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INTERPRETAÇÃO

É especialmente pela técnica que ocorre a cura propriamente dita. Digo


“especialmente” porque ela não é a única ferramenta. Além dela, há também:
assinalamento e pontuação.
Zimerman (1997) reporta-se à técnica de grupo inicial, mas avisa que
sua experiência permite fazer algumas modificações. Anteriormente, orientava-
se que não era adequado interpretar referindo-se individualmente aos
membros; era melhor que evitasse fazer interpretações relacionando aos fatos
infantis e que essa técnica deveria ser feita com base no “aqui-agora”.
A técnica atual, proposta por Zimerman (1997), permite algumas
modificações, como:
• Nomear os indivíduos do grupo, desde que seja assunto comum ao
grupo;
• Não é necessário interpretar apenas no “aqui-agora”;
• Uso de assinalamentos, pontuações e clareamentos para se referir as
formas de comunicação, aos papéis desempenhados pelos indivíduos no
grupo e as percepções de fatos;
• Interpretação dos papéis estereotipados e rígidos no grupo e que são
repetidos na vida em geral;
• Assinalamento de questões contratransferenciais.

TÉRMINO E RESULTADOS TERAPÊUTICOS

O término pode significar duas situações, como aponta Zimerman


(1997): pode ser que o grupo todo encerre, seja pelo que ficou estabelecido no
contrato, seja por outros motivos (grupo fechado), mas pode ser também que o
término seja individual, isto é, que uma pessoa conclua sua participação no
grupo (são situações comuns de grupos abertos).
Zimerman (1997) prefere falar em “crescimento mental” do que em
“cura”, pois o segundo é um termo da Medicina, e está mais associado com a
supressão de sintomas. Esperase que, ao final da grupoterapia, possam ser
identificadas algumas mudanças psíquicas. Dentre elas, destacam-se:
• Maior flexibilidade dos papéis estereotipados e rígidos;
• Melhor possibilidade de interação com outras pessoas;
• Melhor habilidade de comunicação;
• Minimização das ansiedades paranoides e depressivas;
• Capacidade para fazer diferenciação entre si e dos outros;
• Capacidade de ser “continente”.
Cada membro poderá se beneficiar de formas diferentes. Entretanto, as
experiências vividas no grupo devem favorecer o indivíduo a “adquirir liberdade
para fantasiar, desejar, sentir, pensar, comunicar, sofrer, gozar e estar junto
com os outros” (ZIMERMAN, 1997, p. 142).

PERFIL DO GRUPOTERAPEUTA

O profissional que exercita qualquer modalidade psicoterapêutica deve


ter em mente que está lidando com “relações humanas”. Relacionar-se implica
na presença de outro, que possui seus próprios sentimentos, dores,
dificuldades, crenças, etc., além de lidar com seus próprios sentimentos e
conflitos. A Psicanálise valoriza um pressuposto fundamental: o de que os
sentimentos da dupla (paciente-terapeuta ou grupo) estão em jogo.
Sendo assim, falar de técnica em grupoterapia também remete a
abordar o perfil do profissional. Zimerman (1997) utiliza a expressão
“coordenador” para se referir ao grupoterapeuta, e acrescenta que é uma figura
importantíssima no processo terapêutico, já que é a pessoa que conduz. O
coordenador representa a figura de transferência, motivada pelas expectativas
de cada membro do grupo.
Sendo tão importante, é esperado que o coordenador possua alguns
atributos desejáveis e/ou indispensáveis. Isso não significa que deva ser uma
pessoa “perfeita”, afinal de contas também é provido de sentimentos,
sofrimentos e dificuldades. Espera-se que tenha minimamente se submetido à
experiência de análise pessoal e uma maior maturidade emocional.
Zimerman (1997) destaca alguns atributos, uma parte indispensável e
outra desejável, os quais se esperam do terapeuta de grupo. Dentre eles:
• Gostar e acreditar em grupos;
• Ser verdadeiro;
• Coerente;
• Ético;
• Respeitoso;
• Paciente;
• Continente;
• Função de pensar;
• Comunicativo;
• Empático;
• Senso de humor.

Finalizando, a regra fundamental e indispensável para o profissional


consiste no clássico “tripé”: conhecimento teórico-técnico, supervisão com um
profissional mais experiente e análise pessoal.

PSICOTERAPIA BREVE

HISTÓRICO
De acordo com Braier (2000) a Psicoterapia Breve surgiu principalmente
da necessidade da crescente demanda das pessoas que precisavam de
atendimento e da quantidade insuficiente de terapeutas, especialmente em
hospitais e centros de saúde. Além disso, muitos dos que procuravam ajuda
terapêutica eram pessoas de poucos recursos econômicos, e, portanto, que
não tinham condições financeiras para arcar com despesas numa terapia em
longo prazo. Tal terapia caracteriza-se por ter objetivos limitados, é bastante
interpretativa ou de insight, e é empregada em pessoas com capacidade
egoica suficiente para serem tratadas por ela.
Contextualizando a Psicoterapia Breve em sua evolução histórica, os
primeiros trabalhos referentes a essa terapia se deram logo no início dos
estudos de Freud, por ele mesmo: “...na etapa pré-analítica e no começo da
analítica eram, de certo modo, terapias breves, pois duravam só alguns meses”
(BRAIER, 2000, p. 09). Freud estava empenhado em encontrar curas rápidas
para a solução de alguns conflitos e sintomas. Mas, gradualmente, o
tratamento foi se tornando mais prolongado. Ao mesmo tempo, outros autores
(como S. Ferenczi, O. Rank, e posteriormente T. French e F. Alexander)
desenvolvem estudos referentes à Psicoterapia Breve.
Segundo Braier (2000), a partir da década de 80, surgiu a necessidade
de recorrer a psicoterapias. Devido a dificuldades financeiras e de tempo, as
pessoas sentiam necessidade de uma psicoterapia menos custosa que a
análise, tanto em dinheiro quanto em tempo.
Segundo Braier (2000) Freud, numa conferência em Budapeste, em
1918, adiantou-se a fatos que posteriormente resultariam nas chamadas
psicoterapias breves. Freud falou da importância de desenvolver tratamentos
breves para que um número maior de pessoas se beneficiasse da assistência
psicológica, especialmente que fossem criados estabelecimentos estatais, para
que o serviço psicológico fosse gratuito. Nessa perspectiva, Freud aponta a
necessidade de modificar a técnica a ser utilizada nas psicoterapias breves.

CONCEITO

A psicoterapia breve, segundo Knobel (2002), é uma espécie de


Psicanálise condensada, cujo tempo e objetivos são limitados. Trata-se de uma
psicoterapia com objetivos mais modestos.
Braier (2000) prefere usar o termo “Psicoterapia Breve de Orientação
Psicanalítica”. Primeiro porque, a denominação “Psicoterapia Breve” implica em
dizer que a terapia é breve. E este autor aponta que ela é breve apenas do
ponto de vista do terapeuta e quando comparada ao tratamento psicanalítico.
Braier fundamenta-se no referencial psicanalítico.
Os termos “Psicoterapia breve” e “Psicoterapia focal” são usados como
sinônimos por Knobel (1986), que conclui: “o máximo no mínimo de tempo”. D.
Malan, considerado o pai da “Psicoterapia Focal”, também concorda que são
sinônimos.
Além do fator tempo, o foco é um dos elementos que melhor
caracterizam as terapias breves. O foco, que se refere basicamente à queixa
trazida pelo paciente, diz respeito ao objetivo, que acaba sendo o centro do
tratamento e não pode ser perdido de vista.
Nas palavras de Knobel (1986, p. 13): A Psicoterapia breve se apoia
para ajudar o indivíduo humano a ter uma real visão de suas dificuldades, uma
verdadeira apreciação de seus problemas e um ponto de referência para
correções positivas de uma conduta que resulta de um funcionamento
psicológico perturbado.
Alguns autores são referências em Psicoterapia Breve, sendo eles: M.
Knobel, H. Fiorini, D. Malan, M. Balint, E. Braier.

FUNDAMENTOS TEÓRICO-TÉCNICOS

Na Psicoterapia Breve de Orientação Psicanalítica, para Braier (2000),


são trabalhados: o inconsciente, conflitos psíquicos, mecanismos de defesas,
sonhos, transferência, resistência, e outros, assim como na Psicanálise.
Entretanto, há diferenças entre a Psicanálise e a Psicoterapia Breve. As
diferenças podem ser agrupadas em três aspectos:
1) fins terapêuticos, 2) temporalidade, 3) técnica.
No que se refere aos fins terapêuticos, de acordo com Braier (2000), a
Psicanálise tem como meta tornar consciente o inconsciente. Tal meta implica
numa reconstrução da estrutura da personalidade do analisando, que por sua
vez envolve a resolução de conflitos mediante a elaboração, acarretando bem-
estar ou alívio dos sintomas.
Já na Psicoterapia Breve, como afirma Braier (2000), os objetivos
precisam ser limitados. Tem como meta principal a superação dos sintomas e
problemas atuais da realidade do paciente, de modo que este possa enfrentar
adequadamente situações conflitivas. Tal meta implica em que o paciente deve
ter um princípio de insight a respeito de seus conflitos. Nesse sentido cabe
dizer que nem todas as pessoas podem se beneficiar da Psicoterapia Breve,
mas sim aquelas que possuem boa capacidade de insight.
No que diz respeito à temporalidade, Braier (2000) assinala que a
duração do tratamento na Psicanálise não é predeterminada, e pode se
prolongar por anos. Na Psicoterapia Breve é determinada previamente, e em
geral leva alguns meses. Diz-se que há um início, meio e fim previamente
determinados, realidade esta que tanto analista quanto analisando devem lidar.
E com relação à técnica, Braier (2000) faz menção a alguns fenômenos
psicoterapêuticos: os conflitos psíquicos; regressão, neurose de transferência e
transferência; resistência; insight e elaboração; fortalecimento da função
egoica.
Na Psicanálise “as situações conflitivas atuais do indivíduo estão
relacionadas a conflitos infantis, dos quais, em realidade, decorrem”. (BRAIER,
2000, p. 22). E no tratamento psicanalítico o analisando reviverá seus conflitos
infantis, por meio da transferência, e serão analisados profundamente até ser
elaborado. Na Psicoterapia Breve há primeiramente uma escolha dos conflitos
a serem trabalhados, de acordo com sua urgência. Tais conflitos serão os
focos do tratamento, sendo que não é possível aprofundar em elementos mais
primitivos de modo que não mobilize o analisando em demasia.
Conforme Braier (2000) a regressão é o processo no qual o indivíduo se
reporta a etapas anteriores de seu desenvolvimento para reviver seus conflitos
infantis. Esse processo é muito importante no tratamento psicanalítico, uma vez
que consiste numa etapa para elaboração dos conflitos atuais. A neurose de
transferência “é a reprodução da neurose infantil na relação com o analista”
(BRAIER, 2000, p. 26). E a transferência é o processo no qual os desejos
inconscientes se atualizam sobre certos objetos, na relação analítica.
Braier (2000) assinala que na Psicoterapia Breve deve-se evitar o
desenvolvimento da regressão, da neurose de transferência e da transferência.
Tais mecanismos terapêuticos não constituem como objetivos neste tipo de
tratamento, na medida em que o objetivo é resolver conflitos atuais do
indivíduo.
De acordo com Braier (2000), no tratamento psicanalítico, a resistência
refere-se aos diversos obstáculos que o analisando opõe ao tratamento. Na
Psicoterapia Breve surgem resistências também, entretanto a interpretação das
mesmas não pode assumir um caráter intenso como na Psicanálise, em função
da limitação do tempo.
É importante também discorrer sobre insight e elaboração. No
tratamento analítico Insight é “... a aquisição do conhecimento da própria
realidade psíquica”. (Grinberg, citado em Braier, 2000, p. 30). Trata-se de uma
compreensão no sentido intelectual e afetivo, do contato com os aspectos
inconscientes.
A finalidade das interpretações do analista, que são, por excelência, seu
instrumento terapêutico, é promover o insight dos conflitos no paciente
(BRAIER, 2000, p. 30).
A elaboração, segundo Braier (2000), é o processo no qual o paciente
descobre as conotações do insight. Isto é um trabalho exaustivo, que demanda
tempo, implica em regressão e superação das resistências do paciente. Desse
modo, na Psicoterapia Breve, tanto o insight quanto a elaboração ocorrem, mas
de forma restrita e menos profunda se comparada ao tratamento analítico.
Além do mais o insight se dá muito mais a nível intelectual que afetivo.
Considero que a aquisição de insight por parte do paciente, por meio de
interpretações do terapeuta, seja a forma mais apreciada de se conseguir o
fortalecimento de seu ego (BRAIER, 2000, p. 34).
Entretanto, conforme Braier (2000), esta não é a única maneira de ativar
as funções egoicas. Há também outra, que se baseia no apoio. Na Psicoterapia
Breve, algumas vezes é necessário utilizar de técnicas de apoio, especialmente
quando a função egoica do paciente está bastante debilitada e este não
consegue suportar uma terapia interpretativa.
Na Psicoterapia Breve o tempo é limitado, o que faz com que os
objetivos também o sejam, caracterizando-se como as necessidades mais ou
menos imediatas do indivíduo, com o que se apresentar com mais urgência
e/ou importância, almejando o fortalecimento e ativação de suas funções
egoicas para que ele consiga recuperar seu autodesenvolvimento e solucionar
seus conflitos (BRAIER, 2000).
Faz-se necessária a delimitação de um ou dois focos prioritários de
dificuldades, sendo que a solução fará com que o indivíduo se fortaleça
emocionalmente. Segundo Braier (2000), em Psicoterapia Breve “... se tenta
basicamente delimitar zonas da problemática geral do paciente e/ou dos
episódios de sua vida, dirigindo preferencialmente para aí, a partir desse
momento, a exploração terapêutica” (p. 42).
Diante dessas colocações vale dizer que a cura nunca se realiza durante
o tratamento. Segundo Braier (2000) “... um tratamento curto adequadamente
conduzido pode desencadear, a partir da solução de um aspecto do problema
do paciente, um processo evolutivo, uma reação em série, que com o avançar
dos anos promova uma mudança interior...” (p. 54). É nesse sentido que se
pode falar em fortalecimento e ativação de funções egoicas para
autodesenvolvimento interior.
É valido dizer que a Psicoterapia Breve recebe muitas críticas, até
mesmo dentro da área psicanalítica. Birman (2000) diz que se não houvesse o
tratamento de curto prazo, as pessoas com perturbações psíquicas se
entregariam a tratamentos psicofarmacológicos, sendo esquecida, dessa
maneira, sua subjetividade e individualidade. “Com efeito, é preferível que as
individualidades possam ser simbolicamente reconhecidas como subjetividade,
mediante as psicoterapias breves, do que serem reduzidas à brutalidade de
sua condição animal, pelo tratamento psicofarmacológico...” (p. 16).
Além de tudo isso, existe a relação entre tempo e subjetividade, a qual
sofreu influências das novas tecnologias de comunicação, da nova forma de
existência. Atualmente as pessoas são induzidas a agir de forma rápida,
diferentemente do que ocorria há algumas décadas, quando as pessoas
podiam permanecer em intermináveis reflexões. Vale dizer também que essas
pessoas que se entregavam a reflexões profundamente intermináveis e
relegavam a ação em si, a segundo plano acabavam se tornando obsessivas
em função do investimento narcísico que faziam. Braier (2000, p. 33),
afirma que devemos ativar muito especialmente as funções egoicas do
paciente essenciais para o trabalho terapêutico, tais como, a percepção, a
atenção, a memória, etc., ativação que adquire muita importância porque
acelera e facilita o caminho em direção ao insight.
É importante ressaltar, que ao se falar em fortalecimento egoico,
entende-se que um trabalho neste sentido, com um embasamento
psicanalítico, tem como objetivo desenvolver recursos egoicos para que o
próprio paciente tenha insights, considerando que toda a relação está
permeada de conteúdos latentes, para que não se “caia na armadilha de um
trabalho superficial”, que ao invés de promover a autonomia do paciente, acabe
formando uma relação simbiótica, na qual o paciente não entra em contato com
os sentimentos que permeiam determinados conflitos.
Segundo Dolto, in Mannoni (1983), a relação psicoterápica permitirá que
as “forças emocionais encobertas, em jogo conflitvo”, encontre uma saída, ou
seja, a descoberta de processos inconscientes contribui para que o paciente
perceba o que está limitando sua liberdade. Entendendo, que esta liberdade
significa o indivíduo conseguir ser criativo, e não apenas submisso às
exigências, livre da dependência do desejo de outrem, conseguindo comunicar
os seus sentimentos, amar e ser amado, enfrentar frustrações e as dificuldades
cotidianas. Assim, estamos entendendo saúde mental, não enquanto um
processo de adaptação, mas enquanto possibilidade criadora, na qual o
paciente consiga transitar na relação dialética princípio da realidade versus
princípio do prazer, com certa maleabilidade.
Entendendo que a relação terapêutica, na maioria das vezes, acontece a
nível inconsciente, é fundamental que o psicoterapeuta faça supervisão e
análise pessoal, para que esteja conseguindo amadurecer enquanto pessoa, e
enquanto profissional, considerando que estes estão intimamente ligados. Na
Psicoterapia Breve, é importante que o psicoterapeuta perceba algumas
limitações que o aspecto tempo coloca, pois pode ocorrer deste desejar
inconscientemente mobilizar alguns conflitos que não seriam viáveis trabalhar
numa Psicoterapia Breve. Percebe-se a importância, de estar entrando em
contato com alguns conteúdos latentes que estão permeando o trabalho, e que
se referem ao desejo do próprio terapeuta, conteúdos estes que não favorecem
nem o crescimento do terapeuta, nem do paciente.
Identificar as diferenças entre Psicanálise e Psicoterapia Breve é
indispensável para aplicar adequadamente a técnica. No quadro abaixo estão
descritas as principais diferenças:

Técnica Psicanálise Psicoterapia Breve

Fins terapêuticos A exploração do inconsciente. Limitados. Superação de


Resolução de conflitos básicos e sintomas e problemas
seus derivados. Reestruturação atuais.
da personalidade.

Duração Prolongada. Limitada.


Indeterminada.
Trabalhos com os Refere-se aos especialmente Limita-se habitualmente a
conflitos conflitos básicos. conflitos derivados.

Regressão São favorecidas. Não são favorecidas.


Dependência
Desenvolvimento e Sim. Não.
análise da neurose de
transferência.

Análise de resistência Intensiva. Limitada.

Insight Sim. Sim. Limitado. Mais


cognitivo que afetivo.
Elaboração Sim. Não.
Processos geradores de
mudanças.
Fortalecimento e Não (ou muito pouco). Sim.
ativação das funções
egoicas.
Focalização Não. Sim.

Multiplicidade dos Não. Sim.


recursos terapêuticos
Planejamento Não. Sim.

FONTE: Braier, 2000.


INDICAÇÕES
Braier (2000) recomenda que a Psicoterapia Breve poderá ser indicada
em várias situações. Vejamos algumas delas:
• Situações referentes aos ciclos de vida, tais como casamento,
maternidade, menopausa, aposentadoria, etc.
• Fatos traumáticos como o luto, separações, desemprego, acidentes,
dentre outros.
• Enfrentamento de doença, hospitalização e processo cirúrgico.
• Tratamento de neuroses.

Já em relação ao tipo de paciente, o ideal, segundo Braier (2000, p. 209)


seriam aquelas pessoas que possuem:
A) Força e plasticidade do ego, com funções em bom estado.
B) Alto grau de motivação para o tratamento.
C) Capacidade de insight.
D) Determinação e boa delimitação focal desde o início.
Em contrapartida, seriam contraindicados, de acordo com Braier (2000),
aqueles casos mais graves, como: psicopatia, borderline, perversões e casos
graves de psicoses.
É importante considerar que a Psicoterapia Breve, assim como as
demais psicoterapias, não é indicada para todas as pessoas. Nesse sentido é
necessário ser feito um processo psicodiagnóstico de modo a indicar quais
pessoas podem se beneficiar da psicoterapia Breve, ou não. E mais, qual o
direcionamento do trabalho a ser dado no tratamento.
Por outro lado, Braier (2000) considera que em muitas situações a
Psicoterapia Breve visa atender mais a uma questão de ordem assistencial, no
sentido de que há pessoas que não podem custear seu tratamento. É o caso
de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), através de
instituições públicas, Organizações Não Governamentais (ONGs) e até mesmo
as chamadas clínicas-escola, isto é, as clínicas de Universidades.
Nesse sentido, Braier (2000) aponta que quase todas as pessoas têm
indicação de Psicoterapia Breve, mesmo sendo grave sua doença. Entretanto
faz uma ressalva: “desde que se recorra, com critério e segundo cada caso, à
técnica interpretativa e à de fortalecimento do ego” (p. 207).
De qualquer forma, é importante considerar que nem todos os tipos de
pacientes apresentarão bons resultados terapêuticos.

TÉCNICA

O FATOR TEMPO

A essência da Psicoterapia Breve está justamente na brevidade de um


tratamento psicológico, isto é, o fator tempo. Por esse motivo este tema merece
um destaque especial.
Na Psicanálise a questão do tempo e da frequência das sessões são
fatores que estão associados e consistem na essência deste método científico.
Na era pós-Freud aspectos econômicos e de tempo foram se contrapondo com
a Psicanálise, dando origem às psicoterapias breves.
Neste cenário, Birman (2000) levanta a indagação de como é possível
tratar de questões subjetivas em um curto espaço de tempo? Para este autor, a
experiência psicanalítica exige uma posição estratégica do tempo para a
subjetividade, portanto, um longo tempo e maior frequência semanal seriam
condições para bons resultados terapêuticos. Ele compara a Psicoterapia
Breve com a ponta de um iceberg, o que significa que, assim como no iceberg,
o que fica dentro da água é a maior parte dele, no processo terapêutico breve
poderá ser tratado apenas uma parte dos conteúdos psíquicos.
Os processos subjetivos também foram se transformando com o tempo,
assim como os valores, crenças e modos de vida. Pensando assim, é que,
segundo Birman (2000), justificam-se as Psicoterapias Breves, que entraram
em cena enquanto possibilidade terapêutica, por diversas razões. Inicialmente
por questões de ordem econômica e de tempo, especialmente nos campos da
Psiquiatria e da Psicologia Clínica (décadas de 1950 e 1960).
Os hospitais e outras instituições de saúde foram crescendo,
principalmente na área pública, mantidas pelo Estado. A proposta da
Psicanálise foi ficando inviável para muitas pessoas, principalmente em função
do alto custo financeiro e de ser um tratamento longo. Nos setores públicos o
Estado não conseguia manter o tratamento. Dessa forma, a Psicoterapia Breve
vem para atender a essa demanda.
Inicialmente, a Psicoterapia Breve era conhecida como um tratamento
inferior quando comparada à Psicanálise. Diz Birman (2000) que os
psicanalistas eram considerados como verdadeiros analistas e os demais como
pseudoanalistas. É como se a Psicanálise fosse privilégio para as pessoas de
classe alta e as demais psicoterapias, de segunda linha.
Entretanto, aponta Birman (2000) que nas décadas de 1960 e 1970
havia críticas em relação à longa duração de um tratamento psicanalítico;
questionava-se, inclusive, se era eficaz permanecer tanto tempo em análise.
É importante mencionar que a grande frequência das sessões semanais
na Psicanálise tem motivo de ser. Para Freud o intervalo longo entre uma
sessão e outra poderia aumentar as resistências no paciente.
Voltando a eficácia terapêutica, segundo Birman (2000), trata-se de um
assunto complexo e polêmico. “O que pode ser eficaz, num certo ponto de
vista, não é o mesmo que é valorizado num outro, na análise dos efeitos
terapêuticos de certo procedimento” (p. 17). Além disso, temos que considerar
as expectativas e ambições do próprio paciente. Muitas vezes, suas ambições
em tratar seus conteúdos internos, em falar de sua subjetividade são mais
modestas que a proposta da Psicanálise. O valor que cada pessoa atribui a sua
subjetividade pode ser diferente.
Atualmente, além dos espaços públicos de tratamento de saúde mental,
há também os convênios de saúde que funcionam como um terceiro na relação
terapeuta/paciente. Estas instituições delimitam o número de sessões e a
duração do tratamento, tornando um padrão único para todos os pacientes,
independente de suas necessidades, patologias e benefícios terapêuticos.
Nesse sentido, Birman (2000) afirma que a frequência semanal das sessões
acabou se tornando uma espécie de “instituição”, já que satisfaz mais as
necessidades da própria instituição do que as do paciente.
Finalizando, é importante considerar ainda que diversas mudanças
ocorreram dos tempos de Freud até os dias atuais. O processo da
globalização, a inclusão digital e o mundo do trabalho agitado levaram a uma
aceleração do tempo, fazendo com que as pessoas tenham pressa.
Consequentemente, os pacientes e as patologias também mudaram. São
marcadas por patologias narcisistas e pelo vazio mental. Este cenário requer
uma (re)leitura dos processos subjetivos.

A AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E O CONTRATO TERAPÊUTICO

Na Psicoterapia Breve o primeiro passo diz respeito ao psicodiagnóstico,


assim como nas demais psicoterapias. Segundo Braier (2000), o processo
avaliativo consiste em entrevistas, testes psicológicos e entrevista devolutiva.
Tem como objetivos principais: a construção da aliança terapêutica, o
diagnóstico e prognóstico e a formulação do plano terapêutico. Faz parte
também desse processo o estabelecimento do contrato terapêutico, ocasião
em que é explicado ao paciente sobre o método de trabalho e a duração do
tratamento. É também o momento onde é eleito um foco de trabalho.
O estabelecimento da aliança terapêutica, conforme Braier (2000) inicia-
se já nas primeiras entrevistas, isto é, nos primeiros contatos
paciente/terapeuta, e é condição essencial para qualquer tratamento. Nesse
primeiro momento, Braier (2000) recomenda informar diretamente ao paciente
sobre os objetivos iniciais – que são de avaliação e delineamento do contrato -,
bem como dos passos a serem dados no decorrer do tratamento.
A postura do psicólogo, na Psicoterapia Breve e já nas entrevistas, como
aponta Braier (2000), é mais ativa. Em alguns momentos é ele quem dirige a
entrevista, seja formulando questões para fins diagnósticos, ou até mesmo
assinalando e interpretando. Vale ressaltar que a técnica da interpretação
precisa ser usada com muita cautela e segurança, especialmente no início do
tratamento.

Nesse sentido, Braier (2000) orienta usá-la basicamente em três


situações:
1) Quando surgirem obstáculos que possam culminar com a interrupção
do tratamento;
2) Na entrevista devolutiva, quando o psicólogo fornecer uma visão geral
do caso; e/ou
3) Com a finalidade de avaliar a capacidade de insight do paciente.

Ainda quanto às entrevistas, Braier (2000) afirma que é fundamental


realizar uma boa anamnese, a fim de colher dados necessários para a história
clínica do paciente. Detalhar o motivo da consulta é valiosíssimo, uma vez que
na grande maioria das vezes está relacionado ao foco de trabalho que será
eleito para o tratamento.
Delimitar um foco ou a situação-problema não é tarefa fácil, pois muitos
pacientes como aponta Braier (2000), apresentam patologias mais
generalizadas, que muitas vezes estão relacionadas a vários aspectos. Torna-
se, portanto, difícil de eleger um ponto de urgência. Em contrapartida, outros
pacientes apresentam quadros mais focais, mais fáceis de serem delimitados.
É o caso de quadros agudos, tais como eventos traumáticos, depressões, luto,
processo de internação ou surgimento de doença, etc.
Em relação ao que avaliar num psicodiagnóstico em Psicoterapia Breve,
alguns pontos, segundo Braier (2000), merecem destaque. Trata-se de critérios
mínimos que precisam ser considerados para indicação ou contraindicação
para essa modalidade de psicoterapia. O resultado satisfatório do tratamento
depende disso.
Um ponto refere-se à avaliação das funções básicas do ego do paciente,
isto é, pensamento, atenção, percepção, fala, memória, etc. Um paciente com
ego muito desestruturado dificilmente se beneficiará de um tratamento breve. A
capacidade de insight e de simbolização precisa estar preservada (BRAIER,
2000).
Outro ponto está ligado às relações objetais, ou seja, aos tipos de
vínculos que o paciente estabelece com as pessoas mais próximas, como os
pais, filhos, cônjuge, colegas de trabalho, etc. Segundo Braier (2000) é
importante que estes pacientes consigam ter razoável tolerância à frustração,
habilidade para lidar com as situações de separação e de perdas em condições
razoáveis, minimamente. Isto porque são pessoas que permanecerão por
pouco tempo com o terapeuta, que necessitam ter uma postura ativa diante do
tratamento que logo se encerrará, ocorrendo à separação.
Um terceiro ponto diz respeito às motivações do paciente em se tratar.
Braier (2000) salienta que precisa haver um alto grau de desejo de mudança e,
de preferência, que a terapia ocorra num momento favorável a essas
mudanças. Pacientes que vêm encaminhados por desejos ou necessidades de
outras pessoas, pouco ou nada poderão se beneficiar de um tratamento que
requer muito envolvimento por parte da dupla terapêutica.
Na entrevista devolutiva, Braier (2000) recomenda que seja feita de
forma clara e objetiva, procurando devolver o que foi investigado do paciente,
tanto seus aspectos sadios quanto os patológicos. Criar um clima de
compreensão do sofrimento do paciente fortalecerá a aliança terapêutica.
O contrato terapêutico sinaliza o fim de uma etapa (psicodiagnóstico) e
início de outra (o tratamento propriamente dito).
Na Psicoterapia Breve, assim como nas outras, há necessidade de
realizar o contrato terapêutico, isto é, um compromisso entre a dupla. Nele
algumas questões, segundo Knobel (2002) precisam estar claras. São elas:
• Questões práticas como: estabelecimento de local, dias, horários,
feriados, faltas e honorários (este último quando for o caso de clínica
particular);
• Delimitação do número, tempo e duração das sessões e do tratamento.
• Delimitação dos objetivos terapêuticos a serem alcançados;
• Explicação da função e dos objetivos terapêuticos.
Braier (2000) orienta que a definição do foco a ser trabalhado deve ser
feito junto ao paciente, de comum acordo, de forma clara e objetiva. Este foco
está relacionado com as expectativas do paciente em relação ao tratamento.
Entretanto, “toda terapia breve de insight pressupõe a existência de fins
terapêuticos inerentes à natureza mesma do processo, por exemplo, que o
paciente alcance maior consciência da enfermidade ou eleve sua autoestima”
(p. 74). Esse é, portanto, o objetivo geral da Psicoterapia Breve.
Quanto à duração do tratamento, segundo Braier (2000), na maioria das
vezes, convém delimitar um prazo para o término da terapia, que poderá variar
conforme algumas situações: 1) Quando se tratar de uma instituição o tempo já
estará definido (3, 6, 12 meses); 2) Por conveniências do próprio paciente: em
se tratando de mudança, viagem ou outros; 3) Quando se tratar de consultório
particular pode-se definir o prazo de comum acordo com o paciente, sempre
observando os riscos e os benefícios terapêuticos.
Algumas características em Psicoterapia Breve, segundo Knobel (2002),
são essenciais. Algumas delas são:
• Sigilo profissional;
• Confiança mútua;
• Avaliação honesta e compreensiva junto ao paciente.

O TRATAMENTO PROPRIAMENTE DITO

Diz Braier (2000) que a organização do planejamento terapêutico é um


dos aspectos que diferenciam as psicoterapias breves. Elaborar uma estratégia
auxilia no cumprimento dos objetivos delimitados. É evidente que não se trata
de um projeto estático, rígido, mas ao contrário, requer flexibilidade por parte
do terapeuta de modo que o mesmo possa ser readaptado quando necessário.
Após a avaliação diagnóstica e o planejamento terapêutico, dá-se início
ao tratamento propriamente dito. Nesta fase, algumas características são
essenciais na relação terapeuta/paciente, principalmente porque se diferencia
do método psicanalítico.
A postura do terapeuta na Psicanálise é mais neutra e distante,
procurando preservar o anonimato. Já na Psicoterapia Breve o vínculo é mais
próximo. É importante que o terapeuta possa expressar interesse em relação
ao sofrimento do paciente, favorecendo um clima de confiança (BRAIER,
2000).
Nesse sentido, salienta Braier (2000, p. 86), que o papel do terapeuta é
mais ativo do que na Psicanálise. Em algumas situações ele poderá responder
as perguntas do paciente, favorecendo um “equilíbrio entre gratificação e
privação do paciente”. Um tratamento breve não permite tempo suficiente para
tratar as resistências oriundas de sentimentos hostis, agressivos, no processo
de transferência negativa.
Quanto à técnica, Braier (2000) propõe que se evite a transferência, ou
melhor, que não ocorra com tanta intensidade. Realizar assinalamentos,
formular questões, oferecer sugestões e informações são parte da técnica em
Psicoterapia Breve. A interpretação também é utilizada, mas precisa ter relação
com o foco de trabalho que foi eleito como objetivo no tratamento. Algumas
vezes o terapeuta faz perguntas que vêm de encontro a este foco. Sua atenção
deve estar voltada para ele (o foco).
Em relação à técnica da associação livre, defendida por Freud, há
controvérsias na Psicoterapia Breve. Alguns autores (dentre eles Bellak e
Small) apontam que ela não deve ser usada exatamente como na Psicanálise
(BRAIER, 2000).
Esta é uma técnica empregada para facilitar a expressão do
inconsciente, como aponta Braier (2000), mas que tende a conduzir à
regressão, o que não seria interessante na Psicoterapia Breve. Pode ser que,
associando livremente o paciente falará de outros temas que não estarão
relacionados ao foco principal. Assim, poderia ser desperdiçado tempo, uma
vez que este é fator decisivo em tratamentos breves. Cabe ao terapeuta a
tarefa de auxiliar o paciente a voltar para o foco.
Diante dessa problemática, orienta Braier (2000) que a associação livre
não seja usada com tanta frequência, mas em algumas situações durante o
tratamento, nas quais estejam voltadas para o foco. Isto exige flexibilidade por
parte do terapeuta. Este autor recomenda que, no início do tratamento, deve-se
orientar o paciente a falar tudo o que sabe sobre seu sofrimento ou que tenha
relação com ele, podendo ser situações atuais, recordações anteriores,
pensamentos, etc.
Falando mais especificamente sobre as sessões, Braier (2000)
recomenda que, em Psicoterapia Breve sejam realizadas duas sessões
semanais, na maioria dos casos. Entretanto, em algumas situações basta uma
apenas. A duração de cada sessão pode ser de quarenta minutos.
Paralelamente à Psicoterapia Breve, na tentativa de potencializar os
benefícios terapêuticos, pode-se recorrer ao trabalho de outros profissionais,
por intermédio de encaminhamentos. Braier (2000) cita a participação do
psiquiatra (uso de psicofármacos), terapeuta ocupacional, psicoterapeuta
grupal, etc.
Além disso, muitas vezes, a participação e o envolvimento dos familiares
do paciente fazem-se necessário e favorável ao tratamento. Em algumas
situações os familiares podem auxiliar na fase diagnóstica, contribuindo com
informações valiosas para a compreensão do caso. Em outros momentos a
família poderá ajudar assumindo determinadas responsabilidades quanto ao
tratamento (BRAIER, 2000).
Já no caso de crianças e adolescentes, a participação dos pais e/ou
cuidadores é de suma importância, em todos os momentos do tratamento,
como aponta Braier (2000). Primeiro porque cabe aos pais, geralmente, a
função de levar o paciente e arcar com os custos financeiros. Segundo porque
é comum que a enfermidade do paciente tenha relação com os conflitos do
núcleo familiar.

O TÉRMINO DO TRATAMENTO

O término do tratamento ou a alta geralmente implica num processo


marcado por muitas ansiedades, tanto por parte do terapeuta quanto por parte
do paciente. Lidar com o luto oriundo do término do vínculo terapêutico
constitui tarefa essencial, porém difícil.
Por parte do paciente, as ansiedades com o fim do tratamento
costumam estar relacionadas desde a sensação de abandono e de vazio até o
medo da morte ou de enlouquecer (numa intensidade maior). Geralmente neste
último caso trata-se de pacientes com estrutura egoica menos fortalecida e que
vivenciam vínculos mais simbióticos, isto é, de dependência afetiva (BRAIER,
2000).
Segundo este autor, é possível observar tais ansiedades do final do
tratamento de diversas formas:
• Quando o paciente começa a trazer novos focos de problemas,
numa tentativa inconsciente de seduzir o terapeuta, permanecendo vinculado
a ele.
• Quando se percebe piora do paciente em algumas situações,
como forma de obter ganho secundário.
• Quando o paciente demonstra atitudes hostis em relação ao
terapeuta ou começa a atuar (acting out).
• Finalmente, quando o paciente desenvolve uma relação
terapêutica negativa e acaba por interromper o tratamento antes de seu
desfecho. De tão dolorosa a separação, o paciente opta, inconscientemente,
por terminar antes.
Nessas situações, Braier (2000) recomenda que o terapeuta poderá
dispor da técnica do manejo da transferência a fim de vencer as resistências
despertadas com a alta. É adequado, por exemplo, assinalar ao paciente sua
tentativa de visar ganho secundário com suas recaídas.
Braier (2000, p. 169) menciona que “a manutenção da melhora
certamente dependerá em grande parte de suas possibilidades de introjetar e
conservar uma boa imagem do terapeuta”. Isso ocorre quando a transferência
é positiva.
Já foi mencionado anteriormente que, no processo psicodiagnóstico, um
dos pontos a serem avaliados refere-se à capacidade de lidar com situações de
luto e separação. Isto seria critério, junto com outros fatores, de indicação ou
contraindicação de um tratamento breve.
Entretanto, como aponta Braier (2000), mesmo identificando esta
característica, muitas vezes, o terapeuta não tem outra escolha a não ser
atender o paciente da mesma forma. Pensando, sobretudo, em instituições
públicas, que adotam a psicoterapia breve como técnica de trabalho,
comumente não há possibilidade de encaminhá-lo para outra instituição.
Para tentar superar essa dificuldade, Braier (2000) propõe que, no
momento de planejar o tratamento, o terapeuta já disponibilize um tempo maior
para destiná-lo ao processo de elaboração do luto vivenciado pela separação.
Por parte do terapeuta, Braier (2000) alerta que as ansiedades
costumam repercutir ainda mais. “A separação significa, para ele, ver-se
privado de gratificações simbióticas; o luto provoca sentimentos de
desvalorização e perda” (p. 170). Sentimentos de impotência e
de fracasso também podem ocorrer.
De qualquer forma, finaliza Braier (2000), espera-se que, ao término do
tratamento, o paciente possa caminhar por conta própria a partir dos benefícios
que obteve com a psicoterapia.
RESULTADOS TERAPÊUTICOS
A avaliação dos resultados ao final do tratamento, segundo Braier
(2000), deve ser feita pelo paciente e pelo terapeuta, isto é, em conjunto. Esse
autor propõe um método de avaliação que consiste basicamente de dois
recursos: entrevista com o paciente e um psicodiagnóstico.
Em relação ao primeiro recurso, Braier (2000) salienta que podem ser
feitas duas entrevistas. Uma logo após ter finalizado o processo psicoterápico,
que pode durar em torno de quarenta minutos e tem por objetivo solicitar uma
autoavaliação do paciente. E a segunda entrevista, que deve ser feita após
alguns dias depois da primeira, objetiva fazer uma devolução pelo terapeuta,
comunicando ao paciente suas impressões.
Na primeira entrevista é o momento que o paciente tem de poder falar
da experiência da terapia, de possíveis benefícios e mudanças que identificou.
Poderão falar também de críticas, sugestões, enfim, são as impressões do
paciente (BRAIER, 2000).
Já na segunda entrevista é o espaço para o terapeuta fazer sua
devolução, confrontando suas impressões, inclusive, com a autoavaliação do
paciente. De acordo com Braier (2000), alguns pontos devem ser
considerados:
• Melhora do sintoma;
• Resolução da problemática focal;
• Consciência da enfermidade;
• Melhora da autoestima;
• Mudanças em outros aspectos da vida do indivíduo, como
relacionamentos interpessoais, vida sexual, etc.;
• Planos para o futuro.

Quanto ao psicodiagnóstico, Braier (2000) usa a expressão reteste.


Refere-se a (re)aplicação de testes que foram realizados no início da terapia.
Mas orienta que precisa ter um intervalo mínimo de seis meses. Os testes
revelam o momento de vida atual do paciente e, portanto, o resultado poderá
variar. O objetivo é fazer uma comparação entre esses dois momentos, ou
seja, o início e o fim do tratamento.
Falando ainda sobre o término do tratamento, algumas possibilidades
podem ocorrer, conforme aponta Braier (2000, p. 194):
1. A finalização do processo psicoterápico propriamente dito;
2. A realização de entrevistas de acompanhamento (são as
entrevistas de avaliação mencionadas anteriormente);
3. Um novo contrato;
4. Encaminhamento para outro tipo de tratamento.
Em relação à quarta possibilidade, o fato de sugerir outro tipo de
tratamento não significa, como aponta Braier (2000), que a terapia breve não
teve êxito ou benefícios. Algumas vezes, funciona como uma motivação para o
paciente iniciar uma terapia em longo prazo, por exemplo.

AS CONSIDERAÇÕES DE FIORINI E A TÉCNICA EM HOSPITAIS

Salienta Fiorini (1993) que algumas instituições, por si só, demandam


intervenções mais breves e urgentes. É o caso de hospitais: geral e
psiquiátrico. O paciente internado anseia pela alta o quanto antes. Assim, o
atendimento psicológico ocorre durante o período de internação. Deve ser
focal, isto é, ter como objetivo o processo de doença e internação.
O hospital é uma instituição caracterizada pelo binômio saúde/doença.
As pessoas internadas passam apenas um período de suas vidas no hospital,
que pode durar dias ou até meses, dependendo da problemática apresentada e
do procedimento realizado (cirurgia, antibiótico-terapia, etc.). Nesse sentido,
muitas vezes, não é possível prever quando o paciente sairá do hospital. Às
vezes a saída ocorre pela alta (melhora clínica) e outras, pelo óbito.
A técnica mais adequada deve ser a Psicoterapia Focal, ou também
chamada de emergencial, pois como o nome já diz, o conflito é urgente, não dá
para esperar. O atendimento deve ocorrer no “aqui-agora”.
Delimita-se a problemática do paciente, uma dificuldade central, um
“problema foco”, que é eleito como primordial e que na maioria das vezes é o
processo de doença, bem como os conteúdos que estejam relacionados a ela
(internação, exames, cirurgias, cuidados paliativos, etc.).
Conforme Fiorini (1993), muitas pessoas reagem ainda com certa
desconfiança em relação aos tratamentos breves, uma vez que eles carecem
de maiores estudos teóricos e técnicos e, principalmente, em relação aos
resultados terapêuticos. Para tanto, torna-se necessário elaborar um esquema
referencial próprio.
Nesse sentido, um ponto a ser considerado nesse esquema referencial
diz respeito à enfermidade ou crise do paciente. Segundo Fiorini (1993), um
tratamento breve deve ter como foco os determinantes atuais da queixa do
paciente. Isso significa que não é possível estimular conflitos infantis do
indivíduo, mas ajudá-lo a (re) organizar sua vida atual, nas diversas áreas:
família, trabalho, social, etc.
Isso não quer dizer que os aspectos e conflitos históricos infantis não
sejam considerados. Eles simplesmente não devem ser estimulados, pois não
haverá tempo hábil para elaborá-los.
Outro ponto abordado por Fiorini (1993) refere-se ao trabalho de uma
equipe multiprofissional. Aliar a psicoterapia breve com outros tratamentos, em
muitos casos, potencializa o efeito terapêutico. É o caso de profissionais como
psiquiatras e neurologistas (medicação), nutricionistas (transtornos
alimentares), assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, etc.
A Psicoterapia Breve é ainda um campo que carece de ser mais bem
explorado, justamente porque não possui uma identidade própria. É confundida
muitas vezes com a Psicanálise e/ou outros métodos de tratamento mais
longos. Atualmente, ainda permeia a crença de que se trata de uma
psicoterapia inferior à Psicanálise, por uma herança histórica. Uma não se
contrapõe a outra, mas diferencia-se, sobretudo, pela técnica empregada.
Nesse sentido, Braier (2000) sugere que a formação do terapeuta deve
contemplar a análise pessoal, a supervisão com profissional mais experiente e
conhecimentos teóricos. Para este autor, a formação em Psicanálise seria um
critério ideal, mas não é a realidade atual. Então, para suprir esta carência, é
importantíssimo que o terapeuta tenha como uma de suas metas em seu
treinamento conhecer com muita destreza as diferenças entre Psicoterapia
Breve e Psicanálise. Isso porque um dos erros mais frequentes está
relacionado com a confusão da técnica.
Os tratamentos breves consistem em uma tendência na atualidade.
Bons resultados terapêuticos têm sido alcançados com esta técnica, quando
utilizada com a seriedade e o rigor científico que demanda.

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