais atributos nunca oferecidos pelo setor devem ser criados?
Teste a viabilidade da sua ideia: é fácil encontrar
segmento, mas você está oferecendo valor?
Processo de estratégia do oceano azul -> curva de valor -> eliminar, reduzir, criar
e elevar -> teste de viabilidade -> tipping points -> mapear a utilidade -> eliminar
barreiras -> processo justo.
VEJA COMO USAR A BLUE OCEAN
STRATEGY, OU ESTRATÉGIA DO OCEANO
AZUL, UM CONCEITO DE DIFERENCIAÇÃO
COMPETITIVA UTILIZADA POR EMPRESAS
LÍDERES DE MERCADO COMO UBER,
APPLE, CIRQUE DU SOLEIL, NETJET E
YOUTUBE 09
“É um tanto idealizado e segui-lo à risca pode ser frustrante, porque a maioria das
empresas não consegue encontrar um oceano azul — isso é uma exceção —, mas a
essência do conceito ajuda as empresas a se repensarem, a tentarem inovar na sua
curva de valor, e isso é muito positivo”, diz Marcelo Pereira Binder, consultor
e professor de estratégia da FGV-Eaesp.
Ele conta que o livro esteve na moda por pelo menos cinco anos (seu lançamento já
tem mais de dez anos) e que, apesar de já não ser mais tão falado, é um conceito que
tem seu valor. “Faz refletir e pode levar para uma disrupção”, avalia.
Quem inventou?
A norte-americana Renée Mauborgne e o coreano W. Chan Kim, ambos acadêmicos
da INSEAD, The Business School for the World, a segunda maior escola de business
do mundo. 45
Mauborgne é uma distinguished fellow e professora de Estratégia da INSEAD, além
de codiretora do Blue Ocean Strategy Institute. É ainda membro do Fórum Econômico
Mundial e do Board of Advisors on Historically Black Colleges and Universities
(HBCUs), do ex- presidente Barack Obama.
No Brasil, o livro foi publicado em 2007 e tanto o título como o subtítulo ganharam
traduções praticamente literais do original — A estratégia do oceano azul: como criar
novos mercados e tornar a concorrência irrelevante .
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um oceano azul. A partir do momento em que é copiado, deixa de ser assim.
Foi o que aconteceu com a Casas Bahia, que atendeu um público que ninguém atendia,
de uma forma que ninguém fazia. Depois foi copiada, passou a ter concorrência. O
mesmo processo ocorreu com a Gol Linhas Áreas. Hoje, elas estão em oceanos
vermelhos, têm muitos concorrentes. Já a Apple criou um modelo que sustenta.
A grande questão é por quanto tempo uma empresa nada sozinha num oceano azul.
estratégia
oceano azul
nível de oferta
Curva
da indústria
fatores competitivos
quem usa?
O professor da FGV acredita que todas as organizações podem usar o conceito, já que
ele pode provocar insights em qualquer negócio ou pessoa.
Outros exemplos são Uber, NetJet (empresa privada de táxi aéreo), YouTube e Rent
the Runway (aluguel de vestidos de alta costura).
efeitos colaterais?
Binder diz que, se o conceito for tomado ao pé da letra, pode gerar uma ansiedade
enorme na empresa ou no empresário, porque o oceano azul é uma coisa para poucos,
é um negócio difícil de alcançar. 47
Quem é contra?
“Não diria que tem gente contra. Há quem ache o livro muito utópico, desfocado da
realidade. Mas se você usá-lo para repensar o negócio, não tem porque ser contra, é
um modelo legal”, fala o professor.
A partir disso, começaram a surgir as lojas. A primeira foi no ano 2000, em Piracicaba
(SP), de um distribuidor nosso. Ele alugou uma sala comercial porque suas atividades,
face ao volume de vendas, não mais cabia no apartamento onde morava.
Isso nos permitiu entrar na feira da Associação Brasileira de Franchising e, a partir daí,
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foi um salto: mais de 100 lojas em menos de um ano. Hoje, temos em torno de 2 mil
lojas pelo Brasil.
Naquela época, a pessoa vendia nosso chocolate e podia colocar o que quisesse na
cesta. Tinha franqueado que colocava semijoia, lingerie... Nossa visita à loja era menos
abrangente (no sentido de observar todos os aspectos de auditoria do processo de
franquia), fomos progredindo e aprendendo aos poucos.
O Jair, que foi um grande amigo meu, fez as primeiras mil lojas da Cacau Show. Pegamos
todos os distribuidores antigos e montamos um padrão para entrar em shoppings.
Chocolate fino no Brasil era uma coisa muito cara. O quilo do ovo de Páscoa custava
mais do que um salário mínimo.
54
Plinio Muzetti, conselheiro da Cacau Show: “É preciso primeiro ter aconsciência de
que parceiros são necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
Sérgio Butuen, ex-sócio: “Quando entendemos que existia um modelo que possibilitava
ofertar esse chocolate para presente por um custo que muito mais pessoas poderiam
ter acesso, essa foi a sacada, foi o modelo perfeito.
Pouquíssimas pessoas não gostam de chocolate, mas como foi construída ao redor
desse produto a percepção de ser um presente acessível somente às classes A e B,
era difícil fazer as pessoas das classes C e D entrarem na loja, porque elas não tinham
coragem, afinal, loja de chocolate sempre foi muito cara. As que tinham no mercado
eram inacessíveis para essa população.
Foi preciso colocar os preços na vitrine para as pessoas entrarem”.
Marco Aurélio, vice-presidente: “O Alexandre tem muita imaginação, não tem medo
de arriscar. Não tem medo de materializar.
Sr. Rafa, fotógrafo: “A ideia era essa: um produto muito acessível com um preço muito
bom, com uma embalagem bonita”.
56 Alexandre Costa: “Minha visão estratégica veio desde quando eu comprei as barras no
final da Páscoa de 1988. Entendi que o preço da matéria-prima e do produto acabado,
do que o mercado vendia, tinha uma diferença muito relevante.
Meu princípio estratégico sempre foi muito simples: sempre achei que as pessoas
gostam do que é bom, mas elas não têm dinheiro para comprar. Todo mundo adoraria
ter tudo, isso vale para o chocolate. Por que não oferecer uma proposta de valor
diferente ao que o mercado propõe? Eu vi que era possível.
Aprendemos a fazer fotos, a fazer embalagens, a mexer com gráficos. Há oito anos
gravamos nosso primeiro comercial de televisão. Dentro do orçamento, que era
absurdo, quase R$ 200 mil, estava previsto montar uma loja dentro do estúdio, filmar,
desmontar e “jogar fora”.
Eu questionei, achei aquilo um absurdo. Com 10% desse valor eu fiz uma loja dentro
da minha empresa, que está lá há quase dez anos, e eu faço todos os comerciais lá.
Se a gente aprendeu a fazer chocolate, a gente aprende a fazer isso também. Isso
exige uma mentalidade de insatisfação constante. Eu tenho muito orgulho do meu
time, mas todos podem ser melhores.
Eu faço palestras para o Grupo Fibria, para levantar recurso para as fundações Cacau
Show. Uma vez, quando acabei uma delas, veio um professor falar comigo. Disse que
eu era uma história na qual a escassez foi o terreno fértil para a criatividade.
57
de consciência. Não encontrei em algumas redes um tratamento que eu
considerasse digno.
Teve uma pessoa, dono de uma rede de mercados no Rio de Janeiro, que me fez ir até
lá para uma reunião, às 7h30.
Às 18h, descobri que ele não iria me atender. Fiquei esperando 12 horas sentado para
ele me atender. Decidi, então, que eu nunca mais me sujeitaria àquilo.
Teve uma vez que um cliente comprou quase um caminhão de chocolates. Passada
essa Páscoa, decidimos procurar um ponto para esses clientes venderem, porque não
cabia mais no apartamento deles.
Na época, fizemos uma matéria com o GNT. E um cliente queria um ponto para fazer
uma loja em um shopping em Suzano.
58
inauguração de um lava-rápido.
Decidi deixar o carro para lavar. Quando voltei da reunião, o carro estava parado no
meio do lava-rápido ligado, ensaboado e travado.
Quando entramos no carro, ele começou a conversar, disse que deveria ter escutado
a esposa dele, que ela queria abrir uma loja de chocolate e ele queria abrir um lava-
rápido. Contou que ela chegou a fazer curso no Sebrae, foi para o Sul, porque ela se
inspirava muito em uma marca chamada Cacau Show.
chocolatier
Quando se é uma empresa pequena, negociar com grandes redes de supermercados
não é fácil. Isso nos deu força para criar nosso sistema de franquias.
Não existiu a mesma Cacau Show por dois anos seguidos, estamos em busca de
melhoria sempre. Um desafio era vender para outros estados, porque, se o caminhão
não fosse refrigerado, o chocolate derretia.
O verão de 1992 foi muito complicado, e hoje eu penso que, se eu passei por ele, eu
passo por tudo.
Logo no outro ano demos uma encorpada no Natal, pois já tínhamos panetone,
presentes de chocolate de Natal.
Se não haveria recurso em janeiro, eu precisaria realizar antes, para ter uma reserva.
Um dia eu estava fazendo uma palestra e um professor da FGV veio ao meu encontro.
Ele me disse que “a escassez foi um terreno fértil para a criatividade”, que, quando
você tem abundância, não sai da zona de conforto.
Rafael Altavista, gerente de Criação: “As campanhas ajudam a manter esse frescor,
então acabamos não ficando nunca com estoque. Isso nos faz lançar coisas novas
sempre.
Hoje em dia temos 11 campanhas por ano. Temos até produtos sexy, eróticos, que são
utilizados por casais. É um produto totalmente diferente e inovador, que tem público.
Meu maior desafio, que fica maior à medida que a empresa cresce, foi engajar as
pessoas.
O grande desafio é a comunicação. Eu sei que hoje essa é uma grande questão: como
comunicamos nossos valores.
Quando se está perto, você dá o exemplo. Longe fica mais difícil, com os franqueados,
por exemplo. O desafio é perenizar o jeito de uma empresa menor, mesmo a Cacau
Show tendo mais de mil funcionários diretos.
O valor é uma questão muito importante, transferir a distância esses valores. Eu falo
todos os dias para nossos líderes que eles têm carta branca para se comunicar.
Comi em tampa de lata, passei vários dias aprendendo, porque essas pessoas
conhecem o cacau muito mais que eu. Revesti-me de humildade suficiente para ir
pessoalmente, não enviando pessoas que trabalhavam comigo.
Uma das grandes vantagens competitivas dessa empresa é entender o que é possível
agregar na cultura e no desenvolvimento das pessoas.
O que precisamos ter é consciência. Em cada momento da minha trajetória eu tive um
papel, e esse papel tem que ser ressignificado.
Há empreendedores que não querem e está tudo bem, mas é preciso assumir.
Em outros momentos do ano, como Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia da Mulher, Dia das
Crianças, criamos vários produtos para que essa dimensão do gifting cresça.
Todo dia tem alguém fazendo aniversário. E nós conseguimos estar no dia a dia, com
qualidade.
Um chocolate simples de mercado tem por volta de 55% de açúcar e 12% de leite. O
nosso está com 30% de açúcar e 30% de leite.
62
supermercado.
REDUÇÃO DE CUSTOS
1
Redução de custos é igual a cortar unha A redução de custos é, sem dúvida, a maneira
mais rápida e fácil de melhorar a rentabilidade do seu negócio. A introdução de um
sistema de controle pode trazer economias imediatas e garantir que você se mantenha
competitivo a longo prazo.
Uma boa dica, segundo o National Australia Bank, é ter em mãos os gastos planejados
e os gastos reais no seu orçamento. Se houver diferença, é hora de mergulhar fundo.
Tente descobrir porque há uma discrepância entre o que você planejou gastar e o
63
que você realmente gasta. Quanto maior o excesso de custos, maior margem de
manobra deve haver para a redução.
Revise periodicamente o que você está fazendo e como você está fazendo. Estabelecer
um comparativo com outras empresas similares pode mostrar que seu desempenho é
abaixo da média. Por exemplo, os seus níveis de desperdício podem ser identificados
como maiores do que a média da indústria. Esta é uma oportunidade para implementar
soluções de redução de custos e estabelecer metas.
Se possível, envolva o maior número de pessoas no projeto. Alguns custos serão mais
fáceis de controlar se uma pessoa é responsável por esse custo em toda a empresa.
Insira seus empregados envolvidos no controle de custos.
Dê-lhes um incentivo para sugerir ideias de redução de custos e pergunte o que lhes
causa problemas ou desperdiça seu tempo. Os funcionários são mais propensos
a cooperar com iniciativas de controle de custo se você explicar as razões para as
mudanças e eles entenderem os benefícios para o negócio.
Inclua seus clientes e fornecedores. Uma vez que estão cientes de que você está
observando os custos, eles podem começar a afiar os lápis, especialmente se eles
conhecem as outras opções de compra disponíveis para você.
2
Renegociando contratos e ampliando o controle Existem algumas oportunidades
relacionadas à melhoria de contratos e ao detalhamento minucioso das condições de
pagamento que podem ser um excelente pontapé de partida para seu projeto.
Seu time de marketing está fechando uma parceria simples, mas ligou para o escritório
jurídico e gastou duas horas do honorário do assessor? Quantas vezes essa situação
não ocorre no cotidiano de várias empresas no Brasil?
65
computadores. Muitas situações podem ser resolvidas
internamente, evitando gastos desnecessários.
66
Seja para comunicados, fortalecimento de cultura e clima organizacional, sempre há
uma solução on-line interessante, que garante qualidade e ajuda sua empresa a ser
assertiva com um excelente preço.
Um estudo divulgado pela IBM mostrou que o programa de treinamentos via EAD da
empresa conseguiu gerar um aumento da produtividade de 50%.
• Na mesma pesquisa, a gigante informou ainda que conseguiu um retorno de US$ 30
para cada dólar investido em e-learning.
4
Planeje com pessoas — comece pelo RH Um setor de Recursos Humanos que seja
atento ao mercado consegue treinar melhor os funcionários.
Assim, eles o adotam porque acreditam que o plano faz sua empresa ser mais flexível
e empreendedora, e não porque eles pensam que o RH é uma obrigação para grandes
corporações.
68
prioridade número um”, disse a presidente de um banco.
É a coisa mais importante que fazemos para nossa produtividade. Como uma empresa
pode ser bem-sucedida sem que as pessoas estejam planejando?
Em contraste, os gestores que não fazem o planejamento acreditam que ele é caro
e ineficaz. Eles costumam associar o planejamento à burocracia, e muitos possuem
traumas de experiências infelizes com planejamentos errados em anos passados.
“Eu já disse à minha equipe para parar de falar comigo sobre planejamento de recursos
humanos”, disse um executivo.
“Nós não podemos planejar para as pessoas, porque nós estamos focados num
planejamento de negócios.
Durante a recessão de 1981-1982, nos Estados Unidos, por exemplo, mais da metade
das empresas pesquisadas tiveram que demitir gerentes de nível médio.
69
E 39%, ou mais de metade dos planejadores de recursos humanos, insistem que ele
pode medir a diferença observando o seu turnover.
A maior economia que uma empresa pode fazer é investir nos seus colaboradores e
ter um alto desempenho em cada ação.
Nesse sentido, cortar custos é, sem dúvida, a maneira mais rápida e eficaz de melhorar
a rentabilidade do negócio. A introdução de um sistema de controle de gastos pode
trazer economias imediatas e garantir que você permaneça competitivo em longo
prazo.
Alguns deles são fixos, outros são críticos para as operações e outros podem ser
erradicados apenas para aparecer em uma parte diferente do processo.
Para conter de forma mais eficaz as despesas na sua empresa, você precisa de uma
estratégia bem-definida. Para isso, listamos 11 ações que, se bem executadas, podem
reduzir os custos no seu negócio.
71
1. Analise cada um dos processos da empresa
Cada melhoria de processo — não importa quão grande ou pequena — deve começar
pela definição do estado atual de cada uma delas, incluindo o orçamento. Sua
estratégia de redução de custos deve ter uma abordagem semelhante. É preciso
definir claramente as despesas e a origem delas antes de tomar outras medidas.
Vale ressaltar que, embora o corte de gastos possa poupar um pouco a curto prazo,
a redução de custos a longo prazo ocorre quando você compreende totalmente os
processos de sua organização.
Com o mapeamento de processos é possível obter não apenas uma visão abrangente
de toda a organização, mas também várias visualizações de como cada processo ou
ciclo individual ocorre.
Muitas vezes, apenas uma visualização ampla pode não oferecer a você insights para
fazer cortes significativos, mas o mapeamento e a estruturação de processos ajudam
sua organização a começar com pequenas melhorias e têm o potencial de fazer com
que os funcionários trabalhem com mais eficiência.
Tente descobrir por que há uma discrepância entre o que você planejou gastar e o
que realmente gasta. Quanto maior o valor excedido, mais escopo deve haver para a
economia.
Os custos reais mais altos do que os orçados geralmente indicam espaço para redução.
Valores mais baixos podem indicar uma boa gestão, mas também podem refletir uma
queda na qualidade ou problemas potenciais.
Reduzir os impressos — ou até mesmo mudar para uma metodologia totalmente sem
papel — simplificará os processos e reduzirá as despesas do negócio. Para reduzir
formulários e relatórios em papel, você pode começar a trabalhar com cópias digitais,
por exemplo.
Para registrar transações com cartões corporativos, considere escolher um
gerenciador de contabilidade que opere na nuvem. Os custos com esse tipo de
software podem ser insignificantes em comparação com a manutenção que uma
gestão baseada em papéis exige dentro do seu negócio.
73
• revisão do plano estratégico da empresa;
• desenvolvimento de projeções financeiras;
• organização de financiamentos;
• criação de um plano de contingências.
5. Otimize a gestão do estoque
Basicamente, o custo do estoque está relacionado aos gastos com manutenção e
armazenamento de mercadorias durante certo período de tempo. Ele é calculado
para determinar a quantidade de lucro que uma empresa pode obter e também ajuda
a verificar quanto mais ou menos de estoque a organização precisa para satisfazer a
demanda.
Se o custo de estoque da sua organização já é maior do que deveria ser, ou você sabe
que poderia ser menor, vale verificar algumas maneiras para reduzi-lo. Mesmo as
empresas mais eficientes costumam tropeçar quando se trata de gerenciar estoques
em excesso. Práticas comuns, como descontar ou liquidar itens, desvalorizam os
produtos e prejudicam as vendas.
Para evitar erros de gerenciamento de estoque e, com isso, reduzir custos, algumas
práticas são recomendadas, como:
Vale lembrar que negociar com seus fornecedores não significa necessariamente
obter o que você quer com o preço mais barato possível. Você pode querer negociar
outros fatores, como prazos de entrega, condições de pagamento ou qualidade das
mercadorias.
De qualquer maneira, um bom relacionamento com fornecedores deve, basicamente:
Comece identificando seus principais centros de custo, que podem estar relacionados
à compra, à produção, às vendas e ao marketing, às finanças e à administração. Avalie
seu demonstrativo de lucros e perdas nos últimos meses e classifique todas as suas 75
despesas — da mais alta para a mais baixa — e, em seguida, comece a trabalhar,
identificando áreas nas quais você pode economizar.
Embora o lucro seja muito importante para o bom funcionamento de uma empresa,
a qualidade aprimorada e o gerenciamento eficaz de custos são, sem dúvida, mais
importantes.
Conte com um calendário que considere essa revisão em vários momentos e cumpra-o
de maneira eficiente. Não adie a tarefa nem deixe passar muito tempo, pois, quando se
trata de custos, eles podem sofrer variações rapidamente, fazendo com que se
perca uma quantidade considerável de dinheiro sem nem mesmo saber precisamente
onde.
Leve em conta também que essas variações de preços em produtos e serviços podem
ser trabalhadas. Já pensou em realizar novos orçamentos para obter a mesma
qualidade em itens e trabalhos, mas com valores diferenciados? Muitos fornecedores
oferecem condições diversificadas em determinadas épocas do ano, promoções,
entre outras ações, que podem ajudar bastante o negócio.
76
Além de as despesas serem menores nesse sentido, é possível prever melhor os
custos mensais quando se opta pela terceirização. Isso porque os contratos que foram
fechados com as empresas já sinalizam quanto será preciso direcionar a esses
serviços constantemente.
Uma vez que não haverá o envolvimento dessas pessoas com determinadas
contratações e demissões de colaboradores, gerenciamento de atividades da rotina
do segmento que envolvem folha de pagamento, entre outros, o número de
trabalhadores na área pode ser bem menor.
Tenha metas bem-definidas em relação ao assunto. Veja quanto você pode e deve
gastar e não perca essa situação de vista. Verifique constantemente os valores pré-
definidos e não se desvie deles.
Contar com esses objetivos ajuda e muito nesse processo de diminuição de despesas.
Saber onde se deve chegar, além de ser um fator motivador, ainda permite análises
mais efetivas do quanto você caminhou e o que ainda precisa fazer para cumprir
o que traçou.
O pagamento de horas extras pode representar muitos gastos para o seu negócio.
Fique atento, porém, para conceder essas folgas no prazo devido. Caso contrário, se
os colaboradores não tirarem seus dias de descanso, deverão ser remunerados em
78 dinheiro, aumentando os gastos da empresa.
escrito “viver
pra resolver
problema”
Alexandre Costa: “Houve uma vez que caiu o telhado da fábrica. Choveu e caiu.
Eu estava fora do Brasil, em uma viagem de negócios. Cheguei em três dias e já havia
guindastes trocando o telhado.
Ou seja, isso mostra muito a forma com a qual lidamos com as coisas. Primeiro: caiu
o telhado. Alguém se machucou? Não. Então vamos fazer de novo no menor tempo
possível. As pessoas que trabalham comigo conseguem revolver problemas grandes.
E vamos procurar outra empresa para fazer? Não, vamos contatar a empresa que está
com a gente há anos e explicar o que aconteceu. Essa mesma empresa fez a maior loja,
indústria e fábrica Cacau Show, de 52 mil metros quadrados para sediar a empresa na
rodovia Castelo Branco/SP. Esse legado de relações faz muita diferença.
Os problemas ficam menores quando sua disposição de resolver é maior. Isso é coisa
que eu sempre senti: coloca a energia no problema, ele fica pequeno, por maior que
ele seja”.
80 Ademir, pai: “Ele nunca fala para mim as dificuldades dele. Acha que eu vou me
preocupar demais e, no fim, é verdade mesmo. Só uma pessoa preocupada já é
suficiente”.
Marcelo Martins, diretor de Expansão: “Com mais ou menos oito anos de empresa,
a Cacau Show vinha em uma trajetória normal. E foi crescendo até chegar a hora de
conversar com as grandes redes de varejo. Foi justamente quando a empresa deu um
grande salto”.
Hoje eu sei que isso é gestão de risco, hoje eu sei que tem um comitê de risco dentro
da empresa, mas tudo foi na sensibilidade. Começamos a perceber que o faturamento
era divergente das vendas. E aconteceu o que todos temiam: o Mappin quebrou, e
ficamos sem receber.
Meu primeiro cheque de R$ 1 milhão foi do Mappin. Depois de alguns meses ele abriu
falência. Ficou devendo, na época, em torno de US$ 100 mil, um pouco mais que isso.
Mas não podemos ficar chorando.
Quando você tem vontade de fazer, vê a dificuldade como uma grande pedra que você
81
divide em pedaços para fatiar essa dificuldade, indo por partes.
É isso que faz a empresa crescer. Podemos fazer um livro sobre o que é dificuldade em
um país como o Brasil. Estamos fazendo uma nova loja-conceito, trouxemos arquiteto
norte-americano para fazer, todo mundo na maior empolgação, e por que não vamos
inaugurar a loja, como prometido, na semana que vem?
Receita Federal, operação padrão. Quer dizer: eu quero pagar o imposto, eu estou
pedindo para o governo fazer a gentileza de me deixar trabalhar e pagar imposto.
Pedi para minha advogada ir à Receita Federal tentar resolver e eles trazem mais
problemas, de logística, entre outros.
Houve uma vez que um italiano me passou a perna. Ele me vendeu uma máquina de
embalagens de bombom que não funcionava. Eu tinha 27 anos.
Eu aprendi italiano em dois meses, fui até a Itália para brigar com ele e ter os meus
direitos. Uma das melhores lições da dificuldade é conviver com ela. A boa noticia
é que nosso concorrente também tem dificuldades.
Com a quebra do Mappin, aprendi a fazer gestão de risco. Meses antes do Mappin
pedir falência, eles me chamaram para serem sócios da Cacau Show. E foi ali que
eu consegui falar não. Como eles compravam muito, tiveram a visão de que a
sociedade seria muito mais lucrativa para eles. Eu tive o bom senso de falar não e
Não é saudável que um cliente represente 50% nem 10% do faturamento. Hoje
nenhum franqueado representa nem 1% da empresa; ele pode ter até 20 lojas,
para mais que isso, é preciso ter 1% da empresa.
Diminuímos um pouco a venda no Mappin, porque eu já via que ele atrasava muito
o pagamento e, mesmo assim, ficou me devendo.
Aos 17 anos, quando criei a Cacau Show, não fazia ideia do que era um plano de
negócios.”
Ao abrir uma empresa (Sebrae, 2011): 55% não elaboraram um plano de negócios;
46% não sabiam o número de clientes e seus hábitos; 39% não sabiam qual era o
capital de giro para abrir um negócio; 38% não conheciam o número de concorrentes;
27% fecham as portas em até dois anos.
Quando uma pessoa começa um negócio, significa que ela viu uma oportunidade,
teve uma ideia de como atender essa oportunidade e depois entrou com seu plano
de negócios.
85
e, finalmente, plano financeiro.
Finanças: você se preocupa com o investimento total (investimento fixo, capital de giro,
investimento de abertura de empresas); geração de receita (fluxo de recebimentos,
suposições, contexto empresarial esperado, demanda de mercado); despesas
(embalagem, matéria-prima, aluguel e salário).• Orientar a execução estratégica.
1. Investimento: abertura da empresa, capital de giro, móveis e
máquinas.
O que talvez você, empresário, não saiba é que 60% das causas de mortalidade de
pequenas e médias empresas estão associadas à área financeira. É o resultado de uma
pesquisa do Sebrae.
Quando isso ocorre, geralmente se nota uma confusão muito grande entre papéis,
87
tabelas e planilhas, o que, além de gerar retrabalhos, faz com que informações valiosas
se percam.
Um gestor, ao tomar decisões com base em dados não muito confiáveis, tende a
cometer erros que muitas vezes podem significar o fechamento das portas de sua
empresa.
Uma das soluções mais eficientes, que já vem sendo adotada por muitas empresas, é a
terceirização do processo financeiro.
O BPO costuma ser utilizado para terceirizar as atividades que não estão ligadas ao
objetivo fim da empresa, sendo estabelecidos processos para que essas atividades
sejam realizadas de maneira integrada.
• conciliação bancária;
• elaboração do fluxo de caixa;
• contas a pagar;
• contas a receber;
• gestão de indicadores de desempenho financeiro;
• análise de crédito;
• emissão de documentos fiscais.
89
BPO financeiro ágil
O BPO financeiro pode ser ainda mais otimizado através do uso da metodologia ágil.
“Mais do que adaptar um ou outro princípio ágil, equipes não técnicas podem utilizar
métodos ágeis como guia para repensar a gestão de seus projetos.”
É uma maneira de enxergar o trabalho e a realização de tarefas que podem, sim, trazer
muitos benefícios para equipes de todas as áreas. Os próprios princípios ágeis deixam
isso claro:
90
• Nossa maior prioridade é satisfazer o cliente através da entrega contínua
e adiantada de software com valor agregado;
E trabalhar de maneira ágil requer avaliação contínua do valor que está sendo
entregue.
Isso significa que os projetos que não estão entregando valor podem ser identificados
e finalizados antes de causar algum tipo de prejuízo. Por outro lado, aqueles que
entregam, podem ter sua continuidade e seu investimento ampliados.
Para equipes de finanças, isso pode ser um desafio particular, já que, historicamente,
as mudanças acontecem com pouca frequência nas práticas financeiras.
Por isso, muitas vezes, os departamentos financeiros são culpados por desacelerar
a inovação ou por criar uma ruptura cultural, provocada pela famigerada meia
transformação digital.
O ágil em processos contábeis e financeiros precisa ser estimulado e introduzido no
planejamento regular da empresa para execução consistente. São áreas detentoras de
informações importantes para a gestão, motivo pelo qual focar o ágil é imprescindível
para subsidiar o processo decisório.
Aqui queremos enfatizar que unir um método ágil no BPO financeiro proporcionará
mais qualidade aos processos da sua empresa, ampliando os benefícios citados
anteriormente.
Mas alertamos que o mercado ainda conta com poucos profissionais com know-how
para aplicação de métodos ágeis em processos financeiros.
92
mais precisamente a ausência do fluxo de caixa, foi um dos principais motivos do
fechamento das micro e pequenas empresas.
Além de outras consequências graves como, por exemplo, ficar vulnerável a eventuais
mudanças de mercado, não possuir um planejamento financeiro confiável e não
prever quando e em quanto tempo terá uma sobra de caixa.
Além disso, também serviria como apoio para tomada de decisões estratégicas, como
deixar de vender um produto ou mudar a forma e pagamento de um determinado
serviço.
Tratar as finanças com a utilização de métodos ágeis, para que processos de contas
a pagar, a receber e fluxo de caixa, por exemplo, sejam sempre eficientes, agregando
valor ao seu negócio, é condição importante para compatibilizar os processos dessas
áreas às áreas mais atualizadas da empresa.
Assim, há tempo para cuidar do core business e do que, normalmente, exige-se para
atendimento às expectativas mais urgentes dos clientes. E ainda se livrar da taxa de
mortalidade detectada pelo Sebrae.
93
CACAU SHOW
E CACAU SONHO
Sandro Magaldi: 02
“Achei muito incrível essa sua gestão agora sustentável, e você
sentiu necessidade de verticalizá-la. Você migrou a questão da fabricação do cacau
para a fazenda do cacau na Amazônia. Como foi isso?
Alexandre Costa: “Eu acredito no negócio que seja sustentável.
Temos uma questão com o cacau. Há 30 anos houve no Brasil o ‘advento da vassoura
de bruxa’, e isso dizimou a produção do cacau, chegando a 10% do que era. Hoje
estamos em 40%.
Hoje a média do Brasil é uma colheita de 300 kg por hectare, mas estamos com a
expectativa de passar para 3 mil kg, com o nosso investimento.
94 Uma vez que estamos caminhando para isso, para conseguir essa produtividade,
iremos ensinar o cultivador a fazer isso.
Aumentando valor. Se você aumentar o preço você está fugindo da proposta original,
que é dar acesso ao produto.
Eu conheci uma peruana, na Bélgica, que descobriu uma fórmula para usar toda a
casca do cacau. Quase 80% do peso vai para o lixo, e ela descobriu como fazer comida
disso, como nhoque, biomassa, pizza, matéria que dá para se utilizar.
95
VBRASIL QUER GANHAR
POSIÇÕES NA PRODUÇÃO
MUNDIAL DE CACAU E CHOCOLATE 13
96 O país, que já foi o maior exportador de cacau, hoje figura na sétima posição no mercado
mundial, mas com perspectivas de aumentar sua participação, principalmente na
venda de produtos com maior valor agregado, como chocolate fino.
Uma das primeiras iniciativas da Ceplac foi criar o Centro de Pesquisas do Cacau
(Cepec), com o foco no desenvolvimento de tecnologia para produção e manejo.
Ainda na década de 1970, a produção de cacau no Brasil subiu de 164,6 mil toneladas
97
para 336,6 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Nos anos 2000, a produção regrediu ao patamar abaixo de 200 mil toneladas e, desde
então, vem oscilando até atingir a média atual de 250 mil toneladas por ano.
A queda decorreu de diversos fatores, como estiagens, queda nos preços e o avanço
da doença vassoura de bruxa sobre as lavouras da Bahia, maior produtor do país.
O ataque da praga devastou a cacauicultura baiana, que ainda se recupera das perdas
socioeconômicas.
Hoje, o Brasil é o sétimo maior produtor de cacau no mundo, com produção puxada
pelos estados da Bahia, Pará, Rondônia, Amazonas, Mato Grosso e Espírito Santo.
Defasagem
Como a produção nacional está abaixo desse volume, a indústria nacional precisa
98
importar cacau para se manter abastecida e ativa.
Em 2018, o Brasil importou 62,4 mil toneladas de amêndoas de cacau de países do
continente africano, que é o maior produtor mundial.
O levantamento mostra também que, no ano passado, o Brasil comprou mais de 85 mil
toneladas de chocolate, sendo que a maior parte veio da Suíça, e 35,5 mil de derivados
de cacau, principalmente da Indonésia, Holanda e Costa do Marfim.
“A exportação brasileira de chocolate é muito grande, foi exatamente isso que tornou
99
esse PIB de R$ 24 bilhões”, disse o coordenador-geral de Administração, Finanças,
Pesquisas, Extensão e Desenvolvimento da Ceplac, Manfred Muller.
E agora o Brasil também está produzindo uma amêndoa muito boa, não só de origem
genética, mas principalmente pelo tratamento pós-colheita”, explicou.
Expectativa de expansão
100
“A grande vantagem do Brasil na área da cacauicultura é que nenhum país do mundo
tem todos os elos da cadeia produtiva do cacau. O Brasil é produtor, é moageiro, tem
indústria de processamento e é consumidor de chocolate”, destacou Muller.
Apesar dos problemas com estiagem nos últimos anos, preço baixo e pragas, a Bahia
continua com peso importante na produção nacional, em razão do aumento da
produtividade por hectare e da promoção da verticalização da cadeia produtiva no
sul do estado, onde já existem 70 marcas de chocolate derivadas do cacau de origem.
Mas, quando se fala em produtividade, é no Pará que os dados mais recentes apontam
forte crescimento. A participação do estado no cenário nacional passou de 18%, em
2005, para 53%, em 2018.
“Se o Pará fosse um país, seria o oitavo maior produtor de cacau do mundo”, disse
o chefe do Centro de Pesquisas do Cacau da Superintendência da Ceplac no Pará,
Fernando Mendes.
“A planta hoje responde aos insumos e ao manejo e resiste de certa forma à vassoura
de bruxa. Então, o estado acredita que é possível dobrar a produção em cinco anos. E
a Ceplac é parceira no programa, pois já desenvolveu a tecnologia e tem acesso aos
produtores”, contou o assessor técnico e ambiental da Ceplac Bahia, Fernando Ribeiro.
101
Por que investir no cacau?
O cacau não está entre as primeiras culturas no ranking do Produto Interno Bruto
(PIB).
Nas regiões produtoras, a cultura cacaueira mobiliza uma rede grande de mão de obra
e apresenta forte impacto social, econômico e cultural.
102
Em todo o país, atualmente, só a indústria processadora emprega diretamente quase
29 mil pessoas, conforme dados da AIPC e do IBGE.
• Reduzir o endividamento;
Gestão estratégica: definir como medir os objetivos estratégicos e definir metas (foco
nos interesses nos acionistas — planejamento plurianual).
Desviou?
Corrija a nota, não perca o foco nos objetivos estratégicos. Sempre comunique. Quem
gera os resultados são os colaboradores,portanto, escolha bem, capacite e motive.
A preocupação com a origem dos produtos, com o caminho percorrido até a prateleira
e com o prejuízo social e ambiental provocado já é parte do cotidiano do consumidor.
A partir dos anos 1990, com um reforço considerável nas décadas seguintes, as
grandes empresas passaram a adotar medidas de transparência e gestão com o
propósito de transmitir a imagem de companhias sustentáveis ecologicamente.
Em outra frente, elas passaram a ser responsabilizadas por ações de seus fornecedores.
106 Mas os danos à marca podem ser mais pesados do que sanções econômicas.
“Além disso, é na interface com parceiros de negócios que reside uma gama de
oportunidades de negócios em sustentabilidade e inovação”, enfatiza Cristina Fedato.
2. Estabeleça critérios
Como em qualquer processo de negociação, o que se obtém não é o que se quer, mas
o que se negocia.
A empresa que representa o elo principal da cadeia de valor tem poder para estabelecer
padrões e requisitos mínimos para que uma outra empresa seja fornecedora.
Uma grande rede de supermercados pode exigir aos produtores rurais que não
utilizem agrotóxicos nos produtos, estabelecendo essa medida como padrão mínimo.
“Alguns temas que frequentemente surgem como relevantes para serem monitorados
nas cadeias são relativos a condições de saúde e segurança no trabalho, grau de
dependência do fornecedor em relação à empresa cliente, cumprimento da legislação
por parte do fornecedor e combate ao trabalho infantil ou análogo ao escravo”,
elencou Fedato.
4. Desenvolva ações de capacitação
“Junto aos processos de gestão de risco, a empresa deve ser estimulada a criar um
plano de relacionamento com fornecedores, distribuidores e clientes, de modo a olhar
para sua cadeia do ponto de vista da oportunidade.
Se existem interesses comuns entre empresas que fazem parte da mesma indústria, é
possível colocar a concorrência de lado e implementar medidas conjuntas.
108
Ações colaborativas têm apelo positivo junto ao público e podem aumentar o padrão
da gestão sustentável das cadeias de valor, estimulando a inovação e a melhoria de
processos e produtos.
São etapas básicas — o tema é amplo e estudos já vêm sendo desenvolvidos na área
há pelo menos 40 anos.
Antes de mais nada, reprisando: é verdade que a Cacau Show nasceu no final da
década de 1980, quando Alexandre Costa tinha apenas 17 anos e precisava vender
trufas no modelo “porta a porta” para ajudar a mãe.
Em 2010, em comemoração à sua milésima loja, Alexandre Costa lançou seu livro,
Uma trufa e… 1000 lojas depois!.
Nele, o empresário conta a trajetória de sucesso da empresa, calcada em uma noção
de fortalecimento contínuo da marca. Além disso, outro fator-chave para impulsionar
esses resultados foi a estratégia de marketing.
Essa estratégia consistiu em posicionar seus produtos com maior valor agregado ou
uma maior margem de lucro por unidade. Ademais, houve um profundo estudo em
termos de embalagens mais trabalhadas.
Desse modo, seus chocolates passaram a ser oferecidos como pequenos presentes.
Assim, de meras guloseimas, passaram a concorrer com uma fatia maior do mercado.
Ou seja, a Cacau Show começou a marcar presença na competição com outros
segmentos, como roupas e perfumes.
110
Essa jogada foi, sem dúvida, um grande diferencial, que ampliou o público disposto
a investir em um tíquete médio maior. E, consequentemente, expandiu o potencial
competitivo dos seus chocolates finos.
Todos esses valores constituem uma cultura que a empresa tem desde a sua criação
até hoje. Um exemplo disso é que ainda hoje os membros mais antigos da empresa são
os responsáveis pelas atividades de interação e boas-vindas de novos colaboradores.
Até o próprio Alexandre faz questão de participar dessas atividades. Inclusive, como
111
relata em seu livro, o empreendedor cozinha para os colaboradores em seu famoso
almoço anual de Sexta-feira Santa.
Muitos outros rituais fazem parte dessa cultura tão forte, como, por exemplo,
a entrega da última caixa de chocolate produzida, ato simbólico ao final de uma
produção intensa em épocas de grande concentração de encomendas, com o Páscoa
e Natal, representando o esforço e a dedicação de todos os setores da empresa ao
longo de meses de trabalho.
E, como não poderia deixar de ser, esse encantamento e essa afetividade estão
presentes, também, no treinamento de cada um dos franqueados.
Enfim, essa é uma dica preciosa que o empresário leva muito a sério, ainda que a
marca invista em técnicas e profissionais altamente qualificados.
Muitos empreendedores pensariam que uma marca como a Cacau Show, a maior do
mundo em seu segmento, já teria atingido um patamar altíssimo e que não precisaria
de nada mais.
112 Segundo o próprio Alexandre, quem não se reinventa, morre para o mercado.
Diante de todas essas dicas, vai uma trufa aí para te ajudar a ter uma boa e inspiradora
ideia para seu negócio? Afinal, quem é que não gosta de chocolate?
Às vezes, aquela
pessoa de quem
menos se espera
é a mesma
pessoa que 113
10
PAULILLO, Gustavo. Os 8 pontos-chave da
estratégia do oceano azul. Agendor Blog | Artigo
publicado em junho de 2018 e pesquisado em
dezembro de 2019 em https://www.agendor.
com.br/blog/estrategia-do-oceano-azul/
11
FNQ. 11 ações efetivas para redução de
custos em sua empresa. Fundação Nacional de
Qualidade | Artigo publicado em outubro de
2019 e pesquisado em dezembro de 2019 em
https://blog.fnq.org.br/reducao-de-custos-em-
sua-empresa/
12
HX CONTABILIDADE ÁGIL. BPO financeiro
ágil: porque tempo analítico vale o dobro. HX
Contabilidade Ágil Blog | Artigo publicado em
janeiro de 2019 e pesquisado em dezembro de
2019 em https://blog.hxca.online/2019/01/bpo-
financeiro-agil-porque-tempo-analitico-vale-o-
dobro/
13
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO. Cacau do Brasil. Brasil
quer ganhar posições na produção mundial de
cacau e chocolate | Artigo publicado em julho
de 2019 e pesquisado em dezembro de 2019 em
http://www.agricultura.gov.br/noticias/brasil-
quer-retomar-protagonismo-no-cenario-global-
de-cacau-e-chocolate
116