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—TECNOPOLTICAS ~ DAVIGILANCIA ey : eerie: DA MARGEM BIG OTHER: CAPITALISM DE VIGILANCIA E PERSPEGTIVAS PARA UMA CIVILIZAGAO DE INFORMACAO* Shoshana Zuboff Introdugio ‘Um recente estudo sobre dara produsido pela Casa Branca concluit que “e trajexéria reenalégica & bastante clase mais © mais dados sero pro- duvidos sobre individuos; a manutengao desses dados, porém, fread ob 0 controle deouteos”, Essa afirmagio os remere ama entrevista com Schmid, presidente da Googl, en ger que sua empoesa retina str de pesquises indus em 1009, quando ficou claro para o piblico seus servidores e que estes eram compantilhados com agencias de governo e institugdes pblicas de seguranga: “Se exstealgo que vocé prefee que outras pessoas no saibam, talvezyoo# nfo devesse era farendo isso em primero Tugar, mas, se oot tealmente necessira dese tipo deprivacdade,a realidad é que o Google e outros mecsnsmos de busca retim esis informagées por tum certaperiodo... E possivel que essa informagio sje disponibilizada pars idades", © que esis das afiemagées compactitham € acibuigso ide agdncia A "tecnologia". © dig data & projetado como a consequé 7 Tialogio de Anvonio Hlolumickes Oswaldo Cre Bruno Crsdoso, aces da pub- aso tigine "Bl Ober: survellane enpialism and he prospec of an for icon? fun of boforation Tally . 30,2015. p. 75-89. (6 E.) uses Big dae: seeing opportuni, peerage (prt forthe pre p-9 (Washlagion, D.C, Executive Office of the President, 2014: dlspo vel enn chapiorwwitehouse govlsites/defaule/es/docs! big. dn. privacy— teport_snay. 2014 p3B, aeso em 22 jun. 2018, 2 J, Newman, “Googe Schmidt costed for privacy comments", CW, 11 dx eponict on chepsdFwnrepewor-comarikl184446/gpoges chm. Toasted. for. privacy. comment ble, acess em 21 nox, 2014, 18 + Tecnopotieas da viglincta inevicéeel de um rolo compressor tecnolégico que possul uma vida pripria totalmente exterior 20 social. Nés somos apenas espsctadores ‘A maioria das artigos sobre bg daza comega por uma tentativa de definit a pripria expressio, 0 que indica que fa nfo chegamos a uma definigio ‘raodvel para cla. Defendo que isso ocorte porque continuamos a ver 0 big data coma um objeto, um efeito ou uma capacidade tecnelégica. A Inadequagio dessa percepeo nas forca.a retornarsemp Nese artigo, adoto uma abordagem diferente, aa qual o big data nio.é wna 20 mesmo ponte, tecnologia ou um efeiro recnoldgicoinevitével, Tampouco & um processo autbnomo, como Brie Schmide ¢ ouues querem que acreditemos. O big ali que devemos encontrila extud-to, Explorareiencio a proposta de que. big.date acim de tudo, 0 compo- fuente fundamental de ama nova ligica d ddaia ter erigem no torial, ¢ mulagio, profiundarmente importantes consequéncias, que chamo de capitalisme de vigilanea, Bssa nova forma de capitalisme de informagio procura prever modifiear o comportamento humano camo meto de produaie zeecitas € controle de mercado, © capitalisme de vigilinc 3c formou gradualmente darancea ihima década, incorporando novas polticase relies seciais que xinda nfo haviam sido bem delineadas ou teoriads. Mesme que. bie data psa ser configiada para outos usos, estes no apagam suas origens , see em 36 ful. 2018, 4d, boyd K. Cravfont, “Shc provocations for big dats paper apresentade es ‘ADecudein inernet Time: Symposium on the Dynamis ofthe Interest Ste, (Onford IncernesInsicute 21 ser. 2011; disponied eins , acceso em 16 jul. 2618; Alnoor Biman Big Other = 19 data ~ heterogéneo, nfo esteuturado, teansemniético, descontextualizado, agnéstico ~e para tluminar as descontinsidacles epistemologicas que essar informagées implicam para os métodos e mentalidades das convenes fotmais, dedutivas, inerospecrivas e postivistas das estraégias comporativas Ao desvelarem essa caixa-preta para o mundo, Canstantiow ¢ Kallinikos insistem nos mistétios que permanecem sem solugio, advertinde que o big dasa snuncia a “teansformagio da sociedade ¢ da economia contempord- ito mais abrangente que faz dos dados que sio seco & vida institucio- seas fo} uma mudange ms prodkris na cotidianidade tm componen nal organizacional [J ¢ também um alve proviral comercializago [..]”. Bssas mudaagar se relacionam a das divides socials einsttucfonais de longa dats [..] da préprianatuseza das fianaseonguntzagées ede suas tlagbes com individuos enqianto usuicios, clientes cidadios. Esses desafios também “remodelam a administragéo {onanagement {0} coro unt campo e pritea soca! em um novo contesto, cajos contornos ainda perasanecem obscuros[..) Minha intengio nestearcgo écontibeireom ama nova discuss sobre «ssesteri6rfosalnda nfo ceoriados, ns quals.as ef&meras misturas do big date de Constantiou e Kallniki estéo incorporedas: « tansformagio da 90; ofascameno das divsbes io para estratgjas de ‘embaralhamenco cotidianidade em estratépia de comerck a natureza da empresa ¢ sua relagio com as populaeses. Comega com uma breve revisto de alguns concsitos fundamentals como base pata os argu Imentos que vou apresencac, Passarel posteriormente aim exame detalhado de dois artigos do economista-chefe da Google, Hal Varlan, que divulgam a lgica © as implicagbes do capitalism de vigiléncia, bem como o papel Fundamental do big dara nesse novo regime, ‘A mediago por computador encontra a légica da acumulagto Hicerea de35 anos, desenvolvia nogio de ‘mediagte porcomputadoe” em tun artigo intiulado "Psychological and onganizational implications of com- lated work’, Tanto nese artigo quanto em escrito subsequent, puter Laie Wiest, “Digan, ig da! ant the anon a conan hes Rach 420 9 AOD Mycologia und ovation nptetore of computer medted work MIT Working Paper nace, Cet fr Inorean Sptere venting 20 + Tecnopoliten a vigltncia dlstingui trabalho “medliado pelo computador" da mecaniacto eauromag do trabalho tipicas das geragBes anteriores, projtadas para simplificar ou até mesmo substituiro trabalho humanof, Observe que tecnologia de informa- ‘fo 6 caracterizada por uma dualidade fundamental que ainda no havia sido Compleramence apreciads. Eh podia ser aplicada para auromatizar operagbes de acordo com ui igi que pouco diferia daquela presete em séculosan- ceriores:substicur o corpo humane por nvquinas que possibiltssem maior controle ¢ continuidade. Porém, na tecnologia de informagéo, a auromagio ger simultaneamente informagio que proporciona um nivel reais peofundo de transparncia atvidades que parcciam parca] ou totalmente opacas. A rutomagao no somente impe inforracio (ob a forma de inseuges progra- ‘madas) mas também prodkiznformasto. A agio de uma méquina éotalmence exida em seu objeto, mas a teenologia dé informagSo celle tanto era suas akividades quanco no sistema de avidadles a qual est celacionada, Iso produ aco ligada a uma vor televa, pois a mediagio pelo computador representa simbolicamente eventos, objetos « procesos, que se tornam vsiels, pasiveis de serem conhecidose compazilhados de uma nora maneia, Para simpli essa dining maven a diferenga entre “incligent” "simples" Para descrever essa capacidade peculiar, tii o termo “informa “Apenas a tecnologia de informagéo possui a cupacidade de automacizar & de informatizar, Como ama eonsequéncia do proceso de infarmatizugi, ‘trabalho mediado pelo computador amplia a codificagio orgunizacional, resultando em uma abrangence textualizagio do ambience de trabalho — ‘Resch, 198 I} para um hintrien dase conc « deseu significado ver. Zao, “Gompuier-mediaed wor’, em V. Smith (ed), Sociology af works an engelopeia (Thousand Oaks, Sige, 2013); dizponiel er: , gown em 17 Jul. 2078 Big Other + 23 (© mesmo poderia ser dito em reagfo a bancns, hospitals, empresas de telecomunieagBes € mula outtas. © sucesso do capitalise zo longo do tempo dependn da emergéndia de novas formas de mercado que expressassem novas ligias de acum mais bem-sucedidas na area de satsfizer as necessidades sempre em evo Iugfo das populagGese sua expressio na narurezacambianee da demand’. ‘Como Pikerey arma em O capital na sdeulo XXL "Ni existe uma variance Sinica do capitalism ou da organizagio da produgio [... Isto sem divide continuaré valendo para o futuro, pois novas formas de orgavizagio © de propriedade ainda estfo para ser inveniadss™. O fildsofo e jurist Manga bbeira Unger também esereveu sobre esse asst: ‘Oconceito de uma ccosomts de mercado dindeterninado insisctoalien- te [ul €capaz deser realtado em diferentes direczs lyase instiuck cada uma oan consequénelas dramsea pare rodos osaspecrosda ves soca Fneuindo a estratura de clases dasoeiedadeea distribu derique ep cde, Quas de suas ealizagerinetuctonssprevlecern rem imensa import yacesso en: 22 no 2014; 5, Kavsch, "Google plan to takeover the wor! Bude nde, 18 walo 2013; dspontvel ents hep rowbustnescnsidercomgnogles-pln-ta-ake 013-52, sesso ets 22 nox. 2014: BBC News, "Wearables tracked with i", BBC Nena, ego. 2014; clsponivel ee chapel mwsebbecorninewsd 928602997, e922 nor, 2014; Brewster, "Taf lighes, ges 2a how theyve al yo ie foe, Te Reiter, 23 jn. 2014 gpa ers hep vwovnetheregistrcosl/201/06/23/hold_incerthread>, acsso em: 22 now 2014 E. Dwvaskn, "Whar secets your phone ie sharing about you", Wl Sire owral 14 jn 2014; csponvel ems , aco em 22 nov 2014: B.A, Pinel "ls Google building SKYNET? Ad kingpin buys Al fica DeepMind, Te Reiter 27 jan. 2014 caper ave ems , accsn can 16 now. 2018; R. Winkler D. Wlsbayashi, “Google co buy nee labs for $3.2 billion ~ updte”, Evrsmesor, 14 jan. 2014 disponivel em: , seco em 21 no 204 D, Siete, “Google conceles that drive-by prying volte privacy" The Mew Yérk Times 12 mar. 20195 dspontvel ene ,acesn em (6 al 2018, % Acdecisto da Cone Europea de2014 em vor dodircico dese esquecida epresea- feoaprincn ex quea Googe ft fig madi subaanmetesus pins fm Fangio de demandas egulatdrar =o peimelto capitulo do que seguranente & ‘ama hiss em desenvolvimento, > §.Vaidhyanat Pres, 2021), Epic, Gogl cla and privacy (Wéshington, D.C, Electroni Privaey Information Contes, 2014) clsponivel em: chupadlepicorg/primcy/googlelglaal>, seese cm 15 now. 2014; Investigations of Gongle Sree Vi. ‘The gonilcion of eorthing (etkeley, Univesity of California Big Othen « 34 79% das pessoas em 26 paises conseratam que o aceso & internet ec um direto humano fundamentaP2. Fora dos hierisquicos espacos de trabalho que operam pela fégica dlo mercado, 0 sceso, 2 indexacio e as buseas na internet signiicararn & possibilidade de lberdade dos indviduos ée pracurar o¢ recursos de que cava para uma vida maisefca, sem osimpedimentas mpostos pelo cumento, pela métiea, pela inseguranga, por requisitos de Fangio « pelo siglo imposto pela empresa esa ligica deneummulagto. Az necesidades individusis de autoexpressfo, vor, influéncta, informagio, aprendizagem, ‘empodertmento € conexdo reuntram em poucos anos uma ampla gama de novas capacidades: pesquisas do Google, risica do iPod, paginas do Bace- book, videos do YouTube, blag, redes, comunidades de amigos, estranhos € colegas, todos ultrapassando as antigas frontefrasinsttucionais ¢ geogrd- ficas em uma espécie de exultagio de caga, coleta ¢ compartithamento de informagdes para todos os propésitos, ou mesmo para nenhum. Isso era ‘meu, © cu posso fezer com isso 0 que ev guiser™! Besas subjetividades de fo encontrarai expresso em uma nova esfera individual autodecerm fem rede caracterizada pelo que Benkler resumiu adequadamente como formas nfo mercantis de “produgo socal” Esasatividades nfo mercantis so uma qu ‘eaorigem do que Constantiou ¢ Kallinikos™ charam de “cotidianidade” 0 big data & constitufdo pela caprara de small daa, das agbes imediados por compatacor de individuos no desentolr da vida pritica, Nada xa Fonte prineipal de big dana € vial ou efémero em excess para essa colheita as “curtias" do Facebook, as buseas no Google, emu, restos, foros, misieas e videos, localizagbes, padrées de comunicagio, redes, compras, movimentos, todos os cliques, palavras com eros ortgeificos, visualizagbes de péiginas muito mais. Esser dados sio adquiridos, omadosabsteates, agregucos, analisados, embalados, 5 BBC, “Uncerer acess iss Fundamental rghe™, BBC News 8 mst. 2010; disponivel eo chucpl/newsbbeco al/2/i/8548 1 90.tm, aeeso ets 16 jul. 2018, Bara uma discussie mais compleasobreess asunto, confer, Zabol). Mex, ‘he support econo: why corporations are fling individuals aad the nest epade of captain (Neve York, Viking) Pengutn, 2692), expecslmente o eapulos 4 6 10. 2 Y.llenkle, The watt of nurs ow seta prdaton manfrme markets and ieom (New Haven, Yale University Press, 2006), % 1.D.Constancon; J Kallinos, “New games, ne rls" aoe -mpolitcas da viglincia vendidos, analisidos matse maise vendidos novamente. Esse luxos de da dos foram roculados pelos tecndlogos de “data exhaust”. Presumidamente, tama vez que as dados sfo redefinidos como residuos, a contestagio de sua extragio ¢ eventual monetiaag A Google tomou-sea maior e mais bem-sucedida empresa de big dara por ter 0 isitado & portanto, possuir 2 maior quantidade de data east. Como rnaitas oucras empresas digits, a Google corte pa sender is ondas de demands reprimida que inundaratn a esfera individual fem rede nos primeicos anos da word wide web, Era um exerplo elaeo , soso em 22 now 2014, Vi MayeeSchinberger K. Culley Bila 113, The value of dat: Google ges it!" Dal EMC InFicw, 10 jun. 2034; n: ehepfinfocus deere com wilam sekmaevlthe-ale-ofedat goope-geeil>, aces emt 17 jul 2018, : | | 34 + Teenopolities dl vigjneia cextragio tem por conotagio “tomar alga” em ver de “entregar” ou de ume reciprocidade de “lar e seceber". Os processos extrativos que tornam o big data possivel normalmente ocortem na auséncia de diflogo ou de conser mento, apesar de indicarem tanto fats quanto subjesividades de vidas individaais, Essa subjerividades percostens cami : 1s ocultos parasgregacio edescontextuatizagio, apesar de serem prodvzidas eoua fatimas en ligadas 2 projeros ¢ contextos individuais diacas, Na verdade, & 0 status de tas dados como sinais de subjetividades que os tornam anais valiosos para os anunciantes, Paraa Google e outros agregadores de big dara, no entanto, os ddados sio apenas bitr. As subjetividades sio convertidas em objetos que reorientam 0 subjetivo para a mercantilizagio. Os sentidos individuats dadosp cadet fs usurfos nfo inceressam a0 Google ou 2s outras empresis nessa ‘Dessa forma, 0s métodos de produgho de big dria a pace de smal dota eas formas pelos quais 0 big dara adquire valor eefletem a indiferenga formal que caractetiza o elacionsmenco da empresa com suas populagdes de “usuétios". As populagdes sio as fortes das quais a extragio de dados procede os alvas ins das agas que es dadosprsiem, Alndifecenga formal éevidente na agrest ‘© modelo do Street View: incursées em cerrieérios legal e socialmente no protegidos até enconirarresisténcia. Suas priticas parecem destinadas a ser indetectiveis ou, pelo menos, obseuras,¢, se no Fosse dencincia de Edward Snowden sobre a National Security Agency (NSA) [Agencia de Seguranga Nacional}, sspectos importantes de suas operagées, especialmente quando se sobrepdem aos interesses de seguranga do Estado, alnda estariam ocultes. ‘A maior parte do que se sabta sobre as priticas da Google surgit a partir dos contitas quc essaspriticas produsiram', Por exemplo, a Google enfrencou ‘psig legal e protest social em selagfo a reclamagGes conta (I) a pita de varedura de e-mails incluindo os de usuirios que nfo so do Grn fos de estudantes que usa seus aplicativos educacionals, (2) a capnura de © H Nisembaur, ‘A concoxual approsch ta pracy online’, Daedalus. 140, a4, 2011, p. 32-48, © J. Angwin, Dasgnet nations a quest for privacy ‘mente silence (Nova York, Ties, 2014). * B, Herold, “Google unde ie for dara-mining student cma mesages~ auction week’, Bastion Week, 26 ma. 2014; disponvel emzchepl worcveck crit, and ferdova in a wd of Big Other « 85 ‘comunicagées de vor, (3) ignorar as configuragées de privacidad, (4) priticas unilacerais de agrupamenco de dados em seus servigas online”, (5) cextensa retengio de dados de pesquiss, (6) rstreamenco das dados dle localzagio dos smariphones e (7) suas tecnologiss portieis e capacidades de reconhecimento facial, Bsses contestiveis movimentos de coleta dle riclen/201403/13/26goog)eh33.hemls, aces ent 17 juls 2018; Q, Plammer "Google email tip-off das pracy concerns’ Tie Tima 5 ago. 2014 depantrel cena: ,aceso em 21 nov. 2014, % Angin, “Google Faces new privacy probes, The Wl Set fonrnch 16 man 20125 disponvel ems , aesso emt 21 na. 2014; J. Owen, “Google in eowre agin ove 'igheo hesbove Betis law’ onalleged sere monitoring”, The dndependew, 8 dex, 2014; spaniel ems chuspslfowwsindepende.coaldnewsluklecimefgoogle- challenghigh-court-decsion-onallegedccremonitorng-991141 Jt, aces em 17 jal 2018, © NIL, Google pinay pola: WP22 propons a complance package (Pars, Comenision [Nationale de Uinformatique et des Liberté, 2014); diaponvel em: ehcp. cn lenglh/noweand-eventalnewsarilegoogle privacy poicyp29-propoct wmpliance-packagel>, acesto em 24 nox. 2014, |. Dayle, “Google ficing legal scton in EVERY EU county over ‘data goldavine colleted abou use”, Daily ‘tail Online, 2 abs.2013: disponve em: , aca em 21 nov. 2014; K. J. O'Brien. Crampton, “EU. prabes Google over dat cetention policy", The New Yrk Times. 36 maio 2007; disponte! em: , acess em 17 jul 2018. J Mik, “Ac ight for answers on police phone leation data tracking" Daly Th, {ago 2011s sponte ems cepnebarhivorg/veb/201 1080700563 hell won dailych conu8ACLUsFighseforeAnswerssonsPaliceePhonesLacaioneDs tar Tiacinglartic22352.hem, aceso em 31 ou. 2018; D Sling, "Google Maps ‘buncking you! How yoursmaphone kos your ewery move”, Expres, 18 go. 2014 spl wontexprest.co. ok lfestleacloncertecknalogy/500811/ Alpen Google Maps % pe, Google las and proacy . ‘racking-yoe-ver-move>, aces em 2] now 2014 36 + Tenopoltes da vigneia «lados enftenram oposigio substancis! na Unido Europeia (UE), bem como nos Estados Unidas, A “extragio” resume a au: a de reciprocdades extruturals entre a cmprest¢ suas populagées. Ese fio soca separa a Google, bem coin outros qu partcfpam desua lgica de acumulago, da narativahistrien das clemocracias de mercado ocidentas, Por exemplo, a empresa do séeulo XX, esnonizada por estudiosos como Berle & Means ¢ Chandler Je, teve sua , scene em21 nov. 2014; H. Manco M. Aha A. Barker, "Google breaeup plan emerges fiom Brussel", Fal The 21 nee 2014; disponivel em: ,aceso em 21 nox, 2014; A. Troma, “Google boss Larry Page: Europe needs co be vor ike Silcon Valley snd suppor echnology” “The Teeph, 3) ont. 2014 disponivel em: , aces em 7 jul. 2018 Considers ees Fatoe em ragio 8 Google e 20 Facebook, as das mas enipress de hiperescia. A Google procensa 4 libs de pesqutsas por dia ‘rom apreentago do engenkieo ds Google, Jeff Dean indlcos que empresa esara plhnjendo a expansio para stagira capacidode de 10 miles de servidoces © um tsubyiedeinformagbes. Ses anige eaio pubicada em 2008 dexcreras novas sess aque petra & Google process 20 petabytes de dados por di (1,000 petnbyter exe), ou crea de 7 exabye por ano; } Dea, MapReduee: sirplifld data processing on lange claer, Conmuntios ofthe ACM, v.51 2008, p 107]. Dean, Challenger bling brgescalefirmatin retvcel spre nivel em: chill wnveindependentco.uklifestyelgedger-and-tech teligence development-is-summoniag- 40 + Tecnopolitics da vigtneta As empresas de hiperescala exploram 0 custo mayginal da economia digital Pars capidamentealeangar uma grande esealn a custosquase malas, Algan esses capacidades materials, Varian observa que a analize desses dados Fequer clentistas de dados que dominem 0 novos métodos assoctadas a anilises preditivas, mineracio de realidad, andlise de padrées de vida e assim por diante, Essesrequisitos materiais e de couhecimento altamente cspecializados separam o significado subjetivo do resultado objetivo, Ao Fri-lo, eles climinam a necessidade ou a possibilidade de um circuito de informagio, ou fediac lop, entre a empresa e suns populagdes. Os dados vinjam através de muita fases de produgio, apenas para retornar sua fonte ‘mt uma segundl ise de extracio em queo objetivo nfo é a idar como , asso cs [8 jul 2018, impostas a todos os comportamentos por meio da alimenrago implacivel cle egisros ubiquos em tempo real, baseados em fatos de todas a8 colste criaturas. Hannah Arendt eratou esses temas décad el enguancolamientava a transferécia da nossa concepsto de “penss- ‘mento” a algo que scriarealiido por um “cérebr” e, portato, posivel de ser transferido para “instumentoseletr6nicns' A hina ep da socked do elo, eee do ged er menbros um mpi indonanee neme #24 ind creo lene mepibed ee kee e Soll nia deca sine ncaa toca eee tio, or ain ds abandon tink ode ee, funconl orden rng O pins come ee do btn no € ec am ean marge oe ae Comat ven, qd sans lr concen exon eds dio tee nena Ee cee ee aise conhece™ a pregedes, © coins de gina etl un sora na depose em auco anno eo Fone deca sonia fear eam Pies ean ee en ni Uns es t dase nove pes enor she poco sacle tno cate 9 scope cage ae ee eae coe De acordo com Varian, as pessoas concordam com a “inyasio de pric ‘eid? representa pelo Big Other, elas “ecebetem algo que quesem cm toes [~] uma hipotecs, um conselho médlco, un conselho legal — ou sugpestdes de sets assstente digital pessoal", Nessa mesma lina, Varian cirado por um telaério da PBW Research, “Digital Life in 2025" [Vide Pightal em 2025): “Nao hi como colocaro génio de vlka na gurafy{.] Todos esperario se deconveni sstreados e monitorudos, jf queas vantagens, em termos » seguranga ¢ servigos,serdo enormes (..] 0 monitoramento %H, Arends, Te Juma condition, ee: p. 322 HR, Vaan, "Beyond: 20. g dat ct Big Other + continuo sera norma”, Como estabelecer a validade de tal aficmagéo? Em ‘que meade exsassupostasreciprocidadessio o produto do consentimento ‘genufno? Essa quest4o abre caminho para outro aspecto radical, talven até revolucionévio, da politica do capitalism de vigilincia, Isso diz respeto A Aiscribuicio dos direitos de privacidade e, com ela, 0 conhecimento do Big Other ea escolha de adetie a ee. A eaptura secreta de dados & muiras vezes considerada uma violaefo, Invasio ou eroséo dos direitos de privacidade, como sugere a inguager de Varian, Na narraiva convencional da ameaga § privacidade,o siglo insti tucional cresceu ¢ os dieltes individuais de privacidade foram corroidos. Mas esse enquadiamento € enganados, porque pelacidade esigito no si0 ‘opostos, mas sim momentos em uma sequéncia. O sigilo é um efeico da Privacidade, que sta causa, Exercitaro direte& privacidade produz excolha, «ema pessou escolhe manter algo sigiloso ou compartilhilo. Os direitos de privacidade canferemy assim, direitos de decisis a privacidade permite uma decisto sobre onde se quer estar no espectro entre siglo e teansparéncia em «ada siwuagao, O juiz [William ©] Douglas, da Suprema Corte dos Estados Unidos, ariculou essa visio da privacidade, em 1967, da seguince forma "A privacidad envolvea excolha do individu dedivulgar ou revelaraquilo fem que acrodita, o que pensa, 0 que poss [.)". © ceabalho da vigilincia, 20 que parece, nio ¢ cortoer os diteitos de privacidade, mas sim redistribuflos. Em ver de um grande niimero de pes- soas possuindo alguns deitos ele privacidade, esesditetos foram con- centeados no interior do regime de vigilincia. Os capialistas de vigiincia possuem amplos direitos de privacidade e, portanto, muitas oportunidades para segredos. Estes so cada ver mais utilizados para privat as populagées de escolha no que dix respeito a que partes de sua vida desejam manter cm sigilo. Essa concentiagio de direitos & efetivada de duas maneiras. No caso da Google, do Facebook ¢ de outros exemptos de capitalistas de vigilincia, muitos dos seus direitos parecem vir do ato de tomar os 7% PEW Research Genter Dita fn 2025 rsarch ep (Washington, D.C, PEW Reseuch Cente, 2014) disponivel em: ehup://yirepewintenetavg/2014/03/11) ligaltifein-20251>, acess em 18 jul. 2018, 7 Willen ©. Douglas, “Warden Hayden, 387 US 294,528", 1967, cade ema N. A. Farahany, “Si 15,2012, 1.271, ing secs", Unioesty of Pemalnania Lao Review, ¥. 163, 48 + Tesnopolar da vigilincia digcitos de outsos sem consentimento, em conformidade com 0 modelo do Street View. Os capitalists de vigilincia exploraram de forma hibil ‘um lapso na evolugio social, uma vez que o rpido desenvolvimento de suas habilidades de vgiar para o lucto publ ‘Como resultado, os direitos & privacidade, uma vez acumulados e afc- smados, podem entéo ser invocades como legitimagéo para manter a obscuridade das operagbes de vigilancia?, muico suplantoua compreensio © 0 eventual desenvolvimento de [eis ¢ cegulamencagses legais, (Os mecanismos dessa cescente concentrasio de diceitas de privacidade «esuas implicagées foram minuciosamente examinados por jurists nos Es- tados Unidos e na Europs, mesmo ances de Bdward Snoviden seelerar esta discussio. Essa & uma literatura rica © cada vex malor q preocupagées substanciais associadas is Implicagées antidemocriticas da concentragio dos direitos de privacidade entre atoree de vigilincia privada ¢ piiblia?. O aleance eas implicagdes plobais dessa extragio de direitos — bem como de dados—apresentam muitos desafios para a conceitualizagio, inclutado pensarna forma de superar o préprio sigilo que os tora, desde 0 inicio, probleméticos.Além 0, dinimica que deserve ocorte no qucera ‘até recenteniente um espago em branco, nfo sendo capeurada com fclidade por nosss ctegoris seins, econdmicas e polities. As novas operagSes de 5 Bie proceso éapurentemente exemplified no proces da Corte Federal Ames ‘ana sobre a minerario de das fla pelo Google em emails reebidos = enviadon df estudantesunniros le seus serigos eaplestivas educativos em mauver. Vee B. Herold, “Google under fre for datasining student email messages, et R Schwartz, “The campurer in German and American Constitutional Law: cowants sin American right of infrmaconalseletersination Amerie JonrnalofConipa= tive Law. 37, 1.4, 1989, p.675-701;D,.Solove, “ve got nothing hide’ and other misunderstandings of privacy", Sam Diego Law Revie 44,2007, ps 745; J Michaels “All the presen’ spies: plvate pubic ineligence pacrneships inthe war om eo, Calf Lae Review 96, 4, 2008, p- 901-66. Palfey, "The can he pelvateac the Unked States Border with eybersace, Miss? Lae Journal. 78, n. 2, 2008, p. 241-94; J.P, Semiteu, "From Facebook to mu sho ‘hor the deacthofsocal nerworking privacy rights revalzoniaed online government surveillance", em Prce Lew Reviews 31, ty 2011, 291s No M. Richaed, "The dangers of surveillance", Huard Lat Review, w. 126, 2013, p. 1.93465; R. Cao, “Digi market manipulation’, George ishngton Lew Review, 82, 04,2014, 1.0515 J. R. 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CO capline de vigils prtano, se qualifies mo una nov gia de scumulagio, com uma nova politica e relagbes socials que substicuein ‘0s contrat, o Estado de diteito e a confianga socal pela soberania do Big Other. Ele inspde wm regime de conformidade baseado em recompensas © punigées eadministrado privadamente, sustentado por um redistib tnilateral de discos. O Big Other existe na auséncia de uma suo legtima e€em grande partslivee de detecgio ou desanges, Nee sentido, © Big Other pode ser deserto como um golpe automatizada de cima: no sama conp tat, mas svn tm enup des ges Personalivagio e comunicagio ‘asian sustenta que, “hoje em dia, as pessoas espe pesquisa ¢antincios personalizados". Ble dia quea Google quer fizer ainda ina. Em vex de voeé precisar fazer perguntas, a Google deve “saber 0 que voce desejse the dizer ances quea pergunta sea fe ‘ “fifi realtzada pelo Google Now”. Varian reconbe precisa saber muito sobre voed e seu ambiente para fornecer ests servigos. Isso preocupa algumas pessoas", No entanto, Varian argumenta que as pessoas compartilham esse conhecimento com médicos, advogados ¢ + Expres em ats no texto orginal ignlcem “pope de Es” "ole das pesos", especivamenne, (N.T) 9 H.R. Vaan, “Beyond big de p28 50 + Tecnopelifas da vigiincia contadores em quem confiam, E complementa: “Por que estou disposto a ‘compartlhar toda es informacio privads? Porque recebo algo em troce Na verdade, 0 eapicalismo de vigitincia€ exatamente o posta des re- lagbes ce confianga 8s quais se refere Varian, Médicas, advogados e outros profissionaisconfidves sfo responsabilizados por dependéncias ¢ recipro- cidades miituas, sustentadas pela forga da sangfo profissional e do ditito ppiblico. A Google, como vimos, nfo earrega tals fardos. A indiferenca Formal ea distneia dos “usudrios’, eombinada com sua atual liberdacle em Bes, sangées ou leis, procegem a Googlec outros capitalisas das consequéncias da desconfianga, Em vex das reciprocidades ian, © coup de gens intzodwe novas assimertias substan de conhecimento e poder: Par exemplo, a Google sabe muito ina sobre sua populagéo de sutine ddo que estes saber sobre si mesmos. De fato, nfo hi mos pelos quats as populagies possam atravesar esa divisio, dados os obsticulos mattis, inceleeniis proprierios necessitios para a andlise de dados e a auséncia de ficdback loops. Ours assimetla assent no fato de que 0 ususto tipico tem poueo ou nenhum conhecimento sobce as operagGes comercais da Google, sobre a ampla gama cle dados pessoais coon que contsbul para 08 servidores da Google ou sobre a reengéo desses dads ou, ainla, coma eles sio instrumentalizados e monctiaados. Ji ébem sabido que os usutrios tem oueas opebes signifcatvas para aucogestfo de privacidade®. O capitalismo de vigilincia prospera na ignorfncia do paiblico. sas asimetias no conhecimento sdo sustentadas por assimetrias de poder. O Big Other €nstinucionalizado nas fungBes automticasindetectiveis ddetuma infiaestracura global que €considerida pela materia das pessoas como ‘ssencial pura a partcipagio social bisca, As ferramentas oferecidas pela Googlec outas empress captalita de vgifincia respondem as necesidades dlos individuos sitador da segunda modemidade ~ «, assim como o fico proibido, uma vez que sio experimentadas, torna-se Impossivel viver sem elas. Quando 0 Facebook ficou fora do ar em cidades dos Estados Unidos durante algumas horas no verio de 2014, muitos estadunidenses chamaram Vem, i "Phra use revista recente do “tema de eonsentimento’, er. J. Solov, “Intro= aeso em 5 jul 2014; ¥. Goel “eesbook nkosi ee Saas in nes fed experimen sing ote Thee York Tne 29 foe 20 sponte ems hue neaytiniescom2014/06/30ecologyacsecaiok sibetses-emovionrin-newsLedexpeinencatiringoueyhnie,wesoee ST oe 2014.0. Kesne |. Cul). 7 Haneode,"Expeionnncidencoreeame Faerie conjon hohner, Peli ef be Neto Aeon oe Lim 26,2014 p 8788905, Lie "Should Faechook maior ‘wert Lack of eanpareney in Facebok sui’, The Now Hk Toney 30 jos 20, Big Otter + 55 Ocnasismo de Varian pel experimen roam omasanto msi tno entanto, As oportunidades de negéeios asociadas 20s novos Aluxos de eatosiplcam un dosamento dans porn ue Conan Kallintkos” se refere otal previsfoe3 modferoem tempo rel do commporamento at {so implica ouers mudanga na fonte dos aivos de vigilancia, do compo tamenco viral para 6 comporcamento real, enquanto ss oportunidades de ‘onetnagio so reoriented para combina o comportamento virtual on ‘real. Bssa & uma nova fronteira de negécios composta do conhecimento ‘empo real, queer oportunidades para intervie ecconpuranenae node nije oken eden earmark otter ares de die de vi “anilte pc” so o Google ea NSA, Come dio reaiio da Cara Bran, “xlte um porencialeescente par ands de big daa ter tums efeito imediato no ambiente ens torne ce um pessoa ou nas decisbes fetes sobre sua vie"™. To 60 que chamo de nea de realidadeerefee uma evolugio na fronteira da ciéneia de dads, indo da mineragio de duos far a ing da edad il de aor cn Sandy Pedand dlo MIT (Massachases lsttute of Technology [neta de Tecnologia de Massachuseca), sensors, telefonescluares¢ outros dispsitivos de cap de dados fornecem os “olhos ¢ oxides” de urs “organismo vivo global” » de Deus"®®, Essa & mais uma representagio da partic de um Yponto de vista de Deus"**, Essa & ms presentag "petal eli onan ttgitnenttonbiea paca paca tansea nl mo 1 ul dean eet itt none cer ng Nw il 29 Stponte ew chepltrencmeatceomares11787Sixomater lacey tolin-fcbook ig gryman rings em 21208 1D. Contaoa: alla, "New ger : "Ko" in hn are ony ir let pote as cre incon steesh qeigocrealoedeas. neon RL DISS Che eg under Once nyt P Ln Woe otra elena ip Rr oT ene ae Gis Waters SPT imervien vith Cooglecobunder nd CEO Lany Page ce White Hous, Bigs, aad mining able enmaneions neds ned de gloel informatio tevinulegy report} (Genebra, World Economie Fora 8 tnsead, 2008), p. 76,80 36 + Teenopoliias da vigihtncta orem ampliad’,cotlmenteexpicada pela mediagio por computador. O texto cletonico do local de trabalho ‘nformarizado se transformou em tum organismo vivo global ~ um ‘ponto de vista de Deus" que ¢ intero- peracional,cransformador de comportamento, criador de mercados ¢ tem diteitos de propriedade, O historiador Karl Polanyi observou, hi quase setenta anos, sconontas de mercado dos séculos XIX ¢ XX dependiam de nds fnvengbes ‘mental surpeendences que elechainava de “ese. A primeira ea que a ‘da humana pod sersubordinada a dinimca do mercado e renaseer cone “abalho". En segundo lugs, quea naturea, subordinada também dendere de mercado, renasce come "tern. Em terccro lugag a teoca que rensee com “diohezo. A pebpria posibllidade do capialsm indusealdependia dda criagio dessas cts “mercadorias fits” erties, Vid, naturena to foram transformadas em coisas, para que pusdessm serlucrativamentecon prada ¢ vendidas, “[A] ficgéo da mereador 0 aco de que deixar 0 destino do solo e das pes seria.6 mesmo que aniquité-lo.” que as le escreveu, “menosprezou fas por conta do mercado Coma nova ligice de seumulagéo do captaismo de vigilancia, una quarts mercadoria fictcla emerge como caracteristiea dominance da dinimiea do mercado no séeulo XXI. A prépria realidad exté passando Belo mesmo tipo de metamoxfase feicia por qs passaram as pessous, t natureza e a crocs. A “ealidade” & a agora subjugada 4 mercantillzagio gio renasce como “comportamento”, Os dados sobre os comportamentos dos corpes, lugae em uma di das mentes e das coisas ocupam importante imiea compilacio universal em tempo real de objets inteligentes no ncerior de um dominio global infnico de colsas concerads Esse novo fendmeno cra a possbilidade de modiifcar os comportamentos es pessoas eda cols cendo por objetivo o acro eo controle. Nghe «2 do capitalise de vgitanca, nfo Individuos, apenas a organism ‘mundial ¢ todos os elementos mals infimos em seu interior, Concluso As tecnologias sfo constiwuidas por funcionalidades especticas, mas o desenvolvimento ea express denis funcionalidades sf0 moldados pele ‘pioas institacionsts nas quais as eecnol dase usadas. Besa é afnal, a 0 io projetadas, implementa igem do hater. O hackeamento peetende Big Other « 57 bar anoles agar inituoriscm qe ei conga ¢reisrbulas em configuragesaltenatvas para novos fins. Naeferado mercado, esas ligicaschreunscritas so légieas de acumlagéo. Com essa visio em mente, men objetivo comers Keni ce reotizar a I6gica le si uuctonalfzada que produ agenciamentos de acumulagio avualmente insti lamenton ein hipetescala de dados objesivos e subjetivos sobre individu Iabitat no inewito de conheces, controlar ¢ modificar comporcamentos perro ova ited mean, monaco © desewelviment dante de metods pr ses world we 40 por computador, antes restita a locas de ‘web disceminasam 2 medi at na interface institucional quanto nas esferas fatimas da experiénca co diana. As empresas de alca tecnologia, lideradas pela Google, perce horas oporcnkdades de Iuero exes fine A Google eompreenden que eeguserenir yaandidsan eleaacaneblor me ohe de poder de afer substanciaimeateo valor da publicidede As cpacidades da [Gaaplanoanocna ile dain estos Harn Reno asd istered pasado para 0 component ra roves gt depen c anos din rp Cenpertnce neo ea dele aes wipe dente Gress suse votabece nee los bn enccprcn 1 Googe es eins sae ops oa or moment les ple ur es eae sbsanele pire socizis associadss 4 privacidade, sendo oposigio ; : i jf havia sido tomado, Dessa forma o: defender a bxo custo 0 que havin sido com ve devine scart unsigned i nas esurpreendentes politicase relagées soca. Essex novos tos ins i tote foram emacs muito pldamene projet ves; fora de um domfnio esteito de expecialistas, poucas pessoas ct 2m su sigifeado; asta estraturats de conhesimento desis tera pease quas pens omen onbetnent depres, 58 + Teenopoliies da vigiineia 18 principals empresas de tecnologia foram respeitadas e tratadas como ‘emissérios do futuro; nada na experi i passada havia preparado as pessoas pat essis novas priticas, havendo, porcanco, escasvez de barreites para que 5 protegessemy os individuos my smence passaram a depender das novas feeramentas de informagio e comuniengio como recursos necessirios ua fara cada vex mats estressante, competitva e esretificada para una vida mais eficazs us novas ferrementes, rede, aplicaivas, plataformas © midis tornaram-se requisitos para patticipagdo social. E, finalmente, o ripido aciimulo de ftos insttucionalizados~data brokers, anise de dados, mine- ragio de dados,especialzagées profssionals, uxos de caza inimaginsveis, poderosos efeitos de rede, colaboragéo estatal, recursos materiais de hiperes- «alae concentragbes sem precedentes dé poder de informasio~ procuziu tuma sensagio esmagadora de inevitabilidade. Esses desenvolvimentos rornaramse a base para uima nova lien de scumulagio totalmente insiucionalzada que ehamo de capitallsmo de vigilincia, Nesse novo regime, a anquitecura global ds mediagfo por eom- pperadoc transforma o texto cletrnico, amteriornente deimitado dentro das organizagées, em um organise global inteligence que: Novas posibilidades de subjugacio so produridas’ medida que ess igica insticucionalinovadora prospera em mecanismos inesperidose ilegives de 10 de Big Other ‘extragioe controle que exilam as pessoas de sus préprios comportamentos. Sob essas concigées, a divsto de aprendizagem e as disputis 20 redor dela passam a ter Ambitoeivilizacional. Para pergunts “quem participa?” a m1 €*aqueles com os recursos materia, deconhicinento efinanceivos ceser © Big Other” Para a pergunca “quem decide?" aresposta € que © acets0 a0 Big Other & decidido por noves mexcados & mereantliags0 do comportamento: os mereados de controle conportementa. Estes so ‘compostos dacueles que vendem oporeunidades de influenciar compor- tamentos para obter lucro e daqueles que compram tas oporcunidades. Assim, a Google, por exemplo, pode vender aeesso a uma companhia de seguros ¢ essa empresa compra o direito de incervis, mediante wm circuito ddeinformagées, em seu carro ou em sua cozina para aumenteesuas rece ou reduzir seus custos, Pode desligaro seu caro porque voct ext dtigindo mui répido, Pode bloquearo sew eeftigerador quattdo aunicntar eu risco de desenvolver uma doenga cardfaca ou diabetes tomando muito sorvee Voet poderi, entdo, enftentara perspectiva de préimios mais altos ou da perda de cobertura do seguro, O economiste-chefe da Google, Hal Varian, Big Other + 59 celebra as posibilidades de novas formas de contrac, quando na veidade 0 da cssas possibilidader representam o fim dos contratos. Arend: ivltago da informagio pela Google substeui 0 Estado dediseico ea cessidade da confiang socal com base paras comunidades humanas tum novo “muro da vida de recompense punigSes,estimuloseespostes. O capitalismo de vigiineia oferece um novo regime de fits abrangentes os Ficos. #, como eu suger, arn golpe vindo de ¢ de conformidade com cima ~a insealago de um novo tipo de poder soberano. ada ¢ ublquia do Big Osher, sua derivagio em ia difusn se destacam, AA arquieersra automa atvos de vigilincia eeu funeionamento como vig centre outias novas earacterstcas sugpreendentes dessa ldgicn de acunie lagi, Esse novo panorama prejudica a celagio hlstbrica entre mereados «¢ democracias, pois estrutuea a emprese como formalmente indiferente ¢ radicalmente distante das suas populagées. O capitalismo de vigilincts € mune as reciprocidades trdicionais que uniam populagées e capialistas, necesitados uns ds outros par a empregoe parao aumento do consumo. Nesse nove modelo, as populagées sfo alvo de extragio de dados. Esse des- er antidemocritico do nento radical do social € outro aspecto do ca alismo de igifinca, Sob o cepitalismo de vig funciona mais como un meio para a prosperidade; na verdad, cla as receitas de vgilancia Seri 0 capitalismo de vigilineia « légies hegemOniea da acurmlagion em nosso tempo ou seri ele urn beco sem saida evolutivo que vat ceder see espago a outras formas emergentes ce mercado baseados en informagto? (Que trajetdrae alecnacivas para o futuro podem estar associadas a ess formas concorrentes? Considero que as perspectivas fituras da civilizagio da informagio dependem das respostas a essas questées. Existem muitar dimens6es do capitalism de vigilancia que exigem andlise cuidadosa e teo- rizagio, se quisermos dar conta dessas pespectivas. Uma dimensio dbviaé a imbricagéo das aucoridades piblieas « privadas no projeco de vgilincia Desde Edivard Snowden, aprendemas sobre a confusio de fronteiras do piblico ¢ do privada em atividades de viglncia, incluindo colabocagbes ¢ rdependéncias construtvas entre as aucoridades de seguranga do Estado empresas de alta tecnologia, Ouero conjunto-chave de questées envolve a telagio do capitalismo de vigilincia ~e seus concorrentes potenciais— com saldade e as mudangas elimdcias assintos globais mais amplos, como a ig que afetam todas as nossas previsbes ficuras. Uma terceira questi diz, — 60 + Tecnopolitcas da vigtncta respeito 8 velocidade da evoludo social em comparagio com a velocidade com due © projeto de vigilincis ¢ institucionalzado, Parece caro que a5 ondas de processos legais estourando na costa da nova fortalera de ‘gilinca provavelmence néo aleratio 0 comportamento dos capitalistas de vigilancia. A prépria ldgiea de acumulagio responsivel pelo rdpid ido sumento de win na riqueza sem tamanho © por concenttagées hiscéricas de poder setiaprejudicada se os capitalists de vigilincia > andonassem suas ricicas postas em xeque pelas demandas das partes prejudi ws das pares prejudicadas, O valor do luxo constamte de ag6es lenis 6, preferencialmente estabelecer novos abe “en ts inn, nowsles A questi ésbere olpso deevolugto social pode ser cotrigido antes que as plenas consequéncias do Projeto de vigilincia se coneretizem, : oe Pot fim, €0 mas is » €0 mals importante pai fato de que estamos no inicio da nara fs. A trajtéria dessa nasrativa depend todas 0s estudiosose cidadios, & 0 ra que no eva a nova repos ; ‘ le em grande parte dos estudiosos atrados par ete projet pioneir eas eldados que agem ssbendo ques ignoriacisindutida por engano nfo & um contrat socal equa iberlade da incerteza nso € libertad Referéncias 2911 callssboueFaebook ou ACEMOGLU, Dg ROBINSON, .A. Why nation i. ew omy. 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