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República de Angola

Universidade Católica de Angola


Faculdade de Direito

Tema:
Contribuição dos operadores do Direito para a consciência
da cultura jurídica na sociedade. A consciência da cultura
cívica para coexistência. Promoção da cultura jurídica para
evitar acusações e processos impróprios.

Grupo: 4
Turma: B

4º Ano.

Docente: Dr. Carlos Queta


Integrantes do grupo:
1. Nayra André

2. Nebwlgue de Carvalho

3. Norma Manuel

4. Peter Miguel

5. Ricardina Ricardo

6. Stella Cabangage

7. Sirikiti Barros

8. Ula Eduardo

9. Valdmir dos Santos

10. Virgínia Miranda


Índice
➢ Introdução;
➢ A Contribuição dos operadores de direito para consciência da cultura jurídica na sociedade;
➢ A consciência da cultura cívica para a coesistência;
➢ Promoção da cultura Jurídica para evitar acusações e processos impróprios;
➢ Conclusão;
➢ Bibliografia;
INTRODUÇÃO

No presente trabalho vamos abordar o seguinte tema:

A Contribuição dos operadores do Direito para a Consciência da Cultura Jurídica na Sociedade. A consciêcia da cultura
cívica para a coexistencia. Promoção da cultura jurídica para evitar acusações e processos impróprios.

Para abordamos o tema supracitado optamos por fazer a divisão do tema em 3:

1. A Contribuição dos operadores do Direito para a Consciência da Cultura Jurídica na Sociedade: aqui iremos
analisar essencialmente de que maneira o operador de Direito contribui para conscencialização dos cidadãos
para desenvolver o costume da cultura jurídica.
2. A consciência da cultura cívica para a coexistência: aqui iremos abordar propriamente de que maneira a
cultura cívica contribui para a coesão social.
3. A Promoção da cultura jurídica para evitar acusações e processos impróprios: neste aspecto abordaremos
técnicas para publicitar a cultura jurídica com o intuito de dar a conhecer aos cidadãos conhecimentos, no
sentido de incentivar os cidadãos a recorrer aos serviços ou instituições judiciais quando necessário.

E para uma melhor percepção do tema, torna-se crucial levar a problemática de se saber o que é então a cultura
jurídica e a cultura cívica. As definições oferecidas pelas ciências sociais sobre o conceito de cultura são, por vezes,
muito amplas. De acordo com alguns autores, a cultura existe apenas na mente. Para outros, ela consiste em coisas
e em eventos observáveis no mundo exterior para outros. Alguns antropólogos pensam na cultura como
consistindo de ideias, porém eles se dividem sobre a questão da sua localização: alguns dizem que elas estão nas
mentes dos povos estudados; outros mantém que elas estão nas mentes dos etnólogos.

De forma geral, a cultura jurídica traduz-se no modo como se produzem, reproduzem, circulam as ideias
,significativos, interpretações e discursos que populações urbanas possam ter em relação ao Direito. A questão
seria “conhecer como o direito” dá-lhes certo modo de imaginar a sua realidade e, por sua vez, como deste
realidade, outorgam significado ao Direito.

E quanto a cultura cívica é um conceito amplo que representa o conjunto de práticas, tradições, crenças e
costumes assumidos como deveres fundamentais para a vida colectiva, visando preservar a sua harmonia e
melhorar o bem-estar de todos. Mais especificamente, a cultura cívica consiste na dedicação pelo interesse
público e também pela política de um país, fidelidade, paz ou honra em relação à pátria; patriotismo
Contribuição dos operadores de direito para consciência da cultura jurídica na
sociedade.
Situar o problema acerca da função do operador do direito no nosso tempo implica, de nossa parte, uma
análise menos descritiva e mais prospectiva, tendo como objetivo oferecer linhas de reflexões que convirjam num
consenso possível. De uma maneira geral, ao tratar-se do tema, é comum analisá-lo tendo em conta três questões
dirigida tanto ao direito como ao operador jurídico:a primeira, pergunta-se diretamente pelo fundamento, pela
validade e legitimidade do Direito, enquanto tal ; a outra, interroga-se sobre as funções humana e social do jurídico
e, finalmente, a última das questões coloca-nos perante o problema metodológico de seu processo de realização.
Assim, pois, o operador do direito terá um papel a desempenhar e o desempenhará bem, se o direito for uma intenção
válida e legítima que ele assuma na sua verdadeira e indispensável função humana e social, para o realizar em termos
metodologicamente adequados na sua relação com o fazer viver uma norma jurídica na prática.

Pois bem, a perspectiva aqui adoptada força-nos a restringir o nosso campo de análise à segunda das questões:
aquela que nos leva a reflectir sobre a tarefa a ser desempenhada pelo operador do direito em vista da função
humano-social do jurídico. E sendo a nossa uma perspectiva de historicidade, e considerando que no tempo presente
uma época humana se consuma e outra se anuncia, deixaremos de dispor daquele sempre invocado tipo de operador
que se manifesta como o racionalizador do social mediante esquemas transaccionais impostos à acção.

No próprio seio do Direito, nas suas intenções e no métodos de seu pensamento , repercutem já, e fortemente,
as ondas revoltas da extraordinária proliferação de investigações e publicações que nas duas últimas décadas dirigem
seus interesses a reflexionar sobre as relações entre as ciências sociais normativas e os espetaculares logros dos
recentes estudos provenientes das ciências cognitivas, da psicologia evolucionista, da antropologia e biologia
evolutiva, da primatologia, da neurociência, entre outras, e que tem posto em um sério aperto a defesa teórica de
uma inexorável fragmentação do território da Ciência e de que não existe uma realidade independente de causas
sociais, senão que toda ela está socialmente construída.

E nem haveria de ser diferente , pois o Direito não poderia decerto ficar imune a esta nova realidade inter e
multidisciplinar (a qual, dito seja de passo, permanecem ainda, em sua miopia, inadvertidamente alheios uma boa
parte dos cientistas sociais e, em especial, em sua quase totalidade, os operadores do direito) que não somente põe
em cheque uma grande porção dos logros teóricos tradicionais das ciências sociais normativas – nestas incluída, claro
está, a ciência jurídica -, como , e principalmente, oferece razões poderosas que poderão vir a dar conta da falsidade
da concepção comum da psicologia (e da racionalidade) humana e o alcance que isso pode chegar a ter para o actual
edifício teórico e metodológico da ciência jurídica, para a concepção acerca do homem enquanto causa e fim do
Direito e, conseqüentemente, para a tarefa do jurista-intérprete de dar “vida hermenêutica” ao direito positivo.

Há , pois, que inserir aí mesmo, no próprio momento dessa mutação e dessa “crise”, o problema do Direito,
na tentativa de encontrar para ele uma solução à altura de nosso tempo, sem excluir uma possível e necessária
conversão do próprio operador jurídico, nas suas intenções e nos seus métodos. Afinal, o ter sido não se mostra como
garantia de continuar a ser; é possível algo de novo, ainda que só a novidade da ausência.

Depois, não será esta revisão da concepção do jurídico e das suas intencionalidades metodológicas algo de
inteiramente novo e sem precedentes. Antes na história do Direito são já discrimináveis pelo menos três dessas
profundas revisões. O que o jurista romano – referimo-nos apenas ao jurista clássico, o jurista cidadão revestido de
uma auctoritas pessoal, a quem socialmente se reconhecia jus respondendi - via no Direito e como o realizava não se
confunde com o sentido jurídico e a metodología do jurista medieval – o jurista do “direito comum”, um universitário,
um acadêmico que exibe uma qualificação, e que ao método empírico-indutivo dos romanos, dirigidos por uma social
invocação da aequitas e da fides , opoe um método racional-dedutivo louvado numa sapiência doctoral de leges,
rationes , autoritas e communis opinio doctorum.

De igual modo, ao jurista medieval se recusa à identificação com o jurista da Idade Moderna, muito embora
do Direito como pressuposto, como “dado” e conteúdo lógico, naturalmente se tenha inferido aquele outro postulado
metodológico fundamental que haveria de decidir acerca da concepção do jurídico até o nosso tempo: o Direito
concebido como uma norma, uma regra geral (uma premissa) que fundamenta o realizar de um mero exercício
semântico ou lógico-dedutivo da própria norma jurídica.

Em realidade, pouco há o que se dizer para recordarmos o que trouxe de “novo” à concepção do Direito e a
seus métodos o jurista moderno, isto porque, no atual esquema abstrato e processual, o operador do direito , na
grande maioria dos casos, é instado a receber as soluções do chamado direito positivo, sem nenhuma contribuição
crítica, multidisciplinar e criadora ao mesmo. Ao operador jurídico parece não caber a responsabilidade ética de
contrastar a razoabilidade (ou a justiça) da norma jurídica interpretada, mas sim de aplicá-la , ainda que ilegítima,
inadequada , ultrapassada ou arbitrária. Em síntese, ao invés de legítimo mediador da convivência ética, o operador
do direito ainda insiste em limitar sua atividade ao exercício da função de um mero técnico dos dispositivos cogentes,
onde a lei é uma normação autosuficiente sobre a qual caiba um conhecimento objetivo e a partir do qual a sua
aplicação constitua um processo de mera subsunção.

É certo que o sujeito da juridicidade é o próprio homem enquanto sujeito de vínculos sociais relacionais e
membro de uma determinada comunidade ética, mas esta não será suscetível de realizar-se como tal se o
próprio projeto axiológico não lhe for explicitado e fundamentado críticamente. Se a comunidade subsiste na sua
existência histórica, o projeto e a totalização axiológicos serao sempre uma intencionalidade críticamente valorativa
e espiritual. E esta parece ser justamente a verdadeira função, papel e tarefa que cabe ao operador jurídico: a de
assumir críticamente a idéia do Direito e de realizá-la concreta e historicamente em um determinado contexto sócio-
cultural, na explicitação constituinte do próprio Direito e do projeto axiológico que a sociedade a si mesma se põe,
isto é, de uma atividade intermediada pelo iniludível manejo dos valores que articulam e animam as estruturas
normativas, os factos sociais e a própria idéia do Direito.

O operador do direito como o chamado a servir o próprio povo, para ajudá-lo a traduzir e a compor em termos
de razão essa instintiva e mesmo indisciplinada aspiração de justiça que o move para o futuro, e que, por essa razão,
não será o operador do direito apenas um “perito” da técnica jurídica, mas um vivo vigilante intérprete dos tempos,
que tanto melhor sabe cumprir a sua função quanto melhor alcance sentir a exigência humana da história e a traduzí-
la em fórmulas apropriadas de uma ordenada e ética convivência (Calamandrei). Ele (o operador do direito) deixa de
ter apenas uma função técnico-metodológica para assumir e desempenhar uma verdadeira função transformadora e
axiológica enquanto mediador na comunidade e para a comunidade da idéia de Direito e da Justiça que o fundamenta.
Em poucas palavras, ele passa a ser o sujeito qualificado daquele ato em que o Direito terá de ser atuado eticamente
para ser direito justo.

Daí que, sem prejuízo do preceptivo conhecimento do ordenamento jurídico vigente, o operador do direito
deve, antes de tudo, estar apto para compreender que a atividade hermenêutica se formula precisamente a partir de
uma posição antropológica e põe em jogo uma fenomenologia do actuar humano; que somente situando-se desde o
ponto de vista do homem e de sua natureza será possível ao operador jurídico representar o sentido e a função do
Direito como unidade de um contexto vital, ético e cultural: o homem, ponto de partida e chegada do fenômeno
jurídico, desenhado para a cooperação, o diálogo e a argumentação, e que, em seu "existir com" e situado em um
determinado horizonte histórico-existencial, pede continuamente aos outros, cuja alteridade interioriza, que
justifiquem a legitimidade de suas eleições aportando as razões que as subjacem e as motivam.

Por certo que tal função implica inevitavelmente uma grande responsabilidade, posto que ao operador do
direito já não mais lhe será lícito e legítimo elidir ou dissimular o dever de dizer não às situações e
relações intoleravelmente injustas que os homens entre si ou o poder perante eles se proponha a criar ou impor. E
neste particular, tomo como critério de exemplo o tratamento a ser dado ao problema da denominada “lei injusta”.

É este um problema que aquí não se pode considerar na totalidade de suas dimensões. Assim que me limitarei
apenas a dizer que a lei injusta será toda a norma positiva que não realize ou não permita realizar concretamente a
idéia de Direito. Assim, não tem qualquer caráter jurídicamente vinculante (carecem totalmente de legitimidade e de
obrigatoriedade) tanto as normas que porventura recusem a dignidade de personalidade moral a qualquer pessoa,
grupo ou classe, isto é , que lhes excluam a qualidade de sujeitos autónomos de Direito (com os direitos e deveres
implicados pela sua válida e legítima integração na comunidade) para os reduzirem a meros objetos de coacção
política , econômica ou administrativa, como as normas que lhes definam um estatuto de direitos e deveres que não
esteja fundado no sentido axiológico de uma comunidade que a todos autonoma e totalizantemente integre.

Nestes casos, e ainda que nos encontremos na presença de mandados emitidos por um legislador
formalmente habilitado e acompanhados por uma organizada garantia coativa, o que se nos oferece são autênticas
perversões do ato de legislar. Não podem, com efeito, considerar-se de outro modo as normas abertamente contrárias
à ideia de Direito e, portanto, violadoras daquela mesma função axiológico-normativa em que terao de justificar-se
como normas jurídicas válidas e legítimas.

Assim que parece haver um sentido comum de que o Direito moderno segue exigindo um momento de
incondicionalidade que obedece a sua necessária vinculação com a moral, ou seja, de que não se tornou
exclusivamente instrumental como pretendem algumas variantes do positivismo jurídico. De facto, é essa pretensão
de correção moral que permite distinguir entre o Direito e a força bruta, que permite distinguir (ou não) entre a ordem
de um delinquente (“a bolsa ou a vida”) e a ordem de cobrança de uma determinada contribuição, enfim, que permite
considerar o Direito como uma estratégia sócio-adaptativa, uma praxis social destinada a gerar discursos jurídicos
materialmente justos e com potencial capacidade de consenso para a solução de determinados problemas práticos
relativos aos vínculos sociais relacionais elementares através dos quais os homens constroem estilos aprovados de
interação e estrutura social.

Essa inerente pretensão de correção formulada pelo Direito compreende uma pretensão de justiça que, em
essência, nada mais é do que a correção com respeito a liberdade, igualdade e fraternidade, isto é, com a equitativa
distribuição e equilíbrio entre essas três grandes virtudes ilustradas. Com efeito, o operador do direito, em toda sua
cotidiana actividade, não pode prescindir dessa dimensão axiológica. E porque as perguntas sobre a justiça são
perguntas morais, o operador jurídico que realiza distribuições e equilíbrios incorretos comete, por essa via, uma falha
moral e a pretensão de correção transforma essa deficiência moral em deficiência jurídica: as normas perdem seu
carater jurídico se sobrepassam certos limites de injustiça.

Quando as normas negam conscientemente a vontade de justiça, quando os princípios, os direitos e as


garantias consagradas são arbitrariamente violados, carecem tais normas de legitimidade e validez, pois não se pode
conceber o Direito, inclusive o direito legislado, de outra maneira que não esteja destinado a servir a justiça. E
quando a injustiça não é oportunamente eliminada pelo legislador, corresponde ao operador do direito o dever e a
coragem de deixar de efetivá-la, de negar o pretenso caráter jurídico das normas arbitrariamente impostas. Esse o
papel que cabe ao operador do direito na sua praxis hermenêutica.

Dito de outra forma, parece ser que a única atitude legítima em face de uma lei injusta é a de recusar a sua
aplicação: a lei injusta faz surgir no pensamento jurídico em geral o poder e o dever de lhe recusar validade e aplicação
automática, de interpretá-la e decidir de tal modo que ela acabe por ter uma finalidade justa, isto é, cada norma sendo
submetida a um critério de justiça material de sua aplicação em cada caso concreto. Afinal, querendo ou não, as
normas são, em muito boa medida, manifestações de intuições e emoções morais (de raiz biológica e culturais)
compartidas por um determinado grupo, partindo não da idéia de “imperator”, mas sim da comunidade ética na qual
se inserta o sujeito-intérprete.

A consciência da cultura cívica para a coesistência.


A palavra cultura do latim "culturae", que significa “acção de tratar”, “cultivar” ou “cultivar a mente e os
conhecimentos”. E a palavra Cívica do latim "CIVICUS" “relativo a uma cidade ou comunidade, ou seja, um
comportamento cívico é, frequentemente, encarado como o respeito por um conjunto de regras de convivência.
Assim, etmologicamente a cultura cívica nada mais é do que cultivar os conhecimentos de uma comunidade.

Quando se fala em civismo e cultura cívica, o primeiro pensador que me vem à mente é Tocqueville, que na primeira
metade do século XIX ficou maravilhado com o poder de associação e participação dos americanos. Foi nesse momento
que Tocqueville analisou esse espírito associativo como “interesse bem-compreendido”, ao ver que os americanos se
organizavam em associações com objectivos e interesses comuns.

O conceito de Cultura Cívica foi desenvolvido por Almond e Verba, em 1963, com base num estudo da cultura política
de cinco países (Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Itália e México). Os autores desenvolveram um modelo
concepetual próprio que tem servido de base para diversos estudos e investigações.

O estudo de Almond e Verba foi desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial, surgindo na sequência do colapso
das democracias da Alemanha e da Itália, subvertidas em “manias destrutivas participantes”, e ainda na instabilidade
da Terceira República Francesa, passando a estabilidade das democracias e sua relação com a cultura política a ser
temas de particular relevância para a investigação.

Para a construção do seu modelo, os autores foram buscar contributos de diversas áreas do saber, nomeadamente da
sociologia, da psicologia social e da psicoantropologia, adoptando conceitos como o de cultura, de socialização, de
aculturação e acomodação, ou ainda os conceitos de atitudes e orientações, mas aplicando-os e adaptando-os em
relação ao sistema político.

O conceito de cultura é utilizado como orientação psicológica para os objectos sociais. As pessoas são induzidas para
uma dada cultura política do mesmo modo que são socializadas pelos pais e sistemas sociais não políticos, no que se
pode designar de socialização política.

Através dos processos de aculturação política manifestam resistência, fusão ou incorporação da cultura política.

A ideia de uma sociedade organizada em “corpos orgânicos”, funcionais ao Estado, foi preocupação não só de
pensadores como Hegel e Durkheim, mas também da Igreja Católica que, desde a Encíclica Rerum Novarum, passou a
prescrever a incorporação dos “corpos intermediários” da sociedade às instâncias de governo, como uma forma de
controlar o conflito social.

Desta forma, a cultura cívica pode ser vista como uma posição que recobre apenas parcialmente o espaço
sociopolítico, enfatizando valores de participação, informação e fiscalização dos poderes constituídos e de respeito às
diferenças. No entanto trata-se de uma parcialidade que demanda reconhecimento de outras perspectivas, instaura
um contencioso a respeito da forma de organização da sociedade e, assim, politiza o espaço público.

Concomitantemente, a cultura cívica, também tem um grande papel que é o estímulo a um comportamento ético e
de respeito, onde o cidadão compreende seu papel na sociedade, suas responsabilidades, direitos e deveres como
cidadão, representa igualmente a defesa do princípio democrático, através da preservação do espírito religioso, da
dignidade da pessoa humana e do amor à liberdade com responsabilidade, sob a inspiração de Deus; o fortalecimento
da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana; fomentando o aprimoramento do carácter, com apoio
na moral, na dedicação à família e à comunidade; o preparo do cidadão para o exercício das actividades cívicas com
fundamento na moral, no patriotismo e na ação construtiva, visando ao bem comum.

A cultura cívica indica o que os seres humanos deveriam fazer, na medida que no seu modo de actuação conta com a
ética, sabemos que a ética é um esforço contínuo de luta para garantir que as pessoas e as instituições às quais dão
forma, correspondem a normas com fundamentos sólidos e razoáveis.
Promoção da cultura Jurídica para evitar acusações e processos impróprios.
O ser humano por sua natureza possuí forças instintivas que atuam sobre ele, forças essas que influenciam na
construção de seu mundo cultural. Assim para viver em sociedade,o homem deve passar por um processo de
adaptação que deve se dar tanto na esfera interna quanto na externa. Diz-se interna quando for relativo ao corpo e
externa a relação é do homem com o espaço exterior. O direito tem a função reguladora do convívio especialmente
do convívio pacífico exatamente que sirva para orientar os comportamentos justos,as condutas justas para dar essa
direcção. O direito ele é uma evolução social, ele é fruto do ser humano pensante que por razões biológicas, psíquicas
precisava se agregar em sociedade e esses agrupamentos previsavam de regras para que pudesse haver uma
convivência pacífica entre as pessoas que lá vivem, e essas regras são aplicadas pelos operadores do direito.

A cultura jurídica é hoje objeto de grandes desafios lançados por uma realidade mutante, uma
sociedade em rápida evolução e um direito com desenvolvimentos muitas vezes desencontrados.
Como não podia ser de outro modo, a chamada globalização teve grande impacto nas tradições
jurídicas clássicas, esvanecendo as fronteiras culturais de outrora, acrescentando novas influências
aos distintos setores do ordenamento jurídico, situando -nos em uma posição fronteiriça em que
frequentemente não estão claros o caminho, os métodos, os grandes princípios.

O direito é um dos fundamentos da coesão e existência de uma sociedade ao mesmo tempo em que ele é fruto
resultado dessa sociedade. A vida em sociedade não pode existir sem o direito, como o ser humano não vive
isoladamente é preciso todo um regramento que viabilize essa vida social,então sem essas regras, sem atribuição de
dar a cada um o que lhe é devido seria impossível uma sociedade ordenada .

O ser humano não foi criado para viver isoladamente, tanto é que ele sempre se juntou em grupos,em sociedade
desde a antiguidade até criar a polis, e não teria como essa vida da polis levada sem que houvesse um regramento por
menor que fosse. O direito é essencial para a sociedade e para sua manutenção, o ser humano tem á pretensão natural
de pretender resolver os seus problemas da melhor forma possível visando sempre benefício individual, daí surge os
operadores do direito e para isso é preciso que existam regras,normas de condutas aplicadas pelos operadores do
direito,que de alguma forma delimitam e estabeleçam critérios não só para aquela pessoa não realizar suas acções
como também será punida por eventuais excessos.

A cultura jurídica é praticada, moldada, desenvolvida e difundida de algum modo pelos juristas. Apesar disso, poucas
vezes é objeto de estudo, salvo na tradição jurídica anglo-saxã em que dela se ocupam estudiosos do direito
comparado. Ainda que as Faculdades de Direito devessem transmiti-la e nela formar novos juristas, a cultura jurídica
é hoje objeto de grandes desafios lançados por uma realidade mutante, uma sociedade em rápida evolução e um
direito com desenvolvimentos muitas vezes desencontrados.

Um dos problemas que ainda hoje dificultam a solidificação de uma cultura jurídica ia é a deficiente distribuição de
informação. Isso, no que atine à investigação jurídica, traduz-se na insuficiente distribuição bibliográfica.

Para a promoãó da cultura jurídica, podem ser organizados diversos mecanismos, nomeadamnte: oferecimento de
capacitação jurídica e política de diversas formas, organização de cursos de especialização, seminários, etc., tendo
como identidade sua alta qualidade e adaptabilidade às necessidades de formação de empresas e instituições. Criar
centro de coordenação para cobrir as mais diversas necessidades de capacitação, fixar um o corpo de acadêmicos
chamados a ministrá-los; em função das temáticas e do público a que estão destinadas as ações, desenha uma equipe
de trabalho com os colaboradores mais idôneos à realização da máxima qualidade da formação oferecida.

Hoje em dia em Angola já podemos citar algumas instituições que realizam actividades com vista a promoção da
cultura jurídica, nomeadamentre: MUSAIKO, Associação de Mãos Livres, ADRA, Ordem dos Advogados Angolanos,
UCAN etc.

Mesmo assim, nossa realidade social ainda temos muitos problemas relacionados a protecção dos direitos dos
cidadãos e nos casos de fazer valer esse direito face a uma determinada situação de injustiça. Muitos dos cidadãos
acreditam que no nosso ordenamento jurídico a sistema judicial não se faz sentir em função de inúmeros problemas
como a celeridade processual, a falta de “seriedade” face a um processo em especial na área criminal que muitos são
negligenciados por serem de pequenos delitos e não se faz qualquer andamento do processo e por estar de certo
modo impregnado na mente dos cidadãos que o acesso a justiça não é para todos.

Deste modo fazemos menção a cultura jurídica e a sua devida promoção. A cultura jurídica está ligada
fundamentalmente ao conhecimento dos direitos dos cidadãos e ao acesso a justiça para fazer valer um direito violado
por um 3º e a promoção desta cultura jurídica ajudará a mudar a consciência jurídica dos cidadãos para que tenham
noção de que os seus direitos violados podem ser recorridos e consequentemente serem reparados.

O primeiro passo para a promoção da cultura jurídica é massificar a ideia do conhecimentos daqueles que são os
direitos dos cidadãos e da sua consciência jurídica de que independentemente da condição social, económica ou até
mesmo cultural estes podem reivindicar nas instituições de justiça para que sejam resolvidos os diferendos que se
encontrem pela violação dos seus direitos. Se perante a um conflito entre duas pessoas e tendo em conta a sua
consciência jurídica saberão sempre como e o que devem fazer para fazer a protecção dos seus direitos e deveres
enquanto cidadão de um Estado Democrático de Direito.

A análise da promoção da cultura jurídica também está ligada a questão da situação económica do sujeito que queira
fazer valer o seu direito e deparar-se com a situação de não puder pagar a um advogado para lhe representar nas
causas judiciais. Segundo dados obtidos, há uma escassez de advogados para prestar assistência jurídica gratuita por
falta de capacidade financeira para prestar tal serviço (concretamente na Ordem dos Advogados de Angola) e tal facto
também contribui para que as pessoas não queiram reivindicar aqueles que são os seus direitos consagrados
legalmente nas instituições judiciais.

A cultura jurídica assenta fundamentalmente nos princípios da igualdade de direitos, liberdades e respeito à dignidade
da pessoa humana e a sua promoção contribui para a construção de uma sociedade cada vez mais justa.

Analisada essa questão da cultura jurídica e a sua promoção podemos interligar como uma forma de evitar que se
façam acusações e processos impróprios. A medida em que quanto mais os cidadãos conheçam aqueles que são os
seus direitos menos serão as violações dos seus direitos consagrados e a imposição de falsas acusações na sua esfera
jurídica.

Um caso em que podemos nos deparar sempre na nossa situação são para os pequenos roubos efectuados por certos
cidadãos de objectos não tão valiosos e que lhes poderão custar a sua liberdade efectiva e terem processos impróprios.
Não querendo diminuir o crime de roubo, mas na nossa sociedade vimos que aqueles que roubam uma galinha sofrem
mais represálias do que os que cometem algum crime de pendor económico. Se nessa senda de promoção d cultura
jurídica os cidadãos conhecessem melhor os seus direitos, não seriam violados tantos e este poderia ter a capacidade
para fazer valer a sua restituição e preservar o seu bom nome.
CONCLUSÃO

No final deste trabalho podemos conlcuir que o papel dos operadores do Direito é fundamental para a sociedade uma
vez que o desempenham de forma válida e légitima incentivando aos demais uma maior consciência da cultura jurídica
e estes operadores contribuem na construção da consciência da cultura juridica na sociedade interagindo com os
cidadãos através de palestras, workshops, pelos medias e pela abertura do sistema judicial a todos de maneira cada
vez mais abrangente. Quanto a consciência da cultura cívica para coexistência humana, a cultura cívica representa o
conjunto de costumes mormente éticos assumidos como deveres fundamentais para a vida colectiva, visando
preservar a sua harmonia e contribuindo para a boa convivência dos demais no meio social. E também ao nosso
entender, estes mesmos operados do Direito devem contribuir para a consciência da cultura cívica a par de dever de
todos nós como membros da sociedade enquanto dedicação pelo interesse público e também pela política de um país.
A cultura cívica é um importante instrumento para promover a coesão social.

Olhando ainda para a cultura jurídica, a sua promoção evitar acusações e processos impróprios, é hoje objecto de
grandes desafios lançados por uma realidade mutante em uma sociedade em rápida evolução e um
direito com desenvolvimentos muitas vezes desencontrados , devendo para tal está promoção ser
praticada, moldada, desenvolvida e difundida pelos grandes operadores do Direito nas suas enormes variantes
competentes para exercer a actividade jurídica como os advogados, juízes, procuradores e jurisconsultos.
BIBLIOGRAFIA
BELTRÁN Jordi Ferrer ,Universidade de Girona Cátedra de Cultura Jurídica

Sites:

1. https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/detalhes.php?id=394569
2. https://www.fecongd.org/acesso-a-justica/
3. https://www.dw.com/pt-002/angola-acesso-%C3%A0-justi%C3%A7a-n%C3%A3o-%C3%A9-para-todos/a-
42257018
4. http://desigualdadediversidade.soc.puc-rio.br
5. https://www.scielo.pt
6. http://catedradeculturajuridica.com
7. https://www.repository.utl.pt
8. https://www2.camara.leg.br

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