Você está na página 1de 74

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTO ARAGUAIA


FACULDADE DE LETRAS, CIÊNCIAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DALIANA MARTINS OLIVEIRA

A SAÚDE DO HOMEM RETRATADA NAS REVISTAS ESPECIALIZADAS:


UMA TEMÁTICA QUASE OCULTA

ALTO ARAGUAIA

2015
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTO ARAGUAIA
FACULDADE DE LETRAS, CIÊNCIAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DALIANA MARTINS OLIVEIRA

A SAÚDE DO HOMEM RETRATADA NAS REVISTAS ESPECIALIZADAS:


UMA TEMÁTICA QUASE OCULTA

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito para


obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social com
habilitação em Jornalismo, da Universidade do Estado de Mato
Grosso – UNEMAT.

Orientador: Professor Mestre Miguel Rodrigues Netto

ALTO ARAGUAIA

2015
Daliana Martins Oliveira

A SAÚDE DO HOMEM RETRATADA NAS REVISTAS ESPECIALIZADAS:


UMA TEMÁTICA QUASE OCULTA

Alto Araguaia-MT, 12 de dezembro de 2015

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________
Prof.º Me. Miguel Rodrigues Netto – UNEMAT– Orientador

______________________________________________________________________
Profa. Me. Patrícia Simone Nogueira – UFMT– Examinadora

______________________________________________________________________
Prof. Réuliner Rodrigues – UNEMAT – Examinador
DEDICATÓRIA

Dedico a realização deste trabalho à todos que de alguma forma se


beneficiarão dos resultados alcançados por esta pesquisa.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, que me concedeu o dom da vida e permitiu que


eu chegasse até aqui, mesmo com tantas adversidades pelo caminho.

Agradeço também ao meu pai José Donizete Carvalho Oliveira, à minha mãe
Eliana Martins Carvalho e à minha irmã Josiana Martins Oliveira, pelo esforço e
paciência que possibilitou que eu continuasse estudando à 90km distante de minha casa,
em Mineiros (GO).

Agradeço à todos os bons amigos que tive a oportunidade de conhecer. Àqueles


que foram a minha família e fizeram a minha caminhada mais leve durante os anos em
que estive nesta universidade. Agradeço ainda à tia Liliana, pela dedicação e carinho
empenhados durante todo este tempo.

Gostaria de estender os meus agradecimentos à todos os professores desta


instituição que lutam para fazer do trabalho uma grandiosa oportunidade de modificação
da realidade ao nosso redor. Em especial, ao professor Mestre Miguel Rodrigues Netto,
enquanto orientador, pelos seus conhecimentos a mim transmitidos, paciência,
dedicação e boa vontade empenhados durante o desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO

Este trabalho tem por objetivo a verificação de pautas que abordem a saúde masculina
em revistas que possuam como tema central a saúde e o bem estar da sociedade. Para a
realização desta pesquisa foram selecionadas três edições de duas revistas distintas:
Saúde é Vital, editora Abril; e Viva Saúde, editora Escala. A pesquisa mostrará quais
são os temas que foram abordados e os públicos que estão sendo direcionados os
assuntos. O objetivo é verificar se a falta de visibilidade da saúde do homem é uma
realidade a partir da análise das revistas apontadas. Os resultados do trabalho permitirá a
reflexão sobre a teoria do agendamento e a indústria cultural.

PALAVRAS-CHAVE:
Saúde Masculina. Saúde. Revista. Teoria do Agendamento. Indústria Cultural.
ABSTRACT

This paper aims at checking guidelines that address men's health magazines that have as
its central theme the health and welfare of society. For this research were selected three
editions of two different magazines: Health is Vital, publishing company Abril; and
Viva Health, publishing company Escala. The research will show what are the issues
that have been addressed and the public being targeted subjects. The goal is to
determine whether the failure of Man Health visibility is a reality based on the analysis
of the journals identified. The results of the work will allow reflection on the theory of
Agenda Setting and the cultural industry.

KEYWORDS:
Men's Health. Health. Magazine. Theory of Agenda Setting. Cultural Industry.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


MS – Ministério da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1 – Pirâmides Etárias Absolutas.......................................................................... 17


Tabela 1 – Classificação de Gêneros Jornalísticos......................................................... 36
Tabelas de Classificação das Matérias da Revista Saúde é Vital (Apêndice 1)..............52
Tabelas de Classificação das Matérias da Revista Viva Saúde (Apêndice 2).................60
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gêneros Jornalísticos Revista Saúde é Vital................................................37


Gráfico 2 – Gêneros Jornalísticos Revista Viva Saúde...................................................38
Gráfico 3 – Tipologia das matérias Revista Saúde é Vital..............................................39
Gráfico 4 – Tipologia das matérias Revista Viva Saúde.................................................40
Gráfico 5 – Relação entre jornalismo x publicidade nas revistas....................................41
Gráfico 6 – Temas retratados na revista Saúde é Vital....................................................42
Gráfico 7 – Temas retratados na revista Viva Saúde.......................................................42
Gráfico 8 – Divisão das matérias sobre tratamento/prevenção (Saúde é Vital) .............43
Gráfico 9 - Divisão das matérias sobre tratamento/prevenção (Viva Saúde)..................44
Gráfico 10 – Relação Saúde do Homem x Outros Temas ............................................. 45
SUMÁRIO

I – INTRODUÇÃO........................................................................................................11
1.1 – Metodologia de pesquisa......................................................................................13

II – A SAÚDE DO HOMEM NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA.................16


2.1 – A preocupação com a saúde do homem.............................................................18
2.2 – A questão de gênero............................................................................................21
2.3 – A mídia e a relação com a saúde do homem.....................................................23

III – CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO ESPECIALIZADO...................25


3.1 – Teoria crítica e consumo.....................................................................................28
3.2 – Teoria do agendamento e gatekeeper................................................................29
3.3 – Jornalismo de revista: histórico e características.............................................31

IV – A TEMÁTICA DA SAÚDE DO HOMEM NAS REVISTAS


ESPECIALIZADAS......................................................................................................35
4.1 – Gêneros Jornalísticos...........................................................................................35
4.2 – Conteúdo das revistas...........................................................................................40

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................48


11

I – INTRODUÇÃO

À medida em que se desenvolveu a preocupação com a saúde na sociedade,


podemos observar o destaque da mídia dado em relação a este tema. Ao longo da
história, por exemplo, a relação entre a mídia e a saúde no Brasil ganha notoriedade e se
solidifica como um ramo de especialidade jornalística à medida em que a preocupação
com a própria medicina ganha força e credibilidade pelo meio social. Estes movimentos
foram observados a partir do século XIX.
As revisões bibliográficas apontam que a medicina conquistou certa
credibilidade social a partir de algumas transformações que parecem ter ocorrido na
maneira que o homem enxergava o mundo, quando começou a lançar mão da razão.
Algumas destas transformações, por exemplo, contribuíram para a consagração
do discurso da medicina e do médico, que passou a ser encarado como o discurso da
verdade e da cura. No entanto, este discurso ganha força a partir de 1870 principalmente
com o surgimento da imprensa médica. Sobre isso, encontramos respaldo nos estudos
do autor Edler (1998), que destaca a invenção da imprensa médica enquanto um meio
de difusão de novas ideais, e um espaço para confrontar de maneira política-
epistemológica pensamentos científicos que iam contra as ideais dos poderes instituídos
daquela época.
O objeto de estudo do nosso trabalho são duas revistas especializadas em saúde,
“Saúde é Vital” da editoria Abril, e “Viva Saúde” da editoria Escala. A partir da análise
de seis edições de cada uma destas revistas, os dados coletados nos permitirão constatar,
essencialmente, a (in) visibilidade da saúde masculina no atual jornalismo especializado
em saúde. Outro importante resultado da pesquisa documental, será a possibilidade de
conhecimento da agenda pública pautada especificamente a partir destes meios de
comunicação.
Os dados coletados sobre os meios de comunicação, nos permitem entender o
processo de interação ocorrente entre algumas das mais relevantes teorias da
comunicação, propostas por diversos estudiosos outrora, como por exemplo, o Agenda
Setting, o Gatekeeper e a Escola de Frankfurt.
Além de procurar constatar para quais públicos estes periódicos vem sendo
direcionados, o estudo possibilitará uma observação sobre os assuntos veiculados nos
12

meios de comunicação selecionados. Tais como: tratamentos voltados para vários


problemas de saúde, perca de peso, saúde dos animais de estimação, etc.
Desta forma, o estudo encontra na teoria do agendamento e do gatekeeper,
grande respaldo para discorrer sobre a formação da opinião pública neste eixo científico
ao qual nos debruçaremos a partir da análise das revistas.
Acima de tudo nosso estudo buscará constatar o ocultamento da saúde do
homem, ou, se for o caso, a frequência e a relevância atribuída ao tema nos periódicos
analisados especializados em saúde.
A cerca da preocupação científica e até mesmo pessoal de cada um de nós com a
saúde, existem atualmente várias ideologias e campanhas que fomentam a discussão do
campo teórico, fazendo apologia à diversas maneiras e métodos de existência buscando
sempre por qualidade de vida.
O surgimento de conceitos como “sustentabilidade”, e estratégias como o
“marketing verde”, nos indicam a crescente preocupação com a saúde de forma global.
A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, o homem passou a utilizar
a tecnologia para produzir seus artefatos de todo o tipo, o que foi pensado e articulado
em prol da lucratividade e do sistema capitalista. Com a exploração dos recursos
naturais, desde então, a preocupação com a saúde se tornou mais ávida.
De acordo com Nick Dallas (2009, p. 6), “o risco emergente de mudança
climática e as consequências a ela associadas podem acabar com tudo o que a
humanidade conquistou”.
Desta forma, pessoas, empresas e organizações tem se voltado as suas
preocupações para a produção e consumo sustentável. Este conceito traz a luz a
capacidade de exploração dos recursos planetários de forma consciente e responsável,
pensando em nossas futuras gerações.
Tal conceituação emergiu em meados de 1987 a 1992. A comissão da
Brundtland, da ONU, lançou o relatório denominado “Nosso futuro comum”, que até
então era coordenada por GroBundtland, primeira ministra da Noruega. Neste relatório
haviam ressalvas sobre às ameaças a biodiversidade, preocupações com a camada de
ozônio, e o cuidado com as gerações futuras, trazendo enfoque para a relação
socioeconômica e ambiental. Depois disso, em 1997, foi criado o protocolo de Kyoto,
que era um esforço coletivo para combater o aquecimento global. Ele sugeria que as
nações industrializadas se comprometessem a reduzir em 5,2% seus níveis de emissão
de dióxido de carbono, medidos em 1990, até 2008 a 2012.
13

Seguindo o caminho da busca pela preservação do meio ambiente, o marketing


verde ou o marketing ambiental, consiste em uma das estratégias do marketing a partir
da valorização do meio ambiente. Tal processo visa a venda dos produtos de maneira
responsável. De tal maneira, a empresa que adota o posicionamento sustentável diante
da sociedade, é tida como uma empresa ecologicamente correta. Esta problemática nos
remete mais uma vez ao crescimento da preocupação com a saúde como um todo.
É certo que esta preocupação se deve em partes pelo crescimento de campanhas,
difundidas especialmente pelos meios de comunicação de massa, chamando a atenção
populacional para um risco real de falência de nossos recursos naturais e para as
consequências do aquecimento global.

1.2 - Metodologia de Pesquisa

Esta investigação será conduzida com base nos pressupostos teórico


metodológicos da pesquisa qualitativa. Selecionaremos seis edições mensais das duas
revistas escolhidas, “Saúde é Vital” (editora Abril), e “Viva Saúde” (editora Escala).
As matérias veiculadas nas edições analisadas serão classificadas quanto ao
título, gênero (de acordo com José Marques de Melo), tipologia, assunto e tamanho da
matéria em linhas. Desta forma, utilizaremos a técnica de pesquisa documental.
A classificação quanto ao gênero de acordo com os autores citados acima, nos
permitirá entender e comparar as linhas editoriais das duas revistas. Todos os assuntos
abordados nas matérias serão registrados a fim de se obter um resultado qualitativo
sobre os materiais observados.
Essa pesquisa utilizará metodologias específicas que são essenciais para o seu
desenvolvimento, aqui se demonstra os aspectos mais relevantes.

Pesquisa qualitativa: os resultados não podem ser traduzidos com números e o


pesquisador é o instrumento chave para o processo. Assim, o pesquisador tende a
analisar os dados indutivamente. Essa pesquisa é caracterizada como uma fonte direta
de dados em seu ambiente. “[...] é uma pesquisa descritiva, em que os investigadores,
interessando-se mais pelo processo do que pelos resultados examinam os dados de
maneira indutiva e privilegiam o significado” (BOAVENTURA, 2007, p. 56).
14

Pesquisa Bibliográfica: nosso estudo debruçou-se nas temáticas já estudadas e


similares ao tema. A conceituação deste tipo de estudo foi definida por Fonseca, como
podemos observar abaixo.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos,
como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que
permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto.
Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios
sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA,
2002, p. 32).

Pesquisa Documental: O uso de documentos em pesquisa deve ser apreciado e


valorizado. A riqueza de informações que deles podemos extrair e resgatar justifica o
seu uso em várias áreas das Ciências Humanas e Sociais porque possibilita ampliar o
entendimento de objetos cuja compreensão necessita de contextualização histórica e
sociocultural.

[...] o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa


para todo pesquisador nas ciências sociais. Ele é, evidentemente,
insubstituível em qualquer reconstituição referente a um passado
relativamente distante, pois não é raro que ele represente a quase
totalidade dos vestígios da atividade humana em determinadas épocas.
Além disso, muito frequentemente, ele permanece como o único
testemunho de atividades particulares ocorridas num passado recente
(CELLARD, 2008: 295).

Com o objetivo de apresentar nosso trabalho apresentamos resumidamente os


capítulos desta monografia:
No capítulo I apresentamos a problemática em torno do tema do trabalho. Em
linhas gerais, foi discorrido sobre o surgimento da preocupação com a saúde. Além
disso, também foi explicado o percurso metodológico da pesquisa.
No capítulo II aprofundamos sobre a temática da saúde masculina e a
preocupação com a mesma na sociedade contemporânea. Apresentamos alguns dados
sobre o papel do homem e os paradigmas que colaboram para que a saúde masculina
ainda seja um tabu. Neste capítulo discutimos um pouco sobre a relação entre a mídia e
a saúde do homem.
15

O capítulo III aborda as características e a história do jornalismo especializado e


do jornalismo de revista. Ainda no terceiro capítulo, exploramos algumas teorias do
jornalismo, como por exemplo, escola de Frankfurt, Agenda Setting e Gatekeeper.
O capítulo IV apresenta principalmente os resultados coletados na análise das
matérias publicadas nas revistas selecionadas quanto ao gênero jornalístico, tipologia
das matérias, relação entre o conteúdo jornalístico e a publicidade veiculada, e os
assuntos retratados nas matérias.
Por fim as considerações finais levantam uma comparação entre os objetivos
propostos inicialmente e os resultados efetivamente alcançados com a pesquisa.
16

II – A SAÚDE DO HOMEM NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Os estudos socioculturais nacionais e internacionais sobre a construção da


masculinidade apontam marcas identitárias de uma visão hegemônica do ser masculino.
Tais marcas se expressam, principalmente, pela adoção do status quase que exclusivo de
ser ativo, pela crença de que deva mostrar invencibilidade, pela associação do
masculino à necessidade de se expor ao risco, e pela naturalização do descontrole sexual
vinculado ao status de poder em algumas culturas 1. Com tal modelo de masculino, os
estudos também assinalam que não se pode desconsiderar a possibilidade de aspectos
normativos sociais serem alterados ou ressignificados pela subjetividade dos atores
sociais.
Diversas culturas em diversos tempos da humanidade debatem a questão do
posicionamento do homem na sociedade e como podemos depreender do contexto
antropológico, em raríssimas exceções a sociedade não foge da dicotomia, masculino –
espaço público e feminino – espaço privado. O homem é o rei da rua e a mulher a rainha
do lar, o que subverte a identidade de ambos os gêneros eliminando qualquer
possibilidade de interpretação dissonante desta.
No entanto, a dinâmica das relações sociais que se estabeleceu, sobretudo no
ocidente, mascarou as fragilidades do homem, colocando-o num patamar de força
subjetiva que ocultou suas debilidades físicas e emocionais2 e neste campo está a
questão da saúde, pois comprovadamente a sociedade contemporânea tem vivido a
morte prematura dos homens, vítimas não só da violência 3, mas também das
enfermidades que tem acometido este gênero.

1
A posição do chefe, portanto, só pode ser entendida se apreendermos a importância enorme da
riqueza, a necessidade de pagar por tudo, mesmo por serviços que lhe são devidos por direito e
que não lhe poderiam ser negados. Mais uma vez, essa riqueza toda lhe vem às mãos através dos
parentes de suas esposas, e é através de seu direito de praticar a poligamia que efetivamente
atinge a posição de chefe e exerce o poder (MALINOWSKI, 1999, p.63).
2
O resultado é um número crescente de homens que se sentem no dever de gritar a fim de
manter suas posições vulneráveis (MEAD, 2010, p.294).
3

A violência é um fenômeno difuso, complexo, multicausal, com raízes em fatores sociais,


culturais, políticos, econômicos e psico-biológicos, que envolve práticas em diferentes níveis. O
homem é mais vulnerável à violência, seja como autor, seja como vítima. Os homens
adolescentes e jovens são os que mais sofrem lesões e traumas devido a agressões, e as
agressões sofridas são mais graves e demandam maior tempo de internação, em relação à
sofrida pelas mulheres (Souza, 2005).
17

Em todos os países da América Latina a expectativa de vida de homens e


mulheres é desigual, com predominância das mulheres que vivem de quatro a sete anos
mais que os homens. No Brasil, segundo dados do IBGE (2013) a expectativa de vida
feminina é de 78,6 anos enquanto a masculina é de 71,3 anos o que revela uma
diferença de 7,3 anos a favor das mulheres.

Figura 1 – Pirâmides Etárias Absolutas

Fonte: IBGE (2013).

Uma análise das pirâmides etárias do IBGE demonstra que a partir dos 60 anos
de idade há uma forte predominância das mulheres: elas já são atualmente 50% mais
que eles e segundos as projeções do IBGE elas serão o dobro em 2040 e quatro vezes
mais numerosas na faixa etária acima dos 60 anos em 2060.
Este cenário que vem se acirrando tem despertado o interesse pelos estudos de
gênero no que se refere a masculinidade e sobre a perspectiva de mundo dos homens,
seus valores, suas expectativas e também suas fragilidades, medos e incertezas, o que
com certeza repercute na saúde e no bem estar dos homens.

2.1 – A Preocupação com a Saúde do Homem

Os Estados Unidos são os primeiros a apresentar uma preocupação mais


sistêmica com a saúde do homem com estudos sendo desenvolvidos nos anos 1970. Tais
18

estudos tinham como premissa um modelo biomédico de caráter exploratório conforme


nos conta Sabo (2000) e Coutenay (2000): “o pensamento produzido sobre a saúde dos
homens nos anos 70 foi apenas exploratório, tangenciado pela teoria e política feminista
se organizava-se conceitualmente em torno da premissa de que a masculinidade
tradicional produzia déficit de saúde”.
Nos anos 1980, tal perspectiva avança de forma mais consistente, observando-se,
inclusive, uma mudança de terminologia: de estudos dos homens para estudos de
masculinidades (Couternay, 2000). Em período mais recente, transita-se das teorias de
papéis-sexuais para o enfoque de gênero, quando se assiste à expansão da perspectiva de
gênero em domínios como a epidemiologia e a sociologia médica nos EUA. Tais
mudanças de concepção permitem uma grande guinada na área acadêmica com a
questão da saúde masculina deixando de ser apenas uma preocupação médica para ser
enfocada também do ponto de vista da antropologia, da política e da sociologia.
Nos anos 1990 consolidam-se as noções de poder, desigualdade e iniquidade de
gênero na maioria dos estudos sobre homens e saúde, articulando-as a outras, tais como
raça/cor, etnia, orientação sexual, classe, geração, religião etc., a fim de se entender os
processos de saúde e doença dos diferentes segmentos de homens. Ocorre nesta década
também uma maior divulgação de informações sobre as temáticas de saúde e bem estar
a partir da circulação de publicações como revistas e cadernos em jornais, mas tal
debate não significa maior inserção da saúde do homem em tais produções. E conforme
(SCHRAIBER, GOMES e COUTO, 2005):

A partir dos anos 90 do século XX, a temática em questão começou a


ser abordada sob uma perspectiva diferenciada. A discussão passou a
refletir, dentre outros aspectos, a singularidade do ser saudável e do
ser doente entre segmentos masculinos. Essa abordagem, sem perder a
perspectiva relacional de gênero, veio focalizando, sobretudo, a
ressignificação do masculino para buscar-se uma saúde mais integral
do homem (SCHRAIBER, GOMES e COUTO, 2005, p.8).

Na América Latina:

Os estudos latino-americanos e brasileiros sobre homens e saúde


surgem no final dos anos 80 e seguem a tendência dos estudos
produzidos na Europa e nos Estados Unidos. O estudo de Laurenti
(1998) sobre o perfil epidemiológico da saúde masculina na região das
Américas, por exemplo, destaca um diferencial entre os sexos,
especialmente quanto a uma maior mortalidade masculina em todas as
19

idades, além da sobre mortalidade neste sexo para a quase totalidade


das causas. Por outro lado, segundo esse estudo, há, em geral, um
predomínio do adoecimento feminino, constatado por indicadores de
morbidade, medidos pelas demandas dos serviços e inquéritos
populacionais (SCHRAIBER, GOMES e COUTO, 2005, p.9).

No Brasil, a questão da saúde do homem passa a ter atenção mais sistêmica em


termos de políticas públicas a partir de ações desencadeadas pelo Ministério da Saúde –
MS nos anos 1990 com pautas sendo apresentadas em conferências. No entanto, apenas
em 2008 foi editada a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, um
documento do MS composto por diagnósticos específicos da população masculina com
índices, concepções e princípios de uma política pública voltada à população masculina
objetivando ações governamentais tais como:

I. Acesso da população masculina aos serviços de saúde hierarquizados nos


diferentes níveis de atenção e organizados em rede, possibilitando melhoria do
grau de resolutividade dos problemas e acompanhamento do usuário pela equipe
de saúde;

II. Articular-se com as diversas áreas do governo com o setor privado e a


sociedade, compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à
saúde e a qualidade de vida da população masculina;

III. Informações e orientação à população masculina, aos familiares e a comunidade


sobre a promoção, prevenção e tratamento dos agravos e das enfermidades do
homem;

IV. Captação precoce da população masculina nas atividades de prevenção primaria


relativa às doenças cardiovasculares e cânceres, entre outros agravos recorrentes;

V. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o atendimento do homem;

VI. Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais educativos;


20

VII. Estabelecimento de mecanismos de monitoramento e avaliação continuada dos


serviços e do desempenho dos profissionais de saúde, com participação dos
usuários;

VIII. Elaboração e análise dos indicadores que permitam aos gestores monitorar as
ações e serviços e avaliar seu impacto, redefinindo as estratégias e/ou atividades
que se fizerem necessárias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

O documento elaborado pelo MS ressalta ainda que existem duas dificuldades


adicionais para as políticas de atenção integral ao homem:

Os homens têm dificuldade em reconhecer suas necessidades,


cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de
adoecer. Além disso, os serviços e as estratégias de comunicação
privilegiam as ações de saúde para a criança, o adolescente, a mulher e
o idoso (MS, 2008, p.6).

Os homens e, sobretudo aqueles pertencentes aos estratos sociais menos


favorecidos economicamente apresentam baixa procura aos serviços médicos,
retardando ao máximo a busca de tratamento de saúde e praticamente ignorando
medidas preventivas o que reforça a mortalidade no segmento masculino.

Uma questão apontada pelos homens para a não procura pelos


serviços de saúde está ligada a sua posição de provedor. Alegam que o
horário do funcionamento dos serviços coincide com a carga horária
do trabalho. Não se pode negar que na preocupação masculina a
atividade laboral tem um lugar destacado, sobretudo em pessoas de
baixa condição social o que reforça o papel historicamente atribuído
ao homem de ser responsável pelo sustento da família. Ainda que isso
possa se constituir, em muitos casos, uma barreira importante, há de se
destacar que grande parte das mulheres, de todas as categorias
socioeconômicas, faz hoje parte da força produtiva, inseridas no
mercado de trabalho, e nem por isso deixam de procurar os serviços
de saúde (MS, 2008, p.6).

Verifica-se no contexto brasileiro que as medidas protetivas do Estado no que


tange a regulação de serviços públicos de saúde à população masculina cresceram nos
últimos anos e que campanhas foram realizadas, mas como ocorre em outras políticas os
efeitos das escolhas dos governos em procurar um caminho de enfraquecimento do
Estado ante a privatização de serviços teve um resultado negativo principalmente no
21

atendimento da população de baixa renda, sobremaneira a partir do chamado Consenso


de Washington4 e da entrada do Brasil no neoliberalismo a partir dos anos 1990.

2.2 – A Questão de Gênero

O primeiro estranhamento que pode surgir ao se propor abordar o homem no


campo das Ciências Sociais é que tal proposta pode ser entendida como um movimento
que vai contra a perspectiva de gênero, abordagem que vem se consolidando nesse
campo. Entretanto, um olhar mais apurado sobre o assunto pode indicar que focalizar
especificamente o homem ou a mulher não compromete necessariamente a dimensão
relacional de gênero, uma vez que o masculino só pode ser visto em relação ao feminino
e vice-versa. Nesta perspectiva dialética, propor a consolidação do homem como foco
da Saúde Pública significa, dentre outros aspectos, buscar a singularidade de um dos
pares do gênero e evidenciar novas demandas de “ressignificação” do masculino,
decorrentes de deslocamentos ocorridos no campo do gênero, para que se possa buscar
uma saúde para ele voltada.
As discussões acerca de gênero apresentaram plataformas mais significativas nos
estudos da saúde reprodutiva e da sexualidade masculina, um campo onde originalmente
os estudos tinham enfoque no gênero feminino com pesquisas relacionadas à morte
materna, cesariana, aborto, aleitamento, câncer de colo uterino e de mama etc. Já entre
os homens as pesquisas tematizaram sobre a fertilidade e as doenças sexualmente
transmissíveis. Figueroa (2008) aponta: “Só recentemente investigações passam a
incorporar a discussão sobre as necessidades masculinas com um olhar sobre os homens

4
CONSENSO DE WASHINGTON forma como ficaram conhecidas as conclusões de
seminários realizados na capital americana no final da década de 70, que em linhas gerais são as
seguintes propostas: “1) estabilização macroeconômica pela adoção de planos monetários que
atrelassem as moedas nacionais ao dólar e de políticas monetárias, creditícias e fiscais
contracionistas. Um dos pontos centrais seria a questão do ajuste fiscal, que deveria ser obtido
por meio de um superávit primário. A reforma dos sistemas de previdência social e a reforma
administrativa seriam fundamentais para alcançar essa meta. 2) Introdução de reformas
estruturais visando a abertura das economias nacionais, o que implicava reduções de tarifas e
desregulamentação dos mercados financeiro e de capitais. 3) Redução da presença do Estado na
economia, centrada em um vasto programa de privatização das empresas estatais. Considerava-
se que só depois de implementado esse conjunto de reformas seria possível retomar o
crescimento de maneira mais sustentada. Considerava-se também que, para implementar
programas dessa natureza, seriam precisos governos estáveis e com larga base de sustentação
política e social, pois os ônus das reformas seriam pesados para o grosso das populações dos
países latino-americanos” (CORSI, 1999, p.16).
22

para além do papel de apoiar ou dificultar o comportamento e as decisões reprodutivas


das mulheres”.
A temática da saúde reprodutiva e sexual dos homens também tem um viés
cultural muito forte, pois muitas práticas que tangenciam ações de saúde são
reproduzidas de um comportamento constituído de valores que moldam a identidade do
ser masculino, do sentimento de pertença em relação a certos contextos e de aversão a
outros que se apresentam SCHRAIBER (2005) explica essa relação:

A entrada da sexualidade como questão termina por introduzir


problemáticas adicionais na própria saúde reprodutiva. Surgem
avaliações sobre a sexualidade e saúde reprodutiva masculina que
focalizam o referente heterossexual. Nelas é privilegiada a crítica à
“heterossexualidade compulsiva”, que se expressa pela necessidade de
ter muitas parceiras e práticas sexuais, pelo reforço da objetificação
sexual da mulher e da referência ao ato sexual como conquista do
outro na afirmação da identidade. Esses estudos abordam também a
crítica cultural à noção de “necessidade de conquista” pelo homem.
Esta, assim como a ereção, a penetração e as proezas sexuais, tomadas
como símbolos de auto-afirmação e virilidade, passam a ser objeto de
problematização. A masculinidade exigiria comportamentos de riscos,
com consequente menor preocupação com o cuidado de si e de suas
parceiras (SCHRAIBER, GOMES e COUTO, 2005, p.9).

Este comportamento construído ao longo de séculos nas sociedades humanas,


sobretudo nas ocidentais tem levado homens a não ter os mesmos cuidados com a saúde
que as mulheres, o que levou a certa banalização da saúde reprodutiva com um número
cada vez maior de homens que sequer utilizam métodos contraceptivos em suas
relações, sejam seus relacionamentos estáveis ou não.
A paternidade que foi devidamente estudada e identificada como pertença do
masculino traz uma gama vasta de significações contemporâneas que impactam no
modo de vida dos homens de hoje, pois a condição provedora do passado foi substituída
por um reordenamento familiar onde a mulher assumiu uma condição de importância no
sustento financeiro da casa. O homem foi deslocado do posto de chefe de família o que
implica num arranjo de poder diferente, mexendo com valores e expectativas muito
cristalizadas. Tal deslocamento não foi bem recebido pela maioria dos homens e às
vezes aliados a diversos fatores como o fracasso profissional e os conflitos identitários
têm contribuído para situações de violência doméstica.

2.3 – A Mídia e a Relação com a Saúde do Homem


23

A saúde de uma forma geral é uma editoria pouco explorada pela mídia. Se
levarmos em consideração editorias clássicas como política, economia, esporte, ou
mesmo outras mais contemporâneas como ciência e tecnologia, turismo e automóveis,
por exemplo, logo percebemos que a quantidade de conteúdo jornalístico acerca da
saúde é bem modesto em comparação aos outros temas que povoam as redações Brasil
afora.
A segmentação que ocorreu no mercado editorial brasileiro a partir dos anos
1990 e que também chegou ao setor de TV por assinatura impulsou editorias como
esporte e turismo que passaram a contar com uma grande variedade de publicações e
canais temáticos dos mais diversos formatos e com abordagem também diversificada.
Não podemos dizer o mesmo da editoria de saúde que possui ainda hoje pouco
destaque na mídia nacional e cuja maioria dos programas ainda está relacionada a
estratégias de promoção e venda de produtos como cosméticos, aparelhos de ginástica,
produtos de higiene pessoal e suplementos alimentares.
Com relação especificamente à saúde do homem, o que podemos observar é que
as escassas matérias que aparecem na mídia geralmente relacionam o conteúdo de saúde
a homens fortes e musculosos, geralmente malhando em alguma academia e fazendo
propaganda de suplemento alimentar. A saúde masculina é vista como saúde dos
músculos, relacionada a força, virilidade e outros padrões que foram e continuam sendo
cultivados em nossa sociedade e que mascaram cuidados que deveriam ser difundidos
na mídia.
Apesar de assuntos como o tabagismo e o alcoolismo acometerem os homens
levando a morte por câncer, tais temas pouco são trabalhados pela mídia, mesmo em
publicações especializadas.
Os riscos de doenças como bulimia e anorexia, resultados da busca impossível
ao corpo perfeito tão conhecido quando se refere às mulheres é quase despercebido
quanto se trata dos homens, “o corpo ideal do sexo masculino mostrado pela mídia
constitui-se de traços da face bem marcados e equilibrados, altura em torno de 1,80 m,
baixa gordura, abdome definido, tórax e ombros largos” (DAMASCENO, 2005, p.12).
No homem, a preocupação exagerada com o corpo pode desencadear transtornos
alimentares, além de um novo transtorno comportamental denominado Vigorexia.
24

Também conhecida como Dismorfia Muscular e Anorexia Nervosa


Reversa, a Vigorexia de acordo com Camargo, et.al. (2006) foi
atualmente descrita como uma modificação da desordem dismórfica
corporal e adapta-se entre os transtornos dismórficos corporais (TDC).
Os indivíduos acometidos pela Vigorexia, frequentemente se deparam
como fracos e pequenos, quando na verdade apresentam musculatura
desenvolvida em graus acima da média da população masculina,
caracterizando uma distorção da figura corporal. Eles se preocupam de
maneira anormal com sua massa muscular, o que pode levar ao
exagero súbito de peso, prática de dietas e uso indiscriminado de
suprimentos protéicos, além do consumo de esteróides anabolizantes
(CAMARGO, et. al. 2008, p.17).

A vigorexia abrange uma preocupação de não ser suficientemente forte e


musculoso em todas as partes do corpo e costuma afetar com maior frequência homens
entre 18 e 35 anos sendo expressa por fatores socioeconômicos, emocionais,
fisiológicos, cognitivos e comportamentais.
25

III – CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO ESPECIALIZADO

Segundo Orive e Fagoaga (1974), Fernández Obregón (1998), apud TAVARES


(2012, p. 5), o jornalismo especializado surgiu após a década de 1950. Neste ponto da
história, o jornalismo enfrentava uma transformação, deixando de lado um modelo mais
opinativo e informativo, e aderindo a um modelo preponderantemente explicativo.
É pertinente afirmar que o período de emergência do jornalismo especializado
foi marcado pela inserção de um novo modelo jornalístico, pautado na apuração e
veiculação noticiosa. Soma-se a estes aspectos, a instauração de uma forte concorrência
entre os meios eletrônicos e impressos. De acordo com Tavares, 2009, o surgimento da
TV e a consolidação do Rádio, por exemplo, aliados a fatores de ordem econômica,
como a crise do papel, a própria crise econômica e a crise de distribuição de imprensa,
foram alguns dos acontecimentos que contribuíram positivamente à necessidade de
especialização e aprofundamento temático dos jornalistas. Este período foi marcado
pela disputa por anunciantes entre os diversos meios de comunicação, a crise de
credibilidade informativa e a necessidade de adequar novos públicos.
Data deste período a preocupação dos meios de comunicação em atender a
demanda do público por informações mais completas, que explorassem assuntos ainda
não explorados, e, sobretudo que pudesse satisfazer o desejo do público pelo
aprofundamento jornalístico. Bahia (2009) enfatiza esta qualidade do jornalismo
especializado:

O jornalismo especializado consolida a sua eficiência na sociedade


industrial com a multiplicidade de oportunidades de negócios e a
reorganização do trabalho ao privilegiar qualidade, racionalidade e
produtividade. A variedade de mercados e de padrões seletivos para
simples bens de consumo ou para sofisticadas mercadorias culturais
leva a notícia ao mesmo tipo de exploração que realizam outros
campos da ação humana (BAHIA, 2009, p.236).

É importante enfatizar, assim como afirma Bahia (2009, p. 237), que após os
anos 60, com avanços da ciência, o jornalismo começa a entrar em contato com as
informações do mundo científico. Logo, a necessidade de satisfazer a aspiração por
conhecimento científico do público, faz com que o jornalista busque a especialização,
levando assim a segmentação cada vez maior de públicos. Este processo, obviamente,
26

ocorria a medida em que a capacidade de consumo crescia. Ainda sobre esta


perspectiva, Mário Erbolato (2002) agrega significativa contribuição:

O homem mortal comum, perdido no labirinto da economia, da


ciência e das invenções, pede que alguém lhe dê a mão e o acompanhe
em seus passos, através de tanta complexidade. Por isso, o jornalismo
moderno se encarrega não só de noticiar os fatos e as teorias, mas
proporciona ainda ao leitor uma explicação sobre eles, interpretando e
mostrando seus antecedentes e perspectivas (ERBOLATO, 2002,
p.32-33).

Diante das características do jornalismo especializado, Amparo Tuñon (2000,


apud TAVARES, 2012, p. 9), elencou nove objetivos do jornalismo especializado: 1)
explorar as conceituações do novo dentro do jornalismo como um todo, rompendo com
a “mesmice” da informação jornalística; 2) se prestar ao papel de mediador entre os
especialistas que dominam assuntos de relevância social para com o público; 3) buscar
esclarecer os fenômenos que se apresentam diante das sociedades; 4) agregar
credibilidade jornalística aos profissionais e aos meios de comunicação; 5) agregar
qualidade à informação, fazendo com que ela seja, principalmente, mais criteriosa; 6)
fazer com que haja interesse do jornalismo em prol do incentivo ao conhecimento; 7)
servir como uma ferramenta do conhecimento acerca das transformações sociais; 8)
democratizar a cultura e o conhecimento nas várias esferas da sociedade; 9) substituir a
função do especialista pelo jornalista especializado.
Em suma, é sensato afirmar que a emergência do jornalismo especializado não
foi apenas uma necessidade do público, mas também dos meios de comunicação. Como
vimos acima, há uma necessidade de agregar credibilidade e qualidade às informações,
além da devida competitividade mercadológica estabelecida entre os meios de
comunicação.
Dentro deste contexto, é conveniente tangenciar brevemente algumas das
principais especialidades do jornalismo. De acordo com Melo (ca. 2010), o jornalismo
cultural surge no fim do século XVII. Este momento também foi marcado por
transformações efetivas no jornalismo, como sua ampla difusão, ganho de mercado de
periodicidade. No Brasil, o jornalismo cultural viria a emergir dois séculos depois, com
Machado de Assis e José Veríssimo. Uma das tarefas do jornalismo cultural, é mediar a
relação entre o público e a complexidade literária e estética, levando a informação de
forma acessível. A partir dos anos 50, os jornais do Brasil colocam como obrigatória a
seção cultura em suas edições.
27

De acordo com Camargo e Gonçalves (2005), em relação a especialização


esportiva, o jornalismo só começou dar atenção aos esportes quando estes começaram a
chamar a atenção da elite. A primeira reportagem filmada, por exemplo, ocorreu em
1950, no jogo entre Portuguesa de Desportos e São Paulo. No início além de os
jornalistas darem preferência aos esportes praticados pelas camadas superiores da
sociedade, tinha-se o hábito focar a matéria no público, o esporte propriamente dito
recebia um enfoque secundário.
De acordo com Puliti (2013), o jornalismo econômico, por sua vez, surgiu em
meados dos anos 30 de forma tímida e amena. No início, as publicações que se
dedicavam à esta especialização abordavam necessidades provenientes do perfil agrário
exportador. Eram poucas páginas.
Em 1949, O Estado de São Paulo lançou uma pauta econômica mais abrangente,
trazendo material estrangeiro, principalmente norte americano. Em 1950, a Folha já
possuía um quadro de jornalistas especializados que publicavam matérias analíticas
sobre economia. Assim, a autora afirma que data da década de 50 a emergência de uma
pauta que abordava a economia internacional, além da agricultura brasileira.
Puliti (2013) esclarece outro importante aspecto da história e características do
jornalismo econômico. Um marco histórico do nosso país transformou os rumos desta
especialidade. De acordo com a autora, o regime militar instaurado em 64 influenciou
na consolidação desta segmentação jornalística. Os militares tiraram os temas políticos
de circulação. O jornalismo político sempre foi, como aponta Puliti, um dos principais
temas do jornalismo no Brasil. Diante desta mudança, abre-se espaço para o jornalismo
econômico.

3.1 – Teoria Crítica e Consumo

A Indústria Cultural foi um conceito utilizado pela primeira vez no ensaio "Arte
e Cultura de Massa" de Max Horkheimer, em 1940. Os estudiosos que fizeram parte da
Escola de Frankfurt se dedicaram a uma análise crítica dos valores do capitalismo
moderno.
28

O termo Indústria Cultural denomina o conjunto de instituições sociais


envolvidas com o processo de produção em série e distribuição de bens simbólicos.
Assim sendo, os meios de comunicação como um todo, incluindo as revistas são parte
deste complexo. Tanto para Theodor Adorno quanto para Horkheimer, a cultura
transformada pela técnica, torna-se um produto.
Os estudos conduzidos por tais pesquisadores, revelam que para a indústria
cultural, a produção de notícias - produto que particularmente nos interessa em nossa
pesquisa - é orientada pelo lucro. Desta forma, a criação individual é eliminada em
detrimento da lógica de produção coletiva. As produções que coloquem em risco o lucro
são consideradas ameaçadoras. Desagradar ao consumidor contraria a lógica da
produção. Sobre este viés, Martino (2010) explicou:

A vida útil de um cantor ou artista de televisão é proporcional ao lucro


gerado. Quando o público se cansa, o artista desaparece e é substituído
por outro – o que explica a velocidade com que novos ídolos
aparecem e somem a cada semana. Os exemplos atuais são tantos e a
velocidade tão grande, que há o risco suplementar de ficarem velhos
entre o tempo em que este livro está sendo escrito e sua publicação.
[...] Na lógica da indústria, a arte é uma mercadoria de circulação
rápida e o público não pode ter tempo de se cansar de uma
personagem sem estar munido de outra. (MARTINO, 2010, p. 49)

A perda da autenticidade, singularidade e unicidade da obra de arte foi


sistematicamente abordada pelo estudioso Walter Benjamin, no ensaio A obra de arte
na era de sua reprodutibilidade técnica, publicado em 1935. Benjamin desenvolveu
suas reflexões sobre o que chamou de aura das obras de artes. Tal conceito estaria
ligado ao aqui e ao agora, e seria uma espécie de alma da obra de arte, agregando
autenticidade, singularidade e unicidade ao artefato artístico.
Os adventos de reprodutibilidade técnica implicaram, de acordo com ele, na danificação
da aura a partir da produção em série.
Neste contexto, a distribuição de cópias e o faturamento em cima da distribuição
da arte se torna fundamental. A cultura foi apropriada pelo capitalismo, servindo como
ferramenta de dominação social. Deste modo, ocorre a deturpação das consciências
individuais assimilando os indivíduos ao processo.
A indústria cultural incorporada dentro do sistema capitalista atua em uma
grande rede, através das diversas mídias. Neste sentido, ocorre a disseminação das
ideologias vigentes, que a partir destes mecanismos utilizados pela indústria cultural no
29

sistema capitalista, se reiteram constantemente. A mídia não serve apenas como


ferramenta de dominação social política, ela também atua livremente em prol do
consumismo acelerado.

Na última década também surgiram novas tecnologias que mudaram


os padrões da vida cotidiana e reestruturaram poderosamente o
trabalho e o lazer. As novas tecnologias do computador substituíram
muitos empregos e criaram muitos novos, oferecendo novas formas de
acesso à informação e à comunicação com outras pessoas e
propiciando as alegrias de uma nova esfera pública informatizada. As
novas tecnologias da mídia e da informática, porém, são ambíguas e
podem ter efeitos divergentes. Por um lado proporcionam maior
diversidade de escolha, maior possibilidade de autonomia cultural e
maior abertura às intervenções de outras culturas e idéias. No entanto,
também propiciam novas formas de vigilância e controle, em que os
olhos e sistemas eletrônicos instalados em locais de trabalho
funcionam como encarnação contemporânea do Grande Irmão. As
novas tecnologias da mídia também propiciam poderosas formas de
controle social por meio de técnicas de doutrinação e manipulação
mais eficientes, sutis e ocultas. Na verdade, sua simples existência já
cria a possibilidade de minar as energias políticas e de manter as
pessoas bem guardadas dentro dos confins de seus centros de
entretenimento doméstico, distantes do tumulto das multidões e dos
locais de ação política de massa (KELLNER, 2001, p. 26).

3.2 – Teoria do Agendamento e Gatekeeper

A teoria do agendamento, também conhecida como Agenda Setting é uma das


teorias mais proeminentes do jornalismo que aborda a capacidade dos meios de
comunicação de massa de influenciar vários aspectos de nossas agendas políticas,
sociais e culturais. Sobre este papel da comunicação massiva, que particularmente nos
interessa em nosso aparato teórico, o autor do livro “A Teoria da Agenda, a mídia e a
opinião pública”, Maxwell McCombs (2009) ressalta:

Tudo o que sei é somente o que li nos jornais. Este comentário é um


sumário sucinto sobre muito do conhecimento e informação que cada
um de nós possui sobre os assuntos públicos porque a maior parte dos
assuntos e preocupações que despertam nossa atenção não estão
disponíveis à nossa experiência direta pessoal [...] Para quase todas as
preocupações da agenda pública, os cidadãos tratam de uma realidade
de segunda-mão, uma realidade que é estruturada pelos relatos dos
jornalistas sobre estes eventos e situações. (MCCOMBS, 2009, p. 17)
30

Ou seja, como selecionamos para análise duas revistas, das quais nos interessará
classificar, sobretudo, a respeito dos assuntos tratados, esta teoria se revela de grande
valia para embasar nosso raciocínio e nos conduzir aos resultados finais.
A criação de matérias no jornalismo envolve um processo de tomadas de
decisões que dão forma ao produto final, a notícia. Desta forma, a escolha em realçar
aspectos ligados ao tema central da pauta, enviesam o material. A escolha de alguns
elementos na confecção da notícia ganham força quando a mesma é publicada.
Segundo o estudo conduzido por Walter Lippmann, em Opinião Pública (2008),
citado por Luís Mauro de Sá Martino, em Teoria da Comunicação 2ª ed., (2010), parte
da realidade captada na notícia acaba sendo tomada como o todo. Assim sendo, este
parece ser o ponto de conexão entre a mídia e a criação de estereótipos.

Notícias são criadas a partir de uma série praticamente infinita de


seleções e escolhas efetuadas pelos profissionais. Ao presenciar um
fato, o jornalista toma uma série de decisões - desde as palavras a
empregar até quais aspectos destacar do conjunto de acontecimentos -
e transforma isso em uma notícia. A partir do momento em que alguns
detalhes são acentuados e outros não, a notícia se torna o veículo de
uma representação específica da realidade - não uma distorção
deliberada, mas uma necessidade prática. (MARTINO, 2010, p. 20).

Além da teoria do agendamento, a teoria do gatekeeper também nos ajuda a


compreender como funciona a criação de necessidades e a influencia no estilo de vida
das pessoas a partir da sistemática filtragem das pautas.
De acordo com D’Aiola (2010), o conceito de gatekeeper está relacionado à
figura que possui o poder de decidir o que vira notícia ou não. De tal maneira, ainda
para o autor, esta ideia pressupõe que o receptor da informação não possa acessar a
fonte do gatekeeper, apenas conhecer a notícia do ponto de vista colocado pelo meio de
comunicação a partir do selecionador.
A problemática da seleção e filtragem de temas é a determinação de
necessidades nas pessoas, a influência em sua maneira de viver a partir da pautação do
que deve ou precisa ser pensado e discutido. O selecionador define não somente o que
vira notícia, mas como a notícia será abordada.
A tentativa de reprodução da realidade é uma complexa tarefa para os
profissionais que atuam nas mídias. Um meio de comunicação X pode decidir veicular
uma matéria sobre a saúde do homem que aborde, por exemplo, o eminente perigo do
31

câncer de próstata. A partir de preceitos e orientações definidas pela política editorial do


veículo de comunicação, a matéria ganha um contorno específico.
A maneira como as notícias são trabalhadas na maioria das vezes não abarcam a
totalidade da realidade a nossa volta, deixando os indivíduos a mercê daquilo que o
gatekeeper deseja publicar.

3.3 – Jornalismo de revista: histórico e características

De acordo com Marília Scalzo (2006), o jornalismo de revista não se difere


apenas dos meios de comunicação sobre outras plataformas midiáticas, como por
exemplo o jornalismo produzido para a televisão, rádio e a internet. O jornalismo de
revista possui suas próprias características em relação ao jornalismo impresso, como por
exemplo a segmentação por assunto e por tipo de público. Uma das características
intrínsecas ao jornalismo de revista, é o papel de complementação da educação, tendo
em vista que se aprofunda mais que o jornal.
Esta característica peculiar às revistas, faz com que estes meios de comunicação
se tornem íntimos de seus leitores, estabelecendo um vínculo de afetividade por meio de
um processo de identificação de interesses pessoais. Existem revistas destinadas à
diversos assuntos e públicos: revistas de saúde, culinária, esportes, música, etc. A
revista tem o privilégio de conhecer “o rosto” do seu público leitor.
Além disso, as revistas são consideradas um veículo de comunicação de massa.
No entanto, Scalzo (2006) aponta para um aspecto interessante a respeito das
popularidades das revistas. Apesar de elas serem consideradas meios de comunicação de
massa, quando atingem públicos enormes e difíceis de se distinguir, começam a correr
perigo.
A primeira revista que se tem notícia foi publicada em 1663, na Alemanha,
chamava-se "Erbauliche Monaths-Unterredungen" (Edificantes discussões mensais). A
publicação contava com vários artigos sobre teologia. Sendo voltada para um público
específico, havia periodicidade. Os assuntos eram mais aprofundados do que nos
jornais, e menos do que nos livros.
A revista começou a ganhar espaço essencialmente em meados do século XIX.
Com o aumento dos índices de escolarização, a população buscava se instruir. Os
avanços técnicos das gráficas possibilitaram que as revistas se transformassem no meio
ideal, tendo em vista que reuniam vários assuntos e contavam com ilustrações. Neste
32

período, os livros eram considerados instrumentos de interesse da elite. Em outras


palavras, desde então a revista possibilitava a circulação concentrada de diferentes
informações sobre os novos tempos. De tal forma, a revista ocupou e tem ocupado um
espaço entre o livro e o jornal.
Depois de algum tempo, os anúncios conseguiam financiar os custos das
produções, tornando assim o preço dos exemplares mais acessíveis. Desta forma,
floresceu o negócio das revistas como conhecemos em nossos dias atuais.
Ainda de acordo com a Marília Scalzo (2006), o formato com que a revista é
impressa configura o ponto de maior distinção para com os outros meios de
comunicação:

Ela é fácil de carregar, de guardar, de colocar numa estante e de


colecionar. Não suja as mãos como os jornais, cabe na mochila e
disfarçada dentro de um caderno, na hora da aula. Seu papel e
impressão também garantem uma qualidade de leitura - do texto e da
imagem - invejável. Dá para imaginar um jeito melhor de fornecer
dicas de decoração ou de mostrar o novo desenho de um carro, por
exemplo? (SCALZO, 2006, p. 39).

Em relação ao tamanho das revistas, pode variar em média de 13,5x19,5cm até


25x30cm, sendo o formato mais comum o de 20,2x26,6cm. Esta medida apresenta a
melhor utilização do papel, proporcionando maior economia. No entanto, com os
avanços tecnológicos é possível inovar nos formatos sem elevar os custos de produção.
Algumas revistas femininas na Europa, por exemplo, diminuíram de tamanho para caber
na bolsa do público feminino. Ou seja, o tamanho da revista é muitas vezes reajustado
de acordo com a necessidade de cada público.
Outra característica inerente às revistas é o fator periodicidade. Normalmente
são semanais, quinzenais ou mensais. Por não serem diárias, as publicações de revista
são elaboradas sob um viés que se distancia da factualidade e superficialidade com que,
por exemplo, meios de comunicação como o jornal, rádio e TV estão submetidos. O
trabalho do jornalista de uma revista de periodicidade mensal, é pensar em uma pauta
que seja interessante e exclusivo, e ao mesmo tempo não pereça tão rapidamente.
O mercado das revistas, por sua vez, vem se tornando a cada dia mais
competitivo. As revistas obtém lucro a partir dos anunciantes e da circulação. Ou seja, é
preciso pensar em estratégias de lucratividade que venham destes dois pólos. Em um
33

lado, há a disputa pela atenção dos anunciantes, onde é necessário oferecer espaços de
publicidade diferenciados. Do outro, deve-se pensar na qualidade da publicação para a
conquista de um público maior. As revistas mais segmentadas tem se mostrado mais
bem sucedidas no ganho de público. A exploração de temas como por exemplo,
celebridades e televisão, também apresenta grande índice de sucesso entre a preferência
do público. Por este motivo, é pertinente afirmar que as revistas refletem a cultura dos
lugares.
Em relação aos tipos de segmentação, os mais comuns são os por gênero
(masculino e feminino), por idade (infantil, adulta, adolescente), geográfica (cidade ou
região) e por tema (cinema, esporte, música...). Ainda é possível haver a segmentação
da segmentação.
No início as revistas se dedicavam mais ao entretenimento do que ao jornalismo,
propriamente dito. O hábito de checagem e apuração dos fatos, assim como os demais
procedimentos jornalísticos, modificaram a rotina das redações. No entanto, é
importante frisar que ainda hoje, muitos destes periódicos se dedicam ao entretenimento
em sua forma mais pura, sem qualquer vestígio de teor jornalístico. Em alguns casos, as
revistas são inteiramente dedicadas à este tipo de publicação.
34

IV – A TEMÁTICA DA SAÚDE DO HOMEM NAS REVISTAS


ESPECIALIZADAS

Nossa análise sobre a temática da saúde do homem se pautou em revistas


especializadas do segmento jornalismo de saúde e nossa busca foi por publicações em
língua portuguesa no formato revista e que tivessem periodicidade semanal ou mensal e
estivessem em circulação há pelo menos um ano para que pudéssemos acompanhar uma
série histórica de três edições. Nossa busca resultou em dois títulos: as revistas Saúde é
Vital da Editora Abril/S.A. e Viva Saúde da Editora Escala.
A revista Saúde é Vital é um periódico jornalístico mensal publicado pela
editora Abril e que segundo sua linha editorial pretende ser uma publicação ampla, com
temáticas variadas dentro do segmento jornalismo de saúde que envolve cuidados gerais
e tratamentos variados, bem estar e vida saudável.
Já a revista Viva Saúde é um periódico jornalístico mensal publicado pela
Editora Escala com o objetivo de divulgar hábitos para uma vida saudável pautado
principalmente na temática da alimentação e também da prevenção e tratamentos para
diversas doenças conforme consta dos editoriais das três edições que foram objeto de
nossa pesquisa.
Utilizamos neste capítulo a exposição dos dados obtidos a partir da análise de
forma comparativa e por isso apresentamos as considerações da revista Saúde é Vital e
Viva Saúde respectivamente nesta ordem, sendo que ao final do capítulo apresentamos
um panorama comparativo das duas publicações e considerações sobre tais resultados.

4.1 – Gêneros Jornalísticos

Os gêneros jornalísticos nos dão pistas necessárias para o entendimento da


produção de sentido nas diversas tipologias textuais. Comumente os gêneros se baseiam
nas características da produção jornalísticas em aspectos relacionados a abordagem
textual, extensão, informação x opinião, etc. e dentre as diversas classificações
existentes três comunicadores tem merecido destaque: Luiz Beltrão, um dos pioneiros
em criar uma tabela classificatória dos gêneros em 1980, Manuel Chaparro, o teórico
que mais subdividiu os gêneros, chamando as tipologias de espécies jornalísticas e José
Marques de Melo, sem dúvida um dos nomes mais reconhecidos no meio jornalístico, o
qual escolhemos para ser o balizador de nossa análise. Segundo Erbolato:
35

Porém a evolução e a adoção de novas técnicas do jornalismo, elevado


à profissão e não mais praticado por simples diletantismo, levaram a
uma conquista autêntica: a separação entre, de um lado, o relato e a
descrição de um fato, dentro dos limites de objetividade permitidos
pela natureza humana, e, de outro, a análise e o comentário da mesma
ocorrência. O jornalismo ficou, a essa altura, dividido em dois grandes
grupos ou seções principais: o informativo e o opinativo (que incluía a
análise e a interpretação) (ERBOLATO, 2002, p.34).

A seguir apresentamos a tabela com as classificações de gêneros propostas pelos


três autores, segundo (COSTA, 2010):

Tabela 1 – Classificação de Gêneros Jornalísticos


Luiz Beltrão (1980) José Marques de Melo Manuel Chaparro (1998)
(2003)
1. jornalismo informativo 1. jornalismo informativo 1. comentário
- notícia - nota 1.1 espécies
- reportagem - notícia argumentativas
- história de interesse - reportagem - artigo
humano - entrevista - crônica
- informação pela imagem 2. jornalismo opinativo - cartas
2. jornalismo - editorial - coluna
interpretativo - comentário 1.2 espécies gráfico-
- reportagem em - artigo artísticas
profundidade - resenha - caricatura
3. jornalismo opinativo - coluna - charge
- editorial - crônica 2. relato
- artigo - caricatura 2.1 espécies narrativas
- crônica - carta - reportagem
- opinião ilustrada - notícia
- opinião do leitor - entrevista
- coluna
2.2 espécies práticas
- roteiros
- indicadores
- agendamentos
36

- previsão de tempo
- cartas-consulta
- orientações úteis
Fonte: Costa (2010, p. 2-3)

Seguindo então a classificação de José Marques de Melo analisamos três edições


da revista Saúde é Vital da editora Abril/S.A. nos meses de fevereiro, março e abril de
2015. Do total de matérias jornalísticas classificadas quanto ao gênero, chegamos aos
resultados apresentados no gráfico que segue:

Gráfico 1 – Gêneros Jornalísticos Revista Saúde é Vital

Gráfico I - Gêneros (Saúde é Vital)

Informativo
Opinativo

Fonte: do autor.

O gráfico I mostra que 93,90% das matérias das revistas tem caráter informativo
e apenas 6,10% são opinativas, sendo ao todo 85 matérias classificadas. Os dados
apontam que a revista tem por objetivo informar seus leitores sobre assuntos
relacionados à saúde e bem estar e não necessariamente emitir opinião sobre tais temas.
A técnica para se chegar a uma apuração isenta e essencialmente informativa
pode ser extraída da carta ao leitor escrita por Lúcia Helena de Oliveira editora da
revista Saúde é Vital:
37

Gosto de aplauso. Mas acho – e escrevo isso com toda a sinceridade –


que está aí um som que precisa emudecer no instante seguinte quando
o foco é um jornalista. Eis um bicho estranho: dono de uma variedade
imensa, quer ter a melhor sacada de matéria, bolar o melhor título,
iniciar cada texto de maneira fisgadora e fechar com chave de ouro o
raciocínio [...] é começar do zero e torcer, com o frio na barriga de
todos os meses, para que você goste de cada página [...] e nos prestigie
com a grande homenagem que podemos alçar: a sua atenção (SAÚDE
É VITAL, 2015, p.6).

Na análise dos gêneros com base na revista Viva Saúde chegamos ao resultado
de 117 matérias jornalísticas do gênero informativo o que representa exatos 90% do
total de 130 matérias das três edições. O gênero opinativo fica com 10% das matérias
conforme pode ser observado no gráfico II.

Gráfico 2 – Gêneros Jornalísticos Revista Viva Saúde

Gráfico II - Gêneros (Viva Saúde)

Informativo
Opinativo

Fonte: do autor.

Com relação à tipologia das matérias encontradas, podemos identificar as


seguintes conforme gráfico que segue:
38

Gráfico 3 – Tipologia das matérias Revista Saúde é Vital

Gráfico III - Tipologia (Saúde é Vital)

Notícia
Reportagem
Nota
Editorial
Entrevista
Artigo

Fonte: do autor.

A análise do gráfico III aponta total coerência dentro dos objetivos da


publicação, pois evidencia a predominância do gênero informativo, quando traz 56,79%
das 81 matérias dentro da tipologia de notícia que tem caráter eminentemente
informativo.
Se observarmos o editorial, um gênero opinativo, verificamos que apenas 3,70%
foram destinados a tal tipologia, o que corresponde a três editoriais. No gênero
informativo ainda e de acordo com Marques de Melo, a reportagem alcançou 25,92%, o
que equivale a 21 reportagens, donde podemos verificar que a revista analisada se pauta
basicamente no binômio notícia+reportagem, que respondem juntas por 82,71% das
matérias publicadas dentre as seis tipologias encontradas.

Sobre notícia temos que:

As notícias são a matéria-prima do jornalismo, pois somente depois de


conhecidas ou divulgadas é que os assuntos aos quais se referem
podem ser comentados, interpretados e pesquisados, servindo também
de motivos para gráficos e charges. Se o homem das cavernas se
contentava em saber que seu território estava ameaçado por algum
animal perigoso, o cidadão contemporâneo não encontra limites para o
seu desejo de bem informar-se. Inteirar-se sobre o que se passa no
mundo é hoje uma obrigatoriedade. Comerciar e trabalhar com as
39

notícias constitui a função básica dos jornais (ERBOLATO, 2002,


p.49-50).

Na revista Viva Saúde, apesar da predominância do gênero informativo como


também foi comprovado na análise da revista Saúde é Vital ocorrem algumas diferenças
em relação a tipologia das matérias com predominância da tipologia nota que obteve
45,38% do total, o que corresponde a 59 matérias. Em segundo lugar aparece a notícia
com 23,85% seguida da reportagem com 19,23%. Aparecem em menor quantidade o
artigo com 7,69%, o editorial com 2,31% e a entrevista com 1,54% do total de matérias
analisadas conforme demonstra o gráfico IV:

Gráfico 4 – Tipologia das matérias Revista Viva Saúde

Gráfico IV - Tipologia (Viva Saúde)

Notícia
Reportagem
Nota
Editorial
Entrevista
Artigo

Fonte: do autor.

4.2 – Conteúdo das revistas

Em nossa análise fizemos primeiramente a separação entre o conteúdo


jornalístico e o conteúdo publicitário. Percebemos que na edição de fevereiro a revista
teve 12 páginas de conteúdo publicitário para 60 páginas de conteúdo jornalístico. Esta
relação foi de 15/61 páginas na edição de março e 16/60 na edição de abril.
40

Na revista Viva Saúde a proporção foi um pouco menor com 12 páginas de


conteúdo publicitário para 88 de conteúdo jornalístico na edição 146. Esta relação
diminuiu ficando em 08/92 páginas na edição 147 e de 07/93 páginas na edição 148.

Gráfico 5 – Relação entre jornalismo x publicidade nas revistas

600

500

400
Publicidade
300 Jornalismo
Total
200

100 Total

0 Jornalismo
Saúde é Vital
Viva Saúde Publicidade
Total

Fonte: do autor.

Na revista Saúde é Vital ao todo das 224 páginas de revista publicadas, 43 foram
dedicadas à publicidade e 181 ao jornalismo conforme mostrou o gráfico a
correspondendo a 80,80% de conteúdo jornalístico e 19,20% de publicidade. Já a revista
Viva Saúde apresentou 27 páginas de publicidade e 273 de jornalismo totalizando 300
páginas o que corresponde respectivamente a 9% de conteúdo publicitário e 91% de
conteúdo jornalístico. Daí podemos depreender que a revista Saúde é Vital tem mais que
o dobro e publicidade em relação a Viva Saúde e também é possível observar que
somando as duas publicações, das 524 páginas publicadas apenas 70 foram de
publicidade enquanto que 454 foram destinadas ao jornalismo, sendo em percentuais
respectivamente 13,36% e 86,64%.
No que tange ao conteúdo encontrado nas mais de 80 matérias jornalísticas
pesquisadas, em Saúde é Vital percebemos que ocorre a predominância de dois grandes
grupos, sendo que o primeiro diz respeito a alimentação e outro grupo numeroso de
matérias que tem como foco tratamento e prevenção de saúde. Outros assuntos
41

apareceram nas publicações, mas em número muito reduzido, por isso os agrupamos
num terceiro grupo que identificamos como outros temas.

Gráfico 6 – Temas retratados na revista Saúde é Vital

Gráfico VI - Temas (Saúde é Vital)

Alimentação
Tratamento/Prevenção
Outros temas

Fonte: do autor.

Gráfico 7 – Temas retratados na revista Viva Saúde

Gráfico VII - Temas (Viva Saúde)

Tratamento/Prevenção
Alimentação
Outros

Fonte: do autor.
42

Conforme mostra o gráfico VI, as matérias publicadas na revista Saúde é Vital


deram predominância a tratamentos e prevenções no que concerne a saúde. Estas
matérias representaram 68,29% do total publicado nas revistas, com 56 aparições
classificadas. Tal enfoque justifica a linha editorial da revista impressa inclusive no
título da publicação “Saúde é Vital” e, portanto a temática da prevenção e tratamento de
saúde é o carro chefe da publicação. Na revista Viva Saúde a predominância do tema
tratamento/prevenção é ainda mais contundente com 92 matérias ou 70,77% do total
enquanto o tema alimentação apareceu em 26 matérias representando 20% e outros
temas ocorreram em 12 matérias com 9,23% conforme demonstrou o gráfico VII.
No entanto, neste universo de 56 matérias publicadas sobre
tratamento/prevenção de saúde, existem subdivisões muito importantes para nossa
análise e revelam que nosso objeto de estudo – a saúde do homem, realmente é pauta
quase oculta nas publicações.

Gráfico 8 – Divisão das matérias sobre tratamento/prevenção (Saúde é Vital)

Gráfico VIII - Divisão das matérias sobre


tratamento/prevenção (Saúde é Vital)
Perda de peso
Mente humana
Saúde da mulher
Saúde do homem
Saúde dos Pets
Saúde dos bebês
Saúde bucal
Saúde do idoso
Insonia
Intestino
Outros tratamentos

Fonte: do autor.

O gráfico VIII revela que o maior grupo dentre as 56 matérias cujo tema
principal era tratamento/prevenção está em outros tratamentos. Este grupo de 23
matérias responde por 41,07% do total deste segmento. Trata-se de um grupo diverso
43

que inclui matérias sobre exercícios físicos, problemas de transpiração, drogas, doenças
cardíacas, rinite, higiene, rejuvenescimento, umidade do ar, leucemia, diabetes, etc.
Nos temas específicos o tema da perda de peso foi o mais frequente abrangendo
08 matérias ou 14,28% do total analisado. Transtornos da mente e saúde dos Bebês
apareceram com cinco matérias cada. A saúde dos Pets foi retratada em quatro matérias
enquanto que a saúde da Mulher, saúde do Idoso, saúde Bucal, Insônia e Doenças do
intestino tiveram duas matérias cada. A saúde do Homem foi retrata em apenas uma
reportagem dentre as três edições da revista analisada, índice quatro vezes menor do que
desprendido para falar sobre os Pets.
Em relação a revista Viva Saúde as 92 matérias que estão relacionadas ao tema
prevenção/tratamento estão subdivididas da seguinte forma: Outros Tratamentos 56
matérias representando 60,87% do total; Saúde da Mulher com 12 matérias (13,04%);
Mente Humana com 07 matérias (7,61%); Saúde Infantil com 05 matérias (5,43%);
Saúde do Homem com 04 matérias (4,35%); Saúde dos Pets com 03 matérias (3,26%);
Saúde do Idoso com 02 matérias (2,17%); Saúde Bucal, Intestino e Perca de Peso com
01 matéria cada (1,09%) cada. Sobre isso temos o gráfico IX a seguir:

Gráfico 9 - Divisão das matérias sobre tratamento/prevenção (Viva Saúde)

Gráfico IX - Divisão das matérias sobre


tratamento/prevenção (Viva Saúde)
Perda de Peso
Mente Humana
Saúde da Mulher
Saúde do Homem
Saúde dos Pets
Saúde Infantil
Saúde Bucal
Saúde do Idoso
Intestino
Outros Tratamentos

Fonte: do autor.

Mesmo que a saúde da Mulher tenha sido pouco tratada nas revistas, vale
ressaltar que a publicação utiliza muitos recursos gráficos e possui um conjunto de
44

identidade visual muito bem definido e que nestas ilustrações que complementam os
textos escritos sempre ocorre a utilização de modelos femininos para exemplificar
abordagens da revista, o que produz um conteúdo subliminar que associa tais
tratamentos a mulher.
Em síntese podemos evidenciar a partir dos dados apresentados e de sua análise
que a saúde do homem é realmente uma temática quase oculta nas revistas
especializadas de saúde. Se compararmos com as 215 matérias analisadas nas três
edições de Saúde é Vital e nas três de Viva Saúde chegamos a apenas 5 matérias
direcionadas ao homem o que representa apenas 2,32% do total veiculado. Quando
comparamos com a saúde da mulher também há significativa diferença, pois elas foram
objeto de 14 matérias, quase três vezes em relação a eles. O gráfico X mostra a
proporção entre a Saúde do Homem nas revistas e os demais temas retratados:

Gráfico 10 – Relação Saúde do Homem x Outros Temas

Gráfico X - Saúde do Homem X Outros Temas

Saúde do Homem (5 matérias)


Outros Temas (210 matérias)

CONSIDERAÇÕES FINAIS
45

Nas três edições da revista Saúde é Vital, da editora Abril, foi encontrada apenas
uma matéria que retratasse a saúde masculina. A matéria em questão aborda a
incidência da osteoporose entre o público masculino, se trata de uma reportagem
trabalhada em 120 linhas e conta com imagens e gráficos informativos. Esta matéria
aparece na edição de fevereiro.
Nas edições da revista Viva Saúde, da editora Escala, o tratamento do tema
saúde masculina foi trabalhado em um maior número de matérias. Na edição de número
143, não houveram notícias e reportagens, e sim duas notas. A primeira aborda o
problema de perda auditiva nos homens, afirmando que o risco é maior entre o público
masculino do que entre o público feminino.
A segunda matéria fala sobre uma doença tipicamente masculina denominada
“Peyronie”, que é uma patologia associada ao desempenho sexual do homem, podendo
causar dor no momento da penetração.
Na segunda edição número 147, a saúde do homem foi retratada em uma
reportagem de 92 linhas. A matéria falou sobre a andropausa. De acordo com a
apuração realizada, a revista aponta que a andropausa não pode ser considerada a
menopausa masculina.

As repercussões negativas desta doença são significativas sobre a


saúde do homem, por isso é importante que assim que houver sua
suspeita clínica, que passe por uma avaliação médica-urológica. Cerca
de 30% dos homens acima dos 60 anos sofrerão da patologia, ou seja,
não existe uma generalização, diferente da menopausa. (Viva Saúde,
147, p.48).

Na edição número 148, a revista Viva Saúde além de trazer uma reportagem
direcionada ao público masculino, citou a saúde masculina em uma de suas notícias que
retratou o tema câncer de cabeça e de pescoço. A notícia que foi trabalhada em 53
linhas, abordou de forma geral todos os tipos de públicos. No entanto, o texto da
matéria afirma que a incidência de tais cânceres se dá mais nos homens.
Houve ainda uma reportagem de 95 linhas na edição 148, mais uma vez retratou
a saúde masculina relacionando o homem ao seu papel de reprodutor. O tema em
questão foi o problema de ereção.
Tendo por base a proposta do tema central do trabalho, que é a demonstração da
falta de atenção para com a saúde masculina pelos meios de comunicação, a pesquisa
documental nos levou a constatar tal hipótese.
46

Efetivamente, o percurso de revisões bibliográficas perpassado possibilitou a


relação do fenômeno observado com os estudos conduzidos que embasam a
problemática da invisibilidade da saúde masculina.
Foi possível tangenciar brevemente as mais importantes teorias da comunicação
que se correlacionam ao conceito de seleção, filtragem e escolha de assuntos pela mídia.
Outro ponto importante do trajeto teórico desta pesquisa foi a dissertação sobre os
papeis masculinos e sua relação cultural com a falta de importância social para com a
saúde dos homens.
A plataforma que ampara os veículos de comunicação objetos de nossa pesquisa
documental foi apontada de maneira cronológica, ressaltando seus aspectos históricos,
desde o seu surgimento até os dias atuais.
No que diz respeito à saúde como especialização jornalística e ao próprio
jornalismo especializado, foi possível elencar suas principais características e
motivações que os levaram a se consolidar ao longo do tempo.
Podemos concluir que nosso principal objetivo, verificar o tratamento da saúde
do homem nas revistas escolhidas foi cumprido com sucesso.
Ainda neste sentido, foi constatado a relação das matérias veiculadas para com
outros públicos. A classificação de gêneros e tipologia nos permitiram compreender a
política editorial do veículo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
47

ADORNO, T. W. "A indústria cultural". In: COHN, G. Comunicação e indústria


cultural. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1971.

______, T. W. & HORKEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro:


Zahar, 1997.

BAHIA, Juarez. Jornal, História e Técnica: as técnicas do jornalismo. v. 2. 5. ed. Rio


de Janeiro: Mauad X, 2009.

BENJAMIN. Walter. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. In: Os


pensadores: Textos escolhidos, Walter Benjamin, Max Horkheimer, Theodor W.
Adorno, Jurgen Habermas, trad. José Lino Grunnewald, São Paulo: Abril Cultural.
1980.

BOAVENTURA, Edivaldo. Metodologia da Pesquisa: Monografia, Dissertação e


Tese.1.ed. São Paulo: Atlas, 2007.

CAMARGO, T.P. Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem
corporal. Revista brasileira de psicologia do esporte. Vol 2, nº 1, p. 1-15, 2008.

CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. et al. A pesquisa qualitativa:


enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, Vozes, 2008.

CORSI, Francisco Luiz. O plano real: um balanço crítico (1994-1998). IN:


DELROIO, Marcos (org). Globalização e dimensões da crise brasileira. Marília:
Cadernos da F.F.C.-UNESP-Marília-Publicações, 1999, p. 13-28.

COSTA, Lailton Alves da. Jornalismo brasileiro: a teoria e a prática dos gêneros
jornalísticos nos cinco maiores jornais do Brasil. Encipecom. Universidade
Metodista de São Paulo. Pág. 1-12.

D´AIOLA, Carla. A função do Gatekeeper na imprensa. Disponível em: http://


www.iscafaculdades.com.br/estacaojornalismo/artigo_14.htm. Acesado em
48

04/10/2010 as 13h07min.

DAMASCENO, V. O. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de


praticantes de caminhada. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Niterói. Vol 11,
nº3, Maio/Junho, 2005.

ERBOLATO, Mário L. Técnicas de codificação em jornalismo. Redação, captação e


edição no jornal diário. 5ª ed. São Paulo: Ática, 2002.

FIGUEROA, Perea J 1998. Algunos elementos para interpretar la presencia de los


varones en los procesos de salud reproductiva. Cadernos de Saúde Pública 14
(suplemento 1): p.87-97.

FONSECA, João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Universidade


Estadual do Ceará, 2002.

GONÇALVES, Michelli Cristina de Andrade. A memória da imprensa esportiva no


Brasil: a história (re) contada através da literatura. V Encontro de Núcleos de Pesquisa
da Intercom, UNICAMP.
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2005/resumos/r1815-2.pdf>. Acesso às
20:47h, do dia 30/09/15.

KELLNER, Douglas. A Cultura da Mídia. Bauru: Edusc, 2001.

LIPPMAN, Walter. Opinião Pública. Petrópolis - RJ: Vozes, 2008.

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental: Um relato do


empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné
Melanésia. São Paulo: Editor Victor Civita, 1999.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de


metodologia cientifica.6.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
49

MARTINO, Luís Mauro de Sá. Teoria da Comunicação: ideias, conceitos e métodos.


2. ed. Petrópolis - RJ: Vozes, 2010.

MCCOMBS, Maxwell. A Teoria do Agendamento, a mídia e a opinião pública.


Tradução de Jacques A. Wainberg. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

MEAD, Margaret. Sexo e Temperamento. São Paulo: Perspectiva, 2010.

MELO, Isabelle Anchieta de. Jornalismo Cultural: pelo encontro e a clareza do


Jornalismo com a densidade e complexidade da Cultura. Disponível em:
<http://www.bocc.ubi.pt/pag/melo-isabelle-jornalismo-cultural.pdf>. Acesso em:
16/11/2015. Às 10:56h.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas – Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Homem: Princípios e diretrizes, Brasília, 2008

MIRANDA, Amanda Souza de. Do todo à parte: curso e percurso do jornalismo


especializado em saúde. IELUSC - Joinville - SC.
<http://www.utp.br/tuiuticienciaecultura/ciclo_4/tcc_48_hist_da_ccao/pdf_48/art_9.pdf
>. Acesso às 20:47h, do dia 30/09/15.

ORIVE, Pedro; FAGOAGA, Concha. La especialización en el periodismo, 1974. In:


TAVARES, Frederico de Mello Brandão. A especialização jornalística como teoria e objeto:
contornos e limites. Disponível em:
<http://www.mundodigital.unesp.br/revista/index.php/comunicacaomidiatica/article/viewFile/1
60/104>. Acesso às 20:47h, do dia 30/09/15.

PÁDUA, Elizabete Martallo Marchesini de. Metodologia da Pesquisa. Abordagem


Teórico-Prática. Papirus Editora. 13 Ed. São Paulo. 2007. 124p.

PULITI, Paula. História do jornalismo econômico no Brasil: do café ao tempo real.


Líbero – São Paulo – v. 16, n. 31, p. 41-50, jan./jun. de 2013.
<http://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/05/05-Paula-Puliti.pdf>. Acesso às
20:47h, do dia 30/09/15.
50

Revista Saúde é Vital, Edição 387, São Paulo: Editora Abril, 2015.

Revista Saúde é Vital, Edição 388, São Paulo: Editora Abril, 2015.

Revista Saúde é Vital, Edição 389, São Paulo: Editora Abril, 2015.

Revista Viva Saúde, Edição 143, São Paulo: Editora Escala, 2015.

Revista Viva Saúde, Edição 147, São Paulo: Editora Escala, 2015.

Revista Viva Saúde, Edição 148, São Paulo: Editora Escala, 2015.

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2006.

SCHRAIBER, Lília Blima; GOMES, Romeu; COUTO, Márcia Thereza. Homens e


Saúde na pauta de Saúde Coletiva. São Paulo: Ciência e Saúde Coletiva. V10, 2005,
p.7-17.

SODRÉ, M.; FERRARI, M. H. Técnicas de reportagem: notas sobre a narrativa


jornalística. São Paulo: Summus, 1986.

SOUZA, E. R. de. Masculinidade e violência no Brasil: contribuições para a


reflexão no campo da saúde. Ciência e Saúde Coletiva, 10 (1): 59-70, 2005.

TAVARES, Frederico de Mello Brandão. O Jornalismo Especializado e a


especialização periodística. Estudos em Comunicação | Communication Studies, v.5,
p.115 - 133, 2009.

TAVARES, Frederico de Mello Brandão. A especialização jornalística como teoria e


objeto: contornos e limites. Revista Comunicação Midiática, v.7, n.1, p.96-116,
jan./abr. 2012, Universidade Tuiuti do Paraná – Curitiba.
<http://www.mundodigital.unesp.br/revista/index.php/comunicacaomidiatica/article/vie
wFile/160/104>. Acesso às 20:47h, do dia 30/09/15.
51

TUÑON, Amparo. Periodismo especializado y cultura de la información, 2000. In:


TAVARES, Frederico de Mello Brandão. A especialização jornalística como teoria e
objeto: contornos e limites. Disponível em:
<http://www.mundodigital.unesp.br/revista/index.php/comunicacaomidiatica/article/vie
wFile/160/104>. Acesso às 20:47h, do dia 30/09/15.
52

APÊNDICE 1 – TABELAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS DA REVISTA SAÚDE É VITAL

Edição de fevereiro/2015.

Gênero de acordo José


Título da matéria Marques de Melo Tipologia Assunto Extensão
Ovo poché e omelete Informativo Notícia Dicas de alimentação 42 linhas
simples
Ácido fólico resguarda a Informativo Notícia Dicas de alimentação 16 linhas
visão
Osteoporose muito além do Informativo Notícia Dicas de alimentação 24 linhas
cálcio
Flores de comer Informativo Notícia Dicas de alimentação 24 linhas
Boa pergunta: Cozinhar Informativo Nota Dicas de alimentação 25 linhas
alho interfere em suas
propriedades nutricionais?
Iogurte reduz o risco de Informativo Notícia Dicas de alimentação 17 linhas
diabete
Castanha para turbinar a Informativo Nota Dicas de alimentação 10 linhas
fertilidade
Uma horta em casa Informativo Notícia Dicas de alimentação 12 linhas
Células zumbis não deixam Informativo Notícia Tratamento 11 linhas
53

o tumor morrer
Terapia de vampiro Informativo Notícia Tratamento 34 linhas
Um basta à dor da artrite Informativo Notícia Tratamento 9 linhas
reumatoide
Rede Social em prol da Informativo Notícia Tratamento / Perca de peso 17 linhas
balança
Eles atrapalham o Informativo Notícia Tratamento 14 linhas
tratamento do câncer?
Ioga: tão benéfica ao Informativo Notícia Tratamento / Perca de peso 24 linhas
coração quanto caminhar
Atenção à gordurinha Informativo Notícia Tratamento / perca de peso 21 linhas
acumulada nas férias
Sua barriga precisa de sono Informativo Reportagem Tratamento / perca de peso 191 linhas
O guia do churrasco Informativo Reportagem Alimentação 154 linhas
saudável
Uma bomba para os Informativo Notícia Alimentação 89 linhas
hipertensos
Soja: boa para quem? Informativo Reportagem Alimentação 37 linhas
Exercite os circuitos do seu Informativo Reportagem Tratamento / 221 linhas
cérebro Desenvolvimento cerebral
Macho também tem Informativo Reportagem Tratamento / Saúde do 120 linhas
esteoporose homem
Tudo pode mudar no diabete Informativo Reportagem Tratamento / Saúde da 138 linhas
gestacional mulher e do bebê
54

Reconstrutores de sorriso Informativo Reportagem Tratamento / odontologia 73 linhas


Quais exercícios de Informativo Notícia Tratamento / Exercícios 101 linhas
academia são perigosos para físicos
a coluna?
Aprender música afia o Informativo Notícia Tratamento / saúde infantil 14 linhas
cérebro
Nós vamos, os bichos ficam Informativo Notícia Tratamento / saúde dos pet’s 14 linhas
Quem ligou a essa hora? Informativo Notícia Tratamento / Distúrbios do 27 linhas
sono
O amor vence o medo Informativo Nota Tratamento / Doenças da 14 linhas
mente

Edição de março/2015.

Gênero de acordo com


Título da matéria José Marques de Melo Tipologia Assunto Extensão
Alho e cebola Informativo Notícia Alimentação 40 linhas
Óregano aplaca o desejo por Informativo Notícia Alimentação 32 linhas
sal
Quem come em casa come Informativo Notícia Alimentação 23 linhas
melhor
55

Dê mais espaço à carne Informativo Notícia Alimentação 21 linhas


branca
Novos sucos na área Informativo Notícia Alimentação 21 linhas
Colchonete anti-insonia Informativo Notícia Tratamento / Insonia 20 linhas
Desodorante veda Informativo Notícia Tratamento / problemas de 20 linhas
totalmente a sáide de suor transpiração
Fralda: precisa mesmo dela? Informativo Notícia Tratamento / saúde do idoso 12 linhas
A raíz que dá fim a Informativo Notícia Tratamento / vício às drogas 13 linhas
dependencia
Acupressão contra o Informativo Nota Tratamento / Intestino preso 18 linhas
intestino preso
Quem são os corredores Opinativo Enquete Fitness 5 linhas
urbanos?
Perca peso com as amizades Informativo Notícia Tratamento / perca de peso 16 linhas
virtuais
Cálcio e obesidade Informativo Notícia Tratamento / perca de peso 23 linhas
Acaí na tigela e outras Informativo Reportagem Alimentação e Esporte 333 linhas
modas que o Rio lançou
Uma gordura para esquecer Informativo Notícia Alimentação 76 linhas
O nitrato verde Informativo Reportagem Alimentação 120 linhas
Coração em curto Informativo Reportagem Tratamento / Doenças 152 linhas
cardíacas
56

Operação chega de rinite Informativo Reportagem Tratamento / rinite 203 linhas


Para quem é a cirurgia Informativo Reportagem Tratamento / perca de peso 137 linhas
bariátrica
Sua escova em perigo Informativo Reportagem Tratamento / higiene 114 linhas
Cansaço pode ser doença Informativo Reportagem Tratamento / Cansaço 135 linhas
Como surge a cera de Opinativo Infográfico Tratamento / cera de ouvido 44 linhas
ouvido?
Contraceptivo para a Informativo Notícia Tratamento / Saúde dos 24 linhas
cachorrada pet’s
Um jogo para o felino se Informativo Nota Tratamento / Saúde dos 9 linhas
mexer Pet’s
Bullying naço poupa os Informativo Notícia Tratamento / Saúde infantil 39 linhas
dentes
Roupa limpa sem risco de Informativo Notícia Tratamento / Saúde dos 28 linhas
coceira bebês
A doença de alzheimer, por Informativo Entrevista perfil Tratamento / doenças da 55 linhas
Juliane Moore mente
O brilho da juventude Informativo Notícia Tratamento / 24 linhas
rejuvenescimento

Edição de abril/2015.

Gênero de acordo com


57

Título da matéria José Marques de Melo Tipologia Assunto Extensão


Arroz negro e arroz integral Informativo Notícia Alimentação 20 linhas
Abaixo açúcar Informativo Notícia Alimentação 17 linhas
Arma precisa contra os Informativo Notícia Tratamento / Medicina e 22 linhas
linfomas remédios
Plano B para tratar a Informativo Nota Tratamento / leucemia 7 linhas
leucemia
Uma legião de desnutridos Informativo Notícia Tratamento / saúde dos 24 linhas
idosos
Meditação aquática alivia a Informativo Notícia Tratamento / Dor 21 linhas
dor
Para umidificar e aromatizar Informativo Nota Tratamento / Umidificação 20 linhas
do ar
Por que as comidas gordas Informativo Notícia Tratamento / Perca de peso 19 linhas
inflam a pança?
Micróbios que mexem Opinativo Artigo Tratamento 22 linhas
conosco
Hipertensos: aliem Informativo Notícia Tratamento / hipertensão 18 linhas
exercícios físicos com óleo
de coco
Diabéticos devem malhar Informativo Nota Tratamento / Diabete 18 linhas
após o jantar
O poder do alho Informativo Reportagem Alimentação 201 linhas
Menos carne, mais vegetais Informativo Reportagem Alimentação 138 linhas
58

igual a saúde
Dieta detox, funciona? Informativo Reportagem Alimentação 118 linhas
Obeisdade faz mal à vista Informativo Notícia Alimentação 73 linhas
O impacto da crise hídrica Informativo Infográfico Tratamento / racionamento 97 linhas
na sua saúde de água
Dá pra podar mais cedo? Informativo Reportagem Tratamento / saúde da 126 linhas
mulher
Um intestino sensível Informativo Reportagem Tratamento / problemas 152 linhas
demais gastrointestinais
O mundo é bipolar? Informativo Reportagem Tratamento / Transtorno 193 linhas
Bipolar
Pés em forma Informativo Reportagem Tratamento / Saúde dos pés 140 linhas
Para que serve o baço? Interpretativo Infográfico Tratamento / funcionamento 78 linhas
do baço
Gato também tem diabete Informativo Notícia Tratamento / saúde dos pet’s 24 linhas
Muito além da higiene Informativo Notícia Tratamento / saúde dos 16 LINHAS
bebês
Soneca sem refluxo Informativo Nota Tratamento / saúde dos 14 linhas
bebês
Auto conhecimento online Informativo Notícia Tratamento / psicoterapia 11 linhas
Um tempurá diferente Informativo Notícia Tratamento / saúde bucal 20 linhas

APÊNDICE 2 – TABELAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS DA REVISTA VIVA SAÚDE


59

Nº143

Gênero de acordo com


Título da matéria José Marques de Melo Tipologia Assunto Extensão
Palavra da Editora Opinativo Editorial Geral 20 linhas
Cuidado com os excessos da Informativo Notícia Tratamento / Excesso de 16 linhas
tecnologia tecnologia
Há mesmo um limite de Informativo Nota Alimentação/sono 13 linhas
horas para dormir bem?
Cinco informações sobre pé Informativo Nota Tratamento / PE diabético 15 linhas
diabético
Diagnóstico: virose Informativo Nota Tratamento 38 linhas
Por que algumas pessoas Informativo Nota Tratamento / chulé 10 linhas
tem chulé?
Por que vegetarianos não Informativo Nota Tratamento / Alimentação 19 linhas
comem gelatina?
Por que alguns choram Informativo Nota Tratamento / psicologia 20 linhas
facilmente?
Por que calos se formam? Informativo Nota Tratamento / calos 18 linhas
Dieta antifadiga Informativo Reportagem Tratamento / alimentação 152 linhas
Novas proteínas Informativo Reportagem Alimentação / perca de peso 129 linhas
Tremoço, petisco contra o Informativo Notícia Tratamento / alimentação 66 linhas
colesterol
Troca esperta Informativo Nota Alimentação 30 linhas
Cinco cores para um prato Informativo Nota Alimentação 22 linhas
mais saudável
60

Vitamina B na sua veia Informativo Reportagem Tratamento / alimentação 141 linhas


Quando a vontade de comer Informativo Nota Alimentação / alimentação 18 linhas
é uma compulsão
Bactérias que só fazem o Informativo Reportagem Tratamento 134 linhas
bem
Todos tem vocação para ser Informativo Entrevista Medicina 88 linhas
um médico
O jeito é diminuir o volume Informativo Nota Tratamento / saúde do 19 linhas
em favor da audição homem
Cinco formas de se livrar da Informativo Nota Tratamento / caspas 13 linhas
caspa
O que é a doença Peyronie? Informativo Nota Tratamento / saúde do 26 linhas
homem
O infarto feminino Informativo Reportagem Tratamento / saúde da 152 linhas
mulher
Nova técnica que corrige a Informativo Notícia Tratamento / saúde da 40 linhas
incontinência urinária mulher
Diabetes na gravidez Informativo Reportagem Tratamento / Saúde da 160 linhas
mulher
Um coração que bate Informativo Notícia Tratamento / coração 32 linhas
diferente
Parece que estou todo Informativo Notícia Tratamento / edemas 55 linhas
inchado
O cérebro de quem tem Informativo Reportagem Tratamento / Transtorno 151 linhas
transtorno bipolar bipolar
Como se livrar das terríveis Informativo Notícia Tratamento / cãibras 86 linhas
cãibras
O desafio da corrida na Informativo Nota Corrida 17 linhas
serra
61

Livre da dor com Informativo Reportagem Tratamento / acupuntura 163 linhas


acupuntura
Unhas sempre saudáveis Informativo Notícia Tratamento / unhas 51 linhas
Contra o desperdício Informativo Nota Sustentabilidade 17 linhas
Síndrome do despertador Informativo Nota Tratamento 17 linhas
faz ficar mais na cama
Cinco dicas sobre síndrome Informativo Nota Tratamento / síndrome do 15 linhas
do pânico pânico
O segredo para manter o Informativo Nota Tratamento / saúde da 17 linhas
desejo após a menopausa mulher
Cinco informações sobre a Informativo Nota Tratamento / saúde da 12 linhas
candidíase mulher
Brilhante futuro da Informativo Reportagem Tratamento / síndrome de 175 linhas
síndrome de down down
Toda atenção à visão dos Informativo Nota Tratamento / saúde infantil 24 linhas
seus pequenos
Ensine o seu filho o valor do Informativo Nota Tratamento / Saúde infantil 13 linhas
dinheiro
Como lidar com a criança Informativo Nota Tratamento / saúde infantil 22 linhas
que tem que aceitar o novo?
Desempenho da criança na Opinativo Artigo Tratamento 36 linhas
escola
Problemas com o cordão Informativo Notícia Tratamento / saúde da 93 linhas
umbilical mulher
Ai, se pega nos olhos Informativo Notícia Tratamento / saúde dos pets 60 linhas
Quanto mais exercícios, Informativo Nota Tratamento / Saúde do idoso 16 linhas
mais os ossos ficam fortes
Cinco dicas para lidar com o Informativo Nota Tratamento / lidar com luto 15 linhas
62

luto
Intestino a todo vapor Informativo Reportagem Tratamento / intestino 308 linhas

Nº147

Gênero de acordo com


Título da matéria José Marques de Melo Tipologia Assunto Extensão

Palavra da Editora Opinativo Editorial Geral 22 linhas


A alimentação de quem tem Informativo Nota Tratamento/hipotireoidismo 20 linhas
hipotireoidismo
Quais são as propriedades Informativo Nota Tratamento/alimentação 21 linhas
funcionais da graviola?
Surtos de ansiedade podem Informativo Nota Tratamento/crise de pânico 30 linhas
ser contornados
Receita para ter pernas Informativo Nota Tratamento/varizes 1 0 linhas
bonitas e sem varizes
Dieta que turbina o Informativo Nota Alimentação/emagrecimento 17 linhas
metabolismo e emagrece
O índice glicêmico do Informativo Nota Alimentação/emagrecimento 24 linhas
mingau de aveia
Estudo aponta retardo para o Informativo Notícia Tratamento / Alzheimer 41 linhas
alzheimer
Fumar e beber causam dor Informativo Nota Tratamento / dor nas costas 19 linhas
nas costas
Cinco dados sobre herpes Informativo Nota Tratamento / herpes ocular 13 linhas
ocular
63

O melhor de praticar ioga Informativo Notícia Tratamento / ioga 58 linhas


Cinco proteínas animais Informativo Nota alimentação 15 linhas
para sua dieta
Troca esperta: sopas Informativo Nota Alimentação 17 linhas
Uma estrela chamada Informativo Notícia Alimentação 74 linhas
carambola
Emagrecer previne tumores Informativo Nota Tratamento / emagrecimento 20 linhas
Diga sim, sempre! Informativo Nota Tratamento / nutrição 13 linhas
Dieta contra fígado Informativo Reportagem Tratamento / alimentação 95 linhas
gorduroso
Cenoura, além do que se vê Informativo Notícia Tratamento / Alimentação 139 linhas
Em guarda, imunidade! Informativo Notícia Tratamento / Imunidade 72 linhas

Procura-se colágeno Informativo Reportagem Tratamento / 182 linhas


Rejuvenescimento
Sete sinais de que falta Informativo Notícia Tratamento / nutrição 102 linhas
zinco em sua dieta
Testosterona em baixa Informativo Notícia Tratamento / Saúde do 92 linhas
homem: andropausa

Convivendo com a rinite Informativo Reportagem Tratamento / Rinite 71 linhas


Enxaqueca: uma doença Informativo Notícia Tratamento / Enxaqueca 100 linhas
sme regras
A Medicina em evolução Informativo Reportagem Medicina 101 linhas
Imunoterapia contra o Informativo Reportagem Tratamento / câncer 169 linhas
câncer
Bullyng na empresa Informativo Reportagem Tratamento / Bullyng 186 linhas
64

Treino funcional é para Informativo Notícia Tratamento / Exercícios 59 linhas


todos
Detesta exercícios? Comece Informativo Nota Tratamento / Exercícios 17 linhas
a dançar
Sinais de suor nunca mais Informativo Notícia Tratamento / Suor excessivo 40 linhas
Seios firmes por mais tempo Informativo Nota Tratamento / Saúde da 18 linhas
mulher
Preservativo, sempre! Informativo Nota Tratamento / DST 20 LINHAS
Tatuagem não precisa ser Informativo Notícia Tratamento / retirada de 76 linhas
eterna tatuagem
Causas físicas das quedas Informativo Notícia Tratamento / Idoso 40 linhas
em idosos
Evite que seu pet adoeça Informativo Nota Tratamento / saúde dos pets 18 linhas
Amor a primeira vista Informativo Notícia Medicina 48 LINHAS
É tempo de ar seco Opinativo Artigo Tratamento / ar seco 37 linhas
De olho nos alimentos Opinativo Artigo Tratamento / intoxicação 36 linhas
Obesidade já é epidemia Opinativo Artigo Tratamento / obesidade 36 linhas
Cuidado com a dor no Opinativo Artigo Tratamento / exercício 37 linhas
glúteo
Mais cuidado com aqueles Opinativo Artigo Cuidadores de idoso 37 linhas
que cuidam

Nº 148

Gênero de acordo com


Título da matéria José Marques de Melo Tipologia Assunto Extensão
65

Palavra da Editora Opinativo Editorial Geral 22 linhas


De onde vem a gordura do Informativo Nota Tratamento / Fígado 19 linhas
fígado?
Controle natural dos Informativo Nota Tratamento/saúde da mulher 21 linhas
sintomas da menopausa
Sem perigos durante o uso Informativo Nota Tratamento / Anestesia 32 linhas
da anestesia
É normal que ocorra a Informativo Nota Tratamento / queda de cílios 24 linhas
queda dos cílios, sim!
Gelatina não é emagrecedor Informativo Nota Tratamento / Alimentação 19 linhas
natural
Gestação possível após a Informativo Nota Tratamento / Gravidez após 21 linhas
quimioterapia quimioterapia
Nem sempre uma afta Informativo Notícia Tratamento /câncer 53 linhas
inofensiva
Antibiótico poderá Informativo Nota Tratamento / Apendicite 19 linhas
solucionar a apendicite
Cinco verdades sobre Informativo Nota Tratamento / doação de 13 linhas
doação de sangue sangue
Envelheçamos no tempo Opinativo Artigo Tratamento / 36 linhas
certo envelhecimento
O melhor da prática do Informativo Notícia Tratamento / Exercícios 54 linhas
pilates
Cinco dicas para conservar Informativo Nota Alimentação 15 linhas
os nutrientes
Troca esperta: molho para Informativo Nota Alimentação 16 linhas
salada
Carro não é cozinha Opinativo Artigo Tratamento / higiene do 37 linhas
carro
66

A popularidade do caju Informativo Notícia Alimentação 18 linhas


Cebola, todos os dias Informativo Notícia Alimentação 78 linhas
Mas o que é gordura trans? Informativo Nota Tratamento / alimentação 20 linhas
Substituições inteligentes Informativo Nota Alimentação 18 linhas
Dieta com ação Informativo Reportagem Tratamento / depressão 215 linhas
antidepressiva
Por que você deve incluir o Informativo Reportagem Alimentação 53 linhas
atum na sua dieta?
A medida ideal do seu prato Informativo Notícia Alimentação 57 linhas
Para além do leite materno Informativo Reportagem Tratamento / saúde do bebê 122 linhas
14 formas de abaixar o Informativo Reportagem Tratamento / Colesterol 193 linhas
colesterol
Como driblar o Informativo Notícia Tratamento / Saúde do 95 linhas
impedimento da ereção? homem
Silicone é preciso Informativo Reportagem Tratamento / saúde da 131 linhas
mulher
Entenda tudo o que o seu Informativo Notícia Medicina 56 linhas
médico diz
Meningite: sempre alerta Informativo Reportagem Tratamento / meningite 173 linhas
Autoestima faz bem à saúde Informativo Reportagem Tratamento / Auto estima 186 linhas
Razões científicas para Informativo Reportagem Tratamento / exercícios 189 linhas
caminhar
Para variar, caminhada com Informativo Notícia Tratamento / exercícios 62 linhas
bastões
A vez dos equilibristas Informativo Nota Tratamento / exercícios 17 linhas
Treinar faz gastar mais Opinativo Artigo Tratamento / exercícios 36 linhas
67

calorias
O que o colágeno faz para a Informativo Nota Tratamento / estética 18 linhas
pele
Disfarce já Informativo Nota Estética 29 linhas
Tratar sífilis na gravidez Informativo Nota Tratamento / saúde da 20 linhas
mulher
Cinco informações sobre a Informativo Nota Tratamento / clamídia 11 linhas
clamídia
Conforto na mamada Informativo Reportagem Tratamento / Saúde da 194 linhas
mulher
Comer é o melhor para Informativo Notícia Tratamento / alimentação 71 linhas
poder crescer
Quem tem medo dos dentes Informativo Nota Tratamento / saúde bucal 15 linhas
do siso?
Visão sem filtro Opinativo Artigo Tratamento / catarata 36 linhas
O que os animais devem Informativo Nota Tratamento / saúde dos pets 18 linhas
comer
Uma vida baseada na escuta Informativo Entrevista Tratamento / psicoterapia 144 linhas
68

ANEXO I – CAPAS DA REVISTA SAÚDE É VITAL


69
70
71

ANEXO II – CAPAS DA REVISTA VIVA SAÚDE


72
73

Você também pode gostar