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Físico-Química II

Rodrigo Souza Banegas

Experimento 01
CINÉTICA DA DECOMPOSIÇÃO CATALÍTICA DO PERÓXIDO DEHIDROGÊNIO

Alunos: Carolina de Andrade, Edemilson de Modesti, Vinícius Schwamberger.


Data: 06/03/2012

Temperatura: 29°C
Pressão: 765 mmHg

OBJETIVOS

Determinar a constante de reação (k), a energia de ativação (E*) do oxigênio obtido


em três diferentes temperaturas e construir um gráfico a partir do acompanhamento
da cinética da reação do peróxido de hidrogênio.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As velocidades das reações são alteradas pela adição de certas substâncias


denominadas catalisadoras, que participam das etapas intermediárias da reação
química e são regeneradas no final. O catalisador interfere na energia de ativação e,
consequentemente, na velocidade.

Estudamos a reação lenta de decomposição do H 2O2 (peróxido de hidrogênio),


utilizando-se como catalisador o MnO2 (dióxido de manganês). A decomposição do
peróxido de hidrogênio é dada pela reação:
2 H2O2 à 2 H2O + O2 + MnO2

Antes de iniciar o experimento, precisamos preparar 100 mL da solução 3% de H 2O2


que, inicialmente, possuía concentração 35%. Para determinar a quantidade de
peróxido 35% a ser utilizada, fizemos o simples cálculo:
M1V1 = M2V2
35% . V1 = 3% . 100 mL
V 1 = 8,57 mL

Esta quantidade foi adicionada a um balão volumétrico de 100 mL e completado com


água destilada.

Montamos o equipamento a seguir, de modo que a proveta ficasse cheia de água (sem
entrada de ar). A mangueira ficou posicionada dentro da proveta para a liberação do
O2. Ao kitassato foram adicionados 25 mL de água; 0,25g de MnO 2 e 25 mL de H2O2,
nesta sequência. Assim que o peróxido foi adicionado, cronometramos 1 minuto e, ao
final do tempo, lemos o volume de O 2 liberado na reação para a proveta. Fizemos essa
leitura de 1 em 1 minuto até quase cessarem as bolhas (em torno de 15 minutos).

O mesmo experimento foi realizado nas temperaturas de 20°C, 30°C e 40°C. As


temperaturas foram conseguidas de tal maneira: 30°C era a temperatura da água no
dia; depois a água do béquer onde estava contido o kitassato foi aquecida até 40°C por
manta de aquecimento e depois resfriada até 20°C em banho de gelo.

Verificamos que a reação do peróxido de hidrogênio é de 2:1 em relação ao oxigênio


liberado. Com esta informação podemos concluir que o número de mols no oxigênio é
metade do número de mols do peróxido de hidrogênio. Sabemos que a massa molar
do H2O2 é de 34,02 g/mol e que sua concentração era de 35% e reduzimos (pela
solução feita) para 3%, logo:

34,02 g/mol --- 35% 2,916 g/mol --- 100 mL


x ------------------ 3% x ------------------- 25 mL
x = 2,916 g/mol x = 0,729 g/mol
m
nH2O2 =
MM

0,729
nH2O2 =
34,02
nH2O2 = 0,0214 mol de H2O2

Se a proporção é 2:1, logo:


0,0214 / 2 = 0,0107 mol de O2

Em seguida, calculamos os valores necessários para montarmos a tabela para cada


temperatura.

TEMPERATURA 303,15K

T = 303,15 K  1/T = 3,2987 x 10-3 K-1


Tempo (s) VT (mL) V∞ - VT (mL) ln (V∞ - VT)
60 30,0 234,2 5,4562
120 68,0 196,2 5,2791
180 86,0 178,2 5,1829
240 102,0 162,2 5,0888
300 112,0 152,2 5,0252
360 126,0 138,2 4,9287
420 134,0 130,2 4,8691
480 142,0 122,2 4,8057
540 148,0 116,2 4,7553
600 152,0 112,2 4,7203
660 158,0 106,2 4,6653
720 164,0 100,2 4,6072
780 166,0 98,2 4,5870
840 172,0 92,2 4,5240
900 176,0 88,2 4,4796
Tabela 01 – Valores obtidos a uma temperatura de 303,15K.

O V∞ (volume nas condições de pressão do dia do experimento), é calculado pela


fórmula dos gases ideais: PV = nRT

nRT
V∞ =
P

0,0107 . 0,082. 303,15


V∞ =
1,0067
V∞ = 0,2642 L ou 264,2 mL de O2
6.0000
5.7500
5.5000
5.2500 f(x) = − 0 x + 5.38
ln (V∞ - Vt)

5.0000 R² = 0.96

4.7500
4.5000
4.2500
4.0000
60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
tempo (s)

Gráfico 01 - Gráfico de ln(V∞ - VT) versus t(s) a uma temperatura de 303,15K

Sabendo que ln ( V ∞−V T )−ln (V ∞ ) =−kt e que y = -0,0011t + 5,375, concluímos que o
valor de k é o coeficiente da equação da reta obtida no gráfico.

Logo, k = 1,1 x 10-3 mL/s.

TEMPERATURA 293,15K

T = 293,15 K  1/T = 3,4112 x 10-3 K-1


Tempo (s) VT (mL) V∞ - VT (mL) ln (V∞ - VT)
60 28,0 227,5 5,4272
120 52,0 203,5 5,3157
180 70,0 185,5 5,2231
240 84,0 171,5 5,1446
300 96,0 159,5 5,0720
360 106,0 149,5 5,0073
420 114,0 141,5 4,9523
480 120,0 135,5 4,9090
540 128,0 127,5 4,8481
600 132,0 123,5 4,8162
660 140,0 115,5 4,7493
720 144,0 111,5 4,7140
780 148,0 107,5 4,6775
840 152,0 103,5 4,6396
900 156,0 99,5 4,6002
Tabela 02 – Valores obtidos a uma temperatura de 293,15K.

O V∞ (volume nas condições de pressão do dia do experimento), é calculado pela


fórmula dos gases ideais: PV = nRT
nRT
V∞ =
P

0,0107 . 0,082. 293,15


V∞ =
1,0067
V∞ = 0,2555 L ou 255,5 mL de O2

5.5000
5.4000
5.3000 f(x) = − 0 x + 5.39
5.2000 R² = 0.97
5.1000
ln(V∞-VT)

5.0000
4.9000
4.8000
4.7000
4.6000
4.5000
60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
tempo (s)

Gráfico 02 - Gráfico de ln(V∞ - VT) versus t(s) a uma temperatura de 293,15K

Sabendo que ln ( V ∞−V T )−ln (V ∞ ) =−kt e que y = -0,0009t + 5,3897, concluímos que
o valor de k é o coeficiente da equação da reta obtida no gráfico.

Logo, k = 9,0 x 10-4 mL/s.

TEMPERATURA 313,15K

T = 313,15 K  1/T = 3,1934 x 10-3 K-1


Tempo (s) VT (mL) V∞ - VT (mL) ln (V∞ - VT)
60 48,0 224,9 5,4157
120 82,0 190,9 5,2517
180 110,0 162,9 5,0931
240 128,0 144,9 4,9760
300 142,0 130,9 4,8744
360 158,0 114,9 4,7441
420 164,0 108,9 4,6904
480 174,0 98,9 4,5941
540 184,0 88,9 4,4875
600 190,0 82,9 4,4176
660 196,0 76,9 4,3425
720 200,0 72,9 4,2891
780 208,0 64,9 4,1728
840 212,0 60,9 4,1092
900 216,0 56,9 4,0413
Tabela 03 – Valores obtidos a uma temperatura de 313,15K.

O V∞ (volume nas condições de pressão do dia do experimento), é calculado pela


fórmula dos gases ideais: PV = nRT

nRT
V∞ =
P

0,0107 . 0,082. 313,15


V∞ =
1,0067
V∞ = 0,2729 L ou 272,9 mL de O2

5.5000
5.4000
5.3000
5.2000 f(x) = − 0 x + 5.38
R² = 0.98
5.1000
5.0000
4.9000
ln(V∞-VT)

4.8000
4.7000
4.6000
4.5000
4.4000
4.3000
4.2000
4.1000
4.0000
60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900 960
tempo (s)

Gráfico 03 - Gráfico de ln(V∞ - VT) versus t(s) a uma temperatura de 313,15K

Sabendo que ln ( V ∞−V T )−ln (V ∞ ) =−kt e que y = -0,0016t + 5,384, concluímos que o
valor de k é o coeficiente da equação da reta obtida no gráfico.

Logo, k = 1,6 x 10-3 mL/s.

De posse das constantes cinéticas e das temperaturas, podemos completar a seguinte


tabela:

T (K) 1/T (K-1) x 10-3 k (mL/s) x 10-3 ln k (mL/s)


293,15 3,4112 0,9 -7,0131
303,15 3,2987 1,1 -6,8124
313,15 3,1934 1,6 -6,4377

-6.1000
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
-6.2000

-6.3000

-6.4000

-6.5000 f(x) = − 2631.95 x + 1.93


ln k (mL/s)

R² = 0.96
-6.6000

-6.7000

-6.8000

-6.9000

-7.0000

-7.1000
1/T (K-1)

Gráfico 04 - Gráfico de ln k versus 1/T

Por dedução da fórmula de Arrenhius, para encontrar o valor da energia de ativação,


podemos dizer que:

E¿
ln k =ln A−
RT

ln k . RT=ln A−E ¿

ln k . RT−ln A=−E ¿

E¿ =−ln k . RT + ln A

Essa equação pode ser relacionada à equação da reta e julgamos que:

E¿ =−2631 . 0,082. 273,15+1,933

E¿ =−58927,9943

CONCLUSÃO

Concluímos que podemos acompanhar a cinética de uma reação (decomposição do


H2O2) através do volume de um gás produzido em função do tempo. A velocidade da
reação foi acelerada pela adição de dióxido de Manganês (MnO 2) como catalisador, já
que se trata de uma reação lenta. Observamos, também, que quanto maior a
temperatura, maior o volume de O2 gerado pela reação.

O tema abordado na prática é importante para uma maior clareza nos estudos da
cinética química, decomposição e catalisadores em uma reação.

FONTES DE ERRO

Podemos citar como fontes de erro a possível quantidade de oxigênio presente na


proveta, o que geraria uma leitura errada do volume do gás que estará entrando no
sistema. A oscilação de temperatura também pode gerar cálculos duvidosos, pois,
como a cinética depende da temperatura, se a mesma não estiver estável,
consequentemente teremos uma cinética inexata.

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