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O NEOPAGANISMO
NO BRASIL*
DANNYEL DE CASTRO**
Resumo: há pelo menos 15 anos alguns pesquisadores brasileiros das áreas da antropologia,
sociologia, história e ciências da religião empenham-se em auxiliar no avanço de conhecimento
sobre as expressões religiosas do Paganismo Contemporâneo. Essas, por sua vez, mostram-se
em constante crescimento na sociedade brasileira. Tais pesquisas convergem para a formação
de um campo específico dos estudos de religião, constituído por religiões que até então somente
eram compreendidas de forma bastante superficial através da categoria analítica “novos mo-
vimentos religiosos”. O presente texto realiza um survey dos principais estudos acadêmicos já
realizados sobre as religiões pagãs no Brasil, refletindo sobre algumas das principais análises
tecidas sobre tais expressões.
O
século XX foi marcado pelo alvorecer de diferentes novas expressões religiosas,
alinhadas ao contexto propiciado pela modernidade, sobretudo no que diz res-
peito à queda de influência das instituições religiosas. Tais expressões passaram
a ser estudadas sistematicamente dentro de uma única categoria analítica, “novos movi-
mentos religiosos”. Segundo Guerriero (2006, p.19), uma forma de reconhecer um novo
movimento religioso é observar o grau de ruptura que este estabelece com as grandes
(ou tradicionais) religiões; “quanto maior a ruptura, mais nítido seria o caráter de novi-
dade desse movimento”. De outro modo, os novos movimentos religiosos promovem um
distanciamento de padrões culturais estabelecidos por meio de suas mensagens e símbolos.
Contudo, tal conceito é utilizado na investigação científica de várias religiões que
possuem configurações e sistemas religiosos bastante distintos. Esse é um dos motivos que
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levou Guerriero, em um outro trabalho, a questionar o uso do termo “novos movimentos
religiosos”: “corremos o risco de tornar nossa visão tão ampla que dentro dela tudo caberia”
(GUERRIERO, 2014, p.916).
Atentos a essa questão, pesquisadores brasileiros têm realizado estudos que analisam
as diferentes novas expressões religiosas de maneira específica, desenvolvendo um processo
de especialização acadêmica das religiões que compõem o mosaico dos novos movimentos
religiosos, especialmente as religiões alternativas (ou, para alguns autores, neoesotéricas). Tal
processo é verificado a partir da emergência do conjunto de pesquisas específicas sobre ex-
pressões como Vale do Amanhecer (OLIVEIRA, 2011; CAVALCANTE, 2005; GALINKIN,
2008; REIS, 2008), Hare Krishna (GUERRIERO, 1989; ADAMI, 2014; SILVEIRA, 1999),
Santo Daime (GOULART, 1996; GROISMAN, 1991; LABATE, 2004; ALBUQUERQUE,
2012), entre outras.
O presente artigo propõe investigar em que situação está o processo de especializa-
ção acadêmica de uma dessas expressões, o Neopaganismo, que, por sua vez, é um conjunto
de expressões religiosas que se inspiram em antigas culturas do mundo, geralmente pré-cristãs
ou pré-romanas. O quadro metaempírico de significados dessas religiões geralmente envolve
a crença em diversos deuses (o politeísmo), a noção de que todas as coisas possuem alma (o
animismo), além da aceitação da ideia de reencarnação da alma. Tratam-se de movimentos
religiosos como Ásatrú, Wicca, Druidismo, Reconstrucionismo Céltico, Kemetismo, Rodno-
very, Romuva, Hellenismo, apenas para citar alguns.
Tais religiões expandiram-se pelo ocidente ao longo do século XX, especial-
mente no período pós-guerras e na contracultura norte-americana e europeia. No Brasil,
observa-se a inserção de elementos neopagãos no campo religioso brasileiro já na década
de 1970. Porém, tais religiões começaram a ganhar adeptos no país, principalmente, entre
as décadas de 1980, 1990 e 2000.
Através de uma busca empreendida em sites de programas de pós-graduação em
ciências da religião, antropologia e ciências sociais, bem como no site Google (sobretudo a
plataforma Google Acadêmico) e na plataforma Lattes, foi possível mapear os trabalhos cien-
tíficos (entre teses, dissertações e artigos1) já realizados sobre as expressões neopagãs no Brasil.
Sendo assim, um primeiro momento do texto contará com a exposição de tal mapeamento.
Em seguida, irei analisar os principais temas abordados nos estudos brasileiros sobre Neopa-
ganismo de forma mais detalhada, a fim de verificar a situação atual desse campo de estudos.
O artigo foi escrito no ano de 2016, sendo aceito para publicação já em 2017. Nes-
te ano, por sua vez, mais duas dissertações de mestrado foram defendidas sobre o tema, bem
como outros artigos também foram publicados. Desse modo, tais trabalhos não entraram
no mapeamento empreendido neste artigo. Uma das dissertações defendidas em 2017 foi a
minha, intitulada “Neopagãos na Cidade: sociabilidade e estilo de vida entre adeptos do Neo-
paganismo” (CASTRO, 2017). Também publiquei alguns artigos em periódicos sobre o tema
entre os anos de 2016 e 2017, e optei pela omissão destes trabalhos no presente survey por en-
tender que não é meu papel, neste momento, analisar minha própria produção bibliográfica.
Um dos pesquisadores pareceristas que analisou o presente artigo, tendo-o aprova-
do para publicação, questionou a omissão das religiões afro-brasileiras, ou de matriz africana,
em minha definição de Paganismo Contemporâneo. De fato, há algumas interseções entre
tais expressões e as que aqui denomino de “pagãs contemporâneas”, como a existência de uma
espiritualidade centrada na natureza, culto a diferentes divindades relacionadas a aspectos
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naturais, entre outros. Ressalvo, porém, que as religiões de matriz africana possuem elementos
relacionados à diáspora africana, tendo até mesmo um caráter étnico, o que não ocorre no
caso das expressões do Paganismo Contemporâneas. Estas constituem, na verdade, um reavi-
vamento e/ou reconstrução moderna (iniciada entre os séculos XIX e XX) de religiões pagãs
do mundo antigo.
Como pode ser observado, a grande maioria desses trabalhos exploram o universo
da Wicca, religião pagã de maior visibilidade social em países norte-americanos e europeus,
assim como também no caso brasileiro. Ainda que o termo Neopaganismo surja no título de
algumas das dissertações, teses e artigos, o conteúdo da maior parte dos trabalhos trata espe-
cificamente dessa única expressão religiosa.
No caso das quatro teses de doutorado, a de Rosalira Oliveira (2004) tenta explorar
o fenômeno do Paganismo Contemporâneo de uma forma mais ampla. O estudo pioneiro
da autora busca evidenciar diferentes aspectos da religiosidade que permeia o movimento
pagão contemporâneo, enfatizando religiões com a Wicca, o Druidismo e o Neoxamanismo.
O foco de Oliveira é a identificação de crenças, valores e visões de mundo, sobretudo no que
diz respeito à sacralização da natureza, elemento a partir do qual ela promove uma discussão
que relaciona o movimento religioso com as dimensões filosóficas do movimento ecológico.
As outras três teses (DUARTE, 2013; ALVES, 2011; TERZETTI FILHO, 2016),
tratam da Wicca, mesmo que, em caráter introdutório, seja inicialmente buscado um breve
olhar histórico sobre o movimento neopagão como um todo. No trabalho de Ana Carolina
Chizzolini Alves (2011), a autora centraliza o seu estudo nas relações entre o corpo e a Wicca,
principalmente a partir dos preceitos teóricos da Nova Era. Segundo Alves, nas práticas wic-
canas a corporeidade funciona como um importante elemento nas transformações sociais que
os seus adeptos pretendem alcançar (transformação ecológica, psicológica e corporal), sendo
que o corpo é tido como uma “extensão da natureza” (ALVES, 2011, p.258).
Enquanto isso, a tese de Janluis Duarte (2013) enfoca o processo histórico de di-
vulgação da Wicca no cenário brasileiro, trazendo amplos detalhes sobre os primeiros grupos,
indivíduos e encontros da religião no país. O autor afirma que há certa especificidade na
Wicca brasileira, expressa nos elementos envolvidos na formação de representações e identi-
dades dos primeiros praticantes e divulgadores da religião. Tal especificidade é localizada nos
diversos elementos do neoesoterismo e da Nova Era, julgados pelo autor como fatores cultu-
rais preexistentes no imaginário desses praticantes e que, desta forma, se tornaram intrínsecos
à bruxaria moderna brasileira.
No trabalho de Celso Luiz Terzetti Filho (2016), o autor busca compreender os
elementos responsáveis por proporcionar uma desterritorialização da religião wiccana de seu
contexto inicial nacionalista inglês para um contexto mais amplo (nas palavras do autor,
global). Isso se deu, para o cientista da religião, devido a articulação de duas identidades de
projeto, o feminismo e o ambientalismo. No caso brasileiro, o autor também analisa a apro-
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priação do culto de divindades consideradas nativas do país, evidenciando a universalidade da
figura central da Wicca, a Deusa.
Entre as dissertações, praticamente todas enfocam os principais elementos e o siste-
ma religioso da Wicca, o que é compreensível quando lembramos que a religião é minoritária
– apesar de ser a mais acessível entre as expressões pagãs contemporâneas – e ainda bastante
mal compreendida em diferentes contextos brasileiros. Talvez por isso o principal objetivo de
algumas das dissertações seja basicamente o mesmo, esclarecer do que se trata a Wicca, sem
grandes análises epistemológicas sobre outras questões evidenciadas através deste fenômeno
religioso tão singular.
O trabalho de Karina Oliveira Bezerra (2012) é fruto de uma pesquisa empírica
que buscou mapear os diferentes grupos wiccanos existentes em uma metrópole brasileira, a
cidade de Recife/PE. Bezerra coletou, por meio da aplicação de questionários distribuídos vir-
tualmente, dados interessantes que servem para se ter uma noção prévia do cenário pagão de
outros contextos. Segundo esses dados, em Recife 65% dos wiccanos possui ensino superior,
completo ou em curso, 88% estão solteiros e 90% não possuem filhos. Além disso, 55% dos
wiccanos entrevistados pela autora possuíam entre 21 e 30 anos (sendo que 20% dos entre-
vistados estavam na faixa dos 10 a 20 anos, mesma porcentagem para o grupo dos adultos de
31 a 40 anos).
Em alguns casos, os estudos sobre essas expressões contribuem para importantes
discussões atuais, como a relação entre as temáticas do feminismo e a religião. As reflexões
tecidas pelas antropólogas Andréa Osório (2004) e Daniela Cordovil (2015a) sobre a questão
de gênero no caso da Wicca são os principais exemplos. Ambas são frutos de pesquisas etno-
gráficas realizadas junto a adeptas da religião, sendo a primeira no contexto urbano do Rio de
Janeiro/RJ, e a segunda no de Belém/PA. Osório constatou que a Wicca não necessariamente
rompe com os modelos tradicionais da atribuição de funções de gênero, nos quais o papel
da mulher é entendido como ligado ao universo da maternidade e das atividades domésticas,
mas ainda assim é uma prática inovadora pela inversão da valoração desses papeis de gênero
proposta. Nas palavras da autora:
Na wicca, o feminino é mais valorizado pela sua capacidade de criação, e por uma série de
atributos tidos como naturais nas mulheres: sensibilidade, generosidade, beleza, sutileza,
calma, intuição, imaginação, criatividade, entre outros. O masculino, por sua vez, seria
eminentemente agressivo, belicista, forte, racional, entre outros atributos. Essas atribui-
ções não são modernas, mas tradicionais. A inovação da bruxaria wicca é a visão de que
exatamente por ser o que é, o feminino é positivamente valorado, o que não ocorre nas
sociedades tradicionais (OSÓRIO, 2004, p.166).
[...] a cosmovisão pagã valoriza e celebra o mundo físico vendo-o como manifestação de
uma realidade invisível, porém real, um princípio criador que está presente em tudo e
que a tudo unifica. Concebidas como parte da Terra e da natureza, as divindades pagãs
acrescentam uma dimensão espiritual à Ecologia. O modelo da divindade imanente
estimula o respeito pelo espírito sagrado que habita em todas as coisas vivas e o com-
promisso com os seus plenos desenvolvimento e expressão. Nesta perspectiva, o meio
ambiente é visto como sagrado, inteligente, habitado por um poder místico e dotado de
uma vitalidade criadora.
Há uma identidade baseada no fato de serem todos, em última análise, a mesma coisa:
espírito. É essa identidade que permite a comunicação entre os humanos e os demais seres,
vista não apenas como possível, como também mutuamente desejada. É essa experiência
de comunicação que o Druidismo moderno define por “awen”. Geralmente traduzido
como “inspiração”, o termo “awen” significa literalmente “espírito que flui”, uma vez que,
para os adeptos, é desse modo – através da comunicação de espírito para espírito – que
flui a inspiração (OLIVEIRA, 2010, p. 35).
Ou seja, há uma espécie de busca por elementos que constituem uma identidade local,
por meio da sacralização do espaço, entre os druidas modernos brasileiros. Observa-se, assim, a
aproximação realizada pelos pagãos brasileiros entre sua fé e elementos próprios da identidade
nacional, sejam eles ligados à natureza específica do território brasileiro, ou oriundos de aspec-
tos culturais relacionados aos povos indígenas, ou ainda ligados ao panteão de divindades afro-
indígenas, conforme verificado por Cordovil (2014). Desse modo, os estudos sobre Paganismo
Contemporâneo no Brasil têm identificado que esses religiosos estão a caminho de estabelecerem
um modo específico e particular de prática das religiões pagãs, sendo este adaptado às realidades
brasileiras. Evidentemente, a demanda por mais estudos que enfoquem esses processos é real, pois
somente através deles poderemos conhecer aspectos mais profundos desse processo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abstract: there are at least 15 years that some Brazilian researchers in the fields of anthropology,
sociology, history and religious studies strive to assist in the advancement of knowledge about the
religious expressions of Contemporary Paganism. These, in turn, are shown in constant growth on
Brazilian society. Such researches converge to form a specific field of religious studies, consisting of
religions which until then were only understood in a very superficial way through the analytical
category “new religious movements”. This paper makes a survey of the main academic studies alre-
ady made on pagan religions in Brazil, reflecting on some of the major analyzes woven about such
expressions.
Keywords: Contemporary Paganism. Religious Studies. New Religious Movements. Data Collection.
Notas
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