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MÓDULO DE:

INFOVIA E GLOBALIZAÇÃO NA INFORMÁTICA

AUTORIA:

ANGELA DOS SANTOS OSHIRO

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Infovia e Globalização na Informática
Autoria: Angela dos Santos Oshiro

Primeira edição: 2008

Todos os direitos desta edição reservados à


ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA
http://www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES
CEP: 29102-040
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A presentação

Todos os lugares do mundo estão passando por transformações de ordem política e


econômica nas últimas décadas. O caráter principal dessa mudança é a integração dos
mercados em uma abrangente “aldeia global”, a partir de iniciativas de grandes corporações
internacionais. É o fenômeno conhecido por “Globalização”. Neste contexto, muitos países
aumentam suas barreiras tarifárias para proteger suas produções locais enquanto outros
aderem a esse novo comércio e abrem-se ao capital internacional.

As Tecnologias da Informação e da Comunicação têm grande participação nessas atividades


comerciais, culturais e sociais. Neste curso temos como principal tema a Infovia, que é o
conjunto de recursos utilizados para interligar, conectar, processar, controlar, compatibilizar
as transmissões de informações e disponibilizar serviços em meio eletrônico, com o objetivo
de propiciar a aproximação entre os cidadãos.

Nas unidades I, II, III e IV são apresentados os conceitos de Globalização, Infovia e um


pouco da história desses dois novos conceitos modernos, incluindo os principais projetos em
curso nos consórcios das Redes Metropolitanas de Alta Velocidade. São unidades que
tratam basicamente da infraestrutura de Infovia no mundo atual.

As unidades V, VI, VII VIII e IX descrevem a Sociedade da Informação, seu histórico, e os


principais Objetivos do Programa da Sociedade da Informação no Brasil, a Nova Economia e
suas relações de negócio; é feita uma breve descrição da Convergência da Base
Tecnológica e seus objetivo e ainda, as consequências da Nova Economia da Sociedade da
Informação: os novos mercados, novos negócios e novos desafios.

As Unidades XII e XIII apresentam o conceito de Ecologia da Informação e a importância de


uma gestão consciente do Conhecimento sugerindo sua aplicação em sistemas como o e-
government.

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A partir da Unidade XIV, apresentamos as tecnologias chaves viáveis ao país e como elas
poderão trazer um diferencial à Sociedade da Informação – no que se refere à tendências,
investimentos, e retorno.

Na Unidade XXX é apresentada, de maneira sucinta, a Lei de Incentivo à Informática e como


ela tem contribuído para o crescimento das atividades produtivas no setor de informática e
microeletrônica, bem como as tendências de investimentos referentes ao tema: Infovia.

Ao final de cada bloco de temas, recomendamos a confecção das listas de exercícios na


seguinte ordem: Concluída a unidade IX, o aluno estará apto a responder à lista 1 de
exercícios. Concluída a unidade XXIV, a lista 2 e ao término do curso, a lista 3.

Lembre-se que sua participação no fórum é de extrema importância, tornando o estudo mais
interativo, com melhor possibilidade de assimilação e compreensão do conteúdo discutido
neste curso.

Recomendamos ainda, a importância de esclarecer possíveis dúvidas, com seu tutor, antes
de iniciar um novo bloco de estudos (tema).

O bjetivo

O curso de Infovia fornece uma visão sobre os sistemas de Telecomunicações, a Sociedade


e suas transformações frente às tecnologias, ampliando a possibilidade de comunicação
entre diversos segmentos da sociedade.

Atualmente, diante do fenômeno da globalização, comunicação é mais do que troca de


informações – envolve a seleção de informações, a transformação de informações em
conhecimento, a aplicação prática e a tomada de decisões a partir do conhecimento
adquirido e o objetivo social de toda a tecnologia desenvolvida. Acompanhando esse

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fenômeno mundial de interação, busca-se a convergência entre as tecnologias disponíveis,
garantindo a padronização das informações.

Trabalhamos neste curso, conteúdos técnicos que compõe a grade de seu curso e
recomendamos a participação com temas nos fóruns, bem como as leituras complementares
e contato com seu tutor, no intuito de desenvolver o espírito crítico e a maturidade, fatores
necessários ao profissional que trabalha com Informações.

E menta

Infraestrutura da infovia no mundo atual; a sociedade da informação, seu histórico e as


consequências da nova economia da sociedade da informação; ecologia da informação e a
importância de uma gestão consciente do conhecimento; tecnologias chaves viáveis ao país.

S obre o Autor

A autora é pós-graduada em Análise de Sistemas pela UNIMEP – Piracicaba

Certificações CCNA e CISCO e membro da BICSI e SBC, tendo participação ativa e


produção de pesquisas nas áreas de Telecomunicações e Informática aplicada à Educação.

Mestranda em Educação, com foco em Tecnologias para EAD, é também professora das
faculdades Sumaré – SP, e Fundação Ubaldino do Amaral – Sorocaba/SP.

Possui diversas publicações sobre os temas – Segurança da Informação, Tecnologias


Emergentes em TI, Tecnologias aplicadas à educação, EAD e Realidade Aumentada.

Membro do fórum Centaurus sobre segurança em TI e Ecologia da Informação.

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S UMÁRIO

UNIDADE 1 ....................................................................................................................................................... 8
Infovia – Conceitos ........................................................................................................................................ 8
UNIDADE 2 ..................................................................................................................................................... 13
Globalização e Infovia.................................................................................................................................. 13
UNIDADE 3 ..................................................................................................................................................... 18
Infovia – Benefícios ..................................................................................................................................... 18
UNIDADE 4 ..................................................................................................................................................... 23
Redes Metropolitanas de Alta Velocidade .................................................................................................... 23
UNIDADE 5 ..................................................................................................................................................... 29
A Sociedade da Informação ......................................................................................................................... 29
UNIDADE 6 ..................................................................................................................................................... 33
Breve Histórico da Sociedade da Informação ............................................................................................... 33
UNIDADE 7 ..................................................................................................................................................... 39
Conhecimento X Informação........................................................................................................................ 39
UNIDADE 8 ..................................................................................................................................................... 44
Nova Economia ........................................................................................................................................... 44
UNIDADE 9 ..................................................................................................................................................... 48
Emergência da base tecnológica ................................................................................................................. 48
UNIDADE 10 ................................................................................................................................................... 53
As Novas Fronteiras do Conhecimento ........................................................................................................ 53
UNIDADE 11 ................................................................................................................................................... 58
A importância da Educação na Sociedade da Informação ............................................................................ 58
UNIDADE 12 ................................................................................................................................................... 63
Ecologia da Informação ............................................................................................................................... 63
UNIDADE 13 ................................................................................................................................................... 68
O Governo Eletrônico .................................................................................................................................. 68
UNIDADE 14 ................................................................................................................................................... 75
Tecnologias e Aplicações ............................................................................................................................ 75
UNIDADE 15 ................................................................................................................................................... 78
Comunicação Celular de Terceira Geração.................................................................................................. 78
UNIDADE 16 ................................................................................................................................................... 82

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Protocolo de Aplicações sem-Fio – Wireless Application Protocol – WAP .................................................... 82
UNIDADE 17 ................................................................................................................................................... 85
Global Positioning Service ........................................................................................................................... 85
UNIDADE 18 ................................................................................................................................................... 88
Conteúdos para Internet .............................................................................................................................. 88
UNIDADE 19 ................................................................................................................................................... 92
Processamento de Linguagem Natural ........................................................................................................ 92
UNIDADE 20 ................................................................................................................................................... 95
Robótica e Processamento de Imagens ....................................................................................................... 95
UNIDADE 21 ................................................................................................................................................... 98
Criptografia .................................................................................................................................................. 98
UNIDADE 22 ................................................................................................................................................. 101

UNIDADE 23 ................................................................................................................................................. 105

UNIDADE 24 ................................................................................................................................................. 107


Telemedicina ............................................................................................................................................. 107
UNIDADE 25 ................................................................................................................................................. 110
Televisão de Alta Definição........................................................................................................................ 110
UNIDADE 26 ................................................................................................................................................. 113
WiMax ....................................................................................................................................................... 113
UNIDADE 27 ................................................................................................................................................. 116
Mobilidade ................................................................................................................................................. 116
UNIDADE 28 ................................................................................................................................................. 120
Second Life ............................................................................................................................................... 120
UNIDADE 29 ................................................................................................................................................. 122
Tecnologias e Aplicações .......................................................................................................................... 122
UNIDADE 30 ................................................................................................................................................. 124
Política Nacional de Informática ................................................................................................................. 124
GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................. 129

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................................. 133

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U NIDADE 1
Objetivo: Conceituar esse conjunto de recursos de telecomunicações e informáticas
,chamado de Infovia.

Infovia – Conceitos

Introdução

A infraestrutura, que suporta e cria condições de oferecer serviços avançados, que a


Sociedade da Informação consome e a Nova Economia demanda, está baseada em milhares
de computadores, em milhões de quilômetros de fibra ótica, de cabos telefônicos, cabos
submarinos e muitos canais de satélites.

Esse conjunto de recursos de telecomunicações e informática chama-se Infovia ou Super


Estrada da Informação. Nesta unidade apresentaremos alguns conceitos e tecnologias
básicas, para compreensão da abrangência do curso.

Conceitos

Infovia é: O nome atribuído para uma nova Estrutura da Informação. Também já foi chamada
de Rodovia da Informação ou Superestrada da Informação. Estes termos foram traduzidos
do inglês: Information Highway, Superinformation Highway.

Na realidade, essa “rodovia” é formada por caminhos fisicamente instalados que


proporcionam o tráfego de qualquer tipo de informação e de conteúdo eletrônico em altas
velocidades.

Esses caminhos físicos são formados por quilômetros de fibras óticas, fios de cobre, cabos
coaxiais, cabos de par trançado, frequências em micro-ondas e canais de satélites.

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Enquanto as fibras óticas possuem características que permitem a transmissão dos dados
em alta velocidade, do outro lado, quem está conectado usando a velha linha telefônica e
seus fios de cobre passam por um “engarrafamento“ no tráfego de dados, recebendo um
sinal de baixa qualidade.

Os cabos de fibra óptica transportam os dados modulados na frequência da luz e os de


modula, na saída, através de um fotodetector. Além de permitir grandes alcances físicos, a
fibra ótica oferece a vantagem de permitir a transmissão dos dados a uma velocidade de
cerca de 1,7 bilhões de bits por segundo, em cada fibra! Daí a analogia com a estrada. Uma
fibra ótica tem capacidade de transportar até 26 mil ligações telefônicas simultaneamente.

Outras vantagens da fibra óptica são: ela é isenta de interferências eletromagnéticas, possui
baixo nível de ruído e não é passível de contaminação pela radioatividade.

“Com capacidade de transmissão até 1 milhão de vezes maior do que o cabo metálico, a
fibra ótica é hoje a base das relações de comunicação no mundo. Se mantivéssemos
somente o cabo metálico como condutor de informações, em alguns casos seria mais rápido
enviar um motoboy para fazer uma entrega do que mandá-la via rede.” – Bodas, Cristina –
repórter terra

http://www.terra.com.br/reporterterra/fibra/materia1.htm

Par
Fibra ótica Cabo Coaxial Rádio Satélite
Trançado

Transmissão Feixes de laser Sinais Ondas Ondas Sinais


da elétricos eletromagnéticas eletromagnéticas elétricos
Informação
via

Interferências Nenhuma Campos Chuva, nuvens, Chuvas, Campos

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magnéticos, espelhos d'água, interferência magnéticos,
cabos montanhas, ionosférica, cabos
elétricos, outras ondas de manchas solares elétricos,
motores rádio motores

Segurança Intrinsecamente Interceptação Captação do Captação do Intercepção


contra segura do cabo sinal sinal do par
violação dos trançado
dados

Qualidade Excelente Pior que a Depende da Depende da Pior que


fibra ótica banda de banda de cabo
frequência e das frequência e das coaxial
condições condições
atmosféricas atmosféricas

Capacidades 400.000 Mbps 155 Mbps 622 Mbps 155 Mbps 8 Mbps
disponíveis
no Brasil

Fonte: http://www.mundivox.com.br/tabela_vantagens.htm

O cabo de fibra óptica permite transmitir dados na velocidade de 1 bilhão de bits por segundo
e a uma distância de 4.000 metros sem precisar de repetidores. Os cabos tradicionais, além
de muito mais lentos, precisam de um repetidor a cada 1.500 metros para que o sinal não
enfraqueça.

Além de muito rápido, o cabo de fibra óptica é flexível e resistente. Tem um tempo de vida
maior, inclusive em condições físicas muito adversas. Menos sensível às interferências, é
adequado à instalação de redes locais de computadores. Difícil de interceptar; garante a

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segurança de dados confidenciais e, como não produz descargas elétricas, não pode
provocar incêndios.

Os cabos de fibra óptica são mais caros do que os cabos convencionais. Além disso, para
ligá-los, é preciso um equipamento de grande precisão, pois, se não ficarem bem-alinhados,
os sinais luminosos que transportam, se perdem.

Os cabos de fibra óptica não podem ser dobrados nem submetidos a uma pressão
excessiva. Quando isso acontece, seu rendimento diminui muito.

Até a popularização da internet, as redes de fibras ópticas eram chamadas de rodovias da


comunicação. Hoje são conhecidas como infovias. Por elas circulam todo tipo de informação,
de modo praticamente instantâneo, independentemente das distâncias. Usamos redes de
fibras ópticas quando assistimos a um filme por televisão a cabo ou temos acesso a redes de
computadores.

As redes sem - fio utilizam frequências de rádio e também são grande aliadas no processo
de comunicação atual. Em geral, de custo mais baixo que as redes por fibra óptica. São mais
flexíveis, têm maior possibilidade de receber investimento privado e oferecem um bom
desempenho.

No caso de redes Wi-Fi, as frequências podem cobrir distâncias por volta de 500 metros, em
ambientes abertos e no modelo Infraestrutura. E este é um aspecto a ser levado em
consideração, pois o alcance da rede pode ser um fator de risco. Um usuário acessando em
um aeroporto, por exemplo, pode ter seu tráfego capturado por um atacante posicionado em
um local visualmente distante, mas ainda assim suficiente para captar os sinais transmitidos.
Desta forma uma grande desvantagem desta tecnologia é o alto custo da implementação de
segurança, além do próprio risco com a privacidade.

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Case1: Projeto de Infovia – Porto Alegre

A ampliação do uso dos espaços públicos, com infraestruturas de serviços,


tornou necessário preparar a cidade para a modernização das
telecomunicações. A partir desta constatação, a Procempa deu início ao
processo de constituição de uma rede de cabos de fibras ópticas com
capacidade para transmitir informações, sons e imagens a uma velocidade
centenas de vezes maior que a praticada no mercado, capaz de dotar a cidade
uma infovia de telecomunicações, fator imprescindível para alavancar novos
empreendimentos na cidade.

Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2003/ju226pg03.html

Case 2 – Infovia Brasília

http://www.rnp.br/wrnp2/2000/palestras/remavs/Remav_bsb.pdf

Links complementares –

http://idgnow.uol.com.br/internet/2007/11/12/idgnoticia.2007-11-12.0225672576/

http://governanca.cgi.br/noticias/debatedor-defende-criacao-de-infovia-publica

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=1962&bd=1&pg=1&lg=

http://djmeucci.sites.uol.com.br/fo/fibraopt.htm

http://br.youtube.com/watch?v=vWTtbg1uOf8

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U NIDADE 2
Objetivo: Conceituar globalização e sua importância para a sociedade e seu
desenvolvimento social, econômico.

Globalização e Infovia

De acordo com a Federação das Indústrias de São Paulo


(FIESP), globalização é a “interdependência dos mercados
internacionais, sendo consequência natural da liberalização
do comércio internacional, combinado com o avanço da
tecnologia e com a desregulamentação e/ou flexibilização das
normas da economia interna de cada país”.

Para o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o termo globalização é impreciso, pois
descreve diversos fenômenos em um mesmo conceito; abrangendo desde a convergência
das nações em torno de valores ou princípios básicos, como: democracia, direitos humanos,
economia de mercado, passando pelos processos de integração regional e da abertura
econômica e comercial até o surgimento dos novos paradigmas tecnológicos que têm
facilitado todas as formas de comunicação.

Independente de qualquer que seja o conceito, a realidade nos mostra que a globalização
está no nosso dia a dia e estamos envolvidos nela e por ela. É um caminho sem volta, onde
os países mais desenvolvidos saíram na frente. Porém, as nações em desenvolvimento têm
uma oportunidade ímpar de encontrar novos mercados ou, sucumbir diante das pressões
socioeconômicas oriundas dos mercados internacionais.

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Globalização – Um pouco de história

Alguns historiadores registram que a globalização é um fenômeno antigo. Até os meados do


século XV havia apenas 5 economias no mundo:

Na Europa

A da Europa italiana, onde as cidades de Gênova, Milão, Veneza e


Florença dominavam o comércio no Mediterrâneo; a da Europa francesa,
a partir da região de Flandres, através das cidades de Antuérpia, Bruges e
Lile, com negócios voltados para o Mar do Norte; a da Europa alemã, por
meio das cidades de Hamburgo e Lübeck, que concentravam suas
atividades na região do Mar Báltico, indo da Rússia até a Inglaterra.

No sudeste europeu

A Turquia dominava a região através do Império Bizantino e sua economia era a dominante
na região.

Na Ásia

China, Indonésia e Malásia compunham a “região da seda”, atendendo as


províncias locais e os arquipélagos do Mar da China e a da Índia, com seu
imenso mercado de especiarias e tecidos finos, atingia um raio econômico
maior, indo do Oceano Índico ao Mar Vermelho, chegando, inclusive aos
mercadores árabes.

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No continente africano

O norte da África mantinha relações com os portos europeus, enquanto que a


parte ao sul, isolada pelas florestas tropicais e pelo deserto do Saara, ficava à
mercê de seu próprio comércio.

Nas Américas

A última economia era formada pelas civilizações pré-colombianas: Asteca,


no México e a Inca, no Peru, sendo autosuficiente, pelo cultivo do milho e na
confecção de tecidos.

Todas essas regiões passaram anos sem estabelecerem relações


significativas de negócios, ou a internacionalização do comércio, como é dita nos dias de
hoje. Por isso, os historiadores consideram a aproximação das culturas um fenômeno
recente de “apenas” cinco séculos.

Períodos da Globalização

Tabela I – Períodos da Globalização

Períodos Fases Caracterização

1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista

1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista

Pós-1989 Globalização recente Cibernética-tecnológico-associativa

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Primeira Fase da Globalização - o expansionismo mercantilista

Esta fase foi caracterizada pela intensa procura da rota do caminho às Índias, contribuindo
com o desenvolvimento de feitorias europeias na Índia, China e Japão. Para Adam Smith, o
pai da Economia, este período foi o que conquistou os maiores feitos.

Esta fase também é caracterizada pelo comércio triangular entre a Europa, por meio do
fornecimento de produtos manufaturados, a África, através da venda de escravos e a
América, com a exportação de produtos coloniais. Um exemplo interessante da globalização
dessa época acontece com o açúcar brasileiro. Ele era produzido por escravos nos
engenhos e transportado pelos portugueses para os portos holandeses, onde acontecia o
refino e a distribuição.

Segunda Fase da Globalização - o avanço industrial nas colônias.

A transição da primeira para a segunda fase ocorre em virtude de inovações no campo


técnico e político. A industrialização ocorreu, inicialmente, na Inglaterra e em seguida na
Alemanha, Bélgica, França e Itália, a partir do século XVIII, com a expansão das estradas de
ferro, máquina a vapor. Além desses fatores, os transportes marítimos, beneficiados pelo
barco a vapor, caracterizaram a entrada no processo mercantil da burguesia industrial e
bancária, nos lugares dos administradores mercantis.

A ligação dos bancos com as indústrias foi considerada, à época, um fenômeno da política
econômica moderna.

As nações europeias mais desenvolvidas partiram para as políticas expansionistas, em


busca da posse de colônias e da hegemonia, na tentativa de conquistar “o resto do mundo”.

Além do barco e do trem a vapor, o telégrafo e o telefone são tecnologias da época que
ajudaram a encurtar as distâncias entre os mercados, aproximando os continentes e seus
interesses. Com o advento da aviação, o mundo, verdadeiramente, tornou-se menor.

Globalização recente: A Cibernética Tecnológica Associativa

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Este período é marcado pelo término da Guerra Fria, a queda do Muro de Berlim, a saída
dos soviéticos da Alemanha e a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS).

A China, que também havia iniciado seu processo de modernização, a partir da década de
70, passa a autorizar a implantação de indústrias multinacionais – um contrassenso
ideológico ao governo comunista do país.

Se nas fases passadas os mecanismos de integração foram os barcos à vela, os barcos a


vapor, o trem, o telégrafo e o telefone, na fase atual, temos computadores, Internet, satélites
e canais submarinos de comunicação.

O trabalho braçal de africanos, indígenas e da classe operária deu lugar à robótica e à


informática, sujeitando o braço ao cérebro. Os benefícios dessa fase; seja através da
educação, da cultura, da saúde, dos transportes, ou até onde a tecnologia alcançou, são
vistos em todos os lugares.

Os países ricos que dominam as tecnologias de ponta aprofundam as diferenças entre os


países mais pobres, criando um verdadeiro fosso tecnológico.

A produção de produtos agregados de tecnologia (microeletrônica, computadores,


aeroespaciais, equipamento de telecomunicações, máquinas e robôs, equipamentos
científicos de precisão, medicina e biologia e químicos orgânicos) encontra-se concentrada
nos países desenvolvidos: EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido e França, que detêm mais
de 50 % da exportação mundial desses produtos.

Há quem creia que o prosseguimento da globalização nos atuais moldes, enfraquecerá as


nações, obrigando-as a formarem blocos e mercados supranacionais ou intercontinentais,
tais como o MERCOSUL, NAFTA, COMUNIDADE ECONÔMICA EUROPEIA, a
COMUNIDADE ECONÔMICA INDEPENDENTE (ex-URSS) e a APEC (Bloco asiático,
liderado pelo Japão).

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U NIDADE 3
Objetivo: Abordar alguns dos benefícios proporcionados pela tecnologia na comunicação e
buscando um aprimoramento desse processo.

Infovia – Benefícios

Quando Santos Dumont idealizou sua invenção, pretendia aproximar as pessoas entre os
continentes. Tanto acreditava no processo de comunicação entre os homens, que passava
horas e horas trabalhando em silêncio, pois pretendia que sua equipe tivesse uma sintonia
tal, que se comunicassem além das palavras – pensassem juntos – num processo de
inspiração e criatividade.

Ele ainda não podia imaginar que o processo de comunicação entre as pessoas sofresse
tantas modificações. Que atualmente, pudéssemos nos comunicar facilmente com qualquer
parte do mundo sem nem mesmo, sairmos de casa.

Nesta Unidade, vamos abordar alguns dos benefícios que as tecnologias de comunicações
estão nos proporcionando e, buscando um aprimoramento desse processo, com o mesmo
sonho de Dumont: Que um dia todas as pessoas utilizem essas tecnologias com o intuito de
realmente se aproximarem.

Os benefícios da Infovia

A cada dia novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são incorporadas ao


cotidiano da sociedade, promovendo transformações em diversas áreas. O uso dessas
tecnologias tem agregado valor aos processos produtivos, fomentando melhorias nas
condições de trabalho, de produtos, de serviços e até de lazer.

Dentre várias áreas, o sistema econômico tem sido um dos mais beneficiados, porque é
através dele que surgem novos mercados, negócios, transações comerciais e investimentos.
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As atividades produtivas desse sistema, baseadas nas Tecnologias de Informação e de
Comunicação, integram a chamada, Nova Economia.

Se por um lado, as novas tecnologias trazem significativos


benefícios aos mercados já consolidados e segmentados, por
outro, coloca em risco a sobrevivência daqueles que não se
ajustam aos padrões impostos pela Nova Economia.

Mercados e empresas, antes longínquos, hoje são acessíveis por


meio das novas tecnologias, viabilizando a expansão de negócios, atividades, venda e
compra de produtos e serviços de forma abrangente e globalizada.

Sob este enfoque, não existem mais barreiras físicas ou geográficas.

Redes modernas, ágeis e avançadas permitem que empresas, organizações e países


desfrutem de novas estratégias para seus negócios. Por trás dessas redes circula a mais
nova veia de negócios dos dois últimos séculos: A INFORMAÇÃO.

Pessoas e empresas precisam estar preparadas adequadamente para lidar com esse novo
paradigma, onde os competentes e visionários partem na frente. Obter, processar e difundir
informações necessita de uma infraestrutura compatível aos novos tempos e de pessoal
especializado e qualificado afeto aos novos desafios.

Ao processo de agregar valor à informação, dá-se o nome de conhecimento. E


conhecimento, atualmente, tem muito valor.

Atenta a todas essas mudanças, a sociedade do século XXI usufrui melhores serviços, seja
no dia a dia dentro de casa, seja no lazer, no trabalho, na escola e em qualquer lugar por
onde se estendam as novas redes de comunicação. A nova sociedade passa a consumir e
devorar o bem que impulsiona empresas e atividades de negócios: a informação.

Bombardeados por essa onda de informação por todos os lados, os cidadãos modernos,
mesmo sem sentir, integram a chamada Sociedade da Informação.

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Todos os lugares do mundo estão passando por transformações de ordem política e
econômica nas últimas décadas. O caráter principal dessa mudança é a integração dos
mercados em uma abrangente “aldeia global”, a partir de iniciativas de grandes corporações
internacionais. Assim é o fenômeno conhecido por “Globalização”.

Alguns países são obrigados a aumentar barreiras tarifárias para proteger suas produções
locais da concorrência dos produtos estrangeiros. Outros aderem a esse novo comércio e
abrem-se ao capital internacional.

As Tecnologias da Informação e da Comunicação têm grande participação nessas atividades


comerciais. O alcance mundial da informação e a popularização da Internet auxiliam o
desdobramento da globalização, seja nas áreas econômicas, culturais ou sociais. A Nova
Economia é fruto da expansão da globalização.

Essa nova “Superestrada da Informação” tem por finalidade proporcionar um alto fluxo de
transmissão de dados. Os avanços da computação, aliados aos sistemas de
telecomunicações e redes devem resultar em um novo redirecionamento tecnológico das
atividades da Sociedade da Informação.

PACCITTI (2000) enumera algumas novas concepções financeiras advindas do uso da


Infovia:

 Expansão do dinheiro digital (cartão de crédito, cartão de caixa eletrônico e talão de


cheque);

 Utilização da assinatura eletrônica, sistemas de biometria (reconhecimento da escrita,


da voz, das impressões digitais ou traços físicos);

 Novas formas de comunicação digital, mais serviços, mais usuários, menores tarifas,
mais empregos (?). Crescimento rápido;

 Descentralização das atividades, através do uso intenso da videoconferência, do


ensino a distância, da convergência do local de trabalho;

 Livre mercado, pela possibilidade de menor intermediação;


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 Novas interfaces (mais amigáveis) nas aplicações, principalmente na Internet;

 Convergência da televisão, telefone, entretenimento para a Internet, aproveitando-se


da largura de banda oferecida pela Infovia; e controle do fluxo da informação pelos
países mais ricos.

Case:

: BENEFÍCIOS DA INFOVIA-MT

Redução do tráfego de documentos impressos entre os órgãos do Estado, que


serão substituídos por documentos eletrônicos. Isto contribuirá em muito para
a redução dos custos com papel e sua tramitação, agilizando o andamento de
processos e permitindo um atendimento rápido e de qualidade ao cidadão;

Permitir o gerenciamento centralizado de todas as redes locais dos órgãos


atendidos pela rede corporativa. Isto se traduz em um melhor aproveitamento
dos recursos existentes, facilitando inclusive a ampliação do número de
computadores em uso nos órgãos. As redes locais passam a contar, então,
com um padrão de qualidade e segurança muito superior ao atual, com os
custos de administração reduzidos proporcionados pelo gerenciamento
centralizado;

Aumentar a utilização de transporte de voz; poderá ser disponibilizada uma


rede de telefonia interna, independente da rede pública, em todos os pontos
atendidos pela rede corporativa. Os custos de comunicação são drasticamente
reduzidos, enquanto a qualidade dos serviços de comunicação aumenta (o
equivalente a uma rede telefônica própria, privada);

Aumentar a utilização de videoconferência: pessoas que estão em locais


distantes participarão de conferências em tempo real, permitindo reuniões
entre órgãos e escritórios regionais sem a necessidade de deslocamento
físico; na área da educação, possibilitar debates entre estudantes e

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professores, oferecer aulas com multimídia, atendendo desde as escolas
primárias até a universidade, permitir o treinamento à distância (formação
profissional); contribuindo para a qualificação da mão de obra, permitindo um
melhor aproveitamento dos quadros docentes e minimizando as dificuldades
decorrentes das grandes dimensões do nosso Estado;

Flexibilidade na escolha dos equipamentos e grande possibilidade de


expansão. A rede corporativa do Estado tem, por princípio, o uso de padrões
abertos e a interoperabilidade entre eles; esta, aliás, é uma tendência mundial,
e no caso do Estado, uma necessidade. Aderindo aos padrões abertos,
mantém-se a liberdade de escolha de fornecedores, oferecendo uma saída
moderna e eficiente na substituição das antigas tecnologias. Novamente,
obtém-se redução de custos e melhoria na qualidade do atendimento aos
usuários, possibilitando disponibilizar os dados corporativos a quem necessita
deles para a tomada de decisões.

Fonte: Governo do Estado de Mato Grosso-

http://www.cepromat.mt.gov.br/html. php?codigoPagina=151

http://www.hartz.com.br/pressreleases_detalhe.php?id=51

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U NIDADE 4
Objetivo: Compreender a importância das redes metropolitanas como veículo de acesso a
conteúdos educacionais e de pesquisa.

Redes Metropolitanas de Alta Velocidade

As Redes Metropolitanas de Alta Velocidade mais a Internet2 são a reunião de instituições


colaboradoras que visam melhorar o acesso de estudantes e da população, a conteúdos
educacionais e de pesquisa.

Em anexos, você irá encontrar indicações sobre temas de pesquisas desenvolvidas por essa
rede de colaboradores. Nesta unidade iremos fornecer um panorama geral sobre as
pesquisas e projetos em desenvolvimento para ampliação de toda a infraestrutura que
compõe a infovia.

O Projeto Remav

O Projeto de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (REMAV) surgiu a partir da iniciativa


do Programa Temático Multiinstitucional de Ciência em Computação (ProTem-CC), do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1997.

As REMAV fazem parte de um consórcio entre diversas Instituições (educacionais, públicas e


de pesquisa), destinadas a “promover, em diversas regiões do país, a criação de
infraestrutura e serviços de redes de alta velocidade”.

São redes de alto desempenho, interligadas em nível nacional, destinadas a oferecer, dentre
outros, os serviços de tecnologia multimídia (vídeoconferência, diagnóstico médico remoto,
acesso a bibliotecas virtuais e ensino a distância).

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Cada consórcio é formado por Estabelecimentos de Ensino Superior e instituições parceiras,
com a finalidade de viabilizar os projetos que demandam redes de alto desempenho.

Tornou-se necessário preparar as cidades, com infraestruturas de serviços, para a


modernização das telecomunicações com a constituição de uma rede de cabos de fibras
ópticas com capacidade para transmitir informações, sons e imagens a uma velocidade
centenas de vezes maior que a praticada no mercado capaz de alavancar novos
empreendimentos, visando a ampliação dos serviços públicos.

RNP e Internet 2

Liderado pela USP (Universidade de São Paulo), o consórcio da rede paulistana prioriza a
telemedicina para, entre outros avanços, possibilitar a troca de imagens resultantes de
exames médicos cardiológicos realizados em tempo real. As aplicações de telemedicina
deverão incluir o INCOR (Instituto de Coração) do Hospital das Clínicas e a Escola Paulista
de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. As de tele-educação mobilizam esforços
da PUC-SP e da NET (Operadora de TV a Cabo).

A Internet 2 brasileira iniciou para atender as necessidades das áreas da Medicina e da


Educação, atualmente integra diversas áreas de pesquisa acadêmica. As REMAV - Redes
Metropolitanas de Alta Velocidade (que operam a 155 Mbps) foram o ponto de partida para a
criação da RNP2 (a Internet 2 no Brasil).

Não há uma linha de trabalho única e pré-determinada que oriente as pesquisas das novas
possibilidades de aplicações que estão sendo desenvolvidas na Internet 2. Ainda há muito a
ser pesquisado sobre a necessidade dos usuários e o potencial das tecnologias para redes
de alto desempenho.

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De uma forma geral, não se conhece ainda o limite do que é tecnicamente possível.
Entretanto, pode-se dizer que o foco principal da Internet2 reside no desenvolvimento de
aplicações avançadas com uso intensivo de tecnologias multimídia em tempo real.

Demonstrações dos novos potenciais da Internet2 vêm sendo apresentadas em vários


eventos e workshops promovidos com o intuito de sensibilizar não só a comunidade
acadêmica, como também diversos setores da indústria e até mesmo o governo. Nos
principais países do mundo, as linhas de ação já estão bastante definidas.

Nos Estados Unidos, são quatro as principais linhas de pesquisa da Internet 2:

1. Educação à distância, visando gerar uma grande rede de instituições de ensino onde o
usuário tem um vasto leque de opções de formação via Internet;

2. Bibliotecas digitais, com intenção de constituir uma grande rede de bibliotecas virtuais,
incluindo dados em forma de texto, imagens e sons;

3. Teleimersão, para promover atividades em conjunto ao redor do mundo através da


rede;

4. Laboratórios coletivos, para que se possa trabalhar em pesquisa com estruturas


complementares de outras instituições, utilizando equipamentos à distância.

Os experimentos e desenvolvimentos de aplicações Internet2 requerem uma conectividade e


infraestrutura de maiores requisitos. Tipicamente são necessários equipamentos de
comunicação e computação de grande capacidade. Atualmente apenas as instituições
localizadas em PoPs com este tipo de infraestrutura e banda (GigaPoPs) podem dispor de
aplicações Internet2 de forma contínua. Estes requisitos são atendidos basicamente nos
PoPs localizados no Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte.

O alcance de novos grupos de pesquisa em outros estados será resultado da implantação e


atualização de novas facilidades em outros PoPs da RNP. Além disto, é importante
assegurar que as deficiências de conectividade entre cada instituição e o PoP sejam
equacionadas.

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Quanto à concepção do programa há necessidade de redimensionamento de metas físicas
de algumas ações, em especial nas ações de Processadores de Alto Desempenho - PAD.

Dada a dinâmica própria da área de Tecnologia de Informação e Comunicação, onde são


comuns alterações de cenário decorrentes da troca ou incorporação de novos paradigmas,
alguns dos indicadores do programa podem ter se tornado vulneráveis ou obsoletos,
havendo necessidade de adequações.

Deverá haver ampliação da matriz de fontes de financiamento considerando a abrangência


do programa. Os Fundos Setoriais do Ministério da Ciência e Tecnologia poderão contribuir
no desenvolvimento das aplicações em Tecnologia da Comunicação e Informação, em
especial no âmbito da cooperação Universidade/ Empresa.

No que tange à implementação cabe ressaltar que, de uma forma geral, os recursos foram
suficientes. Na ação, Processadores de Alto Desempenho – PAD, a dotação orçamentária
dificultou a organização e o planejamento de projetos de mais longo prazo. No entanto, a
busca de outras fontes de recursos através de convênios auxiliou na execução desta ação.

Por se tratar de programa estratégico os recursos foram liberados com fluxo regular e
compatível com a programação, o que facilitou a execução das ações em sua
implementação - 2001. A manutenção da condição de "Estratégico" do programa Sociedade
da Informação – Internet2 - é imprescindível, pois este atingiu a plenitude operacional que
permite a consecução dos objetivos propostos e mesmo o alcance de objetivos, indicando
novas necessidades.

A proximidade do programa junto ao público alvo garante legitimidade às ações e sintonia


com as demandas da sociedade. Adicionalmente, o programa em apenas 2 anos revelou-se
de fundamental importância para a inserção do Brasil no grupo das nações efetivamente
empenhadas na construção da Sociedade da Informação, com claros objetivos econômicos e
sociais.

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Projeto é alternativa para "ressaca" nas comunicações

A Infovia Municipal de Morungaba é uma evolução do Projeto Multicom 21,


que nasceu na Faculdade de Engenharia Elétrica
e de Computação (FEEC) da Unicamp, em 1992,
por iniciativa de um grupo de professores da
unidade. Este grupo aderiu à ideia do Projeto
Bercom (Berlin Communication) de construir um
modelo de interconexão entre laboratórios.
Inicialmente, seriam conectados o Hospital das Clínicas da Unicamp ao
Instituto do Coração (Incor), e a FEEC à Politécnica da USP.

O professor Leonardo Mendes, que assumiu a coordenação do Multicom 21


em 1995, lembra que o CNPq financiou outras iniciativas semelhantes no
Brasil, como o projeto de redes metropolitanas (que na região ganhou o nome
de Remet-Campinas). "Alguns problemas, entretanto, afetaram a continuidade
destas iniciativas. A privatização das comunicações no Brasil, por exemplo,
levou a mudanças de políticas controladoras, e essas atividades nem sempre
receberam a atenção necessária. Outro problema foi a crise de janeiro de
2000, que atingiu todas as empresas de alta tecnologia do mundo, fazendo
despencar a quantidade de recursos e a expectativa de uma grande evolução
das tecnologias de Internet e de comunicações", afirma o pesquisador.

Neste contexto mundial, que considera de "ressaca" do setor de


comunicações, Leonardo Mendes viu em Morungaba, cidade que abriu os
braços para a experiência, a oportunidade de levar o Multicom 21 a campo.
"Existem outras experiências no país, mas não com esta envergadura.
Estamos construindo um modelo de infovia municipal em sua totalidade, da
infraestrutura de transporte de informações até as aplicações. Queremos um
projeto integrador, único, que tenha a participação e financiamento de várias

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instituições, empresas e também de outros municípios que manifestaram
interesse, como Campinas e Guarulhos", explica.

A rede experimental de Morungaba vai se conectar à Unicamp, a fim de que


pesquisadores do país possam estudar; implantar e testar equipamentos.
Empresas já acenaram com doações para utilização e aperfeiçoamento de
seus produtos. A proposta é investigar não apenas as aplicações tecnológicas,
mas também os aspectos sociais e econômicos, como: o melhor modelo para
manter financeiramente o sistema, os negócios que podem ser estabelecidos
na rede, a geração de empregos, a distribuição de recursos e de renda.
"Queremos mostrar que é possível ir muito além das limitações da
comunicação que temos hoje, com uma quantidade de recursos muito menor",
finaliza Leonardo Mendes.

Fonte: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2003/ju226pg03.html

Esta Infovia sustenta um sistema de comunicação de dados confiável e econômico, que


utiliza a mais avançada tecnologia de acesso digital. É formada por uma rede com 204 km de
extensão, sendo 84 km de cabos subterrâneos e 120 km de aéreos. Devido ao anel óptico
redundante, o sistema tem disponibilidade permanente: 24 horas por dia, 7 horas por
semana. O gerenciamento da rede utiliza a tecnologia ATM/IP/MPLS, referência mundial no
campo das telecomunicações e informática. Através da Infovia, é possível o tráfego de
circuitos de dados, voz e imagens e acesso Internet. Na montagem desta rede municipal, a
Prefeitura de Porto Alegre, criou um sistema de gerenciamento do espaço público, inédito no
país, que permite maximizar as operações.

Outras redes com estrutura e objetivos semelhantes:

 http://www.rnp.br/conexao/instituicoes.php

 http://www.rnp.br/pd/giga/

 http://www.rnp.br/pd/planetlab/

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U NIDADE 5
Objetivo: Compreender o significado e importância da sociedade da informação

A Sociedade da Informação

Nos últimos anos a expressão "Sociedade da Informação" tem sido muito utilizada. No
entanto, sua origem remonta aos anos sessenta, quando se percebeu que a sociedade
caminhava em direção a um novo modelo de organização, no qual o controle e a otimização
dos processos industriais eram substituídos pelo processamento e manejo da informação
como “chave” econômica.

Desde então, foram numerosos os significados atribuídos à "Sociedade da Informação" sem,


contudo, ter sido elaborada uma definição aceita em todo o mundo.

Sociedade da Informação é um estágio de desenvolvimento social caracterizado pela


capacidade de seus membros (cidadãos, empresas e administração pública) de obter e
compartilhar qualquer informação, instantaneamente, de qualquer lugar e da maneira mais
adequada.

É conveniente, então, demonstrar o sentido que se dá à expressão, no âmbito deste estudo,


conforme veremos nesta Unidade.

Comportamentos e padrões

A Sociedade da Informação está baseada nas tecnologias de informação e comunicação que


envolve: a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por
meios eletrônicos, como rádio, televisão, telefone e computadores, entre outros.

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Essas tecnologias não transformam a sociedade por si só, mas são utilizadas pelas pessoas
em seus contextos sociais, econômicos e políticos, criando uma nova comunidade local e
global.

O conceito de Sociedade da Informação surgiu dos trabalhos de Alain Touraine (1969) e


Daniel Bell (1973) sobre as influências dos avanços tecnológicos nas relações de poder,
identificando a informação como ponto central da sociedade contemporânea. A definição de
Sociedade da Informação deve ser considerada tomando diferentes perspectivas:

Segundo Gianni Váttimo, esta sociedade pós-moderna ou transparente, é plural, incentiva a


participação, reconhece e dignifica as diversidades e dá voz às minorias e os valores
passariam a ser construídos a partir desta perspectiva participativa, múltipla ou até mesmo
caótica.

Para Javier Echeverria, a Sociedade da Informação está inserida num processo pelo qual a
noção de espaço e tempo tradicional está em transformação pelo surgimento de um “espaço
virtual”, transterritorial, transtemporal, que formará uma telecidade em uma tele-sociedade
que se sobreporá mesmo aos Estados clássicos, cirando novas formas de inter-relações
humanas e sociais ainda que por vezes ocorram conflitos neste processo de transformação.

A Sociedade da Informação é fruto de novos comportamentos e padrões culturais que a


revolução tecnológica tem proporcionado, através da disseminação veloz da informação por
meios nunca imaginados, trazendo impactos diretos nas atividades socioeconômicas.

Inúmeros meios de comunicação interligam países, continentes, povos e nações,


proporcionando o intercâmbio de dados e informações de imediato, sem transparecer que
existem quilômetros de distância separando as partes interconectadas. A qualidade dos
serviços de transmissão e recepção oferecidos cresce a cada instante, trazendo mais
benefícios aos usuários desses sistemas e serviços.

Essa sociedade já é vista como um novo paradigma técnico e econômico, por ser a
alavancadora de mudanças nas estruturas das atividades sociais e econômicas, ditando, sob
as dimensões, tanto político quanto econômica, qual região ou área é mais capaz de atrair

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vultosos investimentos de novos negócios ou empreendimentos. Suas características
também são de elevado valor na dimensão social, na medida em que possibilita integrar
pessoas e nações, reduzindo a distância entre elas pela difusão de informação.

O emprego de tecnologia envolve elevados custos. A partir daí, surge o seguinte


questionamento: é possível disseminar informação e tecnologia a pessoas e regiões menos
assistidas e desfavorecidas de muitos benefícios? Ao futuro está destinada essa resposta.

A Sociedade da Informação é um importante fenômeno que, se bem utilizado, pode estreitar


o fosso educacional, cultural e econômico entre diversos segmentos sociais. As novas
tecnologias se apresentam como instrumentos capazes de promover a inclusão plena dos
menos favorecidos, fornecendo estratégias e estruturas para criar novas práticas de
produção, de comercialização e de consumo de produtos e serviços.

O fator diferencial da Sociedade da Informação é que cada pessoa e organização não só


dispõem de meios próprios para armazenar conhecimento, mas também têm uma
capacidade quase ilimitada para acessar a informação gerada pelos demais e potencial para
ser um gerador de informação para outros. Embora essa capacidade sempre tenha existido,
de forma seletiva e mais ou menos rudimentar, o peculiar da Sociedade da Informação é o
caráter geral e ilimitado de acesso à informação.

Essa mudança que permite facilidades no acesso à informação é o principal fator que
desencadeia uma série de transformações sociais de grande alcance. A disponibilidade de
novos meios tecnológicos provoca alterações nas formas de atuar nos processos.

E quando várias formas de atuar sofrem modificações, resultam em mudanças inclusive na


maneira de ser. Definitivamente, as novidades tecnológicas chegam a transformar os
valores, as atitudes e o comportamento e, com isso, a cultura e a própria sociedade.

A forma final que a Sociedade da Informação adotará é algo imprevisível nos dias de hoje.
Embora em fase inicial de criação de infraestruturas, já é percebida e, ao mesmo tempo, os
primeiros efeitos de sua aplicação nos processos.

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O impacto final nos valores e atitudes, além de ser imprevisível, não será, em absoluto, o
reflexo de um mecanismo que deva produzir de forma inevitável um resultado determinado.
Muito pelo contrário, a disponibilidade de acesso geral e praticamente ilimitado à informação
deve ser considerada como um elemento meramente facilitador, que amplia enormemente as
possibilidades de transformação.

Apesar dos meios tecnológicos atuais serem conhecidos, ainda é uma incógnita o tipo de
sociedade que se quer atingir. Existe, também, uma tarefa fundamental, que é a de decidir o
objetivo final, que se encontra fora do âmbito tecnológico e deve ser assumido pela
sociedade como um todo.

No Brasil, a Sociedade da Informação vem revestida do importante papel de acompanhar os


passos das nações mais desenvolvidas que já iniciaram e desenvolvem esse processo de
compartilhamento de informações entre todos os segmentos da sociedade.

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U NIDADE 6
Objetivo: Conhecer o histórico da sociedade da informação e que este programa inicialmente
destinado ao meio acadêmico, foi criado voltado para o desenvolvimento da tecnologia de
redes de computação.

Breve Histórico da Sociedade da Informação

A Sociedade da Informação na América do Norte

A Sociedade da Informação (SI) teve origem a partir da década de 90, através do programa
High Performance Computing and Communications (HPCC) – Alta Performance de
Computação e Comunicações, nos Estados Unidos da América (EUA).

Este programa foi voltado para o desenvolvimento da tecnologia de redes de computação,


inicialmente destinado ao meio acadêmico.

A partir de 1993, o enfoque foi modificado para atender os objetivos da National Information
Infraestructure (NII) – Infraestrutura Nacional de Informações, cuja abordagem era atender os
objetivos da economia e sociedades americanas.

Em 1994, os EUA lançaram como desafio a todos os governos a idéia da Global Information
Infraestructure (GII) – Infraestrutura Global de Informações.

O Programa de Alta Performance passou a direcionar as atividades da SI sob os seguintes


enfoques:

 Sistemas de Processamento de Alta Performance;

 Tecnologia Avançada de Software;

 Rede para Educação e Pesquisa;

 Infraestrutura Nacional de Informações; e

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 Pesquisa Básica e Recursos Humanos.

 A Sociedade da Informação na Europa

A União Europeia (UE) decidiu que o seu projeto de SI passaria pela informatização da
administração pública dos países integrantes, onde a privatização das telecomunicações
havia sido o foco principal.

Se por um lado os EUA enfatizavam a infraestrutura, isto é a plataforma de


telecomunicações e computação como meio mais adequado à oferta de serviços e
aplicações, a UE optou por direcionar estes serviços e aplicações sob a ótica da informação,
para atender demandas multiculturais e linguísticas.

A expressão Sociedade da Informação, como a que conhecemos hoje, é a consolidação das


iniciativas voltadas à Infraestrutura e à Economia, destinadas a prover serviços e aplicações
em prol da sociedade.

A figura 2 exemplifica os estágios de evolução da Sociedade da Informação.

Figura 2 - Fonte: SocInfo

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A Sociedade da Informação no Brasil

As iniciativas para o Programa da Sociedade da Informação no Brasil (PSIB) somente


tiveram início em 1999, por meio do Grupo de Implantação da Sociedade da Informação, do
Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT).

O planejamento adotado consistiu em definir três fases distintas: estudos preliminares e


lançamento formal do Programa, Proposta do Programa de Sociedade da Informação (Livro
Verde) e Plano de Execução (Livro Branco).

Os objetivos do PSI no Brasil são:

 construir uma sociedade justa, observando princípios e metas relativos à preservação


da identidade cultural, fundada na riqueza da diversidade;

 criar a sustentabilidade de um padrão de desenvolvimento, respeitando as diferenças,


buscando o equilíbrio regional; e

 fomentar a participação social, pilar base da democracia política.

O PSIB foi estruturado para atuar nas seguintes áreas:

 Mercado, Trabalho e Oportunidades;

 Universalização de Serviços para a Cidadania;

 Educação na Sociedade da Informação;

 Conteúdos e Identidade Cultural;

 Governo ao Alcance de Todos;

 Pesquisa e Desenvolvimento, Tecnologias, chave e aplicações; e

 Infraestrutura Avançada e Novos Serviços.

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A Revolução da Precisão

Consequências Estratégicas do Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação

Pierre Fayard

Que mudanças as novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) provocam na


estratégia, esta prosa da existência cujo objeto sempre consistiu em conceber, em organizar
e em acionar os meios que concretizam os fins que nos propomos a atingir. Como é comum
nos períodos de mutação, é nas sombras que se desenha e se formaliza a novidade. Se a
tecnologia introduz fatores de ruptura, a identificação e a integração dos conceitos e dos
métodos suscetíveis de tirar proveito disso, qualquer que seja o domínio de aplicação,
representam um aspecto essencial que essa contribuição tem por ambição esclarecer.

Em que medida a força dos novos meios tecnológicos não retroage sobre os fins a que
servem? Redefinindo a natureza das relações entre global e local, a ubiquidade numérica
fundada sobre uma conectividade planetária cada vez mais refinada, redesenha a Geografia
da utilidade. As TIC provocam um salto quantitativo e qualitativo na precisão do acesso e da
mobilização sob medida de fontes espacialmente dispersas. Comunidades de valores
reúnem-se, virtualmente, com base em interesses, em gostos, em inclinações ou em hobbies
compartilhados. Proporções negligenciáveis localmente, sua concentração global torna-as,
contudo, prontas a desenvolver sua paixão e a pesar econômica ou politicamente. Articulada
estrategicamente, uma concentração virtual se revela às vezes mais eficaz do que a sua
contraparte material, o que não deixa de ser surpreendente! O espaço não representa mais o
desacelerador ou o protetor que até agora ele encarnava. O conhecimento disponível no
mundo cibernético autoriza uma seletividade crescente nas escolhas fora da limitação das
distâncias. A precisão, econômica e informacional, global e em tempo real abre-se para
novas formas de organização e de concepção da ação em que as redes constituem a base
de uma nova logística onde o virtual e o real sofrem um processo de hibridização, redefinindo
as relações entre o local e o global.

Como pensar as novas formas da estratégia, de modo pertinente, a fim de tirar proveito da
convergência tecnológica que se traduz sob a forma de um "coquetel numérico"? Os efeitos

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ainda fracamente metabolizados desse coquetel nos afastam de uma lógica local de
produtos e de estoques pré-definidos para nos conduzir a uma época dominada por uma
lógica global de serviços e de fluxo. A interconexão planetária permite dispor dos produtos
somente onde e quando eles se mostram necessários. Aí a estratégia se preocupa em
organizar e garantir o domínio das condições do fluxo muito mais do que dos próprios
estoques. Na era do numérico, a velocidade das transmissões e a sua inteligência se
traduzem por ganhos de tempo na apreciação das circunstâncias e da consequente tomada
de decisão. Nas redes, a definição final dos produtos e dos serviços passa por uma
interatividade informacional, que, não somente caminha para um alto nível de precisão, mas
que é também suscetível de enriquecer as bases de dados dos atores de cada uma das
transações. O produto não pré-existe à demanda, ele se constitui em codefinição evolutiva a
partir de potenciais disponíveis, que mediações criativas e inteligentes calibram em função
da natureza das demandas expressas e afirmadas. As vias e os dispositivos de comunicação
conferem vantagens no conhecimento que em geral se traduzem em vantagens temporais e
qualitativas. Rapidez e precisão se impõem tendo como pano de fundo o apoio necessário de
cartografias globais.

(...) Em 1492, Cristovão Colombo não deu as costas às Américas sob o pretexto que eram as
Índias que ele procurava atingir! Um projeto mecanicamente amarrado à sua definição tem
dificuldades em tirar partido de uma vantagem não programada. Ao contrário, uma vigília
ativa sobre os meios e os seus conceitos de uso, alimenta de maneira dinâmica as novas
formas de relação dialética com os fins. É o que permitem precisamente as estratégias da
rede.

A rede é um instrumento ideal para a extração de sinais fracos pertinentes a partir de uma
intenção que não repugna ser a reposta em questão. Sua estrutura e o potencial que ela
articula tornam-a apta a enfrentar condições imprevistas apoiando-se em uma leveza
adaptativa. Até certo ponto, a partir do qual ele perde coerência e dilui-se numa profusão de
interesses divergentes. O desconhecido não desintegra a rede, mas a enriquece e a faz
crescer. Assim é também a superioridade do cérebro humano sobre a máquina terminada,
acabada na sua capacidade e cuja degradação é o destino. Num mundo veloz e incerto

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aceitar não saber tudo antes de agir aparece como uma condição de sobrevida e inovação.
O contrário significa domesticar a surpresa e perder o rumo às suas custas. A rede integra
uma parte de incerteza dispondo dos trunfos da malha operacional de suas fontes e de uma
natureza não finita.

Pierre Fayard é doutor em Ciências da Informação e da Comunicação pela Universidade de


Grenoble III (França). É professor na Universidade de Poitiers e professor visitante da
Universidade Pompeo Fabra (Barcelona), na Universidade de Caxias do Sul (RS) – fonte –
Revista Consciência – 10/03/2001

http://www.nominuto.com/cultura/pierre_levy_tecnologia_para_qual_educacao_/5196/

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U NIDADE 7
Objetivo: Compreender o real significado de comunicação e informação e suas possibilidades
de utilização para melhorar o nível de relações e saberes.

Conhecimento X Informação

“A educação hoje não assume apenas o dever de repassar informação, mas


tem por obrigação fomentar e resgatar as potencialidades individuais do ser
humano, objetivando a construção de um conhecimento coletivo, onde a
experiência de um se correlaciona com a vivência de outro1”.

Tendo a educação como elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na


informação, no conhecimento e no aprendizado, vem-se criando diversos projetos e
estimulando parcerias que envolvem a informatização do ensino, a capacitação de docentes
e a prática do ensino à distância.

Nesta unidade, iremos tratar dos elementos básicos que integram a Infovia e a Sociedade da
Informação.

Conhecimento x Informação

A “Sociedade da Informação” – com toda a tecnologia e benefícios que nos traz, também
apresenta o seu revés - conforme cita Jorge Larrosa em notas sobre a experiência e o saber
de experiência, “Pensar não é somente racionaciar, calcular ou argumentar”, como nos tem
sido ensinado algumas vezes, mas é sobretudo, dar sentido, portanto “A experiência é o que
nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, ou o que toca. A cada
dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece. Dir-se-ia
que tudo o que se passa está organizado para que nada nos aconteça”.

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Informação não é experiência. O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa seu tempo
bucando informação – o que mais o preocupa é não ter bastante informação. Cada vez sabe
mais, cada vez está melhor informado, porém, com essa obsessão pela informação e pelo
saber. O que acontece é que nada lhe aconteçe.

Após assistir a uma aula, ler um livro ou feito uma visita, podemos dizer que sabemos coisas
que antes não sabíamos. Mas ao mesmo tempo, podemos dizer que sabemos coisas que
antes não sabíamos que temos mais informação sobre alguma coisa; mas, ao mesmo tempo,
podemos dizer também, que nada nos tocou que com tudo o que aprendemos nada nos
sucedeu ou nos aconteceu.

Em primeiro lugar pelo excesso de informação. A informação não é experiência. E mais, a


informação não deixa lugar para a experiência, ela é quase o contrário da experiência, quase
uma antiexperiência. Por isso a ênfase contemporânea na informação, em estar informados,
e toda a retórica destinada a constituirmos como sujeitos informantes e informados; a
informação não faz outra coisa que cancelar nossas possibilidades de experiência.

O sujeito da informação sabe muitas coisas, passa seu tempo buscando informação, o que
mais o preocupa é não ter bastante informação; cada vez sabe mais, cada vez está mais
bem informado, porém, com essa obsessão pela informação e pelo saber (mas saber não no
sentido de “sabedoria”, mas no sentido de “estar informado”), o que consegue é que nada lhe
aconteça. A primeira coisa que gostaria de dizer sobre a experiência é que é necessário
separá-la da informação. E o que gostaria de dizer sobre o saber de experiência é que é
necessário separá-lo de saber coisas, tal como se sabe quando se tem informação sobre as
coisas, quando se está informado. É a língua mesma que nos dá essa possibilidade.

O sujeito moderno se relaciona com o acontecimento do ponto de vista da ação. Tudo é


pretexto para sua atividade. Sempre está a se perguntar sobre o que pode fazer.

1
Genoveva Batista do Nascimento – Mestranda em Educação - Universidade Federal da Paraíba
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Sempre está desejando fazer algo, produzir algo, regular algo.
Independentemente de este desejo estar motivado por uma boa
vontade ou uma má vontade, o sujeito moderno está atravessado
por um afã de mudar as coisas. E nisso coincidem os
engenheiros, os políticos, os industrialistas, os médicos, os
arquitetos, os sindicalistas, os jornalistas, os cientistas, os
pedagogos e todos aqueles que põem no fazer coisas, a sua
existência.

Nós somos sujeitos ultrainformados, transbordantes de opiniões e superestimulados, mas


também sujeitos cheios de vontade e hiperativos.

E por isso, porque sempre estamos querendo o que não é, porque estamos sempre em
atividade, porque estamos sempre mobilizados, não podemos parar. E, por não podermos
parar, nada nos acontece.

A experiência, a possibilidade de que algo nos aconteça ou nos toque, requer um gesto de
interrupção, um gesto que é quase impossível nos tempos que correm: requer parar para
pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais devagar, e
escutar mais devagar; parar para sentir, sentir mais devagar, demorar-se nos detalhes,
suspender a opinião, suspender o juízo, suspender a vontade, suspender o automatismo da
ação, cultivar a atenção e a delicadeza, abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos
acontece, aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter
paciência e dar-se tempo e espaço.

As Reformulações na Educação

O trabalhador do novo século deve ser alguém capaz de tomar conta de sua própria carreira
e de si mesmo. Precisa, também, ter um perfil de competência que o mercado de trabalho
passou a requerer. Os conhecimentos, as habilidades e as competências que sustentam hoje

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o desempenho profissional configuram um conjunto de características bastante distintas
daquelas que, ao longo de décadas, definiram os perfis profissionais demandados.

Nesse sentido, trabalhar significa, cada vez mais, não apenas o domínio técnico associado a
uma determinada área de atuação, mas, sobretudo, a capacidade de interagir, ser criativo,
trabalhar em equipe, atualizar-se permanentemente e saber gerenciar informações. Dentro
dessa perspectiva, a missão de educar para o trabalho e para a cidadania passa a requerer
enfoques educacionais sintonizados com tais exigências.

Novos paradigmas surgem a todo instante nas várias áreas científicas, que evoluem e se
especializam mais e mais para atender o homem moderno. Os avanços tecnológicos tornam
as distâncias menores e o trabalho mais leve, desde que o homem saiba administrar seu
tempo, para que não se torne escravo do trabalho.

Entretanto, o homem precisa acompanhar a corrida desenfreada da globalização. A disputa é


injusta, e o tempo parece ficar cada vez mais curto, enquanto a idade avança. E os mais
jovens, contemporâneos da modernidade, parecem assimilar com mais facilidade a nova
ordem mundial. Não podendo e não devendo esperar. O homem dos novos tempos torna-se
o promotor da educação que necessita, pois as armas precisam ser recarregadas a todo
instante, nessa luta desleal, onde o saber tem preço de ouro.

Escritórios, galpões de fábricas, canteiros de obras, etc., tornam-se salas de aulas de


animados grupos ou de solitários estudantes, que não desejam perder o trem da história.

Diante de professores, de aparelhos de TV, de computadores, de livros ou de qualquer outro


material impresso ou gravado que possa promover a atualização do profissional, a educação
se efetiva. Com o tempo insuficiente para o trabalho e para a frequência a uma instituição
escolar, o homem moderno recorre aos inúmeros meios de propagação do conhecimento e
assim determina como, quando e onde aprender os conteúdos de seu interesse.

As instituições que implementam o ensino a distância elaboram cursos nas áreas específicas
que o mercado vem exigindo. O aluno trabalhador conta com um tipo de ensino que, apesar

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de ainda não ser aceito pelo conservadorismo dos paradigmas tradicionais, vem sendo a
solução para uma boa parte de a população recuperar o tempo perdido.

A maioria dos estudantes de cursos a distância já está no mercado de trabalho e dispõe de


autonomia para gerenciar seu tempo e disponibilidade financeira quanto à sua formação
continuada. De suas atitudes empreendedoras dependerão as mudanças no comportamento
social e profissional de uma dada realidade.

Cada indivíduo sabe o que gostaria de ser e de ter, mas nem sempre conhece os meios que
possam levá-lo ao sucesso pessoal e profissional. O receio de errar e de não chegar ao seu
intento, o faz desistir antes mesmo de tentar, e nos dias atuais, alguns minutos de indecisão
podem levar a significativas perdas. O acerto é o oposto do erro, e para acertar ou errar
primeiro é preciso tentar.

Em educação nenhum investimento é perdido, e o trabalhador brasileiro aos poucos vem


percebendo a necessidade de se atualizar, fazendo uso do ensino a distância, evitando
assim custos com passagens, com alimentação, com hospedagem, além de não se afastar
do convívio familiar.

Hoje as novas tecnologias estão incorporadas no dia a dia e não há como dissociá-las do
processo educativo.

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U NIDADE 8
Objetivo: Entender o conceito”Nova Economia”, que diz respeito a um novo modelo de
negócios, baseado nas tecnologias da informação e de comunicação, sob alta velocidade,
para transferência de informações

Nova Economia

Tércio Pacitti, falando sobre o Presente e o Futuro, caracteriza esse período de Nova
Economia:

Para entrar na Modernidade, é preciso existir aqueles que produzem os Produtores da


Modernidade (integrantes de um primeiro grupo de Nações mais desenvolvidas) e aqueles
que a consomem, os consumidores da Modernidade (integrantes de um segundo grupo de
Nações menos desenvolvidas), consequência da infalível lei econômica da oferta e da
procura. (PACITTI, 1998, p. 312)

Conceito de Nova Economia

O conceito de Nova Economia diz respeito a um novo modelo de negócios, baseado nas
tecnologias da informação e de comunicação, sob alta velocidade, para transferência de
informações. Novas regras para a competição globalizada estão sendo impostas às
empresas e países, como questão de sobrevivência.

Os negócios digitais transformaram a informação em uma nova moeda nesta Nova


Economia.

O beneficiário deste novo paradigma é o cliente, que passa a desfrutar de novos produtos,
serviços e oportunidades. Novos negócios baseados em tecnologia surgem a cada instante,
promovendo o amadurecimento e a modernização de empresas e organizações. E ao

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mesmo tempo põem em risco as empresas que não têm condições de competir com a
mesma tecnologia ou não encontram espaço nesta nova égide.

A Nova Economia vive o momento da globalização – expansão das


atividades para mercados distantes – em tempo real, onde a
distância mais longa está a um clique do computador mais
próximo, pela Internet.

As empresas da Nova Economia possuem diferentes estratégias de competição. A produção


de seus bens não é focada apenas na produção em escala e sim em toda a cadeia produtiva.
A produção passa a ser realizada em locais mais vantajosos, onde haja disponibilidade e
capacitação de mão de obra, incentivos fiscais, independentemente de fronteiras
geográficas.

Para concorrer nesse novo mercado de produtos e serviços baseados nas tecnologias da
informação, é preciso ter o domínio de tecnologias-chave e efetuar grandes investimentos
em capacitação de pessoal, próprios das economias mais avançadas.

O Comércio Eletrônico

“O segredo da Nova Economia é inventar modelos de negócios”. (TAPSCOTT, 2000)

A Internet é, sem dúvida, o grande ambiente virtual que mais contribuição tem dado à Nova
Economia. As empresas encontraram nela um eficiente meio de comunicação com seus
clientes, ágil e inovador, mesmo que o fator segurança ainda iniba a viabilização de muitos
negócios.

Os negócios eletrônicos são transações que envolvem três importantes agentes: os


consumidores, as empresas e o governo.

As relações entre esses agentes, baseadas em redes eletrônicas, desenvolvem-se em


transações comerciais, administrativas e contábeis.

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Os ambientes de Negócios Eletrônicos estão identificados na figura 3.

Figura 3 - Fonte: SocInfo

4.2.1 Descrição das relações dos Negócios Eletrônicos:

B2B – Business to Business – transação entre empresas.

B2C/C2B – Business to Consumer/Consumer to Business – transação entre empresas e


consumidores.

B2G/G2B – Business to Government/Government to Business – transação entre empresas e


governo.

C2C – Consumer to Consumer – transação entre consumidores.

G2C/C2G – Government to Consumer – transação entre governo e consumidor final.

G2G – transação entre governo e governo.

4.2.2 Os 10 princípios da Nova Economia

Tabela 2 - Os 10 Princípios da Nova Economia

Princípio Valor

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Não mais o maior, o mais sólido ou o mais pesado significa o mais valioso.
Importância
Valor hoje significa: informação, serviço e qualidade.

Espaço As distâncias desapareceram. O mundo é o seu cliente e seu concorrente.

Está colapsando. Interatividade instantânea é fundamental. Atitudes e decisões


Tempo
não podem esperar. Questões exigem respostas imediatas.

Acelerado e sempre à frente das atuais necessidades. Marketing viral e


Crescimento
aceitação maciça promovem crescimento instantâneo. Esteja preparado.

Motivo de sua existência. São os elementos mais importantes, e eles sabem


Clientes disto, portanto, devemos ir além do tratá-lo como ele espera. Mantê-lo cliente é
mais difícil que consegui-lo.

Cresce exponencialmente. Não mais é medido por unidade, mas por vantagens
Valor
e serviços agregados. Valor não é mais o produto, mas o que o acompanha.

Significa sobrevivência. Na era em que os concorrentes estão a apenas um


Eficiência
clique adiante, não há espaço para o menos eficiente.

Fator determinante do sucesso. Procurar oferecer sempre algo além. Fazer o


Mercado
cliente saber que seu produto agrega valor e lhe traz vantagem.

Usá-la para descobrir cada elemento de informação de seu cliente, para


Informação retornar como serviços e oportunidades. Conhecer o cliente é mais importante
que ter o cliente.

Todo produto está disponível em todos os lugares. O espaço entre querer e


Impulso comprar está fechado. A estratégia está em convencer o cliente a apertar o
botão “compre”.

Fonte: http://www.visgraphics.com/e-commerce/nova_economia/nova_economia.htm

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U NIDADE 9
Objetivo: Entender que uma das missões de um empreendimento de base tecnológica é
fornecer ao mercado soluções tecnológicas que contribuam para seus clientes e elevem sua
performance, seja técnica, mercadológica, produtiva ou financeiramente.

Emergência da base tecnológica

A expressão “Base Tecnológica” tem sido usada indistintamente, no


entanto, tem a sua origem ligada às organizações que adotaram uma
nova postura no mundo moderno, em direção ao desenvolvimento: as
Empresas ou Empreendimentos de Base Tecnológica (EBT).

Essas EBT adotaram, na década de setenta, a microeletrônica e a


informatização como novo padrão de tecnologia mundial e oferecem
produtos e serviços modernos, resultantes da geração e adaptação intensiva de
conhecimentos científicos e tecnológicos com elevado valor agregado.

As EBT possuem conhecimento ou capital intelectual, ao contrário de empresas


convencionais de outros setores, que possuem seu capital centrado nas instalações e na
infraestrutura ou em equipamentos.

Para cumprir esta missão, os Empreendimentos de Base Tecnológica precisam assegurar


uma dinâmica de inovação, o que acaba exigindo um alto investimento em Pesquisa e
Desenvolvimento.

Em função desta necessidade, os Empreendimentos de Base Tecnológica normalmente


possuem uma forte relação com entidades geradoras de conhecimento, tais como
universidades e institutos de Pesquisa e Desenvolvimento, utilizando-os como base de apoio
para seus desenvolvimentos tecnológicos e acabam, naturalmente, se tornando uma ponte
ou canal de ligação entre entidades geradoras de conhecimento/tecnologia e
empresas/instituições consumidoras de tecnologia.

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A partir dos anos oitenta surgiram a produção flexível, o aparecimento de redes e as
economias especializadas. A liberação dos mercados, a redefinição do papel do Estado e a
globalização impulsionaram o crescimento das EBT.

Para viabilizar os recursos e a infraestrutura necessária para oferecer os serviços e


aplicações que a Sociedade da Informação demanda, se faz necessário, organizar e
convergir em direção a padrões técnicos e tecnológicos.

Foram identificados três fenômenos que estão intrinsecamente ligados à operacionalização


dos serviços da Sociedade da Informação: a convergência da base tecnológica: a dinâmica
da indústria e o crescimento da Internet.

A convergência da base tecnológica diz respeito à representação de qualquer tipo de


informação sob o formato digital. Todas as atividades e processos desenvolvidos ou
baseados em computação, informática, comunicações, transmissão e recepção de dados e
os conteúdos culturais, devem seguir o padrão digital. Seja qual for a mídia, o meio e o
produto, tudo terá o formato digital. Essa convergência possibilita a existência de inúmeras
atividades antes não imaginadas.

É por meio dessa convergência, que a Sociedade da Informação vai proporcionando a


interação entre pessoas, empresas, nações, etc.

Extensas malhas de comunicação dão suporte à transmissão e recepção de sinais e dados,


oferecendo serviços de grande alcance.

A dinâmica da indústria é a resposta que as EBT oferecem ao passarem a produzir


equipamentos de excelente qualidade, principalmente computadores, a preços acessíveis,
permitindo a popularização deles.

O crescimento da Internet é um dos maiores fenômenos tecnológicos do final do século XX e


início do século XXI. Comparativamente a outros meios de comunicação, como o
computador, a televisão e o rádio, a Internet atingiu à marca de 50 milhões de usuários em
apenas quatro anos, contra 13 da televisão, 16 do computador pessoal e 38 do rádio.

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Dentre os objetivos da convergência da base tecnológica estão:

 migrar as mídias impressas e não digitais para as digitais;

 propor uma arquitetura para implementação de bibliotecas digitais multimídia e


distribuídas;

 implementar protótipo de domínio público para validar a arquitetura proposta;

 fornecer ao mercado soluções tecnológicas que contribuam para seus clientes e


elevem sua performance, seja técnica, mercadológica, produtiva ou financeiramente.

Conseqüências da Nova Economia na sociedade da informação

A Nova Economia, como foi visto no capítulo 4, está fundamentada


em novos modelos de negócios advindos da infraestrutura que as
novas tecnologias da informação e da comunicação têm
proporcionado.

O uso intensivo dessas tecnologias tem acarretado grandes mudanças na forma de se


promover negócios. Dentre eles, destacam-se os negócios de comércio eletrônico (e-
business).

O Surgimento de Novos Mercados

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Não existem mais barreiras físicas ou geográficas que não possam ser ultrapassadas ou
vencidas pelas redes eletrônicas disponíveis. A Internet é a grande infraestrutura que
viabiliza isso, principalmente quando o alvo é o consumidor final.

As empresas têm visto nessas características vantagens competitivas que lhe permitam
abocanhar um filão ainda pouco explorado.

As transações que têm proporcionado o maior volume de negócios por meio eletrônico ainda
são as realizadas entre empresas, Business – to – Business - B2B.

O Surgimento de Novos Negócios

O ramo de prestação de serviços também tem se beneficiado das facilidades oferecidas pela
Internet. Novas empresas têm sido formadas para oferecer serviços baseados em tecnologia,
particularmente o comércio eletrônico. A complexidade dessa nova modalidade de negócios,
abrangendo mercados globais e locais, implica no oferecimento de novos produtos, busca de
novos parceiros e novos mercados para acompanhar a velocidade do e-business.

O Surgimento de Novos Desafios

O comércio eletrônico não traz apenas novas oportunidades, mas implica em novos desafios,
pois a concorrência na Nova Economia tende a ser mais agressiva e mais intensa, onde
mudanças ocorrem em várias áreas e em várias frentes.

Os Sistemas de Informação, os processos e atividades precisam estar ajustados e em


permanente adequação, a fim de oferecer ganhos de produtividade, rentabilidade e
resultados finais satisfatórios. Aos clientes serão oferecidos produtos diferenciados, aos
concorrentes devem ser impostas barreiras ou dificuldades e aos investidores o lucro
esperado.

O Surgimento de Novas Formas de Trabalho

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O emprego já não pode ser encarado como o era anteriormente. A rápida evolução
tecnológica da atualidade traz em seu bojo uma preocupação cada vez mais constante:
como compatibilizar o trabalhador clássico às novas demandas de empregos especializados,
automatizados e extremamente técnicos?

Novos empreendimentos têm surgido a cada dia, particularmente nas áreas de


comunicações, informática e serviços, caracterizando a abertura de mais empregos, cujas
vagas não são de imediato preenchidas, por falta de pessoas preparadas, treinadas ou
conscientizadas a respeito da nova realidade tecnológica.

Confortáveis posições ou empregos vitalícios são cada vez mais escassos no mercado de
trabalho. Profissionais acomodados, frutos de uma educação antiga e mal-orientada, correm
o risco de perder seus empregos ou de ficarem estacionados, assistindo a ascensão de
outros mais capacitados ou mais esforçados.

Luiz Pinto de Carvalho, em depoimento a Tercio Pacciti, diz que:

“As pessoas desempregadas têm dificuldades em ser reabsorvidas pelo


trabalho porque não estavam preparadas para as novas funções que surgem,
sempre de mais alto nível. (...). A tendência em longo prazo é toda a
humanidade deslocar-se para trabalhos de alto nível intelectual, destinado a
desenvolver, ajustar e controlar novos métodos (hoje, a quantidade de gente
em universidades e laboratórios de desenvolvimento já é incomparavelmente
maior que há um século, por exemplo; que dirá em dois séculos, três...). A
solução é proporcionar mais educação para todos, e que seja uma educação
capaz de formar pessoas com maior flexibilidade e adaptabilidade. Isto requer
certa ênfase nos conhecimentos básicos”. (PACCITTI, 1998, p.389)

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U NIDADE 10
Objetivo: Entender a necessidade da educação permanente que consolida a ideia que o
homem deve ser um eterno aprendiz

As Novas Fronteiras do Conhecimento

O contexto atual de globalização, alterando os costumes e padrões culturais da sociedade,


coloca a educação em uma posição estratégica e de um valor altamente desejado pelos
diversos setores dessa sociedade.

Vivemos em um mundo que se transforma; que nos transforma e que é transformado por
nós. O resultado mais visível deste processo tem sido a rápida obsolescência do
conhecimento, levando as pessoas a reciclarem-se continuamente. Esta necessidade de
educação permanente consolida a ideia que o homem deve ser um eterno aprendiz.

Essa nova visão é frequentemente apontada como uma das possibilidades de ser gerador de
uma transformação, que permita à sociedade superar todos os seus impasses, crescer
harmoniosamente, promover a disseminação da cultura, proporcionar o desenvolvimento
econômico equilibrado e com justiça social.

O acelerado desenvolvimento científico e tecnológico dos últimos anos tem induzido a


profundas reflexões sobre o impacto da tecnologia sobre as novas formas de organização da
produção e sobre as relações humanas.

As fronteiras do conhecimento têm sido expandidas, o que vem questionando verdades,


derrubando mitos, construindo novos paradigmas, ultrapassando os limites dos espaços
geográficos e sociais, gerando uma multiplicidade de informações de assimilação complexa.

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O Novo Cidadão da Sociedade da Informação

O perfil do cidadão moderno, na era da globalização, deverá estar


de acordo com o conceito de empregabilidade, isto é, estar em
condições de participar de vários tipos de trabalho,

multiespecializado.

Empregabilidade é a capacidade que um profissional tem de estar


empregado. É determinada pelos conhecimentos atualizados que
tem e pela habilidade para desempenhar várias tarefas e funções. Portanto, as pessoas com
maior empregabilidade estarão fadadas ao sucesso.

Com a globalização da economia, mercados são ampliados, mudanças e transformações são


necessárias para gerar novas oportunidades de trabalho.

As pessoas precisam ter iniciativas próprias, identificarem novas oportunidades, estarem


comprometidas, terem qualidade. Hoje, o profissional precisa ser mais criativo, ser um
grande gerador de ideias, precisa saber trabalhar em equipe e ter visão global.

Na atual sociedade, estamos inseridos numa roda viva, onde os bem sucedidos são aqueles
que antecipam cenários, não existindo espaço para os demais. Vivemos num mundo que
caminha para novas ideias e a vida trata as pessoas de acordo com suas atitudes. Este
mundo de experimentação, que rege o destino, está centrado no poder da realização.

A empregabilidade está condicionada ao comportamento do trabalhador na sociedade.


Planejar, agir diferente, ter capacidade de inovação, atualizar e desenvolver-se profissional e
pessoalmente, são valores que proporcionam mais satisfação no trabalho e na convivência
social.

Para o mercado de trabalho não basta ser o melhor especialista em determinada área. É
exigida versatilidade. Precisa conhecer a rotina, mas também estar preparado para sair dela
a qualquer momento.

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Precisa ter o desprendimento para fazer parte de uma equipe, mas também estar preparado
para ser líder. Precisa ser criativo, mas também saber quando acatar ordens. Precisa ter
iniciativa, mas também ter cuidado para não invadir espaços alheios. Precisa ser inovador,
mas também desprezar as antigas técnicas.

Precisa ser bem relacionado, mas também ser discreto. Precisa estar seguro do que sabe,
mas também ser humilde para aprender sempre. Precisa saber todos os detalhes, mas
também ter a visão do todo. Precisa ter os pés no presente, mas também os olhos no futuro.
Precisa trabalhar como máquina, mas também ser humano. Precisa desempenhar bem sua
função, mas também estar preparado para aprender mais e mais, para garantir sua condição
de empregabilidade.

A velocidade das informações, o domínio de diversos idiomas, e o conhecimento


compartilhado, principalmente com o advento da Internet, exige que este cidadão, para não
ficar defasado ou obsoleto, esteja em busca do maior acúmulo de informações possíveis.

A universalização dos serviços

Um dos maiores problemas enfrentados pela Sociedade da Informação diz


respeito à busca de soluções que facilitem ou promovam a inserção ou
acesso de todos os indivíduos aos serviços oferecidos pelas tecnologias da
informação e da comunicação.

Pessoas de diversas regiões e de diversos segmentos sociais devem,


também, ter acesso à Internet e aos serviços disponíveis na grande rede.

A este conceito de difusão de acesso às redes e aos serviços on-line, chama-se


universalização.

A universalização, na amplitude da palavra, expressa o sentido de democratização, pois para


tornar possível o acesso de todos à Internet é necessário incluir a alfabetização digital, a

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aquisição de habilidades ao trato com o computador, o atendimento a portadores de
necessidades especiais e aos interesses individuais e comunitários.

Propor a universalização dos serviços é um desafio constante, capaz de buscar soluções na


velocidade em que as novas tecnologias vão se desenvolvendo, atender as demandas cada
vez maiores por serviços on-line, acompanhar as necessidades de ampliação e melhoria da
infraestrutura de telecomunicações e de acesso do cidadão aos serviços disponíveis na
Internet.

Cabe ao Estado tomar a iniciativa de atender aos segmentos da sociedade de baixa renda e
aos mais desfavorecidos. Parcerias com o setor privado são bem-vindas e capazes de
mobilizar setores em prol das comunidades.

A Lei Geral de Telecomunicações, no seu artigo 79, parágrafo 1º, conceitua que as
“obrigações de universalização são as que objetivam possibilitar o acesso de qualquer
pessoa ou instituição de interesse público a serviço das telecomunicações,
independentemente de sua localização e condição socioeconômica, bem como as
destinadas a permitir a utilização das telecomunicações em serviços essenciais de interesse
público”.

Diversos governos têm buscado oferecer a universalização ao acesso à Internet através de


três linhas de ação: educação pública, informação para a cidadania e serviços de acesso
público à Internet.

O presidente da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Yoshio Utsumi, declarou,


em 16 de agosto de 2002, no Fórum de Altas Autoridades das Telecomunicações, em
Washington, que “a Sociedade da Informação provocará uma transformação muito profunda
nas nações e exigirá o estabelecimento de uma estratégia global para que os benefícios das
tecnologias da informação cheguem a todos os povos”.

Para Utsumi, informação, conhecimento e comunicações são requisitos prévios para o


desenvolvimento do ser humano, além de ferramentas essenciais para a consolidação social,
política e cultural das nações. Ele acredita ser fundamental pensar nas tecnologias, mas

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também nos acessos à informação e suas aplicações, para que a sociedade atinja objetivos
mais amplos, como a erradicação da pobreza.

Na área do ensino público, muitas iniciativas vêm sendo dirigidas no sentido de proporcionar
investimentos que viabilizem a rede pública o acesso à Internet. Outros investimentos são
dirigidos ao treinamento de professores, dando-lhes condições de desenvolver novas
metodologias que resultem em melhoria na qualidade da educação e do ensino.

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Objetivo: Saber que na “sociedade atual e futura, o conhecimento, cada vez mais, assume
um papel central e importante para o desenvolvimento pessoal e da sociedade.

A importância da educação na sociedade da informação

Segundo SILVA (2002), na “sociedade atual e futura, o


conhecimento, cada vez mais, assume um papel central. Os
recursos econômicos básicos passam a contar, além do capital,
dos recursos naturais e da mão de obra, com o aporte dos
conhecimentos necessários aos processos produtivos e de
negócios”.

Nos dias de hoje, as palavras-chave para as empresas alcançarem a sobrevivência no


mundo globalizado são: qualidade, produtividade e competitividade.

Os avanços obtidos pelas empresas nas áreas de manufatura, administrativa, financeira,


tecnológica e de marketing, proporcionaram positivas mudanças na gestão de negócios,
sendo a razão da abertura de novas oportunidades nos mercados competitivos e
globalizados.

A manipulação da informação e do conhecimento incorporado e gerado pela própria


organização tem auxiliado na inovação e na gestão dos novos negócios.

Para atender as novas demandas, cada vez mais as empresas precisam de pessoal
qualificado, bem treinado, de especialistas, de pessoas criativas e agentes da nova gestão
do conhecimento.

As novidades tecnológicas estão acessíveis em qualquer parte do mundo, bastando às


empresas identificarem o que desejam.

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O profissional que atenda ao perfil dessas novas organizações é dotado de capital
intelectual, matéria-prima do conhecimento, capaz de gerar riquezas a quem o detém.

Esse profissional é o novo personagem da economia no século XXI, pois é dotado do


principal recurso competitivo das empresas: O conhecimento.

O grande desafio para as organizações está em compatibilizar o desnível entre indivíduos,


empresas, regiões e países. As oportunidades ao desenvolvimento, à capacidade de
aprender e acesso às inovações são desiguais e muitas vezes injustas.

A educação na Sociedade da Informação vai além do simples treinamento de pessoas em


uma habilidade específica. Ela precisa voltar o foco para o uso intensivo das novas
tecnologias da informação e comunicação e também, sobretudo, capacitar os cidadãos a
serem competentes em suas atividades e participantes na produção de bens e serviços.

Esse cidadão, capaz de participar das tomadas de decisões fundamentadas no


conhecimento, capaz de operar habilmente diversos meios de produção e novas ferramentas
de trabalho, capaz de utilizar novas mídias, na medida em que forem surgindo e
incorporadas ao cotidiano da sociedade, sendo ainda, capaz de viver, trabalhar e contribuir
com a transformação da base tecnológica é o agente desejado pelas organizações da Nova
Economia.

Os profissionais da Sociedade da Informação devem ter um perfil que permitam às suas


organizações terem confiança suficiente em sua capacidade de usar adequadamente e
interpretar a informação.

Atualmente, o Brasil possui os melhores índices nos cursos de pós-graduação da América


Latina, onde o número de mestres e doutores aumentou muito, nas últimas décadas.

Essa comunidade científica tem mostrado excelência na produtividade internacional, tendo


atingido 1,1% da produção científica mundial, demonstrando um acréscimo de cerca de
150%, conforme dados de um dos principais órgãos de acompanhamento de produção
científica do mundo, o Institute for Scientific Information dos EUA.

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A participação dos cientistas brasileiros no desenvolvimento e sequenciamento genético da
bactéria Xylella Fastidiosa — responsável pela praga do amarelinho, que afeta 34% dos
pomares de laranja — e os êxitos nos projetos dos genomas da cana-de-açúcar, do câncer e
do microorganismo causador da esquistossomose, o Schistosoma mansoni têm demonstrado
que a comunidade científica brasileira tem valor e está apta a enfrentar novos desafios.

A dificuldade é absorver todos esses mestres e doutores no mercado de trabalho, nas


empresas de base tecnológica e nas indústrias que buscam agregar tecnologia em seus
produtos e serviços.

Desafios para o uso intensivo de Tecnologias de Informação na Educação

A instalação de uma infraestrutura básica que atenda as


necessidades das escolas e instituições de ensino é vista como
um dos grandes obstáculos devido a pouca atratividade de
investimentos, ao grande número de usuários, à alta capilaridade
de alcance e a uma grande gama de serviços a oferecer.

A infraestrutura necessária para vencer os desafios é composta de:

 -disponibilidade de linhas telefônicas ou conexão direta das escolas com a Internet;

 -computadores e software educacionais, laboratórios ou salas de aula adequadas ao


ensino de informática.

Disponibilizar e manter essa infraestrutura básica são empreendimentos de alto custo, pois
implica em grandes gastos iniciais na aquisição, custos dos serviços de comunicação
(incluindo o acesso à Internet) e custos para atualização do hardware disponibilizado às
instituições (upgrade).

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Desafios da Formação Tecnológica

Não existem dúvidas de que a Tecnologia da Informação é um importante meio para


alcançar a modernidade e a e a competitividade de todos os setores produtivos da atividade
econômica do País e, consequentemente, se faz necessário apoiar o seu desenvolvimento.

Os planos de Capacitação Tecnológica, revistos a partir da década de 90, abrangem uma


visão em que as tecnologias de informação e comunicação devem ser baseadas nos
seguintes aspectos: Geração, Aplicação e Uso, conforme figura 4.

Figura 4 - Fonte: SocInfo

O aspecto de Geração de Tecnologias diz respeito às conquistas obtidas através de


pesquisas. Essas tecnologias são transferidas ao setor produtivo que se encarrega de aplicá-
las em bens e serviços. A disseminação das tecnologias ocorre por meio do uso pelos
clientes, dos bens e serviços incorporados à tecnologia.

No Brasil e nos países em desenvolvimento faltam pessoas capacitadas e aptas a participar


da geração e aplicação de tecnologias de informação e comunicação. Para que essa
carência seja resolvida, somente através da Educação, em todos os níveis de ensino, será
possível treinar e capacitar técnicos que atendam às demandas solicitadas.

Os enfoques na área educacional para capacitar os recursos humanos em Tecnologias de

Informação são:

 promover Alfabetização Digital do ensino fundamental ao ensino superior, incluindo as


áreas de especialização e de extensão, através de novos currículos;

 produzir a Geração de Novos Conhecimentos, em nível de graduação e


principalmente em nível de pós-graduação, nas áreas relacionadas com a Tecnologia

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da Informação, particularmente nos cursos de Ciência e Engenharia de Computação
Telecomunicações, Ciências da Informação e outras;

 promover, desde o Ensino Médio, por meio de cursos técnicos, a aplicação de


Conhecimentos em Tecnologias de Informação, estendendo, também, aos cursos de
graduação e de pós-graduação para a produção ou aperfeiçoamento de bens e
serviços;

 promover a aplicação de tecnologias, em quaisquer áreas não ligadas à Tecnologia da


Informação, como saúde ou transporte; dotando os profissionais daquelas áreas de
alfabetização digital habilitando-os a de lidar com o ambiente tecnológico de forma
competente.

Benefícios do uso de Tecnologias de Informação na Educação

Vencidos os desafios iniciais, a Educação só tem a ganhar com o uso de tecnologias no


ensino. Duas grandes áreas já vêm sendo exploradas na área de Tecnologia Educacional: a
multimídia e o uso intensivo das redes para trabalhos colaborativos.

A Educação a Distância surge como um novo paradigma a ser vencido. O e-learning (ensino
eletrônico) tem proporcionado significativo aumento de alunos em palestras, cursos e
treinamentos. A possibilidade de facultar o estudo continuado, não presencial, em qualquer
horário em qualquer lugar, facilitada pela Internet, tem sido uma bandeira do Ensino a
Distância.

Os materiais instrucionais também têm sofrido grandes modificações com o advento de

‘.l tecnologias. Novas formas de interação e comunicação, entre tutores e alunos, oferecem
interatividade e boa comunicação entre instrutores e instruídos.

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U NIDADE 12
Objetivo: Ampliar o papel dos profissionais que lidam com a informação, gerenciar a
informação, no lugar da tecnologia e associar os conhecimentos, são as preocupações da
Ecologia da Informação.

Ecologia da Informação

Ao mesmo tempo em que aumenta o volume de informações disponível aos profissionais e


empresas, as dificuldades em lidar com os dados disponíveis de maneira produtiva e rentável
começam a se tornar preocupantes.

Neste cenário, apresentam-se propostas revolucionárias sobre a forma de administrar os


sistemas de informação, buscando uma abordagem ecológica que leve em conta o fluxo e o
controle da informação na empresa como um todo. Sob esta ótica, a informação e o
conhecimento são criações humanas, e as grandes organizações só serão bem-sucedidas
se perceberem que o fluxo de informações depende das pessoas, não de equipamentos.

A utilização da expressão ecologia, como metáfora, vem da experiência dos estrategistas de


negócios e estudiosos das organizações, a exemplo de Henry Mintzberg. .

Conceito e Aplicações

São inegáveis os benefícios do avanço tecnológico, das facilidades promovidas pelo


processo de comunicação entre as pessoas. Não sabemos bem se o processo de
globalização é tão benéfico quanto alardeado, mas, sem sombra de dúvidas, foi provocado e
impulsionou o avanço tecnológico.

Cada um em seu trabalho, procurando conviver com esses avanços e adaptá-los aos
métodos e rotinas de trabalho, e os profissionais das diversas áreas do conhecimento, cada
vez mais, trabalhando de maneira integrada.

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Se antes convivíamos com os computadores de grande porte, hoje estamos familiarizados
com os micro-computadores. Navegar nos sistemas de informação disponíveis é questão de
tempo, não assusta nenhum usuário, nem mesmo o bibliotecário, por exemplo, e tornou-se
filosofia de trabalho dos profissionais de desenvolvimento de tecnologias que transferem aos
usuários a capacidade de manipular, segundo suas necessidades, os sistemas por eles
desenvolvidos.

Se antes a informação era privilégio de uns poucos, hoje se torna mais disponível e de fácil
acesso a todos.

O conceito de gestão da informação e de informação, como poder, extrapolou barreiras e


códigos profissionais.

Ampliar o papel dos profissionais que lidam com a informação, gerenciar a informação em
vez da tecnologia, associar os conhecimentos, são as preocupações da Ecologia da
Informação, que enfatiza o ambiente da informação em sua totalidade, levando em conta: os
valores e as crenças empresariais sobre informação (cultura); o modo como as pessoas
realmente usam a informação e o que fazem com ela (comportamento e processos de
trabalho); as armadilhas que podem interferir no intercâmbio de informações (política); e
quais sistemas de informação já estão instalados apropriadamente (tecnologia).

Por sua vez, o processo de gestão da informação está associado aos princípios
fundamentais de gestão organizacional. O planejamento do ambiente de informação de uma
empresa é tratado em sua totalidade, substituindo a prática de privilegiar pequenos nichos
organizacionais independentes, ou seja, concentrar esforços em algumas áreas (tecnologia,
controles, orçamento, por exemplo) em detrimento de outras e do negócio principal das
instituições.

O uso eficiente de uma pequena quantidade de informação substitui a preocupação com a


geração de enormes quantidades de informação. O ponto essencial dessa nova abordagem
é que ela procura devolver o homem ao centro do mundo da informação, colocando a
tecnologia a serviço dele (homem) e não no seu comando.

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A importância do desenvolvimento de uma estratégia global para o uso da informação é
condição básica e representa a possibilidade de fazer escolhas, sem definir um plano
imutável.

O gerenciamento da informação pode ser utilizado tanto para distribuir o poder como para
centralizá-lo. Algumas instituições efetivamente centralizam o controle da informação, outras
empregam técnicas similares para promover o acesso às informações e envolver mais
pessoas na tomada de decisão. É, de fato, uma questão de escolha.

A essência da política da informação é formada por quem faz a escolha e pelas


consequências que essa escolha determina.

Associando-se aos conceitos de cultura e desenvolvimento organizacionais, ele aponta o


papel principal do ecologista da informação, qual seja: mudar a maneira como as pessoas
usam a informação, identificar seu comportamento, dosar o nível e quantidade de informação
que pode ser percebida e internalizada pelos usuários, e como devem construir uma cultura
informacional.

Administrar a informação não é um fato isolado. Constitui-se um processo completo, ou seja,


um conjunto estruturado de atividades que incluem o modo como as instituições obtêm,
distribuem e usam a informação e o conhecimento, e, para tanto, identificar todos os passos
de um processo informacional – as fontes envolvidas, as pessoas que afetam cada passo, os
problemas que surgem – podem indicar o caminho para mudanças que realmente fazem
diferença.

O lugar da tecnologia da informação está reservado ao processo de arquitetura da


informação, que se constitui em uma série de ferramentas que adaptam os recursos às
necessidades da informação. Um projeto bem implementado, estrutura os dados e facilita
seu uso. Não devemos nos esquecer, jamais, que por mais desenvolvidas que sejam as
informações, normalmente encontram-se muito dispersas nas organizações.

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A prática da gestão de redes: Uma necessidade estratégica da Sociedade da
Informação

Ana Cristina Fachinelli - Christian Marcon - Nicolas Moinet

Mais do que nunca as redes fascinam, perturbam e inquietam nossas sociedades ocidentais
mergulhadas numa complexidade turbulenta. Sob os holofotes, as redes tecnológicas
transformam profundamente nossa sociedade da informação e alteram ações estratégicas. A
esta expansão, responde uma dinâmica potente de construção de redes de atores.
Indivíduos, empresas e organizações tecem laços flexíveis que os tornam coletivamente
mais inteligentes, ou seja, mais ágeis no processo de adaptação antecipada ou na resposta
às diferentes contingências contextuais. Redes e estratégias entrelaçam-se numa noção
mais ampla voltada ao desenvolvimento da capacidade de agir e decidir num universo no
qual, novas tecnologias de comunicação e informação misturam-se à cultura de redes. Para
compreender esse universo, novas referências e estratégicas se fazem necessárias assim
como, o domínio de alguns aspectos importantes no que concerne a aplicação de estratégia
de rede.

Antes de criar, de dinamizar ou simplesmente de fazer parte de uma rede, é fundamental


bem compreender a noção de redes. A etimologia da palavra indica para o latim retis que
designava um tipo de malha para prender pássaros, pequenas caças ou peixes. A noção de
rede remete primitivamente à de captura, de caça. Por transposição, a rede é assim um
instrumento de captura de informações. Esta referência à malha é mais evidente em inglês,
pois rede é "network", literalmente uma "rede que trabalha". Imediatamente a noção de rede
aparece mais dinâmica nesta língua que fala mesmo de "networking". Assim podemos
encontrar na capital japonesa um pequeno livro intitulado “Networking in Tokyo", verdadeiro
guia para "fazer redes” e mais precisamente para conhecer as redes de empresas no qual,
todas as pessoas que dominem a língua inglesa, poderão encontrar assuntos de seus
interesses e/ou negócios!

Evidenciar as relações entre atores não é suficiente para enunciar a existência de uma
verdadeira rede. Uma agenda de endereços, não mais que um anuário de diplomados, não

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constitui rede, mas sim uma matéria-prima relacional. Para que a rede ganhe corpo, é
necessário que um projeto concreto, coletivo, voluntário, proporcione uma dinâmica
específica às relações pré-existentes. Além disso, para adquirir uma dimensão estratégica,
uma rede deve interagir com o campo de ação no qual ela se inscreve. Em resumo a
estratégia de rede supõe compartilhar um projeto que se inscreve num campo de ação.

Ao escolher regras de organização que rompem com o modelo tayloriano da autoridade


hierárquica imposta, a rede renuncia às referências habituais que condicionam os
comportamentos. Por exemplo, todo subalterno beneficia-se, geralmente, do relativo conforto
conferido pela aplicação de medidas decididas em nível superior: a responsabilidade é de
outrem, de uma autoridade que lhe solicita ao menos, estar motivado. Se o discurso e a
realidade da empresa tendem à distanciar-se desta caricatura de organização hierárquica, o
mergulho na rede impõe uma ruptura comportamental brutal. É preciso implicar os homens
mais do que aplicar medidas. As lógicas do management em rede não nos são habituais. A
autoridade não se decreta, é adquirida por adesão. A participação ao projeto não se impõe, é
obtida por implicação. A responsabilidade não se segmenta, cada um é corresponsável. Os
laços não se auto mantém em razão de uma participação imposta, eles se alimentam da
convivência e da confiança que a sociabilidade própria à rede gera.

Diz-se frequentemente que para receber é preciso dar, é a lógica da troca direta e
condicionada, dá-se em função do que se recebe e vice-versa. Mas este tipo de postura é
ainda mais prudente e implica outros pensamentos por detrás numa situação de
estratégia/rede. (...) Dentro deste mesmo espírito de continuidade e duração, deve-se gerar
uma dinâmica de aprendizagem. (...)

Esta aprendizagem permite, a cada membro, imaginar novas soluções a novos problemas,
deixando a cada um uma margem de iniciativa e de interpretação pessoal.

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U NIDADE 13
Objetivo: “Examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas com as novas formas
eletrônicas de interação”. Consiste no desenvolvimento de ações para a melhoria de
prestação de serviços pela Internet, com menores custos e mais qualidade, além de maior
transparência e estímulos ao controle social.

O Governo Eletrônico

O Governo Eletrônico (E-Gov) teve início através do Grupo de Trabalho


em Tecnologia da Informação – GTTI, por meio de Decreto Presidencial de
três de abril de 2000, cuja finalidade era “examinar e propor políticas,
diretrizes e normas relacionadas com as novas formas eletrônicas de
interação”.

Neste ambiente de transformações, este documento apresenta uma proposta de política de


governo eletrônico para o poder executivo federal, que pretende ser, no contexto mundial,
um agente democrático, estratégico, socialmente justo e ao mesmo tempo eficiente na
prestação de serviços aos seus cidadãos.

O Grupo de Trabalho propôs em 20 de setembro de 2000 uma “Proposta de Política de


Governo Eletrônico para o Poder Executivo Federal”.

Dentre os macros objetivos dessa proposta está o seguinte:

...estabelecer um novo paradigma cultural de inclusão digital, focado no


cidadão/cliente, com a redução de custos unitários, a melhoria na gestão e
qualidade dos serviços públicos, a transparência e a simplificação de
processos. Para tanto é necessária a conscientização de ter a informação como
fator estratégico de construção da base cultural e comportamental de uma nova
sociedade e de um novo modelo de gestão pública. Também a cooperação,
convergência e integração das redes e dos sistemas de informações do

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governo são fundamentais. Neste processo será importante o compartilhamento
de recursos do governo, a unicidade e troca de informações entre aplicações, e
a responsabilização e credenciamento de gestores da informação, que permita
uma integração das redes de governo, com independência, respeitando as
peculiaridades setoriais dos órgãos. (GTTI, 2000, p. 5)

O Programa Governo Eletrônico consiste no desenvolvimento de ações para a melhoria de


prestação de serviços pela Internet, com menores custos e mais qualidade, além de maior
transparência e estímulos ao controle social.

A execução do Programa tem a colaboração de todos os ministérios. A melhoria do trabalho


interno do governo, o aperfeiçoamento da relação com fornecedores e melhor atendimento
ao cidadão são os principais objetivos do E-gov.

Os trabalhos desenvolvidos no Programa Governo Eletrônico têm partido do pressuposto do


aumento da eficiência da Administração Pública, na promoção da melhoria das condições de
vida dos cidadãos. A administração pública está voltada para cidadãos, desempenhando
suas funções enquanto organização, integrada, eficiente e transparente, graças à utilização
intensiva das novas formas eletrônicas de interação.

Conceito de E-Gov

https://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos

E-gov pode ser definido pelo o uso da tecnologia para aumentar o acesso e melhorar o
fornecimento de serviços do governo para cidadãos, fornecedores e servidores.

O E-gov envolve três tipos de transações: Government to Government - G2G, quando se


tratar de uma relação intra ou intergovernos, Government to Business - G2B, caracterizado
por transações entre governos e fornecedores e Government to Consumer - G2C envolvendo
relações entre governo e cidadãos. Estas transações ocorrem não apenas por meio da
Internet, mas também por meio de telefonia móvel, televisão digital, call centers e outros

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tipos de aplicações ligadas aos computadores. Em linhas gerais, as funções características
do E-gov são:

 prestação eletrônica de informações e serviços;

 regulamentação das redes de informação, envolvendo principalmente governança,


certificações e tributação;

 prestação de contas públicas, transparência e monitoramento de execução


orçamentária.

 ensino à distância; alfabetização digital e manutenção de bibliotecas virtuais;

 difusão cultural com ênfase nas identidades locais, fomento e preservação de culturas
locais;

 e-procurement, isto é, aquisição de bens e serviços por meio da Internet, como


licitações públicas eletrônicas, pregões eletrônicos, bolsas de compras públicas
virtuais e outros tipos de mercados digitais para bens adquiridos pelo governo; e

 estímulo aos E-negócios, através da criação de ambientes de transações seguras,


especialmente para pequenas e médias empresas.

O E-gov consiste na oferta de serviços e informações em meio eletrônico e Internet:

 de forma contínua (24 x 7 - 24 horas x 7 dias por semana);

 de forma integrada;

 de qualquer ponto;

 com rapidez e resolutividade;

 com transparência e controle social.

Metas do Governo Eletrônico

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Para o Cidadão/Cliente e para as Empresas

Desenvolvimento e implantação do Cartão do Cidadão Unificado, através da


coordenação entre os Ministérios da Previdência e Assistência Social, da
Saúde, da Fazenda, da Justiça e do Planejamento.

Implantação do projeto piloto: Ponto Eletrônico de Presença (PEP), para pequenas


localidades, com a implantação inicial de 100 PEP's devendo atender qualquer localidade
brasileira com mais de 600 habitantes, com previsão de 250 mil PEP’s em todo o país.

Desenho e implantação de um sistema de “call-center” e Ouvidoria, para o atendimento ao


cidadão por número de telefone único.

Definição de Políticas de divulgação de informações e serviços de todos os órgãos do Poder


Executivo Federal.

Campanha Publicitária de divulgação das iniciativas em tecnologia da informação e


comunicações.

Incentivos gerais à expansão da Internet, por meio de iniciativas dos Ministérios da Ciência e
Tecnologia, Desenvolvimento Indústria e Comércio e da Fazenda.

Disponibilização na Internet de todos os serviços prestados ao público pelo Governo Federal


(todos os ministérios).

Normatização e implantação de documentos eletrônicos intra e extra governo.

Normatização e implantação da infraestrutura de chave pública (ICP-gov) para garantir a


segurança, certificação e privacidade nas comunicações (iniciativas do Gabinete de
Segurança Institucional, Ministério do Planejamento e Ministério do Desenvolvimento, da
Indústria e do Comércio).

Desenvolvimento e implantação da opção de pagamentos eletrônicos entre governo,


empresas e cidadãos.

Programa de informatização das ações educacionais (Ministério da Educação).

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Implantação da Rede Nacional de Informação em saúde (Ministério da Saúde e DATASUS).

Sistema Iintegrado de Segurança Pública (Ministério da Justiça, Gabinete de Segurança


Institucional e Ministério do Planejamento).

Para a Gestão Interna do Governo

Constituição e implantação do Conselho Interministerial de Governo Eletrônico.

Realização de inventário dos recursos de tecnologia da informação do Poder Executivo


Federal (iniciativa do Ministério do Planejamento).

Projeto Piloto da rede Br@sil.gov.

Rede Multiserviço - Br@sil.gov. Integração das Redes Governamentais.

Desenvolvimento e implantação do diretório e mensageria do Governo Federal.

“Orientação aos órgãos para o desenvolvimento de páginas web,”. gov”

Implantação do Pregão Eletrônico para a compra de bens e serviços no âmbito do governo


federal, através de iniciativa do Ministério do Planejamento.

Desenvolvimento e implantação de sistemas de informações estratégicas como suporte ao


processo decisório no Governo Federal.

Elaboração e monitoramento de Planos de serviços e investimentos em tecnologia da


informação e comunicações.

Catálogo de aplicações e bases de dados.

Investimentos e Tecnologias de Rede

No Plano Plurianual de Investimentos em Ciência e Tecnologia foram


planejados, aproximadamente, investimentos de R$ 3,4 bilhões de
reais até o ano de 2004, para colocar o país em condições de operar a

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Internet com todos os requisitos técnicos já existentes nos países mais avançados, tanto no
que diz a velocidade de transmissão de dados, quanto aos novos serviços e aplicações.

Grande parte das aplicações do governo eletrônico utiliza a infraestrutura das Redes
Metropolitanas de Alta Velocidade (REMAV).

Estágios de Desenvolvimento do E-gov

O e-gov abrange quatro diferentes tipos de estágios:

Primeiro estágio

Consiste da criação de sites na Internet para a difusão de informações sobre os demais


diversos órgãos e departamentos dos diversos níveis de governo.

Eventualmente, esses sites são reunidos em um portal, que nesse estágio consiste apenas
em uma espécie de catálogo de endereços dos diversos órgãos do governo.

Segundo estágio

Os sites passam a também receber informações e dados por parte dos cidadãos, empresas
ou outros órgãos. A comunicação neste caso torna-se uma via de mão dupla.

O contribuinte pode enviar sua declaração de imposto de renda; são criados endereços
eletrônicos para receber reclamações ou sugestões; firmas se cadastram eletronicamente
para o fornecimento de serviços; dados são transferidos, usando a Internet, de um
departamento para um órgão central, e assim por diante.

Terceiro estágio

As transações se tornam mais complexas. Nelas são realizadas operações como


pagamentos de contas e impostos; educação à distância, matrículas, marcação de consultas,
compras, etc. Em outras palavras, além da troca informações, valores são trocados e

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serviços anteriormente prestados por um conjunto de funcionários atrás do balcão, são agora
realizados usando uma plataforma de rede e uma interface direta e imediata com o cidadão
ou empresa. Isto implica adaptação nos processos de trabalho.

Quarto estágio

As adaptações tornam-se mais complexas. O desenvolvimento é um portal de convergência


de todos os serviços prestados pelo governo.

O serviço é disponibilizado por funções ou temas, e não segundo a divisão real do governo
em ministérios, secretarias, departamentos, etc. Assim, ao lidar com o governo, cidadãos ou
empresas não precisam mais se dirigir a inúmeros órgãos diferentes. É possível resolver
tudo em um único lugar.

Recursos Financeiros

Parte dos recursos financeiros destinados ao Programa do Governo Eletrônico é oriundo do


Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST). Este fundo foi
instituído com a finalidade de prover recursos para o cumprimento das obrigações de
universalização dos serviços de telecomunicações, sejam em projetos e atividades ou
ampliação dos meios existentes.

Também foram incluídos no Plano Plurianual e de Diretrizes Orçamentárias e no Orçamento


Anual do Governo Federal propostas para que a Administração Pública Federal tenha
recursos de investimento e de custeio nas áreas de Tecnologia da Informação e de
Comunicação.

Governo e a implementação de certificação digital:

http://br.youtube.com/watch?v=-hSLnoXKL2Y

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U NIDADE 14
Objetivo: Identificar, encontrar e explorar adequadamente e eficientemente as "janelas de
oportunidades" nas áreas capital humano, tecnologia e flexibilidade institucional constitui-se
um grande desafio no contexto da economia mundial.

Tecnologias e Aplicações

Foi possível identificar nas unidades anteriores a importância e o uso das Tecnologias de
Informação e da Comunicação no seio da Sociedade da Informação.

As transformações que estão ocorrendo na economia mundial estão forçando os países


como o Brasil, a buscarem uma nova estratégia de desenvolvimento, baseada na trilogia do
capital humano, tecnologia e flexibilidade institucional.

Identificar, encontrar e explorar adequadamente e eficientemente as "janelas de


oportunidades" nessas áreas constitui-se um grande desafio no contexto da economia
mundial.

Veremos nesta unidade, as tendências das aplicações da Infovia sob os aspectos da


convergência tecnológica.

Tecnologias e aplicações

A difusão, cada vez mais rápida, da tecnologia na Sociedade da


Informação coloca os países em desenvolvimento em uma “saia justa”,
porque é difícil acompanhar a evolução tecnológica em todas as áreas e
não há recursos disponíveis para investimentos na geração de todas as
inovações que surgem.

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Para sair dessa “saia justa” é necessário identificar e selecionar um conjunto de tecnologias
que permitam a composição de parcerias, a definição de projetos que apliquem essa
tecnologia a médio e longo prazo e que, também, permitam a integração com o parque
tecnológico existente.

Ao Estado compete: ter uma visão coerente das necessidades do país e suas oportunidades
tecnológicas; propor uma articulação de parceria entre empresas e instituições voltadas às
áreas de Pesquisa e Desenvolvimento; e formular projetos que viabilizem a geração e
aplicação dessas tecnologias.

As tecnologias consideradas “maduras”, isto é passíveis de aplicação imediata, são


classificadas em dois grupos distintos: as de aplicação em curto prazo em bens e serviços
conhecidos como tecnologias capacitadoras e as de aplicação em médio prazo (em torno de
5 anos), de impacto médio e ainda não totalmente maduras, chamadas de tecnologias-
chave.

Em 1996, a França fez o levantamento de 100 (cem) tecnologias-chave para identificar o que
seria importante para a indústria francesa e onde deveria haver ênfase de investimentos.

Essas tecnologias-chave foram classificadas em nove áreas: Construção e Infraestrutura,


Energia, Materiais, Meio Ambiente, Produção, Instrumentação e Medidas, Tecnologias de
Informação e Comunicação, Tecnologias Organizacionais e de Gestão e Saúde e
Tecnologias de Vida. Da área de Tecnologias de Informação e Comunicação foram
identificadas outras 32 (trinta e duas) tecnologias.

A Alemanha e Grã-Bretanha também tiveram iniciativas de previsão tecnológica (Foresight),


através da identificação de cenários de possíveis futuros para o desenvolvimento
tecnológico.

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Tecnologias-chaves viáveis ao Brasil

No Brasil, em 2001, o Ministério da Ciência e Tecnologia iniciou um estudo para identificar,


nos moldes do Foresight, uma estratégia para os próximos 10 anos, através do investimento,
no período de 2001 a 2005, de R$ 1,19 bilhão através dos Fundos Setoriais de Informática e
de R$ 880 milhões e de Telecomunicações. Espera-se que até o final de 2005 tenham sido
aplicados cerca de R$ 5,8 bilhões em iniciativas de capacitação tecnológica.

Algumas dessas tecnologias cujo desenvolvimento significa um posicionamento diferenciado


do Brasil frente ao ranking mundial de produção científica e acadêmica são – Celulares 3G,
Aplicações e redes wireless, conteúdos técnico-acadêmicos disponibilizados na internet,
processamento de linguagem natural, robótica, segurança, etc.

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U NIDADE 15
Objetivo Permitir a construção de redes sem fio com capacidade de transmissão a 144 kbps
em alta mobilidade e a 2 Mbps em comunicação a partir de um ponto imóvel, a partir da
utilização da faixa de freqüência de 1.9 Ghz .

Comunicação Celular de Terceira Geração

A Comunicação Celular de Terceira Geração (3G) é uma nova


especificação determinada pela International Mobile
Telecommunications 2000 (IMT-2000), que prevê e permite a
construção de redes sem fio com capacidade de transmissão a 144
kbps (kilobits por segundo) em alta mobilidade e a 2 Mbps (megabits por segundo) em
comunicação a partir de um ponto imóvel, a partir da utilização da faixa de freqüência de 1.9
Ghz (gigahertz).

Dentre os recursos oferecidos está um que permite que outras pessoas encontrem você por
meio de um único número. Você pode programar o sistema para as ligações serem
direcionadas para o telefone comercial durante o expediente, para a sua casa durante os
finais de semana e para o celular em períodos de viagem.

O serviço permite ainda que mensagens de texto de celular (SMS) sejam convertidas em voz
e direcionadas para caixas postais de telefones fixos e vice-versa. O sistema também é
compatível com fax.

 http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u22031.shtml

Na verdade, 3G não é uma tecnologia e sim um conjunto delas (cinco para ser mais preciso)
que tem por objetivo oferecer acesso móvel à Internet em alta velocidade —leia-se até 40

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Mbps. Tais tecnologias são uma evolução natural das que já existem, as chamadas de 2G
(ou segunda geração), que são TDMA, CDMA e GSM, suas velhas conhecidas.

Por exemplo, a terceira geração de celulares GSM é o WCDMA, que, por sua vez, tem outras
evoluções, ainda em terceira geração, que são conhecidas como HSDPA, HSUPA (traduza a
sopa de letrinhas na tabela abaixo).

A diferença entre elas fica justamente na velocidade de conexão que as tecnologias de


terceira geração alcançam na troca de dados e acesso à Internet. No caso dos celulares
CDMA, a evolução é a tecnologia chamada CDMA 2000.

É evidente que o uso das redes 3G é maior na Ásia do que em qualquer outro lugar porque
essa tecnologia nasceu por lá. Em outubro de 2000, a coreana SK Telecom foi pioneira no
uso comercial da tecnologia 3G, usando o padrão CDMA2000 1xRTT. A japonesa
NTTDoCoMo lançou serviços baseados em 3G um ano depois, usando WCDMA. Em 2002, a
SK Telecom inovou novamente ao usar 3G com CDMA2000 1xEv-DO, oferecendo serviços
multimídia através de celulares que operavam Symbian OS.

Atualmente existem mais de 40 fabricantes que fabricam aproximadamente 430 aparelhos


compatíveis com a tecnologia 3G na Ásia, Europa, América do Norte e América Latina. Com
relação à serviços, são mais de 40 operadoras em mais de 37 países que oferecem as
facilidades da banda larga nos dispositivos portáteis.

Neste cenário, o desenvolvimento de um sistema operacional que opere nos aparelhos


celulares de última geração tem um papel altamente relevante. As arquiteturas de hardware
e de rede devem encontrar subsídios na plataforma de software.

Com esse intuito, um consórcio formado por Ericsson, Nokia, Panasonic, Psion, Samsung,
Siemens e Sony-Ericsson foi criado em 1998 com o objetivo de suportar os avanços
previstos nas tecnologias de hardware e de rede no mercado de computação móvel.

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Perspectivas para a Tecnologia 3G
no Brasil

Parte 1

Newton Cyrano Scartezini

Consultor em Telecomunicações

Entre as tecnologias de 3G, a tecnologia WCDMA conta com 155 redes em


operação comercial, em 68 países, além de 163 novas licenças concedidas em
57 países. Existem 650 modelos de terminais WCDMA disponíveis
comercialmente, fabricados por 52 fornecedores, incluindo alguns de custo
bastante reduzido, resultantes da iniciativa “3G for All”, conduzida pela GSM
Association.

O caminho para as redes de banda larga sem fio foi iniciado pelo WCDMA e
evoluiu para um novo patamar, com o HSDPA (High Speed Downlink Packet
Access), que prevê velocidades de até 14,4 Mbps, e já conta com equipamentos
operando a até 7,2 Mbps, dependendo do terminal usado e da capacidade da
rede individual.

“A tecnologia 3G é uma tecnologia plenamente estabelecida no mundo, com


economia de escala e um caminho de evolução definido e seguro.”

É importante notar que a adoção generalizada e acelerada da tecnologia de


terceira geração não se deve exclusivamente à possibilidade de oferta de novos
serviços por parte das operadoras, mas também ao uso mais eficiente do
espectro, recurso escasso e consequentemente caro e ao seu menor custo por
volume de informações transmitido, como demonstram os dados a seguir:

Custo da Infraestrutura de rede por usuário por mês

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“O custo de transmissão de informações ao usuário cai significativamente em
relação a tecnologia 2G, permitindo a redução dos preços para acesso em banda
larga.”

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U NIDADE 16
Objetivo: Saber que o WAP é mais um serviço oferecido de acesso à Internet através da
telefonia celular e o seu paradigma é o de transformar o acesso à Internet via celular a uma
real necessidade e não apenas um modismo .

Protocolo de Aplicações sem Fio – Wireless Application Protocol – WAP

O WAP é um serviço oferecido de acesso à Internet através da telefonia celular. Há grandes


expectativas de realizações empresariais nessa tecnologia, tendo em vista que a conexão da
telefonia celular à Internet é uma realidade mundial.

O desafio a ser vencido diz respeito à quebra do paradigma de transformar o acesso à


Internet via celular apenas um modismo e não uma real necessidade.

O padrão WAP utiliza a linguagem XML e é um padrão aberto, desenvolvido e controlado


pelo WAP Fórum (http://www.wapforum.org), entidade que congrega as principais empresas
internacionais de telecomunicações e informática.

Os chamados sites da WWW são denominados "decks" e as páginas são os "cards". A


programação dos cards, utilizando WML é simples, mais declarativa e deve ser construída
com objetivos claros e diretos.

Por ser uma "tela" (visor do telefone) pequena e, na maioria dos aparelhos, monocromática,
deve-se criar Conteúdos (funções da aplicação) adequados e específicos, sem muitas
imagens e ‘cliques’. A isto chama-se GIGIGO (get in, get in, get out), ou seja, acessar, usar e
sair rapidamente e deve possibilitar, também, o que se conhece por "always on", estar
sempre disponível.

Através da programação WML pode-se otimizar aplicações integrando as funções do


aparelho celular, como chamadas a partir de opções, como uma agenda.

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Esta possibilidade de fazer chamadas diretamente de um link é parte da especificação do
"Wireless Telephony Applications" (WTA - Aplicações de Telefonia Sem Fio), incluído na
versão 1.2 WAP. Deve-se atentar para o fato de que nem todos os aparelhos WAP têm os
microbrowsers implementados com esta característica e muitos testes são necessários
durante o desenvolvimento

É similar às aplicações para WWW. Mesmo que o browser ofereça facilidades específicas,
há um risco em se desenvolver aplicações utilizando estas facilidades, pois, em outros
browsers pode não funcionar adequadamente. Para o desenvolvimento WAP é bastante
importante que se utilize sempre a especificação WML padrão, garantindo o funcionamento
com qualquer operadora de telefonia.

Até há pouco tempo, só era possível acessar a Internet por computador, mas agora a
tecnologia WAP (Wireless Application Protocol) traz a possibilidade de acessar sites no
próprio celular.

Há discussões sobre a dificuldade em digitar no teclado do telefone celular e tamanho do


display, porém, projetando aplicações para situações adequadas, as aplicações WAP têm
muito a oferecer e facilitar a vida das pessoas, assim como a WWW fez no uso dos
computadores pessoais.

A partir de estudos e testes, criaram-se aplicações WAP e hoje algumas estão


disponíveis ao Público, como DETRAN e outras para acesso restrito da
Secretaria de Segurança Pública - SESP, como o Policial On-Line e o DEPEN
On-Line, como protótipo.

1. DETRAN - é uma aplicação aberta ao Público que provê serviços de Débitos


de Veículos, Consultas pelo RENAVAN e outros. A aplicação está totalmente
integrada com a base de dados do DETRAN, o que garante informações
atualizadas e on-line. Esta aplicação garante acesso rápido, seguro e on-line para
qualquer usuário através de um telefone celular WAP e de qualquer lugar, por
exemplo, durante uma negociação de carros, além de diversas outras

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possibilidades.

2. POLICIAL ON-LINE - é uma aplicação restrita, de uso exclusivo da Polícia


Civil, que tem por objetivo possibilitar ao Policial ter acesso on-line a informações
de indivíduos, veículos e outros. Algumas das opções que o Policial do Paraná
pode ter à mão no seu dia a dia: informações gerais sobre Pessoas, a partir do
nome ou nome da mãe e/ou pai e/ou data de nascimento; informações sobre
Veículos (similar a aplicação do DETRAN), a partir da placa e/ou chassi;
informações estatísticas de roubos de veículos e conferência de disponibilização
de telefone úteis

3. DEPEN - é uma aplicação restrita de uso exclusivo da Secretaria de


Segurança Pública, de Diretores das Unidades Penitenciárias do Paraná e de
Juízes, para possibilitar acesso on-line às informações de Detentos, Situação,
Capacidade de Unidades Penitenciárias, Lotação e Vagas disponíveis, além de
outros. Algumas das opções que a aplicação DEPEN permite: Números -
contagem - de detentos por Unidade Penitenciária, vagas disponíveis, unidade
com excedentes, localização de detentos a partir de número do prontuário ou
número do Interno na VEP (Vara de Execuções Penais).

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U NIDADE 17
Objetivo: Entender que GPS é utilizado para determinação da posição de um receptor na
superfície da Terra ou em órbita.

Global Positioning Service

O Sistema de Posicionamento Global, conhecido por GPS (do acrônimo do inglês Global
Positioning System), é um sistema de posicionamento por satélite, por vezes incorretamente
designado de sistema de navegação, utilizado para determinação da posição de um receptor
na superfície da Terra ou em órbita.

RECEPTORES GPS

Existem receptores de diversos fabricantes disponíveis no mercado, desde os portáteis -


pouco maiores que um maço de cigarros - que custam pouco mais de 100 dólares, até os
sofisticados computadores de bordo de aviões e navios, passando pelos que equipam muitos
carros modernos.

Além de receber e decodificar os sinais dos satélites, os receptores são verdadeiros


computadores que permitem várias opções de: referências; sistemas de medidas; sistemas
de coordenadas; armazenagem de dados; troca de dados com outro receptor ou com um
computador; etc. Alguns modelos têm mapas muitos detalhados em suas memórias. Uma
pequena tela de cristal líquido e algumas teclas permitem a interação receptor/usuário

O GPS fornece coordenadas de localização geográfica aos terminais com antenas para
captar seus sinais. Os receptores fixam a posição calculando o tempo de percurso dos sinais
de rádio até pelo menos três de 24 satélites GPS que giram em torno da Terra em órbitas
conhecidas. Embora o GPS tenha sido desenvolvido para ir ao encontro das necessidades
militares, logo foram desenvolvidas técnicas capazes de o tornar útil para a comunidade civil:

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A ligação do GPS com o SIG (Sistemas de Informação Geográfica) gerou um grande
interesse por parte do mundo empresarial ligado ao setor do transporte de mercadorias. Já
muitas empresas adotaram sistemas conjuntos GPS/SIG para fazer gestão e monitorização
de frotas.

Alguns serviços de proteção civil já estão também utilizando o


GPS. A esquadra de salvamento Norte Americana utiliza desde
1992 um receptor Trimble Transpak em ambulâncias com o
objetivo de guiar os helicópteros de serviços médicos até elas
muito mais rapidamente e em situações onde a visibilidade é
reduzida.

Os avanços tecnológicos da informática e da eletrotécnica vieram revolucionar o modo de


praticar topografia. Primeiro com o aparecimento dos instrumentos eletrônicos de medição de
distancias (EDM) e agora mais recentemente com os receptores GPS.

O GPS é hoje em dia utilizado em todas as aplicações topográficas, a sua precisão


milimétrica permite utilizá-lo para determinar ângulos, distâncias, áreas, coordenar pontos,
efetuar levantamentos, etc.

Alguns equipamentos úteis apenas recebem informação de um receptor GPS. Os dados são
continuamente enviados para o equipamento acoplado ao receptor, que os utiliza para outras
finalidades:

Mapa dinâmico: o receptor envia a posição para um computador portátil que a visualiza
através de um ícone sobre um mapa da região.

Piloto automático: o receptor alimenta continuamente um piloto automático com dados


atualizados, que os utiliza para ajustar a direção e permanecer no curso.

Registro automático de dados: transferência de dados obtidos durante o deslocamento para


a memória do equipamento acoplado ao receptor.

Mapeamento: transferência dos dados obtidos durante sua viagem.

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Pós-processamento: uso dos dados para cálculos
posteriores, reduzindo o efeito da disponibilidade
seletiva.

Um piloto automático é um bom exemplo de trabalho


associado. O receptor é conectado ao piloto automático
e o alimenta continuamente com a presente posição usando dados para ajustar a direção e
permanecer no curso, esses dados nunca retornam ao receptor. O receptor GPS deve usar
uma linguagem que o equipamento a ele associado possa entender.

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U NIDADE 18
Objetivo: Compreender que a Internet é um conglomerado de redes em escala mundial de
milhões de computadores interligados que permite o acesso a informações e todo tipo de
transferência de dados.

Conteúdos para Internet

A Internet tem crescido avassaladoramente, de forma exponencial,


sem regras rígidas e desorganizadamente.

Grande parte do conteúdo disponibilizado é de textos. Prevê-se que a


experiência de pesquisas na área de processamento de textos pode
contribuir na geração, tratamento e disseminação de conteúdos para a
Internet.

A Internet é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores


interligados que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados.

Ao contrário do que normalmente se pensa Internet não é sinônimo de World Wide Web.
Esta é parte daquela, sendo a World Wide Web, que utiliza hipermídia na formação básica,
um dos muitos serviços oferecidos na Internet.

A Web é um sistema de informação mais recente que emprega a Internet como meio de
transmissão.

Alguns dos serviços disponíveis na Internet, além da Web, são o acesso remoto a outras
máquinas (Telnet e SSH), transferência de arquivos (FTP), correio eletrônico (e-mail
normalmente por meio dos protocolos POP3 e SMTP), boletins eletrônicos (news ou grupos
de notícias), bate-papo on-line (chat), mensagens instantâneas (ICQ, YIM, Jabber, MSN
Messenger, Blogs), etc.

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Breve histórico

O que hoje forma a Internet começou em 1969 como a ARPANET, criada pela ARPA, sigla
para Advanced Research Projects Agency, ou Agência de Pesquisa de Projetos Avançados,
uma subdivisão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Ela foi criada para a guerra, pois com essa rede promissora, os dados valiosos do governo
americano estariam espalhados em vários lugares, ao invés de centralizados em apenas um
servidor. Isso evitaria a perda desses dados no caso de, por exemplo, se uma bomba
explodisse no campus.

Em seguida, ela foi usada inicialmente pelas universidades, onde os estudantes poderiam
trocar de forma ágil, para a época, os resultados de seus estudos e pesquisas.

Em Janeiro de 1983, a ARPANET mudou seu protocolo de NCP para TCP/IP. Em 1985
surge o FTP.

Contudo, a Internet como hoje conhecemos, com sua interatividade, como arcabouço de
redes interligadas de computadores e seus conteúdos multimídia, só se tornou possível pela
contribuição do Cientista Tim Berners-Lee e ao CERN, Conseil Européen pour la Recherche
Nucléaire - Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, que criaram a World Wide Web,
inicialmente interligando sistemas de pesquisa científicas e mais tarde acadêmicas,
interligando Universidades; a rede coletiva ganhou uma maior divulgação pública a partir dos
anos 90.

Em agosto de 1991, Tim Berners-Lee publicou seu novo projeto para a World Wide Web,
dois anos depois de começar a criar o HTML, o HTTP e as poucas primeiras páginas no
CERN, na Suíça. Em 1993 o Web Browser Mosaic 1.0 foi lançado, e no final de 1994 já havia
interesse público na Internet. Em 1996 a palavra Internet já era de uso comum,
principalmente nos países desenvolvidos, referindo-se na maioria das vezes a WWW.

Juntamente com as evoluções da internet, a World Wide Web teve um imenso crescimento
quantitativo e qualitativo. Os projetos web deixaram de ser exclusividade de órgãos públicos
e grandes corporações.

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A cada dia, milhões de sites, páginas pessoais e blogs são criados. Praticamente todos os
conteúdos existentes estão disponíveis para pesquisa na rede em enciclopédias livres como
a Wikipedia, escrita e atualizada pelos próprios usuários do projeto e em sistemas de busca
como o Google e o Yahoo!.

Em termos de acesso, esse cresce exponencialmente a cada ano, não somente em


quantidade de conexões como em relação às formas de conexão. O computador deixou de
ser o dispositivo exclusivo para a navegação na rede.

Existem agora inúmeros outros, como os celulares, PDAs, eletrodomésticos, videogames,


automóveis, etc. Muitos desses são experimentais e ainda necessitam de navegadores para
o acesso, contudo, essa característica tende a desaparecer, transformando esse
procedimento em algo mais natural, como assistir televisão.

Em relação à qualidade, houve melhorias gráficas, estruturais e informativas. Ocorreu a


transposição do conteúdo estático para o dinâmico, produzido e publicado em tempo real.

Ao hipertexto foram agregados recursos de som e vídeo em qualidades inimagináveis há


uma década. A qualidade da conexão, principalmente devido à banda larga (broadband),
possibilitou esses acréscimos.

O foco no usuário alcançou altos patamares, sendo hoje a web o meio de comunicação com
maior possibilidade de personalização e interatividade, seja por meio de enquetes e
pesquisas de opinião ou por meio de chats ao vivo (voz ou digitação). Ainda são necessárias
melhorias, principalmente na forma de abordagem do usuário (marketing e publicidade on-
line), além das mudanças culturais e de postura.

Os sistemas de busca de conteúdo são constituídos de computadores, índices, bases de


dados e algoritmos que realizam os trabalhos de analisar e indexar as páginas web,
armazenar os resultados dessa análise e indexação em uma base de dados e retornar uma
resposta a uma solicitação de um usuário.

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Esses sistemas de busca são classificados em diretórios e mecanismos de busca. Os
mecanismos de busca possuem três componentes: um programa de computador destinado a
“visitar” as páginas da internet e fazer delas uma cópia, são os chamados robôs, spider,
wanderer, ou web - bot.

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U NIDADE 19
Objetivo: Fazer com que a máquina seja capaz de processar a língua natural que falamos no
dia-a-dia, o Português, o Inglês, etc. Esse é um trabalho extremamente complexo. O PLN
consiste de uma série de tarefas que a máquina deve executar para analisar um texto. Estas
tarefas são, na maioria das vezes, interdependentes.

Processamento de Linguagem Natural

Atualmente, observamos que os computadores estão encolhendo cada vez mais.

Mas o teclado (e o vídeo) não podem encolher muito mais do que já encolheram. Imagine um
teclado minúsculo, onde para pressionar as teclas é preciso usar uma pinça ( !?!?! ). Não é
tão absurdo, quando se considera que o teclado (e o vídeo, além de unidades de disco, etc.)
são limitantes para a miniaturização do computador.

Que tal, se ao invés de acionar teclas ou botões do mouse, utilizar comandos de voz? Já
existem alguns "reconhecedores" e "sintetizadores" de voz. Mas, para chegar a eliminarmos
por completo outras formas de entrada e saída locais, teríamos que ter, o que a Inteligência
Artificial chama de Processamento de Linguagem Natural (PLN) ou Linguística
Computacional, ou seja, fazer com que a máquina seja capaz de processar a língua natural
que falamos no dia a dia, o Português, o Inglês, etc.

O PLN consiste de uma série de tarefas que a máquina deve executar para analisar um
texto. Estas tarefas são, na maioria das vezes, interdependentes.

O PLN pode ser definido de formas diferentes. Todas as definições incorporam a noção de
armazenamento em computador e manipulação de dados linguísticos.

Entretanto, o ponto de discussão é o grau de sofisticação envolvido, que se traduz em uma


porção de estruturas linguísticas inerentes ao texto original, as quais o sistema pode detectar
automaticamente, armazenar e manipular.

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Existem várias abordagens para o PLN. E existem muitos trabalhos publicados nas várias
abordagens. Porém, a maioria dos trabalhos tratam de processamento da língua inglesa.

Para se realizar um trabalho sério para a nossa língua há necessidade, portanto, da


transposição de procedimentos e ideias para a língua portuguesa, que traz grande
dificuldade no tratamento de alguns elementos da teoria da sintaxe como sujeito nulo, flexão
do infinitivo, morfologia dos verbos, etc.

O processamento de linguagem natural é geralmente dividido em seis grandes áreas:

(Obermeier,1987):

1. interfaces em linguagem natural para bases de dados;

2. tradução de máquina , isto é, de uma linguagem natural para outra;

3. investigação minuciosa de texto, ou programas de indexação inteligentes para


sumarização de grandes quantidades de textos;

4. geração de texto para produção automática de documentos padrões;

5. sistemas de fala para permitir interação de voz com computadores;

6. ferramentas para desenvolver sistemas de processamento de linguagem natural para


aplicações específicas.

O problema central dos sistemas de processamento de linguagem natural é a transformação


de uma sentença de entrada, potencialmente ambígua, em uma forma não ambígua que
possa ser usada internamente por um sistema de computador.

Estas representações internas variam, é claro, de uma aplicação para outra. A transposição
de uma frase potencialmente ambígua para uma representação interna é conhecida como
parsing (análise).

Convém salientar que o PLN é uma área multidisciplinar, envolvendo principalmente a


Psicologia Cognitiva, a Computação e a Linguistica.

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Aplicações

No Brasil já existem pesquisas voltadas para tradução de conteúdos da Internet para o


Português e outras línguas. Também é considerada uma área de grande interesse, em
virtude da maior parte das páginas da Internet possuir conteúdo em língua inglesa.

Algumas aplicações envolvem a área de inteligência artificial, para simular sistemas


conversando com usuários, outras utilizam recursos linguísticos para permitir a tradução
simultânea de conversas, como as que ocorrem em chats.

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U NIDADE 20
Objetivo: Compreender que as aplicações dessa tecnologia devem aumentar em um futuro
não distante. Um dos principais desafios da robótica móvel é a navegação em ambientes
desestruturados, como áreas externas.

Robótica e Processamento de Imagens

A utilização da robótica e sistemas especialistas, em conjunto com os


Sistemas de Processamento de Imagens, está sendo aplicada nas áreas
de agricultura de precisão, geoprocessamento e monitoramento do meio
ambiente.

Experiências de sucesso têm sido observadas no monitoramento de tráfego, planejamento


urbano, inspeção de linhas de oleoduto, monitoramento de florestas e reservas ambientais.

Parte das aplicações tecnológicas do cotidiano tem a interessante característica de se


locomoverem de forma autônoma, dentre elas destaca-se a robótica móvel.

As aplicações dessa tecnologia devem aumentar em um futuro não distante. Um dos


principais desafios da robótica móvel é a navegação em ambientes desestruturados, como
áreas externas.

Os sistemas de navegação autônoma baseados em visão consistem, basicamente, de um


veículo robótico (aéreo, terrestre, aquático ou subaquático), dispositivos de captura de
imagens (câmeras e frame grabbers para a aquisição e digitalização de imagens) [Kundur
(2000)].

O sistema é formado por dois subsistemas, um geralmente embarcado que é o responsável


pela aquisição de imagens e extração das informações visuais importantes e outro
subsistema (referenciado também como sistema de controle), que pode ser
embarcado ou não dependendo das características do robô como sua capacidade de

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carga e energia, que gera os comandos apropriados para o veículo descrever uma
navegação segura, em tempo real, baseada na informação visual obtida.

A principal característica dos sistemas de navegação baseados em visão é a necessidade de


extrair informações visuais relevantes da cena imageada em tempo real.

Estas informações são convertidas em instruções pelo sistema de controle que ativa ações
específicas no robô. Estes sistemas funcionam de forma cíclica, provendo um fluxo de
informações constante em malha fechada [Kundur (2000)].

O sistema deve ser capaz ainda de prover a posição e orientação do robô com base em
imagens captadas por sua câmera.

O controle, por sua vez, terá de atuar sobre os propulsores do robô de modo a fazê-lo seguir
trajetórias pré-programadas, baseado, evidentemente, nas informações visuais extraídas
das imagens.

O sistema de controle deve ser suficientemente hábil para desviar de obstáculos e corrigir a
rota do veículo, necessitando de um processo que favoreça, a algum nível, a tomada de
decisões.

Essa tomada de decisões implica na necessidade de um modelo dinâmico do robô que dê ao


sistema de controle meios de calcular e prever os comandos a serem enviados aos
propulsores2.

Aplicações na área de monitoramento ambiental automático podem ser integradas a outros


sistemas, como o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM) e proporcionar informações
precisas e oportunas.

2
JOSÉ LUIZ DE SOUZA PIO - DCC – FUA – Universidade do Amazonas
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http://www.vivaolinux.com.br/artigos/verArtigo.php?codigo=5585

http://www.dpi.inpe.br/spring/portugues/tutorial/introducao_pro.html

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U NIDADE 21
Objetivo: Entender o que é e o sentido da Criptografia.

Criptografia

Criptografia é o ato de codificar dados em informações aparentemente


sem sentido, para que pessoas não consigam ter acesso às
informações que foram cifradas. Há vários usos para a criptografia em
nosso dia a dia: proteger documentos secretos, transmitir informações
confidenciais pela Internet ou por uma rede local, etc.

O método de criptografia mais difundido utiliza a técnica de chave pública/chave privada. A


criptografia é uma fórmula matemática, fórmula essa que gera duas chaves, uma pública e
outra privada (ou secreta).

A chave pública, que qualquer pessoa pode saber, é usada para criptografar os dados. Já a
chave privada, que só o destinatário dos dados conhece, é usada para descriptografar os
dados, ou seja, "abrir" os dados que ficaram aparentemente sem sentido. O interessante
dessa jogada é que a partir da chave pública é impossível descriptografar os dados nem
tampouco deduzir qual é a chave privada.

O sistema de criptografia usado atualmente é extremamente seguro. Especialistas estimam


que para alguém conseguir quebrar uma criptografia usando chaves de 64 bits na base da
tentativa e erro, levaria cerca de 100.000 anos usando um PC comum.

Embora existam algoritmos que dispensem o uso de chaves, sua utilização oferece duas
importantes vantagens. A primeira é permitir a utilização do mesmo algoritmo criptográfico
para a comunicação com diferentes receptores, apenas trocando a chave. A segunda
vantagem é permitir trocar facilmente a chave no caso de uma violação, mantendo o mesmo
algoritmo.

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O número de chaves possíveis depende do tamanho (número de bits) da chave. Por
exemplo, uma chave de 8 bits permite uma combinação de no máximo 256 chaves (28).
Quanto maior o tamanho da chave, mais difícil quebrá-la, pois estamos aumentando o
número de combinações.

Assinatura digital

A assinatura digital consiste na criação de um código, através da utilização de uma chave


privada, de modo que a pessoa ou entidade que receber uma mensagem contendo este
código possa verificar se o remetente é mesmo quem diz ser e identificar qualquer
mensagem que possa ter sido modificada.

Desta forma, é utilizado o método de criptografia de chaves pública e privada, mas em um


processo inverso.

Se José quiser enviar uma mensagem assinada para Maria, ele codificará a mensagem com
sua chave privada. Neste processo será gerada uma assinatura digital, que será adicionada
à mensagem enviada para Maria. Ao receber a mensagem, Maria utilizará a chave pública de
José para decodificar a mensagem.

Neste processo será gerada uma segunda assinatura digital, que será comparada à
primeira. Se as assinaturas forem idênticas, Maria terá certeza que o remetente da
mensagem foi o José e que a mensagem não foi modificada.

É importante ressaltar que a segurança do método baseia-se no fato de que a chave privada
é conhecida apenas pelo seu dono. Também é importante ressaltar que o fato de assinar
uma mensagem não significa gerar uma mensagem sigilosa.

Para o exemplo anterior, se José quisesse assinar a mensagem e ter certeza de que apenas
Maria teria acesso a seu conteúdo, seria preciso codificá-la com a chave pública de Maria,
depois de assiná-la.

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Investimentos...

A Criptografia é a ciência que estuda os princípios e técnicas destinadas a proporcionar às


informações ou dados, armazenados ou em trânsito, os serviços de Confidencialidade,
Integridade, Autenticidade e Disponibilidade.

A Confidencialidade (ou privacidade ou segredo) é a característica de que os dados não


podem ser acessados e nem serem divulgados por usuários não autorizados.

A Integridade busca garantir que os dados não foram modificados ou destruídos por agentes
não autorizados.

A Autenticidade é um processo que se pode garantir que os dados foram originados por um
determinado usuário ou entidade.

Já a Disponibilidade é a característica que visa ofertar determinados serviços a quem esteja


autorizado a recebê-los ou negar a utilização ou ocupação dos serviços a quem não estiver
autorizado.

A evolução tecnológica, a grande diversidade de equipamentos de acesso às redes e o


crescimento de aplicações que demandam níveis de segurança, exigem cada vez mais, o
uso da criptografia seja por hardware ou software. O domínio dessa tecnologia é
imprescindível à proposição de políticas e ações para a utilização da criptografia no país.

O Gabinete de Segurança Institucional, da Presidência da República, tem pesquisas e


estudos nessa área.

http://br.youtube.com/watch?v=ajniLnQTabw

http://www.training.com.br/lpmaia/pub_seg_cripto.htm

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U NIDADE 22
Objetivo: Definir Geoprocessamento como um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento,
desenvolvimento e uso de informações georreferenciadas, isto é que estão vinculadas a um
determinado lugar no espaço, seja por meio de um endereço ou por coordenadas.

Geoprocessamento

Geoprocessamento é o conjunto de tecnologias de coleta,


tratamento, desenvolvimento e uso de informações
georreferenciadas, isto é que estão vinculadas a um determinado
lugar no espaço, seja por meio de um endereço ou por
coordenadas.

As principais técnicas são as de coleta, armazenamento, tratamento, análise e o uso da


informação espacial.

Para se realizar o geoprocessamento são necessários cinco elementos, sendo eles: os


dados geográficos, recursos humanos, equipamentos, programas computacionais e métodos
de trabalhos.

Todos esses elementos devem ser modelados ou especificados, de acordo com a aplicação
do geoprocessamento que se deseja alcançar, uma aplicação de geoprocessamento em
meio ambiente necessita de um conjunto de dados, pessoas, equipamentos, programas
computacionais e métodos de trabalhos, muito diferente de uma aplicação na área de
segurança.

Dados geográficos - Para se realizar análises geográficas sobre uma dada porção da
superfície terrestre, apenas mapas são insuficientes, é necessário que exista também
descrições precisas acerca dos elementos cartográficos. Por exemplo, quando se observa
em um mapa o polígono do limite de um município, não se consegue obter informações em
um mapa acerca da produção agrícola ou comercial ou industrial de um município, ou ainda

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sobre a população, etc. Por isso, foi criado o dado geográfico, que trás as descrições dos
elementos espaciais mapeados.

O mapa é o principal método de identificação e representação da localização de objetos


geográficos em uma paisagem. Um mapa é composto de diferentes objetos geográficos,
representados por pontos, linhas e/ou áreas. Cada objeto é definido tanto por sua localização
no espaço, em relação a um sistema de coordenadas, quanto por suas características,
tipicamente referenciado como atributos.

Mapas são modelos simplificados do mundo real. Eles representam registro instantâneo da
terra em uma escala específica. A legenda é a chave que liga os atributos com os objetos
geográficos.

Equipamentos - As aplicações de geoprocessamento, geralmente necessitam de uma grande


quantidade e diversidade de equipamentos. Obviamente, a aplicação que vai se fazer do
geoprocessamento é o fator determinante em relação as características, quantidades e
diversidades de equipamentos.

Recursos Humanos - Há alguns anos, o geoprocessamento era restrito a laboratórios


montados utilizando-se grandes investimentos monetários e temporais. Ficava restrito a
especialistas e pesquisadores que muitas vezes não conseguiam suprir suas instituições de
informações espaciais em quantidade, qualidade e em tempo desejáveis.

Este cenário crítico ocorreu em todo o mundo e muitas vezes o geoprocessamento não
trouxe resultados efetivos, pois não se conseguia gerar as informações geográficas
necessárias para o processo de gestão. Por que investir tanto se o retorno parece ser tão
pouco?

Softwares computacionais - Atualmente todas as etapas do geoprocessamento: entrada,


processamento e saída de informações são auxiliados por programas computacionais.

Nas últimas décadas, iniciou-se o desenvolvimento dos principais programas computacionais


atualmente disponíveis, desde então este desenvolvimento não parou e a cada ano, a

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indústria disponibiliza programas computacionais cada vez mais rápidos, robustos e
completos.

Métodos de trabalho e/ou Aplicativos - Em uma aplicação de geoprocessamento, todos os


elementos anteriormente apresentados, necessitam serem integrados, a fim de que seja
possível gerar informações geograficamente referenciadas na quantidade, qualidade e no
tempo viável. Para que isso aconteça, é necessária a formulação de métodos de trabalhos
ou ainda a materialização computacional de tais métodos através dos chamados aplicativos.

Trabalhar com geoinformação significa, portanto, utilizar computadores como instrumentos


de representação de dados espacialmente referenciados. É costume dizer-se que
Geoprocessamento é uma tecnologia interdisciplinar, que permite a convergência de
diferentes disciplinas científicas para o estudo de fenômenos ambientais e urbanos.

Podemos afirmar que o geoprocessamento é uma área estratégica, já que sua aplicação
auxilia, de maneira eficaz, o monitoramento ambiental, gerenciamento do solo, controle
fiscal, fiscalização agrária, controle de tráfego aéreo e zoneamento urbano, dentre outras.

As experiências em curso demonstram que o país já detém a tecnologia, principalmente as


de iniciativa da Embrapa e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As parcerias
com a iniciativa privada podem incrementar as pesquisas e o desenvolvimento de novas
aplicações.

Geoprocessamento aplicado à conservação da natureza

O geoprocessamento é uma ferramenta de grande utilidade para a conservação da


biodiversidade, pois possibilita a coleta de dados espaciais relevantes para diversos estudos,
como dados temáticos e de distribuição de espécies, permitindo análises mais detalhadas,
como a identificação de áreas prioritárias para a conservação, delimitação de corredores de
biodiversidade, base para sistemas de suporte a decisão.

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Na análise ambiental, o geoprocessamento é uma das ferramentas mais utilizadas para
monitoramento da cobertura vegetal e uso das terras, níveis de erosão do solo, poluição da
água e do ar, disposição irregular de resíduos, biopirataria, etc. Da mesma maneira, ele pode
ser usado em análises de qualidade de habitat e fragmentação.

http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/

http://www.mundogeo.com.br/

http://www.mundogeo.com.br/revistas-interna.php?id_noticia=10149

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U NIDADE 23
Objetivo: Alcançar o processamento de alto desempenho através da supercomputação
paralela; identificar, especificar, implantar ou desenvolver ferramentas de trabalho,
aplicativos e de comunicação de dados.

Processamento de Alto Desempenho

Observa-se no cenário mundial uma crescente aproximação de grupos de


pesquisa, empresas, operadoras de serviços de telecomunicações e fabricantes de
equipamentos de telecomunicações e de informática. Esses grupos buscam definir uma
arquitetura padronizada, baseada em tecnologias de sistemas computacionais distribuídos,
que permita a introdução rápida e flexível de novos serviços sobre a infraestrutura de
telecomunicações, incluindo facilidades para o gerenciamento integrado tanto dos serviços
como da própria infraestrutura de redes.

Pesquisas em Processamento de Alto Desempenho

O Brasil tem tradição na pesquisa e na prototipagem de hardware e software para aplicações


que exigem processamento de alto desempenho. Pesquisadores da USP, UFRJ, UFRGS e
UNICAMP já conduzem experimentos com sucesso nessa área.

Essas pesquisas são orientadas e têm por objetivos: alcançar o processamento de alto
desempenho através da supercomputação paralela; identificar, especificar, implantar ou
desenvolver ferramentas de trabalho, aplicativos e de comunicação de dados.

O Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (SINAPAD) tem por finalidade


coordenar a execução de pesquisas e aplicações de serviços de alta tecnologia para o país.
É organizado em Centros Nacionais de Aplicações de Alto Desempenho (CENAPAD),
Núcleos de Apoio (NAR) e Laboratórios de Serviços Especiais (LSE).

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Com o apoio da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), o SINAPAD consiste de
uma rede de extensão nacional para a prestação de serviços de computação distribuída.
Através dele são disponibilizados, a todos os setores interessados, uma infraestrutura, de
recursos computacionais, moderna, distribuída (hardware, software, pessoal e instalações)
integrada com as telecomunicações. Provendo apoio ao desenvolvimento científico e
tecnológico no País, o SINAPAD tem sua ênfase em Processamento de Alto Desempenho
(PAD).

Algumas aplicações de alto desempenho são: a melhoria da qualidade do aço


(lingotamento), dimensionamento de pilares em minas de carvão, produção de catalisadores
para a indústria do petróleo, desenvolvimento de materiais refratários, análise vibro/acústica
em automóveis, segurança veicular e extração submarina de petróleo dentre outras.

A viabilidade da produção de equipamentos para essas aplicações, em solo brasileiro,


compõe-se de uma estratégia para buscar a solução para demandas que exigem
processamento de alto desempenho a custos acessíveis.

O setor privado pode ter uma colaboração expressiva na fabricação desses equipamentos no
país.

A união entre o processamento de alto desempenho com as redes eletrônicas de alta


velocidade estão viabilizando um conjunto de tecnologias e produtos de hardware e software
que, combinados, tornam possíveis novas aplicações computacionais com desempenho
crescente a custos progressivamente menores.

O acesso remoto a sistemas de processamento de alto desempenho através de redes como


a Internet permite a utilização econômica destes recursos computacionais para a solução
de problemas cada vez mais complexos e de naturezas diversas, a exemplo da visualização
de imagens em 3 dimensões de modelos matemáticos complexos (ex.: previsão
meteorológica, desenho industrial, estruturas moleculares, etc.).

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U NIDADE 24
Objetivo: Auxiliar o monitoramento de pacientes idosos que têm doenças crônicas ou
degenerativas, facilitando o home care e propiciando socorro e tratamento mais rápidos em
emergências.

Telemedicina

A telemedicina teve início durante a corrida espacial, na década de 60, quando as funções
vitais de astronautas, no espaço, eram monitoradas, na terra, por médicos da NASA. Com o
desenvolvimento tecnológico, chegou-se a Europa.

Em alguns países, como a Itália e a Inglaterra, a transmissão de dados para diagnósticos já


existe desde a década de 70, transformando-se hoje em redes sofisticadas, interligando
pequenas localidades a grandes centros de estudos de universidades.

Com o envelhecimento da população européia, o crescimento da telemedicina auxilia o


monitoramento de pacientes idosos que têm doenças crônicas ou degenerativas, facilitando
o home care e propiciando socorro e tratamento mais rápidos em emergências.

Com isso, os gastos governamentais e de previdências privadas são reduzidos,


racionalizando custos sem afetar a qualidade dos serviços médicos. No Canadá e Estados
Unidos a telemedicina auxiliou as comunidades rurais a ganhar melhores serviços,
propiciando telediagnósticos, teleconsultas e a obtenção de segunda opinião, diminuindo
riscos e aumentando o conforto dos pacientes.

Infraestrutura

A telemedicina é uma das áreas que mais utilizam a infraestrutura de Tecnologia da


Informação e Comunicação. Por demandar de banda larga para transmitir imagens estáticas
ou em movimento, vídeos e informações sobre os pacientes, ou a transmissão remota de

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dados biomédicos e controle de equipamentos biomédicos à distância, os meios de
telecomunicações são fundamentais pra viabilizar essas aplicações.

A telemedicina também tem por meta difundir cuidados na área de saúde às localidades
desprovidas dos mesmos ou deficitários de procedimentos ou serviços médicos,
independente da localização da pessoa, incluindo zonas remotas, rurais ou de pequena
população.

Para utilizar os sistemas é importante a obtenção de equipamentos e de softwares


específicos. A infraestrutura tecnológica necessária varia de acordo com a complexidade do
processo, podendo-se utilizar desde sistemas de telefonia convencional, até sistemas de
redes digitais de alta velocidade na transmissão de imagens e em videoconferências, por
exemplo, o que permite a troca de grandes volumes de informações em tempo real entre os
usuários do sistema.

As informações médicas, quando digitalizadas, podem ser processadas de várias maneiras.


Em relação a dados quantitativos, a informática pode tratá-los estatisticamente e formar
bancos de dados. Para imagens, a utilização de filtros digitais pode realçar detalhes que
normalmente passariam despercebidos, permitem manipular a imagem com rotação, zoom e
edições, acrescentando texto ou indicando uma região de interesse com setas, por exemplo.

As tecnologias disponíveis para as aplicações específicas de telemedicina já disponibilizam


os seguintes serviços:

 teleconsulta via Internet, através do armazenamento das informações do paciente e


disponibilização de informações bibliográficas;

 telediagnóstico, por meio de intercâmbio de textos, imagens estáticas de raios-X,


eletrocardiograma, áudio, vídeo, etc.;

 telemonitoração, por meio de equipamentos especiais para registrar dados vitais dos
pacientes e enviá-los a um centro de interpretação e de alerta, tais como a
monitoração cardíaca transtelefônica, a monitoração de pacientes com gravidez de
risco ou pacientes deficientes ou ainda imobilizados;
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 telecirurgias, através de procedimentos cirúrgicos realizados à distância por médicos
guiados e conectados por sinais visuais, auditivos com cirurgiões especializados em
centros de referência; e

 teledidática, utilizada na educação a distância para o treinamento e o ensino na área


médica.

Essas e outras aplicações, facilitadas pelo uso da Internet, possuem um grande potencial
atrativo de investimentos. No Brasil, as vantagens da telemedicina podem ser muito grandes,
facilitando o acesso a informações e diagnósticos, principalmente nas localidades onde os
serviços são precários e também na educação continuada de profissionais da saúde.

Contando com uma extensa rede de telecomunicações, e dispondo de vários avanços da


informática, o Brasil pode beneficiar-se muito com a telemedicina que levará assistência
especializada a regiões remotas. A distância entre o tempo de diagnóstico e o tratamento
diminui, o que aumenta a rapidez e a eficiência dos serviços médicos, justificando o
investimento em equipamentos.

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U NIDADE 25
Objetivo: Entender quais as facilidades de se ter uma televisão de alta definição. Dentre as
principais vantagens em se adotar um sistema de Televisão Digital, são a transmissão sem
interferências, melhor qualidade de imagem e som, maior variedade de canais, possibilidade
de usar recursos interativos, como fazer compras em supermercados, acessar contas
bancárias, escolher o ângulo de visão em partidas de futebol, acessar cenas de capítulos
anteriores etc.

Televisão de Alta Definição

A Televisão de Alta Definição (High Definition Television – HDTV), ou


TV Digital, tornou-se realidade para a sociedade brasileira. Sua origem
veio da idéia de TV de tela larga (wide screen).

Nos anos 70, um primeiro sistema de alta definição surgiu no Japão, na


indústria cinematográfica, desenvolvido pela Sony e NHK, cuja
performance era rica em detalhes como os filmes de 35 mm, além dos
efeitos especiais e facilidade de edição de imagens.

Em seguida surgiu o interesse em expandir a televisão de alta definição para a transmissão


comercial. Trata-se de um Sistema de transmissão de dados por meio de um código binário
(a transmissão analógica é feita por ondas eletromagnéticas). O som e imagem são
digitalizados, ou seja, transformados em séries que combinam os dígitos 0 e 1, mesma
linguagem utilizada por computadores.

Hoje, a HDTV esbarra nos desafios de se adotar (ou impor) um padrão de definição que seja
compatível com os 600 milhões de televisores existentes no mundo, se deverá substituir o
padrão existente ou ser utilizado simultaneamente com o padrão atual, até que este caia em
desuso.

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As informações digitalizadas são transmitidas por via aérea (com uso de satélite) ou terrestre
(por ondas ou cabo). Depois serão decodificadas por uma caixa retangular conectada à
televisão, chamada set top box.

No período de transição, as emissoras devem ser obrigadas por lei a transmitir em digital e
analógico. Há duas possibilidades de assistir TV digital: comprar um aparelho digital ou um
decodificador que pode ser acoplado a qualquer aparelho analógico. Este aparelho
transforma sinal digital em analógico para ser recebido pelo seu aparelho. Nesse caso,
perde-se qualidade.

Nos EUA, a HDTV teve pouca adesão, na Europa optou-se por utilizar um sistema
intermediário, que permite a sobrevida do sistema atual.

Vantagens

Dentre as principais vantagens em se adotar um sistema de Televisão Digital, são a


transmissão sem interferências, melhor qualidade de imagem e som, maior variedade de
canais (até 150 podem ser recebidos), possibilidade de usar recursos interativos, como fazer
compras em supermercados, acessar contas bancárias, escolher o ângulo de visão em
partidas de futebol, acessar cenas de capítulos anteriores etc. O aparelho de televisão
também pode ser utilizado para mandar e receber emails e acessar a Internet.

A TV digital não tem transmissão falha. Ou o sinal chega bem ou não chega. É diferente da
televisão atual, a analógica, que pode ter transmissão com fantasmas ou chuviscos. Além
das diferenças técnicas de recepção, o formato do aparelho digital é diferente do analógico.
A tela da TV digital tem uma proporção de 16x9, mais horizontal e próxima do cinema. A
analógica é mais quadrada, com proporção 4x3.

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Veja também:

http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2007/10/22/315123110.asp

http://www.comciencia.br/reportagens/internet/net02.htm

http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=926

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U NIDADE 26
Objetivo: Saber que wimax uma tecnologia de banda larga sem-fio, capaz de atuar como
alternativa a tecnologias como cabo e DSL na construção de redes comunitárias e
provimento de acesso de última milha.

WiMax

Wi-Max, também chamado de Wi-MAX ou WiMAX, é um acrônimo para Worldwide


Interoperability for Microwave Access (Interoperabilidade Mundial para Acesso por
Microondas). Trata-se de uma tecnologia de banda larga sem-fio, capaz de atuar como
alternativa a tecnologias como cabo e DSL na construção de redes comunitárias e
provimento de acesso de última milha.

Em teoria, espera-se que os equipamentos Wi-Max tenham alcance de até 50 Km e


capacidade de banda passante de até 70 Mbps. Na prática, alcance e banda dependem do
equipamento e da frequência usados, bem como da existência ou não de visada (significa
dizer: se a antena de um ponto consegue "ver" a antena de outro, se não há obstáculos no
caminho, construções, montanhas).

A tecnologia foi desenvolvida por um pool de empresas, lideradas pela Intel e pela Nokia,
com base na norma 802.16 da Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE),
estabelecida pelo grupo de trabalho em padrões de acesso sem-fio de banda larga (Working
Group on Broadband Wireless Access Standards). Além de operar em uma ampla faixa de
freqüência – de 2 a 66 GHz – as principais vantagens está no tripé banda larga de longo
alcance e dispensa de visada, o que não ocorre com outras tecnologias sem- fio. O Wi-Fi,
por exemplo, baseado na IEEE 802.11, foi desenvolvido para funcionar em redes locais
(LAN), tendo, portanto, curto alcance.

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Alguns detalhes técnicos do Wimax

Nome: WiMax vem de Worldwide Interoperability for Microwave Access (Interoperabilidade


mundial para acesso de microondas). O nome é a "máscara" da definição técnica da norma
802.16ª.

Grande largura de banda: uma estação-base pode permitir simultaneamente o acesso de


mais de 60 empresas com conectividade do tipo T1/E1 ou centenas de residências com
conexões DSL.

 Independência de protocolo: pode transportar IP, Ethernet, ATM e mais.

 Serviços agregados: pode transmitir Voz sobre IP (VoIP), dados, vídeos, etc.

 Compatibilidade: é compatível com as antenas de telefonia de terceira geração


(chamadas de "antenas inteligentes") que, graças à emissão de feixe demarcado,
apontam constantemente ao receptor, mesmo que em movimento.

O futuro da Wimax

Conforme indica a Intel, os membros do grupo de trabalho do padrão IEEE 802.16 estão
investiram na evolução da operação fixa à portabilidade e mobilidade. A emenda IEEE
802.16e corrigirá a especificação base para habilitar não apenas a operação fixa mas
também a portátil e a móvel. Os grupos de trabalho das IEEE 802.16f e IEEE 802.16g se
encarregam das interfaces de administração da operação fixa e móvel.

Em um cenário totalmente em movimento, os usuários poderão se deslocar enquanto têm


acesso a dados em banda larga ou a uma sessão de transmissão multimídia em tempo real.
Todas essas características ajudarão a fazer com que WiMax fosse uma solução ainda
melhor para o acesso à Internet nos países em desenvolvimento.

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http://www.youtube.com/watch?v=F8KNevfeRn4

http://br.youtube.com/watch?v=00gaWIsaWVM

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U NIDADE 27
Objetivo: Conhecer os aspectos relacionados à velocidade e à capacidade de transferência
das tecnologias de redes de computadores do futuro.

Mobilidade

Quando se comenta o futuro da Internet, muita atenção é dedicada a aspectos relacionados


à velocidade e à capacidade de transferência das tecnologias de redes de computadores do
futuro. Esses são, sem dúvida, aspectos importantes que terão grandes impactos no
desenvolvimento de novas aplicações para a Internet, não possíveis ou nem mesmo
imagináveis com a tecnologia atual.

No entanto, mesmo com a velocidade e capacidade de transferências atuais, a Internet


representa uma novidade tão grande em termos de comunicação que muitos novos usos
ainda devem ser inventados. Uma vertente interessante nesse sentido é a computação
ubíqua.

Computação ubíqua

Computação ubíqua, como o nome implica, refere-se à capacidade de estar conectado à


rede, e fazer uso da conexão, constantemente, a todo o momento, nas mais variadas
situações.

No sistema de telefonia GSRM o usuário não paga por conexão, mas sim pela quantidade
de informação trocada. Assim, ao contrário do que ocorre com o acesso residencial através
de uma linha normal de telefone, onde á necessário conectar-se, através de um modem, com
o provedor no início de uma sessão e desconectar-se ao final, no sistema GSRM é possível
manter-se conectado o tempo todo.

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O novo negócio da empresa é baseado nessa possibilidade. A ideia é bastante simples, e
seu depende do usuário fazer uso da Web constantemente, não importando o local.A
empresa desenvolveu pequenos botões, de baixo custo, capazes de comunicação
infravermelha de curto alcance.

A agenda/telefone distribuída, assim como a maioria das agendas eletrônicas modernas,


também possuía capacidade de comunicação infravermelha, e ao passar por um desses
botões bastava o usuário apontar o seu telefone para o botão e apertar uma tecla para
receber o endereço de uma página Web com alguma informação específica.

A ideia da empresa foi espalhar esses botões pelas cidades: em outdoors de propaganda
(para o cliente receber maiores informações sobre o produto anunciado ou mesmo adquirir
instantaneamente o produto), pontos de ônibus (para o cliente consultar o tempo de espera
até a passagem do próximo ônibus -- assumindo que a empresa de ônibus detecte
continuamente a posição de seus veículos, como já fazem algumas), ao lado de quadros de
uma exposição ou em museus (para o usuário receber mais informações sobre a obra
exposta), etc.

O mais interessante é que a empresa aposta principalmente na conveniência, pois em


qualquer das situações acima ao invés do botão poderia ser fornecido o endereço da página
desejada, e o usuário digitaria esse endereço em sua agenda/telefone. No entanto, com a
esperada proliferação da disponibilização de informações na Web, os endereços certamente
terão que ser cada vez mais extensos, justificando o uso de botões de acesso.

Os produtos desenvolvidos atualmente podem ser divididos em duas categorias:

1. aqueles que têm visível utilidade prática, tendo, portanto uma condição de
comercialização evidente; e

2. aqueles que parecem experiências excêntricas desprovidas de finalidade prática, mas


que na verdade são apenas casos de teste das possibilidades de novas interfaces, da
mobilidade de dispositivos ou da capacidade de desempenhar determinada tarefa.

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Caso esses dispositivos tenham sucesso em seu desenvolvimento, os princípios ali aplicados
serão transferidos para dispositivos de evidente utilidade (ou com alto perfil mercadológico).
Apesar do pequeno tamanho destes equipamentos, eles nem sempre agradam
esteticamente

A partir da ideia de reinventar os displays, muitos dispositivos de visualização têm sido


desenvolvidos, como projeção em paredes ou móveis (projeto “Everywhere Display”® da
IBM). Dessa iniciativa derivaram teclados virtuais para PDAs e computadores ou painéis
virtuais holográficos para aviões, carros e casa.

A ideia de um copo de café que pode se comunicar com a cafeteira, passando estados como
localização, nível e temperatura do café etc., implementado no projeto MediaCup do
MediaLab teve seus resultados portados para dispositivos sensíveis ao contexto e
formadores de comunidades dinâmicas usados na “casa inteligente” (Projeto EasyLive® da
Microsoft) ou buttons como o IButton® usados para identificação de seu portador a fim de
abrir uma porta eletrônica, avisar sua entrada na empresa, localizar a carteira perdida,
informar se um vigia está ativo ou foi imobilizado.

Tecnologia embarcada

Computação ubíqua é um campo da Computação relativamente novo, uma vez que os


primeiros estudos nessa área datam da década de 80 e ocorreram no conhecido Centro de
Pesquisas de Palo Alto (PARC-Palo Alto Research Center) da Xerox, através das pesquisas
de Mark Weiser (considerado o pai dessa nova tecnologia), Bob Sprague, Richard Bruce e
uma equipe multidisciplinar que contava com cientistas da computação, da eletrônica digital,
da cognição humana e até da antropologia.

Esse grupo pesquisava as questões relativas à interface humano/computador, realidade


virtual e agentes inteligentes de software aplicados a periféricos especiais de computador, de
forma a permitir seu uso de maneira natural ou seja: sem que o usuário se aperceba ou
precise dedicar sua atenção à utilização desse tipo de computação.

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A justificativa desse trabalho está baseada no fato de que a utilização de computadores e
periféricos requer atenção e treinamentos especiais por parte de seus usuários, que se
concentram nas operações do computador e num jargão técnico específico que,
normalmente não tem nada a ver com as tarefas e a área de aplicação desse usuário.

É como se essa tecnologia (informática) invadisse a área de aplicação, exigindo mais


atenção que a própria atividade fim de seus usuários. Com o aumento que se previa (e que
acabou acontecendo) na utilização da informática, ocorreu uma disseminação de dispositivos
computadorizados, aumentando portanto o ônus de seus usuários de terem que conhecer
interfaces diferentes e diferentes formas de operação desses dispositivos como periféricos
de computador, telefones celulares, handhelds[1] e similares.

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U NIDADE 28
Objetivo: Conceituar Second Life como uma plataforma virtual 3D, de socialização que tende
a extrapolar os limites de simulação do “mundo real.

Second Life

Trata-se de uma bolha digital, um espaço comum, similar aos games 3D, no qual avatares
customizados vivem sem se importar com as diferentes temperaturas de ambiente e
necessidades existenciais biológicas. Second Life é uma plataforma virtual 3D, de
socialização que tende a extrapolar os limites de simulação do “mundo real”.

Todos já nascem com a certeza de sua imortalidade e não o envelhecimento. Em Second


Life, o que importa é viver experimentar, construir, comprar, socializar e brincar.

De acordo com os relatórios oferecidos pela empresa criadora e gestora do SL-Second Life,
o crescimento do sistema é de ordem progressiva exponencial. Atualmente, mais de 4
milhões de pessoas povoam o espaço comum da sociedade baseada em poucas regras e
nenhuma lei.

Na comunidade em que fronteiras e nacionalidades inexistem, todos podem ser fisicamente


diferentes, basta customizar seu avatar na própria ferramenta de navegação.

Em termos de Brasil, por exemplo, iniciativas interessantes estão sendo desenvolvidas no


campo comercial e institucional para empresas na Ilha Berrini, mantida e desenvolvida pela
Cafeína Estúdio Criativo.

As aplicações do Second Life em ambientes educacionais têm sido exploradas já com


resultados favoráveis importantíssimos. O estudo à distância, por exemplo, implica a
possibilidade de aprendizado sem que, no mesmo instante, os personagens envolvidos
estejam participando das atividades, ao contrário do que ocorre normalmente no ensino e
presencial. No entanto, esse distanciamento físico não implica um distanciamento humano.

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A EAD, portanto, possibilita a manipulação do espaço e do tempo em favor da educação. O
aluno estuda onde e quando quer, onde e quando pode. Ele pode, por exemplo, passar
algumas semanas sem se dedicar muito aos estudos, por diversos motivos, e durante uma
ou duas semanas, então, dedicar-se com mais energia. Ou seja, o aluno se autoprograma
para estudar, de acordo com o seu tempo e a sua disponibilidade.

Recentemente, a EAD passou a utilizar, com maior intensidade, tecnologias de


telecomunicação e transmissão de dados, som e imagens que convergem cada vez mais
para o computador.

Hoje, são bastante utilizadas em EAD mídias eletrônicas e, principalmente, a Internet, mas
isso não faz parte da definição mais ampla de EAD: pode ocorrer educação a distância, por
exemplo, com material impresso enviado pelo correio.

Portanto, é importante distinguir a EAD em geral, que pode envolver qualquer tipo de
tecnologia de comunicação para mediar a relação entre alunos, professores, conteúdo e
instituições, da EAD on-line (uma de suas divisões), que é também denominada e-learning,
on-line learning, virtual learning, networked learning ou web-based learning.

A possibilidade de criar locais de aprendizagem mais ricos provoca nos alunos uma interação
mais intensa e prazerosa no seu caminho para o saber. A tecnologia, quando consegue
propiciar ambientes de aproximação entre os componentes vivos da educação, torna-se mais
rica como forma de compartilhar o conhecimento.

http://blog.joaomattar.com/second-life/

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U NIDADE 29
Objetivo: Conhecer os principais desafios para a construção de uma política para a Ciência,
Tecnologia e Inovação”

Tecnologias e Aplicações

Desafios na Área de Ciência e Tecnologia

O Livro Branco, publicação do MCT, que define os “objetivos e


diretrizes estratégicas que o compõe, constitui passo fundamental
para a construção de uma política para Ciência, Tecnologia e
Inovação”, lista os seguintes desafios do Brasil na área de Ciência e
Tecnologia:

 a dificuldade de acompanhar e contribuir para o avanço do conhecimento científico e


tecnológico;

 ampliar o contingente de pessoal qualificado para criar a massa crítica necessária


para seu processo de desenvolvimento;

 orientar os esforços de Ciência e Tecnologia (C&T) para resultados de interesse da


sociedade e, ao mesmo tempo, reduzir ou superar hiatos socioeconômicos, criando
melhores possibilidades para que a população tenha acesso aos frutos do progresso.

O avanço do conhecimento científico e tecnológico no Brasil passa por alguns desafios, que
o país está procurando enfrentar com as armas disponíveis. Alguns desses desafios são:

 ampliar o contingente de pessoal qualificado para criar a massa crítica necessária


para seu processo de desenvolvimento;

 orientar os esforços de C&T para resultados de interesse da sociedade;

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 reduzir ou superar hiatos socioeconômicos;

 criar melhores possibilidades para que a população tenha acesso aos frutos do
progresso;

 promover, através dos diversos fundos setoriais para o desenvolvimento científico e


tecnológico, um sistema moderno, dinâmico, adequado de administração e revisão,
com apoio decisivo da comunidade científica, tecnológica e empresarial qualificada;

 implantar mecanismos eficientes e inovadores do peer-review-system (painéis


de avaliação de propostas); e

 promover, pelos fundos setoriais, novos patamares de desenvolvimento econômico e


social para o Brasil.

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U NIDADE 30
Objetivo: Conhecer os planos de incentivo e desenvolvimento da produção local de bens de
informática.

Política nacional de informática

As ações do fim da reserva de mercado para a informática (outubro de


1992), da liberalização do comércio, da remoção de barreiras não tarifárias
e a da dispersão das alíquotas do imposto de importação, proporcionaram
ao setor de informática brasileiro a possibilidade de explorar adequada e
eficientemente as chamadas “janelas de oportunidade”, incentivando e
desenvolvendo a produção local de bens de informática.

A reestruturação do setor trouxe investimentos externos e viabilizou a formação de parcerias


entre as empresas nacionais, facilitando a entrada em vigor de um novo modelo de negócio
produtivo na área de tecnologia.

Na década de 90, a política de informática no Brasil já sentia os ares de mudanças, através


da redução das alíquotas de importação de diversos itens, da abertura do setor, da
identificação da necessidade de oferecer suporte à indústria instalada e do modelo de
atração do capital externo.

O governo brasileiro é o grande incentivador de pesquisa e desenvolvimento (P & D), sendo


o maior investidor. No entanto, a interação entre o setor acadêmico e o setor produtivo ainda
é acanhada, havendo a necessidade de expandir o parque industrial de informática, através
da geração de mais empregos qualificados e do uso da tecnologia da informação como
caminho para modernizar outros setores da indústria e de serviços.

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A Lei de Incentivos Fiscais em Informática

Regulamentada somente em 1993, e alterada pela Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001,


a Lei de Incentivos Fiscais em Informática instituiu benefícios para as “empresas de capital
nacional, produtoras de bens e serviços de informática e automação”, através de
“financiamentos diretos concedidos por instituições financeiras federais ou, nos indiretos,
através do repasse de fundos administrados por aquelas instituições para custeio dos
investimentos em ativo fixo, ampliação e modernização industrial” (Art 5º).

Além disso, o Art 6º ressalta:

“a produção de bens e serviços de informática no país deduzirão, até o limite de


50% (cinqüenta por cento) do Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer
natureza devida, o valor devidamente comprovado das despesas realizadas no
país, em atividades de pesquisa e desenvolvimento, diretamente ou em
convênio com outras empresas, centros ou institutos de pesquisa ou entidades
brasileiras de ensino, oficiais ou reconhecidas.”

As empresas para fazer jus aos benefícios da Lei 8.248 devem investir, a cada ano, em
Pesquisa e Desenvolvimento, no mínimo 5% do faturamento bruto e sendo o percentual
mínimo de 2,3 % da seguinte forma:

1%, em convênios com centros e institutos públicos oficiais, cadastrados no Comitê da Área
de Tecnologia da Informação (CATI), 0,8% em convênios com centros e institutos públicos
oficiais das regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste, cadastrados no CATI; e 0,5% depositado
trimestralmente no Fundo Nacional de Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia –
Tecnologia da Informação (FNDCT/CTInfo).

Em 2001, o ano do “Apagão”, o setor produtivo de informática, incluindo as áreas de


telecomunicações, energia, equipamentos industriais e eletrodomésticos cresceu 11%, com
expectativa de manter esse crescimento nos anos seguintes.

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Mesmo em meio a uma boa expectativa de crescimento, o setor ainda mantém um déficit
anual de cerca de US$ 8 bilhões.

Em vista desse acentuado déficit, as parcerias das empresas que recebem os incentivos da
Lei de Informática com os centros de pesquisas e universidades são bem vistas e viabilizam
a execução de projetos de pesquisa e financiamentos nessas instituições.

Muitos países têm considerado como uma visão estratégica à adoção de parcerias na área
de tecnologia da informação, permitindo a manutenção de altos investimentos e manter a
dinâmica do setor.

A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para os bens de informática,


ainda privilegia a aquisição de produtos no exterior, em detrimento da produção local.

A produção nacional fica prejudicada com as importações, pois se torna mais vantajoso, em
alguns casos, importar produtos do que incentivar a fabricação no Brasil. As conseqüências
são a menor geração de postos de trabalho e déficit na balança comercial.

Políticas Atuais

O Ministério da Ciência e Tecnologia destacou que uma política para o setor de informática
no Brasil deve estar fundamentada em três questões:

 desenvolvimento de bens finais (hardware), visando a inovação tecnológica;

 desenvolvimento de software;

 reestruturação e desenvolvimento do setor de microeletrônica.

Desenvolvimento de bens finais (hardware)

A Lei Nº 10.176, “Nova Lei de Informática” é um valioso instrumento para priorizar as


atividades de pesquisa e de desenvolvimento, bem como, provê meios para a

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descentralização regional do conhecimento, a modernização da infra-estrutura e o
desenvolvimento de produtos no Brasil, a partir da parceria com a iniciativa privada para a
produção de bens destinados a países em desenvolvimento.

A produção de bens de elevado valor tecnológico agregado contribui para a oferta de novos
serviços e empregos, no setor de microeletrônica e nos demais setores.

Desenvolvimento software

O desenvolvimento de software no Brasil tem se destacado como integrante de um setor


forte, dinâmico e inovador, caracterizando o país como um “produtor mundial de software”.

Esse avanço tem ocorrido, sobretudo, na elevada qualificação de recursos humanos e na


existência de núcleos de excelência e de incubadoras de desenvolvimento de software em
todo o país.

O desenvolvimento desse setor contribui de maneira eficaz na produção de serviços para a


Nova Economia, beneficiando o mercado interno.

Desenvolvimento do setor de microeletrônica

A necessidade premente de materiais e produtos eletrônicos e circuitos integrados, na


maioria importados, obrigou à abertura de uma nova frente de ataque, visando dotar o setor
de microeletrônica de condições de competir com os produtos importados.

Os circuitos integrados, hoje cada vez mais complexos, são importantes componentes que
agregam conhecimento aos produtos de tecnologia de informação e de microeletrônica.

Os setores produtivos que mais sentem os impactos das inovações eletrônicas são o
automotivo, o de brinquedos, o de eletroeletrônico e o de máquinas industriais (ferramentas).
Para atender as necessidades desses setores, foi criada uma Política de Projeto de Circuitos
Integrados, com a finalidade de se criar uma rede de projetistas que possam comercializar

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produtos, protegidos pela Lei de Propriedade Intelectual, e que sejam integrados aos projetos
de design das empresas que apóiam os setores mais consumidores de componentes de
microeletrônica.

Essa política, para tornar-se viável, conta com a capacitação adequada de pessoal, conforme
visto no capítulo oito.

O Anexo “A” apresenta a Lei Nº 8248, de 23/10/1991 – sobre a capacitação e


competitividade do setor de informática e automação.

O Anexo “B” apresenta a Lei Nº 10.176, de 11/01/2001 – sobre a capacitação e


competitividade do setor de tecnologia da informação.

O Anexo “C” apresenta um Extrato da Lei Geral de Telecomunicações.

Sugere-se ao aluno ler os anexos com atenção, para ter uma visão ampliada sobre as
políticas do governo para os setores de Tecnologia da Informação e de Telecomunicações.

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G LOSSÁRIO

Banda Larga é um canal de comunicação que tem uma largura de banda maior que a linha
para voz, sendo potencialmente capaz de maiores taxas de transmissão.

Call-center Central de Chamadas. Canal de comunicação direta para obter dados do cliente
e para lhe oferecer novos produtos e serviços.

Circuito de linha digital assíncrona, composta de três canais lógicos de alta velocidade para
download, um canal duplex de média velocidade e uma POTS (Plain Old Telephony
Services), a linha de voz utilizada pelas companhias telefônicas.

Consórcio composto por 14 instituições destinado a proporcionar infraestrutura e serviços de


redes de alto desempenho, interligadas em nível nacional.

Correio eletrônico. É um serviço de troca de mensagens entre usuários dentro da Internet.

Criptografia – Arte de esconder objetos e símbolos através de um sistema de codificação


automatizado.

Dígito binário. Forma de transmissão de sinais elétricos, baseados no sistema binário,


identificado pelos números 0 (Desligado) e 1 (Ligado).

É a parte física, tangível, do computador, composta pela unidade central de processamento


(CPU) e seus periféricos.

É o cabo composto por pares de fios, sendo que cada par é isolado do outro e todos são
trançados juntos dentro de uma cobertura externa. Os projetistas de rede variam o número
de tranças nos fios contidos em cada cabo, a fim de reduzir o acoplamento elétrico e a
diafonia entre os pares.

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Ecologia da Informação - Forma de administrar os sistemas de informação, buscando uma
abordagem ecológica que leve em conta o fluxo e o controle da informação na empresa
como um todo.

E-Gov – Governo eletrônico – serviços e prestação de informação junto ao Governo,


utilizando como meio de acesso e divulgação a própria internet.

E-mail– Eletronic Mail Estes cabos transportam luz, enquanto os de cobre transportam
elétrons. Possuem imunidade total contra diafonia e contra interferências eletromagnéticas e
de radiofreqüência. A falta de ruídos internos e externos significa que os sinais têm um
alcance maior e se movem mais rápido, o que proporciona uma velocidade e uma distância
maiores do que as obtidas com cabos de cobre. Como não transporta eletricidade, a fibra é o
meio mais adequado para conectar prédios com diferentes aterramentos elétricos. Além
disso, os cabos de fibra não atraem raios como cabos de cobre.

Hardware Infovia: Conjunto de recursos utilizados para interligar, conectar, processar,


controlar, compatibilizar as transmissões de informações e disponibilizar serviços em meio
eletrônico, com o objetivo de propiciar a aproximação entre os cidadãos.

IP – Internet Protocol IP é o endereçamento utilizado para conhecer a localização de um


determinado equipamento dentro da Internet. É composto por um número de 32 bits no
formato x.x.x.x onde x designa um valor de 8 bits (variando de 0 a 255), por exemplo
240.19.233.1.

LAN – Local Area Network

Largura de banda - Largura de Banda ou Bandwidth é a faixa de frequência necessária para


a sinalização. É a diferença entre a frequência mais alta e mais baixa de uma banda, medida
em Hertz.

Modalidade de acesso a um computador localizado em uma localidade fisicamente distante.


É também a possibilidade de integração de computadores localizados distantes da rede de
modo a operarem como se estivessem localmente conectados à mesma.

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Modalidade de Educação a Distância baseada na Internet.

Modo de Transferência Assíncrono (ATM) é uma técnica de comunicação de pacotes rápidos


baseados em célula. Suporta taxas de transferência de dados variando de velocidades sub-
T1 (menos de 1,544 Mega bits por segundo) até 10 Giga bits por segundo.

Nova Economia - Nova Economia é um novo modelo de negócios, baseado nas tecnologias
da informação e de comunicação.

PLN – Processamento de Linguagem Natural – ramo de estudos da Inteligência Artificial.

Processamento de Alto Desempenho – várias unidades do conhecimento - interdisciplinares


colaborando na resolução de um mesmo problema.

Programas de Computador. Classificam-se em: Sistemas Operacionais, Aplicativos e


Utilitários.

Protocolo de Transferência. Ele foi desenvolvido para ser um protocolo roteável, e serve
como padrão para redes de longa distância (WAN’s) e para acesso a Internet.

Rede - Rede é um grupo interligado de nós ou estações, conectadas por canais de


comunicação ou por meio de equipamentos de conexões.

Rede Local de Área. LAN é um sistema de comunicação de dados confinado a uma área
geográfica limitada (em torno de 10 quilômetros), com taxas de transmissão moderada a alta
(100 Kbps até 1000 Mbps). A área servida pode consistir em um prédio apenas, um grupo de
prédios ou um arranjo tipo campus.

Redes de Longa Distância. São redes interligando computadores em locais fisicamente


distantes. As WANs utilizam linhas de transmissão de dados oferecidas por empresas de
telecomunicação.

REMAV – Rede Metropolitana de Alta Velocidade – desenvolvida principalmente para fins


acadêmicos e de pesquisa.

Second Life – Ambiente de navegação 3D semelhante à internet.

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Sociedade da Informação – A expressão “Sociedade da Informação”, bastante difundida nos
discursos acadêmicos de diversas áreas do conhecimento, traz a noção de uma nova
sociedade, baseada numa economia informacional, com possibilidades de maior
democratização das relações socioeconômicas intra e internacionais (políticas, comerciais
etc.).

TCP – Transfer Control Protocol - Teia de Aranha Mundial. É um sistema de busca de


informações por hipermídia através de um mecanismo conhecido como hipertexto, onde uma
determinada informação como um texto ou uma imagem pode servir de elo com outros
documentos, de modo a disponibilizar de modo rápido e eficiente a informação requerida. Ver
WWW.

WAN – Wide Area Network Rede de acesso – alcance através de ondas de rádio novamente.

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B IBLIOGRAFIA

BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista

Brasileira de Educação, n. 19, Jan-Abr 2002, p. 20-28.

Kasse, Eduardo Massami - Padrões web: a revolução no desenvolvimento de sites

KUNDUR, S. e RAVIV, Daniel, “Active Vision-Based Control Schemes for Autonomous


Navigation Tasks”. Pattern Recognition, Elsevier Science, N. 33, pg. 295-308, 2000.

Obermeier, K. K. (1987). "Natural Language Processing". Byte, pages 225-232, December

Pacitti, Tércio – do Fortran à Internet – 1997 – Makron Books

Pacitti, Tércio – Paradigmas do Software Aberto – 2006 – Ed. LTC

Valente, Carlos e Mattar, João - Second Life e Web 2.0 na Educação – Novatec Editora

Bodas, Cristina – Repórter terra - Capacidade de transmissão da fibra é 1 milhão de vezes


maior que a do cabo - http://www.terra.com.br/reporterterra/fibra/materia1.htm

http://cartilha.cert.br/conceitos/sec8.html

http://www.absoluta.org/artigos/art_internet2.htm

http://www.tecnopole.palegre.com.br/Default.asp?proj=88&secao=217&m1=5576

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u22031.shtml

Remav

www.rnp.br/noticias/1999/not-990525.html

Rumo a Internet 2 no Paraná

www.rnp.br/wrnp2/2000/posters/multimidiapara%20redesdealta.pdf

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www.radiobras.gov.br/ct/1999/coluna_020799.htm

www.faced.ufba.br/~bonilla/politicas.htm

www.fmrp.usp.br/cpg/arquivos/LivroVerdeSemFigura.pdf

www.cteep.com.br/_docs/setor/estante/artigos/ciencia_tecnologia_inovacao_verde.pdf

INTERNET2

http://www.acessa.com/arquivo/informatica/tecnologias/2000/04/07-Internet2/#2

www.timaster.com.br/revista/materias%5Cmain_materia.asp?codigo=143

INTERNET2 – REMAV - ENTREVISTA

www.ufmg.br/boletim/bol1235/pag3.html

www.inf.unisinos.br/~roesler/publicados/brisa99/brisainternet2.pdf

www.shammas.eng.br/acad/sitesalunos0106/012006int/internet2.html

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