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O ESTADO DA ARTE DO PATRIMÔNIO NA AMÉRICA LATINA

SÍTIOS URBANOS INDUSTRIAIS: estudo de caso da cidade de


Caeté — Minas Gerais

RIBEIRO, PAULA (1);

1. Universidade Federal do Rio de Janeiro. PROARQ - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura


FAU/UFRJ

Rua Timóteo, 407 – Bela Vista, Ipatinga – MG, 35160205

paula.ribeiro@fau.ufrj.br

Resumo

A cidade de Caeté, localizada a 60 quilômetros de Belo Horizonte, se formou em 1707 motivada pela
exploração aurífera, por consequência possui um núcleo histórico reconhecido, com exemplares de
arquitetura colonial como a Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso. Com o esgotamento do
ouro, em 1715, o até então povoado entrou em decadência, vindo a se reestabelecer por meio da
industrialização, tendo como precursora a fábrica Cerâmica João Pinheiro, criada em 1844. Além do
importante passado colonial, a morfologia urbana atual foi motivada especialmente pela
industrialização da segunda metade do século XX. Teve como protagonista a siderúrgica Companhia
Ferro Brasileiro, indústria especializada em tubos de ferro fundido fixada na região no ano de 1925.
Essa enfrentou crises econômicas em suas últimas décadas de atuação que ocasionaram seu
fechamento em 1995. Dessa forma, a cidade dispõe de importantes elementos da era fabril,
presentes desde estações ferroviárias, bairros operários e estruturas de antigas fábricas. Devido às
recessões, os equipamentos encontram-se subutilizados, o que ameaça a preservação de tal
memória tão viva na identidade Caeteense. O presente artigo busca identificar tais bens, seus
mecanismos de preservação e estado de conservação, bem como discutir suas inserções na
dinâmica atual da cidade.

Palavras-chave: Patrimônio Industrial; Caeté; Companhia Ferro Brasileiro; Cerâmica João


Pinheiro.

4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil / 1º Simpósio Científico ICOMOS-LAC


Rio de Janeiro – 10 a 13/11/2020
Introdução

Os dados levantados e as reflexões presentes neste artigo são parte do projeto de


pesquisa da autora, atualmente em fase de desenvolvimento, por meio do Mestrado
Profissional em Projeto e Patrimônio, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em
Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu objetivo é a compilação
e análise crítica de aspectos referentes à arquitetura industrial de Caeté, de forma a traçar
um panorama do legado físico presente na contemporaneidade do município. De forma a
recorrer a análises documentais por meio de mapas de diferentes épocas, fotografias
antigas, levantamento de campo e revisões da bibliografia e legislação.

Caeté, município pertencente à região metropolitana de Belo Horizonte, está a cerca


de 60 quilômetros da capital mineira e tem como principal via de acesso à rodovia MGC-
262, via que percorre a cidade formando um eixo longitudinal. Segundo dados demográficos
possuía em 2019 uma população estimada de 44 718 habitantes, enquanto a densidade
territorial em 2010 era de 75,11 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2020).

Breve Histórico
A região hoje conhecida por Caeté tem seu nome ligado a seus povos originários, em
tupi possui o significado de “mato verdadeiro”, “mata virgem”. O bandeirante Leonardo
Nardez é considerado o pioneiro na exploração do território e identificação do seu potencial,
no ano de 1701. Como consequência, outros indivíduos foram atraídos para a região,
fazendo com que o núcleo tivesse um número considerável de pessoas já em 1704. Na
história de Caeté destaca-se a guerra dos Emboabas, conflito que teve como gênese as
divergências culturais e disputas de território entre paulistas e os recém-chegados
portugueses. O conflito iniciado em 1707 foi somente solucionado após intervenção do
governador das províncias reunidas do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, na data,
Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho. A região foi elevada à categoria de Vila em 1714
devido a seu desenvolvimento. Porém, já em 1715, a recente Vila Nova da Rainha do Caeté
apresentava retração em sua economia, intensificada pela supressão econômica sofrida
devido à participação na Inconfidência Mineira, que ocasionou rebeliões acerca da cobrança
do quinto do ouro (VITORIANO, 1985), como já indicava a Enciclopédia dos Municípios:

Sufocando o chamado levante do „Morro Vermelho‟, a Vila Nova da Rainha


caiu em sensível desânimo em consequência não só das usurpações da
Metrópole, mas também devido ao empobrecimento das aluviões auríferas.
(IBGE, 1958, p.275).

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A estabilidade econômica adveio do sucesso obtido pela indústria Cerâmica João
Pinheiro:

A esperança, todavia, acenava-lhe dias mais prósperos e felizes com a


indústria da Cerâmica, que teve no grande mineralogista José de Sá
Bitencourt e Acioli o seu iniciador, e no saudoso João Pinheiro o seu
consolidador. (IBGE, 1958, p.275).

A industrialização foi o segundo momento de grande desenvolvimento e expansão da


cidade. O português João da Motta Ribeiro (1775 - 1835) é apontado como precursor. Na
condição de agricultor, estabeleceu em sua fazenda diversos ofícios, como uma fábrica de
ferro, que viria se dedicar a tecelagem posteriormente, além da própria mineração. Em
sequência, os caeteenses José de Sá Bittencourt Accioly e Manoel Ferreira da Câmara Sá
Bittencourt, descendentes de prósperos mineradores, investiram na fabricação de ferro e
louça de porcelana, de 1777 a 1786. Na mesma região, o inglês John Morgan, estabelece
uma fábrica de louça cerca de 80 anos depois, porém ambas as tentativas não obtiveram
sucesso. O setor cerâmico obteve êxito somente com a indústria fundada por João Pinheiro
da Silva. A Cerâmica Nacional, posterior Cerâmica João Pinheiro, foi de extrema
importância para reacender a economia da cidade, “evitando o alarmante êxodo de
caeteenses para outras regiões” (VITORIANO, 1985, p.50). De suas contribuições
destacam-se os materiais fornecidos para a construção da Nova Capital de Minas Gerais,
Belo Horizonte. O desenvolvimento de técnicas empregando material refratário possibilitou o
fornecimento de tijolos refratários para fornalhas das locomotivas da estrada de ferro central
do Brasil, para navios da Marinha e para revestimentos dos fornos siderúrgicos.

Por último, outro destaque da primeira leva industrial foi José da Silva Brandão. O
engenheiro, por meio de doações de seu amigo Dr. Israel Pinheiro da Silva, neto de João
Pinheiro, obteve terreno para sua empreitada em área suburbana. Ainda com capital
limitado, fundou em 1925 a siderúrgica J. S. Brandão e Cia com outros dois diretores,
Euvaldo Lodi e Adelmo Lodi. Essa prosperou principalmente com a venda das ações da
Companhia para grupos internacionais em 1936, passando a renomeada Companhia Ferro
Brasileiro a possuir diretoria majoritariamente internacional. Sua consolidação promoveu
uma significativa expansão urbana (VITORIANO, 1985). As duas últimas fábricas citadas se
tornaram peças chave na economia da cidade:

A atividade econômica que atualmente predomina no Município é a


industrial, representada pela siderurgia e pela cerâmica. [...]
As principais fábricas industriais do Município são: Companhia Ferro
Brasileiro (ferro gusa, tubos centrifugados de ferro fundido, peças diversas
de ferro fundido, etc.) e a Cerâmica João Pinheiro (tijolos refratários). (IBGE,
1958, p.278).

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Tombamentos em Caeté

Os bens registrados no livro do tombo refletem as características duais dos dois


períodos históricos supracitados. Quanto aos tombamentos, os que se encontram no nível
hierarquicamente mais elevado, o federal, são construções que remontam à Antiga Vila
Nova da Rainha. As mesmas foram institucionalizadas ainda na primeira metade do século
XX, sendo eles: a Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, reconhecida em 1938, o
Museu Regional de Caeté, a Igreja Nossa Senhora do Rosário e a Igreja Matriz Nossa
Senhora de Nazaré, os três últimos em 1950. A cidade conta também com outros bens
oitocentistas tombados nas demais esferas, como o Museu Casa João Pinheiro e Israel
Pinheiro, que possui tombamento estadual desde 1980. Produções relacionadas à primeira
leva industrial possuem tombo a nível municipal, sendo eles: a Cerâmica João Pinheiro, de
2008, o Anexo Administrativo da Companhia Ferro Brasileiro, de 2011, a Antiga Estação
Ferroviária, de 2012, e por último a Praça Getúlio Vargas, de 2015. A cidade possui também
seu centro histórico (Figura 1) tombado municipalmente como núcleo urbano (CAETÉ,
2020).

Figura 1 - Vista para o Centro Histórico de Caeté, 1967, em destaque Estação Ferroviária. Fonte:
IBGE.

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Dossiês de Tombamento correlacionados a Arquitetura Industrial

Tendo em vista os tombamentos de Caeté, é possível identificar um recente


reconhecimento institucional de sua herança industrial e acompanhar a maturação do
reconhecimento deste patrimônio. Já em relação ao legado industrial, entende-se que a
gama de testemunhos vai além das fábricas, estações ferroviárias e seus respectivos
maquinários, abarcando outros registros, como os modos de vida operário. Desta maneira
posiciona-se o Comitê Internacional para a Conservação do Patrimônio Industrial:

O património industrial compreende os vestígios da cultura industrial que


possuem valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico.
Estes vestígios englobam edifícios e maquinaria, oficinas, fábricas, minas e
locais de processamento e de refinação, entrepostos e armazéns, centros
de produção, transmissão e utilização de energia, meios de transporte e
todas as suas estruturas e infraestruturas, assim como os locais onde se
desenvolveram atividades sociais relacionadas com a indústria, tais como
habitações, locais de culto ou de educação. (TICCIH, 2003).

Em Caeté, os dossiês industriais são uma documentação detentora de um amplo


panorama da história da cidade, uma vez que combinam fontes bibliográficas com relatos
orais de seus moradores, registrando um patrimônio que apesar de mais recente demostra-
se ameaçado. Como visto anteriormente, a Cerâmica João Pinheiro foi a primeira indústria a
prosperar na cidade, fundada em 1893, manteve-se ativa por quase um século.

Verifica-se que desde a exaustão das jazidas de ouro, já a partir de fins do


século XVIII, iniciou-se em Caeté uma fase de intensa pobreza e abandono
dos distritos e casas, sendo quase que obrigatória a exploração de carvão e o
cultivo da terra como meios de sobrevivência. Entretanto, visto que o solo da
região possui formação ferruginosa, tornou-se de pouca produtividade o
cultivo agrícola nesse contexto de quase completa paralisação econômica
que, em fins do século XIX, a cerâmica nacional pode trazer uma alternativa
de trabalho para a população, afora ser uma forma da cidade retomar seu
crescimento econômico. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2009, p.37).

A área escolhida para sua fixação já possuía estrutura fabril de uma indústria
anterior. João Pinheiro, visando o melhoramento das instalações já pré-estabelecidas,
encomendou estudos para o aperfeiçoamento do maquinário, que se mostraram primordiais
para a diferenciação positiva de seus produtos. O documento final deste estudo trazia como
sugestões “a utilização de um forno projetado pela Escola de Minas, bem como a
construção de outros dois ou três; o emprego de esmaltes mais apropriados, e o uso de
moldes de madeira” (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2009, p.38). Em 1905 a fábrica
já contava com “os fornos redondos, os cinco quadrados e a chaminé de Pito Aceso”
(VITORIANO, 1985, p.51).

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A Cerâmica teve à sua frente gerações da família Pinheiro. Paulo Pinheiro da Silva
assumiu a direção da empresa no início do século XX, enquanto seu pai, João Pinheiro,
retornava à política, sendo eleito governador de Minas em 1906. Israel Pinheiro torna-se
diretor em 1920, época em que altera o nome da Cerâmica Nacional para Cerâmica João
Pinheiro em homenagem ao seu avô, falecido em 1908. Múltiplos são os motivos apontados
para o declínio da empresa, dentre elas o aumento do valor do frete ferroviário, a defasagem
na fonte de energia, além da própria obsolescência dos maquinários que não foram
suficientemente atualizados com o passar do tempo. Estes acontecimentos foram
potencializados devido à atenção dada por Israel Pinheiro a outros assuntos, como, por
exemplo, participar da fundação da Vale do Rio Doce, em 1942, e atuar na Construção de
Brasília como engenheiro responsável, de 1956 a 1960, além da extensiva dedicação à vida
política. Seu herdeiro tentou, sem sucesso, reestabelecer a indústria, encerrando as
atividades em 1982. Seu último comprador foi José Capeto Neto, que a reativou em 1989
com número extremamente restrito, porém só se manteve por dois anos. No documento
produzido para tombamento da área, consta que o terreno foi cedido a prefeitura em 2005
em troca da aniquilação de dívidas proveniente de impostos (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAETÉ, 2009).

É importante pontuar, no entanto, que não somente a porção delimitada como área
de tombamento possui características industriais. Os terrenos adjacentes a esse também
possuem galpões industriais e até mesmo uma chaminé cuja verticalidade destaca-se na
paisagem. Neste conjunto, o terreno central, hoje pertencente a CPRM, já foi endereço da
Companhia Mineira de Metalurgia, posterior Barbará, inaugurada em 1928 (JORDÃO, 1995).
Imagens do Google Street View apontaram para a existência de um pequeno conjunto de
residências unifamiliares típicas das construções da segunda metade do século XX em sua
parte frontal. Hoje o local contém um bloco monolítico de dois andares, que abriga o
laboratório LAMIN – Caeté inaugurado em 2017 (CPRM, 2017), mantendo galpão industrial
aos fundos. Em complementação, fontes orais afirmam que a Cerâmica João Pinheiro já
englobou todo o complexo, e não apenas o terreno de esquina.

Diante do exposto, o Dossiê de Tombamento da Cerâmica João Pinheiro, datado de


2009, possui uma falha de concepção a ser considerada. Os levantamentos e textos
relativos aos perímetros de tombamento e de entorno não apontam para essa questão,
levando a uma leitura errônea de que somente o terreno de esquina, que foi propriamente
tombado, estaria relacionado à industrialização:

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O entorno da cerâmica João Pinheiro com exceção do edifício casa João
Pinheiro já com tombamento em nível estadual, se encontra
descaracterizado devido às necessidades da vida moderna. Não há
construções com interesse de preservação em seu entorno imediato.
[...]
As altas chaminés foram os principais fatores para uma área mais extensa
de proteção. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2009, p.79, grifo
nosso)

Esta afirmação pode ser considerada incoerente, principalmente pelo fato da estação
ferroviária de Caeté estar presente no entorno em questão (apêndice A). Também se
encontram presentes, do outro lado da via, exemplares testemunhos da arquitetura
residencial do início do século XX. Apesar do exposto, os registros presentes no Dossiê são
de extrema importância principalmente por se tratarem de uma estrutura ameaçada. Seus
responsáveis alertam para a avançada deterioração das estruturas de modo geral, estando,
segundo o documento, setenta por cento em estado ruim de conservação. Os maquinários
são parte importante do complexo e estão sujeitos a ação do tempo e furtos. Se enxerga
potencial turístico para o lote, motivado principalmente pela proximidade do centro histórico.
A relação de vizinhança estabelecida com o Solar do Tinoco, que abriga o Museu Casa de
João Pinheiro e Israel Pinheiro, é um reforço para tal. (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAETÉ, 2009)

O processo de tombamento da Estação Ferrovia, de 2012, já trata a região de


maneira diversa, demostrando uma ampliação na gama do que se considera patrimônio,
citando os produtos da primeira leva de modernização:

No trecho próximo à estação, é conformado pelo fundo de um vale. É uma


via de mão dupla e uma pista, que margeia o córrego Caeté sua margem
Leste abriga alguns grandes equipamentos, como a antiga fábrica cerâmica
Nacional, [...]. Sua margem oeste abriga também casas e alguns edifícios
comerciais a grande maioria dos imóveis tem volumetria térrea tipologia
eclética cobertura em telhas e acessos pela fachada frontal no nível da rua,
sem grandes afastamentos. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2012,
p.50)

A construção da estação na Rua do Forno iniciou-se em 1908, implantada em topo


de morro, visível de diversos pontos do centro histórico (figura 1), foi inaugurada no ano
posterior. Sua volumetria retangular é marcada pela presença de torre central. O trecho que
abrigava a Antiga Estação Visconde de Caeté, ramal Sabará a Santa Bárbara, pertencia à
Estação Ferroviária Central do Brasil - EFCB do período de 1912 a 1975, passando a
pertencer à Rede Ferroviária Federal SA – RFFSA de 1975 a 1992. Devido à remodelagem
de rotas, a estação foi desativada em 1988 e efetivamente desligada em 1992, passando a
pertencer ao município. A estação não está mais ocupada e seu estado de conservação é

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considerado regular por consequência dos anos de abandono e ação pluvial. Atenta-se para
moradias irregulares que se estabeleceram nas lacunas criadas:

Os terrenos da imediação direta do imóvel foram invadidos e diversas


edificações irregulares foram erguidas. O próprio bem em questão foi alvo
da ação de vândalos, depredado e invadido por pessoas que hoje fazem
dele seu lar. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2012, p.43)

Desenvolveu-se para o imóvel um projeto de restauração que mantém o uso


institucional, adaptando o espaço de forma a “abrigar o Centro Cultural e Histórico de Caeté”
(PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2015, p.43). Segundo informações da Secretaria de
Turismo, Cultura e Patrimônio de Caeté (2020) o mesmo foi aprovado pelo programa ICMS
Cultural e está à espera de um patrocinador para a sua implementação.

Tambasco (2008) aponta que a decisão de se construir a Cerâmica João Pinheiro foi
impulsionada pela presença da linha férrea nas proximidades. O mesmo ocorreu com a
Companhia Ferro Brasileiro que foi instalada nas adjacências de uma segunda estação,
conhecida como Gorceix, inaugurada em 1922. O seu fundador, José Brandão, esteve
associado à colocação do ramal da EFCB ainda em 1922, vislumbrando assim o potencial
mineralógico do subúrbio do município (VITORIANO, 1985). A sede da sua indústria
encontrava-se inicialmente em Belo Horizonte, de forma que a usina caeteense em
específico se chamava Gorceix em homenagem ao fundador da Escola de Minas, Henri
Gorceix. A companhia fabricava apenas ferro-gusa até 1937, quando adquire tecnologia
para a produção de tubos centrífugos por meio de associação a um grupo francês. O
aprimoramento teve bom retorno do mercado, o que ocasionou a mudança da sua sede
para Caeté e sucessivas expansões. (JORDÃO, 1995)

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Figura 2 - Mapa do Município Sede Caeté, destaque a Usina Gorceix, 1939. Fonte: IBGE.

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Dessa forma a cidade avançou conforme o traçado da linha férrea. É possível
identificar o novo núcleo nos arredores da Usina Gorceix por meio do mapa urbano de 1939
(figura 2), que viria a se desenvolver nos anos posteriores. Ainda que incipiente, já fica clara
a polarização que viria a se intensificar com a construção de três bairros para acomodar
hierarquicamente os seus funcionários. Criou-se assim o bairro Europeu, Americano e a Vila
Operária de José Brandão, além de diversos equipamentos auxiliares. Diante do exposto é
possível mensurar os diferentes papéis sociais que a empresa representou para a
comunidade que se formou até o encerramento de suas atividades em 1995:

Das iniciativas siderúrgicas de então, apenas a J. S. Brandão/ Ferro


Brasileiro/ Barbará, que praticamente criou outra cidade no bairro José
Brandão, sobreviveu. Sobrevive, até o dia 31. (JORDÃO, 1995, p.8)

E ainda:

A Companhia Ferro Brasileiro encerrou suas atividades no ano 1995, e além


de estrutura fabril, bairros inteiros fazem-se presentes como registro desse
período da história do município de Caeté. (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAETÉ, 2015, p.99)

Figura 3 - Bairro Operário de José Brandão, s.d.. Fonte: Grupo do Facebook “Caeté já teve”.

O complexo industrial da Companhia encontra-se dividido e o núcleo principal está


em estado de arruinamento. Outros setores do complexo abrigaram novas indústrias, como
o caso da antiga Fundição Paul Chevallier cuja área atualmente comporta a Fábrica de

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Produtos Alimentícios Emboabas LTDA. O imóvel responsável pelo escritório central da
Companhia, localizado na Avenida Jair Dantas 216, encontra-se tombado como Anexo
Administrativo. A construção da década de 20 serviu a Companhia até sua desativação,
entre os anos 1996 e 1997, encerrando suas atividades em reflexo do fechamento da
unidade. Durante alguns anos ainda na década de 90 acomodou um posto de saúde e em
2007 foi vendido ao município e passou a acomodar funções relacionadas à sua gestão. O
seu uso atual pode ser considerado adequado, uma vez que a função institucional está de
acordo com o programa para qual foi projetado, evitando conflitos de adequação. Este
passou por uma reforma e adequação no ano de 2009, estando em bom estado de
conservação. Conforme seu próprio dossiê a decisão de tombamento não se limita
estritamente a questões relacionadas apenas a construção e seu valor arquitetônico:

No contexto do desenvolvimento socioeconômico do município, o imóvel


representa a instituição e o funcionamento de indústrias siderúrgicas que
foram cruciais para sua trajetória histórica. O papel desempenhado pelas
companhias, sobretudo a ferro brasileiro, não esteve atrelado estritamente
ao âmbito econômico, consistindo em um importante ator social ao realizar
obras que envolveram a fundação de escolas, clubes, igrejas, quadras,
distribuição de energia elétrica e outras obras. Sua atuação e crescimento,
assim, se imbricam com a própria definição do espaço urbano da cidade ao
longo do século XX. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2011, p.33).

É válido ressaltar que o perímetro de entorno não engloba a totalidade do que foi a
Companhia Ferro Brasileiro, porém inclui as ruínas de seu núcleo principal ao qual faz
divisa. Quanto à região, o documento pontua:

As edificações mais antigas compõem um conjunto harmônico, que vem


sendo descaracterizado devido a inserção de novos exemplares e
modificação dos existentes. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2011,
p.57).

O último e mais recente dos bens tombados em Caeté e relacionados à indústria é a


praça Getúlio Vargas, localizada no bairro José Brandão. A Praça foi construída em 1946,
embora o terreno em terra batida já desempenhasse função cívica anteriormente. A área
tem forma retangular e é dividida ao meio pela Avenida Padre Vicente Cornélio Borges.
Possui equipamentos como um pequeno pergolado, bancos e parquinho, além de um
monumento em homenagem a Getúlio Vargas. A história do equipamento está estritamente
ligada à história da construção do bairro operário de José Brandão:

O bairro José Brandão é um importante exemplo de urbanização planejada


para atender as demandas específicas do crescimento industrial, pois nele
foram construídas as casas, clubes, hospital, igreja, escola e até mesmo um
lactário.
A Praça Getúlio Vargas, localizada no bairro José Brandão, mesmo
passando por diversas modificações, mantém preservadas várias
construções com características da arquitetura francesa, que proporcionam
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um olhar diferenciado para a chegada da modernização no Município.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE CAETÉ, 2015, p.101).

Assim como o caso do Anexo Administrativo, este tombamento possui também


caráter simbólico. Além da conservação da praça o ato de tomba-la advém do
reconhecimento do valor cultural do bairro. Conforme o inventário de proteção do IPAC:

A praça Getúlio Vargas situada no bairro José Brandão, assim como o


próprio bairro, é um dos registros que fazem presentes do período de
funcionamento da Companhia Ferro Brasileiro no município de Caeté. O
inventario desse bem contribui na preservação da história do município e no
registro desse período industrial de Caeté. (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CAETÉ, 2017, p.51).

Para além do Tombamento

O núcleo histórico de Caeté, além de carregar importantes exemplares da arquitetura


colonial, hoje possui uma configuração arquitetônica bastante híbrida. A popularmente
conhecida Praça da Matriz é um bom exemplo dos efeitos modernizantes da primeira leva
industrial. Nela, se fazem presentes exemplares de arquitetura eclética, como a edificação
do Pelotão da Policia Militar, antiga cadeia, e a edificação do Fórum Desembargador
Barcellos Correa. Em 1963 foi erguido um monumento contendo o busto do Dr. João
Pinheiro, a homenagem se estende a nomenclatura da praça e do grupo escolar nela
inserido.

Arthur Limar Junior, em seu livro “O que há para se ver em Caeté”, demostra o
espírito otimista e desenvolvimentista que vivia a cidade conforme a Companhia Ferro
Brasileiro progredia:

Com no progresso dessa indústria, surgiram no município novas vias de


comunicação, novas casas de comércio foram abertas e melhoradas as que
existiam; criaram-se novas agências bancárias, novas ruas e avenidas
devidamente pavimentadas foram abertas, sindicatos dos trabalhadores
foram criados, escolas, bibliotecas, jornal periódico, postos de saúde,
hospitais e farmácias foram abertos, construíram-se templos de linhas
arquitetônicas modernas, em contraste com as igrejas primitivas da cidade,
enfim vieram para a cidade elementos novos, como médicos, engenheiros,
dentistas, professores, economistas, técnicos e pessoal especializado em
diversos setores da atividade industrial que aí estão emprestando o seu
concurso para o desenvolvimento da comunidade que vieram.
O reflexo desse desenvolvimento se fez notar logo na parte antiga da
cidade. [...]
Tudo isso, todo esse alvoroço de cidade em progresso nos seus diversos
ângulos, quer no campo educacional, quer no econômico-financeiro,
recreativo, esportivo e, principalmente, social, deve-se ao desenvolvimento
industrial, sem que Caeté permaneceria ainda como vinha a anos, na estaca
zero. (LIMA JUNIOR, 1969, p.94, grifo nosso).
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Frente às inúmeras modificações, é importante ressaltar que o inventário também é
um instrumento de reconhecimento e preservação institucional. Deste escopo, Caeté conta
com bens construídos pela Companhia Ferro Brasileiro, sendo eles: o antigo edifício sede
do SENAI, o antigo cassino, a pousada Dona Chica (1932), a Igreja São Francisco de Assis
(1944), a Escola Municipal João Monlevade e o antigo cinema (1937). Em complemento
estão alguns exemplos de arquitetura residencial, contendo edificações da antiga Vila
operária de José Brandão, localizadas na Av. Padre Vicente Cornélio Borges, assim como
edificações do antigo bairro americano, localizados na rua Olinda Paes Ferreira (Caeté,
2020).

Contudo, existem outras edificações relevantes que não fazem parte do patrimônio
protegido de Caeté, dentre elas destacam-se as Ruínas das instalações principais da
Companhia Ferro Brasileiro inclusa no entorno do Anexo Administrativo, o edifício de sua
Antiga Fundição, a estação Gorceix, e o Hospital Adelmo Lodi. Além dos galpões fabris
adjacentes a Cerâmica João Pinheiro contemplados pelo entorno da Cerâmica João
Pinheiro e em partes pelo entorno da Estação Ferroviária.

A tabela abaixo foi desenvolvida com o objetivo de traçar um panorama dos


principais bens industriais de Caeté, já citados no decorrer do texto. O item “Proteção
Existente” foi desenvolvido a partir do arquivo “patrimônio protegido” (2020), disponível no
site da prefeitura, em combinação com os dossiês de tombamento. Já em “Estado de
Conservação” os critérios para as cores utilizadas foram: verde para pequenos reparos,
laranja quando há necessidade de maiores intervenções e vermelho para situações de
arruinamento. Os usos foram identificados a partir de visitas de campo. É possível identificar
a localização dos bens listados na tabela por meio de mapa, que se encontra no apêndice.

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ID Identificação Proteção Existente Conservação Uso Atual
1 Cerâmica João Pinheiro Municipal Sem Uso
2 Estação Ferroviária Caeté Municipal Sem Uso
3 Praça Getúlio Vargas Municipal Comunitário
4 Escola M. João Monlevade Entorno de Tombamento Comunitário
5 Pousada Dona Chica Entorno de Tombamento Sem Uso
6 Estádio Gaston Maigné Sem Proteção Sem Uso
7 Antigo Senai Sem Proteção Comunitário
8 Igreja São Francisco de Assis Sem Proteção Comunitário
9 Estação Gorceix Sem Proteção Habitacional
10 Antiga Fundição Ferrobrás Entorno de Tombamento Industrial
11 Ruínas da Ferrobrás Sem Proteção Sem Uso
12 Antigo Cinema da Ferrobrás Sem Proteção Sem Uso
13 Anexo Administrativo Municipal Serviço Setorial
14 Cassino Sem Proteção Habitacional Transitório
15 Hospital Adelmo Lodi Sem Proteção Habitacional Transitório

Tabela 1: Panorama Bens Industriais Caeté. Produzido pela autora, 2020.

Conclusão

O panorama traçado no presente artigo demostra um crescente reconhecimento


municipal de seu patrimônio industrial. No entanto, é possível identificar que as estruturas
principais, a Cerâmica João Pinheiro e o núcleo principal da Companhia Ferro Brasileiro,
encontram-se em elevado estado de deterioração, o que representa uma ameaça à
integridade dessas estruturas. Estas, em desuso desde os anos 90, sofreram danos
provocados pela ação do tempo e depredações. Além das demandas existentes, faz-se
necessário o aprofundamento dos estudos das áreas com a intenção de identificar
individualmente os bens remanescentes que se relacionam com o período.

Dos aperfeiçoamentos quanto a normativas e diretrizes destaca-se o Processo de


Revisão do Plano Diretor – RMBH, que classifica os sítios em questão como “Zonas de
Diretrizes Especiais – Trama Verde e Azul – Cultural”. A categorização garante maior
visibilidade da área no que diz respeito a políticas públicas, possibilitando o uso dos
instrumentos urbanísticos presentes no mesmo documento, conforme a minuta do projeto de
lei, Seção II Art.42.:

A ZDE-TVA-CULT corresponde às áreas legal ou popularmente


reconhecidas como relevantes para a proteção e a preservação do
patrimônio histórico e cultural material ou imaterial, natural, arqueológico,
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paleontológico e paisagístico, conforme o art. 225 da Constituição Federal
de 1988, a Lei Federal nº 12.343, de 2 de dezembro de 2010 – Plano
Nacional de Cultura – e a Lei Federal nº 13.018, de 22 de julho de 2014.
(RMBH, 2019, p.24).

Devido ao delicado momento que se encontra a humanidade em 2020, com a


pandemia mundial combinada a necessidade de isolamento social, fomos privados do uso
pleno das áreas públicas. Frente à questão, torna-se novamente necessário refletirmos
sobre o papel do patrimônio junto à civilidade e as futuras demandas por espaços de
convivência. Nesse aspecto, a Revisão do Plano Diretor demostra conformidade, uma vez
que prevê para as áreas “ZDE – TVA CULT – Ferrobrás”, “ZDE – TVA CULT - Cerâmica
João Pinheiro” e “ZDE – TVA CULT – Córrego Caeté” usos que valorizem e promovam
dinâmicas e trocas culturais. Conforme tabela de vinculação às políticas para as três áreas
encontra-se em seus programas:

- Requalificação, ampliação e implantação de espaços e equipamentos


públicos
- Qualificação dos espaços e atenção para acesso dos usuários
- Programa de construção e/ou reocupação de equipamentos voltados às
artes, à produção criativa e ao conhecimento – Fábricas Criativas (RMBH,
2019, p.159).

As discussões acerca do patrimônio industrial podem ser consideradas recentes,


cujo principal documento é a Carta de Nizhny Tagil. Seus criadores não se limitaram apenas
aos edifícios fabris, considerando inclusive as dimensões imateriais:

Os delegados reunidos na Rússia por ocasião da Conferência 2003 do


TICCIH desejam, por conseguinte, afirmar que os edifícios e as estruturas
construídas para as actividades industriais, os processos e os utensílios
utilizados, as localidades e as paisagens nas quais se localizavam, assim
como todas as outras manifestações, tangíveis e intangíveis, são de uma
importância fundamental. (TICCIH, 2003)

Quando tratamos de valorização do patrimônio em Caeté, os holofotes tendem a se


concentrar na monumentalidade das igrejas e capelas coloniais. O circuito turístico da
Estrada Real, fomentado por instituto de mesmo nome criado em 1999, colabora no fomento
das narrativas advindas do período do Ouro (INSTITUTO ESTRADA REAL, 2020). Por outro
lado, a cidade possui um acervo considerável de arquitetura do século XX, advindos das
modernizações ocorridas em decorrência da industrialização. Estes mantem forte relação
identitária com seus moradores, uma vez que grande parte dos habitantes possui vínculos
memoriais advindos do viver operário.

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Os dois períodos históricos expostos são de extrema importância para o município, a
completa compreensão do passado caeteense perpassa o reconhecimento da coexistência
de múltiplas heranças. As estruturas fabris em arruinamento demandam um olhar especial,
uma vez que se encontram em risco de desaparecimento. Conforme os princípios de Dublin:

O património industrial é extremadamente vulnerável e frequentemente


encontra-se em risco; muitas vezes perde-se por falta de consciência, de
conhecimento, de reconhecimento ou de proteção, mas também pelo efeito
de uma economia em mutação, de percepções negativas, de questões
ambientais ou devido às suas grandes dimensões e complexidade. (TICCIH,
2011)

A perda destas representantes estruturas acarretaria em lacunas no legado


sociocultural e urbano do município, legado este que deve ser preservado em vista das
futuras gerações.

Referências Bibliográficas

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Apêndice A: Mapa de Localização Bens Industriais, Caeté/ MG.

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