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Immanuel KANT FUNDAMENTACAO 2 ce fepoenf ape DA METAFISICA ean DOS COSTUMES (Capa do Departamento Grifico das BaigBes 70 Depésito Legal a 86410095 Ist Pagina, impresso acabumena: CASAGRAP TRADUZIDA DO ALEMAO POR EDIGOES 70, LDA. PAULO QUINTELA ‘ance de 2008 “Todos os direitos reservados para todos os palses de lingua portuguesa por Eaigdes 70, La. / Lisboa / Portugal BIBLIOTECA CIRCULANTE dlignidade, © que a prépria razio prética vulgar acabaré por condenar. clas scbre a fonte do seu principio Jokes see dadcira determinagio em oposigio is méximas que se apoiam sobre a necesidade ¢ a inlinagio, Asim mpens ela ssir das difculdades que Ihe causamr pretendes eoeee tas, ¢ fugit a0 perigo de perder todos os pros principios 1orais em virtude dos equivocos em gue facilnente oa Assim se desenvolve insensivelmente na razio pritica ‘vul- gar, quando se ealiva, uma daletice que a obra a bosons ajuda na filosofia, como lhe acontece no uso tebrico; ¢ fanto a primeira como a segunda nfo poderio achar "ePouso em parte alguma a no ser numa critica completa da nossa razko, || SEGUNDA sECGAO TRANSIGAO DA FILOSOFIA MORAL POPULAR PARA A METAFISICA DOS COSTUMES Do facto de até agora havermos tirado 0 nosso con- ceito de dever do uso vulgar da nossa razio pritica nifo se deve de forma alguma concluir que o tenhamos tratado como um conceito empfrico. Pelo contrério, quando aten- tamos na expetiéncia humana de fazer ou deixar de fxzer, encontramos queixas frequentes e, como nés mesmos con cedemos, justa, (1) de que se no podem apresentar nenhuns exemplos seguros da intencio de agir por puro dever; por- que, embora muitas das coisas que o dever ordena possam acontecer ent conformidade com ele, é contudo ainda duvi- doso que clas acontecam verdadeiramente por dever e que tenham portanto valor moral. Por isso é que houve em 1) Lachelier (pig. 31) traduz, ambiguamente: «mous enten- de a ee ie me, ot te dons... (P.Q) 1 BA 34 IBA 35 todos os tempos filésofos que negaram pura ¢ simples mente a realidade desta intengio nas acgdes humanas tudo atribuiram ao egofsmo mais ou menos apurado, sem contudo por isso porem em diivida a justeza do conceito de moralidade; pelo contrério, deploravam profundamente a fraqueza e a corrupgio da natureza humana que, se por tum lado era nobre bastante /] para fazer de uma ideia tio citivel a sua regra de conduta, por outro era fraca de mais para lhe obedecer, ¢ 6 se servia da razio, que lhe devia fornecer as leis, tratar do interesse das incli- nagdes, de maneira a satisfazé-las quer isoladamente, quer, no melhor dos casos, buscando a maior conciliagio entre elas. Na realidade, ¢ absolutamente impossivel encontrar na experiéncia com perfeita certeza um. tinico caso em que a mAxima de uma acgio, de resto conforme 20 dever, se tenha baseado puramente em motivos morais ¢ na repre- sentagio do dever. Acontece por vezes na verdade que, apesar do mais agudo exame de consciéncia, nao possamos encontrar nada, fora do motivo moral do dever, que pudesse ser suficicntemente forte para nos impelir a tal on tal boa acgio ow a tal grande sacrificio. Mas daqui no ode concluir com seguranca que nfo tenha sido um xulso secreto do amor-préprio, oculto sob a simples capa daquela ideia, a verdadeira causa determinante da vontade. Gostamos de lisonjear-nos entio com um mébil mais nobre que falsamente nos arrogamos; mas em reali- Jade, mesmo pelo exame mais esforgado, nunca podemos ponetcar completamente até aos mébilessecretos dos nossos actos, porque, quando se fala de valor moral, no ¢ das aces visfveis que se trata, mas dos seus principios fntimos nio véem. Nio se pode prestar servigo mais perscun agueles se riem de toda a motalidade como de uma simples a da imaginagio humana exaltada pela presungio, conceder-lhes que os conceitos do dever (exacta- mente como por preguica nos convencemos que acontece também com todos os outros conceitos) tém de ser tira- dos somente da experiéncia; porque assim lhes prepara- mos um triunfo certo. Quero por amor humano conceder que ainda a maior parte das nossas acgdes sio conformes a0 dever; mas se examinarmos mais de perto as suas aspi- tages e esforgos, toparemos por toda a parte o querido Eu que sempre sobressai, e ¢ nele, e no no severo manda- mento do dever que muitas vezes exigiria a auto-rentincia, que a sua intengio se apoia Nao é preciso ser-se mesmo tum inimigo da virtude, basta ser-se apenas um observador de sangue-frio que nio tome imediatamente o mais ardente desejo do bem pela sua realidade, para em certos momen- tos (principalmente com o avangar dos anos ¢ com um jufzo apurado em parte pela experiéncia, em parte agugado para a observasio) nos surpreendermos a duvidar se na verdade se poder encontrar no mundo qualquer verdadeira virtude. B entio nada nos pode salvar da completa queda das nossas ideias de dever, para conservarmos na alma o respeito fundado pela lei,'a no ser a clara convicgio de gue, mesmo que nunca tenha havido aces que tivessem jorrado de.tais fontes /J puras, a questio nao € agora de saber se isto ou aquilo acontece, mas sim que a razio por si mesma ¢ independentemente de todos os fendmenos ordena 0 que deve acontecer; de forma que acgdes, de gps, & mundo ait sgor tavern deu nenhum excmplo, le cuja possibilidade poderé duvidar até aquele que tudo fanda na experiéncia, podem ser irremitentemente orde~ nadas pela razio: por exemplo, a pura lealdade na ami- zade nio pode exigir-se menos de todo.o homem pelo facto de até agora talvez nao ter existido nenhum amigo leal, porque este dever, como dever em geral, anterior- mente a toda a experiéncia, reside na ideia de uma razio que determina a vontade por motivos a priori. Se se acrescentar que, a menos que se queira 20 conceito de moralidade toda a verdade e toda a || BA 28 com qualquer objecto possfvel, se no pode Ses contingentes e com excep- necessariamente, torna-se entio evidente que nenhuma experiéncia pode dar motivo para concluir sequer a possbilidade de tais Ieis apodictcas Porque, com que dircito podemos nés tibutar respite ilimitado, como prescrigio universal para toda a nation, racional, aquilo que s6 é vilido talvez nas condigdes con tingentes da humanidade? E como & gue as Ieis da deter. minagio da nossa vontade hifo-de ser consideradas como leis da determinaio da vontde de getal, ¢ 56 como tais consiceradas també Sends a panes et sua origem plenamente a priori sot on ca mamente @ prio’ da raxio pura mas a0 _, Nao se poderia também prestar igo a lidade do que querer extratla de cremplon Penn, exemplo que me seja apresentado tem de ser primero Jelgado segundo os princfpios da moralidade parase saber se € digno de servir de exemplo original, ito & de models mas de modo nenhurn pode ele dar o supremo conceive dela, Mesmo 0 Santo do Evan elho tem prinieiro que sex comparado com 0 nosio idea! de-peticisis ool antes de 0 reconhecermos por tal; e ¢ ele i mesmo: «Porque que vs me chamais bom (a mim vs estais vendo)? Ninguém é b i ay ts vend) Cingutm £ bom (0 proséspo do ben) e une indissoluvelmente 20 conceito de vontad imiagio nfo tem lugar algum em matéria mora, = cxemplos servem apenas para encorajar, isto. € fora de divida a postbilidade daquilo que a lei /| ordena, tomam intuitivo(!) aquilo que a regra pritica exprime de maneira mais geral, mas nunca podem justifi- car que se ponha de lado o seu verdadeiro original, que reside na rao, ¢ que nos guiemos por exemplos. Se, pois, no h4 nenhum auténtico principio supremo da moralidade que, independente de toda a expenéncia, nfo tenha de fundar-se somente na razio pura, creio que no é preciso sequer perguntar se é bom expor estes con- celtoe te anni getal fv abana) tals coop eley c= tem a priori juntamente com os principios que Ihes perten~ cem, se 0 conhecimento se quiser distinguir do vulgar e chamar-se filos6fico. Mas nos nossos tempos talvez isto seja_necessirio. Pois se se quisesse reunir votos sobre a referéncia a dar a0 puro conhecimento racional separado Ho todo o cegircoy cs metsfiica doe comune pra, ow & filosofia prética popular, depressa se adivinharia para igus lad easter 5 Calosca. Este facto de descer até aos conceitos populares ¢ sem dévida muito louvével, contanto que se tenha comegado por subir até aos princfpios da razio pura e se tenha alcan- sado plena satisfagio neste ponto; isto significaria pri- meio o fundamento da doutrina | dos costumes na meta- fisica, para depois, uma vez cla firmada solidamente, a tomar acesstvel pela popularidade. Mas seria extremamente absurdo querer condescender com esta logo no comego da investigagio de que depende toda a exactidao dos prin- cipios. E nio € s6 que este método nfo pode pretender jamais alcangar o mérito rarissimo de uma verdadeira ‘popularidade filoséfica, pois nao é habilidade nenhuma ser compreensivel a todos quando se desistiu de todo 0 exame em profindidade; assim esse método traz & luz um asque~ 1050 mistifSrio de observagées enfeixadas a troixe-moixe 1) No original: anschaulich. Lacheli + 35): wvisibles eo) fo. original: 7 ier (pig. 35): evs 0 |] BA © de principios racionais deliciam as cabegas ocas, utilizivel para 0 palavrés meio engrolados com que se pois hé nisso qualquer coisa de rio de todos os dias, enquanto que 0s citcunspectos s6 sentem confusio ¢ desvians des. 0s, sem alids saberem 0 que hio-de fazer; l6sofos, que podem facilmente desco” encontram que os ouga quando im tempo da pretensa popi terem alcangado uma ideia ser com direito populares, $ 20s ensaios sobre a mora- preferido para breve encon- articular da. natureza uma natureza racio— ora a // felicidade, aqui o temor de Deus, um pouco , numa misturada espan- $6 por toda a parte se itureza humana (que laridade para, s6 depois precisa dos prinefpios, pode: Basta que lancemos os olho lidade feitos conforme 0 gosto trarmos ora a ideia do’ destino humana (nas por vezes tambéin a nal em geral), ora a perfeicio, sentimento moral, acoli o disto, mais um pouco daqi tosa; © munca ocorre, pergunta devem buscar no conheciment © ninguém tomard a resolugio de esta_investigagio como pura filosof cmpregar nome tio desacreditado) como metafiscs (*) sm derivar regras priticas para qualquer naturcza racional. (Nota ostumes, levé-la por si mesma 4 sua plena perfeigio consolando 0 piblico, que exige popularidade, até 10 desta empresa. Ora uma tal Metafisica dos costumes, completamente que nio anda misturada nem com a Antropologia | com a Teologia, nem com a Fisica ou a Hi ; la menos com as qualidades ocultas (que se poderiam it hipofisicas), no ¢ somente um substrato indis- wvel de todo © conhecimento tebrico dos deveres ramente determinado, mas também um desiderato da alta importéncia para a-verdadeira prética das suas rigdes. Pois a pura representagao do dever ¢ em geral moral, que nio anda misturada' com nenhum acres- nto de estimulos empiricos, tem sobre o coragio humano, intermédio exclusivo da razio (que s6 cntio se di resposta atrasou-se ci . Mas cla nfo que, que= bands motivos que 2 quererem fazer observagio mostra leven so bem moral eragam 2 cin especialmente enérgica. Pois a mais vulgar Que, quando apresinamos nm acto de henrades tl como ele fo levado a efeito com firmeza de alma mesmo sob as maiores tentagdes da miséria ou da seducio, apartado de toda a intengio de qualq) vantagem neste ou noutro mundo, este acto deixa muito sie na sombra qualquer outro que se Ihe assemelhe mas stp afcado mesmo em ifm pare por um ml a alma e desperta o desejo de poder proceder também assim. 4s crangas de median ‘dade tentem esta impresi, © Ihes deveria expor os seus deveres de maneira difercn de Kant.) [1 BA 33 Now: // BA 33 “6 em tal grau que, na consciéncia da sua dignidade, pode desprezar est) timos e dominélos poueo a pouco Em vez disto uma doutrina dos costumes mesclada, composta de mébiles de sentimentos ¢ inclinagSes a0 mesmo tempo que de conceitos facionais, |] tem de fazer vacilar 0 animo em face de motivos imposstveis de reportar a princfpio algum, que sé muito casualmente levam a0 bem, mas muitas vezes podem levar também a0 mal, Do aduzido resulta claramente que todos os conceitos morais tém a sua sede ¢ origem completamente a priori na razio, ¢ isto tanto na ra240 humana mais vulgar como na especulativa em mais alta medida; que no podem ser abstraidos de nenhum conhecimento empitico ¢ por con- seguinte puramente contingente; que exactamente nesta pureza da sua origem reside a sua dignidade para nos ser- virem de principios priticos supremos; que cada vez que Ihes acrescentemos qualquer coisa de empfrico diminutmos em igual medida a sua pura influéncia ¢ o valor ilimitado das acgSes; que no s6 o exige a maior necessidade sob 0 ponto de vista teérico quando se trata apenas de especula~ fo, | mas que & tantbém da maior importincia priica tirar da razfo pura os seus conceitos ¢ leis, expé-los com pureza ¢ sem mistura, e mesmo determinar o ambito de todo este conhecimento racional pritico mas puro, isto é toda a capacidade da razio pura pritica. Mas aqui no se deve, como a filosofia. especulativa o permite e por vezes, mesmo 0 acha necessério, tornar os princfpios dependentes da natureza particular da razio humana; mas, porque as leis morais devem valer para todo o ser racional em geral, & do conceito universal de um ser racional em geral que se devem deduzir. Desta maneira toda a moral, que para 2 sua aplicago 20s homens precisa da Antropologia, seri primeiro exposta independentemente desta ciéncia como completa (o que decerto se pode fazer neste género de conhecimentos totalmente abstractos). E preciso ver bem que, se no estivermos de posse desta, no digo s6 que ser vio querer determinar exactamente para o juizo especulativo 0 cardcter moral do dever em tudo o que é conforme ao dever, mas até que ser4 impossivel no uso simplesmente vulgar e pritico, especialmente na instrucio moral, fundar os costumes sobre os seus auténticos prin- cfpios e criar através disto puras disposigdes morais e implanté-ls nos animos para o bem supremo do mundo. || Para, porém, neste trabalho praicnes por uma gradagio natural, no somente do jufzo moral vulgar (que aqui € muito digno de respeito) para 0 juizo filoséfico, como de resto jé se fez, mas duma filosofia popular, que no passa além do ponto onde pode chegar 3s apalp: por meio de exemplos, até 4 metaffsica (que nao se deixa deter por nada de empirico e que, devendo medir todo 0 contetido do conhecimento racional deste género, se eleva fot abandontam), temos ngs de seguir e descrever cata- mente a faculdade pritica da rario, partindo das suas regras universais de determinasio, até a0 ponto em que dela brota 0 conceito de dever. Todo (!) na natureza age segundo leis, S6 um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representaglo das les, isto &, segundo principios, ou: s6 cle tem uma vontade. Como para derivar as accdes das leis ¢ necessiria a razdo, a vontade no é outra coisa seno razio pritica, Se a raxio determina infalivelmente a vontade, as acpSes de um tal ser, que s£0 conhecidas coro objectivamente necessirias, sao também subjectivamente necessirias, isto & a vontade é a fucoldade de escolher sb aguilo que a tazio, independentemente da inclinagio, |) recouhece como pra- ticamente necessério, quer dizer como bom. Mas se a des Ding der Natur, propriamente: «Cada coisa da .) () Bie naturezas |] BA BA 34, 35 |] BA 25,37 razio s6 por si no determina suficientemente a vontade, ta est ainda sujeita a condigées subjectivas (a certos miébiles) que nfo coincidem sempre com as objectivas; numa palavra, se a vontade no & ent si plenamente con forme 4 raxo (como acontece realmente entre 08 homens), entio as acgSes, que objectivamente so reconhecidas como necessérias, si subjectivamente contingentes, ¢ a deter- minagéo de uma tal vontade, conforme a leis objectivas, é obrigago (Nétigung); quer dizer, a relagao das leis objec as pata uma vontade nao absolutamente boa repre- renta-se como a determinagio da vontade de um ser racional por prinefpios da razio(!), sim, principios esses porém a que esta vontade, pela sua natureza, nio obe- dece necessariamente. A representacio de um principio objectivo, enquanto obrigante para uma vontade, chama-se um mandamento (da razio), ea frmula do mandamento chama-se Impe- se exprimem pelo verbo dever a relagio de uma lei objectiva da razio para uma vontade que segundo a sua constitui- Go subjectiva nao é por ela necessariamente determinada (ama obrigagio). Eles dizem que seria bom praticar ou deixar de praticar qualquer coisa, mas |/ dizem-no a uma vontade que nem sempre faz qualquer coisa s6 porque lhe & representado que seria bom fazt-a. Praticamente bom € porém aquilo que determina a vontade por meio de representagdes da razdo, por conseguinte no por causas subjectivas, mas objectivamente, quer dizer por principi que sio validos para todo o ser racional como tal. Distin- Morente, pig. 54: «por fundamentos de le voluntad..» Lachelier, pig. 41: ¢La représentation d'un principe ignan la volontésapelleInpérai. (P-Q) gue-se do agraddvel, pois que este s6 influi na vontade por meio da sensagio em virtude de causas puramente sub- Jjectivas que valem apenas para a sensbifdade deste ou daquele, © no como principio da razio que ¢ vilido para todos (#). || Uma vontade perfeitamente boa estaria portanto spent submetida a leis objectivas (do bem), ris se poderia representar como obrigada a acces conformes 4 lei, pois que pela sua constituicio subjectiva ela s6 pode ser determinada pela representagio do bem. Por isso os imperatives nfo valem para a vontade diving nem, em geral, para uma vontade santa; o dever (Sollen) néo est& aqui no seu lugar, Borge 0 querer coincide j4 por si neces sariamente com a lei. Por isso os imperativos sto apenas formulas para exprimir a relago entre leis objectivas do querer em geral e a imperfeigao subjectiva deste ou daquele ser racional, da vontade humana por exemplo. (7) Chama-se inclinagio a dependéncia em que a faculdade de desejar esti em face, das sensagGes; a inclinago prova sempre por- tanto uma necesidade (Bedisfus).” Chama-se interesse 2 dependén- Gi em gut uma vontadeeontingentamentedeterminivel se encon- tea em face dos princfpios da razio. Este interesse 6 tem pois lugar num vontade dependente que nfo € por si mesma em todo 0 tempo conforme a raz0; na vontade divina nfo se pode coneeber nenbum intoresse. Mas a vontade humana pode também fomar interesse er segue coin sem por ino a por nie. O primeio ge © nteresse prético na ac¢lo, 0 segundo o interesse patolégico no objec da eo. O primcko most apems dependénca de vontade em face dos principios da razio em si mesmos, o segundo cm fee dov principos da raxio em proveto da inclinaglo, pois ‘aqui a razio d& apenas a regra peitica para socorrer a necessidade 43 inclinagio. No primeiro caso interessa-me a ac¢fo, no segundo (© objecto da acgio (enquanto cle me é agradivel). Vimos na Pri- ‘meira Seegio que numa accio praticada por dever se nio tem de atender 20 interesse pelo objecto, mas somente & propria acco © 30 seu principio na razio (A le). — (Nota de Kant.) I BAB || BA? PMC-4 Ora, todos os imperatives ordenam ou hipotética- casgranene. Os hifttscn sopranos +m pritica de uma ac¢i0 possivel como meio de alcancar qualquer outra coisa que se quer (ou que é possivel que se queira). O imperativo categérico seria aquele que nos tepresentasse uma accio como objectivamente necessiria por si mesnia, sem rela¢io com qualquer outra finalidade. Como toda a lei pritica representa uma aogio posstvel como boa ¢ por isso como necessiria para um Sujeito pra ticamente determin4vel pela razio, // todos os imperatives so férmulas da determinago da aceZo que é necesséria segundo 0 principio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso de a acio ser apenas boa como micio para qualquer outra coisa, o imperativo € hipotético; se a acco é representada como boa em si, por conseguinte como necesséria numa vontade em si conforme a tazio como principio dessa vontade, entio 0 imperativo é categérico, O imperativo diz-me, pois, que aco das que me fo possiveis seria boa, e representa a regra prética em relacgo com uma vontade, gue niio pratica imediatamente uma acgdo 86 porque ela é boa, em parte porque o sujeito nem sempre sabe qu yubesse, as st trdtias aos princfpios objectives duma razio pritica. _ , © imperativo hipotético diz pois apenas que a acco & boa em vista de qualquer intencdo possivel ou real. No ciro caso é um principio problemético, no segundo um principio assertérico-pritico (1). O imperativo cate~ (pig. 126): «Dans le premier cas, il est un principe Fi oem TORIQUEMENT preiés tackle, Fe problématique dons le premier cas, assertori~ skin el primer caso ex un paler gorico, que declara a acco como objectivamente neces- séria por si, independentemente de qualquer intencio, quer dizer sem qualquer outra finalidade, vale como principio apodictico (pritico). | Pode-se conceber que aquilo que s6 possivel pelas forcas de um scr racional€ também intengao posivel para qualquer vontade, ¢ por isso sio de facto infinitamente da acgio, enquanto esta & repre- para alangar qualquer inteagto possivel de atingir por meio deles. Todas as cifncias tém uma parte pritica, que se compée de problemas que esta~ belecem que ume determinada finalidade & posivel. pra nbs, e de lnporativos que indicam como cla pode ver atne gida. Estes imperativos podem por isso chamar-se impe- fativos de destreza. Se s finaidade € razodvel c boa nio importa aqui saber, mas tlovomente o que se tem de fazer pats alcangils, As tegras que © médico segue para curar Fedicalmente © sen docnte © 28 que segue 9 cavenenador ara o mata pela oxtta, do de igual valor neste sentido fe que qualquer delas serve para conseguir perfeiamente a intengio proposta. Como no sabemos na primeira juventule- quan os fins que 1c nos deparai$o na vido, os als procuram sobretado mandar ensinar ace hos mits Dial ¢ tratam de Ihes transmit a desveza no wso dos teiot para fede a sorte de fins, de nenhur dos quais podem faber de de foraro se transformard realmente uma inten- ¢#o do seu educando, sendo engretanto posivel que vera Ser qualquer dees; ¢ ce ciidedo & to grands que por tle detoaram ordinatiaments a tarcfa de formar e earzigit 0 jalzo dos filbos sobre o valor |) das cobs que poderto vita coger como fms Tif no tatanto wma finalidade da qual se pode dizer aque todos os seres racomais a pertegucm realmente ruanto Ihes convém imperativos, isto é como seres de antes, e portanto unin intengio que nio 36 cles p ter, mas dé que se, deve admit que 2 td na g [| BA 41, 42 dade por uma necessidade natural, Esta finali Selicdade. O- imperative hipotético que ed et a necessidade prética da accio como meio para fornentar 2 Glicidade € assertorico. Nio se deve propor somente como necessirio para uma intengio incerta, simplesmente possivel, mas para uma intengo que se pode admitir como cetta © a priori para toda a gente, pois que pertence & sua esséncia. Ora 2 destreea na escolha dos meios para atingir © maior bem-estar Proptio pode-se chamar pudéncia (Klugheit) (*) no sentido mais restrito da palavra. Portanto J] © imperative que se relaciona com a escolha dos meies para alcangar a prépria felicidade, quer dizer o preceito de prudéncia, continua a ser hipotético; a accio nio é ode. nada de maneira absoluta, mas somente como meio para tm outa inten Hé por fim tm imperativo que, sem se basear condigio.cm qualquer outa intenglo. a atingis por ton certo comportamento, ordena imediatamente ese com. sigdo (Gesinnng) (1), sefa qual for o resultado, Es tative podese chamar o imperative da, moralidate, 28 para as utilizar para a8 suas intengBes, A tox em reunir todas estas intengbes para a sm pesical duivel A Glima € propianente saat imeira, € quem é prudente no sets fo, deste’ se poderd antes dizer: soa: mage singe om a) Morente, pag. 50: dnimo, (P.Q) » Ble 8: deen, 2 (© querer segundo estés trés princfpios diferentes dis tingue-se também claramente pela diferenga da obrigacio imposta & vontade. Para tornar bem marcada esta dife- renga, creio que o mais conveniente seria denominar estes, princfpios por sua ordem, dizendo: ou sto regras da des- treza, ow conselhos da prudéncia, ou mandamentos (leis) da moralidade. Pois s6 a lei traz consigo 0 conceito de uma necessidade incondicionada, objectiva ¢ consequentemente de validade geral, ¢ mandamentos séo |] leis a que tem de se obedecer, quer dizer que se tém de seguir mesmo con~ tra a inclinagfo. O conselho contém, na verdade, uma necessidade, mas que s6 pode valer sob a condigao sub- jectiva ¢ contingente de este ou aquele homem considerar jsto ou aquilo como contando para a sua felicidade; enquanto que o imperativo categérico, pelo contrério, nao é limitado por nenhuma condigio ¢ se pode chamar propriamente um mandamento, absoluta-, posto que pra~ ticamente, necessério. Os primeiros imperativos poderiam ainda chamar-se téanicos (pertencentes & arte), os segundos pragmaticos (#) (pertencentes a0 bem-estar), 0s terceiros morais (pertencentes 2 livre conduta em geral, isto & a0s costumes). Surge agora a questo: como so possiveis todos estes imperativos? Esta pergunta nfo exige que se saiba como é que pode ser pensada a execugio da ac¢o ordenada pelo imperativo, mas somente como € que pode ser pensada a obrigacZo da vontade que o imperativo exprime na tarefa (+) Parece-me que a verdadcira significagio da palavra prag- io se pode assim determinar da maneira mais exacta. Chi- 13a 33 a cumprir, Nao precisa discussio especial como seja pos- sivel um imperative de destreza. Quem quer 0 fim, quer também (se a razio tem influéncia decisiva sobre as suas |] acgBes) © meio indispensavelmente necessério para o alcangar, que esteja no seu poder. Esta proposicdo é, pelo que respeita a0 querer, analitica; pois no querer de um objecto como actividade minha esti jé pensada a minha causalidade como causalidade de uma forga actuante, quer quer dizer © uso dos meios, ¢ 0 imperativo extrai 0 con- ceito das acgdes necessérias para este fim do conceito do jueter deste fim; (para determinar os préprios meios para Icangar uma intengio proposta so jé precisas na verdade ices sintéticas, que ndo dizem porém respeito 20 mas ao objecto a realizar). Que para dividir ia em duas partes iguais, segundo certo principio, tenho de tirar dois arcos de circulo que se cruzem partindo das extremidades dessa linha, isso ensina-mo a Matemitica na verdade s6 por proposigdes sintéticas; mas que, quando eu sei que s6 por esta accio & que o feito pensado se pode dar, se'eu quiser obter ase elite completamente, tenho de querer também a acgZo que para isso € indispensével, isto € uma proposi¢io analitica; pois que representar-me qualquer coisa como um efeito que me é possfvel obter de determinada mancira e representar-me a mim mesmo agindo dessa maneira em relagio a esse efeito é a mesma coisa. Os imperativos da prudéncia coincidiriam totalmente com os da destreza |/ ¢ seriam igualmente analiticos, se fosse igualmente ficil dar um conceito determinado’ de felicidade. Com efeito, poder-se-ia dizer aqui como acolé: quem quer o fim, quer também (necessariamente conforme A razi tinicos meios que para isso esto no seu poder. s infelizmente © conceito de feicdade & to indctermi- ido que, se bem que todo o homem a deseje alcancar, cle inca pode dizer ao certo e de acordo consigo mesmo o ic & que propriamente deseja e quer. A causa disto é que 1] BA 45, 46 7 todos os elementos que pertencem a0 conceito de felicidade slo na tua totilidadle crmpticos, quer dizer tém que ser tirados da experiéncia, ¢ que portanto para a ideia de Felicidade € necessirio um todo absoluto, um méximo de bem-cstar, no meu estado presente ¢ em todo o futuro, Ora é impossivel que um ser, mesmo o mais perspicaz € simultaneamente 0 mais poderoso, mas finito, possa fazer ideia exacta daquilo que aqui quer propriamente. Se é a Fiqueza que ele quer, quantos cuidados, quanta inveja quanta cilada nfo pode ele chamar sobre si! Se quer muito conhecimento e sagacidade, talver isso lhe traga uma visio mais penetrante que lhe mostre os males, que agora ainda se lhe conservam ocultos e que nio podem ser evitados, tanto mais terriveis, ou talvez venha a acrescentar novas nocessidades aos desejos que agora Ihe dio jé bastante que fazer! Se quer vida longa, quem é que lhe j/ garante que ela no venha a ser uma longa mistria? Se quer pelo menos satide, quantas vezes a fraqueza do corpo nos preserva de excessos em que uma saiide ilimitada nos teria feito cair! Etc. Em resumo, nfo cope de determinar, segundo qwalquer principio ¢ com plena seguranga, o que é que verdadeinmente ¢ fia fz, ppara isso seria precisa a ommiscigncia. Nao se pode pois agir segundo princfpios determinados para se ser feliz, mas apenas segundo con- selhos empiricos, por exemplo: dieta, vida econémica, cortesia, moderagio, etc., acerca dos quais a experiéncia ensina que so, em média, o que mais pode fomentar 0 bem-estar. Daqui conclui-se: que os imperativos da pru- dénch, pax flac com proagis alo podem ordenar, quer dizer representar as accdes de maneira objectiva como pra~ ticamente necessérias; que cles se devem considerar mais msilia) do que como mandamen (praecepta) da razio; que 0 problema de determinar cei universalmente.que accio poder assegurar a felicidade um ser racional, é totalmente insoldvel, ¢ que em relaggo com ela, nenhum imperative € pos 8 ossa ordenar, no sentido rigoroso da palavra, que se faca aguilo que nos toma felizes pois que a flicdade nao°e tim ideal da sasZo, mas da imaginago, que assenta somente em principios empfricos dos: quais é vio esperar que deter~ minem uma conduta necestia para alcancar a totalidade de uma série de consequéncias // de facto infinita, Este -pritica; pois ele distingue-se do ‘6 em que neste o fim é simples- mente possfvel, enquanto que naquele é dado, Mas como ambos cles apenas ordenam os meios para aquilo que se Dressupde ser querido como fim, o imperative que manda querer os meios a quem quer o fim é em ambos os casos analitico. Nao hé pois também dificuldade alguma a respeito da possibilidade de um tal imperativo, Em contraposigio, a possibilidade do imperativo da tmoralidade & sem divida a tmica questio que requer solu so, pois que este imperative no é nada hipotético ¢ Portanto a necessidade objectiva que nos apresenta nio se pode apoiar em nenhum pressuposto, como nos impera tivos hipotéticos. Aqui, porém, € preciso nio perder de vista que nfo se pode demonsirar por nenhum exemplo, isto & empiricamente, se hi por toda a parte um tal impe- tativo; mas hé a recear que todos os que parecem cate- Boricos possam afinal ser disfarcadamente hipotéticos. Quando, por exemplo, dizemos: «Nao deves fazer pro. ‘messas enganadorase, — admitimos que a necessidade desta abstengio nfo é somente um conselho para evitar // qual- quet outro mal, como se disséssemosi «No deves fazer Promessas mentirosas para no perderes o crédito quando se descobrir teu procedimento»; admitimos pelo com, tritio que uma acgio deste género tem de ser considerada mo ind por si mesma, que o imperativo da proibigio nto categérico; mas ndo poderemos encontrar exemplo seguro em que a vontade seja deter- minada’somente pela lei, sem qualquer outro mébil, embora assim paresa; pois ¢ sempre possivel que o reccio da vergonha, talvez também a surda apreensio de outros perigos, tenham influido secretamente sobre a vontade. Quem & que pode provar pela experiéncia a no existén- cia de uma causa, uma vez que a experiéncia nada mais nos ensina senfo que a nio descobrimos? Neste caso, porém, 0 pretenso imperativo moral, que como tal parece categérico ¢ incondicional, no passaria de facto de uma prescrigio pragmitica que chama a nossa atengio para as nossas vantagens © apenas nos ensina a tomélas em con sideracio.// . . Teremos pois que buscar totalmente a priori aes ilidade de um imperativo categérico, uma vez que a masta 2 vantagem de a sua reldade nos set dada na experiéncia, de modo que nio seria precisa a possibilidade para o estabelecermos, mas somente para o explicarmos. Notemos no entanto’provisoriamente que s6 o imperativo categérico tem 0 cardctet de uma |] lei pritica, a0 passo que todos os outros se pode chamar em verdad pre dipios da vontade, mas nao leis; porque 0 que ¢ some aeresitiy pax aleamar, qualquc Sia" pods a emule: rado em si como contingente, e podemos a todo o tempo libertar-nos da prescrigo renunciando & inten¢io, a0 passo que 0 mandamento incondicional nfo deixa 4 vontade a liberdade de escolha relativamente 20 contrério do que ordena, s6 ele tendo portanto em si aquela necessidade -xigimos na lei. 3 Fm segundo lugar, 0 principio da dificuldade que sus- cita este imperativo categérico ou. lei da. moralidade (a dificuldade de reconhecer a sua posibilidade), & também muito grande. Ele ¢ uma proposigdo sintética-pratica (*) (1) Bu ligo & vontade, sem condigio pressuposta quer inclinagio, 0 acto 4 priori, ¢ portanto necessatiament JP BA 48, 49 | BA 0 4 priori, € pois que a explicagio da possibilidad. Pigs dee geo ran aa rade pro conhecimento te6rico, jd se deixa ver que no campo pré- tico Pataate nao ser4 menor. leste problema vamos primeiro tenta fimpis cnsso de imperative cagicn nao fons tgmpém a sua férmula, fSrmula que contenha a proposi- ; enso um imperativo hipotérico em geral, nd sci de antemio o que ele poderd conter, S66 sabent uando a condiglo me seja dada, Mas x pensar um impe- ingdin tivo da a tem is- Unguit do prindpio eetive, quer dizer da li peitica Rae coe im a regrapritica que determina 2 rato (hens idade condisdes do sujeito (muitas vezes em conformidade oo a tas inclinagSes), © € portamto 0 prinefpio. € 0 principio objective, io segundo o qual ele deve ata de Kant.) Delbos (pig. 136) dé uma interpretagdo diferent » © sujeito da operacio relative Q) feendo HBA st formar-se com esta lei, ¢ no contendo a lei nenhuma condicio que a limite, nada mais resta sendo a universa- lidade de uma lei em geral 4 qual a méxima da acco |] deve sex conforme, conformidade esa que 60 imperativo ‘nos representa propriamente como necessiria. O imperativo categérico é portanto sé um énico, que € este: Age apenas segundo uma méxima tal que possas ao ‘mesmo tempo querer que ela se tome lei universal. ‘Ora se deste tinico imperativo se podem derivar, como do seu principio, todos os imperativos do dever, embora deixemos por decidir se aquilo a que se chama dever nio ser em geral um conceito vazio, podemos pelo menos indicar 0 que pensamos por isso e 0 que é que este con- ccito quer dizer. Uma vez que a universelidade da lei, segundo a qual certos efeitos se produzem, constitui aquilo a que se chama ropriamente natureza no sentido mais lato da palavra (quanto & forma), quer dizer a realidade das coisas, enquanto € determinada por leis universais, o imperativo universal do dever poderia também exprimir-se assim: Age como se 4 mézxima da tua acgdo se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da natureza: Vamos agora enumerar alguns deveres, segundo a divisio habitual em deveres para // connosco mesmos ¢ deveres para com 0s outros, em deveres perfeitos ¢ imper- feitos (*). (?), Devers notar-se aqui que reservo inteiramente para uma i mes # clstficaro dos devessy € que oF comodidade (para ordenar os ‘meus exemplos). De resto, entendo aqui por dever perieito aquele que no permite excepeio alguma em favor da inclinagao, ¢ entio iio enko apenas devres pel ‘ores, mas também ints tes, 0 que vai de encontro mas nfo tenciono dar agora qui tifcagio, p. © meu propésito, & indiferente que se aceite ou no. ( Kant) || BA 2, 3 1) Uma pessoa, por uma série de deagragas, chegou 20 desespero e sente t6dio da vida, mas etf-ainds bartonc em posse da razio para poder perguntar a si icone se no seri talvez contririo ao dever para consigo mesmo atentar contra a propria vida, E pronura agors uber se 9 smdxima da sua acgio se poderia tomar em lei universal da natureza. A sua méxima, porém, é a seguinte: Por amor de mim mesmo, admito como principio que, sea vida, prolongando-se, me ameaca mais comm! desea do que me promete alegrias, devo encurté-la. Mas pergun- tae agora se este principio do amor de i mesmo ve Code tornar em lei universal da natureza. Vé-se ent3o em breve que uma natuteza, cua lei fosse destrur a vida em vittode do mesmo sentimento cujo objectivo € suscar a sus / conservasio, se contradiria 4 si mesma portanto. no existiria como natureza. Por cc inte aquela m4xima no podetia de forma alguma darse coma lel wvonl da natureza ¢ portanto é bslutamente contctia 10 pene so spre foo deve 2) “Una outra pestoa vise forgada pela necesidade a pedir dinheiro emprestado, Sabe muito bem que nie poderd pagar, mas vé também que nio Ihe emprestario nada se no prometer firmements pagar em prazo deter minado. Sente a tentagio de fazer a promessa; mas tem ainda consciéncia bastante, para perguntar a ai mesmar Nio € proibido e contrério'a0 dever lirarse de apuros desta maneira? Admitindo que se decidia a fazé-lo, a sua maxima de acgdo seria: Quando julgo estar em apurcs de iro, vou pedilo empresidoe prometo ‘agile, a saiba que tal nunca sucederi. Exe principe do de si mesmo ou da propria conveniéacis pode tlves de acordo com todo o meu bem-estar foturo; mes a questo: Que aconteceria se a minha méxima se formasse em lei universal? Vejo entio imediatamente ems a, ee | que ela munca poderia valer como lei universal da natu- teza e concordar consigo mesma, mas que, pelo contriio, cla se contradiria // necessariamente. Pois a universalidade de uma lei que permitisse 2 cada homem que se julgasse ‘em apuros prometer o que Ihe viesse & ideia com @ inten~ ¢io de 0 ndo cumpric, tornaria impossivel a propria pro- Sfessa e's Binalidade que com cla se pudeste fer em Vista; ninguém acreditaria em qualquer coisa que lhe prome- tessem e rir-se-ia apenas de tais declaragdes como de vos anos. oe) Uma terceira pessoa encontra em. si um talento natural que, cultivado em certa medida, poderia fizer dele um homem, dil sob varios aspectos. Mas encontra-se em circunstincias emodas ¢ prefere ceder: a0 prazer a esfor- arse por alargar ¢ melhorar as suas felizes disposighes naturais. Mas esti em condigles de poder perguntar ainda a si mesmo se, além da concordincia que a sua méxima do desleixo dos seus dons naturais tem com a sua tendén- cia para 0 gozo, ela concorda também com aquilo que se chama ever, Bentio ve que na verdade uma natorea com uma tal lei universal poderia ainda subsistir, mesmo jue © homem (como os habitantes dos mares do Sul) Aeixasse enferrujar 0 seu talento ¢ cuidasse apenas de ‘empregat a sua vida na ociosidade, no prazer, na propa gagio da espécie, numa palavra—no gozo; mas nfo ode querer que isto sc transforme em lei universal da natureza ou que exista dentro de nés por instinto // natu- ral. Pois como ser racional quer ele necessariamente que todas as suas faculdades se desenvolvam, porque lhe foram dadas ¢ lhe servem para toda a sorte de fins pos- siveis. ‘Uma quarta pessoa ainda, que vive na prosperidade a0 mesmo tempo que vé outros a lutar com grandes difi- cculdades (¢ aos quais cla poderia auxiliar), pensa: Que que isso me importa? Que cada qual goze da fel que o céu the concede ou que ele mesmo pode ar iy BA [BA 55, 36 a cu nada lhe tirarei dela, nem sequer o invejarei;’mas con- tribuir para o seu bem-estar ou para o seu socorro na des graga, para isso € que eu nJo estou! Ora supondo que tal maneira de pensar se transformava em lei universal da natureza, é verdade que o género humano poderia sub- sistir, ¢ sem dévida melhor ainda do que se cada qual se pusesse a palrar de compaixdo ¢ bem-querenga e mesmo se esforgasse por praticar cicasionalmente estas virtudes, a0 mesmo tempo que, sempre que pudesse, se desse ao engano, vendendo os direitos dos outros ou prejudican- do-os de qualquer outro modo. Mas, embora seja possivel que uma lei universal da natureza possa subsistir segundo aquela mixima, no & contudo possfvel querer que um tal princfpio valha por toda a parte como lei natural, Pois uma vontade que decidisse tal coisa pér-sc-ia em contradi¢io consigo ‘mesma; podem com efeito desco- briz-se muitos casos em que a pessoa em questio precise do amor e da compaixio dos outros e em que ela, gracas a tal lei natural j/ nascida da sua prépria vontade, roubaria a si mesma toda a experanga de aulio que para si deseja. Estes sio apenas alguns dos muitos deveres reais ou que pelo menos nés consideramos como tais, cuja deriva~ gio do princfpio Gnico acima exposto ressalta bem clara, ‘Temos que poder querer que uma méxima da nossa accio se transforme em lei universal: é este o cinone pelo qual a jalgames moralmente em geral. Algumas acces sio de tal ordem que a sua maxima nem sequet se pode pensar sem contradigio como lei universal da natureza, muito manos ainda se pode querer que devam ser tal. Em outras no se encontra, na verdade, essa impossibilidade interna, mas € contudo impossfvel querer que a sua méxima se erga & universalidade de uma lei da natureza, pois que uma vontade se contradiria a si mesma.. Facilmente se vé as do primeito género contrariam o dever estrito ou cstrcito (iniludivel), ¢ as do segundo o dever mais largo (meritério); © assim todos os deveres, pelo que respeita a natureza da obrigagio (no ao objecto da sua accio), pelos exemplés apontados, ficam postos completamente em dependéncia do mesmo principio tinico. ; Se agora prestarmos aten¢io a0 que se passa em nés mesmos po ‘que transgredimos qualquer dever, des- cobriremos que na [/ realidade no queremos que a nossa méxima se torne lei universal, porque isso nos ¢ impos- sivel; 0 contrério dela é que deve universalmente continuar a ser lei; nés tomamos apenas a liberdade de abrir nela uma excepgdo para nés, ou (também s6 por esta vez) em favor da nossa inclinagio. Por conseguinte, se conside- réssemos tudo partindo de um s6 ponto de vista, o da razio, encontrarfamos uma contradi¢io na nossa propria vontade, a saber: que um certo principio seja objectiva- menite necessério como lei universal ¢ que subjectivamente nao deva valer universalmente, mas permita excepg6es. ‘Mas como, na realidade, nés consideramos a nossa acgdo ora do ponto de vista de uma vontade totalmente con- forme & razio, ora, por outro lado, vemos a mesma ac¢i0 do ponto de vista de uma vontade afectada pela inclinacio, no hé aqui verdadeiramente nenhuma contradigio, mas sim uma resisténcia da inclinagio 3s prescrigdes da razio (artagonismus), pela qual resisténcia a universalidade do principio (universalitas) se transforma numa simples gene- Falidade (generals), de tal modo que o principio pritico da razio se deve encontrar a meio caminho com a maxima. Ora, ainda que isto se nio possa justificar no nosso pré- prio juizo imparcial, prova contudo que nés reconhece~ mos verdadeiramente a validade do imperativo categ6- rico ¢ nos permitimos apenas (com todo'o respeito por cl) algumas i] gazepeetforadss exo que nor parece, i ites. \ Gaegstad) Toernts cates, ele senmy- i 8 © dever € um conceito que deve ter um significado ¢ conter uma verdadeira legislagio para as nossas acces, esta legislagio s6 se pode exprimir em imperativos cate J) BAS? [BA 38, 39 s, mas de forma alguma em imperativos hipotéti- igual modo determinémos claramente e para todas 'G0es, © que jé é muito, o contetido do imperativo categérico que tem de encerrar 0 principio de todo o dever (se € que, em verdade, hi dover). Mas ainda nfo chegi- Os a provar a priori que um tal imperativo existe real- mente, que hé uma lei pritica que ordene absolutamente Por si e independentemente de todo o mobil, que a obediéncia a esta lei é 0 dever. Se quisermos atingir este fim, seré da mais alta impor- tincia advertir que no nos deve sequer passar pela ideia querer derivar a realidade deste principio da consttuicao Particular da natureza humana. Pois o dever deve ser necessidade prética-incondicionada da acco; tem de valer Portanto para todos os seres racionais (08 tinicos 20s quais se pode aplicar sempre um imperative), e 36 por iso pode ser lei também para toda a vontade humana. Tudo o que, pelo contrtio, derive da // dispoxiio natural particular humanidade, de certos sentimentos e tendéncias, mesmo para a vontade de todo o set racional, tudo isso pode ‘na verdade dar lugar para n6s a uma maxima, mas rab» ume leis pode dar-nos um principio subjectivo segundo o qual Poderemos agir por queda ou tendéncia, mas nao ‘om Principio objectivo que nos mande agir mesmo a despeito de todas as nossas ‘tendéncias, inclinagdes e disposicdes naturais. Tanto assim, que a sublimidade ¢ intima digni- dade do mandamento expresso num dever resplandecerito tanto mais, quanto menor for o apoio e mesmo quanto maior for a resisténcia que ele encontre nas causas sub. Jectivas, sem que com isto enfiaqueca no minimo que Seja a obrigagio que a lei impde ou ela perca nada le sua validade. Ora aqui vemos nés a filosofia posta de facto numa sieuago melindrosa, situagZo essa que deve ser firme, sem que possa encontrar nem no oft nem na terra qual- juer coisa a que se agarre ou em que se apoie. Aqui deve 2 paonece pureza como mantenedora das suas pré~ prias leis ¢ nfo como arauto daquelas que he segrede um sentido inato ou nfo sei que natureza tutelar, as quais no seu conjunto, sendo melhores que coisa nenhums, nunca poderio alis fornecer principios que a razio dite e que tenham de ter a sua origem totalment e com cla simultaneamente a sua autoridade |/ imperativa: nada esperar da inclinagio dos homens, e tudo do poder supremo da lei ¢ do respeito que lhe ¢ devido, ou entio, em caso contrétio, condenar 0 homem ao desprezo de si mesmo © 3 execracio intima. 4 Tudo portanto o que & empitico é como acrescento ao principio da moralidade, nfo sé inétil mas também altamente prejudicial & prépria pureza dos costumes; pois © que constitu o valor particular de uma vontade abso Jutamente boa, valor superior a todo © prego, é que 0 Principio da aogio seja livre de todas as influéncias de ‘motives contingentes que s6 a experiéncia pode fornecer. Todas as prevengées serio poucas contra este desleixo ou mesmo esta vil mancira de pensar, que leva a buscar 0 principio da conduta em motivos ¢ leis empfricas; pois a razio humana ¢ propensa a descansar das suas fadigas neste travesseiro e, no sonho de doces ilustes (que lhe fazem abragar uma nuvem em vez de Juno), a por em lugar do filho legitimo da moralidade ‘um bastardo composto de membros da mais variada proveniéncia que se parece com tudo o que nele se queira ver, s6 nio se parece com a virtude aos olhos de quem um dia a tenha visto na sua verdadeira figura (#). 1 a vintude na sua verdadeiea figura iio é mais wy Taotldade deslds de sods mca dena ¢ de todos os falsor adomos da recompensa ¢ do 1] BA 60 [| BA 61 Nota: |) BA st 65 FMC-5 ___[/ A questio que se pie é portanto esta: —E ou nfo € uma lei necesséria para todos os seres racionais a de jul- Sat sempre as suas acces por méximas tais que eles pos- sam querer que devam servir de leis universais? Se essa Tei existe, entio tem cla de estar jé ligada (totalmente 4 priori) a0 conceito de vontade de um ser racional em geral. Mas para descobrir esta ligagio € preciso, por bem gue nos custe, dar um passo mais além, isto é para a Meta- fisica, posto que para um campo da Metafisica que & dis- tinto do da Filosofia especulativa, e que é: a Metafisica dos Costumes. Numa filosofia pritica, em que nio temos de determinar os principios do que acontece mas sim as leis do que deve acontecer, mesmo que nunca aconteca, quer dizer leis objectivas-préticas; numa tal filosofia, digo, nao temos necessidade de encctar investigagdes sobre as razdes ot que qualquer coisa agrada ou desagrada, por que, por exemplo, o prazer da simples sensacio se’ Gatingue do gosto, e se este sc distingue de um prazer universal de : amos de investigar sobre que assenta o sentimento do prazer ¢ do desprazer, e como & que daqui tazio; nio preci resultam desejos ¢ tendéncias, ¢ como destas por sua vez, com 0 concurso da razo, resultam as // méximas; porque tudo isto pertence a uma psicologia empfrica que consti- twiria a segunda parte da ciéncia da natureza se a conside- . losofia da Natureza, enquanto cla se cas. Aqui trata-se, porém, da lei objec- to & da-relagdo de uma vontade consi ‘mesma enguanto essa vontade: se determina s6 pela razio, ois que entio tudo © que s: relaciona com 0 empirico desaparece por si, porque, se a razio por si sé dete © procedimento (¢ essa possibilidade & que nés agora investigar), teré de fazé-lo necessariamente « ‘A vontade é concebida como a faculdade de se minar a si mesmo a agit em conformidade com a represen tagio de certas leis. E uma tal faculdade s6 se pode encon- trar em seres racionais. Ora aquilo que serve 4 vontade de princfpio objectivo da sua autodeterminacio € 0 fim (Zweck), e este, se & dado pela s6 razio, tem de ser valido igualmente para todos os seres racionais. O que pelo contrério contém apenas © prinelpio da possibilidade da acco, cujo efeito é am fim, chama-se mei subjectivo do desejar é 0 mébil (Triebfeder) (!), 0 princfpio objective do querer é 0 motivo (Bewegungsgrand); daqui a diferenga entre fins subjectivos, que assentam em mébi- les, e objectives, que dependem de motivos, vilidos para ]| todo 0 ser racional. Os principios priticos sio_formais, € portanto em certos mébiles. Os fins que um ser racional se prope a seu grado como efeitos da sua acco (fins mate- rials) fo na totalidade apenas relatives; pois o que Ihes 4 0 sen valor & somente a sva relagio com uma faculdade de desejar do sujeito com caracteristicas especiais, valor esse que por isso no pode fornecer principios universais pata todos os seres racionais, que sejam também vilidos € necessérios para todo o querer, isto é leis priticas. Todos estes fins relativos so, por conseguinte, apenas a base de imperativos hipotéticos. Admitindo porém que haja alguma coisa cuja existén- cia em si mesma tenha urn valor absoluto que, como fim em si mesmo, possa set a base de leis determinadas, nessa (1) Morente (pg. 76): «resort, (P. Q). I BA & coisa € 86 nela é que estar a fy tao etegérico, yur der dean eee I Ora digo cu:—O homem, e, duma mancira geral, todo o ser racional, existe como fim em si mesmo, sto ab como meio para 0 uso arbitrrio desta ou daquela vontade. lo contririo, em todas as suas acgSes, tanto nas que se dizigem a ele mesmo como nas que e dcigem [1 dence seres racionais, ele tem sempre de ser considerado simul, taneamente como fim. Todos os objectos das inclinagbes tém somente um valor condicional, poss, w no ates, sem as inclinagdes e as necessidades que nilas se base © seu objecto seria sem valor. ‘As poten inclinagtes Porém, como fontes das nevestidades, estdo tio longe de ter um valor absoluto que as tome desejéveis em si mes tas, que, muito pelo contrtio, 0 desjo. universal de todos 0g seres racionais deve ser o de se libertar totl= tanto 0 valor de todos os objectos que Por isso se chamam coisas, 20 passo racionais Se chamam pesoas, porgue a fun natarea of disdngos it como fins em si mesmos, quer dizer como algo que 0 pode ser empregado como simples meio ¢ seguinte, limita nessa medida todo o arbittio (1) (e € um ol ecto do respeito). Estes nio sio Portanto meros fins ‘ubjectivos cuja existéncia tenha para nés um valor como efeito da nossa acgio, mas sim fins objectives, quer dizer coisas cuja existéncia € em si mesma um fim, e um fim tal que se no pode pér nenhum outro no seu Iugar‘em qui_par suite’ limite @Q). IBA 65 relagio ao qual essas coisas servissem apenas como mcios; porque de outro modo nada em parte alguma se encon- traria que tivesse valor absoluto; mas se todo |/ 0 valor fosse condicional, e por conseguinte contingente, em parte alguma se poderia encontrar um principio pritico supremo para a razio. Se, pois, deve haver um princfpio pritico supremo ¢ ‘um imperativo categérico mo que respeita 4 vontade humana, entio tem de ser tal que, da representagio daquilo gue & necessariamente um fim para toda 2 gente, porque & fim em si mesmo, faca um principio objectivo da vontade, que possa por conseguinte servir de lei pratica universal. O findamento deste principio &: A natureza racional existe como fim em si. B assim que sariamnente a sua prépria existéncia; princfpio ¢ um princfpio subjective das acgdes humanas. ‘Mas é também assim que qualquer outro ser racional se representa a sua existéncia, em virtude exactamente do mesmo princfpio racional’ que ¢ vilido também para mim (#); & portanto simultaneamente um. princfpio objec- tivo, do qual como principio prético supremo se tm de poder derivar todas as leis da vontade. O imperativo pré- tico sera pois o seguinte: Age ‘de tal maneira que uses a Iumanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca || sim pplesmente como meio. Vamos ver se ¢ possivel cumprir isto, ‘Atendo-nos 0s exemplos dados atrés, veremos: Primeiro: Segundo © conceito do dever necessério para consigo mesmo, o homem que anda pensando em suicidar-se perguntaré a si mesmo se a sua cio pode estar de acordo com a ideia da humanidade como fim em (*) Apresento aqui esta proposigio como um postulado. Na titima secgio encontearemos as razdes em que se apoia, (Nota de Kant.) || BA 6, 67 si mesma, Se, para escapar a uma situagdo penosa, se desttéi 4 si mesmo, serve-se ele de uma pessoa como de um sim- ples meio para conservat até 20 fin da vids uma situa suportivel. Mas o homem nio é uma coisa; nfo & por- tanto “um objecto que possa ser utilizado’ sinplesmente como um meio, mas pelo contrério deve ser coniderado sempre em todas as suas acySes como fim em si mene, Portanto no posto dispor do homem na minhs rerecg para o mutilr, 0 degradar ou o matar, (Tenho de Aciene agora de parte'a determinacio mais exacta deste principio pata evitar todo o mal-entendido, por exemplo'ne ceo de amputagio de membros para me salvar, of no de por a vida em perigo para a conservar, etc; essa determonn, Go pertence 4 moral propriamente Segundo: Pelo que diz respeito ao dever necessério ou estrto para com of outros, aquele que tem a intencie de fazer a outrem uma promessa. mentirosa reconhecers imediatamente que quer servir-se de outro homem || sin- plesmente como meio, sem que este ltimo contenka ap ‘mesmo tempo o fim em s. Pois aquele que eu quero ui lizar para os meus intuitos por meio de uma tal promess no pode de modo algum concordar com a minh raanciea roceder 2 seu respeito, no pode portanto conter em 10 © fim desta acco, Mais claramente ainda dé «sta colisio com 0 principio de humanidade (1) outros homens quando tomamos para exemplos ats liberdade ou ’ propriedade alheis. Porque entio € evidente que o violador dos direitos dos homens tenciona servir-se das pessoas dos outros simplesmente como melos, ‘onsiderar que eles, como seres racionais, devem ser npre tratados 20 mesmo tempo como fins, isto é uni lesmente: sdas Prinzip anderer Menschen» — omens. Seguimos neste paso a interpre 152) e de Lachelier (pig. 68). (P. Q). HWA 68 «mente como seres que deve poder conter também em desta mesma acgio (+). ; Sete: elo que respeita ao dever contingente (meri~ igo mesmo, nao basta que a [/ acc#o nao Syd snr com 2 ama most espe nno fim em si, € preciso que concorde com ea. Ora, hi na humanidade disposic6es para maior erfeigio gee ee tencem ao fim da natureza a respeito da hem —_ nossa pessoa; descurar essas disposigdes esi en dade subsistir com a conservagdo a he ean cam em $i i a promogao | “ Guartn: No gue eonceme o deve esto par com outrem, o fim natural que todos os homens tm é 2 sua pris Felicidade. Or, € verdade que a humanidade podo- e subsistir se ninguém aaron Para apie ae tml es io Srenclonlnetes as se cada gual endo ere pot contribuir na medida das suas forgas para os fins dos =e semelhantes, isso seria apenas uma concordancia negati ¢ no positiva com a humanidade como fim em si mesma, Pois que se tm sujeito & um fim em si mesmo, 0s. seus fins tém de ser quanto possivel os meus, para aque! oder exercer em mim foda a sua eficicia. PolSpste principio da humanidade de toda a natures racional em geral como fim em si mesma (que é a condiggo fio. Poi ete. preci ure; io po oie des Sores ps i endo ices mos Bee Salas Feet er chine pS Ea IBA ® n suprema que limita a liberdade // das acgées de cada homem) nao é extraido da-experiéncia, — primeiro, por causa da sua universalidade, pois que se aplica a todos os seres racionais em geral, sobre o que nenhuma experién- cia chega para determinar seja 0 que for; segundo, porque nele a humanidade se represesta nio como fim dos homens (subjectivo), isto & como objecto de que fzemos por nés mesmos efectivamente um fim, mas como fim objectivo, o qual, sejam quais forem. os fins que tenha- ‘mos em vista, deve constituir como lei a condiglo suprema que limita todos os fins subjectivos, e que por isso 56 pode derivar da razio pura. B que o principio de toda a legislagio pratica reside objectivamente na regra ¢ na forma da universalidade que a torna capaz (segundo o primeira principio) de ser uma lei (sempre lei da natureza); sub- Jjectivamente, porém, reside no fim; mas o sujeito de todos 0s fins é (conforme o segundo principio) todo o ser racio- nal como fim em si mesmo: daqui resulta o terceiro prin efpio pritico da vontade como condi¢io suprema da con- cordancia desta vontade com a razio pritica universal, quer dizer a ideia da vontade de todo o ser racional concebida como vontade legisladora universal. Segundo este principio sto rejeitadas todas as méxi- mas que ndo possam subsistir juntamente com a propria legislagio universal da vontadé. A vontade nio esté pois simplesmente submetida |] 4 lei, mas sith submetida de tal maneira que tem de ser considerada também como legisladora ela mes © exactamente por isso ¢ $6 entio submetida a lei (de que ela se pode olhar como autora). I BA 7, 71 (Os imperativos, tais como atris no-los representimo®, ymo atrés no-los rep! 8) yuet dizer como constituindo uma legislagio das acgies jatural, ou como ite a uma orden natural, univer yente semelhant ‘léeio de finalidade dos seres racionais em spiel divide do seu principio de “toridade toda a mescla de qualquer interesse bil, ides como categs- nat eles 36 foram aitdos como categésicos pore tinhamos de admiti-los como tais se queriamos expli- os veo de dever. Mas que houvesse proposigs cat o cones fiyasem catogoricamente, eis © gv POT Ee ido € 0 que nesta secgio tio-pouco i nfo pode set provado io o-pourn se foe pore ‘ainda; mas podia ter acontecido i sualquer : réprio imperative, por qt aoe er a feninla a rod 9 sntree js or dover come exit peti de dnt do imperativo categérico eee ‘igen, Or f yrecisame ontect rceira ancl oa ea ideia da. vontade de todo 0 ser facivnal como vontade legisladora wnt — ie mein a oe

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