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3) a
hostilidade à civilização urbana
13/09/2013
1.
Todavia, a civilização urbana não se confunde com o capitalismo.
2.
3.
4.
Hoje, com a hegemonia obtida pelo multiculturalismo no meio
académico, no jornalismo e no meio político considerado de esquerda,
é praticamente unânime a crítica à noção de progresso. Em grande
parte dos casos, porém, é uma crítica equivocada, porque supõe que o
progresso implique obrigatoriamente uma evolução linear e uma
teleologia. Ora, o estruturalismo permite pôr em causa tanto a noção
de linearidade de evolução como a noção de teleologia sem para isso
prescindir da noção de progresso.
A evolução nunca pode ser linear numa história concebida como luta
social, que implica percursos sinuosos, não linhas direitas mas
espirais. Fala-se em vitórias e derrotas, mas as derrotas são sempre
derrotas de uma certa maneira, e essa maneira condiciona por seu
turno a forma da vitória. Consoante a maneira como formos
derrotados, assim os vencedores carão numa ou noutra situação. Se
conseguirmos escolher os termos da nossa derrota poderemos impor
aos outros os limites da sua vitória, e é por isto que não se trata de
vaivéns num plano único, mas de espirais.
5.
7.
Não importa aqui saber se a elite dos Khmers Vermelhos tinha ou não
lido Rousseau quando estudara em Paris, porque as ideologias
difundem-se por numerosos meios e em planos muito variados. O que
me interessa é chamar a atenção para o carácter rousseauniano do
programa dos Khmers Vermelhos, como zeram alguns autores. Por
seu lado, outro especialista sustentou que Esparta é a única analogia
histórica que se encontra para o regime dos Khmers Vermelhos, mas
ainda aqui deparamos com Rousseau, já que ele propusera Esparta
como modelo.
Referências