Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pomilio
Energia elétrica é o melhor vetor energético disponível na atualidade. Por vetor energético se
entende uma modalidade de energia que pode ser transmitido de um local a outro e pode ser
transformado em outra forma de energia.
Como exemplo, o gás natural, para ser levado de um local a outro, necessita de um gasoduto.
No local de uso, pode ser transformado em calor (por combustão), em movimento (em um motor
de combustão interna) ou em luz (por uma combustão adequada).
Já a eletricidade também pode ser facilmente convertida em energia mecânica, em energia
térmica ou luminosa. Seu transporte é feito por condutores metálicos, ou seja, uma infraestrutura
muito mais simples, segura e de menor custo que um gasoduto, por exemplo.
Outras definições importantes se referem aos conceitos de energia renovável, de energia
alternativa e de energia limpa.
Por energia limpa se entende uma forma de energia que, para sua produção, não leve a
emissão de gases ou outros resíduos nocivos, ou que contribuam para o chamado efeito estufa.
Por energia renovável se entendem as formas de energia que ocorrem na natureza e que são
produzidas continuamente em decorrência da energia absorvida do sol, a qual, para efeitos da
Humanidade, é suposta de duração infinita. Enquadram-se na definição as energias vindas
diretamente do sol (como a fotovoltaica), do vento, da biomassa, do movimento das águas em
geral (maré, ondas, desníveis, etc.).
Em contraposição, as energias não renováveis são aquelas disponíveis na natureza, cuja
formação se deu em longos intervalos de tempo (eras geológicas), de modo que os materiais a que
estão associadas não podem ser repostos com a velocidade exigida pelo consumo. Nesse caso tem-
se o petróleo, gás natural, carvão mineral, urânio, etc.
Por energia alternativa entende-se uma forma de energia que pode vir a substituir outra. Em
geral é associada a fontes para as quais não se tem garantia de produção permanente (como a
eólica), mas que, no entanto, podem (e devem) ser usadas quando disponíveis, evitando o consumo
de energia proveniente de fontes não renováveis, ou mesmo de renováveis (como a hidrelétrica). O
uso destas fontes alternativas não prescinde de que exista uma fonte perene disponível
(despachável pelo operador do sistema) para ser utilizada quando necessário, permitindo a
continuidade do fornecimento de eletricidade.
A figura 2.1 mostra a evolução da oferta Energética brasileira, indicando a participação das
diversas fontes de energia. Há um crescimento absoluto de quase todos os tipos de energia, à
exceção da lenha, carvão vegetal. Mais recentemente nota-se também uma redução relativa nos
derivados de petróleo. A figura 2.2 mostra a participação relativa de cada fonte.
Em termos relativos, a eletricidade contribui com pouco menos de 20% do total de energia
consumida no país. Os valores são dados em tonelada equivalente de petróleo (tep). Os valores
somados de álcool e de bagaço de cana praticamente igualam a energia elétrica. O maior insumo
energético é o petróleo, usado para praticamente todo o sistema de transporte e, em boa parte,
também para outras aplicações, como aquecimento e até mesmo em geração de eletricidade.
Percebe-se, assim, importância da redução do consumo de petróleo. Isso tem como
contrapartida a necessidade de um grande crescimento de produção de outras fontes de energia, de
modo a suprir o que for reduzido em termos de combustíveis fósseis não renováveis. Por exemplo,
com a eletrificação maciça da frota de veículos, a redução no consumo de petróleo para fins de
mobilidade terá que ser compensada pela elevação acentuada na produção de eletricidade.
Ao longo da última década não se nota alguma mudança significativa na participação
relativa de diferentes recursos energéticos.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-1
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
1
https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-479/topico-528/BEN2020_sp.pdf .
Acesso em 2021.
2
https://www.epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-479/topico-
521/Relato%CC%81rio%20Si%CC%81ntese%20BEN%202020-ab%202019_Final.pdf Acesso em 2021.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-2
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
A figura 2.3 mostra a composição da Matriz Elétrica na região da América Latina e Caribe,
assim como a brasileira, em 2018 e 2019. Cerca de dois terços da eletricidade brasileira provém de
fonte hidráulica. A energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis, em 2019 atingiu 83%. A
matriz brasileira, em comparação com as principais economias, é a mais “limpa” 3. O percentual
de energia eólica tem crescido constantemente ao longo da última década, com tendência de ser a
segunda fonte em geração de eletricidade a depender do despacho da geração térmica. De acordo
com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a capacidade instalada no país
chegou a 16 GW no primeiro semestre de 2020, com 637 parques eólicos e 7.738 aerogeradores.
A pequena redução na participação hidráulica se deve ao crescimento relativo da geração
eólica, solar e por gás natural. A partir de 2015 até 2020 houve uma significativa redução do
volume de agua armazenado junto às centrais hidrelétricas, o que tem levado a uma maior
produção pelas centrais térmicas, em especial as alimentadas por gás natural.
Figura 2.3 Matriz elétrica América Latina e Caribe4 (acima) e brasileira (abaixo).
Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) para 20215 indicam uma capacidade
instalada total de 170 GW. As fontes hidrelétricas somam 108 GW (63,9%). A capacidade eólica
atinge 18 GW (10,9%) enquanto a geração térmica a partir de gás e gás natural totaliza 15 GW
(8,9%). Geração térmica a partir de biomassa totaliza 14 GW (8,3%). Fontes fotovoltaicas atingem
4 GW (2,2%). Carvão, óleo combustível e diesel somados representam 7 GW (4,3%). A geração
nuclear se mantém em 2 GW (1,2%). Ainda segundo o ONS6, em 2020 houve produção de 679
TWh. Considerando a capacidade instalada e a efetiva produção de energia tem-se um
aproveitamento médio de 45%.
3
A questão da emissão de gases, principalmente metano, nos reservatórios das hidrelétricas que ocupam áreas florestais é um ponto
de divergência quando se discute o caráter “limpo” da energia de fonte hidráulica.
4
http://www.olade.org/wp-content/uploads/2021/01/Generacion-electrica-mundial-y-para-America-Latina-y-el-Caribe-ALC_01-
12-2020.pdf
5
http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em-numeros Acesso em fevereiro de 2021
6
http://www.ons.org.br/Paginas/resultados-da-operacao/historico-da-operacao/geracao_energia.aspx
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-3
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Os estudos oficiais sobre a evolução da matriz elétrica até 2030 indicam uma redução
relativa da fonte hidráulica (embora com aumento no valor absoluto) e um crescimento de outras
fontes renováveis, principalmente a biomassa e a eólica, resultando em um aumento no total de
fontes renováveis. Em termos absolutos, há a previsão de um aumento de todas as fontes,
incluindo a nuclear, gás natural e carvão.
Um conceito importante na concepção do sistema em geral é o de Garantia Física, que é a
energia que uma fonte geradora pode assegurar (antigamente denominada “energia assegurada”) a
um risco de 5%. Essa garantia é calculada por modelos de simulação da operação em base mensal
sobre séries sintéticas de vazões (no caso das hidrelétricas), ou de comportamento do vento (no
caso eólico) utilizando uma determinada política de despacho das usinas. Seguem alguns
exemplos, nos quais se pode comparar a garantia física de alguns tipos de geração 7.
Tabela 2.1
Tipo MW MW %
Itaipu UHE 12.600 8.612 68,3
Ilha Solteira UHE 3.444 1.949 56,6
Parque Eólico de Osório (RS) EOL 50 17,71 35,4
Canoa Quebrada (CE) EOL 57 20,53 36
Angra II UTN 1.350 1.204,70 89,2
A geração fotovoltaica segue a mesma tendência de redução de custo. O valor por kWh
ainda é, em geral, um pouco maior do que o obtido nas fontes eólicas. O custo mínimo é da Índia,
com US$0.045/kWh, com a China apresentando US$0.054/kWh. O Brasil ainda não aparece
(2019) nessa estatística.
7
http://www.antoniolima.web.br.com/arquivos/tabelaassegurada.htm Acesso em 2017
8
https://www.irena.org/Statistics/View-Data-by-Topic/Costs/Wind-Costs
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-4
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
9
https://www.irena.org/Statistics/View-Data-by-Topic/Costs/Solar-Costs
10
https://www.irena.org/publications/2020/Jun/Renewable-Power-Costs-in-2019
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-5
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
O uso dos ventos para produção comercial de eletricidade se inicia na década de 70, na
Dinamarca, como consequência das crises de elevação do preço petróleo12. Ao longo dos últimos
40 anos houve grande evolução tecnológica associada a todos os componentes de um sistema de
geração eólica, desde questões estruturais das torres, passando por aspectos aerodinâmicos, dos
sistemas eletroeletrônicos de potência e de controle e da injeção da energia no sistema elétrico.
Conforme13, “para que a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável, é
necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m2, a uma altura de 50 m, o que requer
uma velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s14. Segundo a Organização Mundial de
Meteorologia, em apenas 13% da superfície terrestre o vento apresenta velocidade média igual ou
superior a 7 m/s, a uma altura de 50 m. Essa proporção varia muito entre regiões e continentes,
chegando a 32% na Europa Ocidental”.
Figura 2.7 Potencial eólico brasileiro por regiões, segundo Atlas de 2001 (a 50 m de altura) 15
11
http://www.brasilescola.com/mitologia/eolo.htm
12
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/06-Energia_Eolica(3).pdf
13
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/energia_eolica/6_2.htm
14
Grubb M. and Meyer N. Wind energy: resources, systems, and regional strategies, chapter 4, pages 157–212. In
Johansson and Williams (1993), 1993
15
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/Atlas%20do%20Potencial%20Eolico%20Brasileiro.pdf
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-6
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
O mapa apresentado na figura 2.7 foi obtido desse conjunto de dados e resulta em um
potencial para produção de eletricidade de 143 GW (valor calculado em 2001, a 50 m de altura).
Estudos mais recentes16, contabilizando a evolução da tecnologia que permite, dentre outros
fatores de aumento de produtividade, torres de maior altura, ampliam este potencial para algo em
torno de 900 GW 17, com fator de capacidade que chegaria a 45%. A figura 2.8 mostra estudos de
simulação com dados de 2013, e cálculo a 100 m de altura.
O fator de capacidade (Cp) de energia eólica é a razão entre a potência média presente no
eixo da turbina e a máxima potência teoricamente disponível. Pode ser calculado para uma única
turbina, um parque eólico ou mesmo um país. Embora a localização geográfica determine, em
grande parte, o fator de capacidade de um parque eólico, o Cp é também uma questão de desenho
de turbinas. Para a realização do Atlas foram considerados os seguintes valores de Cp:
Tabela 2.2
Velocidade (m/s2) 6 a 6,5 6,5 a 7 7 a 7,5 7,5 a 8 8 a 8,5 >8,5
Cp 0,13 0,17 0,20 0,25 0,30 0,35
16
CEPEL, Atlas do Potencial Eólico Brasileiro - Simulações 2013, Publicado em agosto de 2017, disponível em:
http://novoatlas.cepel.br/wp-content/uploads/2017/03/NovoAtlasdoPotencialEolico_BrasileiroSIM_2013.pdf
17
http://www2.ctee.com.br/brazilwindpower/2016/zpublisher/materia/?url=potencial-eolico-onshore-brasileiro-pode-
ser-de-880-gw-indica-estudo-20161026
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-7
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
18
Everaldo Alencar Feitosa, “Energia Eólica no Brasil: Situação Atual e Perspectivas”, disponível em
www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?down=1033
19
Albert Betz foi um físico alemão que em 1919 concluiu que nenhuma turbina eólica pode converter mais do que 16/27 (59.3%)
da energia cinética do vento em energia mecânica no rotor. Este limite tem a ver com a natureza das turbinas eólicas. Os
aerogeradores extraem energia ao freiar o vento. Para um aerogerador ser 100% eficiente precisaria provocar a parada total na
massa de ar, mas, nesse caso, em vez de pás seria necessário um corpo sólido cobrindo 100% da área de passagem e o rotor não
rodaria e não converteria a energia cinética em mecânica. No outro extremo, uma turbina com apenas uma pá, a maior parte do
vento passaria "sem obstáculo, mantendo toda a energia cinética. Entre estes dois extremos existe um ponto máximo de rendimento,
que é o limite de Betz. Fontes: http://www.aerogeradores.org/limitedebetz.php e http://en.wikipedia.org/wiki/Betz'_law
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-8
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Figura 2.10 Acima, índice mensal de vento na Dinamarca (em % da média de longo prazo) http://docs.wind-
watch.org/Boccard-Capacity-Factor-Of-Wind.pdf e
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S030142150900144X
Abaixo, medições de vento na Dinamarca (média móvel mensal) e comparação com índice NAO (North Atlantic
Oscillation 20). http://docs.wind-watch.org/Boccard-Capacity-Factor-Of-Wind.pdf
Todas as turbinas eólicas instaladas globalmente em 2019, totalizando 650 GW21, teriam
capacidade de produzir mais de 5700 TWh de eletricidade, o que representa aproximadamente
25% do consumo global 22. No entanto, dado que a eletricidade proveniente de fontes eólicas não é
produzida continuamente, sendo afetada pela intensidade dos ventos e por outros aspectos
climáticos, o efetivo aproveitamento de tal potencial é significativamente diminuído.
Os dados da Tabela 2.3 indicam as maiores capacidades instaladas em GW (à esquerda),
bem como o aproveitamento em termos da energia anual (TWh) nos países com maior produção.
A média mundial de aproveitamento da capacidade instalada é de 24,5%. Dentre os maiores
produtores, o Brasil tem, com folga, o maior aproveitamento, com 42,7%; os Estados Unidos vem
em seguida com 32,8%. Já a China, embora seja o país com a maior capacidade instalada e maior
produção, tem um aproveitamento baixo, de apenas 19,6%. Isso indica a qualidade excepcional
dos ventos no Brasil. A figura 2.11 mostra o comportamento médio mensal do fator de capacidade
por unidade da federação. Notem-se os valores muito elevados, em especial nos estados do
nordeste, bem como as diferentes sazonalidades a depender da localização.
Tabela 2.3
Países com maior capacidade instalada GW Produção e aproveitamento do TWh %
(em 2019) 23 potencial instalado (2019)24
China 236 China 406 19,6
Estados Unidos 105 Estados Unidos 302 32,8
Alemanha 61 Alemanha 126 23,6
Índia 37 Reino Unido 64 31,7
Espanha 25 Índia 63 19,4
Reino Unido 23 Brasil 56 42,7
França 17 Espanha 55 25,1
Brasil 15 França 34 22,8
Mundo 1400 24,5
20
Oscilação do Atlântico Norte (NAO) é um fenômeno climático, identificado em 1920, que se associa a flutuações na diferença de
pressão atmosférica ao nível do mar entre da Islândia e os Açores, levando a uma variação na força e na direção dos ventos de oeste
e se relaciona a tempestades sobre o Atlântico Norte. Sua variação ao longo do tempo, aparentemente, não tem periodicidade
específica. Fonte: Wikipedia.
21
https://library.wwindea.org/global-statistics/ (acesso 2021)
22
https://yearbook.enerdata.net/electricity-domestic-consumption-data-by-region.html (acesso 2021)
23
https://library.wwindea.org/global-statistics/
24
https://ourworldindata.org/grapher/wind-generation
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-9
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Figura 2.11Variação sazonal do fator de capacidade no Brasil (média mensal) e por estado25.
2.2.3 Aerogeradores 26
Turbinas eólicas de eixo horizontal (HAWT, na sigla em inglês) têm o eixo do rotor
principal e gerador elétrico no topo de uma torre. Pequenas turbinas são apontadas na direção do
vento por um cata-vento simples. Turbinas grandes geralmente usam um sensor de vento acoplado
a um servomotor para acertar o direcionamento. A maioria tem uma caixa de engrenagens que
ajusta a rotação lenta das pás a uma rotação mais rápida, adequada ao gerador elétrico.
Turbinas usadas em parques eólicos para a produção comercial de energia elétrica são
geralmente de três pás. Apesar de os rotores com duas pás serem um pouco mais eficientes, são
mais instáveis e propensos a turbulências, trazendo risco à sua estrutura. Isso já não acontece nos
rotores de três pás que são muito mais estáveis, barateando o custo do sistema de suporte e
possibilitando a construção de aerogeradores de mais de 100 metros de altura e com capacidade de
geração de energia que atinge 10 MW.
Em um rotor com duas pás, quando uma passa pelo ponto mais elevado, estará submetida à
máxima força do vento, enquanto a pá inferior estará passando pela torre, ou seja, com a mínima
força. Isso produz um esforço adicional sobre o eixo e sobre a torre. Com o uso de três pás tal
situação de desequilíbrio não ocorre, dado o posicionamento a 120º entre elas.
Dado o diâmetro do rotor, a velocidade periférica das pás é elevada, em torno de 300 km/h.
As pás são geralmente leves de cor cinza para se mimetizar com as nuvens, com comprimento de
20 a 40 metros ou mais. As pás giram 22 a 10 rotações por minuto. Uma caixa engrenagens é
usada para elevar a velocidade de giro na conexão com o gerador. Alguns modelos operam a
velocidade constante, mas mais energia pode ser coletada por turbinas de velocidade variável,
empregando conversores eletrônicos de potência na interface com o sistema elétrico. Estas turbinas
são equipadas com recursos de proteção para evitar danos em velocidades de vento muito altas,
com controles de posicionamento das pás e sistemas de freio.
Turbinas eólicas de eixo vertical (VAWT, na sigla em inglês) têm o eixo do rotor principal
disposto verticalmente. A principal vantagem deste arranjo é que a turbina não precisa ser
apontada na direção do vento, o que é útil em locais onde a direção do vento é muito variável e em
ambientes urbanos. É aplicada principalmente em potência reduzida e em locais em que não são
viáveis torres de maior altura. A turbulência resultante no vento é mais severa e não permite
instalações de “wind farms”.
25
http://abeeolica.org.br/wp-content/uploads/2020/06/PT_Boletim-Anual-de-Gera%C3%A7%C3%A3o-2019.pdf
26
http://en.wikipedia.org/wiki/Wind_turbine
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-10
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Figura 2.13 Dimensões e potências de sistemas eólicos, indicando a evolução nos últimos anos.27
27
https://b-i.forbesimg.com/williampentland/files/2014/01/Wind_turbine_size_increase_1980-2011.png
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-11
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Figura 2.14 Limite de suportabilidade de afundamento de tensão por uma planta de geração eólica
(tensão residual x tempo).
28
M. Tsili S. Papathanassio, A review of grid code technical requirements for wind farms, IET Renew. Power Gener.,
2009, Vol. 3, Iss. 3, pp. 308–332, http://ieeexplore.ieee.org/stamp/stamp.jsp?tp=&arnumber=5237667
29
Resolução Normativa ANEEL 482 de 17/04/2012. http://www.aneel.gov.br/cedoc/bren2012482.pdf
30
REN ANEEL 687 de 24/11/2015 - http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf
31
ANSI/IEEE 1021-1988, IEEE Recommended Practice for Utility Interconnection of Small Wind Energy Conversion
Systems
32
IEEE Std. 1094-1991, IEEE Recommended Practice for the Electrical Design and Operation of Windfarm
Generating Stations.
33
Capacidade de gerador elétrico permanecer conectado em períodos (curtos) de redução de tensão ocasionado por
falhas na rede elétrica externa.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-12
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Existem diferentes modos de realizar o controle de potência nas turbinas. O mais simples é
o posicionamento do eixo de modo a se alinhar com a direção do vento e obter a máxima potência
(yaw control). Tal alinhamento pode ser feito de modo controlado por um servomotor, ou ocorrer
pelo próprio projeto da turbina. Como método de controle dinâmico da potência gerada, é
normalmente usado apenas em turbinas de baixa potência, uma vez que em potências maiores, tal
procedimento produziria grandes esforços no sistema.
Um sistema de controle ativo permite alterar o ângulo do passo (pitch) ao girar as pás em
seu eixo longitudinal, de forma a reduzir o ângulo de ataque, diminuindo a velocidade das pás. A
figura 2.16 ilustra os princípios aerodinâmicos associados ao controle de pitch.
34
National Instruments Tutorial on Wind Turbine Control Methods, http://zone.ni.com/devzone/cda/tut/p/id/8189
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-13
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Potência
Nominal
Controle
stall passivo
35
H. N. Monteiro Duarte, “UTILIZAÇÃO DA ENERGIA EÓLICA EM SISTEMASHÍBRIDOS DE GERAÇÃO DE
ENERGIA VISANDOPEQUENAS COMUNIDADES”, Monografia PUC-RS. 2004, disponível em
http://pt.scribd.com/doc/70324452/21/Controle-por-estol
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-14
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
3 R r Vs2
Td (2.3)
R 2 2
s s R s r s X s X r
I jX R jX r
s s s
+ Im
Rr
Vs s
jX
m
Zi I s= I r
Para operação como gerador, a máquina de indução deve trabalhar com escorregamento (s)
negativo, ou seja, acima da velocidade síncrona (s) conforme ilustra a figura 2.20. A faixa de
operação estável é estreita, em termos de velocidade, ocorrendo entre o escorregamento nulo e o
ponto no qual se tem o máximo torque (Tmr). Tipicamente esta faixa é de poucos porcento da
velocidade síncrona.
s s s
Td m
Generação Tração Reversão
0 s
m s m m
s
Tmr s
1 -0.5 0 0.5 1 1.5 2
-sm sm
Figura 2.20 Característica torque x velocidade de máquina de indução trifásica.
36
F. Blaabjerg and Z. C, “Power Electronics for Modern Wind Turbines”, Morgan & Claypool Publishers, 2006
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-15
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
2.21. É necessário prever um suprimento de reativos para o gerador de indução (GI), evitando que
tal energia tenha que prover da rede. A vantagem deste arranjo é sua simplicidade e baixo custo.
No entanto, não há possibilidade de regulação do fluxo de potência ativa, o qual depende
exclusivamente da energia retirada do vento, o que leva a flutuações de tensão no ponto de
acoplamento. Além disso, variações no vento produzem torques pulsantes em todo sistema
mecânico. Tais arranjos são comuns em sistemas de menor potência.
Nesse caso estão sistemas que operam com velocidade constante e que, portanto, fazem uso
de dispositivos aerodinâmicos de regulação de potência, como os apresentados anteriormente
(controles de pitch ou de stall). O sistema deve prever um soft-starter, normalmente com tiristores,
para minimizar a corrente de inrush no momento em que a máquina é energizada, evitando
afundamentos de tensão na rede.
Caixa de Soft-starter
engrenagens
Figura 2.21 Conexão direta de GI à rede elétrica – operação com velocidade constante.
0.5
5Rr
10Rr
Td/Tmr 1
-0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 s
Figura 2.22 Característica torque - velocidade para diferentes valores de resistência de rotor.
Gerador de Indução
Caixa de SS
engrenagens
Figura 2.23 Conexão de GI com rotor bobinado – operação com velocidade variável.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-16
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
A figura 2.24 mostra outro arranjo, no qual o gerador de indução com rotor bobinado tem
aplicado no enrolamento do rotor uma tensão CA controlada. Quando o gerador opera acima da
velocidade síncrona, potência é enviada à rede tanto pelo enrolamento do estator (diretamente)
quanto pelo de rotor, através dos conversores CA/CC e CC/CA.
Abaixo da velocidade síncrona, injeta-se potência no motor através do enrolamento do
rotor, de modo que se tem controle sobre o campo girante da máquina (que é uma composição da
velocidade mecânica do eixo com o campo girante da corrente do rotor). Uma faixa de variação de
+30% da velocidade é possível com um conversor que processa aproximadamente 30% da
potência nominal do gerador. Além disso, é possível controlar tanto o fluxo de potência ativa
quando o de potência reativa, melhorando o comportamento na interconexão com a rede CA.
Este arranjo prescinde de procedimentos de partida suave e de fornecimento de reativos,
pois ambas as funções podem ser realizadas pelos conversores. Esta configuração é, naturalmente,
de maior custo que as anteriores, no entanto, torna-se possível uma maior produção de energia
elétrica e há menores esforços sobre a caixa de engrenagens.
Gerador de Indução
Tranformador Rede
Caixa de
engrenagens
CA CC
CC CA
Pref Qref
Figura 2.24 Conexão de DFIG (Dual Fed Induction Generator)
37
Microgeração distribuída é uma central geradora de energia elétrica com potência instalada menor ou igual a 100 kW e que
utiliza fontes com base em energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, conforme regulamentação da
ANEEL (Resolução Normativa n° 235/2006, de 14/11/2006), conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades
consumidoras.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-17
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
intermédio de inversores eletrônicos, qualquer que seja a fonte primária da energia. O uso de
transformador isolador é obrigatório para conexão em média tensão38.
Gerador de Indução
ou Gerador de Ímãs Permanentes (PM) Tranformador Rede
Caixa de CA CC
engrenagens
CC CA
Pref Qref
CC
CA
Caixa de CA CC
engrenagens
CC CA
Tranformador Rede
Gerador Síncrono
Pref Qref
38
CPFL Energia, Conexão de Micro e Minigeração Distribuída sob Sistema de Compensação de Energia Elétrica, 2012.
39
Rui M. G. Castro, “Introdução à Energia Eólica”, Instituto Superior Técnico, Lisboa, Portugal, 2003.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-18
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Figura 2.27 Comportamento complementar de geração eólica e hídrica em período anual no vale
do rio São Francisco. http://www.cresesb.cepel.br/download/casasolar/casasolar2013.pdf
40
http://abeeolica.org.br/wp-content/uploads/2020/06/PT_Boletim-Anual-de-Gera%C3%A7%C3%A3o-2019.pdf
41
https://www.chesf.gov.br/_layouts/15/Chesf_Noticias_Farm/Noticia.aspx?IDNoticia=664
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-19
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelo efeito da incidência de
radiação sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. No efeito fotovoltaico
(FV) os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso de
células solares”42.
O efeito FV foi observado pela primeira vez por Alexandre-Edmond Becquerel em 1839 43.
Os elétrons gerados a partir da incidência da radiação luminosa são transferidos entre diferentes
bandas de energia (i.e., das bandas de valência para bandas de condução44) dentro do próprio
material, resultando no surgimento de uma diferença de potencial (ddp) entre dois eletrodos 45.
Na maioria das aplicações fotovoltaicas a radiação incidente é a luz solar e, por esta razão,
os dispositivos de conversão são conhecidos como células solares. No caso de uma célula
solar de junção PN, a iluminação do material cria uma diferença de potencial à medida que os
elétrons excitados e as lacunas remanescentes são conduzidos em direções opostas pelo campo
elétrico da região de depleção, como ilustra a figura 2.30.
Radiação solar
eletrodos
Semicondutor tipo N -
Diferença de
potencial
+
Semicondutor tipo P
Figura 2.30 Produção de ddp por ação de radiação solar em material semicondutor dopado e
imagem de célula FV comercial.
42
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf/03-Energia_Solar(3).pdf
43
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre-Edmond_Becquerel
44
Ver animação em https://en.wikipedia.org/wiki/File:Solargif1.gif Acesso em 2017
45
http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_fotovoltaico
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-20
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
46
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Atlas_Solarimetrico_do_Brasil_2000.pdf
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-21
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Tabela 2.4
Figura 2.33 Perfil típico de demanda ao longo do dia de consumidores residenciais (medição em
transformador de distribuição).
47
Martin A. Green, Keith Emery, Yoshihiro Hishikawa, Wilhelm Warta, Ewan D. Dunlop: “Solar cell efficiency
tables (version 48)”, First published: 17 June 2016, http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/pip.2788/full Acesso
em 2017.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-22
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
VPV Rc
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-23
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Os valores IMP e VMP correspondem ao ponto de máxima potência sobre a carga (neste
caso, 3,2 A e 0,52 V). VOC é a tensão de circuito aberto e ISC é a corrente de curto-circuito (3,5 A).
A corrente IPV, assim como a tensão VD, são supostas constantes. IPV depende fortemente da
potência incidente sobre a célula, como mostra a figura 2.37. O efeito térmico é também relevante
e afeta a tensão de circuito aberto, a qual se reduz à medida que a temperatura se eleva.
1000 W/m2
sem
iluminação
48
http://da.wikipedia.org/wiki/Maximum_power_point_tracker
49
http://en.wikipedia.org/wiki/Theory_of_solar_cells
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-24
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Para minimizar tal efeito (sombreamento parcial), nas montagens dos arranjos são
adicionados diodos de bypass, em paralelo com certo conjunto de células. A melhor solução seria
ter um diodo por célula, mas isso encareceria demasiadamente o produto. Além disso, o
sombreamento parcial é um efeito que ocorre em áreas relativamente distantes, de modo que é
aceitável ter diodos para agrupamentos de células, como mostra a figura 2.39.
O efeito sobre as curvas I-V e P-V são mostrados na figura 2.40. Nota-se que a presença
dos diodos de bypass permite que se obtenha a máxima potência de parte dos painéis do arranjo, e
a limitação da corrente por baixa insolação ocorre apenas parcialmente.
Figura 2.40 Efeito sobre a característica I-V e sobre a curva P-V em caso de sombreamento.
http://sargosis.com/wp-content/uploads/2011/11/inverter_mpp_curves.jpg
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-25
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Há diversos métodos possíveis de serem aplicados e seu estudo extrapola os objetivos deste
curso, razão pela qual apenas se indicam algumas referências 50 51.
Figura 2.41 Do silício aos sistemas de produção de energia: etapas, custo financeiro53 e demanda
de energia54 https://gcep.stanford.edu/pdfs/symposium2012/MikDale_Symp2012_web.pdf
50
de Brito, M.A.G.; Luigi, G.; Sampaio, L.P.; Canesin, C.A.; Avaliação das principais técnicas para obtenção de
MPPT de painéis fotovoltaicos, 9th IEEE/IAS International Conference on Industry Applications (INDUSCON), São
Paulo, 2010
51
CAVALVANTI, M. C. et al. Comparative Study of Maximum Power Point Tracking Techniques for Photovoltaic Systems.
Eletrônica de Potência, v. 12, n. 2, p. 163-171, 2007.
52
Michael Dale and Sally M. Benson: “Energy Balance of the Global Photovoltaic (PV) Industry - Is the PV Industry
a Net Electricity Producer?”, Environ. Sci. Technol. 2013, 47, 3482−3489, dx.doi.org/10.1021/es3038824
http://pubs.acs.org/doi/ipdf/10.1021/es3038824
53
Swanson, R. M. Solar's Learning Curve Paves Way to Competitive Costs. 2011.
http://energyseminar.stanford.edu/node/ 387
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-26
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
A figura 2.42 mostra a análise da evolução do total de energia consumida pela indústria de
sistemas PV e a produção efetiva dos equipamentos instalados. Nota-se que até 2010 o resultado
permanecia na faixa negativa. Segundo o artigo, a previsão era que em 2012 se entrasse na faixa
positiva, ou seja, que a produção acumulada superasse todo o dispêndio energético realizado até
então para a produção e instalação dos sistemas PV. Os valores representados na figura indicam a
média de produção das diferentes tecnologias de células fotovoltaicas. O resultado é dominado
pelos produtos baseados em cristais de silício, que são responsáveis por cerca de 90% dos sistemas
instalados. Algumas tecnologias, ainda de pouca penetração, apresentam resultados mais positivos
no aspecto energético, embora tenham uma menor penetração no mercado por conta de custos de
produção.
Figura 2.42 Evolução do total de energia consumida pela indústria de sistemas PV e a produção
efetiva dos sistemas instalados. https://gcep.stanford.edu/pdfs/symposium2012/MikDale_Symp2012_web.pdf
Enquanto essa visão sistêmica permite uma análise dos esforços no aprimoramento da
tecnologia, outra análise que pode ser feita é, com a tecnologia atual, do ponto de vista de um
produtor, como se dá tal balanço energético55. De acordo com estudo do National Renewable
Energy Laboratory (NREL), com as tecnologias dominantes na atualidade (silício e filmes finos),
a compensação energética se dá entre quatro e três anos, respectivamente. O NREL estima o tempo
de operação do sistema PV em até 30 anos, o que permitiria um expressivo ganho para a produção
de energia.
54
Alsema, E. A. Energy pay-back time and CO2 emissions of PV systems. Prog. Photovoltaics 2000, 8, 17−25.
55
NREL Report No. NREL/FS-520-24619, http://www.nrel.gov/docs/fy99osti/24619.pdf (acesso em junho 2017)
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-27
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
No que se refere às turbinas eólicas, análise semelhante pode ser feita. Nesse caso é usual
incluir os gastos energéticos de produção, transporte, instalação e manutenção, uma vez que todos
estes são relevantes ao longo dos anos em que a turbina permanece funcional (estimada em 30
anos, embora ainda não existam sistemas em operação há tanto tempo). Além disso, assim como
para os sistemas PV, as condições locais são determinantes, especialmente pelo fator de
capacidade, ou seja, o quanto efetivamente se produz de energia ao longo do tempo.
Diversos estudos apontam que o tempo de produção de energia para a compensação da
demanda de energia para produção e manutenção é inferior a um ano56.
Uma comparação pertinente é com os sistemas térmicos baseados em carvão ou gás. Dado
que as máquinas térmicas sempre apresentam um rendimento menor do que 50%, a produção de
eletricidade sempre será menor do que a perda de energia, o que implica em um balanço sempre
negativo do ponto de vista da operação das centrais geradoras.
Embora sejam bastante comuns os sistemas isolados, seja para alimentação de equipamentos
remotos, seja em localidades sem acesso à rede de energia elétrica, o foco deste curso são as
aplicações conectadas à rede. Assim, serão vistas as exigências para que se realize a inserção
destas fontes na rede de distribuição, especialmente na baixa tensão de distribuição, embora
empreendimentos de maior potência façam a conexão em média ou alta tensão.
Em 2011 a ANEEL57 lançou um programa para incentivar a implantação de sistemas de
maior porte (com potência de pico entre 500 kW e 3 MW) como forma de criar no Brasil
experiências que viessem permitir a elaboração de normas e procedimentos adequados.
Um exemplo é a Usina Solar Tanquinho, em Campinas-SP, da Companhia Paulista de Força
e Luz (CPFL), com 1,1 MW de pico e 1,6 GWh de produção de energia anual.
A Usina Tanquinho utiliza diferentes tecnologias de células: silício policristalino, silício
amorfo monocristalino, “filmes finos”, como o telureto de Cádmio e o Cobre-Índio-Gálio-Selênio
(CIGS). São testados arranjos de painéis fixos e móveis (que acompanham o movimento do sol),
diferentes estruturas de inversores (micro inversores individuais por painel e inversores de maior
porte para agrupamentos de painéis), bem como a integração da geração solar com geração eólica,
através da inclusão de um aerogerador de pequeno porte. O projeto busca analisar o impacto da
conexão desse tipo de geração para o consumidor final em termos de qualidade, segurança,
confiabilidade e viabilidade econômica58.
56
Karl R. Haapala and Preedanood Prempreeda, Comparative life cycle assessment of 2.0 MW wind turbines, Int. J.
Sustainable Manufacturing, Vol. 3, No. 2, 2014, Acesso em junho de 2017, http://www.ourenergypolicy.org/wp-
content/uploads/2014/06/turbines.pdf
57
ANEEL, chamada no 013/2011, projeto estratégico: “Arranjos técnicos e comerciais para inserção da geração solar
fotovoltaica na matriz energética brasileira”, Agosto de 2011. http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/PeD_2011-
ChamadaPE13-2011.pdf
58
http://www.cpfl.com.br/SaladeImprensa/Releases/tabid/154/EntryId/639/CPFL-Energia-tera-geracao-solar-fotovoltaica-ate-2013.aspx
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-28
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
2.5.1 Tarifação
A figura 2.45 ilustra um sistema com cargas CA, e conexão à rede. Uma questão que se
coloca é o da tarifação que está presente nos documentos que regem os procedimentos59,60 para
incentivar e regulamentar a implantação de sistemas de micro e minigeração.
Segundo estudo apresentado pela ANEEL, “pode-se considerar o Sistema de Compensação
de Energia como uma ação de eficiência energética, pois haverá redução de consumo e do
carregamento dos alimentadores em regiões com densidade alta de carga, com redução de perdas
e, em alguns casos, postergação de investimentos na expansão do sistema de distribuição”.
Um dos métodos é o chamado “net metering”, o qual “consiste na medição do fluxo de
energia em uma unidade consumidora dotada de pequena geração, por meio de medidores
bidirecionais. Assim, um único medidor é capaz de registrar a energia consumida e a energia
gerada em um ponto de conexão. Se a geração for maior que a carga, o consumidor receberá um
crédito em energia (isto é, em kWh e não em unidade monetária) na próxima fatura. Caso
contrário, o consumidor pagará a diferença entre a energia consumida e a gerada, mantido o custo
de disponibilidade”61.
Propõe ainda que o medidor seja pago pelo consumidor e que haja um prazo de validade dos
créditos. Se a geração for maior do que o consumo, o consumidor paga apenas o custo de
disponibilidade e os créditos poderão ser utilizados nos meses subsequentes. Para consumidor com
tarifa horo sazonal, a energia gerada deve abater o consumo no mesmo posto horário. Se houver
excedente de geração, o montante será utilizado para compensar o consumo no outro posto
tarifário segundo a relação entre as tarifas de energia (ponta e fora de ponta). Os montantes de
energia gerada que não tenham sido compensados na própria unidade consumidora, podem ser
utilizados para compensar o consumo de outras unidades previamente cadastradas para esse fim,
atendidas pela mesma distribuidora, cujo titular seja o mesmo da unidade com sistema de
compensação de energia.
A regulamentação exige ainda alterações e complementações em outros documentos, como o
PRODIST 62 (Procedimentos de Distribuição).
Há outras possibilidades de tarifação como, por exemplo, o uso de medidores distintos para a
importação e para a exportação de energia, o que permite a aplicação de tarifas diferenciadas,
incentivando a geração por meio de um maior valor pago.
59
CPFL Energia, Conexão de Micro e Minigeração Distribuída sob Sistema de Compensação de Energia Elétrica, 2016.
http://sites.cpfl.com.br/documentos-tecnicos/GED-15303.pdf
60
http://www.enersul.com.br/files/2012/12/Procedimento-de-Acesso-para-Microgera%C3%A7%C3%A3o-e-Minigera%C3%A7%C3%A3o-
Distribuida-ENERSUL.pdf
61
www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2011/042/documento/aviso_ap042_2011_dou_11.8.11_secao_3_pg_134.pdf
62
https://www.aneel.gov.br/modulo-8
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-29
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Em situações que a tensão saia dos limites, o inversor deve se desconectar. O tempo de
desconexão depende do desvio da tensão, conforme as tabelas 2.6 e 2.7.
Este critério (uso exclusivo para injeção de potência ativa) impede o uso multifuncional do
inversor o que, do ponto de vista de estruturas de redes inteligentes (smart grid) é uma restrição
que subutiliza o potencial do conversor para realizar outras funções importantes, como a
compensação de harmônicas e de energia reativa.
63
IEEE1547, IEEE Standard for Interconnecting Distributed Resources with Electric Power Systems, 2003
64
IEC 61727, Characteristics of the utility interface
65
IEEE 929-2000, Recommended practice for utility interface of photovoltaic (PV) systems.
66
Procedimentos para a Conexão de Acessantes ao Sistema de Distribuição da Light SESA – Conexão em Baixa
Tensão, 2012, http://www.light.com.br/recon/energia_alternativa_12_12_12.pdf
67
Procedimento de Acesso para Microgeração e Minigeração Distribuída, Enersul, 2012
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-30
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Painel de
Arranjo Inversor
Detector de conexão
fotovoltaico Conversor fuga de Seccionadora
CC/CC corrente ao com a rede Rede
Fusível
Fusível CA
terra CA
CC
68
California Energy Commission, A GUIDE TO PHOTOVOLTAIC (PV) SYSTEM DESIGN AND INSTALLATION, 2001
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-31
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
2.5.2.2 Frequência
A tensão e a corrente produzidas pelo inversor têm que estar sincronizadas com a rede.
Enquanto a frequência da rede estiver dentro de certos limites, isso é entendido como uma situação
normal. Ao sair da faixa permitida, o entendimento é que houve alguma perturbação e que,
portanto, o inversor deve desconectar o sistema de geração local. A IEC recomenda que o desvio
máximo seja de +1 Hz. Já o IEEE apresenta uma faixa entre 59,3 e 60,5 Hz.
De acordo com a regulamentação brasileira 69, conforme ilustra a figura 2.48, quando a
frequência da rede ficar abaixo de 57,5 Hz ou acima de 62 Hz, a central deve cessar a injeção de
energia ativa à rede em no máximo 0,2 de segundo. Somente quando a frequência retornar a 59,9
Hz, após ter caído, ou retornar a 60,1 Hz, após ter subido, é que a central poderá voltar a injetar
energia ativa, em ambos os casos respeitando um tempo mínimo de 180 segundos após a volta das
condições normais de tensão e frequência na rede.
Figura 2.48 Injeção de potência pelo inversor em função da frequência da rede (NBR).
69
NBR 16149:2013 – Sistemas fotovoltaicos (FV) – Características da interface de conexão com a rede elétrica de
distribuição
70
Conexão de Microgeradores ao Sistema de Distribuição de Baixa Tensão da Cosern, 2012,
http://www.cosern.com.br/ARQUIVOS_EXTERNOS/Conexão de Microgeradores ao Sistema de Distribuição de
Baixa Tensão da Cosern;;20121214.pdf
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-32
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
A norma da CPFL não faz referência específica à distorção da corrente produzida pelo
inversor. Em relação à tensão, repete os valores definidos no PRODIST, mostrados na Tabela 2.9.
Tabela 2.9 Valores de referência globais das distorções harmônicas totais (em porcentagem da
tensão fundamental) – PRODIST
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-33
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
CC
CC CA
CA
CC
(a) (b)
Arranjo com conversor único (a) e com múltiplos conversores CC-CC (b)
CC CC
CC
CA CA
CA
CC CC
Rede CA
CC CA CA
Rede CA
CA
(c) (d)
Arranjo em paralelo de inversores (c) e configuração com microinversores (d)
Figura 2.49 Estruturas de conexão de inversores à rede CA
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-34
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Quando se tem um sistema conectado à rede de distribuição, esta pode ser vista como um
tipo de armazenador do excesso de energia gerada e que fornece a quantidade demandada pela
carga quando não houver disponibilidade local. Na verdade, o que ocorre é que o sistema elétrico,
ao deixar de fornecer energia à carga, não realizará produção de energia com fontes tradicionais
(hidrelétrica e termelétrica), poupando os combustíveis ou retendo água nos reservatórios.
Por outro lado, pode ser de interesse do produtor armazenar localmente o excesso da
energia. Uma razão para isso seria a tarifação horo sazonal, posto que a energia gerada seria
remunerada por um valor menor do que a consumida no horário de pico, em prejuízo do produtor.
Outra necessidade de se ter um estoque de energia local é para o atendimento de picos de potência.
Nos sistemas convencionais, com geradores eletromecânicos, a massa girante das máquinas
representa uma expressiva quantidade de energia cinética armazenada, a qual é capaz de suprir de
maneira instantânea a variação rápida de demanda. Em sistemas em que a geração é processada
71
Fritz Schimp, Lars E. Noru, Grid connected Converters for Photovoltaic, State of the Art, Ideas for Improvement of
Transformerless Inverters, NORPIE/2008, Nordic Workshop on Power and Industrial Electronics, June 9-11, 2008
http://www.elkraft.ntnu.no/eno/Papers2008/Schimpf-norpie08.pdf
72
Soeren B. Kjaer, John K. Pedersen and Frede Blaabjerg, A Review of Single-Phase Grid-Connected Inverters for
Photovoltaic Modules, IEEE Transactions on Industry Applications, Vol. 41, No. 5, Sep. 2005
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-35
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
por conversores eletrônicos, não existe essa disponibilidade, de modo que é preciso algum outro
método para garantir o atendimento instantâneo da demanda. Outra razão da necessidade de
armazenamento local de energia é para a inicialização de uma rede isolada, de modo a ser possível
determinar o sincronismo ao qual os demais geradores irão se ajustar.
Embora a energia elétrica seja um excelente vetor energético, sua grande limitação é a
impossibilidade prática de seu armazenamento em quantidades razoáveis. Os acúmulos capacitivo
e indutivo não são adequados à retenção de quantidades maiores de energia, mesmo que utilizando
supercapacitores ou magnetos supercondutores, por razões de custo, principalmente.
Nesse cenário, diferentes formas de acúmulo da energia excedente devem ser consideradas.
Conforme indica a figura 2.51, com dados de 2010, praticamente toda capacidade instalada se
relaciona com armazenamento em forma de energia potencial através do bombeamento de água
para reservatórios elevados73. Em quantidades muito menores tem-se o uso de compressão de ar e,
em escala ainda menor, as baterias. No entanto, principalmente com o crescimento da frota de
veículos elétricos, a expectativa é que em poucos anos a energia acumulada eletroquimicamente
iguale e venha a superar o armazenamento hídrico.
Figura 2.51 Formas de acúmulo de energia a partir de excedente de geração por fonte renovável
(dados de 2010) e evolução da capacidade de armazenamento de energia74.
73
EPRI - Eletrical Power Research Institute, “Electricity Energy Storage Technology Options. A White Paper Primer
on Applications, Costs and Benefits.” 2010. https://www.epri.com/research/products/000000000001022261
74
https://www.energy.gov/sites/prod/files/2020/12/f81/Energy%20Storage%20Market%20Report%202020_0.pdf
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-36
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Figura 2.52 Esquema simplificado de operação de uma célula a combustível tipo PEM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fuel_cell_PT.svg
75
André Augusto Ferreira e José Antenor Pomilio: “Estado da Arte sobre a Aplicação de Supercapacitores em
Eletrônica de Potência”, Eletrônica de Potência, SOBRAEP, Vol.10, no.2, Novembro de 2005, pp. 25-32. ISSN 1414-
8862
76
http://www.fueleconomy.gov/feg/fcv_pem.shtml
77
Geomar Machado Martins: “Desenvolvimento de Conversor Comutado em Baixa Frequência para Aplicação em
Sistemas de Geração Distribuída Baseados em Células a Combustível”, Tese de Doutorado, FEEC-UNICAMP, 14 de
julho de 2006.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-37
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
conversor inversor
CC/CC CC/CA
+
CC CC
+ saída para os
componentes
_ saída
auxiliares
CA
CA
CC
220 V
+ regulador de
tensão
+ -
banco de
baterias
exaustor
S _ purga de
sistema H2 + S
H2
reformador
soprador ar ar
exaustão
água fria de ar
água ar saída
pilha de FC 2x500Watts água
combustível
ventilador Reservatório
d'água água
válvula solenóide de
S
para H2 alimentação
regulador de
pressão
trocador de
calor bomba d'água
A estrutura típica de uma geração baseada em CaCs é vista na figura a seguir e compreende
o conjunto de CaCs e os tanques de Combustível (hidrogênio e oxigênio). A eletricidade resultante
é em CC. Caso se deseje injetar tal energia na rede, isso é feito via um inversor CC/CA. Estes
conversores devem realizar o ajuste do ponto de operação do sistema, regulando a tensão e a
corrente das CaCs de forma a otimizar o rendimento da energia produzida ou estabelecer o
funcionamento no ponto de máxima potência. Baterias de armazenamento podem estar presentes
no barramento CC e neste caso um conversor CC/CC dedicado (carregador das baterias) se faz
necessário para controlar o regime de carga/descarga.
2.6.2 Baterias
A capacidade de carga das baterias é normalmente expressa na unidade Ampère-hora.
Dimensionalmente, essa grandeza equivale a Coulomb. Ao se multiplicar a capacidade pela
diferença de potencial presente nos terminais, tem-se a energia estocada no dispositivo.
Há diversos tipos de baterias, como as de chumbo-ácido, íons de lítio, níquel-cádmio,
hidretos metálicos, etc.
Destas, principalmente me razão de custo, as mais usadas nos sistemas estacionários de
energia são as de chumbo-ácido, adequadas a longos processos de descarga, operam bem mesmo
com descargas profundas (até 10% da carga plena) e apresentam mínima auto-descarga.
Embora com melhor desempenho em termos de ciclos de operação e perdas reduzidas,
outras tecnologias de baterias, como as de íons de Lítio ou de Níquel-Cádmio, por apresentarem
custo muito mais elevado, possuem menor aplicação para estocagem de energia em maiores
quantidades.
78
Farret, F. A., Pequenos Aproveitamentos Elétricos, livro. Editora da UFSM, 2002.
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-38
Eletrônica de Potência para Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica J. A. Pomilio
Referências adicionais
Além das citadas ao longo do texto, foram utilizadas informações e imagens disponibilizadas na
WEB:
http://www.mme.gov.br/mme/galerias/arquivos/publicacoes/BEN/2_-_BEN_-_Ano_Base/1_-_BEN_Portugues_-
_Inglxs_-_Completo.pdf
http://www.mme.gov.br/spe/galerias/arquivos/Publicacoes/matriz_energetica_nacional_2030/MatrizEnergeticaNacion
al2030.pdf
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Atlas_Solarimetrico_do_Brasil_2000.pdf
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/atlas_eolico/Atlas%20do%20Potencial%20Eolico%20Brasileiro.p
df
http://www.eletrobras.gov.br
http://www.pmirs.org.br/seminario/iv_Seminario/download/pal18-EolicoJunqueira144_sec.pdf
http://www.fee.unicamp.br/dse/antenor 2-39