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Julho 2005
Esta tradução é publicada por acordo com a OCDE. Não é uma tradução oficial da OCDE.
A qualidade da tradução e sua coerência com o texto na língua original da obra são da
exclusiva responsabilidade dos autores da tradução. Em caso de qualquer discrepância
entre o trabalho original em inglês e tradução ao português, somente será considerado
válido o texto do trabalho original: www.oecd.org/finance/financial-
education/35108560.pdf
RECOMENDAÇÃO SOBRE OS PRINCÍPIOS E AS BOAS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO E
CONSCIENTIZAÇÃO FINANCEIRA
O CONSELHO,
Considerando que a educação financeira sempre foi importante para ajudar consumidores a orçar e
administrar suas receitas, poupar e investir de forma eficiente, e evitar tornarem-se vítimas de fraude;
Considerando que à medida que o mercado financeiro fica cada vez mais sofisticado e as famílias
assumem mais responsabilidades e risco por decisões financeiras, especialmente na área de previdência, é
preciso haver indivíduos financeiramente educados para assegurar níveis suficientes de proteção do
investidor e do consumidor, bem como o bom funcionamento não só do mercado financeiro, mas também
da economia.
Considerando que as enquetes de alfabetização financeira feitas nos últimos anos nos países da
OCDE mostram que os consumidores possuem baixos níveis de alfabetização financeira e carecem de
conscientização sobre a necessidade de serem financeiramente educados;
Considerando que governos e instituições públicas e privadas pertinentes (em nível nacional e
subnacional, incluindo organismos de regulação e supervisão) de países membros e não membros da
OCDE podem se beneficiar da orientação internacional sobre princípios e boas práticas de educação e
conscientização financeira;
Considerando que sua implementação deverá observar vários fatores econômicos, sociais,
demográficos e culturais e, portanto, poderá variar de um país a outro e que também há diversos métodos
para desenvolver com sucesso a educação financeira para um público alvo específico;
CONVIDA os países membros, por meio de sua participação no Comitê de Mercados Financeiros,
no Comitê de Seguros e seu Grupo de Trabalho sobre Previdência Privada a identificar boas práticas
adicionais nas áreas de educação financeira, de seguros e previdenciária, respectivamente.
INSTRUI o Comitê de Mercados Financeiros a trocar informações sobre os progressos e as
experiências relativos à aplicação desta Recomendação, a analisar estas informações e a informar ao
Conselho em até três anos após sua adoção e, se for o caso, depois.
ANEXO
I. PRINCÍPIOS
1. A educação financeira pode ser definida como "o processo pelo qual
consumidores/investidores financeiros aprimoram sua compreensão sobre produtos,
conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução e/ou
aconselhamento objetivo, desenvolvem as habilidades e a confiança para se tornarem
mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras, a fazer escolhas informadas, a
saber onde buscar ajuda, e a tomar outras medidas efetivas para melhorar seu bem-
estar financeiro". Educação financeira, portanto, vai além do fornecimento de
informações e aconselhamento financeiro, o que deve ser regulado, como geralmente
já é o caso, especialmente para a proteção de clientes financeiros (por exemplo,
consumidores em relações contratuais).
9. A educação financeira deve começar na escola. As pessoas devem ser educadas sobre
questões financeiras o mais cedo possível em suas vidas.
12. Devem ser promovidos websites específicos para oferecer informação financeira
relevante e acessível para o público. Serviços de informação gratuitos devem ser
desenvolvidos. Devem ser promovidos sistemas de alerta por organizações
profissionais, de consumidores ou outras em questões de alto risco que podem ser
prejudiciais para os interesses do consumidor financeiro (incluindo fraude).
17. A educação financeira fornecida por instituições financeiras deve ser avaliada
regularmente para garantir que atenda às necessidades do consumidor. Isso pode ser
alcançado por meio de parcerias com entidades independentes de assessoria
financeira, sem fins lucrativos, que possam ter melhor conexão com o consumidor,
particularmente aquelas que enfrentam desvantagens para participar dos mercados
financeiros.
20. No que diz respeito planos de previdência corporativos (para os quais devem ser
fornecidas informações e educação de forma consistente referente aos planos), deve
ser promovida a educação financeira e a conscientização dos empregados e
ferramentas de política correspondentes, tanto para as contribuições definidas como
para os planos de benefícios dos planos.
21. Devem ser promovidos programas de educação financeira que ajudem o consumidor
financeiro a encontrar informações e entender os prós e contras, bem como os riscos
dos diferentes tipos de produtos e serviços financeiros. Deve ser promovida a pesquisa
em economia comportamental.
24. A fim de alcançar uma maior cobertura e exposição, deve-se promover o uso de todos
os meios de divulgação de mensagens de educação.
26. Para os programas que demandam o uso de salas de aula, deve-se promover
treinamento e capacitação dos educadores. A esse respeito, deve-se estimular o
desenvolvimento de programas para "educar os educadores" e o fornecimento de
materiais e ferramentas de informações específicas para esses educadores.