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Bíblia de 1500 anos descoberta na Turquia

Uma bíblia de 1500 anos foi descoberta na Turquia, após a prisão de uma quadrilha que
comercializava antiguidades de forma ilegal. O livro, feito em couro tratado e escrito em um
dialeto do aramaico, língua falada por Jesus, tem as páginas negras, por causa da ação do tempo.

Segundo informações do site Notícias Cristãs, peritos avaliaram o livro e garantiram que o
artefato é original. A descoberta do livro se deu em 2000, e desde então, vinha sendo mantido em
segredo, guardado em um cofre-forte na cidade de Ancara.

Estima-se que o valor do livro chegue a 20 milhões de euros, dada sua importância histórica. Após
a divulgação da descoberta, o livro foi considerado patrimônio cultural e após a restauração que
será feita, o livro será exposto no Museu Etnográfico de Ancara.

Há informações de que o Vaticano demonstrou preocupação com a descoberta do livro, e pediu


às autoridades turcas que permitissem que especialistas da Igreja Católica pudessem avaliar o
livro e seu conteúdo, que se suspeita, contenha o “Evangelho de Barnabé”, escrito no século XIV e
considerado controverso, por descrever Jesus de maneira semelhante à pregada pela religião
islâmica.

Uma fotocópia de uma única página do manuscrito antigo é pensado para ser 1.5million R pena.

O ministério da Cultura turca e ministro do Turismo Ertugrul Gunay disse que o livro poderia ser
uma versão autêntica do Evangelho, que foi suprimida pela Igreja Cristã por suas fortes paralelos
com a visão islâmica de Jesus.
Ele também disse que o Vaticano tinha feito um pedido oficial para ver a escritura - um texto
polêmico que os muçulmanos afirmam ser um complemento para os evangelhos originais de
Marcos, Mateus, Lucas e João.De acordo com a crença islâmica, o Evangelho trata Jesus como um
ser humano e não um Deus.

Ele rejeita as idéias da Santíssima Trindade e da Crucificação e revela que Jesus predisse a vinda
do profeta Maomé. Em uma versão do evangelho, ele disse disse: "Como será o Messias ser
chamado? Muhammad é o seu nome abençoado '.
QUEM FOI Barnabé?

Nascido em Chipre como José, Barnabé foi um dos primeiros cristãos mais tarde chamado de
apóstolo.

Sua história aparece nos Atos dos Apóstolos, e Paulo menciona-o em algumas de suas epístolas.

A data, lugar e circunstâncias de sua morte são historicamente verificável.Mas os Estados tradição
cristã que ele foi martirizado em Salamis, Chipre.Ele é tradicionalmente identificado como o
fundador da Igreja de Chipre, com o seu dia de festa em 11 de junho.

E em outro Jesus negou ser o Messias, alegando que ele ou ela seria ismaelita, o termo usado
para um árabe. Apesar do interesse no livro recém re-descoberto, alguns acreditam que é uma
data falsa e só volta para o século 16. As cópias mais antigas da data de livro de volta a esse
tempo, e são escritos em espanhol e italiano.

Protestante pastor Ihsan Ozbek disse que era improvável de ser autêntico.

Isto porque Barnabé viveu no primeiro século e foi um dos Apóstolos de Jesus, em contraste com
esta versão que é dito para vir a partir do século V ou VI.

Ele disse ao jornal Hoje Zaman: "A cópia em Ancara poderia ter sido escrito por um dos
seguidores de Barnabé.

"Desde há cerca de 500 anos entre Barnabé e a escrita da cópia da Bíblia, os muçulmanos podem
se decepcionar ao ver que esta cópia não inclui coisas que eles gostariam de ver.

"Pode não ter nenhuma relação com o conteúdo do Evangelho de Barnabé.

Professor de teologia Ömer Faruk Harman disse uma verificação científica da Bíblia pode ser a
única maneira de revelar quantos anos ela realmente tem.

Turquia nega pedido do Vaticano de examinar a bíblia


O Ministério da Cultura da Turquia negou hoje que o Vaticano pediu para examinar uma Bíblia
antiga, que de acordo com a imprensa local, poderia conter um evangelho apócrifo. A assessoria
da
pasta disse à ANSA que ontem à noite o ministro Ertugrul Gunay desmentiu informações
publicadas na imprensa sobre o interesse da Santa Sé pelo antigo volume. Uma fonte do Museu
de Etnografia de Ancara, 
instituição que teria sob seu poder a Bíblia citada, informou à ANSA que o texto ainda precisa ser
examinado e que qualquer suposição sobre o seu conteúdo é prematura. De acordo com o
Ministério, a imprensa turca 
fez "sensacionalismo" sobre o caso, já que a única informação confirmada por Gunay é de que foi
confiada a seu Ministério uma Bíblia de 1.500 anos, "que provavelmente foi escrita em aramaico,
em linguagem semelhante à falada por Jesus", e que após sua restauração será exposta ao
público.

O apótolo Tiago nos diz em sua epístola acerca de um pecado que parece tão banal mas é tão
grave quanto a idolatria, o adultério ou assassinato e pode levar até a morte de quem o comete. É
a fofoca, o falar mal dos outros, o que é chamado no judaísmo de Lashom hará. 

"A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos
membros,  e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno.
Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do
mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua.
É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e
Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.  De uma mesma boca
procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim".Tg 3,6-10

Lashon Hará (em hebraico ‫ )לשון הרע‬é um termo judaico para 'fofoca', 'calúnia' ou mesmo
difamação para com alguma pessoa seja contra um judeu ou contra um não-judeu. Maimônides,
em seu comentário sobre Pirkei Avot (Ética dos Pais) Condena tanto o lashon hará como qualquer
outro ato que venha a quebrar uma lei da halachá, a lei judaica.

Lashon hará é uma observação negativa verdadeira sobre outra pessoa. A Torá nos proíbe de
fazer tal declaração ou de dar ouvidos a ela. Nossos sábios nos ensinam que um judeu que fala
lashon hará peca tão gravemente como um assassino, um adúltero ou um idólatra. Na época do
Bet Hamicdash um judeu que falasse lashon hará era punido com tsaráat.

É fácil entendermos porque um judeu que cometeu assassinato ou roubo ficou com tsaráat. São
crimes graves. Mas por que um judeu que profere umas poucas palavras proibidas também
recebe tsaraát?

Eis algumas das razões pelas quais lashon hará é considerado uma falha tão séria.

É muito difícil, e às vezes quase impossível, fazer teshuvá por haver falado lashon hará. Para fazer
teshuvá, a pessoa deve sentir-se arrependida por haver falado lashon hará e decidir nunca mais
repetir este falha. Mas não é suficiente. Ela deve também dirigir-se à pessoa sobre a qual falou e
desculpar-se. É muito difícil procurar um parente ou amigo e dizer: "Falei lashon hará sobre você;
por favor, perdoe-me!" Isto é tão constrangedor que a maioria das pessoas não o fará. Mesmo se
uma pessoa deseja pedir o perdão de outra, pode acontecer de ter falado lashon hará sobre um
grupo de pessoas e não pode desculpar-se com todas elas. Ou pode ter falado lashon hará sobre
alguém que viajou ou faleceu.

A teshuvá completa pela grave falha de lashon hará é muito difícil. Por isso, devemos ser
cuidadosos para evitar este pecado.

Lashon hará frequentemente é cometido mais de uma vez. Quando se trata de roubo ou
assassinato, um judeu entende que deve fazer teshuvá e nunca cometer o ato novamente. Mas
quando trata-se de lashon hará, a pessoa erroneamente pode pensar: "Que diferença faz umas
poucas palavras?"
D’us quer que todos os judeus vivam em paz uns com os outros.

O lashon hará causa ressentimentos e brigas entre o ouvinte e aquele de quem se falou.
Frequentemente alguém pode recusar-se a ser amigo de outro, apenas porque certa vez escutou
algo de negativo sobre ele.
O metsorá era obrigado a sair do acampamento e ficar isolado, pois foi ele quem causou
rompimento de amizades. Mesmo fora do acampamento ninguém tinha permissão de aproximar-
se dele. Ficava separado da família, amigos e vizinhos.

A lashom hara, fofoca, malidicencia, poderia também causar um sério dano a quem cometia tal
ato, a tsaraat, o que nós chamamos de lepra vulgarmente. A Tsaráat aflige, progressivamente, a
casa, as roupas e a pele da pessoa, a menos que purifique a sua forma de falar.Uma terrivel
maldição espiritual toma conta da vida da pessoa que cometeu lashom hara.

A lepra

A palavra “lepra”, no original hebraico, é “tsaráat”. Ela significa mais coisas do que apenas uma
doença física. Se você observar em Levítico 13: 2-28, verá a Bíblia lidando com o diagnóstico de,
pelo menos, 21 aflições da pele, que são expressas por um termo que inclui tudo, o termo lepra.
Se falasse de uma doença caracterizada pela brancura, conforme Êxodo 4:6, caracterizada por
inchações, tumores ou manchas que desfigurassem a pele, provavelmente, seria lepra. Então, é
claro que a descrição desses dois capítulos, provavelmente, incluía outras doenças da pele, além
da lepra ou da hanseníase, conhecida hoje.

Por exemplo, se você observar em Levítico 13:47-59; 14:33-57, verá que até um tipo de mofo
seria chamado de lepra. Então era assim: a palavra lepra denotava uma variedade de doenças da
pele, incluindo psoríase, favo, leucodermia e, também e principalmente, a terrível
hanseníase. Terrível hoje, mas muito pior naquela época. Abra sua Bíblia em Levítico 13-14 você
verá as instruções bíblicas sobre como os israelitas deviam tratar-se ou como deviam tratar
alguém quando tivesse lepra.

Hoje, podemos ver em muitos cartazes em instituições de saúde, dizeres do tipo: “Hanseníase
tem cura”. Graças a Deus! Mas você já pensou, no tempo que a medicina não sabia lidar com essa
moléstia, que praga que não era? Se a pessoa pegasse lepra, além de não ser curada nunca mais,
ia morrendo aos poucos. A pessoa parava de ter sensibilidade na pele, em partes extremas como
as pontas dos dedos, nariz, etc. Depois, essas partes iam apodrecendo, fedendo, caindo, e a
pessoa nem sentia. Que coisa terrível!
Aí, os leprosos eram forçados a morar longe das outras pessoas, porque a lepra era uma doença
contagiosa, e eles não sabiam como evitar isso. Então, os leprosos se isolavam da sociedade, da
família, amigos, todo mundo. Já pensou? Se acontecesse de um leproso se aproximar das outras
pessoas, tinha a obrigação de gritar: "Imundo, Eu sou o imundo!" para as pessoas fugirem dele!

Mas acho que existe uma parte mais bonita. Relacione sua leitura de hoje com Mateus 8:2-4;
Lucas 17:11-19 e você entrará um grande exemplo. É Jesus! Ele não correu da lepra e ainda curou
os leprosos.

Hoje, pouco se fala sobre este pecado, porque parece banal e a lepra mais rara do que nos
tempos bíblicos, hoje conhecida como hanseniase. Por isso existem sempre no meio do povo de
Deus, pessoas que clamam e oram e depois saem difamando os outros e falando mal. Porque este
pecado tornou-se superfulo na mente das pessoas, mas vemos na escritura que era talvez um dos
mais graves e podia contaminar a vida do pecador com lepra e obriga-lo a se isolar até a morte.

Aliás, algumas igrejas falam tanto da idolatria católica, dos espiritas, dos homosexuais e nada
sobre calunia, difamação, fofoca, que é considerado tão grave dentro da bíblia, podendo
acometer o caluniador de uma maldição terrível e um enorme pertubação espiritual. Mas quase
não se fala disso. O lashom hara esta presente no oitavo mandamento, "não levantarás falso
testemunho contra teu próximo" e vemos também que Jesus nos ensinou a não fazermos ao
próximo o que não queremos que façam a nós, e ainda nos disse que da mesma forma que
perdoamos, somos perdoados. Mas devido a pouca importância que se da a este pecado, ele
parece superfulo, banal.

Portanto, como disse Tiago, a lingua é como o leme de um navio, que pode levar a um destino ou
a perdição, apesar de ser um membro pequeno. Cuidado irmãos para não falarem palaras torpes,
nem ofensas ou difamações contra o seu próximo, para sua vida espiritual não se tornar
amaldiçoada e impura. Falai sempre a verdade, e coisas boas, e sempre clamando em nome do
senhor, para que o espírito do senhor esteja sempre presente em vossas vidas.

Shalom!

A jerusalém e descerá sobre o monte sião,


de onde reinará e será aceito pelo seu povo, os judeus. Ele então reunirá as tribos perdidas de
Israel e intaurará um periodo de paz. Mas a teologia cristã, no geral acredita que o anti-cristo fará
um acordo de paz com Israel por três anos e meio, mesmo isto não constando em absolutamente
nenhum versiculo da bíblia. Então quando o messias se revelar e for aceito pelo povo judeu, a
primeira associação lógica será de que se trata do anti-cristo e que ele estará fazendo este
suposto acordo de paz com Israel.

E é até engraçado, que quando você indaga a algum religioso porque Jesus não cumpriu certas
profecias, como reunir as tribos perdidas de Israel ele geralmente diz que isto se dará na sua
segunda vinda. Mas se o messias voltar e de fato reunir as tribos perdidas de Israel todos
associarão isto a um versiculo da bíblia que diz: "Fará sinais e prodigios de modo que até os
escolhidos serão enganados". Outra profecia conflitante é com relação ao terceiro templo. As
profecias são claras ao dizer que um dia o messias construiria o terceiro templo de Jerusalém, mas
devido a uma interpretação errada de segunda Tessalonicenses, todos pensam que o anti-cristo
construirá o terceiro templo, mesmo a bíblia não dizendo isso.

O messias que os judeus esperam trará a paz. O anti-cristo que os cristãos esperam traria uma
falsa paz. O messias judeu reuniria os dispersos. O anti-cristo cristão faria sinais e prodigios. O
messias judeu construiria o templo. O anti-cristo cristão construiria o templo. O messias judeu
reinaria em Jerusalém. O anti-cristo cristão faria um acordo de paz com Israel. E por ai vai. Isto é
completamente conflitante. É como se o messias que os judeus esperam fossem exatamente o
anti-cristo que os cristãos esperam. Isso se deve ao fato dos cristãos atribuirem profecias que já
aconteceram ao suposto anti-cristo.

O anti-cristo mencionado na bíblia não era um homem e sim vários que se colocavam contra a
mensagem do evangelho e dos cristãos. João menciona isto em suas epístolas e diz ainda que ele
já estava no mundo em sua época:

"Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm
feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora."  (I João 2 : 18)

"Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo
veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo."  (II João 1 : 7)

"E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o
espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo."  (I João 4 : 3)

João estava combatendo os docetas. Uma seita cristã que pregava que o messias não tinha vindo
em carne, mas apenas em espirito. E como vemos, João afirma que ele ja esta no mundo, isto em
sua época, há dois mil anos. Como que alguém que já estava no mundo pode vir agora? Só se for
outro anti-cristo. E se for outro, é sinal que a bíblia não diz nada sobre ele. Outros se baseiam na
epístola de Paulo, onde ele diz que a vinda do senhor será precedida pela vinda do anti-cristo que
supostamente construirá o templo:

"Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a
apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta
contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo
de Deus, querendo parecer Deus" 2 Ts 2, 3-5
O texto não diz em nenhum momento que o anti-cristo construirá um templo. Ao contrário, o
texto se refere a época de Paulo mesmo, e a prova esta justamente no templo, que ainda existia
na época em que Paulo escreveu sua epístola. O templo que Paulo se refere é o templo de
Jerusalém. Paulo esta se referindo a um imperador romano, talvez Nero ou Adriano, que como
todos imperadores de Roma, se intitulavam deuses e exigiam serem adorados como deuses.
Vários deles tentaram colocar seus bustos no templo de Jerusalém para serem adorados como
deuses, o que levou a ondas de choques entre o povo judeu da época e os romanos. É disto que
Paulo esta falando no texto. O texto não diz que ele construiria o templo, na verdade, os profetas
disseram que o messias construiria o templo.

E sobre o suposto acordo de Paz, os criadores desta teoria se basearam em uma passagem de
Daniel 9,27, nas setentas semanas:

"E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o
sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e
o que está determinado será derramado sobre o assolador"

Mais uma vez, vemos que o texto não diz nada sobre o anti-cristo fazer um acordo com Israel. As
setentas semanas de Daniel foram cumpridas, como o anjo disse:

"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a
transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e
selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo" Dn ,24

Mas alguns insistem que a ultima semana se refere ao tempo do fim, aos gentios, e que haverá
um acordo entre Israel e o anti-cristo, mesmo o texto não dizendo absolutamente nada disso. Ou
seja, ultrapassa-se a escritura, criam-se teorias e dizem que segue a palavra. Qual palavra? A
bíblia não respalda isso.

Então quando o messias de fato voltar, terá que lidar com o desprezo não mais de seu povo, mas
justamente daqueles que se dizem seus seguidores, porque ignoram sua palavra, e criam teorias
malucas que acabam contradizendo com as profecias messianicas.

Coitado do messias quando ele voltar !


Preterismo parte 1

preterismo parte 2

preterismo 3
Paulo e o cristianismo, o Paulinismo

Paulo

O mundo cristão não seria o mesmo sem a mensagem que São Paulo transmitiu ao Império
Romano. Para conquistar fiéis, ele fez concessões que desagradaram aos discípulos de Jesus – e
ainda despertam acirradas discussões entre pensadores e religiosos. Afinal, Paulo espalhou ou
deturpou a palavra de Cristo? Estamos no ano 34 da era cristã. Passaram-se poucos anos desde a
crucificação de Jesus. Sua mensagem espalhou-se rapidamente por toda a Palestina e seus
discípulos eram implacavelmente perseguidos, principalmente pelos judeus. Os seguidores de
Jesus são acusados de heresia e traição à Lei de Moisés. Em Jerusalém, um jovem judeu chamado
Saulo faz verdadeiras atrocidades com os cristãos. Persegue-os furiosamente, invade suas casas e
os manda para prisão. Informado de que, a cada dia, cresce a comunidade cristã em Damasco, na
Síria, pede e obtém do Sinédrio, o Supremo Tribunal da comunidade judaica de Jerusalém, cartas
de recomendação aos rabinos daquela cidade, autorizando-os a caçar os hereges cristãos.
Acompanhado de alguns homens, percorre a cavalo os cerca de 200 quilômetros até Damasco.
Depois de sete dias de viagem, sob um sol escaldante, consegue finalmente avistar as muralhas da
cidade.

Mas, de repente, uma forte luz vinda do céu incide sobre ele e assusta seu cavalo, que o joga no
chão. Naquele instante, o jovem judeu ouve uma voz que diz: “Saulo, Saulo, por que me
persegues?”

Atônito, ele indaga: “Quem és, Senhor?” A voz responde: “Jesus, a quem tu persegues. Mas
levanta-te, entra na cidade e te dirão o que deves fazer”.

O séquito de Saulo permanece mudo de espanto, sem entender de onde vem aquela voz. Saulo,
por sua vez, ergue-se do chão, mas não consegue enxergar nada. Em Damasco, permanece três
dias e três noites em jejum, refletindo sobre o estranho acontecimento, até ser visitado por
Ananias, um discípulo de Cristo, que lhe diz: “Saulo, meu irmão, o Senhor me enviou. O mesmo
que te apareceu no caminho por onde vinhas. É para que recuperes a vista e fiques repleto do
Espírito Santo”. Nesse exato momento, duas escamas caem dos olhos de Saulo, que volta a ver.
Em seguida, ele é batizado. Convertido, Saulo de Tarso tornou-se aquele que talvez tenha sido o
mais importante difusor da palavra de Jesus: São Paulo.

O episódio acima, narrado em detalhes no livro Atos dos Apóstolos, do Novo Testamento, teria
marcado radicalmente a vida de Paulo. Não é possível provar que ele tenha de fato acontecido.
Os textos bíblicos são as únicas fontes disponíveis para se reconstituir a história do santo –
acreditar neles é uma questão de fé. Tenha ocorrido de forma tão espetacular ou não, a
conversão de Paulo mudou para sempre os rumos da religião cristã. Para muitos teólogos, Paulo
foi um personagem fundamental nos primeiros anos do cristianismo. Seu trabalho de
evangelização foi, em grande parte, responsável pelo caráter universal da doutrina cristã e sua
mensagem, expressa em cartas enviadas às comunidades que fundava, ainda hoje é considerada o
alicerce da jurisprudência, da moral e da filosofia modernas do Ocidente. Enquanto a maioria dos
apóstolos que conviveram com Jesus restringiram sua pregação à Palestina, Paulo levou a palavra
de Cristo para lugares distantes, como a Grécia e Roma.

Sua importância na construção da Igreja primitiva é tão grande que muitos estudiosos atribuem a
ele o título de pai do cristianismo.

“Paulo desempenhou um papel maior na evangelização dos primeiros cristãos”, diz o biblista
Jerome Murphy-O’Connor, professor da Escola Bíblica e Arqueológica de Jerusalém e um dos
maiores estudiosos do santo. O historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), especialista em cristianismo e judaísmo antigos, concorda: “O cristianismo, tal
como existe hoje, deve muito a Paulo. Se não fosse o apóstolo, ele provavelmente não teria
passado de mais uma seita judaica”. Isso não quer dizer que o trabalho dos 12 apóstolos tenha
sido irrelevante, mas eles pregaram numa região, a Palestina, que viria a ser devastada pelos
romanos entre os anos 66 e 70. “Sem dúvida, Paulo foi o apóstolo que teve maior repercussão
com o passar dos séculos”, afirma o teólogo Pedro Lima Vasconcellos, professor do Departamento
de Teologia e Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo.

O termo apóstolo, no sentido de evangelizador, é freqüentemente usado para se referir a São


Paulo. Não há evidências históricas, entretanto, de que ele tenha conhecido Jesus Cristo.

A influência de Paulo é indiscutível. Mas, para uma corrente de historiadores e teólogos, ele
deturpou os ensinamentos de Jesus Cristo – a ponto de a mensagem cristã que sobreviveu ao
longo dos séculos ter origem não em Cristo, mas em Paulo. Esses pensadores julgam ser mais
correto dizer que o que existe hoje é um “paulinismo”, não um cristianismo. 

“As cartas de São Paulo são uma fraude nos ensinamentos de Cristo. São comentários pessoais à
parte da experiência pessoal de Cristo”, afirmou o líder pacifista indiano Mahatma Ghandi, em
1928. Opinião semelhante tem o prêmio Nobel da Paz de 1952, o alemão Albert Schweitzer, que
declarou: “Paulo nos mostra com que completa indiferença a vida terrena de Jesus foi tomada”.
As principais críticas da corrente antipaulina concentram-se em pontos polêmicos das cartas do
apóstolo. Nelas, entre outras coisas, Paulo defende a obediência dos cristãos ao opressivo
Império Romano, bem como o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão, legitima a
submissão feminina e esboça uma doutrina da salvação distinta daquela que, segundo teólogos
antipaulinos, teria sido defendida por Jesus. “A mentira que foi Paulo tem durado tanto tempo à
base da violência. Sua conversão foi uma farsa”, afirma Fernando Travi, fundador e líder da Igreja
Essênia Brasileira. Os essênios eram uma das correntes do judaísmo há 2 mil anos, convertidos na
primeira hora ao cristianismo. “Ele criou uma religião híbrida. A prova disso é o mundo que nos
cerca. Um mundo cheio de guerra, de sofrimentos e de desespero.”

Paulo: Judeu, grego e romano

Para entender melhor o papel de São Paulo na origem e construção do cristianismo é preciso
voltar no tempo e acompanhar de perto sua vida. O principal relato sobre ele está presente nos
Atos dos Apóstolos, livro escrito pelo evangelista Lucas, que foi também dos maiores discípulos de
Paulo. Seus relatos, no entanto, não são considerados um retrato fiel dos acontecimentos. “Os
Atos devem ter sido escritos cerca de 15 a 20 anos após a morte de Paulo, quando ele já poderia
estar caindo no esquecimento". Lucas, então, expressa uma visão romanceada do apóstolo,
transformando-o em um herói ou, mais do que isso, em um modelo de discípulo”, afirma José
Bortolini, padre da Congregação Pia Sociedade de São Paulo, mestre em exegese bíblica e autor
do livro Introdução a Paulo e suas Cartas. Outra fonte de informação sobre o apóstolo são as
cartas (ou epístolas) escritas por ele para as comunidades cristãs que tinha fundado.

Com base nessas duas fontes, sabemos que Paulo era um judeu detentor de cidadania romana,
criado em um ambiente culturalmente grego.

Ele nasceu em Tarso, na Ásia Menor, onde atualmente está a Turquia. Era uma cidade grande,
com mais de 200 mil habitantes, por onde passava uma estrada que ligava a Europa à Ásia.
Situada na província romana da Cilícia, a Tarso de então era predominantemente grega – um dos
mais efervescentes centros de cultura do mundo helênico, chegando a rivalizar com Atenas. Mas
também era cosmopolita. Abrigava um porto fluvial movimentado e se impunha como um
importante pólo comercial. Suas ruas estreitas viviam apinhadas de gente e suas casas abrigavam
povos de várias regiões: egípcios, bretões, gauleses, núbios e sírios – além dos judeus (como a
família de Paulo), que na época já haviam se assentado em várias cidades do império.

A cidadania romana, citada nos escritos de Lucas, é um ponto controverso da biografia de Paulo.
Tê-la garantia alguns privilégios, como o direito de participar das assembléias que decidiam
questões sobre a vida e a organização da cidade e a isenção do pagamento de alguns impostos. Os
cidadãos romanos também não podiam ser crucificados, caso fossem condenados à morte.
Segundo Lucas, Paulo herdara a cidadania do pai ou do avô, que a teriam obtido por mérito ou
comprado por uma volumosa quantia. Mas o apóstolo nunca se declarou romano em suas cartas.
Para o biblista Murphy-O’Connor, o silêncio é compreensível: “Não havia razão para Paulo
mencionar sua posição social em cartas a comunidades que ele desejava convencer de que ‘nossa
pátria está nos céus’ ”, escreve o teólogo no livro Paulo: Biografia Crítica. Cidadão romano ou não,
Paulo provavelmente fazia parte de uma elite – seu pai, especula-se, era dono de uma oficina
onde se fabricavam tendas. Ele mesmo, aliás, dominava esse ofício.

O ano exato do nascimento de Paulo, bem como a data dos principais acontecimentos de sua
vida, são, ainda hoje, motivo de controvérsia. Muitos historiadores supõem que ele tenha nascido
por volta do ano 5 da era cristã. Era, portanto, alguns anos mais novo do que Jesus – cujo
nascimento, segundo descobertas históricas recentes, é datado entre 6 e 4 a.C. Paulo foi educado
na casa de seus pais, na sinagoga e na escola ligada a ela. Aos 15 anos, deixou Tarso e mudou-se
para Jerusalém, onde matriculou-se na escola de Gamaliel, um dos sábios mais respeitados do
mundo judaico. Paulo teve uma formação acadêmica de primeira – nos parâmetros atuais, algo
equivalente a um doutorado em Harvard.

Nas tempos de estudante, Paulo presenciou uma situação que estaria na origem de sua
“cristofobia”. Um dos alunos mais brilhantes era um jovem chamado Estêvão, um nazareno –
nome dado aos que seguiam os ensinamentos de Cristo. Em uma discussão, Estêvão foi fiel a sua
fé e declarou que Jesus era o messias: tal afirmação provocou a ira dos colegas, inclusive de Paulo.
Pela blasfêmia, Estêvão foi levado diante do Sinédrio e condenado à morte por apedrejamento.
Conforme o costume da época, as pessoas que iam apedrejar o condenado deveriam tirar suas
próprias vestes e colocá-las aos pés de uma testemunha. No martírio de Estevão, a testemunha
era Paulo.

A partir desse episódio, Paulo, que já era um intransigente defensor da lei e dos costumes
judaicos, viu nos seguidores de Cristo uma ameaça real à sua própria religião. Foi então que
passou a cultivar um ódio crescente pelos nazarenos e tornou-se um implacável perseguidor dos
membros dessa seita. Depois de muito aterrorizar os cristãos de Jerusalém, decidiu agir na Síria.
Foi quando aconteceu sua conversão no caminho de Damasco.

O missionário viajante

Paulo tinha cerca de 28 anos quando ocorreu seu encontro místico com Jesus. Depois de ter se
tornado um fervoroso discípulo do Nazareno, viveu algum tempo na comunidade cristã
damasquina, até ser expulso pelos judeus. Refugiou-se por cerca de dois anos na Arábia –
território dominado pela tribo dos nabateus –, que se estendia do mar Vermelho até Damasco,
margeando a Palestina pelo leste. Nesse período, estudou e refletiu sobre os ensinamentos de
Cristo. Por volta do ano 37, retornou a Damasco, onde fez suas primeiras pregações. Mais uma
vez, provocou a fúria da comunidade judaica e teve de deixar a cidade numa fuga
cinematográfica. Como os portões da cidade estavam vigiados, ele escondeu-se num cesto que foi
descido pelas muralhas. Era noite e Paulo andou por cinco horas até sentir-se a salvo. Após seis
dias de caminhada, chegou a Jerusalém. Havia três anos que ele tinha deixado a cidade.

Os cristãos de Jerusalém o receberam com desconfiança. Afinal de contas, ainda estavam vivas na
memória as atrocidades cometidas por Paulo. Coube a Barnabé, um ex-colega da escola de
Gamaliel convertido ao cristianismo, apresentá-lo aos apóstolos. Foi nessa ocasião que aconteceu
o primeiro encontro com Pedro, um dos discípulos mais próximos de Jesus. Durante 15 dias, eles
permaneceram juntos. Mas não tardou para o Sinédrio saber que Paulo, agora cristianizado, havia
voltado. Diante do perigo que corria em Jerusalém, Paulo mais uma vez teve de fugir: o destino foi
Tarso, sua cidade natal, onde permaneceu por sete ou oito anos. Nada se sabe sobre sua vida
nesse período.

Por volta de 45 d.C., convidado por Barnabé, Paulo mudou-se para Antióquia da Síria, onde a
igreja dos nazarenos crescia rapidamente. Depois de Roma e Alexandria, no Egito, Antióquia era a
terceira maior cidade do Império Romano. “Diferentemente do que acontecia em Jerusalém,
onde os seguidores de Jesus ainda estavam ligados à lei e aos rituais judaicos, em Antióquia se
respirava ar novo – lá, boa parte dos neocristãos vinha do paganismo”, afirma padre Bortolini. O
termo cristão, como designação dos discípulos de Jesus, surgiu pela primeira vez nessa cidade.
Esse fato reveste-se de importância porque pela primeira vez os seguidores de Jesus não são mais
vistos como judeus dissidentes.

Foi de lá que Paulo – descrito em textos apócrifos como “um homem pequeno com uma grande
cabeça careca” – partiu para sua primeira jornada missionária. Nessa ocasião, ele tinha cerca de
40 anos. Durante 12 anos, de 46 a 58, Paulo empreendeu quatro viagens evangelizadoras,
visitando boa parte do Império Romano, que se estendia da Grã-Bretanha ao Oriente Médio,
passando pelo norte da África. Eram jornadas árduas, feitas a pé ou de navio, sempre na
companhia de outros discípulos. Quando viajavam por terra, seguiam pelas estradas romanas,
percorrendo 30 quilômetros por dia. O perigo os espreitava, como escreve o apóstolo em uma de
suas epístolas aos coríntios: “Sofri perigos nos rios, perigo por parte de ladrões, perigo por parte
dos meus irmãos de raça, perigo por parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto,
perigos no mar, perigos por parte dos falsos irmãos”.

A estratégia pastoral de Paulo era bem definida. Pregava nas sinagogas, em casas e praças de
grandes centros urbanos, que funcionavam como pólos irradiadores da mensagem. Ao sair,
designava um líder responsável pelo rebanho. A primeira viagem, entre 46 e 48, foi feita em
companhia de Barnabé e de Marcos, outro discípulo cristão, o mesmo a quem é atribuído um dos
quatro evangelhos. Foram à ilha de Chipre e percorreram a Ásia Menor antes de retornar a
Antióquia. É a partir dessa primeira expedição que Paulo deixa de ser chamado pelo nome judeu
Saulo – a mudança é narrada por Lucas no Ato dos Apóstolos, 13:9.

Antes de partir para a segunda viagem, Paulo foi intimado a participar do Concílio Apostólico de
Jerusalém, em 49, que reuniu a nata do cristianismo primitivo. Foi um encontro tenso, onde, pela
primeira vez, vieram à tona as divergências entre Paulo e o grupo de judeus-cristãos, tendo à
frente Pedro e Tiago Menor, líder da comunidade cristã em Jerusalém. A assembléia discutiu
assuntos delicados, como a obrigatoriedade da circuncisão para os pagãos convertidos ao
cristianismo. A questão era importante e polêmica, pois a circuncisão era encarada como a porta
de entrada do judaísmo. Ao aceitá-la, os convertidos assumiam que adotariam integralmente a
cultura judaica. Paulo era contra, pois acreditava que o sacramento do batismo era suficiente para
a conversão. Em suas pregações, ele encontrava forte resistência dos pagãos, que não entendiam
por que deveriam se submeter ao ritual de iniciação judaico para tornar-se cristãos. Depois de
acirradas discussões, Paulo saiu vitorioso.

Foi, em parte, por causa dessa liberalização que Paulo arrebanhou um número tão grande de fiéis.
Ao final do encontro, Paulo recebeu a alcunha de “apóstolo dos gentios”, em contraposição a
Pedro, chamado de “apóstolo dos judeus”.

A segunda jornada missionária começou depois do Concílio de Jerusalém e estendeu-se até 52. O
ponto alto dessa jornada foi a pregação na Europa. Pela primeira vez, a palavra de Deus deixava a
Ásia e espalhava-se por um novo continente. Paulo visitou várias cidades gregas, fundando
importantes núcleos cristãos. “Foi por causa dessa passagem [da Ásia para a Europa] que o
cristianismo sobreviveu e se desenvolveu”, argumenta padre Bortolini. Foi também nessa jornada
que Paulo escreveu, em 51, a Epístola aos Tessalonicenses, o mais antigo documento do Novo
Testamento. Nas cartas paulinas, o trabalho braçal ficava por conta de escribas: Paulo as ditava e
as assinava de próprio punho para autenticar o documento. A maioria delas foi escrita em grego,
mesma língua usada por Paulo em suas pregações. Esse era o idioma universal, comparável ao
que hoje é o inglês.

O apóstolo também se expressava em hebraico, língua da elite judaica, na qual foi escrita a maior
parte dos livros do Antigo Testamento, e em aramaico, a língua materna de Jesus e corrente na
camadas populares da Palestina. Mesmo sendo poliglota, o apóstolo encontrava dificuldade para
se comunicar em suas peregrinações, diante da multiplicidade de línguas e dialetos daquela
época. Em muitas ocasiões, recorria a intérpretes.

Em uma de suas cartas, a Epístola aos Gálatas, percebe-se a tensão existente entre Paulo e os 12
apóstolos que conviveram com Cristo. Nela, Paulo afirma que “enfrentou abertamente [Pedro, em
Antióquia], porque ele se tornara digno de censura”. O motivo da briga foram dois preceitos
alimentares judaicos. Pedro defendia que os neocristãos não poderiam sentar-se à mesa com
gentios – seus iguais até pouco antes. Deveriam também rejeitar sobras de carnes de animais
sacrificados aos deuses pagãos. Paulo discordava e teve uma acirrada discussão com Pedro.

Na terceira viagem missionária, de 53 a 57, Paulo deteve-se por três anos em Éfeso, a capital da
Ásia Menor. Lá, presume-se, esteve preso por alguns meses – ao longo de sua vida, o apóstolo
deve ter permanecido quatro anos atrás das grades. Durante essa jornada, coletou dinheiro para
os cristãos pobres de Jerusalém. No retorno à Terra Santa, não se sabe como foi recebido por
Tiago, chefe da igreja de Jerusalém. Nem Lucas nem Paulo deixam claro se ele aceitou o dinheiro
“impuro” da coleta. Sabe-se apenas que foi na volta a Jerusalém que Paulo foi preso, na praça do
Templo, sob a acusação de introduzir gentios na sinagoga. Os judeus estavam furiosos com a
presença do pregador na cidade e, temendo por sua segurança, o tribuno romano Cláudio Lísias o
encarcerou de novo. Dessa vez, foi em Cesaréia, perto de Jerusalém, onde amargou dois anos de
reclusão. Eis que ele pediu para ser julgado em Roma pelo imperador – direito conferido aos
cidadãos romanos.

No outono de 60, o apóstolo foi enviado à capital imperial, uma cidade com quase 1 milhão de
moradores. Paulo foi saudado pela comunidade cristã e permaneceu em prisão domiciliar, vigiada
por soldados. Encontrava-se com as pessoas, mas não podia sair de casa. Aproveitou esse período
para transmitir a palavra de Deus. Depois de dois anos de cativeiro, seu processo foi encerrado
sem uma sentença condenatória.

Pouco se sabe a respeito dos anos seguintes da vida de Paulo, já que o Novo Testamento não dá
indicações do que aconteceu com ele após a prisão em Roma. Mas, segundo a tradição, acredita-
se que tenha empreendido uma viagem à Espanha ou visitado as igrejas cristãs que fundara na
Grécia e Ásia Menor e retornado a Roma na primavera de 67. O império era chefiado por Nero,
que anos antes havia ateado fogo na cidade e jogara a culpa pelo desastre nos seguidores de
Jesus. Por isso, os cristãos eram duramente perseguidos e tinham que se reunir em catacumbas
para escapar da fúria insana do imperador. Quando capturados, viravam presa para as feras do
Coliseu. Ao deparar com essa situação, Paulo empenhou-se em reconstruir a comunidade. Não
tardou e foi preso, acusado de chefiar a seita dos nazarenos.

Na prisão, escreveu sua derradeira carta ao discípulo Timóteo, um dos líderes da igreja de Éfeso.
Ele sabia que não escaparia da morte. No outono daquele ano, foi levado pelos guardas para fora
da cidade e degolado. No local de seu martírio foi construída a praça Tre Fontane e perto dali,
junto ao seu túmulo, erguida a basílica de São Paulo Extramuros. Diz a lenda que, no momento de
sua execução, uma cega de nome Petronila aproximou-se do apóstolo e lhe ofereceu um véu para
cobrir-lhe o rosto. Paulo teria devolvido o véu à mulher e, quando ela o colocou sobre os seus
próprios olhos, recobrou milagrosamente a visão. A conversão de Paulo é comemorada no dia 25
de janeiro. Foi uma escolha aleatória, já que não se sabe o dia exato de sua conversão.

Como a cidade de São Paulo foi fundada nesse dia, acabou recebendo o nome do santo. A festa
de São Paulo é celebrada em 29 de junho, junto com a de São Pedro. Foi uma forma encontrada
pela Igreja para homenagear, de uma só vez, os dois líderes máximos do cristianismo primitivo.

Cristianismo ou paulinismo?
As 13 cartas escritas por São Paulo sintetizam o pensamento do apóstolo, que viria a moldar a
doutrina cristã. Elas foram redigidas entre os anos 50 e 60 e são os mais antigos documentos da
história do cristianismo – os quatro evangelhos canônicos de Mateus, Marcos, Lucas e João
ficaram prontos apenas entre os anos 70 e 100. A influência do apóstolo na consolidação da
doutrina cristã pode ser medida pelo fato de suas epístolas representarem quase metade dos 27
livros do Novo Testamento. Com elas, dizem os estudiosos, Paulo não tinha a pretensão de
formular tratados teológicos. “Elas são resultado de experiências vivenciadas pelas comunidades
paulinas”, afirma o André Chevitarese. Uma corrente de biblistas defende que nem todas foram
de fato escritas por Paulo – algumas teriam sido redigidas por seus discípulos após a morte do
apóstolo. “Elas são muito diferentes em estilo literário e conteúdo”, afirma Pedro Vasconcellos,
da PUC. Para a Igreja, no entanto, todas as cartas são de autoria de Paulo.

Se são uma rica fonte de difusão da doutrina cristã, esses documentos são também a principal
causa da controvérsia sobre o apóstolo. Na opinião de Fernando Travi, líder da Igreja Essênia
Brasileira, a descoberta, no século passado, de escrituras datadas dos primeiros anos do
cristianismo, como os Manuscritos do Mar Morto, o Evangelho dos 12 Santos (ou da Vida Perfeita)
e o Evangelho Essênio da Paz, indica que boa parte do conteúdo das cartas de Paulo está em
oposição aos ensinamentos de Jesus. “Existem sérios indícios de que, como num plano de
sabotagem, Paulo divulgou uma doutrina falsificada em nome do messias”, diz ele. Opinião
parecida tem o pastor batista americano Edgar Jones, autor do livro Paulo: O Estranho. “Jesus de
Nazaré deve ser cuidadosamente diferenciado do Jesus de Paulo. Gerações e séculos passaram
até que a corrente paulina com seu forte apelo em favor do Império Romano ganhasse
ascendência sobre a corrente apostólica”, diz o teólogo.

O fato é que, até o século 4, o cristianismo dividia-se em duas correntes distintas, uma liderada
pelos discípulos de Paulo e outra pelos seguidores dos apóstolos de Cristo. Quando o cristianismo
tornou-se a religião oficial do Império Romano, a corrente paulina saiu-se vitoriosa. “As idéias de
Paulo, afáveis aos dominadores, foram definitivamente incorporadas à doutrina cristã”, diz
Fernando.

Para os críticos de Paulo, um exemplo dessa “afabilidade” está presente na Epístola aos
Romanos. “Cada um se submeta às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não
venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. Aquele que se revolta contra a
autoridade opõe-se à ordem estabelecida por Deus”, escreve Paulo. E continua: “É também por
isso que pagais impostos, pois os que governam são servidores de Deus”. “Essa passagem revela
que ele estava a serviço das autoridades romanas. Jesus, por sua vez, se insurgia contra as leis de
Estado”, afirma Fernando. Para os defensores de Paulo, esse texto foi tirado de seu contexto e
tornou-se, ao longo dos séculos, uma teoria metafísica do Estado. “O texto só tinha valor para
quem vivia em Roma, onde qualquer movimento de desobediência seria esmagado”, diz o teólogo
Pedro Vasconcellos.

Para outros teóricos, deve-se diferenciar a doutrina religiosa paulina das opinões do apóstolo
sobre a ordem social. “A teoria de Igreja de Paulo é fundamentada no antiautoritarismo, o que
influenciou muito a doutrina protestante. Na sua igreja, a idéia de liberdade é plena, mas quando
ela é extrapolada para o meio social, surge o seu conservadorismo”, diz o pastor luterano Milton
Schwantes, professor da Universidade Metodista de São Paulo e doutor em literatura bíblica. O
sacerdote franciscano Jacir de Freitas Faria, mestre em exegese bíblica pelo Pontifício Instituto
Bíblico (PIB), de Roma, comunga da mesma opinião: “Paulo é uma figura basilar do cristianismo,
mas não podemos deixar de ser críticos a ele nessa relação com o Império Romano”.

Outro ponto controverso das epístolas paulinas refere-se à defesa que seu autor faz
da escravidão. Na Epístola aos Efésios, Paulo é taxativo: “Servos, odedecei, com temor e tremor,
em simplicidade de coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo”. Para os antipaulinos, o
apoio dado pelo apóstolo à escravidão tem sido usado pela Igreja ao longo dos séculos para
legitimar situações espúrias de dominação e diverge radicalmente da palavra de Cristo, que
pregava um mundo livre de opressões. A corrente pró-paulina argumenta, mais uma vez, que é
preciso analisar o contexto histórico para entender seus escritos: “Sua falha em condenar a
escravidão torna-se compreensível quando sabemos que cerca de 60% da população de qualquer
cidade grande daquele tempo era formada por escravos. Toda economia estava estruturada em
torno desse fato e, por isso, uma atitude crítica seria incompreensível”, afirma o biblicista Jerome
Murphy-O’Connor, de Jerusalém.

O apóstolo dos pagãos também é bombardeado por suas posições a respeito das mulheres. Na
carta endereçada à comunidade cristã de Colosso, ele escreve: “Quanto às mulheres, que elas
tenham roupas decentes, se enfeitem com pudor e modéstia. (...) Durante a instrução, a mulher
conserve o silêncio, com toda submissão. Não permito que a mulher ensine, ou domine o
homem”. Suas palavras atraem até hoje a ira das feministas, que o acusam de misoginia. Seus
defensores, por outro lado, argumentam que , ao contrário, ele incentivava a participação das
mulheres na vida social. “Paulo acreditou firmemente na igualdade entre os sexos e, em suas
igrejas, as mulheres exerciam todos os ministérios. Alguns exegetas munidos de preconceito
interpretaram erroneamente os textos paulinos”, diz Murphy-O’Connor.

Outro petardo disparado pelos críticos diz respeito à doutrina da salvação defendida por Paulo.
“Paulo diz que os pecados são perdoados se a pessoa acreditar que Jesus morreu na cruz por ela.
É a doutrina da salvação em que o herói derrama seu sangue e todos são perdoados por causa
dele. Enquanto isso, Jesus diz: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’. Para Jesus, a salvação será
dada àqueles que seguirem seus ensinamentos”, afirma Fernando Travi. Os defensores de Paulo
discordam e afirmam que o apóstolo foi mais uma vez mal interpretado.

“Creio que houve uma transformação conservadora da mensagem de Paulo. Temos que libertá-lo
das idéias errôneas a seu respeito perpetuadas ao longo dos séculos”, diz Pedro Vasconcellos, da
PUC.

Conservador ou radical, fiel ou não a Jesus Cristo, São Paulo foi, sem dúvida, um dos poucos
evangelizadores – se não o único – a fazer o cristianismo passar da cultura semita à greco-romana,
possibilitando que ela se tornasse uma religião mundial. “Ele criou condições para que povos não-
judaicos, ao receberem a mensagem de Deus, fossem inseridos de forma igualitária na
comunidade cristã”, afirma o André Chevitarese, da UFRJ. Sem Paulo, considerado por muitos o
pai do cristianismo, a história da humanidade teria tomado outro rumo. A Idade Média, marcada
pela força da Igreja Católica, ocorreria de outra forma e o mundo em que vivemos seria
totalmente diferente. Nada seria como é.

Algumas controversias

Teóricos antiPaulinos apontam algumas controvérsias das epístolas Paulinas, que segundo seus
defensores são apenas más interpretações:
Paulo acusa Pedro de dissimulação por medo dos judeus:

"E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que
alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se
foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus
também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela
sua dissimulação" Gl 2,11-13

Paulo acusa Pedro de dissimulação por que Pedro se apartou dos gentios por medo dos que eram
da circuncisão. Mas vemos que Paulo também temia os da circuncisão ao ponto de circuncidar a
Timoteo, mesmo sendo contra o que ele pregava:

"Paulo quis que este fosse com ele; e tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que
estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego" At 16,3

"Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-
se;"  (Gálatas 2 : 3)

Aliás, Paulo acusa Pedro de dissimulação mas mesmo ele assume que também praticava
dissimulação:

"E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei,
como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei." "Para os que estão
sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de
Cristo), para ganhar os que estão sem lei." "Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os
fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns."  (I Coríntios 9 :
20-22)

"Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou
em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda."  (Filipenses 1 : 18)

Paulo ensina que a salvação é gratuita e não pelas obras

"Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei."  (Romanos 3 : 28)

"Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos
também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei;
porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada."  (Gálatas 2 : 16)

O que contradiz o que foi dito por Jesus e pelos outros apostolos:

"Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé
pode salvá-lo?"  (Tiago 2 : 14)

"Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma."  (Tiago 2 : 17)

"Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé."  (Tiago 2 : 24)
"E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e
foram julgados cada um segundo as suas obras."  (Apocalipse 20 : 13)

"E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-
se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos
livros, segundo as suas obras."  (Apocalipse 20 : 12)

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."  (Mateus 5 : 16)

"Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada
um segundo as suas obras."  (Mateus 16 : 27)

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus."  (Mateus 7 : 21)

Pra mais acesse: o problema do novo testamento

O pensamento de Judas

Hoje, no meio religioso em geral, há um espírito de descontentamento devido a pastores


mercenários, mercadores da fé e seus escândalos. Muitos irmãos voltaram a ler suas bíblias e
passaram a analisar tudo que o pastor afirma, para não caírem mais em arapucas. O dizimo, que
alguns pastores usam erradamente a passagem de Malaquias (Ml3,8)para dizerem que os fiéis
que não dizimam estão roubando a Deus, hoje muitos sabem que esse mandamento na verdade
era para o sacerdote e não para o fiel. (Ml2,1)

Mas algumas pessoas tem generalizado e colocado ofertas e dízimos no mesmo balaio. Dizimo era
um preceito da lei de Moisés, lei inclusive que os pastores dizem que foi abolida, mas o dizimo
não. Ofertas voluntárias, caridade, é justiça e generosidade. A própria bíblia diz que Deus ama
quem da com alegria! (2Co 9,7) Então ofertar com a igreja ou com a obra, não é voltar a velha lei
e nem pecado, ao contrario, é um ato de contribuição ao pastor que prega a palavra de Deus.

Muitos argumentam que o dinheiro de ofertas deveria ser dado somente ao pobre, e não a obra
de Deus, esquecendo-se inclusive que a igreja tem seus gastos com água, eletricidade e até
mesmo o sustento do pastor. Na própria lei de Moisés, vemos que uma parte do dizimo, era
destinada aos sacerdotes levitas, que cuidavam da manutenção do templo e do sacerdócio do
Senhor.

Este argumento é até compreensível nos dias de hoje, mas um pouco exagerado, pois ainda
existem homens de Deus que levam sua palavra com sinceridade, e muitas vezes são os que
menos ganham. É preciso discernir entre o pastor e o lobo devorador. E esse argumento lembra o
de Judas Iscariotes:

"Então Maria, tomando um arrátel de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de
Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento.
Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: Por
que não se vendeu este ungüento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? Ora, ele disse
isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o
que ali se lançava. Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; Porque
os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes” Jô 12,3-8

Judas usou o mesmo argumento que se usa hoje em dia, que o óleo era muito caro e teria sido
melhor da o dinheiro aos pobres. Mas note no contexto que ele fez isso por avareza e não por
amor aos pobres mesmo. E isto vemos exatamente igual hoje em dia. Muitos dizem que é melhor
doar o dinheiro aos pobres que ao pastor, e é até aceitável devido aos pastores que temos hoje
em dia,  mas em compensação não doam nada aos pobres. Já notou que alguns que dizem isto
são os que menos praticam caridade?

Porque muitas vezes este argumento não é utilizado por amor aos pobres, mas como no caso de
Judas, é por avareza mesmo. Ao cristão autêntico, resta duas saídas: Ou ele colabora com a igreja
em que congrega, e auxilia por amor e caridade, contribuindo assim inclusive com o sustento do
pastor, ou, ele não colabora e pratica caridade, auxiliando assim diretamente ao pobre e
necessitado. Se o Cristão não faz nem uma coisa e nem outra, mas apenas critica, então ele esta
tendo o mesmo pensamento de Judas Iscariotes, ou seja, ele não esta sendo totalmente
autêntico.

"Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade;


porque Deus ama ao que dá com alegria." (II Coríntios 9 : 7)

A generalização, é um mal desnecessário! Existem cristãos bons e maus e pessoas de todas


religiões boas e más. Muitas vezes, pelos escândalos de uns, tomamos todos por culpados, até os
inocentes. Digo isto porque na prática existem pessoas boas e cheias de fé, mas sem recursos. Eu
que o diga! As vezes é difícil até um texto no blog! Existem pastores que mal tem sequer uma
bíblia para pregar. Outros, tem sempre a versão mais popular e menos fiel a tradução. E depois
nós mesmos os criticamos por pregarem mentiras, textos acrescidos e adulterados. É claro que
também existem muitos pastores milionários e fartos que podem adquirir as melhores versões
bíblicas e estudos, mas infelizmente não o fazem, porque a versão popular é cômoda para eles.

Conheci um pastor pela internet do Ceará, que esta construindo sua igreja com seus próprios
recursos, tijolo por tijolo. As poucas colaborações que tem são de católicos, ironicamente. O
pastor Zapata, do Peru, já é conhecido por muitos também pela sua humildade e sinceridade. E
muitos outros exemplos que poderíamos citar. Mas fica ai mais uma reflexão aos irmãos. Será que
devemos colaborar também com os pregadores ou devemos ter o pensamento de Judas? Fica a
reflexão! Judas tinha o mestre ao seu lado, fazendo curas e milagres e pregando a verdade, e
quando viu uma mulher lhe ungindo com um óleo caro, a primeira sensação que teve foi de
avareza. Será que o mestre não merecia ser ungido por aquele óleo? Será que a mulher fez mal
em ter ofertado aquilo ao mestre?

Como disse, existem casos e casos e cada caso é um caso. Por isso os irmãos devem ter um bom
discernimento. Com a ajuda do espírito!

trindade católica

Arianismo foi uma seita cristã do século IV, considerada Herege, que negava a divindade suprema
de Jesus Cristo. Recebeu o nome de arianismo por ter sido criada pelo religioso egípcio Ário.
Segundo o arianismo, o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade, não tem a mesma essência do
Pai, sendo uma divindade de segunda ordem, já que nascera mortal. Os ensinamentos de Ário
foram condenados no primeiro Concílio de Nicéia, onde se redigiu um credo estabelecendo que o
Filho de Deus foi “concebido e não feito”, consubstancial ao Pai. As lutas internas dividiram os
arianos. Os moderados concordaram com o credo de Nicéia, mas se mantiveram céticos quanto
ao termo “consubstancial”. Os neo-arianos defendiam que o Filho tinha uma essência diferente
da do Pai. No Concílio de Constantinopla, celebrado em 381, a ortodoxia de Nicéia foi reafirmada.
O arianismo teve muita força entre os visigodos espanhóis. O rei Leovigildo mandou executar o
próprio filho, Hermenegildo, por este ter abjurado de sua fé ariana.

O CONCÍLIO DE NICÉIA

O século quarto deu início ao período em que a Igreja começou a delinear a manifestação de sua
crença, tal como é até os dias de hoje. Este processo se deu através da superação de várias
divergências teológicas. Nos séculos anteriores, Jesus Cristo era o assunto fundamental do
pensamento da Igreja, como deveria ter sido sempre.

Com a ascensão de Constantino, que decidiu se “apropriar” do cristianismo, sustentando seus


templos e seus bispos financeiramente, em troca de interferir nas decisões da recém criada Igreja
Católica, o palco estava pronto para uma série de conflitos teológicos que duraria do quarto até o
oitavo século.
A primeira destas grandes controvérsias se deu em torno da doutrina da Trindade. As discussões
concernentes à natureza de Cristo tomavam corpo nas Igrejas do mundo todo, particularmente
nas do oriente, que influenciadas pela cultura grega possuíam um interesse profundo pelas
questões doutrinárias.

Ainda no princípio deste século quarto, o Presbítero Ário de Alexandria criou uma teoria segundo
a qual Jesus Cristo não era nem homem nem Deus, mas um ser intermediário que era superior
aos homens e inferior ao Deus Pai. Desta forma, Cristo não poderia ser eterno, já que tendo sido
gerado pelo Pai em uma época determinada havia existido um tempo em que Jesus não
existia. Ao mesmo tempo afirmava que Deus seria um grande e eterno mistério, oculto em si
mesmo, e que nenhuma criatura conseguiria revelá-lo, visto que Ele não pode revelar a si mesmo.
Com esta linha de pensamento, o historiador H. M. Gwatkin afirmou em seu livro The Arian
Controversy (A Disputa Ariana): “O Deus de Ário é um Deus desconhecido, cujo ser se acha oculto
em eterno mistério.

A interpretação dos arianos para o termo primogênito nos versículos defende que este termo
tinha o mesmo significado de quando trata dos primogênitos humanos. Desta forma, acreditavam
que Jesus “nasceu” ou foi “criado” como o primeiro ato de Criação. Isto pelo fato de primogênito
significar Primeiro a ser gerado e Deus não pode ser gerado, sendo que é Eterno.

Para resolver a controvérsia entre Alexandre e Ário, Constantino, então auto-proclamado


“patrono da igreja” convocou este que foi o primeiro Concílio Geral da Igreja, realizado na cidade
de Nicéia na Ásia Menor e que reuniu 318 bispos por um período de três meses, no ano de 325.

Este concílio teve claras duas posições diametralmente opostas: Segundo Ário, presbítero de
Alexandria, somente Deus Pai seria eterno não gerado. O Logos, o Cristo preexistente, seria mera
criatura. Criado a partir do nada, nem sempre existiria. O Cristo existiria num tempo anterior à
nossa existência temporal, mas não era eterno. Em oposição a Ário se colocaram Alexandre e
Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu em Jesus.
Segundo sua brilhante defesa da trindade:

“Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria
com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do
Filho.”

Atanásio acabou por conseguir uma grande vitória neste concílio que terminou por declarar a
divindade de Cristo, que, conforme concluiu o Concílio, “era da mesma substância do Pai”.

nota pessoal: Interessante que a divindade de Cristo foi decidida por homens.

A guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada. Constantino


percebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão doutrinal. Constantino
começou a pressionar a Igreja para que as partes chegassem a um acordo antes que a
unidade de seu império ficasse ameaçada. Finalmente, o imperador convocou um concílio
em Nicéia, em 325 AD, para resolver a disputa.

Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do
império. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino, tornando a
votação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e ameaçou o concílio para
garantir que votariam no que ele acreditava, não em algum consenso a que os bispos chegassem.

Uma característica marcante deste concílio foi a de que a maioria de seus bispos eram pastores, e
não teólogos. Esta característica acabou por ajudar na defesa de Atanásio, que apelou para a fé
dos bispos ali reunidos, fé esta que era resultado de sua experiência cristã.

A maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de Atanásio.
Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi condenado e exilado.
Vários bispos foram embora antes da votação para evitar a controvérsia. Jesus Cristo foi
aprovado como sendo “uma única substância” com Deus Pai. É significativo que até hoje
as igrejas ortodoxas do leste e do oeste discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda
consequência de as igrejas do oeste não terem tido nenhuma influência na “votação”.

Dois dos bispos que votaram a favor de Arius também foram exilados e os escritos de Arius
foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com
documentos arianistas estaria sujeito pena de morte.

Ao final do concílio, a cristologia equivocada de Ário foi rejeitada em Nicéia. O seguinte credo da
Igreja surgiu deste concílio:

“um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da essência do Pai, Deus de
Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, consubstancial com o
Pai, por quem todas as coisas foram feitas no céu e na terra; o qual, por nós homens e pela nossa
salvação desceu do céu e encarnou e foi feito homem, todos os que dizem que houve um tempo
que ele não existiu, ou que não existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma
outra substância ou coisa, ou que o Filho de Deus é criado ou mutável, ou alterável, são
condenados pela Igreja”.

Surgiu então assim a doutrina da trindade.Robert Ingersoll fez os seguintes comentários em


“Ingersoll’s Works”, vol. 4, p. 266-67:

“Cristo, de acordo com a doutrina, é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com o Pai
sendo a primeira e o Espírito Santo a terceira. Cada uma dessas pessoas é Deus. Cristo é
seu próprio pai e seu próprio filho. O Espírito Santo não é nem pai nem filho, mas ambos.

O filho foi gerado pelo pai, mas já existia antes de ser gerado, exatamente o mesmo antes e
depois. Cristo é tão velho quanto seu pai e o pai é tão jovem quanto seu filho.
O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, mas já era igual a eles antes de proceder, ou
seja, antes de existir, mas
mesmo assim ele tem a mesma idade que os outros dois.

Deste modo, se afirma que o Pai é Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus e
que esses três deuses fazem um só deus. De acordo com a tabela de multiplicação
celestial, um é três e três vezes um é um, e de acordo com a regra de subtração do céu, se
diminuirmos dois de três, sobram três. A regra da adição também é estranha: se somamos
dois a um temos apenas um. Cada um é igual a si mesmo e aos outros dois. Nunca houve
nem nunca haverá algo mais completamente  absurdo que o dogma da Santíssima
Trindade”.

Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu
poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte
generalizadas. Em 381 AD, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em
Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar. 150 bispos
compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo
como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também
para o Estado.
Os bispos dissidentes foram expulsos da Igreja e excomungados.

O CREDO DE ATANÁSIO COMPLETA A DIVINDADE TRINA

O Credo (trinitário) de Atanásio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no século V. Não foi
escrito por Atanásio mas recebeu seu nome. Este é um trecho:

“Adoramos um só Deus em Trindade… O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus; e
contudo eles não são três deuses, mas um só Deus”

Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha
levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade “pegasse”. A política do
governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial
da Igreja.Como vocês viram, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um
imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

Os defensores da Santíssima Trindade citam:

“Para que sejam um, como nós somos um” — João 17:22

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” — João 1:1 O
verbo, "Palavra" era deus (Elohim) divino, e não "Deus era o verbo"

“Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti”  — João 17:21  Em joão aparece esta mesma
expressão e estar um no outro não significa  ser o mesmo:

"Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós."  (João 14 :
20)
“Eu e o Pai somos um”  — João 10:30  Outra expressão que aparece no mesmo evangelho
não significando ser o mesmo: 

"E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um."
(João 17 : 22)
“Quem me vê, vê o Pai” — João 14:9 Outra expressão comum

“Crede-me: eu estou no Pai e o Pai em mim” — João 14:11 O mesmo caso de João 17,21. A
mesma expressão de João 14,20

A Bíblia tem muito mais versículos negando a Trindade que a confirmando:

“Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão só Deus” — Lucas 18:19
“Porque meu Pai é maior do que eu”  — João 14:28
“Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou”  — João 7:16
“Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas
como tu queres”  — Mateus 26:39
“Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”  — Mateus 27:46
“Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, somente o
Pai” — Marcos 13:32
“Que, tendo subido aos céus, está direita de Deus” — Pedro 3:22

Os cristãos apelam para as coisas mais estranhas para provar o dogma da


SantíssimaTrindade, inclusive declarar que ele é um “mistério” e que “nós somos muito
limitados para entender”. A Bíblia é a palavra perfeita e infalível de Deus? A doutrina da
Santíssima Trindade que os cristãos criaram e as contradições em que ela implica gritam
que “Não”! Mas então como foi que o dogma veio a existir?
As origens da doutrina da Santíssima Trindade são chocantes. Houve muita fraude e
derramamento de sangue. Muitas vidas foram perdidas antes que o Trinitarianismo fosse
enfim adotado.

Por que surgiu esse clamor para elevar Jesus e o Espírito Santo a posições iguais do deus
judeu/cristão? Simplesmente porque o mundo pagão estava habituado a ter “três deuses”
ou “trindades” como divindades. A trindade satisfazia maioria de cristãos que tinha vindo
de culturas pagãs. O cristianismo não se livrou das trindades pagãs, ele as adotou assim
como adotou tantas outras tradições pagãs.

O hinduísmo abraçou a divindade trina de Brahma, deus da criação; Vishnu, deus da


manutenção, e Shiva, deus da destruição. Uma das muitas trindades do Egito era Hórus,
Ísis e Osíris.
Os fundadores da primitiva igreja cristã não tinham idéia de que o conceito de Trindade iria
surgir, ser votado por políticos, imposto por imperadores e um dia se tornaria parte integral
do cristianismo moderno. Não é nenhuma surpresa que tal conceito seja “difícil” de
explicar.

Há um deus cristão ou três em um? A maioria das igrejas cristãs apóia a doutrina da
Trindade mas ainda há algumas que rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a liberdade
de acreditar em uma possibibilidade ou outra, mas corremos o risco de sermos
ridicularizados se negarmos a crença na Trindade.Como num supermercado, você escolhe
a sua religião.

A 1º vez que aparece Trindade. Foi na construção da Torre de Babel.


O rei Ninrode = Rebelião. Adorava o sol. Quando ele morreu sua esposa Semiramis gerou
Tamuz. Ela disse que seu marido foi para o sol e ficou grávida pelos raios do sol. A partir
daí são chamados de 3 deuses. 

E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar Gênesis 10:10
Gênesis 11/1-9 - Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR
a língua de toda a terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a face de toda a terra. Gênesis
11:9.

Foram dispersos e levaram suas crenças da trindade.


Babilônia Ninrode (pai) Tamuz (filho) Semiramis (esposa)

Semiramis, Tamuz e Ninrod

Egito Osíris Horus Isis 


Osiris, Horus e Isis

Grécia Zeus Apollo Atena e Roma Jupiter Marte Venus 

trindade grega

Índia Brahama Vishnu Shiva 


Brahma, Vishnu e Shiva

E no cristianismo: Pai, filho e espirito santo

Pai, filho e espirito santo

É, a trindade é um conceito presente e marcante no cristianismo modermo, mesmo não


existindo na bíblia e tendo sido criada a partir de fraudes, mortes e paganismo. "Ouve é
Israel, o senhor vosso Deus é UM"

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