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| SHEILA RUBIA LINDNER |

| THAYS BERGER CONCEIÇÃO |


| CAROLINA CARVALHO BOLSONI |

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

INTRODUÇÃO AO CURSO

UFSC 2020
| SHEILA RUBIA LINDNER |
| THAYS BERGER CONCEIÇÃO |
| CAROLINA CARVALHO BOLSONI |

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO

INTRODUÇÃO AO CURSO

UFSC 2020
GOVERNO FEDERAL

MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)
Departamento de Promoção da Saúde (DEPROS)
Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


Reitor: Ubaldo Cesar Balthazar
Vice-Reitora: Alacoque Lorenzini Erdmann
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Cristiane Derani
Pró-Reitor de Pesquisa: Sebastião Roberto Soares
Pró-Reitor de Extensão: Rogério Cid Bastos
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Diretor: Celso Spada
Vice-Diretor: Fabrício de Souza Neves
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
Chefe do Departamento: Fabrício Augusto Menegon
Subchefe do Departamento: Lúcio José Botelho

EQUIPE TÉCNICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE


Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição

Gestora Geral do Projeto Sheila Rubia Lindner


Coordenação de Produção de Material Elza Berger Salema Coelho

3
Autores Sheila Rubia Lindner
Thays Berger Conceição
Carolina Carvalho Bolsoni

Equipe Editorial Carolina Carvalho Bolsoni


Thays Berger Conceição
Deise Warmling
Dalvan Antonio de Campos

Assessoria Pedagógica Márcia Regina Luz

Assessoria de Mídias Marcelo Nogueira Capillé

Equipe Executiva Patricia Dias de Castro


Gabriel Donadio Costa
Eurizon de Oliveira Neto

Design Instrucional/ Soraya Falqueiro


Revisão de Português e ABNT/
Design Instrucional/
Elaboração das Questões Avaliativas

Identidade Visual/Projeto Gráfico Pedro Paulo Delpino Bernardes

Diagramação/Esquemáticos/ Laura Martins Rodrigues


Infográficos/Finalização

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Desenvolvedor Web Kuassi Dodji Franck Kumako
Paulo Alexsander Godoi Lefol
Tcharlies Dejandir Schmitz

Supervisão de Desenvolvimento Web Sabrina Blasius Faust

Esquemáticos/Infográficos Web Naiane Cristina Salvi

Fonte para Imagem e Esquemáticos Adobe Stock

L747i Lindner, Sheila Rubia

Introdução ao curso / Sheila Rubia Lindner, Thays Berger Conceição, Carolina Carvalho
Bolsoni. – Florianópolis : UFSC, 2020.
42 p. : il.
E-book (PDF)

ISBN: 978-65-87206-23-3

1. Ciências da saúde. 2. Educação continuada em saúde. 3. Atenção primária em saúde I.


Lindner, Sheila Rubia. II. Conceição, Thays Berger III. Bolsoni, Carolina Carvalho. IV. Título.

CDU: 374

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APRESENTAÇÃO 7 3.2.3 EIXO 3: Atenção às pessoas com
sobrepeso e obesidade nas diferentes
1 ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS fases do curso da vida 32
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA 3.3 FUNCIONAMENTO DO CURSO 33
ALIMENTAR E NUTRICIONAL 9 3.3.1 Atividades avaliativas 34
1.1 REALIDADE BRASILEIRA REFERENTE AO 3.3.2 Atividades online 34
SOBREPESO E OBESIDADE 10 3.3.3 Atividades presenciais 35
1.2 RECONHECENDO O SOBREPESO E A OBESIDADE 3.4 CERTIFICAÇÃO 36
COMO UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA 12 3.5 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 36
1.3 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL 13
ENCERRAMENTO DO MÓDULO 38
2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DO REFERÊNCIAS 39
SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS 15 MINICURRÍCULO DOS AUTORES 41
2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE 16
2.1.1 Políticas públicas de alimentação e nutrição 17
2.1.2 Política Nacional de Promoção da Saúde 20
2.1.3 Política Nacional de Alimentação e Nutrição 21
2.1.4 Atenção nutricional na APS 22
2.2 GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA 23

3 APRESENTAÇÃO DO CURSO 26
3.1 REFERENCIAL PEDAGÓGICO 27
3.2 ESTRUTURA DO CURSO E MATRIZ CURRICULAR 28
3.2.1 EIXO 1: Reconhecendo o sobrepeso
e a obesidade no contexto da APS 30
3.2.2 EIXO 2: Ações para abordagem do sobrepeso
e da obesidade na APS 31

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APRESENTAÇÃO

Olá!

Seja bem-vindo ao módulo de introdução versidade Federal de Santa Catarina (UFSC),


ao curso! elaborou o curso que você está iniciando, a
Este curso foi elaborado especialmente Especialização em Atenção Integral à Saúde
para você, pensando nos desafios encon- das Pessoas com Sobrepeso e Obesidade.
trados no seu cotidiano de trabalho no Neste módulo, vamos abordar a importân-
reconhecimento e na atenção às pessoas cia do tema para a saúde, sobretudo na APS,
com sobrepeso e obesidade no contexto da e procuramos destacar a necessidade de
Atenção Primária à Saúde (APS). uma atuação em rede, além de aproximá-lo
Consciente da realidade do número das políticas e diretrizes norteadoras para
crescente de pessoas com sobrepeso e obe- atenção à saúde das pessoas com sobrepe-
sidade no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) so ou obesidade. Por fim, vamos apresentar
protagonizou uma série de medidas com o a organização geral do curso, sua matriz
intuito de organizar ações de melhorias na curricular e as atividades avaliativas.
assistência, e que essas fossem paralela-
mente amparadas por políticas de desenvol- Esperamos que você
vimento profissional que pudessem fornecer tenha um bom estudo!
suporte aos profissionais da APS. Diante
disso, a Coordenação-Geral de Alimentação
e Nutrição do MS, em parceria com a Uni-

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APRESENTAÇÃO

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM CARGA HORÁRIA DE ESTUDO


RECOMENDADA
Ao final deste módulo, você deverá ser
capaz de: Para estudar e apreender todas as
• Compreender a importância da informações e definições abordadas, bem
temática para a prevenção e o controle como trilhar todo o processo ativo de
do sobrepeso e da obesidade na aprendizagem, estabelecemos uma carga
atenção à saúde da população no horária de 30 horas para este módulo.
âmbito da APS.
• Correlacionar as políticas públicas de
saúde com as ações necessárias para
a prevenção e controle do sobrepeso
e da obesidade na atenção à saúde da
população no âmbito da APS.
• Compreender que a atenção às
pessoas com sobrepeso ou obesidade
diz respeito a toda rede de atenção e
não apenas às atividades exercidas
por nutricionistas.
• Compreender o funcionamento geral
do curso.
• Compreender a importância da corres-
ponsabilidade de professores e profis-
sionais no processo de aprendizagem
em um curso a distância.
• Organizar-se para incluir tempo para
estudo no cotidiano de trabalho.

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UN 1
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 1
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Esta unidade aborda a importância do Esta morbidade não acomete apenas os


tema para a saúde coletiva, sensibilizando adultos: taxas elevadas foram encontradas
você, profissional da saúde participante também em crianças e adolescentes.
do curso, para o reconhecimento da Estimou-se que 41 milhões de crianças com
necessidade de uma atuação em rede e menos de 5 anos e mais de 340 milhões
intersetorial para a prevenção e o controle de crianças e adolescentes de 5 a 19 anos
do sobrepeso e da obesidade na atenção à estavam acima do peso ou obesas em 2016
saúde da população no âmbito da Atenção (WHO, 2018). Antes considerado um problema
Primária à Saúde (APS). Faz a apresentação nos países de alta renda, o sobrepeso e a
sintética da relação entre saúde e soberania obesidade estão agora em ascensão nos
e segurança alimentar e nutricional, tendo países de baixa e média rendas, como por
como fundamento a garantia do Direito exemplo no Brasil, onde vêm aumentando
Humano à Alimentação Adequada (DHAA). em todas as faixas etárias e em ambos os
Acompanhe! sexos (IBGE, 2010).
As mudanças políticas, econômicas,
1.1 REALIDADE BRASILEIRA REFERENTE sociais e culturais que ocorreram no Brasil
AO SOBREPESO E OBESIDADE evidenciaram transformações no modo de
vida da população causando uma rápida
O sobrepeso e a obesidade se constituem transição demográfica, epidemiológica e
como uma epidemia que acomete grande nutricional. Observou-se maior expectativa
parcela da sociedade, cujo impacto de vida e redução do número de filhos por
manifesta-se mundialmente. Foi a partir mulher, além de mudanças importantes no
dos anos de 1990 que a obesidade ganhou padrão de saúde e consumo alimentar da
destaque no cenário internacional, e em população brasileira (BRASIL, 2014).
2016 estimou-se que cerca de 40% da De acordo com Pesquisa Nacional de
população adulta do mundo estava acima do Saúde (2019), no Brasil, 60,3% da população
peso – três vezes mais do que há 40 anos adulta apresenta excesso de peso, o que
(WHO, 2018).

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 1
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

representa cerca de 96 milhões de pessoas - Globalmente, houve um aumento na 1.2 RECONHECENDO O SOBREPESO
62,6% em mulheres e 57,5% em homens. ingestão de alimentos ricos em energia E A OBESIDADE COMO UM
Neste cenário, a obesidade torna-se e gordura, como também a redução do PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
simultaneamente uma doença e um fator tempo gasto com atividade física devido à
de risco para outras doenças, como a hiper- natureza cada vez mais sedentária de muitas O DHAA é parte dos direitos fundamentais
tensão e o diabetes, igualmente com taxas formas de trabalho, mudança nos modos da humanidade, que foram definidos por um
de prevalência em elevação no país (BRASIL, de transporte e aumento da urbanização. pacto mundial, do qual o Brasil é signatário.
2014). Essas questões nutricionais compõem As mudanças nos padrões de atividade A conjuntura histórica da época abarcava as
a agenda pública desde a década de 1930, alimentar e física são frequentemente o grandes guerras mundiais e as decorrentes
porém apenas assumiu prioridade nas políti- resultado de mudanças ambientais e sociais situações de insegurança relativas ao abas-
cas nos últimos 15 anos por sua magnitude associadas ao desenvolvimento e à falta tecimento e à disponibilidade de alimentos.
e associação com as Doenças Crônicas Não de políticas de apoio em setores como Essa mudança fundamental na forma
Transmissíveis (DCNT), especialmente com saúde, agricultura, transporte, planejamento de encarar o direito à alimentação coloca o
as doenças cardiovasculares (MALTA et al., urbano, meio ambiente, processamento Estado na posição de provedor e responsável
2014; DIAS et al., 2017). de alimentos, distribuição, marketing e pelo bem estar alimentar de sua população.
educação (WHO, 2018). Contudo, apenas na década de 1990, quando
Diante dessas informações, podemos pesquisas realizadas revelaram que a
A causa fundamental do sobrepeso perceber como chegamos ao atual cenário insegurança alimentar dos indivíduos era
e da obesidade é definida pela OMS
como um desequilíbrio energético
do sobrepeso e da obesidade e nos principalmente um resultado da pobreza
entre calorias consumidas versus deparamos com a necessidade de atuação e da falta de acesso ao alimento e não
gastas (WHO, 2000). Porém, não de- dos profissionais da saúde com o intuito de da sua disponibilidade no mercado, que
vemos ser rápidos ao concluir que a
causa principal é apenas regida pe-
estabilizar e diminuir essa doença e suas a preocupação com segurança alimentar
los fatores comportamentais. Como consequências. se tornou pauta das políticas globais
profissionais da saúde, devemos nos A seguir, apresentaremos como é a efetivamente (PAIVA et al., 2019).
distanciar do senso comum que cul-
pabiliza o indivíduo de sua condição,
atuação da saúde pública no reconhecimento, Preocupar-se com a Segurança Alimentar
precisamos e devemos olhar além, na prevenção e no cuidado das pessoas com e Nutricional (SAN) da população significa
e entender que vários fatores estão sobrepeso e obesidade. mais que garantir alimentos, pois são
diretamente ligados.
identificadas situações de insegurança

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 1
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

alimentar em determinados problemas, Você sabe como é conceituada a Seguran- A LOSAN traz em seu artigo 5º o respeito
conforme pode ser visto a seguir. ça Alimentar e Nutricional (SAN)? SAN é o à soberania alimentar, que é o direito que
direito de todos ao acesso regular e perma- cada país tem de definir suas próprias políti-
nente a alimentos de qualidade, em quantida- cas e estratégias sustentáveis de produção,
Situações de insegurança alimentar de suficiente, sem comprometer o acesso a distribuição e consumo de alimentos, que
outras necessidades essenciais, tendo como garantam o direito à alimentação para toda
Fome base práticas alimentares promotoras de população, respeitando as múltiplas caracte-
saúde, que respeitem a diversidade cultural rísticas culturais dos povos. Em termos prá-
Baixo peso
e que sejam social, econômica e ambiental- ticos, soberania alimentar significa garantir
Obesidade mente sustentáveis (BRASIL, 2006a). a soberania dos agricultores, extrativistas,
Doenças associadas à má alimentação A publicação da Lei Orgânica de Segurança pescadores, entre outros grupos, sobre sua
Alimentar e Nutricional (LOSAN), de 2006, cultura e sobre os bens da natureza.
Consumo de alimentos de qualidade
incorporou o conceito de SAN e criou as
duvidosa ou prejudicial à saúde
bases de construção e funcionamento do
Estrutura de produção de alimentos Sistema Nacional de Segurança Alimentar Em 2010 foi aprovada a Emenda
predatória em relação ao ambiente e Nutricional (SISAN), alinhando políticas e
Constitucional nº 64, que inclui a ali-
mentação no artigo 6º da Constitui-
Bens essenciais com preços abusivos ações aos objetivos da segurança alimentar ção Federal. Este feito foi resultante
e nutricional. de amplo processo de mobilização
Imposição de padrões alimentares que social na luta pelo direito humano à
não respeitem a diversidade cultural alimentação adequada; no entanto,
isso não necessariamente significa
Veiculação de campanhas publicitárias Aprofunde seus estudos sobre o a garantia da realização desse di-
que conduzem ao consumo de tema! Leia a lei de segurança alimen- reito na prática, o que permanece
alimentos que fazem mal à saúde ou tar e nutricional no link: como um desafio a ser enfrentado.
que induzem ao distanciamento de <http://www4.planalto.gov.br/ Como você, profissional da saúde,
consea/conferencia/documentos/ pode contribuir para instituição des-
hábitos tradicionais de alimentação
lei-de-seguranca-alimentar-e- se direito?
nutricional>.
Fonte: CONSEA, 2006.

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 1
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Por fim, faz-se importante entender que saudável? Continue seus estudos para obter alimentos têm gosto, cor, forma, aroma e
para alcançar segurança e soberania ali- mais informações a respeito do tema. textura, e todos esses componentes precisam
mentar são precisos esforços de vários se- ser considerados na abordagem nutricional.
tores do governo e da sociedade. É preciso 1.3 ALIMENTAÇÃO ADEQUADA Os nutrientes são importantes, contudo, os ali-
investir em ações intersetoriais que visem a E SAUDÁVEL mentos não podem ser resumidos a veículos
garantia de: deles, pois agregam significações culturais,
• acesso à terra urbana e rural e Entende-se por alimentação saudável comportamentais e afetivas singulares que
território, o direito humano a um padrão alimentar jamais podem ser desprezadas (BRASIL, 2014).
• acesso aos bens da natureza, adequado às necessidades biológicas e Por esse motivo, devemos considerar
incluindo as sementes, sociais dos indivíduos, respeitando os e observar aspectos biológicos e sociais
• acesso à água para consumo e princípios da variedade, da moderação e do na formulação de ações para a promoção
produção de alimentos, equilíbrio, dando-se ênfase aos alimentos de uma alimentação adequada e saudável,
• fortalecimento da agricultura regionais e ao respeito ao seu significado sejam elas ações individuais ou coletivas. O
familiar e da produção orgânica e socioeconômico e cultural, no contexto da estado de saúde dos indivíduos não pode ser
agroecológica, SAN, tema que abordamos no item anterior. analisado sem se considerar o meio onde
• proteção dos sistemas agroextrativis- Segundo o Guia Alimentar para a Popu- vivem (CANGUILHEM, 2006).
tas e da garantia de serviços públicos lação Brasileira do Ministério da Saúde, a
adequados de saúde, educação, trans- alimentação adequada se dá em função do
porte, entre outros, consumo de alimentos e não de nutrientes e Embora a dimensão do saudável
no campo alimentar e nutricional já
• ações de prevenção e controle da obe- deve estar baseada em práticas alimentares viesse sendo formada no bojo da
sidade (MACHADO, 2017). que tenham significado social e cultural. Os discussão sobre a composição nu-
Até aqui, vimos que o sobrepeso e a tricional dos alimentos e posterior-
mente na busca pela superação das
obesidade são um problema de ordem carências nutricionais, a expressão
mundial e que o Brasil também faz parte das “alimentação saudável”, tal como
estatísticas negativas deste tema. Vimos conhecemos hoje, vai sendo conso-
lidada na virada do século XXI com a
também que a alimentação adequada é uma emergência da epidemia de obesida-
garantia constitucional. No entanto, o que de e das políticas públicas relacio-
se configura como alimentação adequada e nadas (PAIVA et al., 2019).

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 1
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS
PÚBLICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Ao longo do curso vamos abordar todos seguir nosso estudo reconhecendo, agora,
os pilares necessários para uma alimentação as principais políticas que abarcam o tema.
adequada e saudável e, neste momento,
pretendemos sinalizar que não existe uma
receita pré-concebida e universal, pois a
diversidade deve ser respeitada. Assim,
a promoção da alimentação adequada e
saudável é “um conjunto de estratégias que
proporcionem aos indivíduos e coletividades
a realização de práticas alimentares
apropriadas aos seus aspectos biológicos e
socioculturais, bem como ao uso sustentável
do meio ambiente” (BRASIL, 2013, p. 31).
Sabemos que a chave da consecução
da segurança alimentar e nutricional requer
a integração de diferentes setores e atores
sociais; no entanto, o setor saúde se destaca
como um dos protagonistas na promoção da
alimentação adequada e saudável.
Esta unidade abordou a importância do
tema sobrepeso e obesidade para a saúde
coletiva em prol do reconhecimento da
necessidade de uma atuação em rede e de
forma intersetorial para sua prevenção e
controle. Fez uma apresentação sintética
da relação entre saúde e soberania, segu-
rança alimentar e nutricional, tendo como
fundamento a garantia do DHAA. Vamos

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UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

As políticas públicas prezam a coletivida- da Saúde, a Lei nº 8.080, e busca atuar


de cuidando do interesse de todos nas mais em conjunto com as demais políticas na
diversas áreas como saúde, educação, lazer, promoção da saúde, prevenção de ocorrência
cultura, moradia, transporte, segurança e de agravos e recuperação dos doentes.
assistência social, por isso o conhecimento Você já deve estar familiarizado com seus
delas é muito importante para a atenção princípios doutrinários, porém acreditamos
integral do indivíduo, visto o conceito am- ser importante recapitular o entendimento
pliado de saúde. destes, confira.
Nesta unidade, vamos conhecer as
principais políticas e diretrizes norteadoras
do tema para atenção à saúde das pessoas
com sobrepeso e obesidade no âmbito da
Atenção Primária à Saúde (APS), e apresentar Integralidade
uma importante ferramenta de prevenção e
controle, o Guia Alimentar para a População
Brasileira. Acompanhe. SUS Equidade

2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE

Universalidade
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um
dos maiores e mais complexos sistemas de
saúde pública do mundo, e abrange desde
um simples atendimento para realização de
curativo, por meio da atenção primária, até Universalidade
transplante cardíaco. Instituído a partir da A saúde é um direito garantido por lei
Constituição Federal de 1988, que garante a todos os cidadãos e cabe ao Estado
a saúde como direito de todos e dever do assegurar este direito, sendo que o acesso
estado, o SUS é regulado pela lei Orgânica deve ser garantido a todas as pessoas sem

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

discriminação, independentemente de sexo, alto grau de descentralização e capilaridade, setor que recaem as consequências da
raça, ocupação ou outras características ocorrendo no local mais próximo da vida insegurança alimentar e nutricional.
sociais ou pessoais. das pessoas. A APS desempenha função de Vamos agora conhecer alguns
porta de entrada no sistema de saúde, centro documentos governamentais que abordam
Equidade de comunicação e base de ordenamento nas o tema.
Busca diminuir as desigualdades res- Redes de Atenção à Saúde (RAS), por isso é
peitando a singularidade do indivíduo, pois foco da Política Nacional de Saúde e passou 2.1.1 Políticas públicas de
apesar de todas as pessoas possuírem o a ser uma de suas prioridades. alimentação e nutrição
mesmo direito, as pessoas não são iguais De acordo com a nova PNAB, a APS
e têm necessidades diferentes. Em suma, caracteriza-se por um conjunto de ações de A promoção da alimentação adequada
significa tratar diferente os desiguais, inves- saúde, no âmbito individual e coletivo, que e saudável é um campo de ação que pode
tindo mais onde a carência é maior. abrange a promoção e a proteção da saúde, e deve ser compartilhado por todos os
a prevenção de agravos, o diagnóstico, profissionais de saúde. É definida como
Integralidade o tratamento, a reabilitação, a redução um conjunto de estratégias capazes
Visa considerar as pessoas como um de danos e a manutenção da saúde com de favorecer a realização de práticas
todo, atendendo a todas as suas necessi- o objetivo de desenvolver uma atenção alimentares apropriadas aos aspectos
dades. Para isso, é importante a integração integral que impacte na situação de saúde e biológicos e socioculturais de indivíduos
de ações, incluindo a promoção da saúde, autonomia das pessoas e nos determinantes e coletividades, de modo sustentável ao
a prevenção de doenças, o tratamento e e condicionantes de saúde das coletividades ambiente (BRASIL, 2013).
a reabilitação. Juntamente, o princípio de (BRASIL, 2017). Desta forma, para que você possa
integralidade pressupõe a articulação da Assim, na medida em que a alimentação qualificar sua prática de atenção à saúde
saúde com outras políticas públicas, para e a nutrição constituem requisitos básicos no enfrentamento do sobrepeso e da
assegurar uma atuação intersetorial entre as para a promoção, proteção e recuperação obesidade é fundamental conhecer as
diferentes áreas que tenham repercussão na da saúde, a área da saúde toma para si, em principais publicações que marcam a
saúde e qualidade de vida dos indivíduos. conjunto com outros setores governamentais, inserção do tema nas agendas de governos
a responsabilidade frente à sociedade de do país. Acompanhe a linha do tempo que
O cuidado à saúde no Brasil é organizado assegurar o direito à alimentação adequada construímos com o intuito de sintetizar as
pela APS, que é desenvolvida com o mais a toda população, porque é sobre esse principais informações.

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

 Criação do Sistema Nacional de Segurança


2006 uma de suas estratégias de implementação
Alimentar e Nutricional (SISAN)
o estímulo à inserção de ações de promo-
 Caderno de Atenção Básica ção da saúde em todos os níveis de aten- Visa organizar as ações implementadas
nº 12 – Obesidade ção, com ênfase na atenção primária, vol- por diferentes ministérios, abarcando des-
tadas às ações de cuidado com o corpo e a de a produção até o consumo de alimentos
Tem como objetivo subsidiar a prática dos
saúde; alimentação saudável e prevenção, a fim de garantir o direito humano à alimen-
profissionais na APS, incluindo a Estratégia
e controle ao tabagismo. tação adequada. Reúne diversos setores de
de Saúde da Família, na atenção ao pacien-
governo em órgãos intersetoriais, como a
te obeso, com ênfase no manejo alimentar
 Política Nacional de Alimentação Câmara Interministerial de Segurança Ali-
e nutricional. Este documento enfatizou
e Nutrição (PNAN) mentar e Nutricional (CAISAN), além de ins-
aspectos individuais tanto na configura-
tâncias de participação social na forma de
ção do problema quanto no seu controle, Inicialmente proposta em 1999, definiu di-
Conferências e de Conselhos Nacionais de
mas também sugeriu estratégias coletivas retrizes para organizar as ações de preven-
Segurança Alimentar e Nutricional.
de promoção da alimentação saudável. O ção e tratamento da obesidade no SUS.
principal destaque foi a abordagem integral
e humanizada com enfoque na promoção  Diretrizes para a promoção da alimentação 2007
de saúde e prevenção de outras DCNT. saudável nas escolas de educação infantil,
fundamental e nível médio das redes  Criação da Câmara Interministerial
 Política Nacional de Promoção públicas e privadas, em âmbito nacional de Segurança Alimentar
da Saúde (PNPS) e Nutricional (CAISAN)
O objetivo geral é propor diretrizes para pro-
O objetivo geral dessa política é promover moção da alimentação saudável para todas Integrante do SISAN, é uma instância go-
a qualidade de vida e reduzir vulnerabilida- as escolas, pois reconhece a alimentação vernamental responsável pela coordena-
des e riscos à saúde relacionados aos seus saudável como direito humano, considera ção e pelo monitoramento intersetorial
determinantes e condicionantes – modos a dupla carga de doenças e preocupa-se das políticas públicas, na esfera federal,
de viver, condições de trabalho, habitação, com as elevadas proporções de sobrepeso relacionadas à segurança alimentar e nu-
ambiente, educação, lazer, cultura, acesso e obesidade, especialmente entre crianças tricional, ao combate à fome e à garantia
a bens e serviços essenciais. Tem como e adolescentes. do DHAA.

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

 Programa Saúde na Escola (PSE) nha de cuidado para o sobrepeso e a obe-


2012
sidade estabelece como diretriz a articula-
Esse programa é uma política intersetorial
ção de ações intersetoriais para promoção
da Saúde e da Educação que visa promover  Política Nacional de Alimentação
da saúde, visando apoiar indivíduos e co-
a saúde e a educação integral de estudan- e Nutrição (PNAN), revisada
munidades em prol da adoção de modos de
tes da rede pública de ensino. Prevê ações
Revisada em 2012, aborda a temática de vida saudáveis.
de avaliação antropométrica, promoção da
forma mais incisiva e propõe a melhoria
segurança alimentar e nutricional, de práti-
das condições de alimentação, nutrição e
cas corporais e de atividade física, que po- 2014
saúde da população brasileira, mediante
dem ser estratégicas no enfrentamento da
a promoção de práticas alimentares ade-
obesidade.  Caderno de Atenção Básica nº 38 –
quadas e saudáveis, a vigilância alimentar
Estratégias para o cuidado da pessoa
e nutricional, a prevenção e o cuidado in-
com doença crônica: obesidade
2011 tegral dos agravos relacionados à alimen-
tação e nutrição. Essa política reafirma o Mantém o mesmo objetivo do Caderno de
 Plano de ações estratégicas para o compromisso do Ministério da Saúde com Atenção Básica nº 12 anteriormente publi-
enfrentamento das Doenças Crônicas problemas nutricionais relacionados à des- cado e avança ao propor uma abordagem
Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil nutrição infantil e materna, bem como com conjunta da obesidade, hipertensão arterial
sobrepeso e obesidade, sinalizados pelas sistêmica e diabetes mellitus, pois conside-
O plano visa preparar o Brasil, nos próximos
elevadas prevalências na população adulta. ra que os fatores de risco e proteção são
dez anos, para enfrentar e deter as DCNT.
muitas vezes comuns, além dessas doen-
Seu objetivo é promover o desenvolvimen-
ças estarem, muitas vezes, associadas e ao
to e a implementação de políticas públicas 2013
fato de que o tratamento não medicamen-
efetivas, integradas, sustentáveis e basea-
toso apresenta alto grau de semelhança
das em evidências para a prevenção e o  Diretrizes para implementação da linha
entre elas. Detalhou a construção da linha
controle das DCNT e seus fatores de risco e de cuidado à prevenção e ao tratamento
de cuidado para obesidade no âmbito da
fortalecer os serviços de saúde voltados às do sobrepeso e da obesidade
APS e, secundariamente, destacou ações
doenças crônicas.
Como parte da Rede de Atenção à Saúde de promoção da saúde.
das Pessoas com Doenças Crônicas, a li-

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INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

 Revisão da Política Nacional de classificação de alimentos segundo o grau estratégias que transcendam a abordagem
Promoção da Saúde (PNPS) de processamento. No âmbito nacional, é a biológica e contemplando também os
base para orientações, produção de mate- contextos ambientais, culturais, sociais e
Ratificou o compromisso do Estado brasilei-
riais e recomendações para uma alimenta- econômicos envolvidos na determinação
ro com a ampliação e qualificação de ações
ção adequada e saudável. da obesidade e comorbidades a ela
de promoção da saúde nos serviços e na
relacionadas.
gestão do SUS. A PNPS aponta a necessi-
Vamos seguir nossos estudos conhe-
dade de articulação com outras políticas 2019
cendo as políticas de promoção da saúde e
públicas em virtude da impossibilidade de
alimentação e nutrição. Acompanhe.
o setor responder sozinho ao enfrentamen-  Guia Alimentar para Crianças
to dos determinantes e condicionantes da Menores de 2 anos
2.1.2 Política Nacional de Promoção
saúde. Assim, traz na sua essência a articu-
É uma publicação que apresenta as infor- da Saúde
lação com diversas políticas, sendo a PNAN
mações necessárias para incentivar, apoiar,
uma delas. Considera como tema prioritário
proteger e promover a saúde e a segurança O termo “promoção da saúde” pode ser
a alimentação adequada e saudável.
alimentar e nutricional da população menor definido como o conjunto de estratégias,
de 2 anos de idade. no âmbito individual e coletivo, que busca
 Guia Alimentar para a População
atender às necessidades sociais de saúde e
Brasileira, 2ª edição
A partir das principais políticas públicas garantir e fomentar a melhoria da qualidade
Publicado em 2006, destaca o risco da in- e marcos assumidos na agenda brasileira de vida da população por meio de maior
gestão de alimentos com elevada densida- para o controle e a prevenção da obesidade, participação da mesma nesse processo.
de energética e altos teores de gorduras, notamos que a temática foi historicamente A Política Nacional de Promoção da Saú-
açúcar e sal na configuração da obesidade vinculada ao setor saúde por meio do SUS. de (PNPS), aprovada por meio da Portaria
e DCNT. Traz o conceito de segurança ali- Embora a obesidade seja uma problemática MS/GM nº 687, de 30 de março de 2006,
mentar e nutricional e recomenda medidas que se manifesta no indivíduo, cujas afirma que as ações públicas em saúde de-
destinadas ao combate de “ambiente obe- consequências recaem sobre o sistema vem ir além da ideia de cura e reabilitação.
sogênico”, como a regulamentação da pu- de saúde, a busca da intersetorialidade é É preciso privilegiar medidas preventivas e
blicidade de alimento. A segunda edição do essencial para o controle e a prevenção do de promoção da saúde, transformando os
guia baseia suas recomendações em uma excesso de peso, por meio de abordagens e fatores que colocam as coletividades em

20
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

situação de risco e vulnerabilidade, como de integralidade e intrassetorialidade em não façam parte direta do tema, muitos
violência, desemprego, subemprego, falta de articulação com os demais princípios objetos em comum podem ser observados,
saneamento básico, habitação inadequada do SUS, especialmente em sua recente pois consideram a alimentação adequada
ou ausente, dificuldade de acesso à educa- edição. A intersetorialidade é concebida e saudável e as práticas corporais e de
ção, fome, urbanização desordenada, má como processo de articulação de saberes, atividade física como prioritárias em suas
qualidade do ar e da água (BRASIL, 2010). potencialidades e experiências de sujeitos, ações, e esses são hábitos sabidos por
Essa política busca mudança no fator grupos e setores na construção de influenciar as DCNT.
comportamental ao propor um conjunto de intervenções compartilhadas, estabelecendo
atividades direcionadas à transformação dos vínculos, corresponsabilidade e cogestão 2.1.3 Política Nacional de
comportamentos individuais, e também no para objetivos comuns, visando à construção Alimentação e Nutrição
fator social, pois considera os determinantes e à articulação de redes cooperativas e
sociais do processo saúde-doença. resolutivas. A Política Nacional de Alimentação e
A PNPS é a que mais reforça as noções Ainda que o sobrepeso e a obesidade Nutrição (PNAN) integra os esforços do
Estado brasileiro que, por meio de um
conjunto de políticas públicas, propõe
A saúde é concebida como produto de um conjunto amplo de fatores, por isso são propostas respeitar, proteger, promover e prover os
estratégias para concretizar ações de promoção centradas: direitos humanos à saúde e à alimentação
(BRASIL, 2013). A publicação desta política em
Na territorialização Na educação e formação
1999 reposiciona a questão da alimentação
Na articulação e na cooperação Na vigilância, no e nutrição na agenda do SUS e fortalece
intra e intersetorial monitoramento e na avaliação o debate sobre a segurança alimentar e
nutricional, dentro e fora do setor saúde,
Nas RAS Na produção e disseminação quando o tema ainda não era amplamente
de conhecimentos e saberes abordado dentre as prioridades do governo
Em participação e controle social (DIAS et al., 2017).
Na comunicação social e na
Embora a PNAN enfatizasse as
mídia
Na gestão deficiências nutricionais, já apontava para a
necessidade de intervenção sobre as DCNT,

21
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

incluindo a obesidade, e mesmo com recorte em 2011, e visando o enfrentamento da conhecer de forma sintética a PNAB.
setorial sua primeira diretriz referia-se ao complexidade da situação alimentar e
estímulo às ações intersetoriais com vistas nutricional da população brasileira, a PNAN 2.1.4 Atenção nutricional na APS
ao acesso universal aos alimentos. foi revisada e trouxe o aspecto setorial –
Em 2004, em um esforço global, o cooperação e articulação – como diretriz A PNAB é uma estratégia de governo que
Brasil em conjunto com outros 190 países para a segurança alimentar e nutricional. busca consolidar a Estratégia de Saúde da
foi signatário da Estratégia Global em Tanto as recomendações da PNAN como Família como prioritária para a reorganização
Alimentação Saudável, Atividade Física e as da PNPS chamam a responsabilidade da APS, por meio de um conjunto de ações
Saúde da Organização Mundial da Saúde/ das ações de prevenção e o controle do de saúde, no âmbito individual e coletivo,
ONU, que tem quatro objetivos principais. sobrepeso e da obesidade para a rede que abrangem a promoção e a proteção da
Veja a seguir! primária de saúde. No item a seguir vamos saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico,
Para corroborar a estratégia global, o tratamento, a reabilitação e a manutenção
da saúde.
Referente à atenção nutricional na APS,

1 Reduzir os fatores de risco para


DCNT por meio da ação em
saúde pública e
3 Encorajar o desenvolvimento, o
fortalecimento e a
implementação de políticas e
as diretrizes são:
• estímulo às ações intersetoriais,
com vistas ao acesso universal aos
promoção da planos que sejam sustentáveis, alimentos;
saúde e medidas incluindo a sociedade civil, o
• garantia da segurança e qualidade dos
preventivas. setor privado e a mídia.
alimentos, bem como da prestação de
serviços nesse sentido;

2 4
Aumentar a Monitorar dados científicos e influên- • monitoramento da situação alimentar
atenção e o cias-chave na alimentação e ativida- e nutricional;
conhecimento de física e fortalecer os recursos • promoção de práticas alimentares e
sobre alimentação humanos necessários para qualificar estilos de vida saudáveis;
e atividade física. e manter a saúde nesse domínio. • prevenção e controle dos distúrbios

Fonte: MARTINEZ, 2013.

22
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

nutricionais e das doenças associadas para o paciente com excesso de peso no a segurança alimentar e nutricional, que
à alimentação e nutrição; âmbito do SUS. A promoção à saúde coloca- devem fazer parte do processo de trabalho
• promoção do desenvolvimento de se como um desafio no sentido de avançar de todos os profissionais de saúde das
linhas de investigação; na consolidação de um modelo intersetorial, equipes de APS.
• desenvolvimento e capacitação de com ações para além do espaço físico das
recursos humanos. Unidades Básicas de Saúde (UBS). 2.2 GUIA ALIMENTAR PARA A
O avanço na implementação de ações POPULAÇÃO BRASILEIRA
de alimentação e nutrição tende a crescer
O sobrepeso e a obesidade envol- à medida que o próprio modelo de atenção O Guia Alimentar para População Brasilei-
vem complexa relação entre corpo,
saúde, alimento e sociedade, uma primária se consolida no país, agregando ra nasceu de um esforço para promoção e
vez que os grupos têm diferentes in- a racionalidade da organização do cuidado prevenção da saúde devido à complexidade
serções sociais e concepções diver- integral em saúde nas redes de atenção do epidemiológica vivenciada nas últimas
sas sobre esses temas, e que ainda
variam conforme o contexto histó- SUS. A expansão no número de Núcleos de décadas. Os novos padrões de morbidade,
rico. Sendo assim, este complexo Apoio à Saúde da Família (NASF), com incor- incluindo as DCNT, introduziram diferentes
cenário traz grandes desafios para a poração de nutricionista, tende a potencializar preocupações quanto ao cuidado à saúde.
rede de atenção à saúde do SUS, em
especial para a APS. as ações aqui descritas. No entanto, também Uma dessas preocupações foi promover
se configura como um desafio a apropriação uma alimentação adequada e saudável.
das ações de alimentação e nutrição por Dessa forma, em 2006, a publicação do
O desafio colocado frente à atenção outros profissionais de saúde, respeitando-se guia apresentou as primeiras diretrizes
nutricional é o enfrentamento efetivo das competências e atribuições específicas. alimentares oficiais para a nossa população
deficiências de micronutrientes, que deve Assim, destaca-se a necessidade da (BRASIL, 2006b). Foi destacado que a ingestão
ser realizado por toda a equipe de saúde, formação de profissionais aptos a colocar de alimentos com elevada densidade
com ações de prevenção e promoção da em prática as ações propostas para a energética e altos teores de gorduras, açúcar
alimentação saudável. Soma-se a esse atenção primária e para os demais níveis de e sal configuram risco para sobrepeso,
desafio a prevenção e o controle das doenças complexidade do SUS. obesidade e DCNT.
crônicas, com especial atenção para a Este curso veio, então, a suprir a A segunda edição, lançada em 2014,
obesidade. Faz-se necessária a definição e necessidade de socializar o conhecimento amplia o diálogo entre SUS e SISAN, pois
implantação de uma linha de cuidado integral sobre os alimentos e as ações que promovem considera a promoção da alimentação

23
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

adequada e saudável como parte da produção e distribuição dos alimentos sobre práticas alimentares.
construção de um sistema alimentar “social a justiça social e a integridade do ambiente. 2. Recomendações gerais sobre a esco-
e ambientalmente sustentável” e destaca Ainda sobre as recomendações alimen- lha dos alimentos, classificação dos
condicionantes da alimentação, desde a tares, o guia aponta a importância de se alimentos in natura, minimamente
produção até o consumo (DIAS et al., 2017). considerar as práticas alimentares que processados, processados e ultrapro-
Busca também qualificar as ações que tenham significado social e cultural, já que a cessados.
norteiam mudanças nas decisões individuais alimentação adequada ocorre em função do 3. Orientações sobre como combinar os
ao destacar que as recomendações consumo de alimentos e não de nutrientes. alimentos nas refeições, valorizando
alimentares devem considerar as formas de as culturas culinárias das diferentes
regiões do Brasil.
Este documento será utilizado de 4. Orientações sobre o ato de comer e a
ISBN 978-85-334-2176-9 MiniStério da SaÚde forma transversal em todo curso, comensalidade, em que se deve levar
principalmente nos módulos que
Ministério da Saúde

em consideração o tempo, o espaço e


abrangem as recomendações para
a companhia.
9 788533 421769

todas as fases do ciclo da vida.


5. Fatores que podem ser obstáculos
para a adesão das pessoas às
Guia aliMentar para a população BraSileira

Uma inovação trazida pelo guia é sua recomendações dadas. Além disso,
dupla função, pois deve orientar a prática traz as recomendações resumidas em
dos profissionais de saúde bem como pode “Dez Passos para uma Alimentação
ser lido por qualquer cidadão em qualquer Adequada e Saudável”.
espaço. Assim, é interessante que você Em suma, o guia é um recurso para
faça e recomende a leitura do guia em suas apoiar e incentivar práticas alimentares
Guia alimentar consultas. saudáveis, tanto no âmbito individual como
para a população
Brasileira Os cinco capítulos do guia abordam: no coletivo, bem como para subsidiar
1. Princípios que orientaram a sua políticas, programas e ações que visem a
o da Saúde

2ª edição

elaboração, que consideram não só incentivar, apoiar, proteger e promover a


2ª Edição

1ª reimpressão

Brasília — dF
2014 aspectos nutricionais, como também saúde e a segurança alimentar e nutricional
sociais, culturais e ambientais nas da população brasileira. E dispõe: “assim,

24
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 2
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PREVENÇÃO E CONTROLE
DO SOBREPESO E DA OBESIDADE NO SUS

reforça o compromisso do Ministério da


Saúde de contribuir para o desenvolvimento
de estratégias para a promoção e a realização
do direito humano à alimentação adequada”
(BRASIL, 2014, p. 6).

O guia apresenta ricas informações


para você, profissional da saúde.
Além das diretrizes alimentares
propostas, você encontra as bases
epidemiológicas e científicas e o
referencial teórico utilizado. Reco-
mendamos fortemente que você
efetue a leitura completa! Acesse o
endereço eletrônico e confira:
<https://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/guia_alimentar_
populacao_brasileira_2ed.pdf>

Esta unidade apresentou as principais


políticas e diretrizes norteadoras do tema
para atenção à saúde das pessoas com
sobrepeso e obesidade no âmbito da APS,
e indicou uma importante ferramenta de
prevenção e controle a você: o Guia Alimentar
para a População Brasileira.

25
UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Nesta unidade de estudo, você conhecerá as diferenças de ideias, concepções e


o referencial teórico pedagógico que opiniões. A experiência metodológica que
utilizado no desenvolvimento do curso, e você terá no curso não deve resultar apenas
será orientado sobre a estrutura didática e do que é tradicionalmente considerado como
o funcionamento de cada ferramenta deste conhecimento: a disposição de informações
processo. Confira. e o desenvolvimento do raciocínio sobre
elas. Precisa, sim, ser o resultado de um
3.1 REFERENCIAL PEDAGÓGICO arcabouço de experiências integradas com a
teoria e o cotidiano profissional.
A proposta pedagógica de um curso é, na Para tal, o curso foi estruturado dentro de
realidade, um processo de desenvolvimento uma perspectiva construtivista, no qual os
de competências e precisa estar sempre professores trabalharão para contextualizá-
em constante análise e revisão. Por isso, lo em diferentes circunstâncias que
consideramos que é importante que os promovam a aprendizagem. Quando você
conteúdos abordados no curso sejam estiver diante dessas situações e problemas,
trabalhados de maneira integrada com a precisará encontrar soluções e, assim,
realidade profissional, pois seus temas não construir seu próprio conhecimento. Como
são neutros e precisam que sejam respeitas explica a professora Argento (2010, p.13):

27
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

resolvendo estes problemas, os es- Com essas estratégias e metodologias em 3.2 ESTRUTURA DO CURSO E
tudantes são encorajados a explorar mente, selecionamos algumas atividades de MATRIZ CURRICULAR
possibilidades, inventar soluções
alternativas, colaborar com outros ensino que contribuirão com o seu processo
estudantes ou especialistas exter- de desenvolvimento de competências: Coerente com a proposta pedagógica
nos, tentar novas ideias e hipóteses, • Leitura de conteúdo teórico apresentada, o curso de Especialização em
revisar seus pensamentos e final-
mente apresentar a melhor solução • Pesquisa de referências Alimentação e Nutrição: Enfrentamento do
que eles puderam encontrar. • Reflexão sobre a relação teoria e Sobrepeso e da Obesidade prevê 375 horas
prática de dedicação para estudo.
Foi para alinhar com essa perspectiva • Utilização de ferramentas de trabalho O curso se organiza em três eixos de
que a metodologia dos desafios foi escolhi- prático significação, que estão compostos de
da. Segundo Nichols, Cator e Torres (2016), • Registro em diário do trabalho prático módulos de conhecimentos específicos,
a metodologia dos desafios viabiliza a • Leituras complementares com atividades didáticas e avaliativas
possibilidade de você adquirir conhecimento • Acesso a links recomendados exclusivas, relacionadas diretamente a sua
de maneira conjunta com a realização de tra- • Consulta em sistemas de trabalho prática profissional.
balhos com a comunidade, os usuários e os prático
gestores. Na realidade, você será desafiado Durante todo o processo, trabalharemos
a executar uma atividade típica do cotidiano para estimular o aumento da sua autonomia Reconhecendo o
Eixo
Sobrepeso e a Obesidade
de trabalho com, inevitavelmente, todas as como estudante, sempre respeitando 1 no Contexto da APS.
dificuldades inerentes à sua prática profis- as suas escolhas sobre o quê e o como
sional, porém, relacionadas ao conteúdo do aprender, mantendo a consonância com as
curso em pauta naquele momento. necessidades identificadas na sua prática de Ações para Abordagem
Eixo
Para organizar o conteúdo de maneira trabalho e nos objetivos estabelecidos para do Sobrepeso e da
2 Obesidade na APS.
coerente com a metodologia dos desafios e o curso.
ter um trabalho de conclusão de curso com Enfim, agora que você já conheceu os
aplicação prática, utilizamos estratégias de motivos que nos levaram a desenvolver o Atenção às Pessoas com
Eixo
ensino de outras metodologias ativas como curso e seu referencial teórico, siga seus Sobrepeso e Obesidade
3
a problematização e o design thinking para o estudos para conhecer a matriz curricular. nos Ciclos da Vida.
desenvolvimento de projetos.

28
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Esses eixos de significação caracterizam Módulos do Eixo 2


a interdisciplinaridade na medida em que Questionário online:
compartilham competências e habilidades mini questionário
Abordarão temas para desenvolvimen-
trabalhadas nos módulos que os compõem. sobre os conheci-
to de competências essenciais para
mentos teóricos
Ao longo dos três eixos, de maneira seleção do problema a ser trabalhado,
adquiridos.
transversal ao curso, você desenvolverá levantamento de alternativas para pro-
o módulo de Metodologia do TCC (30h) posição de soluções e seleção de uma
que dará suporte e sustentação ao Projeto estratégia adequada para o desenvolvi-
de Intervenção que será seu Trabalho de mento de um plano de intervenção.
Conclusão de Curso (TCC).
As atividades didáticas e avaliativas de
cada módulo contribuirão para o desenvolvi- Módulos do Eixo 3
mento do seu TCC. Dessa forma, você pode-
rá construir seu TCC no decorrer do curso na Abordarão temas para desenvolvimen-
medida em que estabelece uma correlação to de competências essenciais para se-
leção do público-alvo a ser trabalhado
com as etapas de desenvolvimento do pro-
e o desenvolvimento de um plano de
jeto de intervenção que será desenvolvido. intervenção.
Acompanhe.

Módulos do Eixo 1 As atividades didáticas que você realizará


nos módulos também terão objetivos Diário de trabalho:
Abordarão temas para desenvolvimen- didáticos específicos e padronizados que você fará um breve
to de competências essenciais para o relato da aplicação
somarão para a nota de cada módulo. Serão
diagnóstico geral da realidade, tanto prática dos conheci-
sempre duas atividades a serem realizadas
mentos recém
territorial como epidemiológica ou or- à distância, conforme descritos a seguir. adquiridos.
ganizacional. Confira.

29
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

3.2.1 EIXO 1: Reconhecendo o sobrepeso e da obesidade. Módulo 3 - Epidemiologia Nutricional (30h):


e a obesidade no contexto da APS • Estrutura e funcionamento do curso. • As possibilidades de uso da epidemiolo-
gia nutricional.
O objetivo principal deste eixo é oferecer Módulo 2 - Alimentação e Nutrição, • Transição nutricional.
informações e desenvolver as competências Saúde e Sociedade (30h): • Instrumentos epidemiológicos para o
necessárias para que você, ao final do estu- • Modelos conceituais em saúde, o modelo reconhecimento da realidade e a epide-
do, fundamentado teoricamente, seja capaz de determinação social da doença e pro- miologia para diagnóstico nutricional da
de reconhecer seu território e sua população moção da saúde. população.
adscrita, os indicadores de saúde, com • Determinantes sociais da alimentação e • Avaliação antropométrica, índices an-
ênfase nos indicadores de alimentação e nutrição. tropométricos, equipamento antropomé-
nutrição, traçando o diagnóstico social e • A organização da sociedade e sua impli- tricos, avaliação do consumo alimentar,
epidemiológico. Além disso, deve ser capaz cação na alimentação e nutrição de indi- indicadores de consumo alimentar e ins-
de reconhecer as etapas de planejamento e víduos e coletividades, com ênfase no so- trumentos para registro.
gestão de ações de alimentação e nutrição, brepeso e na obesidade. • Sistemas de Informações em Saúde, Sis-
bem como identificar as ferramentas de tra- • Alimentação adequada e saudável, Sobe- tema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
balho da ESF e do NASF, no âmbito da APS. rania Alimentar, Segurança Alimentar e • Análise de dados para diagnóstico das situa-
Com o propósito de sensibilizá-lo para a im- Nutricional e Direito Humano à Alimenta- ções de saúde e nutricional da população.
portância e magnitude do desafio no território ção Adequada. • Principais causas e consequências do
para o enfrentamento do sobrepeso e da obe- • Sistema Nacional de Segurança Alimentar sobrepeso e da obesidade.
sidade, o Eixo 1 está organizado em três módu- e Nutricional e sua articulação com o SUS.
los sequenciais, perfazendo um total de 90 ho- • Alimentação e nutrição e prevenção e con-
ras. Acompanhe os conteúdos selecionados. trole do sobrepeso e da obesidade na APS. É neste momento, ao final do primei-
ro eixo, que você iniciará os estudos
• A Estratégia de Saúde da Família e o
do módulo de metodologia do TCC.
Módulo 1 - Introdução ao Curso (30h): Núcleo Ampliado de Saúde da Família nas Planejamos esta atividade para que
• Importância da temática de Alimentação ações de alimentação e nutrição na APS. você consiga desempenhá-la de for-
e Nutrição (AN) na APS. ma leve e conectada com as demais
• Promoção da Alimentação Adequada e
atividades do curso.
• As políticas públicas de saúde e de AN Saudável (PAAS) e o Guia Alimentar para
para a prevenção e controle do sobrepeso População Brasileira.

30
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

3.2.2 EIXO 2: Ações para abordagem do • Instrumentos de apoio à organização do da agricultura familiar e/ou agroecológicas,
sobrepeso e da obesidade na APS cuidado. mercados populares, hortas urbanas/co-
• Desafios e potencialidades dos serviços munitárias/escolares, academias da saúde.
Nesta etapa de estudos, é proposto apro- no território. • Protagonismo e iniciativas da sociedade
fundar conhecimentos sobre os recursos e civil na promoção da alimentação adequa-
as ferramentas para ações e práticas na área Módulo 5 - Ações Intersetoriais para a da e saudável: conselhos locais de saúde,
de alimentação e nutrição, para a prevenção Prevenção e o Controle do Sobrepeso de agricultura, de segurança alimentar e
e controle do sobrepeso e da obesidade, vol- e da Obesidade no Território (45h): nutricional, de alimentação escolar; comu-
tados para gestores, profissionais da equipe • Intersetorialidade no campo da saúde nidades que sustentam a agricultura; hor-
de Saúde da Família (ESF) e profissionais e trabalho intersetorial no campo da tas comunitárias, urbanas e periurbanas.
do Núcleo de Ampliado à Saúde da Família alimentação e nutrição, assim como no
(NASF). Para tanto, o Eixo 2 está organizado campo da promoção de saúde, prevenção Módulo 6 - Ações Coletivas de
em quatro módulos sequenciais, perfazendo e controle do sobrepeso e da obesidade. Promoção da Alimentação Adequada e
um total de 165 horas. • Sistemas de informações e inquéritos de Saudável na Prevenção e Controle do
interesse para apoiar ações intersetoriais Sobrepeso e Obesidade na APS (45h):
Módulo 4 - Planejamento e Organização de prevenção e controle do sobrepeso e • Abordagens de promoção de saúde e
da Atenção Nutricional na APS (30h): obesidade. prevenção de sobrepeso e obesidade
• Planejamento e organização local em • Articulações intersetoriais importantes para coletividades.
saúde: aspectos conceituais e metodoló- para a promoção da alimentação e preven- • Educação em saúde e o uso de grupos.
gicos. ção do excesso de peso no território: saú- • Educação Alimentar e Nutricional: ferra-
• Momentos do processo de planejamento de, educação, assistência/desenvolvimen- menta para a promoção da alimentação
e organização das ações de alimentação to social, segurança alimentar e nutricional, adequada e saudável na APS e no território.
e nutrição. desenvolvimento rural/produção agroeco- • Ações a partir da estratificação de risco
• Planejamento e organização da atenção lógica, esporte, cultura desenvolvimento/ de pessoas com sobrepeso e obesidade.
ao sobrepeso e à obesidade. infraestrutura urbana/mobilidade urbana. • Ações coletivas para promoção de alimen-
• Ferramentas do processo de trabalho das • Equipamentos públicos para apoiar a pro- tação adequada e saudável na comunida-
equipes multiprofissionais para ações de moção de ambientes saudáveis: restauran- de e ações de manejo coletivo para preven-
alimentação e nutrição na APS. tes populares/cozinhas comunitárias, feiras ção e controle do sobrepeso e obesidade.

31
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Módulo 7 - Abordagem Individual para 3.2.3 EIXO 3: Atenção às pessoas Módulo 9 - Sobrepeso e
a Prevenção e Controle do Sobrepeso com sobrepeso e obesidade nas obesidade em adultos (30h):
e da Obesidade na APS (45h): diferentes fases do curso da vida • Determinantes do sobrepeso e da
• Abordagem individual para tratamento e obesidade do adulto no Brasil.
reabilitação de pessoas com sobrepeso e Nesta parte, você conhecerá as especi- • Avaliação do estado nutricional, classifi-
obesidade. ficidades das diferentes fases do curso de cação e diagnóstico.
• Hábitos de vida saudáveis, mudança de vida para realizar ações de alimentação e • Alimentação saudável e alimentação
comportamento (cognitivo comporta- nutrição para a prevenção e o controle do como vínculo social.
mental) e adoção de hábitos alimentares sobrepeso e da obesidade na sua população • Questão de gênero, relação trabalho,
adequados e saudáveis. adscrita. Para tanto, o Eixo 3 está organiza- atividades domésticas e família.
• Práticas corporais, atividade física e do em três módulos sequenciais, perfazendo • Políticas de alimentação e nutrição para
práticas integrativas e complementares. um total de 90 horas. controle e prevenção do sobrepeso e da
• Atenção multiprofissional a usuários com obesidade.
comorbidades. Módulo 8 - Sobrepeso e obesidade • Recomendações para controle e preven-
Este eixo contempla a maior concentra- em crianças e adolescentes (30h): ção do sobrepeso e da obesidade.
ção de carga horária, uma vez que abordará • Formação de hábitos e padrões alimentares.
questões importantes para subsidiar teori- • Estado nutricional, indicadores antropo- Módulo 10 - Sobrepeso e
camente as ações desenvolvidas no projeto métricos, nutricionais e morbimortalidade. obesidade em idosos (30h):
de intervenção. • Políticas públicas e programas. • Sobrepeso e obesidade no idoso.
• Publicidade, rotulagem de alimentos, am- • Avaliação do estado nutricional e da
bientes alimentares e consumo alimentar. composição corporal assim como a
Ao final do segundo eixo, você dará • Transtornos alimentares, sobrepeso e classificação e diagnóstico.
sequência aos estudos do módulo obesidade. • Fatores que interferem no estado nutri-
de metodologia do TCC e realizará
a primeira tarefa. Aproveite o auxílio • Promoção de alimentação adequada e cional do idoso.
do seu tutor que lhe acompanhará saudável e atividade física na escola. • Políticas para o controle e prevenção do
em todos os momentos do curso. • Sobrepeso e obesidade em crianças e ado- sobrepeso e da obesidade no idoso.
lescentes e recomendações para controle • Recomendações para controle e preven-
e prevenção do sobrepeso e da obesidade. ção do sobrepeso e da obesidade.

32
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

projeto de intervenção. Este projeto será 3.3 FUNCIONAMENTO DO CURSO


Você está percebendo que, ao longo uma proposta elaborada por você para a
deste processo de formação, terá resolução de um problema real observado Toda a dinâmica do processo ensinar–
oportunidade de articular a sua reali-
dade de trabalho na APS com a cons- em seu território de atuação, no âmbito aprender da Especialização em Alimentação
trução de um referencial que viabilize, da clínica ou da organização dos serviços, e Nutrição: Enfrentamento do Sobrepeso e
de forma mais participativa e efetiva, com ênfase nos ciclos de vida, buscando a da Obesidade será realizada no contexto de
a sua prática assistencial à saúde das
pessoas com sobrepeso e obesidade? atenção integral à saúde das pessoas com seu campo profissional.
sobrepeso e obesidade, no contexto da APS.

Desse modo, estamos desenvolvendo com


você um processo de educação articulado
com a sua realidade de trabalho e, portanto, O projeto pedagógico
depende de você e de sua percepção a con- associado à estrutura do
textualização desse processo de formação curso apresentada
propicia a integração Busca constante
com o seu cotidiano. Lembre que toda essa Valorização do
entre educação e de aprofundamento
ação deve acontecer junto a sua equipe, na teórico. conhecimento
trabalho, e possibilita
sua área de abrangência, para a promoção da constituído.
ao aluno:
saúde e o controle do sobrepeso e obesidade.
Coerentes com tais princípios, estamos
propondo que o Trabalho de Conclusão
de Curso, o TCC, que é uma das formas
obrigatórias da avaliação final, esteja Estímulo ao
articulado com essa prática vivenciada por desenvolvimento
de expressão oral Estímulo à reflexão
você e pela equipe na qual está inserido, e
e escrita. sobre a prática
que culmine em um projeto de intervenção
assistencial.
para a comunidade onde você atua.
Para tanto, traçamos dentre as diretrizes
gerais que a construção do TCC seja um

33
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Os módulos do curso serão disponibiliza- 3.3.1 Atividades avaliativas Vale lembrar que um dos nossos princi-
dos em uma plataforma de ensino chamada pais valores é a ética. Ensinar e aprender com
Ambiente Virtual de Ensino Aprendizagem Neste curso, a abordagem pedagógica das ética implica em não aceitar qualquer forma
(AVEA) da Universidade Federal de Santa atividades avaliativas foi planejada de forma de plágio (apropriar-se da obra intelectual de
Catarina (UFSC). Navegar nessa plataforma que facilite a aprendizagem e o controle do outrem, ou seja, copiar em todo ou em parte
é bastante fácil e intuitivo, você encontra autodesenvolvimento, seja justa e aplicada a da internet, livros ou de colegas, tomando
os conteúdos dos módulos disponibiliza- todos de forma homogênea, seja global tra- como produção sua). Plágio é antiético,
dos em diferentes formatos: o livro com o balhando todas as competências mapeadas imoral e é considerado crime passível de pu-
conteúdo dos módulos em PDF, o conteúdo para o curso, esteja ao alcance de todos os nição, conforme o Art. 184 do Código Penal.
on-line multimídia, assim como atividades e alunos e que não se torne inútil ou mera for- No nosso curso, quando identificado plágio,
ferramentas facilitadoras da interação com malidade, mas busque mudança na sua prá- o(s) aluno(s) envolvido(s) será sinalizado au-
seu tutor. tica de trabalho frente ao desafio da aborda- tomaticamente como nível de desempenho
Na modalidade de ensino por Educação gem ao sobrepeso e à obesidade na APS. insuficiente nos relatórios de aproveitamento
a Distância (EAD), você será o construtor Dessa forma, durante o processo de disponibilizados às instituições financiado-
do processo de aprendizagem e seu tutor formação, serão realizadas atividades on- ras, neste caso, o Ministério da Saúde.
contribuirá na construção das atividades line e presenciais, que terão funções:
práticas, que serão desenvolvidas no seu 3.3.2 Atividades online
contexto em seus respectivos horários, e por Diagnósticas
isso serão definidas com cada grupo. Identificar lacunas de Durante esse curso você desenvolverá
Além disso, os tutores contarão com os conhecimento. dois tipos de atividades avaliativas online,
conteudistas de referência indicados em Formativas acompanhe.
cada módulo de ensino e com a coordena- Esclarecer possíveis dúvidas
ção do curso, que complementa as informa- sobre suas escolhas e aplicação Diário
ções e dará o suporte necessário para o de- prática de conteúdos teóricos. Considerando a importância da
senvolvimento das atividades programadas. Somativas articulação entre teoria e prática, nesta
Atribuição de nota para atividade você será desafiado a efetuar
aprovação e certificação
tarefas relacionadas à aplicação prática
acadêmica.
do conteúdo no seu cotidiano de trabalho.

34
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Como resultado, será solicitado um conjunto consultar todos os materiais e anotações


de informações sobre sua experiência, com A realização das atividades de Diá-
que você levar impresso, porém, não será
o intuito que você possa propor soluções rio e de Questões Avaliativas será permitida a utilização de qualquer recurso
para os problemas encontrados. de caráter obrigatório. digital, eletrônico ou de acesso à internet.
O Tutor será um forte aliado na hora de
você desenvolver essa atividade, entre em Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
3.3.3 Atividades presenciais
contato com ele para orientação sempre que Como Trabalho de Conclusão de Curso
necessário. (TCC), você desenvolverá um projeto de in-
Nesse momento serão abordados os
tervenção, em que irá elaborar uma proposta
aspectos inerentes ao alcance dos objetivos
Questões Avaliativas de ação para um problema identificado em
dos módulos que compõem os eixos de
As questões avaliativas têm a função sua comunidade, com a revisão de literatura
aprendizagem. Para tal, estão preparadas
de fornecer dados para você diagnosticar pertinente, sempre com o tema relacionado à
em momentos distintos duas atividades
como está a compreensão do conhecimento Atenção à Pessoa com Sobrepeso e Obesida-
presenciais de caráter obrigatório, vamos
durante o estudo do conteúdo programático, de no contexto da Atenção Primária à Saúde.
conhecê-las.
além de contribuir com a função somativa da O projeto de intervenção deverá ser
avaliação. exposto em forma de pôster em encontro
Avaliação presencial
Esta atividade será composta por 5 ques- presencial no polo regional, que será
Com esta atividade você terá a
tões objetivas randomicamente seleciona- organizado para esse fim, seguindo o
oportunidade de demonstrar a apreensão
das de um banco de questões, de resposta cronograma do curso.
dos novos conhecimentos por meio de uma
única e de níveis de dificuldade variados, que
avaliação que, mantendo a coerência com a
serão respondidas no período aproximado
metodologia planejada para o curso, estará É importante você ter em mente que
de duas horas. todas as atividades planejadas para
diretamente ligada à sua prática de trabalho.
A fim de facilitar a realização desta o desenvolvimento do curso pos-
Neste momento, você contará com uma suem uma intencionalidade pedagó-
atividade, vamos deixá-la disponível para
equipe constituída por um professor, um gica de aprendizagem. Tire o melhor
você acessar de forma online, durante todo o proveito desses momentos.
tutor e um coordenador regional, que traba-
período em que estiver realizando o módulo
lharão nos processos de apoio da avaliação
em questão, dentro dos limites estabelecidos
didática. Para essa atividade você poderá
no cronograma de curso.

35
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

3.4 CERTIFICAÇÃO (AVEA) e pela presença nos encontros A aprendizagem, em seu significado mais
presenciais, e de que em um processo de amplo, sempre implica mudanças. Afinal,
Para que você seja considerado aprovado, aprendizagem colaborativa você nunca conhecimentos e habilidades conquistados
e receba seu diploma, devem ser satisfeitos está sozinho, mas o sucesso depende sempre nos levarão a ver o mundo com
os seguintes critérios abaixo: principalmente da sua participação. novo olhar, potencializando novos compor-
• Alcançar nota satisfatória nas tamentos. Entretanto, essa aprendizagem
atividades online (diário e questões 3.5 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA só ocorre quando os atores principais estão
avaliativas). motivados e envolvidos. Para lhe auxiliar
• Ter sido aprovado nas avaliações Na atualidade, a educação passa por um nesse processo, você terá o apoio do tutor
presenciais do curso. processo de apropriação tecnológica por durante todo o curso.
• Apresentar presencialmente e ter meio da internet, de modo a possibilitar a Com papel de agente educativo, o tutor,
obtido conceito A ou B no TCC. construção do conhecimento de maneira intencionalmente, promoverá e facilitará os
• Obter índice de aproveitamento global autônoma e interativa. Como o curso está processos de comunicação necessários para
no curso não inferior a 3,0 (três), de organizado em um ambiente virtual de contribuir e criar condições que favoreçam
acordo com o Art. 23 da Resolução ensino e aprendizagem, o AVEA, parte-se a qualidade da aprendizagem. Além disso,
Normativa nº 15/CUn/2011. do pressuposto de que você, profissional da o tutor lhe auxiliará com esclarecimentos
Lembre-se de que esse acompanhamento saúde, tem o principal papel e é protagonista sobre a tecnologia utilizada e prestará
se dá, ao longo de todo curso, pelo acesso ao neste processo. suporte em relação aos métodos de estudo
Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem e à administração do seu tempo.

36
INTRODUÇÃO AO CURSO UN 3
APRESENTAÇÃO DO CURSO

Estimamos que será necessário entre 6 requer tempo e raciocínio. Estude um curso. Essas informações serão importantes
e 7 horas semanais de dedicação ao curso, pouco e pare para pensar a respeito. para o seu processo de desenvolvimento de
incluindo os estudos complementares e as 4. Faça anotações sobre o que está lendo competências e certificação. Portanto, tenha
atividades práticas no ambiente de trabalho. e pensando. Imagine-se dando aula para sempre em mente que o sucesso depende da
A carga horária será distribuída conforme você mesmo. Estudos indicam que, ao maneira como você conduzirá e organizará
o cronograma do curso e organizada com tentar ensinar, aprendemos muito mais sua dedicação aos estudos.
ajuda do seu tutor. do que com uma simples leitura. Sempre que houver alguma dúvida ou caso
Embora a modalidade de estudo permita 5. Sempre que tiver dúvidas, anote-as e sinta necessidade de motivação e interação,
a realização de atividades simultâneas, é pergunte aos tutores do curso. Faça converse com seu tutor. Ele sempre estará
preciso saber priorizar os estudos, planejar pesquisas e procure nas leituras caminhando ao seu lado e lhe dando apoio.
a rotina acadêmica e recorrer aos recursos complementares.
tecnológicos. Por este motivo, selecionamos 6. Não deixe suas atividades didáticas
algumas dicas para que você tenha um bom e avaliativas para a última hora. Seja
aproveitamento durante este curso: proativo.
1. Aproveite o módulo de apresentação Por fim, aprender a distância vai exigir de
para estabelecer uma rotina de estudo você um esforço contínuo para a conquista
que seja adequada à sua realidade de de competências, além daquelas já incluídas
agenda e que leve em consideração nos objetivos do curso, que se traduzirão em
todos os detalhes do cronograma habilidades e qualidades, as quais, quando
disponibilizado pelo curso. articuladas com sua experiência prévia,
2. Anote sua rotina de estudo e pesquisa, contribuirão para o seu desenvolvimento
deixe-a visível e evite protelar ou fazer profissional.
alterações. Siga o que planejou para Nesta unidade de estudo, você conheceu
você mesmo! o referencial teórico pedagógico que
3. Não tente estudar todos os conteúdos utilizamos no desenvolvimento do curso,
de uma única vez. A internet e os sis- a grade curricular e como as atividades de
temas digitais dão a sensação de velo- ensino-aprendizagem serão realizadas, bem
cidade. Porém, apreender um conceito como o funcionamento de cada ferramenta do

37
INTRODUÇÃO AO CURSO ENCERRAMENTO DO MÓDULO

Caro profissional,

neste primeiro módulo você conheceu a do tema para atenção à saúde das pessoas
Especialização em Alimentação e Nutrição: com sobrepeso e obesidade no âmbito da
enfrentamento do sobrepeso e da obesidade. Atenção Primária à Saúde (APS), e indicamos
Nesta etapa introdutória, abordamos a uma importante ferramenta de prevenção
importância do tema para a saúde coletiva e controle a você, o Guia Alimentar para a
e a necessidade de uma atuação em rede e População Brasileira.
de forma intersetorial para a prevenção e o Além disso, você conheceu a estrutura, os
controle. De maneira sintética, apresentamos conteúdos e recursos que irão apoiá-lo em
a relação entre saúde e soberania e seu processo de aprendizagem, bem como
segurança alimentar e nutricional, tendo algumas dicas para que você tenha um bom
como fundamento a garantia do Direito aproveitamento.
Humano à Alimentação Adequada (DHAA). Desejamos que você aproveite o curso
Organizamos uma linha do tempo com as e que este contribua na sua assistência às
principais políticas e diretrizes norteadoras pessoas com sobrepeso e obesidade.

38
INTRODUÇÃO AO CURSO REFERÊNCIAS

ARGENTO, H. Teoria construtivista. União, 2006a.


2010. Disponível em: <http://penta3.
ufrgs.br/midiasedu/modulo11/etapa2/ BRASIL. Ministério da Saúde. Guia
construtivismo.pdf>. Acesso em: 10 abr. alimentar para a população brasileira:
2020. promovendo a alimentação saudável.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006b.
BRASIL. Secretaria de Atenção Primária
à Saúde. Notícias. Saúde prepara ações BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria
para controle do excesso de peso e da de Vigilância em Saúde. Secretaria de
obesidade, set, 2020. Disponível em: Atenção à Saúde. Política Nacional de
<https://aps.saude.gov.br/noticia/10137>. Promoção da Saúde. 3. ed. Brasília:
Acesso em: 01 dez. 2020. Ministério da Saúde, 2010.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de


e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Familiares 2008-2009: antropometria Básica. Política Nacional de Alimentação
e estado nutricional de crianças, e Nutrição. 1. ed., 1. reimpr. Brasília:
adolescentes e adultos do Brasil. Rio de Ministério da Saúde, 2013.
Janeiro: IBGE, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de
BRASIL. Lei nº 11.346, de 15 de setembro Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
de 2006. Cria o Sistema Nacional de Básica. Guia alimentar para a população
Segurança Alimentar e Nutricional – Sisan brasileira. 2. ed., 1. reimpr. Brasília:
com vistas em assegurar o direito humano Ministério da Saúde, 2014.
à alimentação adequada e dá outras
providências. Brasília: Diário Oficial da BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº
2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova
a Política Nacional de Atenção Básica,

39
INTRODUÇÃO AO CURSO REFERÊNCIAS

estabelecendo a revisão de diretrizes governo brasileiro. Cadernos de Saúde MARTINEZ, S. A nutrição e a alimentação
para a organização da Atenção Básica, no Pública, [s.l.], v. 33, n. 7, 2017. Disponível como pilares dos programas de promoção
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). em: <http://www.scielo.br/scielo. da saúde e qualidade de vida nas
Brasília, 2017. php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X201 organizações. O Mundo da Saúde, São
7000705001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: Paulo, v. 37, n. 2, p. 201-207, 2013.
BRASIL. Pesquisa nacional de saúde 2019: 1 mar. 2020.
informações sobre domicílios, acesso e PAIVA, J. B. et al. A confluência entre o
utilização dos serviços de saúde: Brasil, MACHADO, R. L. A. Conceitos: segurança “adequado” e o “saudável”: análise da
grandes regiões e unidades da federação. alimentar e nutricional e soberania instituição da noção de alimentação
Rio de Janeiro: IBGE, 2020. alimentar. Segurança Alimentar e adequada e saudável nas políticas públicas
Nutricional e Soberania Alimentar. 2017. do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, [s.l.],
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Disponível em: <http://www4.planalto. v. 35, n. 8, 2019. Disponível em: <http://
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. gov.br/consea/acesso-a-informacao/ www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
institucional/conceitos>. Acesso em: 1 arttext&pid=S0102-311X2019001003001&ln
CONSEA. Cartilha Lei de segurança mar. 2020. g=en&nrm=iso>. Acesso em: 6 mar. 2020.
alimentar e nutricional. Brasília: CONSEA,
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gov.br/webarquivos/publicacao/seguranca_ ESCALANTE, J. C.; SCHMIDT, M. I,; DUNCAN, preventing and managing the global
alimentar/cartilha_lei_seguranca_alimentar. B. B. Mortalidade por doenças crônicas epidemic. Report of a World Health
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2000 a 2011. Epidemiologia e Serviços de Health Organization, 2000.
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concepções e estratégias adotadas pelo Acesso em: 1 mar. 2020. news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-
overweight>. Acesso em: 15 fev. 2020.

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INTRODUÇÃO AO CURSO MINICURRÍCULO DOS AUTORES

Sheila Rubia Lindner Carolina Carvalho Bolsoni Thays Berger Conceição

Possui graduação em enfermagem, mestra- Possui graduação em Enfermagem pela Uni- Doutoranda e Mestre em Saúde Coletiva,
do em Saúde Pública (2005) e doutorado versidade Federal de Santa Catarina - UFSC pela Universidade Federal de Santa Catarina
em Saúde Coletiva (2013) pela Universi- (2009). Mestra (2012) e Doutora (2017) em (UFSC). Graduada em Enfermagem, pela
dade Federal de Santa Catarina (UFSC). É Saúde Coletiva (UFSC). Especialista em En- UFSC. Membro da equipe de produção de
pesquisadora na temática de violência e velhecimento e Saúde da Pessoa Idosa pela material didático para cursos de Prevenção
saúde; direitos humanos, seguridade social Universidade Federal de São Carlos (2018). e Controle do Sobrepeso e Obesidade,
e sistemas de justiça. É professora adjunta Pós-doutoranda no Programa de Pós Gra- parceria entre a Coordenação Geral de
do Departamento de Saúde Pública, do Pro- duação em Saúde Coletiva. Atualmente de- Alimentação e Nutrição e o Ministério da
grama de Pós-Graduação em Saúde Coletiva senvolve atividades junto à Especialização Saúde (CGAN/MS) e UFSC. Membro da
e do Mestrado Profissional em Saúde Mental em Atenção Básica em Saúde - UNASUS/ equipe de coordenação de tutoria e TCC do
e Atenção Psicossocial da Universidade UFSC. Membro da Equipe de Produção Curso de Especialização Multiprofissional
Federal de Santa Catarina. Coordena o Ob- Editorial do Curso de Violência Doméstica na Atenção Básica, da Universidade Aberta
servatório da Seguridade Social e Sistemas contra as Mulheres e Enfrentamento do So- do SUS (UNA-SUS). Participa do Grupo de
de Justiça (OSJ/UFSC). É coordenadora brepeso e Obesidade. Coordenadora técnica Pesquisa Condições de Saúde dos Idosos
do Núcleo da Universidade Aberta do SUS do Curso de Atenção Integral à Saúde das de Florianópolis - Epi Floripa e do Grupo de
(UNA-SUS) da UFSC. Mulheres. Área de pesquisa – Violência e Pesquisa Violência e Saúde.
Saúde; Saúde do Idoso.
Endereço do currículo na Plataforma Lattes: Endereço do currículo na Plataforma Lattes:
http://lattes.cnpq.br/3507140374697938 Endereço do currículo na Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8067887275425001
http://lattes.cnpq.br/6654871617906798

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