Você está na página 1de 8

REDES DE BANDA LARGA

COMUNICAÇÃO DE LONGA DISTÂNCIA

-1-
Olá!
Objetivo desta Aula

Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- Conceituar LAN, MAN e WAN;

2- Entender o IEEE e seu papel no tocante a redes de computadores;

3- Relacionar os protocolos e as redes de computadores;

4- Verificar os principais atributos para projetos de redes.

Introdução

A partir do desenvolvimento da tecnologia das redes de computadores, mediante o ótimo resultado na

conectividade no tocante à diferença de enviar e receber informações automáticas, as estruturas e a área de

atuação foram crescendo, estabelecendo uma classificação dependendo da ocupação ou da cobertura que a rede

venha a interligar.

1 LAN (Local Area Network)


A primeira classificação de redes é a que chamamos de LAN (local area network). Nela, estão incluídas as redes

que atendem, no máximo, uma área em torno de 10 metros. Certamente esta foi a responsável pela realização

dos primeiros testes para a tecnologia, sendo instituída preliminarmente em centro de pesquisa e universidades.

Fomentou o trabalho cooperativo, visto da integração pelo compartilhamento de recursos.

-2-
Um exemplo muito oportuno nos dias atuais é o uso das impressoras em redes locais. O que antes só era possível

levando, através de CDs, o que se desejava imprimir (ou então ter uma impressora para um computador),

atualmente consegue-se compartilhar a impressora instalada em um computador pelos demais que estão em um

local próximo.

Uma inovação nesse cenário foi a fabricação de impressoras com adaptador de rede (comumente conhecido

como placa de rede).

Neste caso, dispensa-se instalar em um computador - o que obriga ter que ficar ligado para os demais poderem

imprimir; o que repercute problemas do tipo: consumo de energia maior e contratempos se o computador tiver

problemas e precisar ir para a manutenção. À impressora agora é colocada diretamente na rede, e qualquer

trabalho a ser impresso é enviado diretamente para ela, independentemente de qualquer outro fator.

Desde o seu surgimento em meados dos anos 70, a LAN sempre deteve uma grande capacidade de transmissão,

portanto é uma estrutura de banda larga, atuando em faixa de transmissão sempre elevada - gigabytes. Das

tecnologias envolvidas nas redes locais, aquela que teve grande ascensão e hoje é certamente a com maior uso é

a Ethernet.

A padronização da Ethernet foi feita pelo IEEE pelo 802.3. A especificação define cabeamento e sinais elétricos

para a camada fisica, e formato de pacotes e protocolos para a camada de controle de acesso ao meio (MAC -

media access controt) do modelo OSI.

Atualmente são os padrões da Ethernet:

· 10 megabits/seg: 10Base-T Ethernet (IEEE 802.3)

· 100 megabits/seg: Fast Ethernet (IEEE 802.3u)

· 1 gigabits/seg: Gigabit Ethernet (IEEE 802.3z)

· 10 gigabits/seg: 10 Gigabit Ethernet (IEEE 802.3a€e)

O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos ou IEEE (pronuncia-se |-3-E, ou, conforme a pronúncia

inglesa, eye-triple-e) é uma organização profissional sem fins lucrativos, fundada nos Estados Unidos. É a maior

(em número de sócios) organização profissional do mundo. O IEEE foi formado em 1963 pela fusão do Instituto

de Engenheiros de Rádio (IRE) com o Instituto Americano de Engenheiros Elétricistas (AIEE).

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/IEEE

2 MAN (Metropolitan Area Network)


Superando a área prevista para as redes locais, a segunda classificação para as redes de computadores é a MAN

(metropolitan area network).

-3-
A característica mais intrínseca para detectar uma MAN é a conexão entre a matriz de uma empresa com suas

filiais, estando estas a menos de 50 Km de distância.

Há quem atribua o papel da MAN na interligação de LANs. Ou seja, uma empresa possui dois ou mais prédios, e

cada um deles possui uma LAN. Mediante a distância entre eles, a MAN seria o elo entre as duas. Como o termo

“metropolitana” não é tão comum em nosso dia a dia, a melhor forma de compreender é vincular uma ideia de

que a interligação está vinculado a um bairro ou uma cidade, por exemplo – o que alguns autores definem como

“distâncias metropolitanas”.

A IEEE padroniza a conectividade pelas MANs através da especificação 802.6. Destaque também para o

crescimento do uso das redes sem fio, contribuindo assim para que as redes metropolitanas se tornassem mais

presentes. Surgiram muitos provedores de redes de banda larga wireless, que caracteriza muito bem uma

estrutura dessa classe de redes de computadores. Para estes, o grande exemplo é o WiMax (Worldwide

Interoperability for Microwave Access - Interoperabilidade Mundial para Acesso de Micro-ondas), publicado pela

IEEE em 2002 pelo padrão 802.16.

3 WAN (Wide Area Network)


Seguindo para a última classificação no tocante à abrangência das redes, temos a WAN (wide area network), que

é caracterizada por prover conectividade em longas distâncias, comumente a partir de 50 Km, responsável por

interligar grandes áreas geográficas (as redes geograficamente distribuídas sugiram da necessidade de se

compartilhar recursos especializados por uma maior comunidade de usuários geofraficamente dispersos. [...]

tais redes são em geral públicas, [...]. É mantido, gerenciado e de propriedade de grandes operadoras” (SOARES,

1995)), a saber: países e continentes, por exemplo.

A WAN é o foco maior da aula de hoje, visto que provê a comunicação para distâncias bem maiores do que as

LANs e MANs.

O nascimento dessa estrutura foi em 1965, através de uma linha telefônica de baixa velocidade, quando

Lawrence Roberts e Thomas Merril criaram a primeira WAN através da ligação entre dois computadores, o DX-2

e um Q-33, localizados em Massachussets e na Califórnia, respectivamente. Para se ter uma ideia plena de quão

primoroso e destacado foi esse projeto, o maior exemplo que temos de WAN é a internet.

Com todas as transformações ocorridas no modelo de negócios no mundo, representado principalmente pelo

fenômeno conhecido como globalização, as WANs passaram de uma estrutura simples de requinte para um

recurso indispensável para a sobrevivência das empresas.

-4-
À partir da expansão e fusões, formando grandes blocos comerciais e multinacionais com abrangência geográfica

cada vez maior, aliado à necessidade da tomada de decisão mais assertiva, a disponibilidade da informação de

maneira rápida e precisa é vital para a sobrevida dessa grande estrutura, e é justamente a WAN que provê esse

ambiente de comunicação.

Portanto, o interesse em dispor de uma largura de banda que comportasse o tráfego maior e mais intenso, bem

como seu barateamento, foram insumos para se apoiar estudos e pesquisas para as redes de computadores de

longa distância.

3.1 Protocolos para WANs

São exemplos de protocolos para as WANs, os quais serão destacados e detalhados nas nossas próximas aulas:

PPP

O PPP (protocolo ponto a ponto - point to point protocol) constitui-se como o protocolo mais comum para acesso

à internet, tanto em conexões discadas como dedicadas. Ele é usado sobre vários tipos de meios físicos como

cabo serial, linha de telefone comum, os de telefone celular, rádio especializado e fibras óticas. Atualmente, o PPP

é usado para o estabelecimento das conexões de banda larga da internet e para ligações dial-up de acesso à web.

Rede X.25

É uma arquitetura de rede de pacotes definida nas recomendações do ITU-T. A rede X.25 fornece uma

arquitetura orientada à conexão para transmissão de dados sobre uma rede física sujeita a alta taxa de erros.

ITU-T

Setor de Normatização das Telecomunicações (em inglês: Telecommunication Standardization Sector, ITU-T) é

uma área da União Internacional de Telecomunicações (ITU) responsável por coordenar padronizações

relacionadas a telecomunicações.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ITU-T

4 Frame relay
É uma arquitetura de rede de pacotes de alta velocidade, que veio a ser um sucessor natural da rede X.25. O

frame relay permite vários tipos de serviço até altas velocidades de comunicação entre nós da rede. Com a

evolução e uso de meios de transmissão confiáveis (por exemplo, cabos óticos), viabilizou a comunicação entre

redes locais (LAN) e é um serviço oferecido comumente pelas operadoras. Muito utilizada em projetos de

interligação por ter um custo mais acessível, porém é mais cara que o serviço X.25.

-5-
5 Rede ATM
Principalmente para dar suporte à transmissão em tempo real de dados de voz e video em uma WAN, a topologia

tipica da rede ATM (asynchronous transfer mode) utiliza-se da propriedade de estabelecer um circuito lógico

entre o computador de origem e destino, o que se caracteriza por um modelo diferenciado pela: (i) alta

qualidade de serviço e (ii) baixa taxa de erros. A tecnologia de transmissão e comutação de dados utiliza a

comutação de células.

6 DSL
O DSL (digital subscriber line - linha digital de assinante) XDSL permite tráfego de alta capacidade usando o cabo

telefônico normal entre a casa ou escritório do assinante e a central telefônica. Possui dois modos básicos:

• ADSL (asymmetric DSL - DSL assimétrico): Suporta o compartilhamento de uma linha de telefone comum. A

partir desse meio de comunicação, o protocolo utiliza-se de duas distintas faixas de frequência para transmissão

de voz e de dados, o que não interrompe nenhum dos dois serviços quando estiverem sendo simultâneos. A

banda é projetada para receber maior volume de dados do que este pode enviar – o que o torna mais adequado

ao usuário comum que recebe dados da internet.

• HDSL DSL (high-bit-rate DSL): O HDSL fornece um enlace de alta taxa de transmissão de dados. Para esta

variação do protocolo DSL, a banda do assinante tem a mesma capacidade de envio e recebimento de dados, que

estabelece um serviço mais adequado ao usuário corporativo que disponibiliza dados para outros usuários

comuns.

7 Qualidade de serviço WANv


A partir de um cenário conhecido como redes convergentes, foram adicionados na WAN tráfego de voz, dados,

imagens e vídeos, além do aumento continuado dos dados, em função desse aumento na estrutura de uma banda

que não cresceu na mesma proporção (imagine um fluxo de uma grande avenida que recebia fluxo de 1000

carros, e agora atende 10000).

Por isso, surgiram estratégias para atuar no congestionamento do que será transportado na rede definido por

qualidade de serviço (QoS), representados principalmente por protocolos cuja missão é ultra compreensão. O

objetivo é modelar o tráfego da rede (são utilizadas medições, incluindo a análise de pacotes, para disponibilizar,

através técnicas gráficas, estatísticas, dentre outros, o desempenho da rede), possibilitando que seja priorizado o

serviço mais importante no momento.

-6-
O QoS (quality of service) define a qualidade de serviço de uma WAN para um determinado tráfego. Portanto, a

qualidade de serviço é a capacidade da rede em que os dados são transmitidos de forma consistente e previsível,

satisfazendo as necessidades das aplicações dos usuários em diferentes serviços.

As premissas que iremos elencar serão importantes para sua vida como um gestor de projetos de redes, que

busca implantar uma solução adequada ao orçamento de qualquer empresa.

Atributos necessários

Para finalizarmos esta aula, vamos tratar de alguns atributos (SOARES, 1995) necessários a serem considerados

quando do projeto de redes de computadores. O fato de não ter disponível a tecnologia “de ponta” ou “de última

geração” não denota a ausência de uma estrutura que venha a atender sua necessidade.

Custo

Como etapa muito trivial para um projeto de redes de computadores, evidenciar e potencializar a largura de

banda necessária pode parecer simples – oriundo de uma multiplicação de quantos computadores tenho e

pretendo ter pelo custo individual. Contudo, variáveis que incorrem das aplicações (softwares), bem como de

outros tráfegos (voz, vídeos e imagem), mudam consideravelmente o cenário.

Lembre-se que a escolha de tecnologia de maior capacidade implica em interfaces, meio de comunicação,

montagem e manutenção com custos mais elevados. Os protocolos de comunicação requerem e necessitam de

banda concomitante com as especificações, para dispor da capacidade de transmissão de que dispõem para a

rede.

Retardo de transferência

Apesar da premissa da transferência rápida, é importante ter em mente que existe um tempo necessário para

produzir e consumir uma informação. Essa espera é o que se instituiu como retardo, e que também pode

inviabilizar o projeto de uma rede de computador, a partir da real necessidade.

Em outras palavras, retardo de acesso é o tempo que a estação espera, a partir do momento em que uma

mensagem está pronta para ser transmitida, até o momento em que ela consegue transmitir essa mensagem com

sucesso (sem que outras estações na rede a perturbem).

Aplicações de tempo real são serviços que dependem de quase nulidade de retardo de transferência, visto que

são de missões críticas. Um exemplo clássico é o controle do espaço aéreo.

Desempenho

A busca pela estrutura adequada para o cenário proposto certamente inclui a premissa desempenho.

Intrinsecamente ligada com os demais itens que citamos e que virão após, uma rede de computadores tem a

missão de dar suporte à demanda que lhe será destinada.

-7-
Parece trivial, mas, por desconhecer realmente a topologia, protocolo, meio de transmissão, podemos não

perceber ou excluir um detalhe que fará grande diferença para o projeto. Por questões de aumento do ambiente

computacional, nos esquecemos de fazer uma solução com escalabilidade; ou seja, quando a rede tiver maior

fluxo, terá que ser refeita, porque não atende a evolução de uma determinada aplicação.

“A seleção de um mecanismo de interconexão orientado para a natureza da aplicação é essencial para o bom

desempenho de uma rede local” - (SOARES, 1995).

Confiabilidade

Trata-se do nível de disponibilidade da rede. Sem dúvida estamos sujeitos a falhas, mas estas não devem ser a

regra, e sim uma exceção. Além do mais, é preciso evidenciar o tempo para reconfigurar e colocar “no ar” uma

rede após ocorrência de falhas. Um termo usualmente utilizado para medir a confiabilidade é MTBF (medium

time between failures, - tempo médio entre falhas).

Compatibilidade

Propriedade que torna uma determinada estrutura de redes capaz de se comunicar com outras redes,

independentemente do fabricante. Com o advento do protocolo OSI, temos uma maior seguridade. Mas a rede

não é só protocolo. Cuidado para não ficar refém de soluções proprietárias.

O que vem na próxima aula


Na próxima aula, você vai estudar:

· Protocolos para redes WAN: X.25 e frame relay;

· Detalhes históricos e de funcionamento destes protocolos;

· Tópicos importantes para a concepção de redes X.25 e frame relay;vvv

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Conceituou LAN, MAN e WAN e suas características;
• Aprendeu sobre o IEEE;v
• Identificou a relação entre os protocolos e as redes de computadores;
• Verificou os principais atributos para bons projetos de redes de computadores.

-8-

Você também pode gostar