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Análise crítica 1- Jesus foi filho de José?

Por: Ronaldo Gomes  

ANÁLISE CRÍTICA DO NOVO TESTAMENTO 

O que é uma análise crítica?  

Em teologia se refere a uma análise minuciosa afim de se observar detalhes. Daí o crítica textual. 

  

A teoria da fonte Q 

A hipótese da fonte Q acredita que os evangelhos utilizaram uma fonte anterior para comporem seus
evangelhos. Acredita-se que Mateus e Lucas tenham feito uso de Marcos que é o evangelho mais
antigo, mais alguma outra fonte para comporem seus evangelhos. Isso porque os evangelhos
sinóticos, principalmente parece terem sido copiados letra por letra um do outro com uma pequena
variação ou outra. 

Junto com a prioridade de Marcos, a fonte "Q" foi uma hipótese pensada a partir 1900, sendo a
partir daí um dos fundamentos de conhecimento do evangelho moderno. O erudito bíblico britânico
Burnett Hillman Streeter formulou uma visão amplamente aceita de "Q": era um documento escrito
(não uma tradição oral) composto em grego; quase todo o seu conteúdo aparecem em Mateus, em
Lucas ou em ambos; e que Lucas preservou, mais do que Mateus, a ordem original do texto. Na
hipótese das duas fontes, tanto Mateus quanto Lucas teriam usado o Evangelho de Marcos e o
documento "Q" como fontes. Alguns estudiosos têm postulado que "Q" é na verdade uma
pluralidade de fontes, alguns escritos e alguns provenientes da tradição oral. Outros têm tentado
determinar as fases em que "Q" foi composto.  

Então nós temos quatro evangelhos. Acredita-se que o evangelho de Marcos seja o mais antigo e
tenha sido escrito por volta do ano 70 d.C. E acredita-se que Mateus e Lucas tenha o utilizado como
base, e outra fonte. O evangelho de Mateus por exemplo, que acreditasse que foi escrito por volta
do ano 80 d.C. dos 661 versículos de Marcos, Mateus utilizou informações de 606, ou seja, 94% 
;

Por exemplo, na narrativa de Marcos, primeiro ele menciona que informaram Heródes que algumas
pessoas acreditavam que jesus era João que ressuscitara dos mortos. E só depois ele menciona como
João Batista morreu. Uma pessoa normalmente narrando um fato histórico, primeiro contaria que
João Batista e como morreu e só depois contaria os rumores que chegaram a Heródes. Mas Marcos
inverte a ordem cronológica e primeiro conta os rumores e depois como João Batista morreu. Até aí
tudo bem, é o estilo literário do autor. Mas o fato dos outros dois evangelistas fazerem o mesmo,
demonstra que eles apenas utilizaram o evangelho de Marcos como base: 

  Marcos 6:14-19 Mateus 14:1-5  Lucas 9:7-9 

E ouviu isto o rei Herodes (porque o nome Naquele tempo ouviu E o tetrarca Herodes
de Jesus se tornara notório), e disse: João, Herodes, o tetrarca, a fama de ouviu todas as coisas que
o que batizava, ressuscitou dentre os Jesus, E disse aos seus por ele foram feitas, e
mortos, e por isso estas maravilhas criados: Este é João o Batista; estava em dúvida, porque
operam nele. Outros diziam: É Elias. E ressuscitou dos mortos, e por diziam alguns que João
diziam outros: É um profeta, ou como um isso estas maravilhas operam ressuscitara dentre os
dos profetas. Herodes, porém, ouvindo nele. Porque Herodes tinha mortos; e outros que Elias
isto, disse: Este é João, que mandei prendido João, e tinha-o tinha aparecido; E outros
degolar; ressuscitou dentre os mortos. maniatado e encerrado no que um profeta dos
Porquanto o mesmo Herodes mandara cárcere, por causa antigos havia
prender a João, e encerrá-lo maniatado no de Herodias, mulher de seu ressuscitado. E disse
cárcere, por causa de Herodias, mulher de irmão Filipe; Porque João lhe Herodes: A João mandei
Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado dissera: Não te é lícito possuí- eu degolar; quem é, pois,
com ela. Pois João dizia a Herodes: Não te la. E, querendo matá-lo, temia este de quem ouço dizer
é lícito possuir a mulher de teu irmão. o povo; porque o tinham como tais coisas? E procurava
E Herodias o espiava, e queria matá-lo, profeta.   vê-lo.  
mas não podia.  

Então essas evidências internas demonstram que os autores dos demais evangelhos utilizaram
Marcos como base para comporem seus próprios evangelhos além de terem utilizado uma outra
fonte, a teorizada fonte Q. 

Yeshua ben Pandira 

Neste artigo, vou mostrar uma hipótese própria de que essa outra fonte ou até mesmo a fonte que
Marcos utilizou pode ter sido a história de Yeshua ben Pandira.  

Eu acredito que Marcos apenas deu uma melhorada nesta história e que Mateus e Lucas fizeram
correções e adaptações próprias tendo outras fontes como base. Apesar do manuscrito dessa
história ser do século III apenas, sabemos que a história é anterior pois ela foi citada por Celso no
século II. 

Evidências internas dos textos vão demostrar essa hipótese. 

Então vamos começar com Marcos. 

O evangelho segundo Marcos é o mais curto. Uma narrativa simples da vida de jesus com apenas 16
capítulos. Marcos não menciona nascimento virginal, matança de inocentes, infância de Jesus ou
genealogias. O autor inicia seu relato com o batismo de João. vamos ver alguns detalhes lembrando
que se este é de fato o relato mais antigo, então Mateus e Lucas podem ter adaptado seu relato de
acordo com suas visões. 

  

O estilo de Marcos, muito longe de ser uma obra literária, parece um texto improvisado, mais
apropriado para apresentações dramáticas em público ou para contadores de histórias populares.
Em Marcos Jesus não é tão exaltado como nos evangelhos seguintes.  

  

Missão secreta 

A missão de Jesus é secreta, pois Jesus não quer que ninguém saiba que ele é o Messias e
constantemente adverte para que as suas ações sejam mantidas em segredo. Também Jesus manda
calar os demónios que, através dos que estão possessos, mostram saber quem ele é. A missão é tão
secreta que Jesus fala em público por meio de parábolas complicadas e só as explica (ou tenta
explicar) quando está em privado com o grupo restrito de seguidores. 

  

Pode ser que, ao descrever um Jesus tão discreto, a intenção do autor fosse justificar porque é que
ninguém tinha, até então, ouvido falar de Jesus Nazareno. Parece que, durante quase quarenta anos
(de 33 a 70 EC), ninguém se lembrou que Jesus Nazareno tinha existido! 

A doutrina apresentada mostra que a salvação é apenas para aqueles que conseguem interpretar a
mensagem enigmática. No entanto, alguns manuscritos de Marcos apresentam, na conclusão do
texto, o ressuscitado Jesus a solicitar aos onze apóstolos “Ide por todo o mundo, e pregai... Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Isto redefine quais são os
beneficiários da doutrina, que a partir dali passam a ser as pessoas que acreditem (mesmo sem
entender...). Esta nova doutrina encontra-se na versão de Marcos que contém a “Conclusão Longa”,
uma série de versículos extra que só se encontram em manuscritos posteriores, mas que fazem parte
da maioria das traduções atuais de Marcos. 

Em Marcos, Jesus é retratado com traços muito humanos, e os apóstolos são frequentemente
descritos como incrédulos e de pouco entusiasmo. Algumas curas de Jesus são descritas como sendo
praticadas por um vulgar curandeiro (à luz do que era conhecido na época).  

Adaptações 
Os autores “Mateus” e “Lucas”, ao basearem as suas respectivas obras num texto tão insuficiente
como Marcos, provavelmente pensaram, cada um por seu lado, que a sua obra iria substituir a
anterior, assumindo que Marcos cairia no esquecimento. Como tal não aconteceu, temos hoje os três
evangelhos sinóticos, com todas as contradições que se podem verificar. 

  

Os autores de Mateus e Lucas, em algumas passagens, não se limitaram a copiar as frases


encontradas em Marcos. Algumas alterações ao texto revelam a intenção de simplesmente o
embelezar, mas outras revelam a intenção de modificar a doutrina apresentada em Marcos. 

  

Isto também acontece no Evangelho Segundo João, mais raramente porque encontram-se poucas
passagens paralelas entre este e os sinópticos. 

A Filiação de Jesus 

Todos sabemos que Jesus era filho de José. Mas Marcos o evangelista mais antigo parece que não
sabia disso pois utiliza uma expressão nada típica da cultura judaica, ao chamar jesus de filho de
Maria.  

“Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não
estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” 

Marcos 6:3 

Na cultura judaica, a filiação era quase como um sobrenome, pois indicava a que família você
pertencia. Bem Yosef, Bem Yehudá etc....

"Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé (que, traduzido, é Filho da consolação), levita,


natural de Chipre"

Atos 4:36

"E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a
carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus"

Mateus 16:17

Jamais alguém identificaria alguém pelo nome da mãe a não ser que o pai fosse desconhecido. O que
aliás era para marcos pois em nenhum momento ele menciona José. 

O mais estranho é que isso se assemelha a história de Yeshua bem Pandira, que era filho de uma
Mirian Magdala com um soldado Romano chamado José  Pandira. Logo, se Marcos se inspirou nessa
história ou a utilizou como base, faria mais sentido os habitantes se referirem a jesus como filho de
Maria apenas. Teria Marcos se inspirado nesse personagem anterior? Teria Marcos omitido o nome
de José por isso? 
A outra coisa intrigante é o fato de Marcos chamar jesus de filho de Davi não por este ser
descendente de Davi, mas segundo o autor entendia era uma expressão genérica também aplicada a
todos Israelitas, o que não era comum também: 

"Este, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de
David, tem compaixão de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda
mais: Filho de David, tem compaixão de mim" 

Marcos 10:47-48  

"Então trouxeram a Jesus o jumentinho e lançaram sobre ele os seus mantos; e Jesus montou nele.
Muitos também estenderam pelo caminho os seus mantos, e outros, ramagens que tinham cortado
nos campos. E tanto os que o precediam como os que o seguiam, clamavam: Hosana! bendito o que
vem em nome do Senhor! Bendito o reino que vem, o reino de nosso pai David! Hosana nas alturas!"

 Tendo Jesus entrado em De fato, os judeus consideram-se descendentes de Abraão ou de Jacob (que
também foi chamado Israel), mas não descendentes do rei David. Isto porque Abraão e Jaco é que
são considerados os patriarcas da nação e etnia israelitas, não o rei David. Chamar os judeus de
“filhos de David” seria o mesmo que dizer que os portugueses são descendentes de D. Manuel I. 

Continuando a ler o relato de Marcos, vemos que Jesus ensina no templo que o Messias não pode ser
descendente do rei David. Jesus cita um versículo de um poema atribuído ao próprio rei David e
registado no Antigo Testamento (Salmos 110:1): 

"Por sua vez, Jesus, enquanto ensinava no templo, perguntou: Como é que os escribas dizem que o
Cristo é filho de David? O próprio David falou, movido pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu
Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. David
mesmo lhe chama Senhor; como é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer" 

Marcos 12:35-37  

  

Por tradição, o verso de Salmos 110 foi atribuído ao próprio rei David com o seguinte texto:
“disse Yahveh ao meu Senhor...” (em muitas traduções esta frase fica confusa, ao aplicar-se o mesmo
título de “Senhor” a Deus e ao Messias numa só frase). 

  

"Disse YHWH ao meu Senhor [entendido como o Messias]: Assenta-te à minha direita, até que eu
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés" 

Salmos 110:1  

Parece que este era um verso muito popular, frequentemente citado na literatura judaica da época.
Jesus citou o verso e tentou então provar que a ideia de um Messias descendente de David seria um
absurdo, advogando que David nunca iria chamar “Senhor” a um descendente seu. Não discutindo a
validade do argumento de Jesus (segundo o texto de Marcos), conseguimos perceber qual a
conclusão a que esta personagem queria chegar: “o Messias não tem de ser descendente de David,
portanto eu, um simples carpinteiro galileu, posso muito bem ser o Messias”. 
  

Então a intenção de Marcos, o autor mais antigo deveria ser a de convencer o leitor de que Jesus era
o messias mesmo sem ser descendente de Davi, e Mateus e Lucas corrigiram esta visão atribuindo
genealogias a Jesus ligando ele ao rei Davi.  

Mateus por sua vez na genealogia de jesus cita quatro mulheres, o que também não é típico da
literatura judaica e essas mulheres tiveram uma moral duvidosa: 

Tamar – disfarçou-se de prostituta para seduzir o seu sogro Judá, patriarca da tribo com o seu nome
e antepassado remoto de David, de modo a poder ter herdeiros dele (Génesis 38:12-19; ver mais
sobre Judá); 

Génesis 38:12-19 ... Então ela se despiu dos vestidos da sua viuvez e se cobriu com o véu, e assim
envolvida, assentou-se à porta de Enaim que está no caminho de Timnate; porque via que Selá já era
homem, e ela lhe não fora dada por mulher. Ao vê-la, Judá julgou que era uma prostituta, porque ela
havia coberto o rosto. E dirigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me estar contigo;
porquanto não sabia que era sua nora... 

  

       - Raabe – mulher de Salmom, o trisavô de David, era uma prostituta que vivia na cidade de Jericó
em Canaã (Josué 2:1); 

Josué 2:1 De Sitim Josué, filho de Num, enviou secretamente dois homens como espias, dizendo-lhes:
Ide reconhecer a terra, particularmente a Jericó. Foram pois, e entraram na casa duma prostituta,
que se chamava Raabe, e pousaram ali. 

-          Rute – uma rapariga moabita (sim, essa raça maldita...) que meteu-se na cama de Boaz, o


bisavô de David, para o convencer a casar-se com ela (Rute 3:1-14); 

Rute 3:1-14 ... Havendo, pois, Boaz comido e bebido, e estando já o seu coração alegre, veio deitar-se
ao pé de uma meda; e vindo ela de mansinho, descobriu-lhe os pés, e se deitou. Ora, pela meia-
noite, o homem estremeceu, voltou-se, e viu uma mulher deitada aos seus pes. E perguntou ele:
Quem és tu? Ao que ela respondeu: Sou Rute, tua serva; estende a tua capa sobre a tua serva,
porque tu és o remidor. ... 

-          Bate-Seba (“a mulher de Urias”) – o rei David engravidou-a quando ainda era casada com
outro homem, Urias (2 Samuel 11:2-5); mais tarde tornou-se a mãe do rei Salomão (ver sobre
David). 

2 Samuel 11:2-5 Ora, aconteceu que, numa tarde, David se levantou do seu leito e se pôs a passear
no terraço da casa real; e do terraço viu uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui
formosa à vista. Tendo David enviado a indagar a respeito daquela mulher, disseram-lhe: Porventura
não é Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias, o heteu? Então David mandou mensageiros para
trazê-la; e ela veio a ele, e ele se deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); depois
ela voltou para sua casa. A mulher concebeu; e mandou dizer a David: Estou grávida. 

Percebemos que a única coisa em comum nestas mulheres é o fato de terem estado envolvidas em
episódios moralmente questionáveis (à luz dos critérios morais judaicos). 
Porquê mencionar estas quatro mulheres e deixar de fora Sara e Rebeca, mulheres que são descritas
como moralmente limpas e igualmente casadas com homens da linhagem? Podemos imaginar que
“Mateus” teria em mente a história de Jesus ben Pandera que era filho de uma adúltera. Essa história
poderia ser causa para potenciais discípulos não crerem que Jesus seria o Messias, porque o Messias
não poderia ser fruto de uma relação imoral. Por isso, “Mateus” resolveu enumerar mulheres, que,
tendo um episódio moralmente reprovável na sua vida, não deixaram de ser escolhidas por Deus
para conceber a linhagem dos mais poderosos reis de Israel, David e Salomão. Se estes reis,
bafejados pela benção divina, tiveram na sua ascendência estas mulheres, então não importaria que
o Messias, Jesus, descendente destes reis, tivesse também sido gerado por uma mulher tocada por
um episódio de suposta imoralidade. 

Só depois disto é que possivelmente foi acrescentada a história de Maria ficar grávida pelo Espírito
Santo.  

Mesmo assim, na versão final de Mateus (a versão atual), lemos que José suspeitou que Maria
cometeu adultério e quis abandoná-la: 

"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de
se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo. E como José, seu esposo, era justo, e não
a queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe
apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher,
pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;" Mateus 1:18-20

Quando João soube que a sua noiva estava grávida, dirigiu-se ao seu perceptor Simão ben Shetach.
Este aconselhou-o a arrolar testemunhas para levar o culpado ao Sinédrio, mas João, para evitar a
vergonha, fugiu para longe 

Sefer toldot yeshu 

Lucas por sua vez narra uma estranha discussão no início da pregação de Jesus na sinagoga.
Inicialmente todos ficam maravilhados com Jesus até alguém mencionar que ele seria filho de José:  

Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos. 

E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e
diziam: Não é este o filho de José? 

Lucas 4:21,22 

Estranhamente, Jesus se ira após isso e começa a atacar as pessoas que estavam maravilhadas nele: 
E ele lhes disse: Sem dúvida me direis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; faze também aqui
na tua pátria tudo que ouvimos ter sido feito em Cafarnaum. E disse: Em verdade vos digo que
nenhum profeta é bem recebido na sua pátria.  Lucas 4:23,24 

O que gera uma discussão ao ponto de tentarem mata-lo: 

E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles
estava edificada, para dali o precipitarem.  Lucas 4:29 

Mas porque jesus se irritou tanto por ser chamado de filho de José? Será que Lucas estava citando
uma passagem de yeshua que era filho de José bem pandira e os fariseus o atacavam por isso? 

No reinado de Alexandre Janeu, um inútil devasso chamado José Pandera vivia perto da casa de uma


jovem chamada Maria, noiva de um certo homem de nome João. Pandera seduziu Maria e esta ficou
grávida. 

Quando João soube que a sua noiva estava grávida, dirigiu-se ao seu perceptor Simão ben Shetach.
Este aconselhou-o a arrolar testemunhas para levar o culpado ao Sinédrio, mas João, para evitar a
vergonha, fugiu para longe. Entretanto Maria deu à luz um rapaz e chamou-o Jesus
(heb. Yehoshua, Yeshu). Quando cresceu, o rapaz mostrava-se insolente com os magistrados do
Sinédrio. E as pessoas diziam “Que bastardo!”. Simão ben Shetach disse, então: “Sim, este é o filho
de (JOSÉ)  Pandera e Maria que era noiva de outro”. Os outros disseram: “Portanto, ele é mesmo um
bastardo filho de uma adúltera!”. 

Estranho não? Jesus se irrita ao ser chamado de filho de José e diz que certamente eles lhe diriam um
provérbio de cura-te a ti mesmo!

E segundo João, Jesus tem uma discussão com os fariseus que esquenta os  ânimos e eles começam a
trocar ofensas e indiretas: 

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Bem sei que sois descendência de
Abraão; contudo, procurais matar-me, porque a minha palavra não entra em vós. Eu falo do que vi
junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. Responderam, e disseram-
lhe: Nosso pai é Abraão. Jesus disse-lhes: Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas
agora procurais matar-me, a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido;
Abraão não fez isto. Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de
fornicação; temos um Pai, que é Deus. Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente
me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou ........Vós
tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o
princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala
do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira" 

João 8:36-42; 44 

Vemos no contexto que a discussão gira em torno de filiação, onde os fariseus se gabam de serem
filhos de Abraão. E no auge da discussão, Jesus acusa eles de não serem filhos de Abraão. eles se
ofendem e replicam dizendo: Nós não somos filhos da fornicação. O que é estranho. Porque Jesus
não acusou eles disso, então a troco de que eles dão esse tipo de indireta a Jesus? E jesus ao replicar
chama eles de filhos do diabo. 

Isto só faria sentido se fosse na história de Yeshua bem Pandira cuja mãe adulterou com um soldado
Romano e os judeus o chamavam de filho de uma adúltera, isto é, filho da fornicação: 

Segundo marcos o evangelho mais antigo a família era a seguinte: 

"Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não
estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele"  Marcos 6:3 

"Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar. E a multidão
estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão
lá fora. E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?" 

Marcos 3:31-33 

Então segundo Marcos, jesus tinha uma mãe apenas, quatro irmãos e no mínimo duas irmãs. Seus
irmãos seriam Tiago, José, Judas e Simão. 

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