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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

MATHEUS FREITAS DE MELO

ESTUDO SOBRE COMBUSTÍVEIS E MATRIZ ENERGÉTICA NO ESTADO DE


PERNAMBUCO

RECIFE, PERNAMBUCO
2020
Referências Bibliográficas

https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-
nacional-ben

http://taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/331124/1/Foltin_JulianaPedrilho_D.pdf

https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/13822/1/artigo-inpa.pdf

http://www.enfpt.org.br/em-pauta/petrobras-roteiros/coque-verde-de-petroleo/

http://static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/Vol3No2_64_v03_n2_%282%29.pdf

https://classroom.google.com/u/1/w/MTI3Nzk5OTAxNjgx/t/all
1. Combustíveis Sólidos

1.1 Informações sobre a composição e o poder calorífico dos combustíveis sólidos


alternativos

Tabela 1.1- Composição elementar da biomassa

Tipos de Composição elementar (% em massa na base seca)


Biomassa C H O N S Cl Cinzas
Casca de arroz 40,96 4,30 35,86 0,40 0,02 0,00 18,34
Serragem 48,90 5,80 43,30 0,30 0,10 0,00 1,60
Pínus 49,25 5,99 44,36 0,06 0,03 0,00 0,3
Casca de coco 48,23 5,23 33,19 2,98 0,12 0,00 10,25
Borra de café 57,9 7,1 29,9 2,4 0,00 0,00 2,7
Sabugo de milho 46,58 5,87 45,46 0,47 0,01 0,00 1,40

Tabela 1.2- Composição imediata da biomassa

Tipos de Composição imediata (% em massa na base seca)


Biomassa %Voláteis %Cinzas %C fixo
Casca de arroz 65,47 17,89 16,67

Serragem 81,6 1,1 17,3

Pínus 82,54 0,29 17,70

Casca de coco 67,95 8,25 23,80

Borra de café 83,5 2,6 13,9

Sabugo de milho 80,10 1,36 18,54


Tabela 1.3- Poder Calorífico Superior da Biomassa (base seca)
Tipos de Poder Calorífico Superior
Biomassa (MJ/Kg)
Casca de arroz 16,14

Serragem 18,00

Pínus 20,02

Casca de coco 19,04

Borra de café 24.33

Sabugo de milho 18,77

De acordo com a tabela 1.1 verifica-se que as amostras de maior porcentagem em


carbono e consequentemente uma menor porcentagem em hidrogênio e oxigênio, apresentam
um poder calorífico superior mais alto como também pode ser observado na Tab. 1.2 e Tab.
1.3, uma vez que na combustão completa, que é o que ocorre na bomba calorimétrica, tem-se
a formação de CO2 a partir do carbono, a H2O a partir do hidrogênio. Como na combustão do
carbono tem-se a geração de 393,8kJ/mol e para a água tem-se 285,5kJ/mol, conclui-se que
quanto maior a quantidade de carbono maior será o poder calorífico do combustível.
Através dos resultados apresentados na análise imediata, observa-se o alto teor de
voláteis presentes nas amostras das biomassas. Verifica-se que combustíveis com alto teor de
voláteis apresentam grande facilidade na combustão inicial, influenciando na escolha do tipo
de queimador a ser utilizado nos reatores. Verifica-se ainda na Tab.1.2 baixos teores de cinzas
em algumas das amostras, sendo este também um valor importante no dimensionamento e
seleção do tipo de reator.
1.2 Informações sobre a composição e o poder calorífico de combustíveis sólidos
convencionais

Tabela 1.4- Composição elementar dos combustíveis convencionais


Tipo de Composição elementar (% em massa na base úmida)
combustível C H O N S Cinzas Umidade
Turfa 27,9 3 18 0,1 1 5 45
Carvão Mineral 33,8 2,41 10,03 0,65 0,61 52,50 12,65
Xisto 13,99 1,90 6,33 0,34 3,77 76,62 1,85
Pirobetuminoso
Coque Verde de 81-89 3,6 1,6 1,77 5,5 0,3-0,7 8-10
Petróleo

Tabela 1.5- Composição imediata dos combustíveis convencionais


Tipo de Composição imediata (% em massa na base úmida)
combustível Carbono Fixo Voláteis Cinzas Umidade
Turfa 13,09 30,91 6 50
Carvão Mineral 27,5-28,4 19,3-23 52,50 12,65
Xisto 2,7 18,76 76,62 1,85
Pirobetuminoso
Coque Verde de 76,3-81,7 10-13 0,3-0,7 8-10
Petróleo

Tabela 1.6- Poder Calorífico Superior dos Combustíveis Convencionais


Tipo de Poder Calorífico Superior
Combustível (MJ/Kg)
Turfa 20
Carvão Mineral 10,88-13,4
Xisto 25,87
Pirobetuminoso
Coque Verde de 34,33-35,58
Petróleo
De acordo com as tabelas acima, dentre os combustíveis, o coque verde de petróleo
(CVP) é o que apresenta maior poder calorífico superior. Observa-se como uma consequente
característica um elevado teor de carbono fixo, além de possuir uma estabilidade química
(alto ponto de ignição) e baixo teor de cinzas e voláteis. Desta forma, o coque verde de
petróleo apresenta uma extensa aplicação, talvez constituindo no produto (derivado direto do
petróleo) com o maior potencial de uso industrial. Embora, por meio da análise elementar, se
percebe ainda um percentual relativo maior em enxofre, o CVP produzido nas refinarias da
Petrobrás apresenta uma porcentagem máxima de 1% em enxofre, diminuindo a poluição. A
redução na demanda por óleo combustível, devido ao aumento da disponibilidade do gás
natural, e a crescente demanda por produtos claros (gasolina e diesel) alavancaram o
desenvolvimento da produção de CVP, aumentando a sua disponibilidade e tornando-o um
substituto do carvão em muitas aplicações metalúrgicas e energéticas.

2.Análise da demanda e oferta de energia no estado de Pernambuco


2.1 Tipos e quantitativos das fontes de energia geradas

Tabela 2.1- Produção de Energia - Fósseis


ESTADO Produção de Petróleo Produção de Gás Natural Produção de Carvão Mineral
103 m ³ 106 m³ 103 t
2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015
Pernambuco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Nordeste 9.002 9.023 8.945 8.192 4.888 5.399 7.181 6.351 0 0 0 0

ESTADO Produção de Petróleo Produção de Gás Natural Produção de Carvão Mineral


103 m ³ 106 m³ 103 t
2016 2017 2018 %18/ 2016 2017 2018 %17/ 2016 2017 2018 %17/
17 18 18

Pernambuco 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
7.738 6.489 5.575 - 6.444 5.838 5.550 - 0 0 0 0
Nordeste 14,1 4,9%
%
Tabela 2.2- Produção de Energia – Eletricidade e Álcool
ESTADO Geração Elétrica Produção de Álcool
GWh 103 m³

2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015

Pernambuco 8.395 9.733 12.712 11.032 318 258 342 428

Nordeste 76.412 79.856 96.449 94.253 1.855 1.567 1.892 2.150

ESTADO Geração Elétrica Produção de Álcool


GWh 103 m³
2016 2017 2018 %18/17 2016 2017 2018 %17/18

Pernambuco 10.998 11.767 10.570 -10,2% 354 282 466 65,3%


93.079 96.279 96.389 0,1% 1.487 1.416 2.020 42,7%
Nordeste

Tabela 2.3- Geração de Eletricidade por Fonte de Pernambuco (GWh)


Ano Geração Hidro Eólica Solar Nuclear Termo Bagaço de Lenha
Total cana
2018 10.570 1.239 3.265 35 0 6.031 895 0
2017 11.767 1.277 3.030 22 0 7.438 942 0
2016 10.998 1.648 2.142 21 0 7.187 927 0
2015 11.032 1.939 648 25 0 8.421 976 0

Ano Lixívia Out. Fontes Carvão Gás Gás de Óleo Óleo Out.
renováveis Vapor Natural Coqueria Combustível Diesel Fontes
não
renovávei
s
2018 0 0 0 3.846 0 1.095 97 98
2017 0 0 0 4.245 0 2.054 138 59
2016 0 0 0 4.287 0 1.764 148 60
2015 0 0 0 3.285 0 3.329 830 1
2.2 Consumo Residencial de energia em Pernambuco

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Eletricidade (GWh) 3.507 3.791 3.933 4.028 4.563 4.759 4.841 4.852 4.868 4.936
Gás Liquefeito de 431 463 465 474 489 494 493 499 513 505
Petróleo (mil m3)

2.3 Análise e discussão dos dados


Como se pode observar pela tabela 2.3 e 2.2, houve um crescimento bastante
significativo no que diz respeito à produção de fontes de energia renováveis (solar, biomassa,
biocombustíveis), principalmente na energia eólica, onde ,do ponto de vista do potencial, a
maior força dos ventos em Pernambuco está em áreas do interior do Estado. Pernambuco
representa uma parcela importante para o setor no Nordeste, já que chega a abastecer mais de
60% da região.
É importante notar também que o complexo Industrial e Portuário de Suape apresenta
implementado um polo de termelétricas a combustíveis fósseis, responsável pela maior
produção de energia de acordo com a tabela 2.3. Tal fato, deve-se ao funcionamento da UTE
TermoPernambuco (grupo Neoenergia) no município de Ipojuca, da UTE TermoCabo (grupo
Ebrasil) localizada no município do Cabo de Santo Agostinho, juntamente com a termelétrica
Suape II, e a termelétrica Suape III (grupo Bertin) e a da Refinaria Abreu e Lima. Toda
potência total deste parque de termelétricas demanda um consumo diário de toneladas de óleo
combustível e milhões de m3 de gás natural, resultando em uma taxa alarmante de CO 2
diariamente. Desta forma, com a transição energética no cenário nacional, pode-se perceber
uma queda significativa no último ano da produção de energia por meio do gás natural e do
óleo combustível, e consequentemente da obtida por meio das termoelétricas.
Outro ponto importante observado é completa ausência de produção energética em
algumas fontes, como na nuclear. Embora haja uma pretensão do governo federal de impor a
construção de quatro a oito usinas nucleares no Brasil, como indica o Plano Nacional de
Energia 2030, a implementação no estado de Pernambuco esbarra na forte convicção dos
pernambucanos contrários à implantação de usina atômica em Itacuruba, às margens do São
Francisco, no sertão nordestino.

Desta forma, se observa de um modo geral nessas tabelas, uma transição nas fontes de
energia, com um aumento na produção das renováveis e alternativas e uma diminuição nas
convencionais, além de um progressivo aumento na demanda de energia por eletricidade e por
gás liquefeito de petróleo, algo esperado visto o crescente aumento em residências e
aparelhos eletroeletrônicos.

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