Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Trabalho de grupo
Artigo 1: As reivindicações comunitárias
Artigo 2: Hannah Arendt - poder, liberdade e direitos humanos
As reivindicações Comunitárias
Não podemos ser livres com as obrigações e deveres impostos pela
sociedade sobre nós, sem aceitá-las como “normais”, pois devemos de certa forma
seguir regras impostas por outras pessoas que nem sempre são o que realmente
queremos ou não fazer ou seguir, é o que Sandel cita “O ponto fraco da concepção
liberal da liberdade tem a ver exatamente com o que a torna atraente.”
Este assunto sobre a liberdade do “eu” é muito debatido, pois para uns ser
livre é fazer o que bem entende sem se preocupar com o será comentado ou
concluído, apenas fez tal porque quis, agora se analisarmos de uma forma mais
detalhada o que fazemos, não estamos sendo totalmente livres em nossos atos ou
segmentos, por trás de tudo o que fazemos temos “motivo”, seja ele por prazer
próprio ou por força maior, por exemplo, algumas pessoas gostam de café sem
açúcar enquanto outras não suportam o mesmo, tem que ser com açúcar e outras
ainda nem gostam de café, isto seria de escolha de cada pessoa, mas não por
liberdade e sim por se sentir bem bebendo tal escolha, por desejo próprio ou prazer.
Muitos diriam que isto é, de certa forma, ser livre, por fazer algo que gosta, mas em
contrapartida, qualquer uma das escolhas seria apenas para saciar uma vontade de
si.
Puxando o assunto de liberdade para o lado profissional, muitas pessoas ao
executarem seus cargos “escolhidos”, que nem sempre são escolhidos por si,
acabam por comentar “Ah, eu tenho que trabalhar” com uma expressão de
sofrimento ou que não queira executar tal tarefa, deixando assim a ideia de que o
trabalho é uma obrigação, mas agora, se uma pessoa fala a mesma frase, “ah, eu
tenho que trabalhar”, com uma expressão de satisfação e felicidade, deixaria a ideia
de que está sendo um obrigação executar tal feito?. Se um indivíduo escolhe o que
vai ou não fazer por liberdade acaba sentindo prazer em executar suas tarefas
sentindo-se livre, mesmo que não esteja pois está sendo solicitado que faça tal
tarefa, mas que não se sinta na obrigação. Acho que esta situação seria
considerada de liberdade.
Considerando o trecho, “Viver a vida é representar um papel em uma jornada
narrativa que aspira a uma certa unidade ou coerência. Quando me vejo diante de
vários caminhos a seguir e devo escolher um deles, tento descobrir qual dará mais
sentido à minha vida como um todo e a tudo aquilo que é importante para mim...”,
pode-se interpretar que podemos viver livre dentro de uma sociedade sem ser
literalmente “livre”, pois sempre teremos o que seguir ou referenciar, mas para
sentir-se bem com o caminho seguido, devemos considerar o que la na frente irá
nos satisfazer com nós mesmos, sem que deixamos de nos sentir livres. E assim
dar sentido a sua própria história de vida, seja ela uma história boa ou ruim.
Nisto entra a citação de Maclntyre, “jamais poderei buscar o bem ou praticar
a virtude apenas como indivíduo”, deve-se sempre ser um observador de outras
histórias de outras pessoas e principalmente da minha própria história, o que quer
dizer isto? Devo sim considerar toda a minha jornada até aqui para determinar um
novo caminho ou seguir para tal. Fazendo de muitas histórias uma apenas.
Os membros de uma comunidade, são livres para decidir, dentro das regras
da comunidade quais são as melhores escolhas, mas essa liberdade não é
verdadeira, é uma simples sensação de liberdade, como cita Sandel “O ônus da
vida em comunidade pode ser opressivo”, essa falsa sensação de liberdade, pode
ser opressiva, já que impede que os membros tomem decisões que vão contra as
práticas já adotadas pela comunidade. Entendo que pelo fato de que novas ideias
podem ser reprimidas pelas velhas atitudes, uma sociedade sempre será opressora,
mesmo sem querer que isso aconteça.
Liberdade arendtiana
Conforme citado no texto em estudo, a frase de Luís XIV:
“EÉtat c’est moi”
Esta frase significa que “O Estado sou eu”, ou seja, tratava-se da soberania
total do poder dos reis que após a Revolução Francesa (1789) que foi substituída
pela soberania popular “Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”
o que vem de encontro com a atual democracia que temos em nosso país onde o
povo elege seus governantes ainda que o poder de fato permanece praticamente na
mão destes poucos.
Direitos humanos
No texto de Hannah Arendt que levanta a questão sobre os direitos humanos,
ela cita o exemplo do regime totalitário imposto pelos nazistas que veio a remover a
nacionalidade do povo judeu naquele episódio da história.
Arendt faz a seguinte afirmação:
“A nacionalidade é um vínculo legal que tem sua base no fato social do
enraizamento, uma conexão genuína de existência, interesses e sentimentos, junto
com a existência de direitos e deveres recíprocos.”
Podemos assimilar com uma situação ocorrida aqui no Brasil, porém sem
imposição de regime militar nem autoritário e nem violento que buscou a separação
do país por parte dos três estados do sul do Brasil, sendo eles Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Este movimento recebeu o nome de “O Sul é o Meu
País” e teve como objetivo criar um novo país a partir destes três estados, o
que poderia retirar o direito de nacionalidade brasileira de cidadãos desses estados
que eram contra o movimento. Tal situação poderia vir a ferir a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1940) que estabelece que:
“Artigo XV - 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do
direito de mudar sua nacionalidade.”
Todavia, isto não ocorreu pois foi realizada uma eleição por meio de voto
popular onde não se chegou nem a metade dos votos necessários para encaminhar
tal projeto.