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Aluna: Vitória Karoline Borges Araújo

5º período noturno- Psicologia Escolar para propostas de intervenção


Professor: Dr. Celso Gonçalves

DIVERSIDADE DE GÊNERO E ESCOLA PARA TODOS

Esta presente dissertação, tem como objetivo apresentar as análises feitas à


despeito de pesquisas e estudos feitos a partir do tema ‘’Movimento à favor da diversidade
de gênero e escola para todos”. Visando apresentar a percepção dos educadores perante a
abordagem do tema e a inclusão nas escolas, e em como as instituições educacionais lidam
com o debate deste tema, em face de alguns levantamentos de leis, movimentos e
constituições de ideias do que pode vir a ser as pluralidades entre gênero e sexualidade, e
as diversidades humanas. E, no consiste o objetivo de debates como estes nas instituições
educacionais, promovendo uma construção de uma sociedade mais justa, igualitária e
ética.
As questões envolventes sobre os conceitos relacionados, à gênero, identidade de
gênero, sexualidade e orientação sexual, requerem uma adoção de políticas públicas
educacionais, afim de legitimar as diferenças a uma percepção cada vez mais precisa
sobre o papel estratégico da educação para a diversidade. Sendo um fator essencial para
garantir inclusão, e promover uma igualdade de oportunidades e enfrentando todo tipo de
preconceito, discriminação e violência, especialmente no que se refere a questões de
gênero e sexualidade. Diante do trabalho desenvolvido ao longo do bimestre, foram feitos
pesquisas através de artigos, e entrevistas com educadoras de faixa etária de 21 à 50 anos,
educadoras nas redes de ensino público e privado com o publico alvo entre o berçário ao
ensino médio.
A experiência escolar é fundamental para que tais conceitos se articulem, ao longo de
processos em que noções de corpo, gênero e sexualidade, entre outras, são
socialmente construídas e introjetadas. Tal experiência, segundo nossas
fundamentações teóricas, pode apresentar repercussões na formação da identidade de
cada indivíduo, e é indispensável para proporcionar instrumentos para o
reconhecimento do outro e a legitimidade da identidade de ambos. A escola e, em
particular, a sala de aula, é um lugar privilegiado para se promover a cultura de
reconhecimento da pluralidade das identidades e dos comportamentos relativos a
diferenças. Por isso a importância de se discutir a educação escolar a partir de uma
perspectiva crítica e problematizadora, questionar relações de poder, hierarquias
sociais opressivas e os processos de exclusão. Contudo, as educadoras entrevistadas,
concordam que o tema da diversidade de gênero no âmbito escolar e social, influencia
as pessoas a serem mais respeitosas, e ajudam a se encontrarem como pessoa, as
profissionais acham ainda que para promover um ambiente apto á inclusão, é
fundamental a empatia, buscando sempre atividades que todos possam participar.
Porém, nenhuma das entrevistadas conseguiram de fato atingir o objetivo da
fundamentação teórica sobre a problematização e discussão, e quais métodos ou
materiais utilizam para o debate e desenvolvimento sobre os conceitos do mesmo, se
já tiveram ou não que lidar com alguma situação de adversidades frente ao que se
espera que seja introduzido dentro do sistema educacional, referente às discussões das
diversidades de gênero e sexualidade ou a inclusão do que seria uma escola para todos.
Houve profissionais, que desconheciam alguns termos e movimentos citados nas
entrevistas, e quando citavam que era de conhecimento, eram informações deturpadas
pelas mídias sociais e/ ou notícias compartilhadas via redes sociais.

Portanto, concluo que embora existam políticas governamentais nas áreas de saúde e
educação voltadas ao tema, faz-se necessária a ampliação daquelas destinadas a
preparar a escola e seus educadores para lidarem com questões complexas como
pobreza, discriminação de gênero e a sexualidade, e a inclusão socio educacional e
cultural dessas pessoas. Atualmente, mais do que nunca, são múltiplas as formas de
identificação, identidade e pertencimento, as possibilidades de viver dos gêneros e as
sexualidades modificaram-se, e o único modo de se lidar com as diversidades é com
respeito e empatia. O ambiente escolar deve ser um lugar que causa compreensão dos
alunos sendo necessário o debate da diversidade de gênero, a escola é um local de
desenvolvimento humano, e deve lutar por um ambiente que respeita, acolhe e ampara
a diversidade. Como um espaço social, a escola é uma importante esfera de formação
dos sujeitos, e tem um papel primordial a cumprir, que vai além da mera transmissão
de conteúdos. Cabe a ela ampliar o conhecimento de seu corpo discente, bem como
(professoras/es, funcionários/as, famílias, etc.). Para que a escola cumpra o seu papel
é preciso que esteja atenta às situações do cotidiano, ouvindo as demandas dos alunos
e alunas, observando e acolhendo seus desejos, inquietações e frustrações. O que, ao
ser realizada as entrevistas com as profissionais de educação, eu senti falta dessa
interação delas em relação aos alunos, aos responsáveis, a comunidade, e a disposição
das instituições em fazer tais abordagens, debates, discussões ou implementações a
despeito da diversidade de gênero, sexualidade ou inclusão, consequentemente, me
passou a impressão de que elas meramente estavam fazendo só o que a instituição
demandava, ou meramente fazem o cumprimento do planejamento de aula/ escolar,
deixando o estudo sobre o tema como algo irrelevante a ser debatido, ou, dando
continuidade à um modelo educacional elitista, mecanizado e sabatinado, fazendo
com que as minorias, que na realidade são a maioria, fique sempre em segundo plano
ou não ganhe evidência.
Vivemos, na contemporaneidade, um tempo de rápidas transformações de toda a
ordem. A escola não pode se opor da responsabilidade que lhe cabe de discutir
determinados temas, a questão da diversidade sexual e de gênero tem sido veiculada
constantemente. Nesse sentido, não há como a escola não debater um tema que tem
sido trazido pelos próprios alunos. Porém, ao considerar que no espaço escolar não se
aprende e compartilha apenas conteúdos e saberes escolares, sendo, também, um lugar
de construção de valores, crenças, hábitos e preconceitos, sua influência pode ser tanto
negativa como positiva.
Compreendo que, a partir do levantamento dos estudos deste trabalho, tanto a
sexualidade como as relações de gênero são construídos socialmente e, portanto,
merecem ser problematizados e questionados. O contexto escolar, enquanto
instituição social, historicamente fez com que as identidades fossem marcadas como
mais ou menos importantes, assim, os sujeitos foram sendo marcados pela diferença,
contribuindo para a desigualdade social e cultural, e pelo enraizamento do
preconceito. Então, a escola foi perpetuando as diferenças e legitimando as
desigualdades de forma que estabelecesse um nível hierárquico entre os sujeitos. No
que se refere à sexualidade e às relações de gênero, a exclusão também foi marcante,
na medida em que a regra era a heterossexualidade e o lugar de homem e o lugar de
mulher foram delimitados, e tidos como a única e imprescindível forma de ser, existir
ou se comportar. Assim como a evolução das espécies, tecnologia, sexualidade, dentre
outras formas de ser e existir, a educação e a informação também está em constante
crescimento e transformação, acredito que, ainda surgirão novas nomenclaturas e
muitos novos temas a serem debatidos e descobertos com a nova geração. Este
trabalho contribuiu muito para acessar fontes de informações e pesquisas que eu nem
imaginava ser possível existir, fiz descobertas que ao longo do meu processo de
formação educacional nunca tive acesso, e se tive, foi breve e não aprofundado, assim
como acredito ter sido o processo de formação das educadoras entrevistadas, e
acredito ser o processo que elas ainda devem se prestar a fazer. Concluo enfim, que
é importante que a educação, professores, instituições e a comunidade (pais ou
responsáveis), promovam cada vez mais debates e diálogos do tema objetivando que
alunos e alunas reflitam sobre seus sentimentos e emoções diante de conflitos
interpessoais, desconstruindo preconceito de gênero , contribuindo cada vez mais para
a construção de novos modelos de relação entre todos, formando uma sociedade justa
e igualitária.

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