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Universidade do Vale do Paraı́ba

Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo

APOSTILA DE CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I

Prof.a Dr.a Ângela Krabbe

São José dos Campos, agosto de 2020.


Ao Aluno

Esta apostila será elaborada ao longo da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral


I, ministrada nos cursos das Engenharias da Univap.
A apostila será uma compilação das notas de aula que estarão fundamentadas nos
livros listados na bibliografia recomendada.
Estas notas de aula não substituirão o uso dos livros textos, mas poderão auxiliá-lo no
entendimento dos conteúdos dessa disciplina. Recomenda-se que o emprego desses livros
seja utilizado para uma melhor compreensão dos conteúdos desse curso.

São José dos Campos, agosto de 2020.


Sumário

2
Ementa

1. Funções: definição, domı́nio, imagem.

2. Limites: definição, propriedades, limites fundamentais.

3. Derivada: definição, derivadas de funções elementares, regras de derivação, derivada


de função composta.

4. Aplicações de derivada: funções crescente e decrescente, máximos e mı́nimos, con-


cavidade, ponto de inflexão.

5. Integral indefinida: conceito de primitiva, definição e propriedades da integral inde-


finida, regras de integração.

6. Integral definida: definição, interpretação geométrica, cálculo de integrais definidas,


aplicações da integral

1
Revisão de Conceitos Básicos

Uma pequena revisão sobre alguns conceitos e sı́mbolos necessários são dados a seguir.

Notação
Sı́mbolo Significado
∧ e
∨ ou
| tal que
∃ existe
@ não existe
∀ qualquer que seja
∅ conjunto vazio
∈ pertence
∈ / não pertence
⊃ contém
⊂ está contido
6 = não é igual a

Conjuntos Numéricos
Sı́mbolo Significado
N Conjunto de Números Naturais
Z Conjunto de Números Inteiros
Q Conjunto de Números Racionais
I Conjunto de Números Irracionais
R Conjunto de Números Reais

sendo
N = {0, 1, 2, 3, 4, ...},
Z = {..., −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, ...},

2
Q = { ab | a, b ∈ Z, b 6= 0},
R = {−∞, +∞}.

Os números racionais são todos os números que podem ser expressos em forma de
fração, como por exemplo 23 e 51 . Os números irracionais são aqueles com uma quantidade
ilimitada de algarismos
√ não-periódicos e que não podem ser expressos como fração, como
por exemplo π e 2.

Conjuntos Especiais
R∗ = {x ∈ R | x 6= 0}
R+ = {x ∈ R | x ≥ 0}
R− = {x ∈ R | x ≤ 0}
R∗+ = {x ∈ R | x > 0}
R∗− = {x ∈ R | x < 0}

(a, b) = x ∈ R | a < x < b


[a, b) = x ∈ R | a ≤ x < b
(a, b] = x ∈ R | a < x ≤ b
[a, b] = x ∈ R | a ≤ x ≤ b

Fatoração
Fatorar é transformar uma soma de duas ou mais parcelas num produto de dois ou
mais fatores.

1. Fator comum

ax + bx = x(a + b)

2. Agrupamento

ax + bx + ay + by = x(a + b) + y(a + b) = (a + b)(x + y)

3. Diferença de quadrados

a2 − b2 = (a + b)(a − b)

4. Quadrado perfeito

a2 + 2ab + b2 = (a + b)(a + b) = (a + b)2


a2 − 2ab + b2 = (a − b)(a − b) = (a − b)2

3
5. Soma e diferença de cubos

a3 + b3 = (a + b)(a2 − ab + b2 )
a3 − b3 = (a − b)(a2 + ab + b2 )

6. Cubo perfeito

a3 + 3a2 b + 3ab2 + b3 = (a + b)(a + b)(a + b) = (a + b)3


a3 − 3a2 b + 3ab2 − b3 = (a − b)(a − b)(a − b) = (a − b)3

7. Trinômio do 2o grau
ax2 + bx + c = a(x − r1)(x − r2)
em que r1 e r2 são as raı́zes da equação ax2 + bx + c = 0.

Identidades Trignométricas
1. sin2 x + cos2 x = 1

2. tan2 x + 1 = sec2 x = 1

3. cot2 x + 1 = csc2 x

Exercı́cios
1. Determinar todos os intervalos de números que satisfazem as desigualdades abaixo
e fazer as representações gráficas.

(a) 3 + 7x < 8x + 9 − 3
(b) 7 < 5x + 3 ≤ 9
x
(c) x+7
< 5, x 6= 7

2. Resolva a equação |7x − 1| = |2x + 5|.

3. Encontre os números reais que satisfaçam a seguinte desigualdade |7x − 2| < 4.

4. Encontre os números reais que satisfaçam a seguinte desigualdade | 3−2x


2+x
| ≤ 4, x 6=
−2.

5. Determine todos os números reais que satisfazem a equação |3x − 5| = 4.


x
6. Resolver a desigualdade x−2 ≥ 5, com x 6= 2.

4
Introdução

O Cálculo Integral e Diferencial estuda as taxas de variação de grandezas, como a


inclinação de uma reta, e a acumulação de quantidades, como a área debaixo de uma curva
(veja a Figura 2) ou o volume de um sólido. Onde há movimento ou crescimento em que
forças variáveis agem produzindo aceleração, o cálculo é a matemática a ser empregada.

Figura 1: O cálculo permite calcular a área da região assinalada.

A palavra Cálculo vem do latim calculus, que significa pedregulho e é uma remi-
niscência da técnica primitiva de executar operações matemáticas simples por meio de
pequenas pedras. Calculi eram as pessoas que contavam, calculones os professores. Escra-
vos que tinham a função de contadores eram chamados de calculatores enquanto homens
livres com a mesma tarefa recebiam a designação de numerarii.

Figura 2: O jeito que o pastor arranjou para controlar o seu rebanho foi contar as ovelhas
com pedras.

5
As operações básicas do cálculo são a diferenciação e a integração, sendo ambos os
conceitos utilizados em diversas situações tanto teóricas quanto em aplicações na fı́sica e
engenharia, estatı́stica, economia e em praticamente todas as áreas cientı́ficas modernas.
Algumas ideias do cálculo integral remontam à Antiguidade, embora essas não uti-
lizassem uma forma sistemática da matemática. A função básica do cálculo integral, a
de calcular áreas remontam à Grécia antiga, pelo menos 2.500 anos atrás, quando foram
encontradas áreas usando o chamado “método da exaustão”. Naquela época, os gregos
já sabiam encontrar a área A de qualquer polı́gono dividindo-o em triângulos, como na
Figura 3 e, em seguida, somando as áreas obtidas.
É muito mais difı́cil achar a área de uma figura curva. O método da exaustão dos
antigos gregos consistia em inscrever e circunscrever a figura com polı́gonos e, então,
aumentar o número de lados deles. A Figura 4 ilustra esse procedimento no caso especial
de um cı́rculo, com polı́gonos regulares inscritos.

Figura 3: Método usado na antiguidade para calcular área de um polı́gono.

Figura 4: Método da Exaustão.

O cálculo foi criado como uma ferramenta auxiliar em várias áreas das ciências exatas,
e foi desenvolvido simultaneamente por Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e por Isaac
Newton (1643-1727), em trabalhos independentes.
A ambos é atribuı́da a simultânea e independente invenção do cálculo. Leibnitz foi
originalmente acusado de plagiar os trabalhos não publicados de Isaac Newton; hoje,
porém, é considerado o inventor do cálculo, juntamente com Newton. Historicamente
Newton foi o primeiro a aplicar o cálculo à fı́sica ao passo que Leibniz desenvolveu a
notação utilizada até os dias de hoje, a notação de Leibniz. O argumento histórico para
conferir aos dois a invenção do cálculo é que ambos chegaram de maneiras distintas ao
teorema fundamental do cálculo.

6
Figura 6: Gottfried Leibniz (1646-1716)
Figura 5: Isaac Newton (1643-1727)

Sugestão de leitura sobre a história do Cálculo: https://www.phylos.net/2017-12-18/


a-historia-do-calculo.
Sugestão de documentário sobre a hitória do Cálculo https://www.youtube.com/
watch?v=q9ywLsY36dg.

7
Funções
1
1.1 Definição
Toda função envolve uma relação de dependência entre elementos, números e/ou
incógnitas. Em toda função existe um elemento que pode variar livremente, chamado
de variável independente, e os que estão relacionados a eles, variáveis dependen-
tes. Existem diversas formas matemáticas de relação entre as variáveis independentes e
dependentes.
Como exemplo podemos citar:

a) A área A de um cı́rculo depende do seu raio r. A regra que conecta r e A é dada


pela equação A = πr2 . A cada número r positivo está associado um único valor de
A e dizemos que A é uma função de r.

b) A população humana do mundo P depende do tempo t. A tabela 1.1 mostra as


estimativas da população mundial P (t) no momento t em certos anos.

Tabela 1.1: População em função do tempo

Ano População
(milhões)
1900 1.650
1910 1.750
1920 1.860
1930 2.070
1940 2.300
1950 2.560
1960 3.040
1970 3.710
1980 4.450
1990 5.280
2000 6.080
2010 6.870

8
1.1. DEFINIÇÃO Funções

Por exemplo, P (1950) ≈ 2.560.000.000


Porém, para cada valor do tempo t, existe um valor correspondente de P , e dizemos
que P é uma função de t.

c) O custo C de enviar uma carta preferencial pelo correio depende de seu peso w.
Embora não haja uma fórmula simples relacionando w e C, o correio tem uma
fórmula que permite calcular C quando w é dado.

Uma função f é uma lei que associa, a cada elemento x em um conjunto


D (domı́nio), exatamente um elemento, chamado f (x), em um conjunto
E (imagem).

O conjunto D é chamado domı́nio da função. O número f (x) é o valor de f em x


e é lido “ f de x”. A imagem de f é o conjunto de todos os valores possı́veis de f (x)
obtidos quando xvaria por todo o domı́nio.
Uma forma de ver a função é como um diagrama de flechas, como na Figura ??. Cada
flecha conecta um elemento de D com um elemento de E. A flecha indica que f (x) está
associado a x, f (a) está associado a a e assim por diante. Na Figura 1.2 é mostrado outro
diagrama, entretanto essa relação não é uma função, pois o elemento 1 (do conjunto A é
associadao a mais de um elemento do conjunto B.

Figura 1.1: Diagrama de flechas para a função f

O método mais comum de visualizar uma função consiste em fazer seu gráfico. Se f
for uma função com domı́nio D, então seu gráfico será o conjunto de pares ordenados.

{(x, f (x)) | x ∈ D}

O gráfico de uma função f nos fornece uma imagem útil do comportamento ou


“histórico” da função. O gráfico de f também nos permite visualizar o domı́nio de f
sobre o eixo x e a imagem sobre o eixo y.

9
1.2. FUNÇÃO PAR E ÍMPAR Funções

Figura 1.2: Relação entre os elementos do conjunto A e B

Representações de Funções
Podemos representar uma função através de

a) um gráfico,
b) uma tabela,
c) e uma fórmula.

O gráfico que representa os dados da tabela 1.1 é mostrado na Figura 1.3, e a expressão
para uma função que se aproxime de P (t) é dado por

P (t) ≈ f (t) = (1.43653 × 109 ) · (1.01395)t .

Figura 1.3: Representação gráfica dos dados da tabela 1.1. O gráfico da direita, mostra o
ajuste encontrado para esses dados.

1.2 Função Par e Ímpar


O gráfico de uma função pode apresentar muitos tipos de simetrias ou nenhum. O
conhecimento ”a priori”das propriedades de simetria de uma função pode nos ajudar

10
1.2. FUNÇÃO PAR E ÍMPAR Funções

enormemente no traçado de seu gráfico: poderemos, por exemplo, determinar os valores


de uma função em uma determinada zona do plano, conhecendo tão somente os valores
que essa função assume na zona simétrica. De todos os possı́veis tipos de simetria que
o gráfico de uma função pode apresentar, existem dois que são facilmente detectados. O
objetivo dessa seção é estudar e identificar esses casos.

Função Par
Se uma função f satisfaz f (x) = f (−x) para todo número x em seu domı́nio,
então f é chamada função par. O gráfico de uma função par é simétrico
em relação ao eixo y.

Por exemplo, a função f (x) = x2 é par, pois

f (−x) = (−x2 ) = x2 = f (x)

Figura 1.4: Gráfico da função f (x) = x2

1. f (x) = x2 → f (2) = 4 → f (−2) = 4

2. f (x) = x2 − 1 → f (1) = 0 → f (−1) = 0


x4 14 1 (−1)4 1
3. f (x) = 2
→ f (1) = 2
= 2
→ f (−1) = 2
= 2

Função Ímpar
Se f satisfaz f (−x) = −f (x) para cada número x em seu domı́nio, então f
é chamada função ı́mpar. O gráfico de uma função ı́mpar é simétrico em
relação à origem.

Por exemplo, a funçãof (x) = x3 é ı́mpar, pois

f (−x) = (−x)3 = −x3 = −f (x).

11
1.3. FUNÇÕES ELEMENTARES Funções

1.3 Funções Elementares


a) Equação de primeiro grau
Qualquer função f dada por uma lei da forma f (x) = ax + b, onde a e b são números
reais e a 6= 0. Nesta função a é chamado de coeficiente angular e b é chamado de coeficiente
linear, sendo a e b constantes, e o domı́nio todos os reais.
Coeficiente angular: se a for positivo, a reta tem sentido crescente; caso contrário,
decrescente. Veja a representação dessas retas na Figura 1.6.
Coeficiente linear: b indica por qual ponto numérico a reta intercepta o eixo das
ordenadas y.

Figura 1.5: Gráfico da equação da reta. A reta da esquerda é crescente e da direita é


decrescente.

Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a reta cruza o eixo x,
para isso consideremos o valor de y = 0, pois no momento em que a reta intersecta o eixo
x,y = 0.

Equação da reta: y − y0 = a(x − x0 )

Exemplos

1. f (x) = 12x + 4 → a = 12; b = 4


2. f (x) = 3x + 5 → a = 3; b = 5
3. f (x) = −2x + 8 → a = −2; b = 8

b) Equação do segundo grau


Chama-se função quadrática, ou função polinomial do 2o grau, qualquer função f dada
por uma lei da forma f (x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são números reais e a 6= 0.

Exemplos

12
1.3. FUNÇÕES ELEMENTARES Funções

1. f (x) = 3x2 − 4x + 1, onde a = 3. b = 2 e c = 1.

2. f (x) = x2 + 6x + 9, onde a = 1, b = 6 e c = 9.

3. f (x) = x2 − 8x + 16, onde a = 1, b = −8 e b = 16.

Raı́zes
A representação de funções de segundo grau no plano cartesiano é uma PARÁBOLA.

O termo c, na função do 2o grau, é o ponto onde a parábola corta o eixo y.

Quando uma equação do segundo grau é completa, usamos a fórmula de Bháskara


para encontrar as raı́zes da equação, que é dada por

−b ± ∆
x=
2a
2
sendo ∆ = b − 4ac.

Concavidade
Quando a > 0 (concavidade para cima), logo ponto de mı́nimo.

Quando a < 0 (concavidade para baixo), logo ponto de máximo.

As coordenadas do vértice são dadas por


b
xv = −
2a

yv = −
4a

Figura 1.6: Representação da função de segundo grau de acordo com o coeficiente a

13
1.3. FUNÇÕES ELEMENTARES Funções

c) Função Exponencial
Seja a um número positivo e a 6= 1. A função f : R → (0, ∞), dada porf (x) = ax , é
chamada de função exponencial de base a.

• Se a > 1 então f é crescente.


• Se 0 < a < 1 então f é decrescente.
• Assı́ntota ao eixo x, ou seja, a função se aproxima do eixo x mas nunca irá encostar
no eixo x.
• Interceptará y no ponto (0,1), ou seja, cruzar o eixo y.
Os gráficos dessas funções são os seguintes.

Figura 1.7

O conjunto imagem é o intervalo (0, + ∞) .

Propriedades da Exponencial
As seguintes regras valem para quaisquer a,b, x, y ∈ R com a > 0, b >.
1. ax · ay = ax+y
ax
2. ay
= ax−y
3. (ax )y = (ay )x = axy
4. (ax bx ) = (ab)x
x
5. ( abx ) = ( ab )x
A função exponencial mais comum em aplicações é a função exponencial
de base a = e onde e = 2, 71828... é a constante de Euler, que é um número
irracional. A função, nesse caso,é chamada de função exponencial na-
tural ou, simplesmente, função exponencial. Veremos mais adiante que
a função exponencial de base qualquer a pode ser sempre expressa em
termos de uma funçào exponencial natural.
Exemplos
1. f (x) = 2x
2. f (x) = (3 + x)x

14
1.3. FUNÇÕES ELEMENTARES Funções

Exercı́cios
1. Determine se as funções abaixo são pares, ı́mpares ou nenhuma dessas.

2
f (x) = x3 − 2, 5x
f (x) = x − 3

f (x) = x3 f (x) = abs(x)

f (x) = sin(x) f (x) = x2 − 5x + 6

2. Encontre o domı́nio e a imagem de cada função.


2
a) f (x) = 1 + xp
b) f (x) = 1 − (x)
c) f (x) = 5 − 2x
d) f (x) = 5x

15
1.3. FUNÇÕES ELEMENTARES Funções

3. Esboce o gráfico das funções abaixo.


a) f (x) = x2 –13x + 42
b) f (x) = −2x2 –5x + 6
c)f (x) = 3x2 + x–14

4. Determine as raı́zes das funções abaixo.


a) f (x) = (1/2)x
b) f x) = 5x + 9
c) f (x) = −4x + 3

5. Determine a equação da reta mostrada na figura a seguir.

16
Limite
2
A noção de limite fornece um caminho preciso para distinguir o comportamento de
algumas funções que variam continuamente e o comportamento de outras funções que
podem variar independente do modo como se controla as variáveis. É com base nisso
que pretendemos apresentar a você uma noção intuitiva de limite, para que você possa
observar o que ocorre com a função f (x), intuitivamente, quando x tende para um número
real a ou quando x tende para mais ou menos infinito.

2.1 Introdução a Limites


1. Uma rocha se desprende do alto de um penhasco. Qual sua velocidade média du-
rante os primeiros 2 segundos de queda e durante o intervalo entre o segundo 1 e o
segundo 2?

Se y indica a distância percorrida durante a queda livre em metros após t segundos,


então a equação de queda livre é dada por y = 4, 9t2 . Determine a velocidade da
rocha em queda no exemplo 1 em t = 1 s. Confira isso algebricamente.

2. Dada uma função f , você quer saber o que ocorre com os valores f (x) , quando a
variável x se aproxima de um ponto a. Para você entender isto melhor, considere a
função f definida pela expressão a seguir.

(3x + 2) · (x − 1)
f (x) =
(x − 1)

Se x 6= 1, o numerador e o denominador de f podem ser divididos por (x − 1) e você


obtém f (x) = 3x + 2, para x 6= 1.
Vamos considerar valores de x cada vez mais próximo de 1, com x < 1 e observar o
que está acontecendo com f (x).
Agora, Vamos considerar que a variável x aproxima-se cada vez mais de 1, com
x > 1 e observar o que está acontecendo com f (x).

17
2.1. INTRODUÇÃO A LIMITES Limite

Para x cada vez mais próximo de 1, f (x) aproxima-se de 5 e escreve-se a seguinte


expressão: lim f (x) = lim (3x + 2) = 5.
x→1 x→1

Lê-se: O limite da função f (x) quando x aproxima-se de 1 é 5, ou ainda, o limite


de f (x) quando x tende a 1 é 5.
x2 −1
3. Avalie comportamento da função f (x) = x−1
quando x está próximo de x = 1?
A fórmula define f para todos os números reais de x exceto para x = 1 (não pode
ser dividido por zero). É necessário simplicar a função, que torna-se:

f (x) = x + 1

x2 −1
Assim, lim f (x)= 2 ou lim =2
x→1 x→1 x−1

18
2.2. DEFINIÇÃO FORMAL DE LIMITE Limite

2.2 Definição formal de Limite


Seja f (x) definida em um intervalo aberto em torno de x0 exceto talvez
em x0 . Dizemos que o limite de f (x), conforme x se aproxima de x0 é o
número L, e escrevem os
lim f (x) = L
x→x0

se para cada número  > 0 existir um número correspondente δ > 0, tal


que, para todos os valores de x,
|f (x) − L| <  sempre que 0 < |x − x0 | < δ.

2.3 Limites infinitos e no infinito


Vejamos, agora, mais um exemplo e para isto vamos considerar a função f (x) definida
pela expressão f (x) = 1 + x1 , para x 6= 0.
Queremos saber o que ocorre com f (x) quando x assume valores (positivos ou nega-
tivos) arbitrariamente grandes, ou seja, x tende para +∞, x > 0 e x tende para −∞,
x < 0.

Temos que

19
2.3. LIMITES INFINITOS E NO INFINITO Limite

1
lim 1 + =1
x→+∞ x
e
1
lim 1 + =1
x→−∞ x
Quando x aproxima-se cada vez mais de 0 pela direita, ou seja, para valores dex > 0
, que a função f cresce cada vez mais com valores positivos, ou seja, pode-se dizer que
a função f tende para +∞. Quando x tende a 0 pela direita, x → 0+ , f(x) → +∞ e
escreve-se:
1
lim+ 1 + = +∞
x→0 x
Quando x aproxima-se cada vez mais de 0 pela esquerda, ou seja, com valores de
x < 0, que os valores absolutos da função f crescem cada vez mais e são negativos, ou
seja, pode-se dizer que a função f tende para −∞ . Quando x tende a 0 pela esquerda,
x → 0− , f (x) → −∞ e escreve-se:
1
lim− 1 + = −∞
x→0 x

20
2.3. LIMITES INFINITOS E NO INFINITO Limite

Exercı́cios
1. Determine os limites das funções abaixo.

a) f (x) = 1/x2

b) f (x) = |4 − x|

lim f (x) = 0
x→4+
lim f (x) = + ∞ lim f (x) = 0
x→0 x→4−
lim f (x) = 0 lim f (x) = 0
x→+∞ x→4
lim f (x) = 0 lim f (x) = +∞
x→−∞ x→+∞
lim f (x) = +∞
x→−∞


x2 − 4, se n x ≤ 2 2
c) f (x) = d) f (x) = − x+3
−x + 2, se n x > 2

lim f (x) = +∞
x→−∞
lim f (x) = −4
x→0 lim f (x) = −∞
lim+ f (x) = 0 x→−3+
x→2 lim f (x) = +∞
lim− f (x) = 0 x→−3−
x→2 lim f (x) = 0
lim f (x) = 0 x→∞
x→2
lim f (x) = −∞
x→+∞

21
2.3. LIMITES INFINITOS E NO INFINITO Limite

2
e) f (x) = − (x+3)2 f) f (x) = x4 − 4x3 + 10

lim f (x) = ∞
x→∞
lim f (x) = 0 lim f (x) = −∞
x→∞ x→−∞
lim f (x) = −∞ lim f (x) = 10
x→−3− x→0
lim f (x) = −∞ lim f (x) = 7
x→−3+ x→1
lim f (x) = 0 lim f (x) = −17
x→−∞ x→3
lim f (x) = −17
x→3+

g) f (x) = 16x4 + 32x3 + 10 h) f (x) = − 21 x4 + 2x3 − 5

lim f (x) = ∞ lim f (x) = −∞


x→∞ x→∞
lim f (x) = ∞ lim f (x) = −∞
x→−∞ x→−∞
lim f (x) = 10 lim f (x) = −5
x→0 x→0
lim f (x) = −6 lim f (x) = 17/2
x→−1 x→3
lim f (x) = 10 lim f (x) = 3
x→−2 x→2
lim f (x) = 522 lim f (x) = −5
x→2 x→4

22
2.3. LIMITES INFINITOS E NO INFINITO Limite

1 x2 +x−2
i) f (x) = x j) f (x) = x2 −x

lim f (x) = 1
x→∞
lim f (x) = 1
x→−∞
lim f (x) = ∞ lim f (x) = @
x→0+ x→0
lim f (x) = −∞ lim f (x) = ∞
x→0− x→0+
lim f (x) = 0 lim f (x) = @
x→∞ x→0−
lim f (x) = 0 lim f (x) = 3
x→−∞ x→1+
lim f (x) = 3
x→1−
lim f (x) = 3
x→1


x2 − 1, se n x ≤ −2
l) f (x) =
2x + 7, se n x > −2
5
k) f (x) = x2 +8x+15

lim f (x) = −∞
x→−5+
lim f (x) = +∞
x→−5−
lim f (x) = @
x→−5
lim f (x) = +∞ lim f (x) = 3
x→−3+ x→−2+
lim f (x) = −∞ lim f (x) = 3
x→−3− x→−2−
lim f (x) = @
x→3
lim f (x) = 0
x→∞
lim f (x) = 0
x→−∞

23
2.3. LIMITES INFINITOS E NO INFINITO Limite


x + 2, se n x ≤ 4
m) f (x) =
5 − x, se n x > 4

lim f (x) = 6 lim f (x) = 2


x→4− x→0+
lim f (x) = 4 lim f (x) = 0
x→4+ x→0−

24
2.4. TEOREMAS SOBRE LIMITES DE FUNÇÕES Limite

2.4 Teoremas sobre limites de Funções


TEOREMA 1

Se L, M , c, k são números reais e

lim f (x) = L e lim g(x) = M


x→c x→c

a) Regra da constante: lim k = k


x→c
b) Regra da soma: lim(f (x) + g(x)) = L + M
x→c
c) Regra da diferença lim(f (x) − g(x)) = L − M
x→c
d) Regra da multiplicação lim(kf (x)) = k · L
x→c
por constante
e) Regra do produto: lim(f (x) · g(x)) = L · M
x→c
f) Regra do quociente: lim( fg(x)
(x)
)= L
M
, com M 6= 0
x→c
n n
g) Regra da potenciação lim[f (x)] = L , n é número inteiro positivo
x→c p
h) Regra da raiz: lim n f (x) = L1/n , n é número inteiro positivo
x→c

TEOREMA 2
Se P (x) = an xn + an−1 xn−1 + an−2 xn−2 + ... + a0 , então

lim P (x) = an cn + an−1 cn−1 + an−2 cn−2 + ... + a0


x→c

Exercı́cios
1. Determine os limites.

a) lim 4 = 4
x→2

b) lim 4 = 4
x→−13

c) lim (5x + 3) = 19/3


x→2/3

d) lim ( 3x+4 ) = 5/9


x→−1/2 x+5

e) lim 8x2 + 2x + 1 = 2
x→1/4

f) lim (−4x2 + 8x3 + 1) = −1


x→−1/2
2
g) lim ( 2x x−1
+x−3
) = 7/2
x→1/4
2
h) lim ( 2x x−1
+x−3
) = 9/2
x→3/4

i) lim (x3 + 4x − 3) = C3 + 4c2 − 3


x→C

25
2.5. LIMITES LATERAIS Limite

j) lim x3 = 8
x→2

k) lim (2x2 − 7x + 4) = −2
x→2
2
l) lim ( x 3x−5
+7x−2
) = −3
x→1

m) lim 4x2 − 7 = 9
x→−2

n) lim [(x − 1)10 · (x + 5)] = 5


x→0
4 −1 2 C4 +C2 −1
o) lim ( x x+x
2 +5 ) = C2 +5
x→C

p) lim (∆2 + 2∆ + 1) = 9
∆→2

q) lim (h2 + 2h + 1) = 9
h→2

r) lim (k 2 + 2k + 1) = 9
k→2

TEOREMA 3
Sejam b ∈ R, b 6= 1, b > 0 e n ∈ N . Se lim f (x) = L,
x→c

a) lim (senf (x)) = sen(lim f (x)) = senL


x→c x→c
b) lim (cosf (x)) = cos(lim f (x)) = cosL
x→c x→c
c) lim ( logb f (x)) = logb (lim f (x)) = logc L, para L > 0
x→c x→c

Exercı́cios
1. Determine os limites.

a) lim [log10 (x2 − 2x + 101)] = 2


x→1

b) lim ( x·cos
x+1
x
)=0
x→π/2
2
·cos x π2
c) lim ( x x+2 )= π+2
x→π

d) lim [cos x2 − 5x + 6] = 1
x→2
3 +3x+2)
e) lim 3(x = 1/9
x→−1

2.5 Limites Laterais


Definição: Limites à esquerda

Se f (x) tende para L1 quando x tende para a através de valores menores que a
diz-se que L1 é o limite de f (x) quando x tende para a pela esquerda e indica-se
por lim− f (x) = L1
x→a

26
2.5. LIMITES LATERAIS Limite

Definição: Limites à direita

Se f (x) tende para L1 quando x tende para a através de valores maiores que a
diz-se que L1 é o limite de f (x) quando x tende para a pela direita e indica-se por
lim+ f (x) = L1
x→a

Exemplos

x + 2, se x ≤ 4
a) Considere a função f (x) =
5 − x, se x > 4
Determinar lim+ f (x) , lim− f (x) e lim f (x)
x→4 x→4 x→4


b) Considere a função f (x) = 2 + x − 4. Determinar lim+ f (x) e lim− f (x).
x→4 x→4

Não se pode questionar lim− f (x) pois a função f (x) só está definida para x − 4 ≥ 0
x→4
ou x ≥ 4. Se x < 4 então x − 4 será um número negativo.
Para calcular o lim+ f (x) , você tem que a função f (x) está definida somente para
x→4
valores de x − 4 ≥ 0 ou x ≥ 4.

27
2.6. LIMITES INDETERMINADOS Limite

2.6 Limites Indeterminados


Ao tentar calcular os limites de funções você pode chegar a outras expressões cujo
significado, ou valor, não é determinado.

Exemplos:
x4
a) lim 3.
x→0 x

x3
b) lim 4x 3.
x→0

x−5
c) lim 2 .
x→5 x −25

Ao todo são sete as indeterminações:


0 ∞
, , 0 · ∞, ∞ − ∞, 00 , 1∞ , ∞0
0 ∞
Sempre que no cálculo de um limite você chegar a um destes sı́mbolos, deve buscar
alguma alternativa para obter o valor do limite usando artifı́cios algébricos. A este tra-
balho dá-se o nome de levantamento de uma indeterminação.

Polinômios
x3 −5x2 +6x
Exemplo: Calcular lim 2 .
x→2 x −7x+10

Ao calcular o limite diretamente você chegará à indeterminação 00 . Neste caso um


artifı́cio algébrico usado para levantar a indeterminação é a fatoração.
Para obter as fatorações necessárias, você pode usar a seguinte proposição.

Se P (x) é um polinômio e P (a) = 0 com a ∈ R, então P (x) = (x − a) · Q(x), onde


Q(x) é o quociente da divisão de P (x).

Exemplos
a) Fatore o polinômio P (x) = x3 − 6x2 + 11x − 6

Observe que P (3) = 0, logo

P (x) = (x − 3) · Q(x).

Podemos achar o quociente da divisão de P (x) por (x − 3) por Briot Ruffini.


3 1 -6 11 -6
1 -3 2 0
P (x) = (x − 3)(x2 − 3x + 2)

28
2.7. LIMITES INFINITOS Limite

2x2 −x−3
b) Calcular lim x 3 +2x2 +6x+5 .
x→−1
√ 
x−3
c) Calcular lim x−9
x→9

Neste último exemplo, se você calcular diretamente esse limite chegará à indeter-
minação 00 . Neste caso o artifı́cio da racionalização do numerador pode ser√usado
para levantar essa indeterminação.
√ Multiplicamos o numerador da função x − 3
pelo seu conjugado x + 3 e aplicamos o produto notavel a2 − b2 = (a − b) · (a + b).
√ √ 
x+3− 3
d) Calcular lim x
x→9

2.7 Limites Infinitos


TEOREMA 4
lim 1n = 0, para n um número positivo qualquer.
x→∓∞ x

Exemplos:
3x+1
a) lim =3
x→±∞ x+1


b) lim √7x+2
2
= 7/ 5
x→±∞ 5x −3

Para levantar esta indeterminação, divida o numerador e o denominador de f (x)


por x, para x maior que zero, pois os valores x devem ser considerados positivos.
2
c) lim √ −8x+7
4x
=0
x→±∞ 6x5 −3

Para levantar esta indeterminação, divida o numerador e o denominador da função


f (x) pela maior potência ou expoente da variável x, que no neste nosso caso é x5 .

TEOREMA 5
1
a) lim+ xn
=∞
x→0 
1 +∞, se n par
b) lim− xn
=
x→0 −∞, se n ı́mpar

Exemplos:
1
a) lim+ x4
= +∞
x→0

1
b) lim− x5
= −∞
x→0

1
c) lim− x8
= +∞
x→0

29
2.8. LIMITES FUNDAMENTAIS Limite

2
d) lim− (x−3)2
= +∞
x→3

2
e) lim+ (x−3)2
= +∞
x→3

2
f) lim 2 = +∞
x→3 (x−3)

TEOREMA 6
Seja a função racional (o quociente entre dois polinômios)

P (x) a0 xn + a1 xn−1 + a2 xn−2 + ... + an0


f (x) = = m m−1 m−2 m
, com am m
0 6= 0 e b0 6= 0
Q(x) bn x + b1 x + b2 x + ... + b0
P (x) a0 xn
Então, lim f (x) = lim = b n xm
, ou seja, o limite da função racional f (x) é
x→∓∞ x→∓∞ Q(x)
dado pelo limite da razão ou o quociente dos termos de maior grau dos polinômios
P (x) e Q(x).

Exemplos:
3x3 −x2 +7x−1
a) lim 3 2 = 3/5
x→+∞ 5x −2x +x+3

x5 −3x4 +2x2 +2
b) lim x 6 +2x5 +x3 +x2 +1 =0
x→+∞

x2 −7x+2
c) lim = +∞
x→+∞ 2x+3
 
5+7x−x2
d) lim 6x+1
= +∞
x→+∞

2
e) lim √8x +3x =2
x→+∞ 2x2 −x

2.8 Limites Fundamentais


TEOREMA 7
senx
lim x
=1
x→0
lim tanx x =1
x→0
1 x

lim 1+ x
=e
x→∓∞
x
lim a x−1 = ln a, para a > 0 e a 6= 1
x→0

Exemplos:
sen5x
a) lim x
=5
x→0

30
2.8. LIMITES FUNDAMENTAIS Limite

5 x

b) lim 1+ x
= e5
x→+∞

1 x

c) lim 1+ 7x
= e1/7
x→+∞

Exercı́cios
1. Determine os limites.
4x3 −8x+7
a) lim 5 =0
x→−∞ 6x −3
√ √
2x2 +x+1 √2
b) lim √
3x2 +4
= 3
x→−∞

2
c) lim+1 (x−3)2
= +∞
x→3
 
2x3 −5x2 −2x−3
d) lim 4x3 −13x2 +4x−3
= 11/17
x→3
 
2x2 −x−3
e) lim x3 +2x2 +6x+5
= −1
x→−1
 
3x2 −8x−16
f) lim 2x2 −9x+4
= 16/7
x→4
√ √  √
x+2− 2 2
g) lim x
= 4
x→0
 
x2 −49
h) lim x−7
= 14
x→7
√ 
h+5−2
i) lim h+1
= 1/4
h→−1
 
∆3 −1
j) lim ∆−1
=3
∆→1
 
3s2 −8s−16
k) lim 2s2 −9s+4
= 16/7
s→4
 
y 3 +8
l) lim y+2
= 12
x→−2

1 x+5

m) lim 1+ x
=e
x→∓∞

10x −1
n) lim x
= ln 10,
x→0
ex −1
o) lim x
= ln e,
x→0
5x+3 −125
lim x
= ln a,
x→0

31
2.8. LIMITES FUNDAMENTAIS Limite

Lista de revisão I
Resolva os seguintes limites:
1
1. lim 5 + x
=5
x→∞

x2 +x−6
2. lim 2 = 5/4
x→2 x −4

x2 −1
3. lim = 2
x→1 x−1

x2 −36
4. lim = 12
x→6 x−6

x2 −16
5. lim = 8
x→4 x−4

y 3 +8
6. lim = 12
y→−2 y+2

y−1
7. lim y−1
= 1/2
y→1
√ √
x+2− x

8. lim x
= 3−1
x→1

4x2 −9
9. lim3 2x+3
= -6
x→− 2

3x2 −17x+20
10. lim 2 = 1
x→4 4x −25x+36

y 3 −1
11. lim = 3
y→1 y−1
q q
x2 −9 6
12. lim 2x2 +7x+3
= 5
x→−3

x2 −36
13. lim = 6
x→0 x−6

x2 −16
14. lim = 5
x→1 x−4

x2 −1
15. lim = 3
x→2 x−1

x2 +x−6
16. lim 2 = 4/3
x→1 x −4

17. lim 3x3 + 2x2 + 5x − 1000= -886


x→3

18. lim 3x3 · 5x − 1000= 215


x→3

1
19. lim (24 + x) 2 = 5
x→1

3
x−1
20. lim = 2/25
x→27 x−2

32
2.8. LIMITES FUNDAMENTAIS Limite

2x3 −10x2 +8x+1


21. lim x2 −5x−6
= 7/12
x→2
x
·tan x π
22. limπ 2
1+x 2·(4+π)
x→ 4

23. lim [cos(x2 − 5x + 6)] 1


x→2

3 +3x+2
24. lim 3x 1/9
x→−1

x3 +2x2 −x−2
25. lim 2 =-2/5
x→−1 x +7x+6

x2 +x−2
26. lim x2 +2x−3 =3/4
x→1

x2 −7x+4−2
27. lim x
= -7/4
x→0

x2 +3x−7
28. lim 2x2 +1
=1/2
x→∞

x2 +3x−7
29. lim =∞
x→∞ 2x+1

2
30. lim √4x +3x+1 =1/2
9x 2 +5x+4
x→∞

3x+√ x2 +1
31. lim 2 =1
x→∞ 2x+ 4x +9

32. lim 3x5 − 2x3 + 4=∞


x→∞

3 2
33. lim √ +7x −2x−1 =3/4
9x
x→∞ 16x3 −2x+1

−2x
34. lim+ 4−x2
=−∞
x→2

7 x

35. lim 1 + 5x
=e7/5
x→∞

6 x
=e−6

36. lim 1 − x
x→∞

e3x −1
37. lim sin(2x)
=3/2
x→0

6sin(x) −1
38. lim =ln 6
x→0 sin(x)

7x − 2, se x ≥ 2
39. Se f (x) = 2
x − 2x + 1 se x < 4

Calcular:

a) lim+ f (x) =12


x→2

33
2.8. LIMITES FUNDAMENTAIS Limite

b) lim− f (x)= 1
x→2

c) lim f (x) = não existe


x→2

 x + 1 se x < 0
40. Se f (x) = √ 2 se x = 0
x + 5 se x > 0

Calcular:

a) lim− f (x) = 1,
x→0

b) lim+ f (x) = 5
x→0

c) lim f (x)= não existe


x→0


x + 1 se x < 2
41. Se f (x) = √ 3
x + 1 se x ≥ 2

Calcular:

a) lim− f (x) =3,


x→2

b) lim+ f (x)=3
x→2

c) e lim f (x)= 3
x→2
 2
x + 6x + 8 se x > 4
42. Se f (x) =
4−x se x ≤ 4

Calcular:

a) lim+ f (x)= 0,
x→4

b) lim− f (x) = 0
x→4

c) lim f (x) 0
x→4

34
Derivada
3
3.1 Derivada e a Reta Tangente
Se uma curva C tiver uma equação y = f (x) e quisermos encontrar a reta tangente a
C em um ponto P (a, f (a), consideramos um ponto próximo Q(x, f (x)), onde x 6= a , e
calculamos a inclinação da reta secante P Q:

f (x) − f (a)
mp q =
x−a

Então fazemos Q aproximar-se de P ao longo da curva C ao obrigar x tender a a. Se


mP Q ten- der a um número m, então definimos a tangente t como a reta que passa por
P e tem inclinação m. (Isso implica dizer que a reta tangente é a posição-limite da reta
secante P Q quando Q tende a P .

1) Definição: A reta tangente à curva y = f (x) em um ponto Q(a, f (a)) é


a reta passando por P com a inclinação

f (x) − f (a)
mP Q = lim
x→a x−a
desde que esse limite existir.

Há outra expressão para a inclinação da reta tangente que é, às vezes, mais fácil de
ser usada. Se h = x − a, então x = a + h e, assim, a inclinação da reta secante P Q é

35
3.2. DERIVADA Derivada

f (a + h) − f (a)
mpq =
h
Observe que quando x tende a a, h tende a 0 (pois h = x − a); assim, a expressão
para a inclinação da reta tangente na Definição 1 fica

2)
f (a + h) − f (a)
m = lim
h→0 h

3.2 Derivada
3) A derivada de uma função f em um número a, denotada por f 0 (a) , é

f (a + h) − f (a)
f 0 (a) = lim
h→0 h

desde que esse limite existir.

A derivada f 0 (a) é a taxa instantãnea de variação de y=f(x) em relação a x quando


x=a

36
3.3. REGRAS DE DERIVAÇÃO Derivada

Exemplos:

a) Encontre a derivada da função f (x) = x + 10

b) Encontre a derivada da função f (x) = 4x2

c) Encontre a derivada da função f (x) = x2 − 8x + 9

3.3 Regras de Derivação


a) Se f (x) = constante f 0 (x) = 0
b) Se f (x) = xn f 0 (x) = nxn−1
c) Se f (x) = cu(x) f 0 (x) = cu0 (x)
d) Se f (x) = u(x) + v(x) f 0 (x) = u0 (x) + v 0 (x)
e) Se f (x) = u(x) · v(x) f 0 (x) = u(x) · v 0 (x) + u0 (x) · v(x)
0 0 (x)
f) Se f (x) = u(x)
v(x)
f 0 (x) = u (x)·v(x)−u(x)·v
[v(x)]2

Exemplos:

1. Encontre a derivada das funções.

a) f (x) = 1
b) f (x) = x2
c) f (x) = 2x2
d) f (x) = x2 + x
e) f (x) = x2 + x + 10
f) f (x) = 2x2 + 5x + 1
g) f (x) = 3x2 + 2x + 1000
h) f (x) = (x2 + 3)(5x3 )
x+2
i) f (x) = 5x

Exercı́cios
1. Determine a derivada das funções.

a) f (x) = x2 + 5x + 102
b) f (x) = x3 + x2 + 5x + 10
c) f (x) = 3x2 + 2x + 1
d) f (x) = 3x2 − 2x + 1
e) f (x) = −3x2 − 2x − 102
f) f (x) = 3x4 + 2x3 + 2x2 + 3x + 510
g) f (x) = −3x2 − 10x5 + 2x5 + 3x2 + 10x − 8x + 9

37
3.4. DERIVADAS DE FUNÇÕES TRIGNOMÉTRICAS Derivada

h) f (x) = (x2 + 3x)(x − 4)


i) f (x) = −10x−2
j) f (x) = (x2 + 2)(x2 − 2x)
k) f (x) = (x4 + 2x)x
x2 +x
l) f (x) = x−1

m) f (x) = 4 x

5 x
n) f (x) = 4+x3

3.4 Derivadas de Funções Trignométricas


X f (x) = sen x −→ f 0 (x) = cos x

X f (x) = cos x −→ f 0 (x) = − sin x

X f (x) = tan x −→ f 0 (x) = sec2 x

X f (x) = cotg x −→ f 0 (x) = −cosec2 x

X f (x) = sec x −→ f 0 (x) = sec x · tan x

X f (x) = cosec x −→ f 0 (x) = −cosec x · cotg x

Lembrando que:

senx
X tan x = cos x

cos x
X cotgx = senx

1
X sec x = cos x

1
X cosecx = senx

X sen2 x + cos2 x = 1

3.5 Derivadas de Função Exponenciais e Logarı́tmicas


X f (x) = ax −→ f 0 (x) = ax ln a. Se a >, a 6= 1 e x ∈ R.

X f (x) = ex −→ f 0 (x) = ex .

X f (x) = ln x −→ f 0 (x) = x1 .

38
3.6. DERIVADAS SUCESSIVAS Derivada

X f (x) = logb x −→ f 0 (x) = 1


x ln b
.

Exemplos:

1. Encontre a derivada das funções.


sin x
a) f (x) = cos x
1
b) f (x) = cos x
cos x
c) f (x) = sin x
d) f (x) = csc x
e) f (x) = x2 sin x
f) f (x) = x4 + x2 sin x
g) f (x) = x4 sin x + x5 cos x
sin x
h) f (x) = x
x
i) f (x) = e ln x

3.6 Derivadas Sucessivas


Suponha que f é uma função derivável no intervalo I. Se a função f 0 (x), também
chamada de derivada primeira de f (x), é derivável no mesmo intervalo, então existe a
função derivada de f 0 (x) , in- dicada como f 00 (x) que é chamada de derivada segunda de
f (x). Diz-se então que f (x) é duas vezes derivável.
Seguindo esse procedimento sucessivamente e, supondo que f (x) é n vezes derivável,
obtém-se a função derivada n-ésima, ou de ordem n, de f (x) indicada como f (n)(x). As
funções f 0 (x), f 00 (x), ..., f (n)(x) , são as derivadas sucessivas de f (x).

Exemplos:

1. Considere a equação do movimento retilı́neo variado: f (x) = x0 + v0 t + 1/2ax2 =


s(t) = s0 + v0 t + 1/2at2 . Encontre a velocidade e a aceleração instantânea.

2. Encontre a primeira e a segunda derivada das funções.

a) f (x) = x2 + 3x2 + 5
b) f (x) = 5x4 + 6
sin x
c) f (x) = cos x

3.7 Regra da Cadeia


Sejam u uma função derivável no ponto x e f uma função derivável no ponto u(x).
Então, se existir a composta h = f · u ela será derivável no ponto x e teremos

h0 (x) = f 0 (u(x)).u0 (x)

39
3.7. REGRA DA CADEIA Derivada

.
Portanto, a derivada da composta é igual à derivada da função f , calculada em u(x),
vezes a derivada de u, calculada em x. A expressão também é chamada de regra da cadeia.
Se y = f (u) e u = g(x), na notação de Leibniz, a regra da cadeia pode ser escrita
como
dy dy du
=
dx du dy
Exemplos:

1. Calcular a derivada das funções.

a) f (x) = (2x3 + 4x + 1)5


b) f (x) = (x2 + x)2
c) f (x) = (2x2 + 2x + 1)3
d) f (x) = (2x4 − 7x3 + 2x2 + 1)4
p
e) f (x) = (x2 + 1)
p
f) f (x) = (x2 + 1)
g) f (x) = sin(x2 )
h) f (x) = sin2 x
i) f (x) = 4 cos(sin 3x)
2
j) f (x) = ex cos x
k) f (x) = e3x sin x
l) f (x) = ln x4 cos x
sin 3x
m) f (x) = cos x2
2
e2x
n) f (x) = cos x
o) f (x) = (2x + sin x cos x)4

40
3.7. REGRA DA CADEIA Derivada

Lista de revisão II
Encontre a primeira derivada das funções:

qp
1. f (x) = 4
x2 + 1 = x8 (x2 + 1)−15/16
x sin x cos x(sin x+x2 )+x
2. f (x) = x+cos x
= (x+cos x)2

x+cos x cos x+x sin x


3. f (x) = cos x
= (cos x)2

x2 +x cos x(2x+1)+sin x(x2 +x)


4. f (x) = cos x
= (cos x)2

x2 +x −x cos x
5. f (x) = x sin x
= (sin x)2

x2 +x −x2 +14x+7
6. f (x) = x2 +7
= (x2 +7)2

7. f (x) = (x2 − 1)10 = 20x(x2 − 1)9

8. f (x) = (x2 − 10)10 · (x4 + 2)5 = 20x(x2 − 1)9 · (x2 + 2)4 · (2x4 − x2 + 2)

9. f (x) = (2x2 − x)10 = (40x − 10)(2x2 − x)10

10. f (x) = (2x2 − x sin x)4 = (2x2 − x sin x)3 · (16x − 4 sin x − 4x cos x)

11. f (x) = (2x2 − x cos x)4 = (2x2 − x cos x)3 · (16x − 4 cos x − 4x sin x)

12. f (x) = cos(3x2 ) = −6x sin(3x2 )

13. f (x) = (x2 − 1) · 1


x4
+ 1 = −2x−3 + 2x + 4x−5

14. f (x) = x2 sin x + x cos x + 2 = x sin x + cos x(x2 + 1)

15. f (x) = 3x2 + 4x + 54 = 6x + 4

16. f (x) = 5x sin x + 10 cos x = 5x cos x − 10 sin x

17. f (x) = 302 = 0

18. f (x) = 5x4 + 302 = 20x3

19. f (x) = (x2 − 1)10 · sin(3x) = (x2 − 1)9 · (20x sin(3x) + 3(x2 − 1) cos(3x))

20. f (x) = (2x2 − tan x)10 = 10(4x − sec2 (x) · (2x2 − tan x)9

21. f (x) = 302x sin(cos(sin(2x))) = 302(sin(cos(sin(2x)))−2x cos(cos(sin(2x))·sin(sin(2x)·


cos(2x))

22. f (x) = xx = (ln x + 1)xx

Encontre a primeira, a segunda e a terceira derivada das funções:

41
3.7. REGRA DA CADEIA Derivada

1. f (x) = x5 · sin x − 3x2 · cos x + 1 = f 0 (x) = (5x4 + 3x2 ) sin x + (x5 + 6x) cos x
f ”(x) = (3x2 + 10x4 − 6) cos x + (20x3 + 10x − x5 ) sin x
f 000 (x) = (57x2 − 15x4 + 18) sin x + (60x3 − x5 + 18x) cos x
5 2
2. f (x) = x5 − 3x6 + x = f 0 (x) = x4 + 6
x3
+1
f ”(x) = − x184 + 4x3
f 000 (x) = 12x2 + x725
2
3. f (x) = x32 − 3x x4
+ x = f 0 (x) = 1
f ”(x) = 0
f 000 (x) = 0
√ √
4. f (x) = √3(x3 − x2 ) = f 0 (x) = 3(3x2 − 2x)
f ”(x) = √ 3(6x − 2)
f 000 (x) = 6 3

5. f (x) = x2 (x3 − 1) = f 0 (x) = 5x4 − 2x


f ”(x) = 20x3
f 000 (x) = 60x2

6. f (x) = x4 sin x = f 0 (x) = x3 (x cos x + 4 sin x)


f ”(x) = (12x2 − x4 ) sin x + 8x3 cos x
f 000 (x) = (24x − 12x3 ) sin x + (36x2 − x4 ) cos x
4 4
7. f (x) = ex sin(2x + 1) = f 0 (x) = 2ex [2x3 sin(2x + 1)]
4
f ”(x) = 4ex [(6x4 + 12x2 − 1) sin(2x + 1) + 4x3 cos(2x + 1)]
4
f 000 (x) = 8ex [(14x5 − 6x3 + 32x2 + 24x) sin(2x + 1) + (8x6 − 13 − 1) cos(2x + 1)]

8. f (x) = ecos x+x · ln(2x + 1) = f 0 (x) = ecos x+x [(1 − sin x) ln(2x + 1) + 2x+1
2
]
4(1−sin x) 4
f ”(x) = ecos x+x [(1 − sin x)2 ln(2x + 1) + 1+2x − cos x · ln(2x + 1) − (2x+1) 2]

f 000 (x) = ecos x+x [((1−sin x)3 +sin x−3(1−sin x) cos x) ln(2x+1)− 6(1−sin x)(1+sin
2x+1
x)−6 cos x
+
8
(2x+1)3
]

42
3.7. REGRA DA CADEIA Derivada

Lista de revisão III


Resolva as seguintes integrais (escolha o método mais conveniente):
R2
1. 1
(x2 + x + 1) dx = 29/6
R2
2. (3x2 + 2x) dx = 10
1
R2 2 
3. 0 3x x−2x dx = 2
R4
4. x−3 dx = 15/32
1
R 2  2 +x  7/2 25/2
5. 0 xx1/2 dx = 2 5 + 3

R1 √
4
6. 0
x · x3 dx = 4/11
R2 2 
7. 0 3x x+2x dx = 10
R 4  x4 +1 
8. 1 x
dx = 43 − 1/4 + ln 4
R1
9. 0
(x5 + x4 + x3 + 1) dx = 194/120
R5
10. 1
(6x5 + 5x4 + 4x3 + 1) dx = 19376
R5
11. 1
(5x4 − 4x3 + 3x2 ) dx = 2624
R4
12. 1
x−2 dx = 3/4
R
13. (2x + x + 1) dx = 3x2 /2 + x + C
x3 −1
R
14. x−1
dx = x3 /3 + x2 /2 + x + C
x2 −1
R
15. x−1
dx = x2 /2 + x + C
x2 −36
R
16. x−6
= x2 /2 + 6x + C
x2 −36
R
17. x
= x2 /2 − 36 ln x + C
R
18. sin x dx = − cos x + C
x
R
19. (2x2 + 2
+ 1) dx = x(2/3x2 + 1/4x + 1) + C
R
20. (sec2 x + cos x + 1) dx = tan x + sin x + x + C
x2 −1
R
21. x
dx = 1/2x2 − ln x + C
R
22. (x5 + 4)x3 dx = x9 /9 + x4 + C
R √
23. x2 1 + x dx = 72 (x + 1)7/2 − 45 (1 + x)5/2 + 23 (x + 1)3/2 + C

43
3.7. REGRA DA CADEIA Derivada

Rp
24. 4 (7 + x4 )x3 dx = 2/3(7 + x4 )3/2 + C
6 +2)3
25. (x6 + 2)2 x5 dx = (x 18
R
+C
5 7
26. 5 (x5 + 4)6 x4 dx = (x +4)
R
7
+C
R cos3 x
27. 1−sin 2 x dx = sin x + C

28. csccotc−sec
x−1
R
x
dx = sin x + C

29. 73sin
R cos x
2 x dx = −3/7 csc x + C

2
30. 2 coscost+tan t
R
t
dt = 2 sin t + sec t + C
R 2√ √
31. sec√(x x) dx = 2 tan( x) + C
R
32. x3 sin xdx = −x3 cos x + 3x2 sin x + 6x cos x − 6 sin x + C
2
33. csc2 x cot xdx = − csc2 x + C
R

R
34. sin x sec2 xdx = sin x tan x + cos x + C

35. tan2 udu = sin2 u tan u − u + sin22u + C


R

36. x2x−3
R
−x−6
dx = ln |x + 2| + C
R 2
37. xx3−3x+5
−5x2
dx = 2 ln x + 3/x − ln |x − 5| + C
R 3 +12x2 −20x+5
38. x (x−1)(x−3) 3 dx = 14 ln |x − 1| + 43 ln |x − 3| − 2(x−3)
39 20
− (x−3) 2


√3 3 4−x2
ln | x2 −
R
39. x 4−x2
= 2 x
+C
√ √
√dx √1 5−x2 5
R
40. x 5+x2
= 5
ln | x
− x
| +C

44

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