Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Portanto, concluo que embora existam políticas governamentais nas áreas de saúde e
educação voltadas ao tema, faz-se necessária a ampliação daquelas destinadas a
preparar a escola e seus educadores para lidarem com questões complexas como
pobreza, discriminação de gênero e a sexualidade, e a inclusão socio educacional e
cultural dessas pessoas. Atualmente, mais do que nunca, são múltiplas as formas de
identificação, identidade e pertencimento, as possibilidades de viver dos gêneros e as
sexualidades modificaram-se, e o único modo de se lidar com as diversidades é com
respeito e empatia. O ambiente escolar deve ser um lugar que causa compreensão dos
alunos sendo necessário o debate da diversidade de gênero, a escola é um local de
desenvolvimento humano, e deve lutar por um ambiente que respeita, acolhe e ampara
a diversidade. Como um espaço social, a escola é uma importante esfera de formação
dos sujeitos, e tem um papel primordial a cumprir, que vai além da mera transmissão
de conteúdos. Cabe a ela ampliar o conhecimento de seu corpo discente, bem como
(professoras/es, funcionários/as, famílias, etc.). Para que a escola cumpra o seu papel
é preciso que esteja atenta às situações do cotidiano, ouvindo as demandas dos alunos
e alunas, observando e acolhendo seus desejos, inquietações e frustrações. O que, ao
ser realizada as entrevistas com as profissionais de educação, eu senti falta dessa
interação delas em relação aos alunos, aos responsáveis, a comunidade, e a disposição
das instituições em fazer tais abordagens, debates, discussões ou implementações a
despeito da diversidade de gênero, sexualidade ou inclusão, consequentemente, me
passou a impressão de que elas meramente estavam fazendo só o que a instituição
demandava, ou meramente fazem o cumprimento do planejamento de aula/ escolar,
deixando o estudo sobre o tema como algo irrelevante a ser debatido, ou, dando
continuidade à um modelo educacional elitista, mecanizado e sabatinado, fazendo
com que as minorias, que na realidade são a maioria, fique sempre em segundo plano
ou não ganhe evidência.
Vivemos, na contemporaneidade, um tempo de rápidas transformações de toda a
ordem. A escola não pode se opor da responsabilidade que lhe cabe de discutir
determinados temas, a questão da diversidade sexual e de gênero tem sido veiculada
constantemente. Nesse sentido, não há como a escola não debater um tema que tem
sido trazido pelos próprios alunos. Porém, ao considerar que no espaço escolar não se
aprende e compartilha apenas conteúdos e saberes escolares, sendo, também, um lugar
de construção de valores, crenças, hábitos e preconceitos, sua influência pode ser tanto
negativa como positiva.
Compreendo que, a partir do levantamento dos estudos deste trabalho, tanto a
sexualidade como as relações de gênero são construídos socialmente e, portanto,
merecem ser problematizados e questionados. O contexto escolar, enquanto
instituição social, historicamente fez com que as identidades fossem marcadas como
mais ou menos importantes, assim, os sujeitos foram sendo marcados pela diferença,
contribuindo para a desigualdade social e cultural, e pelo enraizamento do
preconceito. Então, a escola foi perpetuando as diferenças e legitimando as
desigualdades de forma que estabelecesse um nível hierárquico entre os sujeitos. No
que se refere à sexualidade e às relações de gênero, a exclusão também foi marcante,
na medida em que a regra era a heterossexualidade e o lugar de homem e o lugar de
mulher foram delimitados, e tidos como a única e imprescindível forma de ser, existir
ou se comportar. Assim como a evolução das espécies, tecnologia, sexualidade, dentre
outras formas de ser e existir, a educação e a informação também está em constante
crescimento e transformação, acredito que, ainda surgirão novas nomenclaturas e
muitos novos temas a serem debatidos e descobertos com a nova geração. Este
trabalho contribuiu muito para acessar fontes de informações e pesquisas que eu nem
imaginava ser possível existir, fiz descobertas que ao longo do meu processo de
formação educacional nunca tive acesso, e se tive, foi breve e não aprofundado, assim
como acredito ter sido o processo de formação das educadoras entrevistadas, e
acredito ser o processo que elas ainda devem se prestar a fazer. Concluo enfim, que
é importante que a educação, professores, instituições e a comunidade (pais ou
responsáveis), promovam cada vez mais debates e diálogos do tema objetivando que
alunos e alunas reflitam sobre seus sentimentos e emoções diante de conflitos
interpessoais, desconstruindo preconceito de gênero , contribuindo cada vez mais para
a construção de novos modelos de relação entre todos, formando uma sociedade justa
e igualitária.