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Resumo: Este artigo tem o objetivo de demonstrar que a pirataria de software é um mal atual e
crescente em nossa sociedade. Visa ainda definir o que é, como ocorre e quais os meios de se
combater a pirataria no Brasil. O Brasil é um dos países do mundo que possuem uma legislação
especifica sobre o assunto. As leis 9.609, de 19.02.98, que dispõe sobre a proteção de propriedade
intelectual de programa de computador, a Lei nº 9.610, de 19.02.98, que altera, atualiza e
consolida a legislação sobre direitos autorais e o próprio código penal são as armas de que
dispomos nesta guerra. Entidades como a BSA, a ABES, e o CNI auxiliam no combate a
atividade pirata, mostrando que não apenas os órgãos oficiais têm participação ativa na repressão
a pirataria, mas todos nós. A conscientização dos usuários é a parte mais importante.
INTRODUÇÃO:
1
Aluno do 8º período de Direito da Faculdade de Direito Promove
O professor TÚLIO LIMA VIANNA (2007, p. 1) apresenta uma definição mais simples
afirmando que “O software é uma série de instruções capaz de ser executada por um computador
(hardware) para se alcançar um resultado pretendido.”. Ele chega ainda a comparar o software
com uma partitura musical que seria executada não em um piano, mas em um computador.
Uma vez que se encontra definido o que é o software, o que seria então a pirataria de
software? Para entendê-la, devemos ainda fazer uma diferenciação: softwares livres e softwares
proprietários. O software livre, de acordo com a definição encontrada na Wikipédia (2009), é
“qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e
redistribuído sem nenhuma restrição” (o que não significa que ele seja necessariamente gratuito,
no entanto). Já os softwares proprietários são aqueles que , ao contrario, tem sua cópia,
redistribuição ou modificação restringidas pelo seu criador ou distribuidor. Na prática, essas
restrições se traduzem em um pagamento ao autor/distribuidor do software, ou seja, a famosa (e
onerosa) licença de uso. São essas licenças que tornam o uso do software legal e ao mesmo
tempo delimitam o que o usuário pode e não pode fazer com o mesmo para não ferir os direitos
do autor. Por exemplo, a licença estabelece se o usuário pode copiar ou não o programa, se o
usuário pode instalar o software em mais de uma máquina ao mesmo tempo, etc. uma confusão
que não pode ser feita é o fato de que a maioria, se não a totalidade, dos softwares proprietários
são comerciais, ou seja, são vendidos. Isso não quer dizer que os softwares livres sejam sempre
gratuitos. Eles podem ser também comerciais, ou seja, vendidos. O que os diferencia são, então,
as licenças de uso...
No Brasil a necessidade da observação da licença de uso dos softwares se encontra
claramente exigida nos artigos 9º e 10 da lei 9.609/98:
Ela ainda enumera alguns exemplos do que considera métodos comuns de pirataria:
“Duplicação de usuário licenciado para usuários não licenciados; Distribuição ilegal pela
Internet; Uso ilegal do Adobe® Acrobat® em uma rede; Distribuição de versões educacionais
especializadas em mercados não autorizados; Distribuição de software ou fontes Adobe
ilegítimos”.
Um detalhe importante que pode ser percebido nesta definição e nestes exemplos é o fato
de que a pirataria de software não que dizer necessariamente a venda de um software ilegal, ou
seja, o lucro financeiro. A pirataria de software ocorre até mesmo se um colega copia
“inocentemente” para outro o seu software ou quando se faz o download de um software
comercial sem comprá-lo e pagar sua licença pela internet (internet esta que contribuiu
enormemente para o aumento da pirataria, como veremos adiante).
A Pirataria de software é crime. O Brasil se inclui, desde 1998, entre os países que
possuem legislação específica sobre o tema. Como mencionado acima, esta proteção se dá através
da lei nº 9.609/98, da lei dos direitos autorais (lei 9.610/98), do próprio código penal em seu
artigo 184 (alterado pela Lei nº 10.695, de 1.07.2003) e do Código de Processo Penal
(estipulando as regras de apreensão das propriedades intelectuais obtidas ilicitamente).
A legislação estabelece que a violação dos direitos de software previstos é passível de
ação criminal e de ação cível de indenização. O infrator fica sujeito a detenção de seis meses a
dois anos (art. 12 da lei 9.609/98), ou reclusão de um a quatro anos (art. 12 § 1º da mesma lei)
além das penas previstas no art. 184 do código penal e multas diárias pelo uso ilegal dos
programas.
Ainda assim, talvez pela sensação de impunidade, a pirataria de software no Brasil (e no
mundo) continua alarmante. Isto se deve em grande parte à popularização da Internet.
Antigamente a pirataria de software dependia da troca física de disquetes, CDs, fitas, etc. para
ocorrer. Hoje em dia, existem programas que tornam instantâneas as trocas ilegais de software,
são os famosos P2P ou peer-to-peer (ponto a ponto). Através destes programas pode-se baixar
um filme, um software, uma musica ou qualquer outra coisa digital em questão de horas ou
minutos. Alguns exemplos são o Emule, o Bit torrente e o Kaza. Não bastasse isto, existem
grupos de hackers na Web, que se intitulam “Warez”, cuja origem remonta para antes do
surgimento da própria internet. Estes grupos pregam a liberdade da informação digital e dentro
desta liberdade incluem-se os softwares. Os Warez se dedicam a “quebrar” a proteção de
softwares comerciais e a distribuir ou incentivar a troca destes entre os usuários de forma
gratuita, chegando a competir entre si e a vangloria-se de seus feitos.
Com todas as facilidades apresentadas pela internet aos piratas, o combate a estes ilícitos
se torna muito difícil e de eficácia limitada. Este combate se faz principalmente mediante
denúncias a órgãos de combate a pirataria como o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e
Delitos contra a Propriedade Intelectual. Criado em 2004, o Conselho Nacional de Combate à
Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual é um órgão colegiado consultivo, integrante
da estrutura básica do Ministério da Justiça, tendo por finalidade elaborar as diretrizes para a
formulação e proposição de plano nacional para o combate à pirataria, à sonegação fiscal dela
decorrente e aos delitos contra a propriedade intelectual.
No entanto, os melhores resultados no combate à pirataria de software se deram por meio
de campanhas educativas realizadas por entidades como a ABES, a CNI e a BSA. A ABES,
Associação Brasileira das Empresas de Software, é uma associação civil sem fins político-
partidários e para fins não econômicos. Trata-se da principal associação de empresas de software
do Brasil e tem a seguinte função segundo seu web site (ABES, 2009),
Mais recente, matéria do Globo online em 2007 revela que a pirataria no Brasil recuou
ainda mais. Segundo a matéria, pesquisa realizada pela BSA em 2007 mostra que no país o índice
foi reduzido em um ponto percentual, chegando a 58%, e em seis pontos nos últimos três anos. A
pesquisa não é de todo otimista, no entanto. Ela mostra que apesar da redução na quantidade da
pirataria, os danos financeiros provocados por ela na verdade subiram em 1,73%. O presidente da
BSA, Robert Holleyman, afirma que:
A maior parte das cópias ilegais são utilizadas por empresas, em geral pequenas e
médias empresas", disse Holleyman em entrevista. "Ainda que tenhamos visto uma
queda nos índices de pirataria na maioria dos países estudados, em alguns poucos
mercados de porte muito grande continua a existir crescimento econômico muito
acelerado, especialmente no setor de pequenas empresas.
No Brasil, a pesquisa deixa claro que a redução se deve a setores chave como grandes
empresas, governo e softwares como sistemas operacionais.
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
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em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2329/Combate-a-pirataria-na-internet>.
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9AD2F1919%7D;&UIPartUID=%7B2218FAF9%2D5230%2D431C%2DA9E3%2DE780D3E67
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Disponível em: <http://oglobo.globo.com/tecnologia/mat/2009/05/12/pirataria-de-software-
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VIANNA, Túlio Lima. Por uma Nova Política de Direitos Autorais para a América Latina: o
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10/05/2009