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RESUMO
INTRODUÇÃO
Até a sua erupção, o canino superior permanente traça um caminho longo e complexo
desde seu local de formação na lateral da abertura piriforme até a posição final de erupção,
estando entre os últimos dentes a erupcionarem. Distúrbios que ocorram neste processo podem
gerar sua impactação que além de problemas estéticos e funcionais, podem causar reabsorção
radicular dos dentes adjacentes (NASCIMENTO; GOUVEA; COUTO, 2016).
Vários eventos culminam no processo de erupção dental até a posição funcional final na
cavidade oral. Diversos fatores podem ser responsáveis pela reclusão parcial ou total de um
dente no interior do osso, com manutenção ou não da integridade do saco pericoronário. A
critério de conceitos, os dentes intra-ósseos ou submucosos são denominados dentes
retidos/inclusos e os dentes obstruídos por algum objeto são denominados dentes impactados
(ALVES et al., 2014).
Fonseca et al. (2016) definiram a impactação dentária como uma posição infraóssea
depois de tempo esperado para erupção. Neste sentido, os caninos maxilares são os que mais
sofrem impactação depois dos terceiros molares.
Segundo Barbosa et al. (2017) os caninos superiores permanentes são de grande
importância para a dentição pois promovem uma oclusão balanceada e movimento de
lateralidade, além de influenciarem na estética e harmonia facial. Alguns distúrbios de erupção
podem acometer os caninos superiores permanentes, principalmente devido ao fato de serem os
últimos dentes a irromperem na arcada superior. Estes distúrbios de erupção caracterizam-se
pela erupção em posições erradas ou sua impactação. O conceito de impactação abrange aqueles
dentes cuja raiz se encontra totalmente formada e ele ainda não se encontra no arco dental, por
falta de espaço ou má posicionamento dental.
O objetivo deste estudo é realizar uma revisão da literatura sobre caninos impactados na
maxila, abordando suas causas, prevalência/incidência, diagnóstico, tratamento e prognóstico.
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REVISÃO DA LITERATURA
Para Capelozza Filho et al. (2011), apesar de que a etiopatogenia dos dentes não
erupcionados estejam bastante associados com a hereditariedade, especialmente nas
ocorrências por palatino, as suas causas ainda não são conhecidas de forma precisa. No entanto,
existem diversos fatores mais importantes como as discrepâncias entre o tamanho dentário e o
comprimento da arcada, a posição anormal do germe dentário ou do dente, a retenção
prolongada ou perda precoce de dentes decíduos, a ocorrência de formação cística ou neoplásica
e a origem iatrogênica. Causas sistêmicas também tem sido citadas, mas não possuem ainda
fundamentação.
Como fatores gerais, as principais causas de retenção dos caninos são fatores
hereditários, a raça, os distúrbios endócrinos e as síndromes com má-formação craniofaciais.
Como causas locais, temos: trajeto de erupção longo e tortuoso, pois é um dos últimos dentes a
irromper na cavidade bucal, falta de espaço no arco dentário, distúrbios na sequência de erupção
dos dentes permanentes, trauma dos dentes decíduos, agenesias dos incisivos laterais
permanentes, má posição do germe dentário, dilaceração radicular e a anquilose dos caninos
permanentes, retenção prolongada e presença de cistos, tumores ou supranumerários na região
(servindo como obstáculo) e a fenda palatina (ALVES et al., 2014).
Segundo Fonseca et al. (2016) a etiologia das impactações podem ser gerais e locais,
onde estas últimas possuem mais frequência. Neste contexto, podem incluir interações
bioquímicas com o germe dentário, traumatismos, discrepâncias dentomaxilares, perda precoce
de dentes decíduos e trajetos tortuosos de erupção. As consequências encontradas podem ser
anquilose, infecções, reabsorções dos dentes, entre outras.
Nascimento; Gouvea; Couto (2016) relataram que várias causas tem sido sugeridas para
justificar a inclusão dos caninos superiores permanentes. Sistemicamente falando, esta situação
pode estar relacionada com deficiências endócrinas, doenças febris, deficiência de vitamina D,
pressão muscular anormal, irradiação, síndrome de Gardner, Síndrome de Yunis-Varcon e
disostose cleidocraniana. Em relação às causas locais, as mais comuns são observadas devido
ao tamanho do dente, retenção prolongada ou perda precoce do canino decíduo, posição
anormal do germe dentário, presença de fenda palatina, anquilose dos caninos permanentes,
formação cística ou neoplasia, dilaceração da raiz, origem iatrogênica, rotação do germe
dentário permanente e fechamento prematuro do ápice radicular.
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A etiologia dos caninos superiores impactados não é totalmente clara, podem estar
relacionadas com distúrbios sistêmicos, como endócrinos, doença febril e irradiação; bem como
locais como a perda precoce de dente decíduo, anquilose, dilaceração, ausência de incisivo
lateral superior, e a presença de dente supranumerários que podem atrasar a erupção de dentes
permanentes (BARBOSA et al., 2017).
Prevalência/incidência
interação de aspectos clínicos e radiográficos, além da anamnese que pode dar informações
importantes para o planejamento. Os exames de imagem utilizados para localizar e determinar
posição correta do dente impactados são as radiografias periapicais, panorâmicas e oclusais,
sendo que além destes, a tomografia computadorizada é um ótimo recurso.
Manzi et al. (2011) destacaram o uso da tomografia computadorizada para um
diagnóstico mais preciso dos caninos impactados, já que os métodos radiográficos
convencionais só conseguem identificar a impactação e localização vestíbulo-palatino do dente
impactado. A tomografia computadorizada permite realizar uma visualização e avaliação
tridimensional das regiões do organismo por meio de cortes e reconstruções multiplanares,
fornecendo distância das estruturas adjacentes, a exata localização dos dentes, condições
patológicas associadas, entre outras. Portanto é um método que oferece maior riqueza em
detalhes, em um único exame, resultando em um diagnóstico seguro, o que possibilita uma
consequente conduta adequada para o tratamento do caso.
Conforme Fonseca et al. (2016) atualmente, os clínicos têm utilizado de recursos de
imagens tridimensionais em seus diagnósticos e planejamentos de tratamentos. A tomografia
computadorizada cone beam (TCCB) é uma nova tecnologia com emissão de raios X reduzida.
Foi inventada durante esta última década, havendo um rápido crescimento de sua aplicação na
clínica diante de caninos maxilares impactados. Desta forma, é possível avaliar com este tipo
de exame, da coroa a raiz do canino impactado em três dimensões do espaço.
ortodôntico. Além disto, conta com riscos de reabsorções dentárias dos dentes adjacentes e de
danos ao periodonto de suporte. Após a cirurgia e recuperação, planejou-se o fechamento do
espaço decorrente da exodontia do dente 63 e correto posicionamento dos dentes nas bases
ósseas, com torque ideal para cada dente.
Barbosa et al. (2017) relataram que o tipo de tratamento a ser utilizado em casos de
impactação de caninos superiores depende de dados do paciente como a idade, posição do
canino impactado, estágio de desenvolvimento de sua dentição e quanto ele se encontra
disponível para o tratamento escolhido. Fatores como a angulação do canino, sua relação com
os dentes vizinhos e espaço na arcada são muito importantes para a escolha de tratamento.
Em caso clínico descrito por Muhamad et al. (2017) uma menina de 15 anos com vários
graus de impactação palatina bilateral de caninos superiores foi tratada com exposição cirúrgica
e tratamento ortodôntico, sem a necessidade de tracionamento. O método descrito de
descoberta cirúrgica e erupção espontânea criou condições para a erupção biológica dos caninos
impactados e facilitou consideravelmente o tratamento ortodôntico subsequente para o
alinhamento adequado no arco dental.
Goel et al. (2010) descreveram um caso clínico de uma menina de 14 anos e 10 meses,
que procurou atendimento com a principal queixa de dentes tortos. Ela era fisicamente saudável
e não tinha história de traumatismo médico ou dentário. O canino superior esquerdo estava
ausente no arco maxilar. Uma protuberância palatal foi identificada na região palatina esquerda
superior sugestiva da posição do canino impactado. A radiografia panorâmica revelou que o
canino esquerdo estava inclinado mesialmente em direção à linha média. As radiografias
periapicais foram realizadas pela técnica de Clark para confirmar a posição palatina do canino
afetado à esquerda. A radiografia oclusal também foi feita para correlacionar com os achados
clínicos. Foi decidido por tentar a erupção forçada e o alinhamento do canino impactado. Após
o nivelamento e alinhamento inicial, um fio de aço inoxidável de 0,019 × 0,025 polegadas foi
colocado no arco superior. A exposição cirúrgica através da criação de uma janela foi realizada
e um acessório ortodôntico foi colocado. O acessório foi ligado ao fio de NiTi de 0,016
polegadas e ativado progressivamente para manter uma força de 60-90 g. No geral, o tratamento
ativo durou 20 meses. Houve uma melhora drástica no sorriso do paciente. As relações caninas
e molares de classe I foram alcançadas com overjet e overbite ideais. A orientação canina foi
estabelecida bilateralmente.
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proposto priorizou a tração do canino direito superior sem alterar a oclusão e a estética. Para
isso, instalou-se apenas o aparelho fixo superior (Roth com slot 0.018), optando por SAT para
minimizar os efeitos colaterais indesejados. O uso de cantiléver para a tração do canino direito
superior permitiu um resultado eficiente e previsível, porque é de mecânica estaticamente
determinada.
Barbosa et al. (2017), apresentaram um caso clínico de paciente com canino superior
permanente impactado, tendo sua correção por meio de duas etapas: cirúrgica e ortodôntica. O
paciente de 21 anos passou por avaliação ortodônticae ao exame radiográfico constatou-se a
impactação do canino superior direito, associado a retenção prologada do canino decíduo,
presença de dentes supranumerários inclusos localizados acima do ápice do canino decíduo.
Diante do diagnóstico, optou-se pelo tracionamento ortodôntico que se constituiu na exodontia
do dente decíduo e incisão de papilas, tendo retalho mucoperiósteo rebatido por palatina para o
alcance do dente canino permanente, onde foi passado um fio de amarrilho 0,03 mm. A força
do tracionamento foi aplicada após a cicatrização da ferida cirúrgica. Em alguns meses a coroa
clínica do canino havia irrompido na cavidade, removendo-se o amarrilho e colocando-se
braquete para continuidade do tratamento que após 24 meses apresentou canino em oclusão,
em fase de finalização da redução de diastemas.
Um relato de caso foi descrito por Ferreira et al. (2017) sobre um tracionamento bem
sucedido de 2 caninos gravemente afetados. A paciente, uma menina de 7 anos, tinha boa saúde
geral, respiração nasal, mordida cruzada dos incisivos laterais e caninos e uma relação molar
de Classe I. A radiografia panorâmica mostrou que os caninos permanentes estavam
posicionados acima das raízes dos incisivos laterais, com o canino direito com uma inclinação
acentuada. O aparelho Haas associado à protração maxilar foi utilizado durante o primeiro
estágio de tratamento por 14 meses. O segundo estágio incluiu a extração dos molares decíduos,
o movimento distal dos molares permanentes para criar espaço para a tração dos caninos que
foi associado ao tratamento ortodôntico completo. O paciente apresentou bons resultados
estéticos e funcionais no final do tratamento, verificado pela estabilidade ao longo de um
período de 8 anos após a retenção.
De acordo com Oliveira; Figueiras; Castro (2017) na literatura, existem várias opções
de tratamento para a correção de caninos superiores impactados, desde extrações até
procedimentos cirúrgicos seguidos de tracionamentos. Os autores apresentaram um caso clínico
com uma nova proposta de tratamento para o tracionamento de caninos superiores impactados.
Uma paciente do gênero feminino, 18 anos apresentando um canino superior esquerdo
palatalmente impactado com maior inclinação mesial, relação bilateral oclusal de Classe I e
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perfil facial harmônico, foi submetida à tração cirúrgica do dente canino com um fio de arco
superior modificado por uma mola TMA, com a instalação subsequente do aparelho fixo para
correção ortodôntica. Os resultados obtidos foram satisfatórios, proporcionando estética e
função adequadas ao caso, mostrando bom paralelismo radicular e intercuspidação, garantindo
estabilidade ao tratamento após quatro anos de remoção do aparelho.
Prognóstico
Conforme Landim et al. (2010) a ocorrência de caninos inclusos é uma condição comum
na população que procura tratamento ortodôntico e a excelência da terapia ortodôntico-cirúrgica
traduz-se na correção da oclusão, harmonia do sorriso, saúde periodontal, manutenção da saúde
pulpar e estabilidade pós-tratamento. Para obtenção de tais condições, ressalta-se a importância
de um trabalho multidisciplinar. Os autores realizaram um estudo com o objetivo de abordar os
aspectos clínicos e radiográficos dos caninos inclusos submetidos à tratamento orto-cirúrgico.
O estudo foi realizado naFaculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP-UPE) no período de
2000 a 2007. Realizou-se uma avaliação clínica (cor, forma da gengiva, posição no arco) e
radiográfica, (dilaceração, lâmina dura, presença de processo periapical). Como resultado, dos
17 dentes que compuseram a avaliação clinica, observou-se que 4 pacientes (23,5%)
apresentaram retração gengival com hipersensibilidade associada, apenas um paciente (6,25%)
apresentou mobilidade dentária, nenhum dos dentes examinados apresentou alteração de forma
e um total 14 dentes (82,35%) responderam positivamente ao teste de vitalidade pulpar. A
avaliação radiográfica foi realizada em 14 dentes, destes 07 (50%) apresentaram dilaceração
radicular, 04 dentes (28,60%) estavam relacionados à odontomas, 02 dentes (14,28%)
apresentaram reabsorção da crista óssea alveolar, 02 dentes (14,28%) mostraram calcificação
intracanal. O tracionamento ortodôntico na amostra estudada aparece como um procedimento
eficaz, seguro e reprodutível.
Silva et al. (2017) desenvolveram um estudo retrospectivo com o objetivo de avaliar os
efeitos a longo prazo da tração ortodôntica no comprimento da raiz e no osso alveolar em
caninos impactados e dentes adjacentes. A amostra consistiu de 16 pacientes (nove do gênero
masculino e sete do gênero feminino), idade inicial média de 11 anos e 8 meses com caninos
impactados unilateralmente na maxila, deslocados palatinalmente, tratados com a mesma
abordagem cirúrgica e ortodôntica. Os dentes do lado canino impactado foram designados
como Grupo I (GI) e dentes contralaterais como controle, Grupo II (GII). A idade média dos
pacientes no final do tratamento ortodôntico foi de 14 anos e 2 meses e o tempo médio pós-
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DISCUSSÃO
A etiopatogenia dos dentes não erupcionados para Capelozza Filho et al. (2011) e
BARBOSA et al.(2017) não é conhecida de forma precisa. Desta forma, alguns fatores podem
estar associados, mas ainda não possuem confirmação. Tais fatores podem ser hereditariedade,
discrepâncias entre o tamanho dentário e o comprimento da arcada, a posição anormal do germe
dentário ou do dente, a retenção prolongada ou perda precoce de dentes decíduos, a ocorrência
de formação cística ou neoplásica, origem iatrogênica e causas sistêmicas. Alves et al. (2014)
também defenderam como principais causas de retenção dos caninos fatores hereditários, a raça,
os distúrbios endócrinos e as síndromes com má-formação craniofaciais. Alves et al. (2014);
Fonseca et al. (2016); Nascimento; Gouvea; Couto (2016) citaram como fatores locais o trajeto
de erupção longo e tortuoso, pois é um dos últimos dentes a irromper na cavidade bucal, trauma
dos dentes decíduos, agenesias dos incisivos laterais permanentes, dilaceração radicular,
anquilose dos caninos permanentes, e a fenda palatina.
Nascimento; Gouvea; Couto (2016) enfatizaram a relação de causas sistêmicas sobre
esta condição, sendo elas deficiências endócrinas, doenças febris, deficiência de vitamina D,
pressão muscular anormal, irradiação, síndrome de Gardner, Síndrome de Yunis-Varcon e
disostose cleidocraniana.
Em relação à prevalência e incidência dos caninos não erupcionados, Capelozza Filho
et al. (2011) afirmaram que em amostras aleatórias, é de 1,5 a 2% na maxila e 0,3% na
mandíbula; neste sentido Alves et al.(2014) relataram que é 10 vezes maior na maxila do que
na mandíbula, sendo o lado esquerdo da arcada o mais afetado. O gênero feminino é apontado
pelos autores Capelozza Filho et al. (2011); Alves et al.(2014); Nascimento; Gouvea; Couto
(2016) como o mais atingido por este distúrbio, ocorrendo duas vezes mais que no gênero
masculino. Capelozza Filho et al. (2011) afirmaram que ocorrem por palatino duas a três vezes
mais do que por vestibular. Alves et al.(2014) confirmaram que 60% a 80% dos casos estão
localizados por palatino e Fonseca et al. (2016) e Nascimento; Gouvea; Couto (2016) afirmaram
que a prevalência por palatino é entre 80 a 90% dos casos.
Alves et al. (2014) atentaram para a importância do diagnóstico precoce das impactações
dos caninos para a redução de complicações tardias. Fonseca et al. (2016) destacaram que os
métodos tradicionais de diagnóstico radiológico compreendem as radiografias cefalométricas,
oclusais e periapicais. Entretanto Capelozza Filho et al. (2011) afirmaram que mesmo que as
técnicas radiográficas convencionais sejam bastante utilizadas no diagnóstico, elas sempre
demostraram limitações para a localização de caninos superiores não erupcionados e para o
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tratamento. Neste sentido, Barbosa et al. (2017) relataram que além das radiografias periapicais,
panorâmicas e oclusais, a tomografia computadorizada é um ótimo recurso.
Manzi et al. (2011) e Fonseca et al. (2016) destacaram o uso da tomografia
computadorizada para um diagnóstico mais preciso dos caninos impactados já que permite
realizar uma visualização e avaliação tridimensional das regiões do organismo por meio de
cortes e reconstruções multiplanares, fornecendo distância das estruturas adjacentes, a exata
localização dos dentes, condições patológicas associadas, entre outras.
O tratamento dos caninos impactados, engloba, de acordo com Capelozza Filho et al.
(2011) um trabalho multidisciplinar entre diversas especialidades da Odontologia. Em alguns
casos, como o relatado por Nascimento; Gouvea; Couto (2016), a única opção para esta
condição é cirurgia de remoção do canino impactado. Para tanto, é preciso considerar diversos
fatores, como neste caso clínico, onde existiam alguns desfavoráveis como idade do paciente
acima de 30 anos, com contraindicação para tracionamento e também para aguardar erupção
espontânea ao observar-se o fechamento do ápice e canino severamente impactado.
O tracionamento ortodôntico é uma opção em casos de impactações de caninos.
Consolaro; Consolaro e Franciscone (2010) afirmaram que consiste no procedimento de
deslocamentos cirúrgicos dos caninos para a arcada dentária. Cappelloza Filho et al. (2011)
acrescentaram que tem por objetivo reposicionar os caninos na arcada dentária em condições
estéticas e funcionais normais. Barbosa et al. (2017) que alguns aspectos do paciente devem ser
observados antes da escolha do tratamento como a idade, posição do canino impactado, estágio
de desenvolvimento de sua dentição, angulação do canino, sua relação com os dentes vizinhos
e espaço na arcada. Sobre a técnica de tracionamento ortodôntico Cappelloza Filho et al. (2011);
Gaetti-Jardim et al. (2012); Spuntarelli et al. (2015) descreveram ser feito o acesso cirúrgico e
o dente preparado para esse procedimento por meio de laçada, colagem de acessório ortodôntico
ou perfuração do esmalte na coroa.
Para Gaetti-Jardim et al. (2012) existem situações em que os caninos impactados podem
ser tratados por meio de tratamento cirúrgico conservador de um dente retido, que seria a
exposição cirúrgica de sua coroa na expectativa de sua erupção. Foi o caso de Muhamad et al.
(2017), com uma menina de 15 anos com vários graus de impactação palatina bilateral de
caninos superiores, tratada com exposição cirúrgica e tratamento ortodôntico, sem a
necessidade de tracionamento.
Nesta revisão de literatura os autores relataram casos clínicos onde foram utilizadas
técnicas de tracionamento ortodôntico de caninos impactados. Maia et al. (2010) obtiveram
êxito com a utilização da técnica, o que contribuiu no aspecto psicológico da paciente. Marigo;
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CONCLUSÃO
As causas da impactação de caninos ainda não são bem definidas, podendo estar
relacionadas a fatores locais e fatores sistêmicos.
A prevalência da impactação de caninos está entre 1,5 a 2% na maxila, a incidência é
duas vezes maior no gênero feminino, e ocorre duas a três vezes mais por palatino.
O diagnóstico pode ser feito através de imagens radiográficas, tomadas por radiografias
cefalométricas, oclusais e periapicais, ou pela tomografia computadorizada.
O tratamento de caninos impactados deve ser bem planejado, podendo englobar a
exodontia ou tracionamento ortodôntico destes dentes, dependendo da condição em que
eles estão e de fatores relacionados ao paciente.
O tracionamento ortodôntico é uma opção para dentes que estão impossibilitados de
erupcionarem espontaneamente, e é uma alternativa viável quando corretamente
indicado, tendo a capacidade de restabelecer função e estética.
Quando a técnica de tracionamento é bem conduzida, o prognóstico é favorável sendo
considerado eficaz e seguro.
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ABSTRACT
Teeth considered of major importance for dentition are permanent maxillary canines, their
presence indispensable for a balanced occlusion and also in the laterality movement, as well as
having a favorable aesthetic and a good facial harmony. The tortuous path taken by the canine
until its eruption may be the cause for its frequent impaction. It is called impacted tooth, those
obstructed by some object whose roots are fully formed and it is not yet found in the dental
arch, due to lack of space or poor dental positioning, being in the infra-osseous position. The
objective of this study was to review the literature on canines impacted in the maxilla,
addressing their causes, prevalence / incidence, diagnosis, treatment and prognosis. The causes
of canine impaction are still not well defined and may be related to general and local factors,
where the latter have more frequency. In relation to the prevalence is between 5 to 2% in the
maxilla and 0.3% in the mandible, being the incidence two times greater in the female gender.
The diagnosis can be made through radiographic images, or by computed tomography. The
treatment of impacted canines may involve the extraction or orthodontic traction of these teeth.
Orthodontic traction is used when teeth are unable to erupt spontaneously, forming a favorable
prognostic technique, and being effective and safe when well-conducted.
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