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A Justiça Social e a Cidade

DA \/1D HARVEY

A Justiça Social
e a Cidade
Prdúcio e Tra<luç·ilo de
Armando Correa <ill Silva

EDITORA HUCITEC
São Paulo, 1980
:S.. Cop>,right 1973 ck David Han·ey. Tradm.ido da edição em língua inglesa publicada por Tlw
Johns Hopkins University Press, Baltimore. MD, Estados Unidos da América. Direitos de p t 1·
b-lícação - e d(' tradução - ponuguesa. para rodo o mundo, adquiridos pela Editora d(, Hurn.i
n,smo, Ci~ncia e TecnolQgia · ·Hudttc" Ltda., Alameda jaU, 404, OJ420 São Paulo, Brasil.
Capa; fütúdio Hucitec. Composiçao: j.G. Propaganda, Rua S:anto Amaro, 608, 0 1315 San
Paulo, SP.

PREFÁCIO DO TRADUTOR

No primeiro semestre de 1977, durante a realização de um curso de Ge


grafia para alunos de Ciências Sociais, depeis de uma aula, um estudan
perguntou-me (havíamos debatido o quinto capitulo deste liv ro):
- Mas, isto é Geografia?
Para quem acha que a geografia é uma disciplina que Lida com assunt,
tais como a enumeração de nomes de lugares ou a descrição superficial ,
paisa!,<ens ou, se mais atualizado, com questões relativas a ciências sistemá·
cas como, por exemplo~ climatologia, pcdoloµia, ~.womorfnlogia. bio~eo>-ir
fia, hidrografia, oceanografia, geografia da população, geografia agrária, ge
grafia urbana, geografia das indústrias e outras - ou, ainda , com grand
agrupamentos de conhecimento como os denominados geografia human
geografia física e geografia regional, sem contar a cartografia - · então. Sl'
dúvida, tem razão: o que D. Harvey dis.:ute não é Geografia.
E este é o ponto .
O parágrafo anterior, onde não é mencionada a denominada Geogra
Teorética (parte do trabalho dos geógrafos que incorporou a tendência
quantificação nessa disciplina) - parece ser um resumo da situaçãQ em q
se encontra este aspecto do conhecimento . Em outras palavras, a geogra
perdeu a unidade de propósitos que já possuiu no passado, apesar de suas ,
visões disciplinares internas. Po r isso, é importante aqui tentar elucidar
que D. J-larvey , sem dúvida um dos primeiros especialistas em metodolo1
do presente nesta matéria, tenta fazer , apesar de que ele o explicita neste s,
trabalho.
O tema subjacente a toda a discussão desenvolvida neste livro ê, na 01
nião deste tradutor, o da busca de unidade na expl icação da relação social· r
curai. em que o espaço terrestre aparece como o fenômeno de que a super
cie da Terra é a manifestação.
Não devo entrar no mérito do assunto, tal como o autor o expõe.
Penso, contu_d o, que o leitor deve ser informado a respeito de que assun

1,
St' trata. Ou melhor, em que estágio se encontra o assunto da busca de uni- 11,e · 'toda coletividade h umana se projeta sobre uma parcela do espaço tem
dack- do social-natural. tre que, sob formas diferentes, serve de base a suas atividades' ' (p. 29). Em e
Não qul'ro. aqui. senão indicar algumas soluções já propostas, passando, a tras palavras, o objeto aparece como sendo o social projetado sobre o espa
seguir, a fazer breve referência ao conteúdo do livro. terrestre que é base da atividade da coletividade humana. M as. não existe
Entre as referências possíveis é imprescindível a citação do trabalho de separação entre o social e o natural? Essa idéia do espaço terrestre, como t
l\1ax. Sorre inti1u1"do Rencontres de la Géographie e/ de la Sociologie, de se, leva a que o tema central da geografia não seja essa própria base, ma!
1957. Partindo da concepção metodológica da geografia como constituindo rda(ão. E. de que natureza é essa relação? Para resolver o dilema, Pie,
11111;1 erologia humana, Max . Sorre está firmemente colocado na corrente George lança mão do conceito de situação, no qual aparece sua soluç
principal do conhecimento geográfico que é definido como o que se preocupa niet od<,lôgica: \'O qur carn.ueriza a pesquisa geográfica em relação fls pesqt
com o c•.stu<lo da ''ílrea' ' (Hartshorne. R. - .. Propósitos e Natureza da Geo- sas das ciências econômicas e sociais e situar os dados num meio que, indi:
grafia), que.r seja ela referida como região ou território. Sua noção de espaço rente no inquérito sociológico, é, ao contrário, objeto de descrição qualira
é, portanto. uma noção natural que, seguindo as soluções propestas pelas va muito precisa pelo geógrafo. Essa localização acompanha a pesquisa de 1
ci(:n<:i~i:,; J,1natu reza, per~unra-se: •'Quais _são os rrnços que tornam sensível a lações consideradas hoje como relações recíprocas e recorrentes, e tambf
noção de espaço) é a configuração. Como está dividido esse espaço? em fra- como rehu;clil·~ in:,.uficientt·~ 11<1ra explicar a lútali<la<lc dos dados. O '-'Onju
ções de extensão mais ou menos grandes, em á-reas limitadas. E como se de· to dessas relações contribui para constituir uma situaçilo. Uma situação,
finem seus limites? é a divisão. Como um ponto ou uma área pedem estar si- resultante, nurn dado momento - que é, por definição, o momento presi
tuados no espaço contín uo? é o problema da posição, da localização " (p. te. em geografia - de um conjunto de ações que se contrariam, se moder.
87-8). Para Max . Sorre esse espaço é um espaço geodésico que se refere à 011 se reforçam e sofrem os efeitos de acelera~ues, de freios ou de inibic
Terra. tal como o indica a expressão ' 'superfície da terra" (I-lartshorne, R. por pane dos elementos duráveis do meio e das seqüelas das situações an
op. cit ). Esse espaço possui caracterlsticas naturais e humanas, num sentido riores. Esta situação é, fundamentalmente, caracceriz.ada pela totalidade e
amplo. que não é o caso explicitar aqui. dados e fatores específicos de uma porção do espaço que é, salvo nos casos·
Na análise da, ár<""-' li mitadas a que faz referência. "o complexo local" é mites de margens inocupadas pelo homem, um espaço ordenado, u,
c·ntendido como meio (milieu): "tudo o que é exterior aos homens, a total ida· herança, isto é, um espaço natural humanizado" (]966, p. 23-4).
de das condições nas quais os grupos exercem sua atividade" (p. 115). O Percebe·se, claramente, a idéi.a de unir a preocupação clássica com a n
estudo desse assunto só é possível de ser feito através ele uma abordagem derna, embora Pierre George se mantenha todo o tempo em uma postL
l'colúgica. q11c çorr<•~rxm<le ao "conhecimento das relações do ser e de seu critica que o leva a não aceitar a explicação do conhecimento para fins
meio" (p. 116). Esta pestura, que implica na adoção, de um lado, da noção planejamento, porque, intervir na realidade é, para ele, criticá-la.
de valor de uso e, de outro, corresponde a uma teoria do equilíbrio, explica a N a nwsma data da publica,ilo o ri)(inal <bte livro de D. Harvey, em 191
mudança apenas em termos do que ocorre no meio, modernamente tratado apareceu o trabalho de P. Clava! intitulado Príncipes de Géograpbie Socia
como ambiente. Mas, toma-se <Üfidl fugir da simples descrição (funcional), P. Clava!, que se havia comprometido com sua divisão da geografia em Ch
e é quase impossivel explicar a passagem de um meio a outro em termos de sica e Moderna. como foi visto linhas auás, apresenta, então, ai. t
transfor mação. Foi essa, aliás, a preocupação que P . Clava! em Evolución de solução.
la Geografia Humano mostrou ter sido própria da (;eografia C/d.<.<ica, em Para ele. · 'as atividades humanas tfm uma base territorial; a distância fn
oposição à Geografia Moderna, que explicaria a realidade com a possibilidade a interação: o espaço tem um significado profundo para os individuas e as ,
de intervenção na mesma. ciedades" (p. 136). Trata-se de compreender as decisões individuais e s
Na solução do problema: ecologia ou mudança? ressalta sem dúvida a im- regulagem pela sociedade; e, para issc, é preciso faiar a linguagem dos va
portância do trabalho de Pierre George, intit ulado Sociologia e Geografia. res. Mas. quais são as bases da valoriz.açilo do espaço? O território é impo
Na opinião abalizada de P. Claval, no livro citado, o que Pierre George tenta tante para o equilíbrio das sociedades. É uma constatação. Deve haver, ç
fazer é, sem abandonar a corrente principal da Geografia, e, portanto, a pro• isso. algo como um imperativo lerritorial, seja uma programação instinti
posição ecológica, tentar acrescentar a issc a noção de processo, que toma da genética, ou uma programação cultural adquirida ao longo do período de fc
dialético 1,uiterü1/ista. O resultado é curioso e engenhoso. Para Pierre Geor- ma,;ii<>. Embora deixe a quc.s1ão em aberto, P. Clava] afirma que "o esp;

VIII
não importa senão como suporte de uma experiência, que é antes de tudo como a de Pierre George, também surge no texto. aqu i e ali. Não menos' ' irô
social " ( p. 141). nica " é sua apreciação da fenomenologia como "solução". Qual seu objetivo
O que dizer de tal proposição, se sua perspectiva metodológica é uma então?
combinação de psicologia individual e social, de um lado, e uma abordagerr. Tenho que fazcr referência novamente ao início deste prefácio .
fenomenológica, de outro? P. Claval responde, afim1ando que o espaço é im- A preocupas·ão central de D . Harvey é a da unidade do social e do natural
portante como base estável, país natal, consci~ncia do território e significado Essa preocupação leva-o progressivamente ao método de Marx, que fomecf
das paisaicns . Estes itens são guias para a pesquisa . É deixar novamente a a e le o que supõe ser uma chave para a solução da questão. Mas, tambén
queslão em aberto, o que é coerente com sua formação epistemológica analí· Marx é criticado. Nilo pelo que fe-l, mas pelo que teria ignorado.
lica. Naquele capitulo cinco, citado, sem dúvida um dos momentos altos de
Sem pretender fazer aqui uma história das idéias em geografia - o que trabalho, só superado em pro fundidade com a sua surpreendente formulaçãc
sem dúvida está se tornando urna necessidade urgente - passo~ então, a seguinte: o modo de integração econômica - o problema da unidade so
dizer alguma coisa a propósito da ''solução' ' de D. H arvey. (Coloco a palavra cial-narural é resolvido através da consideração do uso do solo urbano
entre aspas como o próprio autor o faria .) quando, transpondo a teoria de Marx da renda da terra para o ambiente ur•
D . Harvey surgiu , recentemente, no cerniria intelecrual da disciplina geo- bano. dl'sapan.'<.·c..· a scparaç·ão cntrt? os dois aSJX""ClO$ da r('alidade. Mas
gráfica com um livro que fez sucesso entre os especialistas: E:xplanation in acrescente-se, o espaço terrestre, que é desde logo social, como espaçc
Geography. no qual examinou toda a contribuição cientifica recente, refe- criado, mais do que como espaço e/elivo, é ai o objeto de análise e não o mo·
rente eoi particular a modelos e teoria dos sistemas e seu impactO em Geo- do de produção. Isto é, sem dúvida, uma contribuição importante.
)lrafia. Ao final do livro, Harvey refere-se a recentes elaborações teóricas de Hen
A justiça Social e a Cidade é seu segundo texto em forma de livro. ri Lefevbre, concordando em parte com este .
Em primeiro luga r, desde logo, ele abandona a preocupação de ser clássico Essa di...;cus~âo ·• fim1I ' ', parece-me.', lt'm c.:oino ba~ o sciuintl' : D. Harvey
ou moderno. A questão para ele não é, neste estágio, de teoria do conheci- examina com grande acuidade o processo de transição relaç8o cmnpo-cidad,
mento mas. sim, de ontologia. Por isso, apesar ác ~1crever uma obra impor- para a situaçJo cidade-campo. Henri Lefebvre está preocupado com um tem:
tante sobre o urban ismo, tratando de temas como a natureza da teoria e a que considera mais avançado: as relações cidade-cidade, porque, argumenta
natureza da justiça social, sua indagação principal teórica é a seguinte: o que o processo de urbanização tornou-se o centro de atenção na sociedade capita·
é o espaço?, que é seguida de outra: o que é isso que a prática humana cria lista contemporânea! Mais do que isso. a própria industrialiu,çilo passou ,
como espaço? voltar-se para ele, numa situação de dependência.
No trato desse assunto sua primeira preocupação é mostrar que o espaço, D. Harvey discorda. A ceita a idéia, mas acredita que Lfebvre está pró
considerado apenas em sua dimensão Hsica, não consegue abranger seu con- ximo da u topia, embora ache a utopia importante.
teúdo socia l e simbólico. O leitor p0derá, lendo o trabalho, achar que sua so- Por essa questão, apenas, o le itor pode julgar da imp0rtiincia e atualidad,
lução ontológica, que combina Aristóteles, Kant, Leibniz e Marx, é uma desta obra.
abordagem válida. desde que se assuma algum pressuposto estruturalista, Não pretendo que estas simplificações que sou obrigado a fa1.er nesta brev,
que é a postura final de D. Harvey, aqui , embora deixe algumas sugestões apresentação do livro esgotem o assunto. Peço mesmo, que as tomem come
em aberto. ap(•na~ uma opinião. Não po.o;,sn, ncsw ca.."°· seguindo o caminho percorri-
É preciso, contudo, tomar cuidado, neste caso, com as classificações. Em do pelo próprio D. Harvey, deixar de fazer referência a uma proposição dt
primeiro lugar, D . H arvey afirma, categoricamente, que não é marxista. Ao Marx. que pode apresentar também uma orientação a seguir. Refiro-m,
final do livro, quando discute a oncologia e a epistemologia de Marx, apre- àquela pas., agt·m da Critica do Programa de Gotha em que se diz: ''O traba·
senta uma solução com a qual muitos marxistas por certo não concordariam . lho não é a fonte de toda a rique,.a. A natureza e, a fonte dos valores de use
Mas, seria imprudente categorizá -lo como uma modalidade de estruturalista ((Jlll' . ao fim e ao cabo. :;;lo a riqueza real ') 1an10 quanto o trabalho. ele própric
em geografia. A razão disso decorre da própria natureza do assunto de que cxpn•ssão de uma força natu ral. a força de trabalho do homem" (1971. p .13)
esta! tratando: para ele, também a su perfície da terra é um a manifestação do O assunto é, pois, complexo.
espaço. Mas, ele critica a ecologia. E sua critica implícita, a u ma solução

----·
A liás , corno o foi a tradução . Gostaria de dizer algumas breves palavras
sobre isto. O es tilo de D. Harvey é mu ito pecu liar. Importava mantê-lo ,
procuran ·;_.) , por isso, ficar entre uma tradução literal e os requisitos de uma
\'ersão. E111 n·no.s caso~. man1 iv<? a rra<lu~:ão de cc-rtos ''neologismos'' como
agregado, curva de quantidade de renda e outros . Fui obrigado, inclusive, a
manter literal a e~pressão mercado de troca que, embora possa parecer re·
du ndante, é assim usada pelo autor. No caso do conhecido neologismo ex·
Sumário
tema/idades, preferi a tradução mais vernácula exteriorização . (Os econo·
mistas que me relevem .) Como a postura de D. Harvey é, a meu ver, anal/· Prdá.cio do Tradutor . . . . . • •.. .. .. . ... .. . \/1
tica-estruturolista, e como o assunto encontra-se a inda em fase de difusão no Introdução
Brasil , não posso ser julgado inadequado.
Gostaria de fazer aqui um agradecimento a amigos e colegas que me in· PRIMf.l.RA PARTf: F'ORMUl.AÇÔP.S. Llfll:.RA IS

centivaram. Não os cito aqui pela conhecida razão de que sempre pode faltar Capítulo 1: Processos Soei.tis e Forma Esp.'lcial: {!)
alguCm . Os Problemas Conceirnús do Plant'jam<.>nto Urbano , . . _, I'
t\ Imag inaçãoGro~ni.fjça vc-13us a lmaginaçfo Sociológ ica . !•
S,io Paulo, 1978 Em Dirt._<Ç~o a uma Hlorofia do Esp ,'\C;o Saciai . ll
Alguns Problemas /'.'l etodológicos na lm erseç..io . 2,
1 Jndh·iduali~çfo . . .. . ..•.•• . 2:
A rma,ido Corrêa da Silva 2 Confu.s()it;:S , . , , ... • •• • • . . . 2~
3 lnferencia Esrntistica _ .li
E:ma,egia. na lnterscç-J.o ... _. . .l :

Capiwlo 2: O Processo-Social e a Forma Espac-iàl: (2)


A Re~fü,rihtlição da Rí!nda Real cm um Si.\ tema Urbano . .l '
A Dis1ribuiçâo de Renda e os Obie1i,•os Sociais de um Sisléma Urbano. 4i
Altt11~ Condições que Go,•ernam a Redistribuição de Rend.t 4'
l A Rapidez. de Troca e o Grau de 1\ justamc-nto em um5istE:ma Ur~no. 4:
2 O Preço de Acessibilidade e o Custa de P roximidade . .,:
3 Efeitos de Exleriori1..,(,i io . .. 4(
O.-. Eíc:-itos Redistributh•úi da Mudança de Loralilaçilo de Empre.!!:os
e H:ibi rnçao . 41
A RcdistriDui,;,,:ão e ú Valt)f Mutável dos Dirdtu..,,; tk: Proprit..'tlaJc: _. 51
A Di.sponibilida<lee Prt<Çodos Recursos., . _, 5:
Os Proc<·ssos l'olítin1:, e <i R.edis.tribuii.,::i o r.13 Rcmlti Re-dl . , . . . 55
Os V::ilorc::, Soci:ú:; e a OinQmica Cuhunil do Sisterna Urb:ino. 1.:
A 0 1gani2aç:ll"'I Esp;1cial e os Processos Políticos, Sociais é & onômicct'. . 7J
1 A Prnvis.lo c Ü>ntrolt· de Bert-. Púhlic.:-tt'. lmputcl'i Num Si..-.tt·ma Urb,mn _ 7;
2 O rg.mizaçlo Regional e Territorial em um Sistema Urbano . 7•
Coménulrk1 Conclusiv<) ..... , 7f

Capitu lo 3: A Justiça Súcial e os Si.scemas Espaciais. .. 81


"Uma Oi..,trihui~ilú Justa· ·. w
Justi~~ Di:m il:mtiva Territorial, 8:
J N~ce:,;sid1lk . . 8(
2 Contrihui~·J\1 a0 Bem Cornum. 8Ç
3 Mêrito , , . . ... . 9(
Pa,.i Oht<..·r Di~trihui~·üo com Jm;1~i• , . . . _. , 9;
Ul'f1::t Distribu~J() Justa Obtida r:~m~Jus1iça: J us.tiç:1 Sodal T4.:nitorial, . 9S

XJ/1
XII
Ci,pi'u.110 4; A T«ln-l l~('volucionfos e Coom1•R("l•oluciooàJi3 em Geografd; e a
Probl,,ma à.. forma~"lio<hG1,1cto,,, , , , , •• , . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 103
Comem:lfiio Uheriôr 500,~ T t'()fias ReTQIIJ(iQnhia$ e Cont111·R.cvolt1cionirlls . . . . . . 126

C.apitula 5: Vakwde U:;o. Vak.r de- TrOCil .- a Tl;'(lrii!lcloUro doSolo Urbino .• . .. . ... 131
O V"Jor dc U$OC: o V.i,lor de T roc,1 do Solo e d.H&nkt'!Otlu . . .. .... 1.3)
A Tt!Qlia dc:,lhodo5'.i10 Udm10 ., , ,, , , .. , ,, ,. , .. . . . . .. . . . 137
A Teoriu M icroecooomics do Uso cio SoJCJ U!'baM . . . ..• J39
A R.,ru:l&t"a A b'.-"\:.k1 &,&ik, Urb;i.110Jlilf'.IÚbt('l" VAoU~o~ . . . . • 15 1
OV111of de- U.so-. o Valo, <k-Troca. o Conce,todt Rt:1lib.t>:d Tl:'Qtiõ1$
do lho 00 Solo Ur~no - C.OOclu~ . ... . . . 162 A Justiça Social e a Cidade
Üt.pitufo6: OU,buiÍ$mQ<:i!l0dadr:- - Om Cn~ioln1e1prcmi,o • . . . . .. • . . . . . . . .. • . .. 167
MOO,S~Pmdu~ão~MOOO$cklr11,e-4:r~0Enmtmic-.1 ,,, .... .. .. . . .. 168
Modru dt Prod~ao 168
Modos dt l.fHt:!Jllçi\Q Ei:onômH:il . , . •.. • . l 77
1 RcciprocidMle- .. . .. . . . • . ... , 1i7
2 lnté,1trao;·lo RC"~uibuth·,1 • . . . . 179
3 ôMercedodeTroca. . J80
AsCidacbf'qExt·i:dc:me •• . . .. 1$)
O Cooc<::ito dc: Excedente e liSÜíl.RE'fü UtWllõtS.. 185
O V.1lor E~t'\.d:-IHc-1:'. oCoocritodc ElcCNk.-ri1t- . 192
Trab.JlhoEJtcede-m,.., Ma1s-Vali11 t" a N,uurna da Urlxm»mQ . . . J%
O Umll:1nnxH•:1Cil"(:11l~~o E1f'il(i,il de M,i;is Valia.. . . .. . . . .. .. . .... . ... . 203
ÚJl)t~ - -- · · · · · · · · · · · · · · · ···· · · · ·· · · ·· ·· . . . .. .. , ,, . .... . 204
Os Modoos ~ lnc~, r.1rllo &:ooómKac a Ecc,n,omia Especial de, U rblnisn,a . •. .. • .. . .. , 205
Vatiaç-J.(1 dctlHl• ,l., ul'l'I Muda ik ln tc~n•i;.fo Ei.:orlÕrnicu , , • , • . . . .. . 20(1
A Circul:1,;'lo do t:m .~ t~~oEqufübtio de, lnftú-l!neia <'!1u e ~
Môd~ di' l111t-w::,,;·~o Eron()miC'II ra &onomia E'lf'Kial Urhllna , .. . . . 2,0
l P;idrÕ!."$ <k Ci.ro,11:i.ç loGroyãí.t.·• .Ji:, EKC'E'<!,;me . . . . . . Ztl
2 AiC1d1i~d~ Et110fla Mt'diM·al . . .. , , .. . . 2t4
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Mundo Ú pit.-lwill C.Ontl'mp:,11111:0 , . , . , , . . . . . . . . . . . . . • . . . . . • . . . . . . . 224
4 A Rwis.triN.1.çiôt-a Rm pn.ieid.td~CUOKI Fon;:nCc:im nb.ihnr;Ddorl~
do M(·rc-.idoW 1'r01:a n:.1 Mttn:,p.:ik• Con1emp.lt'lftt'il . . . . . H)
TlACf lR',, l'Alff[ 5lf,/ffSp

Car'tolo 7, Conclusóc.-s(• Rclll'-:1.<i,."S. . • 247


Soo-rc ,\.1Ctodm: l' Tcn~ . . . ... . •. . • .. . 2'17
IOotolo~ . . , , . . . . . • 248
l F,fL~ll-molo/,:i~ , . . . . 2)6
Sobf~ a Naum,•u d.> Urb,m,.wnu . . . 261

Bihfül,l!r'JÍ!t . • . . . . 2H
ln.in- &- AlllQI~ .. . .. 28]
Írxlic(,(W A,\t;.nto~ . .. ... . .. 2~5

XIV

1
Introdução

As panicularidades [)iogt:ãficas a r('Speilo de como esre livro chegou a ser


esc,·ito São imponantes. para oonipn:c:ndê-lo , visto Que $ãO útds para esd:m::•
cer áSpc..'é"tOS d<.• su:i elaboraç1io que, de outro modo. poderiam par(-ctf cstra•
nhas. A pós términar um esrndo sobre problemas metodológicos em gt-ogra-
fia, publicado com o titulo Explanaiion ir, Geo~raphy, comecei a Cxf)lorar
cenas fomes filosóficas, delilx:r~amente negligenciadas naquele lh·ro. Em
particular , achei importante e apropriado pesquisar como as ideias em filo.50.
fia .soLial e rl'l(>ra! - ide-ins oomumeme encaradas como C'J.minhos dfalincos e
St'parados de discussão em filosofia d.1 ciéncia, que tinham a tê então prendido
minha atenção - poderiam ser relacionadas à problemática geográfica e
:àqueles campos ~ labor intt lcctual. tais como planejamenro e c i~.ncia re-
,gtonal com os qllais a geogtaíia r~m muito em comum. Parecia uma hipótese
inicial razoável, por exernplo, a de qu~ quõtôes de justiça social teriam al-
guma importán,çia na apJica1,'c'!o de pr'inçipios esp.:iciais e ~oogrâfico5, ao plane-
jamemo urbano e regk,nal. Desde que- consegui, com difü:utdadc, atg,ima li-
ter.itur.l a respeito dt-sse assunm, achei imporlánte tentar preparai' aJg:uma
rois a, mesmo que isso Sé tomasse insuficiente. No decorrer do aodíl.ménto
desse- projeto ~ ra1, tornou-se ropid1u'nt'fltC óbvio Qtle tle- não noderia ser fei-
to em abstrato. Por essa raz.lo, decidi r<:llli:zá-lo num contexto com o qual
pudesse fami lia.riz.ar·mt lmedi:munente ; e. ainda:, que fosse ampfo o bastante
para proporcionar ~xt'mplos materiais e um cabedal de cxperié'ncia ao qual
pudesst• recorrer quando n~ ário, Como h.a\·ia me transff?rklo para 8 fllti·
more. pt1réc:eu•rrW;> apropriado tomar cs~a ddade, junto com outras que eu j:\
conhecia, como rE"ferfrtei.i, em relação à qual pudesse explorar a.~ <lll~tões
que .surgiam do f,u o de projetar considerações: fil0$Óíic;:is, sociais e morais na
matriz tradicionaJ da r,esquis:a g1;.-og.rMica. D-ai~surgiu a pn,'O(.'l.l~Ç-'o com o
p-lanejamcnto orbaoo, os sistemas urlJanos e, por último, com o ucbanismo
f?m gc:ral.
/\ int1.·r.1~1lo<·nm· :111ro1.·ur.i de.' •'ii:Jfü1s parn suscit.ir idéias'· e os n~uha<los
dá investigaçlo m3tcri:d e da experiência pro..-orou uma evoluçto em minha 1110 mcxlo que os processos scciais SilrJ espaciajs. Retratar hem a interp("l'l.etr:1·
concepção 8er-..i.l de urbanismo e problemas uroanos, asslm como em miU:h:a.s \~lo do processo :!iôe'ial e <la forma es-pac;ial. que nasce da pdtica h umana. l
observações sobre tópicos tâo diversos romo a naturei.a do e5paço, a natun..-... um problema implicito a ela, a ser s.upc·rndo por ela mais do qm: um proble-
:za da t-t-oria. e, claro. a n:itureza do conhecimento e d3 pesquisa c:icmifica em 111,11 que se ligue âs propri('(iades da realidade r.m si.
geral. Os ens.aios reunidos nn te livro foram escritos em condições variadas Ü$ quatro temas que circundam e.ste assunto -central, a respeito tio rroces·
ao loogo de um çaminho prog~ivo. e par isso representam a ruscória <le ...c, -.ocial e da forma espat.·ia!, eStáo íreqllememe.me submersos no t'Ontcxto.
um ponto ck: vi:5-ta t'"nl ~·olu~. Não considero esce relato como idiossi.ncra~ 111.ii) teri<lern u .;:mergir em ,noroentOS tn1dais. para COll5idcraç:To explicita,
tico cm relá(:il:o a mim mesmo (embora ex~stam, al, provavelmente, alguns d:, mC'.sma m.a.1,eini. <111e sào procuradas rdtrf ndas p~ra guiar a :máli.se. Os
asp1..>ctos que pOSSam ser interpretados desse modo). Ea espécie de coisa que 11·111aS interagem como se esth.-essem num caleidoscópio mágico - áS figuras
prarfft' ser iJle\•itá,•el qu.mdo alguém busca u m caminho adequado e apro~ l 110,•cf\"1·$C: circularmente diante dos olhos. mas ela.~ mudam 1an10 a form3 e
priado para. de um lado, obter um JX)flto de vista .sólido cm filosofia social e .1 nlf" qut· <- d ificil salx.·r st• ~lc, nu não as nx•<;ma~. o u ;u(· Olc~n,o. se clifcre-nu.>s
moml. l' . de:· o uuo. apontar qt1
c-:r;;tôr.>s materiais reveladas pelo esrndo dos cen• urnas das OUtriLS. C'..omo as imagens rHlô se tornam rapidamcnue daras para o
WlS urbanos n o mundo ociderual. loi-itor, porque ela$ se a.g.itam em rornodo tema forma-espaço-prot.-c.sso soc:iaJ,
A e,,·olu.(ã.o que ocorre nos en~ios. dá origem, naturalmcmc, a Cóntradi- r mfl(.·nhar·me--ci llt>Sca introduç!lo em colocar <'Ol evidência a füionomia dt>
Ç<X$ t: inconsist~ncias entre eles. A abordagem geral çontida na Segunda e~ida uma defas. A dificuldade que este procedimento cria ê que os temas St.:'
Pane/: subsancialmente di.ferente (e creio, mais elucidafr.,a) da que est, na 1r l;1t ionam t: $(' reflerem uns sobre os outros de maneira tão compll?l:a que,
Primeira Pa.rte. Além di.sso, os últimas capítulos sanh.trn mais significado se i-...,l;1r cada um para conskleraçOcs espe-cificas. pre-judica.ria a evolução geral
enlendemos corno foi a1ingi<k, o pOl"llO de vista geral que eles cont~m - dai ti , pc,.-ns;.1,memo sem possibilid~ dt• correção. Como o meu ~'f<lt>ÓSito. aqui,
a importância ~m regi.'ilrar o processo de pesquisa tal como ele se desenvol- t'· lornLx:er reft?r(1X'ias J)ara o leitor mais do que um cuidaclo.so resumo do ar-
veu. atnNés dos \'1irios ensaios aqui reunidos. É umbl!m impQrtantt as$ina• 1:11n1t•nto, limitu•me-ei a descre-ver eo11l0 cada tema é prOflOSIO no rnmeço e
la!' ~ue o cometldo material da Primeira Parte não ê deixado de lado, mas é. n ,mo ele aparece no fim. Deste mo,;!ú, es.pçro tomar (ácil para o leitor rom-
incorporado, ganhando novo s ignificado, na estrutura c:volut.iv:a da Segunda 1•r1•1·nde-r como:. o atu rcz:1 d:n teoria . a narure1.a do CSllilÇO, ô\ 11.1mrez:1. da jus-
Parte, 01;:1sotia! e .t nature1a do urbanismo slo \'ÍSta.c. clt: mam•ira c;ub~tatlCialml!-nte
Rc:flc1inda sobre a evolução do pensamento que ocorreu, posso identific:n ,l1l1·t'n1lt· 11 1hc.1.li, lt-1 Q\Jt • c1 a11·lli\t' :t\':lnfa.
um dc.-scmvolvime:nlo de quatro temas fundamentais, que se interligam cm
tomo de um as.sumo central perman€"ntt> e inalterãvel. Os proctSSOS sociais e 1 J\ Naturera do 1!',-,,Td
as fom1as esp.i.ciais s.'lo, na maior parte, das ve:r.es, d istintos t!m nossas men-
tes, se nâo na realidade; e tem sido urna QUCStãO fundamemal para mim, A (·onsi,k:mção inicial da teoria opCJE••se a um:a St:paraç:Jo anificial cn1tc
ck>:Sde muitos anos, saber como conc:iliar a ruptura em nosso f>'=OS,,'.lmenco do 111e1otlologi.1 e íilosofü1. Nunai tem<'i t'Ssa :w;pani<;io como àlgo mais do que
(111v Jf'1lrtm:am ~•r duas modalidadt":'; di~ti,ua.s e irr<'<.'Ol)Ci!iávcis de análise. 11111.i quesHlo de conveniência, mas(• ~ pontoso o quaruo a conveniénda pode
NO$ cnsilius comidos 'neste livro, há um.i evolução na maneira pela qual e'.5-· h .1r ao erro. Oess,:1 SCJX!tàQlo flu i ~ cendt'!ocia d~ rornac os fotos: separ;1da-
ses problemas s.'lo concebidos, assim como nas soluções q1.1e siO pr()p0$W: 111,•111l' <los v,1Jort·s. os. obi(,ws it1tlq ~nd1•11ct>n\l.' mc· dn~ >uji.·ito::,., .i:- · -~)j~~··
para eles. No CapituJo I, por exemplo, o problema e definido como lingUiSli- , c1t11(1 possuindo umà identidade irKféJ>éndente da pen::cpçio e da ~Ç:io
co e slo explo radas soh.1ções lingüiscitas. Mas, no Capítulo V. o problema tmnrn)a, t· u prol't'S:-.0 ··rrfra<lo'' <l,1 tk-s,:ob1.•11a n.'lfHCI ~ 1}.;"Jrádo do prrM.'t'~SCI
toma se próprio da prática humana (na qual o problema lingUís.tko está im- · ·1•l1blit:o · · da mmunkaç·â(l Jo.., n-sultados. Tod.L'i t::s..~s t<'Od(,t\ciiis C"'il:ln da-
plidto} e as soluções. por isso, são propostas num mesmo âmbito. A distin 1.u11t•n1t• c.•xpostas c.•n1 Exp/,w4tion i11 Ce,11(11Jpby e puJern S(-'f ohscrvadas no~
çào entre processas sociais e forma espacial é sempre considerada mais como . ~.,.. primeiros capitulos deste lh·ro. ;\1ualmenre. rejeito e,sas distinções co-
artificial do que real~ mas, nos últimos capituios a distinção e concebida co- 111o.111rt·judiciais para a análise, mesmo em sua forma aparemernentc in,ofrosi-
mo irreal m3iS do que como 1cndo scn1ido diferente. As formas espaciais s.1o ' ·' il,· um;i S<11=ir::t(;;~lo d(' ('OO\'t'1lil.1-nci:t. fnkialrt1t•1ue. 1amb("m fi rmi:::-i {'I ponto
cruão ,,ist:as não como objetos: inanimados dentro dos quais o processo social ,Ir· \·i,1,1 de que a con:-truç!fo da teoria 1-equer a eWboraçilo de uma linguaj;cm
se dc.:sen..,olvc, mas como coisas que· 'contem '' os processos sociais. do O'k."S· 1'1°1 1n;1 t• adequada. rom si)tniíicaclo~ <" dt.tfíniç('ie-. {ixo..:;, que puck-ssem sc·r

2 J
cmpreg3dos para ''indicar'' fenôrm:110$de um modo logicamente consistt'flte. relação t.ntrc. objetos, a qua! exis-te some-iue porque os objetos. existem e se
Reconheço que as definições puderiam insinuar c:ondusôes, e QUt um sis- relacionam. J-lá outra arepç'llo segundo a Qual o espaço podt ser tomado
tema dt> r<·nsam('nt0 rnnstruido <.'Ofll definições. rela(U('S e categorfas. fü:as, como refati..,0 , e prolX)nho chamA-lo ~paço relacional - espaço tomado, .l
1v>(k-ria inibir majs do Que fat..-ililar noss.i cap::tCidadc de compreender o mun• m:meira dé Leibniz como estao<lo con1ido em objetos.. no sentido de que um
,h Ma..,; ('Sll'S parccc.-trl ser os problt-mas menores, ineremes ao processo de obiielo exi!>te some~t" na medida em que contbn e representa ~mco d~ si
pc.'SQlli!'-:.1 ci(·ntífica con"IO um todo. Agora. infiro que os procedimentos. de ehl- próprio as relaçOes com outros objetos. No primeiro dos ensaios com,00$
bor;i(ão de <.'ttlegorias. sio bastante fundament:,1is: são ...irnis. para entender co• nes1e livro, a Ql.l<-:$tão a respeito de um ponto d<: visto relativo sobre o espaço
,no as cat~rias se <.-stabe!ecem e, part:icularmet1te. como elas b-anham signi.fi- (.• postergads. Mas, este casa t: também põquisado de- modo 1,anic1,1lar. O ~r-
('atlo e 5(' trnnsformwn. reciprocamente. r,o uso. Há uma tendên<'ia. por isso, ~t•m•:n11, l· (•llH116~irn. pr0t. un1n<lo tcsolvcr a qul'Slào • 'o <JU(' l- o e!>paço? '.
em ii'!dagar. nn Segunda Pan e, sobre os significados estabelecidos contextual Ak:111 disso. esta q1.1estiio filosôlica C p12nsada como tendo sotuçlo filosóíic.a
e relacionalmcnte - signi_ficados. em outras palavras, que são lOmados 011 linguíst ica indêpeOOente de tudo o mais. O procedi.mcn10 utilizado e o de
como em movimento. não de um modo fortuito ou art,imí.rio, mas corno que uma vt z. descoberto o Que é espaço e dcscolx!rt~ os modos de reprC:Sctl-
uma parte do processo atraves do qual a socic·dade adota cenas linhas de pe:n- lá· lo, podemos. em30. avançar em nossa an:ili~ do fenômeno urb<mo. imro-
samemo para racionalizar certas linhas de aç~ de prek>~ncia a outras. Hã dur.indo nosso entendirnemo do comportamento h umano em alguma con-
uma evoJuç:Jo paralel.1 no que diz rõpcito â abordagem. De uma posiç;'lo ini- cepçào geraJ do espaço. Este procedirnen10 torna-se pouco .signiíic.i.tivo nos
cial, na qual a veriíicação é 1·omada como um.a qucs.rn.o de se estabefoc;c;:r it.ltirnos ens::1ios (particularmente no Cwírulo V) e o C$pà,ÇO coroa-se o q,1c
(atra,•es <k: procedimentos. 1-,~ralmeme aceitos) a aplicabilidade e a rele,..·3ncia fa1..emos dele durante o processo de análise mais do que antes. Posteriormen•
empirica de proi:osi{OC>s :ilb$ttatas. caminho ()àJ'a o ponto de vista de qut ela t<>. o es-raço n1io e nem ab$oluto. relativo ou relacional em si m.e.smo. mas
nãci rodt o;er ~,,a, c1<la <la Jlí'.itit.t soci:JI em géral. t·U vários 1ipo:;. de tt'Otia {'-(Mk t.ransform:11-sc cm um ou em outro. dependendo das circunst{lnci..as, O
<.'OIYI funções distintas a desempenhar num contexto sodal, e e.ada tipo possui problema da correta conceituação 00 espoço e rewlvido atravês da prática
ptocedimentos páJ'ticulares de verificação ligados a ela. A distioção gera_! humana em relaç,.lo a ele. Em ou1ras pal.1..,ras, não há l'espostas {i.los6fic-il.S
(t"JCpt-essa na nota do Capitulo IV) entre teoria do status quo, nwolucio-ndria e para :;is que.s1ões filosóficas que surgem sobre a natute,..a do espaço - as res-
contrt1-revolucimstiria fornece alguma rcllcxlO para a questão da '>·erifw:açilo. po..-.tas <'St:lo n!i r,r:itica humana. A qut"-tão ''oquei.•o es[Xlço?· • I!. alem diss,o.
A verificaçJo e conseguida através da prática, o que significa que -a teoria I )>Ubs.tituld.t fl(' \11 qm·stilo "o q11e t ís.-.o qlJ(.• à.'- lliferc-ntt'S prátiça.,; h u111am1s
pi·1tiai em um sentido decisl\•o. Quando a teoria se toma pf8lica atra,,es do críam. fai..eodo uso de distin tas conceituações <le espaço?''. A relação de
11:-.0:1. t·ntill.1. (' ~t, l•n1<l1--i. da é rrnlnwmc ,reri6<.-a<la.. Sub1acente a essa ques:tlo, propriedade, por exemplo, cria espaços absolu1os dentro dos quais o c:ooirolc
e rertamertte sob toda a evoluç.'io da con~ão de tooria contida nest~ t!'n• mooopalistico opera. O movimento de pc:s soas, bens, serviç0$ e informações
~aios. es1A, n.lHlíalmente, a mudança posterior do idealismo filo:sófico para tem lugar num espaço relativo, porq ue é preciso dinheiro, tempo, energia
urna imerpretaç:ão matc::rialis.ta das ideias, tais como elas sur~ m cm contex- etc.. 1X1ra ultrapassar o atrito da <li.stãocia. Par~las de 1c:rta tambl-m propor•
tos históricos particulares, cionam di\•idendos porque i:-la'.\ relacionarn·s«.' com outras p;1rçel:i.,:;; as íorça~
potenciais de1:nogrMica:;. de 1nercado e ,·an:;o. são bastante reais de-ntro de um
2 A Nolure-::.il do fapaçfl sistema urbanot, sob a forma de renda do esri0ço relacional. sur~em como im
portante asp1.."'d.O <la 1)fática soda! humana. A comprec,.11.sa<> do urbani:;mo e do
H.1 várias manéir.:is pelas quais podemos pensar a respeito do ~paço, e é rema forrr1a-t-S1:,aço-processo social requer cnrcnck"f" corno a atividade h uman.1
basicamc,.'1lU!' dele que se de\·e formular uma concepção correm quando se de- cria a ne<::essidade de conctilos esp0ciai5 4;::;pedíicos. e como a pr.Hica soci.il e
s,c;ja compreender o fenômeno urbano e:: a sociedade em geral: mesmo porque cotidiana resol,·e, com aparente tranqüilidade e perfoiç90, os mist~rios íilo50-
a nat1'.feza do espaço tem permanecido algo misterioso na pesquisa social. Se ficos profundos relalh'OS à na1urt"1.a do espaço e :is refaçôes enlre o processo
wmam():'> o t:.•spaço c.:omo absoluto ele se toma urna '' coisa em s-i mesma'• com social l' :as formas espaciais .
uma existência independente da mat~ia. Ele possui então uma estrutura que
pod(;'fll0$ utilizar para dassiftcar ou pa.ra indi,·idualitar k:nômenos. A canic·

terir.açdO de uin espaço relati,•o propõe que ele de"e ser entendido como uma
plrnlo VI, não é colocado qoc a produçlo é distribuição e que a eficiência 4
eqüidade na di.stribuiçio. Aqui, também, acaba-se por reoonheeér a <lefiniç(lo
A.,:; qut:~ões de justiça soei.ti sào abordadas. inicialmente. como se a filo• de renda (à qual a justiça distributiva se refere) é ela própria definida pela
sofia social t mor#l fosse um camp0 distinto de pesquisa. alt.t\'és cio qual produç~. O reforço do oonsumo através da cri.ir;ãO de necessid;11des e o que
princJpios éticos: absol1.a os pudessem ser ilfirmad05 com toda a íorç.1 da lei Sé segue é ent.k> visto c;0rno parte do processo, através do qual e ass.e,gurada
1110ml. EssC's. princípios. \lma \'el. est,i,belocic.Jos, podem emao ser miliiados, uma demancfa d c1iva de produtos.
Cu'l'IO pressuposto. para a\ :&fü:1.r t'\'e11.tos e aci,•idacles no contexto ur baoo.
1
A supre5-São d:a distinção entre produç~ e distríbuiç:iio, entre eficiência e
fati.\ implic::it11 nesta abordagem a dist..inção entre, de um lado, .._ obse1'1,1.ção justiça ~ial, e parte da supressãô geral de todo$ os dualismos des1e tipo. de·
e. de outro, os valores n.:i base dos quais emd.x:lccc-.se a marca da aprovàÇàô sempenhada através d.i aceitação da abordagem de Marx e de sua técnica de
ou desaprovação moral. Esta dis1inção entre fato e valor (que condiz. com a análise. A e\loluçiio que ocorre nesses ensaios é a de uma concepç1o liberal
distinç-Jo entre metodologia e füosofi a) é um dos inumcr.ivei:s dualismos que, do problema para uma concepção socialista (marxista). Caminho de um:íl
mmc) mui1c~.. filn:,.ofn:~. slssinalaram. imerpeneuam a filosofia ocidental flCT!:i· predispos.ição de encarar a justiça social como uma questão de justiça e mo·
terior à Renascença. Esses dualismos pôdcm ser ace:it~ como um fato da vi• ralidade etemas para olhã•la como algo contingente :aos processo:; ~ iais que
da ou ,xxlem Ser -atenuados de algum ,nodo. Kant, por exemplo, construiu operam na sociedade como um todo. Não se u ata de q\1e a justiça social deva
um el::iborado sis1e,rnt de pensamento destinado a unír os dualismos em uma ser tomada como um conceito mcrarnc:-nte pr;11gmãtio:i, que p0ssa ser mudado
filosoíi:'1 coerC'f'lte, mas na d:iboraçâo foi forçado a terorrcr li doutrin,1 do a à ~•ontade. ~gundo a ronvenienóa de qualquer situação. O senso de justiça C
prifJ1'i. Marx, conrOOO, coloca por terra as distinções e de qualquer modo um<il crençli profundamente :arraigada ern muitas mentes (loduindú a mi·
r roclama o fim de toda a filosofia {desde então Quase nada rõcou para filc;,:,.o-. nha). 1\1a.\ . M:íltx colocou a questão ''por que t-s~as cren~'lls?'' - E essa C uo1;;i
fa r no Sí!ntido usual do cem,o). A filosofia p1'0S$Cf,;,'UÍU sem õrnora:er, sub· qi.1c.s1ão perturbadora, mas per{eiurnente v:àlid2. A respo$ta a ela nao pode
seqüenu·mente :i analise de Marx, m.:is sinto-me indinaclo a aCE"irar o ponto <;l'f t't.~tiu<l.i de abs.trações. Come, na éJuestao do é.~pa(o , niio exim• resposta fi.

de vista de Marx sobre o as!.\lnto. Isto nâ'o que-r dizer que a ética .se-j;:i su· Josótica a uma questão fílos6fiaa - somente uma respc,sca obtida do es.rndo
~ rflua, p0rque existe uma ética marxista a respeito. Mas. i.sto se rd!K;'.i()na da prática humana.
com o fato de que conceitos de juSLiça social e moralidade diz.em re.~pcito à
r rã1iCil humana e nela residem, mais do que em argumentos sobre as \·erda· ,1 A Nt:lureza drJ urbanismo
des t>ternas :1 serem auibuidas a esses conceitos. Para Marx, o ato de obser·
vario ato de avaliação e separé·los C forçar uma distinçlo na pr:itica huma· Uma leitut,:1 dos Capitulos I e VI indica que o ronceiro de urbaoismo sofre
na <1ue n:lo exi.ste na realid.:ide. i:nuda.nça CQll.Sidetâvd através destes ensaios. Inicialmente, o urbanismo é
Um outro aspccco desse problema merece esc:::JareCUTll'nto porque dcmons· tomado romo '·uma coisa em si mesma' ' , que pOcl~ ser t'ntendida como ta.l
tra com exatidão a evolução das idéias n(."Stes ensaios. No Captrolo II, as fOl"- (coruando que po%amos ultrapasS'Sr as barreiras colocadas pela trag.mencação
ças que sovernam a redistribuição da renda re.a.l num si$tema urbano s:Jo disciplinar e o imperialismo ac:adt:rnico a respeito de sua análise). No Capitu-
examinadas em de1alhll!'. Nt>s(e capículo, ::1 quest:lo da disLtibuição é examina• k, Vl, o urbanismo apátec:e como um ãngulo favorável para desvendar ai·
da como se fosse i.meiramcmc independem-t da questao da produç;Io. Essa e 1,tu ns a.~JX'('tOS relevantes dos. p1'0Cessos sociais , que operam na sociedade co-
uma abordagem Upica do liberalismo (por isso o titulo da Primeira Pane é mo um todo; e ele se torna. JX>J assim dizer, um espelho no qual outro.-. as·
''formul,1\'Ul's l.ih<·niis' '), Um reprc.o;cntantl' cootemporineo dt.'Sta abordíl· pectos da sociedade se: rcfü.-tem. Essa traosformação ocorre particularmente
h"l'nl é John Rawls . rnjc, w,lumoso trabalho A Theory Q,f jUJJice (1971) con• porQue o urbanismo oomcÇ1 a ser definido relacionalmcntc. O centro urba·
1ém uma <.nlo(<'!ií,~> C':-.plicirn td,R• a naturC'z:a d~ justiça cfis1ributh1a sem m1.--n• no. por exemplo, é tomado corno ''contendo'' uma periferia, p0rque não ha
cionar a 11roduf,"àn: cst;1, rnp.,'lc.•·sc.~. S!:rà tratad.i. pre:ru mivelrntnlc, ,através dos ce-ntro sem periferia. e cada um ajuda a definir o outro. Do mesmo modo, a
mecanismo..,:; atuantes do mercado. O ponto de vi.sta de Rawls ê objeto de supress.:Jo da distinç:io entre produç.lo e distribuiçlo exerce imp:léto sobre o
uma di.scussJo explicitit no Capíni.lo 111, mas esse ensaio é transitivo no stn• modo pelo qual C vi$to o urbanismo. Assim. a coruideraçào inic:ial do urba-
lido de que se reconht.."'<:c que a i;iroduç~ e a distribuiçk> se rcfaciooam entre nisn'K) romo uma · 'coisa em si m1,.,sma' · desaparet--e na consideração de todas
~i. e a efi.c~ncfo de uma dii respeito ! eqüidade da outra. Mas, até o Ca- as íac:ew. do homem, da socledacle, da nature:u, do pensamento, Wl idoJ,lo·

6
gia da produção etc,, edificadas cm torno do cont."eito cio urbanismo definido ~· \"õí1lor. na me<lid.1 em que afota o conC:."t'ito de rmda como ' · reC\.li"SOS sobn.••
rehidonalmeme. O urbanismo, proporciona uma linha de argumenta\'40 que postos· •, conduz proVl!velme-nte a que ques.tões iinpélrtantes :5f:jam solapad:as
permitt- alinhavar tópicos importames, mas. aparememe:nte, disparatados. A num relativismo desnudo e disforme, para. o qual nenhuma solução toma-se
cocnpfoxidade do urbanismo nito dt>\'t> ser atribuída il complexidade incrc:nte fl05.Sivel fo ra de um juíw de exo rtação moral. O Capimlo ID represema um
aos Íc;>nônwnos que;> estuda; rdk•k nwrnm('flte nossa habilidade,., em consrruir cs.farço para colocar a questão da justiça social <.: do espii.ço em foco, mas, k>·
uma intrincada trama O? argumentos em torno J e u m oona-íto do mesmo e, .llO que as soluções ~mergem elas permanecem como c-a.rat:teri7..:ação arbitrária
Sendo assim , nào J)OOemos: prop0rciunar um:;i compreensão dck através de da natureza da justiça. social. O Capitulo TV marca o ma ruptuta corn :a abc1r-
pesqui.~as lnterdisciplin1m:s, mas sim uma compreensão das contribui(.ÕCS di1gem antedor, e de um modo cru mas exaustivo começa o processo de re-
disciplinares Jtr.tvês de seu e5-t\ldo. O urbanismo e as tr.tns formaçôes. sociais fotmulação dos problemas como soluÇÕé$, e d!l.5 soluções como problemas,
e espaciais t:okx;adas em sua evoluçãO constituem o duro tçste de realidade Os Capitulos V é VI buscam consolidar a estrutura cn•, olvente fa:rendo U50
par-a a teoria sóéio-g~~rMic.i. E. ro1~1ó demonstra o Capítulo V, muitas de 1;:xplicito da anâ:lise de Marx quando ela par«e apropriada. Ê nesses t cfs Ulti•
nossa.~ tc.>orias na.o se situam bem em meio t iiô agressivo. mos capltu\o.s que algomá$ linhas fo ndamemai.s de pensamemo e maneira de
pertsar são indic~as.
O:.-íxo ao k-itor jul~ r se (' a Primeira ou a Settunda P.irtf' a qut· cun
tém II análise mais produtiva. Ames desse julgamento se.r feiro, há dois pon •
Insista-se em que os quatro temas i..~dos. aqui, não c~·oluem indepi..'11•
ro:s que gostaria de enfatlz.ar. Primeiro, reconheço que a an:àlise da Sc-gunda
dentcm<.->nte uns dos outl"O$. f-lã similaridades e interações entre a.,; evoluções
PaneC um ponto de í¾lrtida que levanta novas linhas de ~ns.amento. A anil:·
descritas. As mudanças n.1 conceççJo de espaço e dl.' justiça soci:tl são con-
Li.se é, partiénlarmente, pouco usual (a d.a. necessidade} mas, seu \'igor, para
sistentes, para a teoria, com a mudança na abordagem. f.sp11:ço, justiça social
mim. pode t~-la feito pa.recer. as vezes, áspera e-, em outras, desnea-ss:aría•
e utbanL,;mo s.3{) torlos visto~ inid almt-ntc, como tôpiuv... .. <•m 5i me,,;11105".
mc;nte complicada. Solicito cc-na dose de indulgência a t.SSC rt sp<.-'1 to. Scgun-
que pcxlcm ser estudados abstratamentt:t desde que se estabélec'fü o que f es•
00, Marx dá um significado l--S.p<..dfico a ideoJogfa; e ele a loma como e:.:pres-
paço e o que é ;1 justiça social, entilo, pressupõe•.sc, pode-se proceder 3 análi-
'iJo inconscienle. das idéias e ctenças .subjaçen te3" Que se referem a uma situa-
se do urbani.smo. O reronhecimê;nto de que esse.s tópicos ntlo pOdcm ser
ção social panitular, e m contraste com a exp0sição critica e consâente de
compreendidos isoladamente uns dos o utros e que os dualísmos implicit0$
idêias em 5Cu oon1ex10 socia[, que é lreqüenternerHe chamada ideologia no
contidos no pensamemo ocidental não podem ser de.sfeitos, mas somente su•
Ocidente. Os ens.aK>S na Segunda Parte sJo ideológicos no sentido ocidental,
primidos, leVll a uma evoluç,.lo simultânea do pen:;amento em rodas as fren -
l'flQuanto na Primeira o slo no stntido marxista.
tes. E l!, naturalmente, ,1 força da anãl~ de Marx que promove tal rccooci-
liaçâo entre tópicos dispares e a suvresSio dos dualismos. sem a perda de
tontrole sobre a análise. A emergfrx:ia da análise de Marx como guia para :a
pesquisa (por cujo uso suponho que seja _gratuitamente caregori,;ado como O:s primeiros quatro atpitulo:; deste volume ~o reprnduçüeS snbs.tanciais
urll:1~ 1"ltéi{· d1.• · 'nwrxi~til · ') R'qt1r:r 11inJa alµu,t~ n m!mlàrios. Nl1.1 mt· volto de trabalhos j:à publicados. O Capítulo I fol pri~ iramente publicado com o
para ela isento de algum senso t1 prio-,.i de su:;i inere1Jte superioridade (ernbor.t título ''Prcx;e-sso Soc-ial e Forn1a Espacial: uma análise cfúç problemM do pfa·
me ache naturalmente s intonü.:ado com sua pressulX)SiC,:o geral de um empe-, nejamento urbano" em Papur o/ Regir>nd Science Astocfut.io-11, \'OI. 2~. e
nho em mudar). mas, porque n.lo encontro out r o modo de efetivar o que l'Stou em dívida com o editor pela permjss.Ao de publicá·lo aqui. O C.apitulo
pre-1.endo fawr para encendf-1" o que deve ser entendido. Os Ca-pitulos 1 e U, li, micialmente incluido no Capitulo I, mas diminado por causa do 1anU1•
por exemplo, ainda s!Jo colocações adc;quadas sob cen05 l!Spectos, mas .sur- nh,o, foi ampliado para apart'Cer no vol. 22 do Colston Papers em Regi<>nal
b-'em neles problemas aparentemente insolllveis. A abordagem da quest.Jo cb ForectJstinc (f!dit.tdo por M . Chi$holm e publicado por But.uworth Sâenli•
(:S{'aço no Capitulo I coJoca um d ilema irreconciliá,•eL que dcgeneni em um fie Públicatioru, Londres); estou em débito com os membro.s da Soci('(}ade
relutivismo Ck-snu<lo e di5forme. A abordagem da soc:iedade urbana no Capltu· Cofaton pela permissão em reproduzir e~a matt ria. O QlpilUlo JlJ (oi um
lo 11 proporc:iona uni arcabow,'ú útil p;m.t eoten<ler algum, mecanismos impór• trabalho relatado na sessão cspec;::ial de Geop11pbical Persp~ti11e-s on Amerl-
tanres que openun denttQ do "processo urbano"; mas, a Séparaçlo entre fato ~·1111 Pwers;i, no 67° Encontro A nual da Associação dos Goografos Ameriai-

8
oos e foi publ!c.:ado subseqüememente em A11ttpode J\.fon.ngraphr i,1 Soci.rJI
Geograpby /, sob a direçao editorial de R.c:hard Pttt, que deu pcrmi~~;lo ra
ra republicar essa matéria. O CapltuJoJV apan..-cf!u t-rn Perrp,ctivu on Gto•
jfraphy, vol. 2, e gos1aría de awadt.'•et!r ao edimr geral Harold Me O,noc•I. <'
â Northero llliooi..~ Univer:,ity Press pela permissilo de reproduzir esse
artigo. Os Capítulos V e VI s~ contribuiç:00 originais para esre \'Olume.
Gostaria 1ambcm de agrndecer a nunw~ JX$Sóll.S que. JH'opositadamc:n·
l(' ou não. comribulram (XIH ~ rcda çãô e.leste livro: M,nd:il Mer-r)' inc i-
t01.1-me continuamente- a isso; Lata Chalterjee forneceu uma cópia de dados
expcrimt ntai$ sobre :a dinân)ica do mercado imobiliário; Gene Mumy, Dick Primeirà Parte
WaJh-r e Jõrrt Rarnbrock n·10.mar.tm-.s<· amigos participántts; e 8.i:rbara, FORMULAÇÕES LWERAJS
John e Cláudia por seu zelo e vitalidade salv:1ram-1ne, às vezes., quando o ce-
ticismo parecia iminente. T itus Je-rry Corndius, John Coltrane e os Beatlõ
tamhém ti\"e ram sua p3rte. Finalmente. gostaria -de dedicar es1e livro a todos
n:; bon:. jornali:.1:as rf-prc.i.c-n1adas em qualquer pane,

]1meiro. 197).
Hampdd11, Bt1Jtim1Jre

IV
CAPITIJLO I
Processos Sociais e Forma Espacial:
(1) Os Problemas Conceituais
do Planejamento Urbano

A cidade e visivelmeme, um.i coisa 1,."ômplicada. Pane da dUiculdadc que


cxperi1m:n1amos em Hdar com ela r,od(! ser a1ribuída à ~u~ complexidade inc•
ren1e. 1\.1as, ~os problemas podem tambl>m s.t"r atribuidos :i nossa falha
em cont~ituar çon ccamcnte a situação. Se nossos c.·onc.x~iLos ~o inadequados
ou lnoonsiSte-tllé'S. n:to podemas esper:;!r identificai· problemas e formular so•
luçõcS p01íti<'as apropriadas. N~tc.,. c:n s,üos, portanto, quero ck..--<licar•n1t!
ar.coas 305 problema.(; conceillláis . Jgnorarei a coinplexidad~ da prôpria
cid.1de e. em vc:r. d isso, procurarei expor alguns dus. problemas que nós
l'DE'Smos rm:,clm.imos por nossas maneiras caraçtcrístic.'a..'i tle olhá-la. Um;,1
s(·rie <ll' problemas (OOceituais surge da <..--s1x.."éializw;ào acàde-.nit"a <' profi.ssio-
nal no que dii respeito a anos :t*ectos do proces..,;o urb,.mo. Evid(,>ntc:mente,
;t cidade n:lo pcx!(,' st"r conet:itur1da em tt'fmos de nossas cstrutur.as disci-
plinarts atuais. Ainda existt muito pouco indicio da t)(is.t&icia de um-;i
estru1urn inu:rd!!iciplinar c.·mcr,gc.·111c.· Lk· u1mo pensar a t..:idadt.', (1'.:ixamlo de.•
lado .i trorizaçiio. SociólQ~. economistas, geôg.rnios, arquitetos. plrmejado-
rC$ urba11os eu..:.• toJos pare1..:em anr s.ukos isoladamente ~ \'Ín:r em seus
próprios mundos conccitu,u s iec:h:;i005. lcvcn (1968, 108} assin.1.lou que
muirn pesquisa recente trata "de problt<.mas n.a cidade mais do que da dda•
de" . C.,d:;i di.~iplina usa a t.idaot' como um laboratório no qu:;il te:;la prQIX.)•
s!çQ(:s e teorias, mas neflhuma disciplina tem proposiçOC>s e teüriàS sobre a
ptôptit cidade. Este Co princi~.I problcrm a ser superado St.· estamos decidi-
dos a en1t11der (o control(' :i p.'trte) a complu idade que é a cidade, Se d('Seja-
rnos fa1J.>r isto, çcmtudo, dé'\·é"l'riO!. tl'tUar resolver alguns probkma$, metodo-
lósicO!i ç c;om:<-ituais. ~xtraor<linatiameme dificeis.

13
A Ím.J~iwçdo geogrdfica versus a imagiMfdosodológica comunismo no Vietn:'i. T ailândia e no Laos ê O\l nlo importante pat'll ele
onclt" quer que cst:eja. Isto o conduz também, a c,'11c,.irar e a usar, criativa-
Qualquer Leoria geral da cidade deve relacionar de algum modo os proceS• me,u e, o espaço, e a apreciar o significado das formas espaciais criadas pelos
SQS sod.ais j forma espaciaJ que ela assume. Em termos disciplinares. isso omros, Esta "con.•;ciênda espacial" ou "imaginat;Iio geogfc'tfica" est.i expli-
implica imeiuar duas tradições importames de pesquisa e educação : cham:1- <.' it,1 em moitilS discipliníL.~. Atquiletos, :mista. desenhist as, pl;mej:adores
rei a isto conslruir uma ponte entre aqueles que possuem a imaginação 50• urbanos:. geógrafos. a ntrúp6logas. h i.storiadores e(c. todos a pôSSu em. J\!1.as,
ciológica e os imbuJdos de uma consd~ocia õpac:i:il ou de imaginação geo- ela tein por rnis uma trndiçé'lo an.ifüic.i muito frágil e precári:íi, e sua metO<b-
g:ráftc~. logia ainda perm:;mece foMementc apoiada na intuição puta. A ~')fincipal pre-
J\'t ills (1959. 5) dcline a ''imaginação sociológica'' como alguma coi!ta que sença da consci('nó:i c.-.pacial na cultura ocidenral se encorura, ainda hoje,
''habilita seu possuidor a entender o mais amplo cen!rio histórico em ter• nas ª"cs plâ.~ticas.
mc,s de seu significado par.1 a vida interna e a atividade externa de uma va- fu.:i.-a di$tinção entre as imaginações geográfica e sociológica e artificial
riedade de indivíduos(... ) O primeiro fruto dcss.i imaginaç:O (...) C a ideia quando a relacionamos aos problemas da ó c:ladc, St!lldo bastante reaJ ao e:<a·
de QUE' o indivíduo Pode cntendt-r sua próprfa experi~ncia e medir seu pró-- minarmos os modos ati'avés dos quai5 pensamos a cidade. H á muitos que
prio destino somente .localizando a si mesmo demro de seu tempo; de que de estão <lomlos de poderosa imaginação sociológica (CL Wrig.ht Mills entre
JX)(leconhtcer s:uas. próprias possibilidades na ,,ida 50fllence se tomando cons- otilnlS) (' (I\K·. n .lo obst~1Hc. par..:l'.t'lll ,·i\'( 'r e trdbalhar Jlum m undo a·c$paci•
ciente das de todos 0$ indh•íduos nas suas circunst.tncfas ( ...) A imaginaçlo ai. t-lá tánilx-m os que, dot.idos ck podcros.a imaginação geogrâfic.1 ou conhe-
sociológica habilirn-nos a captar a hist6fia e a bio3rafia, e suas inttr•re lações cimento espacial, falham em r<.'lUohccer que c1 maneira como o C.-'S~ÇO e enca•
na sotiedadc ( .. .) Por mis de seu uso há sempre a Uf'~>ê.nda em conhecer 0 rado pode te r um e{('iló profundo sobre os procE"Ssos socfais - sem o:,rttar os
significado h istórico e social do individuo rui sociedade e no periodo no qual numerosos c•xc·1111llM lk· lxlnitos. m.is in,1bitãvcis r,rojetc,s dt· nx"ldernas
ele tem sua exi$tênc i:1 e seu ser". mMatli!'!:--.
Como Mills põe em f'\•id~ncia, esta imaginaç-.1o sociológica n:ioé própria so- Nc~ confronto entre a abordagem sociológica e a espacial dos problernas,
mente da sociologia: é o li.ame oomum de 100as .is disciplinas nas ciênci3s soci- alguns individuas e grupos de indMduos r, mc.,;tTlô disciplinas inteiras tfm se
ais ( incluindo a economia, a ~ icologia e antropologia) e é o assunto central da aproximado da quest.io. M uitos dos que são dota<los de imaginação sociolô
história e da filowfia social. como se sabe. A imaginaç:Jo sociológica tem po- ~i(';J. têm c hegado a r(,."Onhecer o .significado da dimensOO espacial no
derosa tradic,.-üo pôr Irã$ de si. De Plat.10 a Rou$$(:au e a M arcuse nunca tn-1: processo S<X;ial. Hallo"'"ll (1955) e Hall (1966) em antropologia {o Ultimo
fim o debate sobre as relações e ntre o individuo e a sociedade e o ~pel do indi- proix,ndo a oov.t citncia da pmxemic1), T inher~n ( 19)3) e Lorem: 0966)
víduo ni história. Na última metade do séc"ulo, se tanto, a me todologia as- em e tologia. os<"s•udos de Sun'l1i«~r ( 1969) sobre o papel do es~ço • ' ps.lcoló-
SOéiacb à$ ci(lncias sociais tornou-se, também, mais rigorosa. e mais ckntl- sico" pc-s5<lal na irdluêoc iá da reaçâo humana ;1,0 projeto ambiL·ntal; os
fica (JX)der-se-ia di1,er, pseudo-l~ientifit a). A imaginaçllo sociológica pode escudos de Piaget e lnhdder (19S6) d;1 t>volução da con-sciéucia espacial nas.
agora nutr ir-se de uma ~norme literarura especulativa, de uma pletora de crianÇ"ãs: lilósofos. como Cas:sircr ( 1944; 19)5) e Lan_g,er ( 1953) com S<.'\l
resul1ados dê SOI'ldagens, ma~, de p::>ucas teorias bem articuladas refeni:ntes a claro rernnht'Cimemo do e fl'!to da con.s ciblcia ~pacial sobre .i conc(.'p çflo
certos aspectos do processo social. É iítil contrastar com essa. "imagi,~aç-Jo hum,ma no n·ladonamemo rom o mundo circundame. n.lo são senão alguns.
sociolós.ica '' a existência majs do que difundida do que chame.i ''consci~ia t!xetnplos.. Encomrariamos também, ewnomiMas e c ie ntista.~ regionais nesse
cs:~c:ial'' ou ' 'imaginaç.ào geográfica''. & ta imaginaç,JQ habilita o individuo .12rupo. Outros caminharam para P5-Se confronto a tnrtir de outr.a direçao.
a recoohecer o papel do l>spaço e do lugar em sua própria biogr;afia; a relacio- Trt>inaclos numa tradiçiiodt· t.vnh~ ·in'll'nto 1:'-S pKial. tom..-u-am conscitlnci.a de
nar-se aos esp3\'os que ele.\'~ ao .seu redor. e a reconhecer como as c:omo ~ foição dl'l forma es1>.'lcial flOOe influenciar o prnçe,;;so social - arqui-
transaçõE's entre os indivíduos e entre as o rganizações são afetadas pelo espa- tetos. tais c:orno lynch (1960) e Doxiadis ( 1968} (t.-om :ma própôsta da nova
ço que ()S 5e par.i. lsto conduz a reconhecer o reUK'ionamcnto que e.riste entre d~oci.i ekis1i,s); planejadores urbanos, tais corno Howard e Abercrombie.
ele é sua \•i,.inhança, Sf:'U t~rritório ou. para usar a Jjngua.gtm dos gn.ipos de Ab~n~"l·ndo o Cúnfronto, enconm11nos, t"a1nbétn, o geógrafo regional que,
rua, seu ' ·pedaço' ' . Isto o leva a julgar a irnport1ncia dos aromttirnento::; apesar de s.ua m~todologia c:heia de tabus e· recursos ,m.ilhioos fr.iseis, pode ·
em outros lugares (nos ' 'p,ed~" d4!' ôutr0$ povos); a jutgar se a marcha do conseguir. certas vete$, obte r algumas introspecções profundas sobre como o

14 15
conhecimeruo regional, a ick.."ntid.ide re.gjooal, o meio natural e o produiido acei1~. qut.· busca md,·m cm padrões canogrnf:.ivci$ ~impks. quando, ao con- ·
pe-lo homem merguU1am demro de um outro estágio para criar uma eslrutu· 1rário, St" es!tl realmeme escoodcndo uma organiz:-iç:~o social exuemamence
l'3 C:Spsdal distinta na organização humana. Recente-meme, geógrato.S c.'Sp(!:• complcxii. ''
cializados em ~eog.rafia humana tiveram um maio r interesse pela ex-plor1ção H:i, c.'Onlu<lo. sinais de alguma pressao no sentido de apresentai- as imagiL
<le ~ láLionarncmtos entre processos sociais e forma espacial (Harvey, 1969; nações sociológic-.t e geogrâfiat juntas no comc:xto d.a cidade. M.u isto tem
Buu1mcr. 1969). sido uma luta difícil. Freqi.i~nte-rncnte, ~s abordagens geogr.Hica e sociológica
Há uma literatura vasta, mas amplamente dispersa que se relaciona com o t~m sido m.ttaOOs como disparo ou, quando muito, c.-omo allernath·a5 \'iàvci:1;
confronto. Mas. e dificil reuni-la e descílar seu conte:Udo. Talvei , uma de para a anâli:;c dos problemas da cidade. Pensou-se. por exemplo. em modi-
nossas primeira.-. tarefas n.a busca de uma OO\'ª estrutura conceituai para ficar a forroa cs1"X1.d::d de urna cid,uk.· I..' &..· a,~un1mockl adapt~.r o procc~!';Q ro--
no~a compre-en~o da cidade, seja pesquiSar e sintetizar essa vasta e difus.a cial (esta tem sido, cipicam~nte. a abordH~>t:m dô$ planejit<lores fisicos a partir
literatura. Tal síntese, provavelmente, revelaria como e dlfícil trabálhar de- l low;1rd). Out,rQS pensara,n em apresenrnr bloqueios. instinictonais ao
1le~a área sem mõ.iior organizaç~o conceilUal. É intei-es~nte considerar, p<>r pr~:;o social, na espernnça de que isto por si só seri.1 o haslame para
cxcmplo, qu:m~o tempo foi necessãrio ao planejadoi- urbano e ao cientista alcançar objetivos socirus necessários. Essas es1rat~1-tias n:lo são altt11"1ativ,L~.
regional para ajustarem-se. numa temali~·a de compr<.-ender os processos Elas devem ser lftuad.is romo OJ{Tlplemental"t"'S. O probk'1na ~ que o uso de
urbaoos. As difo;:ulda<les dos problemas de forma t:spacial parecem ter afu- uma al~um!I.S velRS conflita cô1n o da út11J'11. Q uaktuer boa e5trategia ckve
gentado. desde logo, os especialistas em ci~ncia regional. O espaço gerou, ou aceitar que a fo rma espa.c.ial e o pfO<.X'SSO social são formas diferentes de
urna t").tnnur;1 rt~ional {por um prcx:c:..-.so qut dev<· ser suposto mais do quc.- pcnS,!lr u mesml( c..'Oisa. Devemos, portanto. h.11rmoniwr nosso pensamento a
enrcndido), par.i a qual poderiam. então ser aplicad.is determinadas estruturas rc:•speito ou, então, cootinuar a criar estratégias <:ontraditórias de triltar com
im.agin.adas para ni,,-el nacional (para as quais temos certos processamtJHoS os problemas urbanos. Weblx.'I" qucix:1 se d:i "canipanh.a idwló~a t4ue se
regionais e inter•regiona~). ou então gerou meramente, custos de transpor-, Jc).tina a recoostruir as furrn.L~ p l'l..<t:('ll"k.' tbid.1.S de <.·idade. qtw 11Dri_jtam l'Strutu-
tcs qu-c r,iôdcriam ser substituldos, em lugar de: outros envolvidos no proces• ras sociai.s de eras passadas'' . e sugere a ·•em{'rg~nci:t de um:, aborOO.t,:em
so ~ produç:iio (pará o que lemos a maior pane da teoria da localiz.ação e os prng11,á1ica de soluç~o do problema n3 qual os .t5p(.' (tos espaciais da mctrópo-
rnodelos de equilíbrio inter•regionai.s), O espaço era sirnpksmente uma Jt, sejam vistos em cominuid.idc, definidilS pelos proce..~sos da soded.1d(> ud,8-
variáYeJ numa es1rutura c:Onccitual imaginada primitivamente para a anâlise na". Leven 0%8, 108) ti:11'1 similarnic:'Tite lutado por obler "alguma esp« ie
oconômit---a a-espacial. Os cic.'fltistas e oconomi~as regionais a inda demons- dt: estrutur~ t('Orka dentro da qual sejam idE'otifica<lo:- os fatores que sfo
(farn predile(ãO etn considerar a cçonom1a e desconhecer o espaço. Contu· determinantes clà formil d:,i cidttde e que, ~m retorno, produ1,.1 alg11ma forma
do, o plançjamcnto urbano. dxninaclocomo tem sido, cradiciooalmen1e, rx:,r t"SfXJ.c.-ial lk' ll1o<lo analitiúu"'llt·tHt· 1\rt·\•i-i;;h•t:I" . EntJr,. pocltri11n111~ '·1..:~minh,1r
uma tendência básica de copiar desenhos na prancha e, em partictilar, pelo em -direçJo a algum método de avaliai- o dt'"St>mpenh<l esp::1cia1 resultante,
Qll<.', c:m com rap:1rtid:1, r~troagiria provaveln1'f'nte. s.cibre as ck'tem1inanu.-'5-
l)fOCc."SSO de desenhar a pa.rtir do mapa (um i 1lStrmnemo notó rio de amode-
cept,•fü). ~· jarndi~ h<luvt' ouuo) t'Ste,,e imerso <.:Ofllf}letamente nos detalht!..~ de <Ja,; prórrias ÍQrma,s espa,ciais' '.
orgat1iJ.ação humana espacial, uis como expressos no uso do solo. Ao O 1x:into <:entrai dc•veria estar claro: 11 ú nica eslnllurn f.unc;c:itual adequa.e.ia
1)3ra entender a cidade é a que inclui e se edifica àô 1nc.,sn10 1.,·mpo sobre as
decidir o planejrunento de uma determinada parcela de tem~. o ptancjador
urbano não sabia usar o agreglldo e as &'Cflcraliz.aÇ'Oes nh.,.tratas do cientis1a i.miigin;,1çôes sociolói.:ica t' ~eog.rãfica. D.."·,·mo.s n.:laéionar o comportumCflto
rc~ional. do economista e 00 sociologo. Ele coloria a pg.rcela de \'ermelho ou social, de acordo rnm a gc'()g_r-.:i.fia e a forma espacial que a cida<le a5sume.
vcrd" em Seu rnap.a•base, de acordo com sua própria avaliaçao intuiti~•a do [)(,vemos rt't:onh<.-cc:r <1ue uma ve.i criada uma forma. esr.k..·i:,I pan icular, ela
desenho da íorn1a l:S(:X'lcial e de sua contribuição rig id3 de fatores sociais e tt.·ndc a insti1uc::ion:di1.ar e , em alguns aspectos, .t dc..-tennirnir o fowro d(~n•
('<'. On()mkos. como el<> os concebia (contanto que, naturalmente, s ua ded.s.'lo ,,ohtime1Ho do processo social. Necessit.i,nos. .sobmu~lo, forrnula.r c:onceitos
não fosse <k:H'rminad.l s.on11..11te pelo jo1,,,o das pmsõc--.s politicas). Wt.--bbl·r qt1e rxxs orie-nt<.>m a harmonizar e intPgrar c.~tra!êgia~ c::ap:17.e-s de lidar t''Om as
. 0963, 54), <1ue tem sido um dos mai~ ckfensores do desenho espacial, o
c.·omplexidades do proce:-so 5,(,.1(.;nJ e os dernemos da forma espacii.11, E para
que objetiva kvar o plan<.>jador a uma tJ'lOrme dc5atenç.io para rom o pro• e~,;,e ~,;.,c;unto que (!c.,;(•jo a_i:!Orá diri..-:ir minha atencW.
cesso social. cot1sj~rn vit.al qm,> ele se despreocupe '' com a do1nri.na, bastruHe

16 17
Em direç4o d uma filosofai do U/JdÇO soâal
d iscussão e o aprendiz.ado da form11 espacial, mas n~o l· :i forma C$p::1cial em
Pode pal"l'C't'r estranho romeç:1.r -a pesquisa para transpor a brecha enlre a
si.Esses trl!s 1livcis de- ex~riência csp~cial são inte-rdepeodemr.·s. As ~romc-
imagiruç1o sociológiai e grogrâfic:a elaborando oonsidc:rações detalhadas da
trias abslratas Ql!e c.."Onsm.ihnos requerern al.~uma imerpt,1.ação ao nfvd
situa,çâo a panir do §ngulo geogralico. J\•l as, é util começar por l-S.SC caminho
ptrctptivo no caso de produlift"m um eíeito 11h1.i.s intuitivo do que 16,:tiro~
porque :iq u~b qot t•st;f o imbuidos de um SC'lltido IJ(!ilr.trante de espaço Lêm.
sempre. fal hado em articular uma \.'isâ'o de espaço qul" possa ser analisada e dai. lúcios o:s diagramas que urn manual típico de gtt>mctri.i forflic.'>Ce. Nos.sa
ex.pcrií·ncia rc:rceptiva pode ser afetad~ pet.i experi~ncia o rg:ir.ka, Mas, S<:
entendida 11ron\::imente pelos analista.. .:; do processo social. Se nos e5forçarmos
queremos construir uma teoria •malitiC11m<;nte Rexívd clii ionna csracfa.1,
por emendt'r melhor o que é o espaço, jJCT\!Kl que. emlo, alguns pmb\emis
<lt.:v{·mos t'V<>muaJmcntc rt:rnrrer :i ~<..'On'!Ctria fonnal. Nectssírn.mos. ,·ontu·
clcixarào de existir, dentro de nosso esforço cm construir a l.ig.'IÇ'"JO.
do. encontr3r .ilgum meio de rcprc::;.cntar eventos. tais c::omo elt-$ ocorrt-rn ao
l-lá. oaturalm(•nlc>, uma lirt:-ratur.1 ba.~unte substamh•a que trata da filosofia
nhel JX'l'<'tptirn ou o·gãnico. atnivt:.<: d,r algum sistema simbólico abstrato
do esp:iço. Jnfeli1..mente. 11 maior parte di.z respeito à inrerpretaçâo <lo signtÍi·
qw~ confi,!lure uma .i;wornc:tria. Reciproc-amemt:, dev('mos tomar is~ como
odo do t·s11a~-D tal como e~ C: conccituaclo na fisica moderna. sendo. úril.
~1!» ~"IT!(;'lhame a f.'lllOntr-ar alguma Uuctprctac,.'iio ao nivel orgtinK.·o r.1u per-
is vez.es; mas e antes de tudo, urn.a visão e-.specí.fica do espaço, e 1";,âO estou
cepti.,·o para ideias <le:senvol~·ic.las ao ni\.'e l ~bsmuo.
cerw de que isso tenha <1ualquer validade geral para o exame da atividade
Discuti, cm out ra ocasi,lo. algun.~ c.Jo.~ problemas que su1·gem O<"St(• pro•
social. Outra.5 pe.rspecti\'as devem ser considerada.-.. Com o objetivo de
cesso de lra1tsferir ex11(,.>ri(:nci.a obtida em um nivt>I para uina mod.ilida.dt dt
tornar claro esse ponto, necessitaria descm•otver algumas idC'ias simples,
C.':<fl(•f il'nci,1 lllll' c1Cc1n"t·m c.:u1 o rn ro ( l la 1'H•y. 19'0, (..Jjl . 1-1}. A prin(·ir:\I
c..1)11siderando as rnocfalidades de experik!.cia espacial. e as maneir:15 pel:;is
rorifü1bilidade do ar,!lumento t;·nl a de qtJe necessitamos demonstrar algum
qua.is podemos analisar e:.sa experiência, Cassirer (1944) fornece um ponto
i~c1r,-K1rfi~n10 t~!r11111rnl ('1111'(' a f:(i,:1mc:tri~ l 11;;1J;1 t' :t t·x1x·riénd:1. f'l,:'f((.'fl(i\';1
de pattida t'lltil porque ele é um dos poucos íilósolos que têm trabalhado com
pnrticultu . ou c.onjunto de e:xperié:1u::ias sob análise. Onde éxisrP al~o l'Omo o
urna \•is.lo ba~nmtc geral do esp,lÇo. Ele distingue ul:s categori.as básicas de
i'iomorfismo. 1x.KK•n1ch. •' rnarc;ir'' a informaç-ào deri,•;ida do plano pc.·1re"l)livo
(;'xperiencia espacial. A primeira. o espt1ço org4niço, rclere-sl" a espó:;ie de
t:·m uma jte'OfllCtria de lratamcnto :inalítim. Um 1rutr,e.1memo bem $LLCedi.do
experiénda espacial que a!l'<lrenca ser gene1ic-amente tmnsmitida e, pôr isso,
ê 11qud e qu~• fl05 l~va a. tmnsforir conclusões da ,l,,'COm('tria .malitic::.1 rmra o
biologic.'ámcnte determinada. Grande pilrte do éomportamcnto examinado
pelos eLologisrn.s (orientaçao e oligra{'.Jo espacial ins1in1iva, territorialidade reino d,1 cxr<..·riCnda f)(>fCC'Pli\·a, d(• ral modo que obtemos comrnle ou pod('r
instintiva etc.) pertence a esta categoria. A --e,tunda. o esptJço perc~ptiuo, é de prt"visik> s-obre :, situa,çtio ix·rccrtiv;i. Nwna supedíc:ie plana horií'..om~l.
por excrnplo. poS.(;O lln''"l.'r disttlnci,l'- fo•ic:is: cmr-e muitos obict°"' c.,"(ttn a1x·11.i~
mais compJex.a.. Ela e-m•olve a slntese neurológica de todas as l-SJ)Ccics de
al,-:uma:. n"K-<lidas cha,,t.·s. e posso fa7..cr isso atn,v(•~ 00 uso Ja gmnwt1 i.t. eu·
experiência sensível-ótica, tãcil, aC'UStica e cint--stét:ica. Esta símese implica
clidiuna <' c.lt sua trigonom'1rÍII ck:riv.;1da, EsSt:- e-x1;mrlo é imf'Ol'lantc. Uni;:1
numa expc::riéncia espacial na qual a ocorrência de \''áfras sensibiJidadçs
loi)!!á cxpcri(·ncic1 de: mi mar)e:lrnt·mo nos tt>m c1lsim1dc;, QOP a .f:t.'01t1(·1r ia
espc.-"CíflCas esLão rc..,çonciliadas. Um esquema importa.me pode ser forma.do e
euclidiana~ a ;::.1.-omc1 ria r(;'i(,vame r,ara di~utir a Oíl,!ã11i111<,--f10 (it> ohj<·t<w on
a memória pode lev-.i.r ã sua retençlo duradoura. Quando a memória e o
<'Sl)aÇO físico - ritlo meno~ at!'> o limite do cm·ohório tlf"rt~~rc. A. g:1."0lnc1.rirt
aprc:ndi1.ado estk) cnvol\.'idos, o esquema pOdc est",ir sujeito á adição ou à
t·t1didian:1 (·, 1,m1l..:.. 11. ,1 i,tt•o111t ·1r i.1 11'4 l lt m! à t·n>,.'l•nh;lfi;t t · (IS ('lfrl('t•, ~r)~ f i •
sublração dç C\'entos. i;or modiilidad-E"S de pens.a.menu> apreeodjdos culturnJ-
mente, O espaço perceptivo é afotad,o, pelo condicionamento cultural A siros ele t:onstn1ção erK."Ofltnun cx,,rcss.lo au1ornàtica, já que~ á gt'<1metri:1
''natural ' ' q uando se trata de Lrabalhar com leis Íi!'.ica.~. t.'liS rnmo (1pt:rar11
terceira espécie de exptriénd;jl espacial ê àbstrata: Cassirer <k•nomina-a
m1 superficie d1 lcrra.
espnço 1imbólico. Aqui. estamos experimeo1ando o espaço vicariamente,
illfavés da interpn,.:caç:."o de représeru.açOcs simbólicas QL.IC não têm dimensüo P:tf(.'C(> que tudo o que quewmns ck~ um t~tnnwnto analítico da forma
espacial Posso e,•oc;;,ir a impressão de um triângulo sem ver oenhuru, sim• espoci:d, Ç algum de.scnvol\'ifht'nto, maior da ~cometria euclidiana. Não
f,emos. ai1lda, tal de:;t'rwohrimemo, nem t.impouco inventamos m(to<lU'i ~
IJlr;Smiente olhando a pabvra • 'tri.1.ngulo''. Pos.so acumular experiência da
forma é:;pacial aprendendo matemática e. em prut.icular, naturalmente, geo-
generalita(ão :;obre: a figura, o padtão e :1 fonrnt t."Ol tai~ s1..1per{icics t~udi-
di,m:1s. ror <·x<'m1)lo. Ma.~. nK•$m<, dác.lo r.·s.w dt'S<'O\•olvinlt'ruo. nos:.os rini
metria. A gc-ometria fornece uma linguagem simbólica conveniente J>ara a
blcma.s estariam muito Jonge de soluçik>. simplesrneme petque o (>Sí'a(,O

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S<'ltial n!lo t isomó rfko em n,daçilo .10 íisico. Aqui. a histó ria da !isica tem
al~mna coisa de muito importumie a nos ffis inar. Nlo podemos esperar que pl,i.stk'a". Numa se,çM ulterior, Langcr (p. 93) prQpõc:: t..~tendt r t.-SSC concei-
um tifXl de f!;L'Onk'tria apropri:«la para di5Cutir uma modalidade de processo u, :;i :;1rquitctura. A arquit('tura, eviclet1lt'.rm:1He. 1em fmic;ã-0 a1ual e isso,
seja adequacfa rara lidar com o utro. A seleção de u ma geometria :,1propriada 1amt:>E-m. ddinc e Ol"ganiza 3$ unidades espaciais em lt'ffl'IOS de relacionamen-
(· cssi..--nc.·ialmcmc.• um problema tmpíriro. t: <lc,,emos dt:·1t1ons1rar (qut-r p0r los l'S.p ac.:i,1h atua i~. que cl-m significado r,.·uc1 nós em funç:lo do <.-spaço no
aplic:a<,i\o bem sucf.>dida. quE>r pelo escudo dos isomodismos estrJ turais) qual moramos e nos movemos. f\•\:is, nilo obstantl?. • 'a arquitetura ê uma
L'Omo t'~ ies particular~ di! l!Xpcriência perceptiva podem ser cartografadas <'lm' 1llã.st1ca. c.> seu primeiro dciro e. §cmrrc·. int:onsci<."lue e inevita\•elmen·
\'alidamc..•rU(' <'m uma ~c.'Omerria riarticul.ar. Em ~t-ral. os. filósofos do espaço te. m n:1 ilu!ião: al~unm coisa puramente imagin,1ria ou conceituai traduz.ida
di7('111 qm• n!Jo podem~ csc._'Olher um~ gt_UlH.'lria arro priada indcP<,·ndcrue d(• numa imprx-s., ~o ,•i.<;ual " .
al,i;uni proct·sso. 11orQue e o processo que define a natm·eza do sistema de O QU<::' é QIX' tr;tnsfo rmamos cm imp1·t>S$So visual? A arquitetufà , sugere
t.'001"tk11ad3~ QUl' Ji..,,,L'O"lCl.~ u:-.ar p:i.ra .sm1 :tnálisc- (Re~henl>ach. 19~8. 6). Essa L:111,-:~•r, (· \1m domfr1io é/nico - ''um ambiente humano (i.sicamente presE'fl·
tt' que expra~a os padrões fun<.'lonais r h mlcos Ciilracte-risticos. que consti-
c.:oni.:lu,1() rode. acrt>tfüo. ser 1ran:,forid.a inla<:ta ~ r:1 a esfera social. Cada
fornrn d(· a~frid,1<lc S<XÜI define: seu c:s.paço; oão hâ evidência de que tai.s tuL·rn umc1 cul1u ra • ·. Em O\Jtr;1.s [Xllavra.'-, a oonfisuração do esl)a<.; o que se
l'Spa._-os. ~ ·jam tmdidianos ou me--rno q ue eles sejam rL1not,-itn(•nt(' s.imilar('S dt~e,wolvt• na arquitetu ra e,, por\amo, na d dade, é simbólica de nossa
um ao outro. Dai. temo$ oc.:onc.:dto ,i:<.-ow.1.fico de espaço sócio-econômico. o rnlmrn , <l.i o rdem soci:d exi~t('nu:. dt.· no:,..~as ::r..~pirnÇôéS;, nece~idades e
conceito de · 'esf)aÇO pessoal"' dos rsic::6\o,::os e :mtropólo~os etc. A :artku- 11:mor(''-· Se. enirct:tnto. dt.~jamos avaliar a forma espacial da cidade
dt:"\'t.'f11(JS de :tl~um modo l'1He-nder seu si,:oifü:ado criativo. assim como suas.
laç.1o OC uma íilosofia adt"quada <le t'SJt.'i.ÇO social C uma nocc·ssid:1<le primária
~(• ck~jamos eniender ;t forma espaci~I da c idade e. jtt que. somente podemos dimc:·,1süe!; mt'ramente fi5,icas.
L-rltt•fl<ll'r o ,~paço sod:d r~fo( ion:;mdo-o ;:1 aJgum:i ati\l'idãde sociãl. somos Um pr in<.·í1•io im1,or1,mtt.· <.·m ;1nc l' arquitetura t o ele a fmm::i espal'i.a.l
forçados a ronsidt!rar uma intc-~ração da~ imasinações sociológica e goográ- podt:r .-.cr manifltl lada dt.> várias rnancira~. para produzir \·:irias siw1ificados
fira. sim['IC\!io15,. Atit b(•m p ourn tt:1n po lr,tc1ss.imos (.'fll (•studar Ól'ntifit..imcnu.•
A oonstruçlo de u ma filosofia do esr,aço social seria dificil, porque preci- es:-.c- r r0<:t~~(1. H:i mnil. litt•rarurn crescente sobre os asp('('los pskoló.!'ÍCOS cb
samr)!, dt.• um t·onlx•dmC'nto muito maio.r sobre os processos que ('Olram no .irtl' e rnn <."-c1nx•n:,,0 ('f(':i('C'llh.' ck· que pr('(i.-..un(~ de alguma (Qfnpn.-cn~o A
reino perc(ptirn da expf.'riênc;ia espacial. Sabemos muito pouco. por exem- ~ tX"ito de <'OIOO o amb1t.'nt<' produzido r:do húm('f'n ~ nha significado para
l'kl. ~ohrc a tn:jncirH L'x;ita Jo attist:t ou do arquircto e nc:anu em o esp~ o , a :-<.'\l'i h:tbiunt(''.'.. O int(.·r ior dc:r. <."tlifi<.·ios. por t:Xl 'tnjik,. L-SClárc'l~(' Ín..."(Jllemc-
fi m dl' tran~rnitir uma exp.:ri~ncia cslética. &ibcmo~ qut' elt'S, ín-qümtcrnen fllcntc muito sobrl· à nature-z.a. da ordem <' dos prOCt'Ssos sociais que
t<.·, ~.io lx.·m suct'(lidos (ou íalh;un). mas ílf>E'na.,; Silbernos como o faz('cn. E sup<\-.umt•mt• o:.'Ofr<•m tk.-mro dt>ks. A planta de um.a ig reja mL"clieval es tá
1a1nlx'·m <111<.· o.~ p.-inçi1,ios ~olm..' os (tmiis u m nquitero encara o espaço s.i o intinlí'lmenu· rdat'ion:.=ida com a n.aturc1.a da h ierarquia social, devido a
muito difc:.·R·nks. Jus cmpn.:i-:ado~ pck> cn.boenhi:;iro. Urn:i boa arquitetura, 11.•l aç.10 t..-spJ.1ci:1l que alguns il1d ividuos tlim romo o pomo focal cemral, Nilo é
f)í{-Sumi,·l'llll(-ntt•. incofft('lra duas ordens de principias de or,!'1anizaç--Jo t.'$pa• acick·nrnl que os que es.tl\o oo coro, de a~um modo. parecem próximo:; a
L'i;il - um,1 Jc.:stina.Ja .i f)ft'5l'f\':Jf a ('Stni turn criada da vio[ação de restriçf>L'S Deus (e por csrn razão mais. privilegi:11Jos) do qut· os que éS,t ão ru1 nave.
tisicas. <.· o uira qm· facilita a trnnsfcrénáa de alguma experi~nda estética. Í!. Sommer (]969) ckwm·olveu c.s~ princirio e idéia par.-. moStrar como espé-
cxtrcrn,m1t.:ntt.: tlificil lid.ar i..ürn os prindpios cs.tCrims. Lan,b>cr (1953. 72) d1.~ dif(·r<"nt,·s de; çcmfi~uraç:io e!ipac·iat nu rna .illlJlfo varic<l.tdc de romextos,
propô(• um i.ntNcs.sante ponto de partida para a tc<0ria do esraço cm arte. Ela rcxk·m afrtar o c:omp0nami.:nto hum,mo e os sistemas de alivid.1de. Esse
l:ux,:a a hipé,tc'il: de Qll<.' ' 'o(.>sp:1ço no qual ,·iw:mos e agimos não é o tratado trabàlho ,~lil no irtkio. nu.s nâo ot"nlOr.u ·i muito l'fll níar alsuns pr·ind pim
11:1 :m e ('m ~(·r.il"; porque o l?Sp;tço no qual temos nossa exis1éncia física é lltC'is rar~ ent('ndcrnlOS o p:1fd QllC o simbolismo e!'<ip,acial dc..«!tnpt.•u ha. afe-
u m sis1ema d<.· rtfacionan,enws dc·d \'OS, enquanto que o da ,me é um espaço tando o (Ompon:anwn10 humano. ~ TIK!Sll irei p1·irtdpim são. tah·e?., a11licá-
triad<1, too~ruído com formas., con:s etc. A..:;sirn, o es1:,;:1ço vi,;;u-:ll expresso vci~ em t:<icala rm,i:-. ampla. 1<1vi-Straus..~ (1%3) J'O()Strou como a confisur a.çlo
na pintura é (•l>Stncialmcme u rna ilusão... "como o espaço por detrás da c-s-pacial <l,· toda írldeia, numa cultora rcimitiv:1, pode refleti.r em detalhe ;1
supe rHcit dl: um espeltio. o q~ os fisic.:os denominam espaço vi11ual - uma mitok)_i:!ja da 1X11'ulaçJo e as relaçôc:s sociais que exis(em emre seus v::iri0$
ilm~l..'m int;inl{ln·I. Ess.e es~·o vin u,11 é uma ilusik> ek-mcntat de 1od11 a arte ~rnpos. A ronfiiur.iç5o de u m.i ,lldei3 tiptCa 00 sêéulo X VIII n a inglaterra
expre-:s.3 b:1,;1antc a o rdc;rn soçi~I tal çomo, emão. e xistia oom suas duplas

lO
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foot~ dt poder, na igreja e na nobreza. Lowellth.1.l e Prince ( 1964) mos1ru:"á1n o trabalho e para as tompr.ls, tais como ocorrem rui: escala de an ãlise da
similarmente, como cada geni.ç.'lo encua SC'U ambiente de maneira a rclletir c idade em sua 1ot.a.lidade.
nomias snciats existcmc.-s. A cidade como um Lodo, mesrno a vers.1o amorfa Numerosas. dificuldades surgtm do uso dessas técnicas de m<.'<lir o impacto
moderna . .ainda possui essa qualidade simbólica. Não é acidental que; a cúpu· do simbolismo e5paáal qué c xi.stc na c idi!<lc. Ao nh·cl do conjunlo, tema!
la da igreja e da c,.,1.pela pairrni sobre Oxford (uma cidade criada na era do que nos apoiar na informação fomff:lda por uma descrição generaJiz.ada da
pcxk:r ed:;!siástico), enquanto, na eni do capiulismo monop::,lista. são os atividade espacial na cidade, e esse padrà'o de ath·idade- pod~ ser uma função
ediíício.,; Chr ysler e o do Banco Chase, ér"r1 Manhanan, que pairam sobre a de todas a-s espécies de coisas que nada têm a ver c:o m a forma é o sig11iíicacb
ilha de M1u1hattan. Es1es si"io (:xf.'rnplos p-rffári~ . e as interaçiie'S dé forma tspaciais. f-lá indubi1avelinemc, uma p0rç--Jo substanc ial do processo social
c:~p:Klal, sig11iíicado simbólico~ componamemo espacial s..\o pro\·a\·chncnte que operá in<l('J)cn<lc11tcroeme da forma espacial: e precisamos saber Qlle
muito complexa.~. É importame e!'llcnde rmos estas interações se nlo désé· porçâo de atividade é ioOue-nciada pela Corm;i espacial. e qmd ;i que perm;1ne•
ia.mos (para citar WebbE-r outra vez) ''reconstruir as fonm.s de cidade ce rel.itivamente independente. M ~mo ao nível m icro ainda no.s d,e:param05
p<eco11cebida.s, que abrigam é"Strurnras sociais de e ras passadas''. O pomo com o proble ma de que os cootroles experimentais, sobre variáveis indesejâ-
hlsico que estou tentando estabclece,r é o de que, se qujsemlOS entender a \'cis. siiO diík.-eis de estabe Jocer. Podetnos aprender m llito de experiêndas de
forma c-spacial. devemos, primeiramente pesqui.,;ar suas qu.ilidades slmbóli· laboratório sobre reação a várias formas de estimulo - respostas espacial-
cas. Como isso ~de ser feito? meme organii..'l<fas cm complc:xidade, profunda percf'pção, associações de
Duvido que algum dia 1iossarnos. compreender verdadeiramente as. intui- .:;igniíicado, pn;ferências padronizadas etc.; mas. é extremamente difícil
\'ÜeS que çondu.::r:m um artista criativo a me>ldar o e-spaço para comunicar relacionar essas descobertas a padrões de atividade complexos, t.ais como e les
uma mc:,ns.agem. Ma.s penso que podemos ava1\Çl:lr muito em entender o se desenvolvem na cidade. Contudo. há uma cresceme (e bastante estirou·
impacto que essa mensagem tern sobre a pessoa que recebe. Em termos do lante) literatura sobre respostas compOrt.arntntais, para certos aspectos da
padr.'Io dt> atividade da por.,ulaç--do total e c..->sta a re~1ç1lo que dcvCl"tl0$ aprender ~ figurã\ãO ambiental, e sobre o modo pelo q ua! os indivíduo.~ reagem e
~ medir. Se a cidade contém rodos os 1ip0s de :;.inai,. e s lmbolost então pod,t· esquematizam vários aspectos da ronfjguraçOO ambiental. e sobre o modo
mo~ tentar capotar o ~igníficado que- as pessoas dk> a eles. Devemos procurar rc..>lo qual os individuo:s reagem e csquc-:mati;;::am viirios aspeccos da forma
entender a mensagem que as pessoas recebem de seu ambiente oomm1ido, espacia l que e a cidade (Pros,hansk)' l ' lucbon, 1970). N:io desr:jo rc:sumir
Para i:-so, necc-ssitamos de uma metodologia bastante geraJ para a medida do esses esnidos aqui mas quero tentar idemificar a estrutur a filosófic:1:1. ,gcrd.!
simbofümo csp.1ciul e ambientaJ. Aqui, as tC'cnicas. de: p;sicolin,güística e que eles explicitam.
rskoloj!ia tc?-m muito a recomendar . Essas. técnicas oondu1..é'm•nos a ()€rceber &sa esm11ura C aque la c m que o espaço só ganha significado em 1ermos
o significado de um obje10 o u ac:ontc:cimento pelo exame <la di5posição de · · rclaciornunemos signií:icativos'', e um relacionamento signific.itivo não
Cc)rnportameotal que se tem em re laç--J.o a ele~. Podemos ,•erificar essa dispo• pode ser determinado independentemente do estado cogniti-.v d: algum indi·
si\iio cump0rtamcntal de várias maneiras.: pesqui$.anclo a disposidlo mcnral vlduos, e do comexto no qual eles .se enconLram. O espaço social. por isso, e
de um indMd1.10 ou gru1>0 de individuos e ck•scobrir suas atiludc:. e J)('fcep- tomado rom um <:omplcxo de sentimentos e imagens individuais. sobre ele e
çõe-5 p.1rn com o espaço que os circunda, usando uma variedade de téçnicas, de rtaçõcs dirigida.~ ftO simbolismo espacial que cerca cr.ses- individuos. Cada
~ a toori.l da estrurnra pessoil.l. à difetenc-i~c.-:ão semântica, alé lécnic;:as pessoa. parece, vive em sua própria leia, construida pessoalmem~ por rela-
mais direrns de qucstionjrio, O obje1i\'O, aqui, é lentar a\'aliar a disposiç"lo cionamentos espacfais , coot1da, por assim dizer. em seu própr io :sisu::ma
ro~nitiv.a 00 individuo a rc::;pçíto de seu ambiente espacial. Uma alte-roaciva, goom€tric:o. T udo isso conduiiri.i :1 um:i phnurn depressiva do pomo de vist:a
utili1.ad'II por comportametlla1istas e p.,;,icólo,gos, é simplesmente ob...:;crvar o analítico. se não fosse verdade o fa10 ~ que os grupos de pessoas parecem
comportamento das pcs501.u, e assim medir sua rc-açài.J aos objetos e aoonteci• identifica(. subsH:mcialmente, imagens similares à resr-,tito do t>spaço que os
mentos. Neste caso, é o comport:unento manifes10 no espaço que nos for• circon(bm, e parecem tambem desenvolver modos siini.l!llteS de significado
nece as pistas nccess.l.rias para entendcrl"Tl05 o significado espacial. Cons.ide· de iub:o e componamentos no esp.i.ço, A evidência está longe de ser firme
raç-00 pr:\tkas tomam quase, impoosi-.·c-1 dci:irnr de tomar o comp0rtamcnto mas. au'.• aqui, pare«- rnzo.'ivcl adotar, como hipótt-'Se de trabalho, o pomo de
maniíc·:m), quando, por exemplo, grandes parcelas <le PQ11,1laçào são ronside· ,•ista de que os indi,•lduos possuem .alguma medida (embora ainda indetermi·
r,~la.~, no estudo dos fenómenos, no caso do deslocame nto do individuo para nada) de " imasem comum", derivada de algumas norma.t grupais (e, pro•

22 23
vavelmente. t-Prras norméi.s: de ;J.gir a r-espeito daquela irnagt>m), e urna maçõ:,~ adequadas que permitam a ,an:í.li$C de evemos nessa SUl)(~rficie. Em
m«lida de '"irna~cm ú nica··. Qtif• f! :t.ltam(.-'flte idiossincrácica e imptcvi$ívcl. i:,>cral, t<:mos qu(• ro11cluir que o E'Spac,;o social é complexo, não homog~neo.
Dc\'(i-m05, ter primeiro, um,.1 inter-relação da parte comum da imagem talvez desoomínuo. e q uase certamerite d.iforeme do espaço fi5õiro no qual o
espacial. S<' d~sefarnos esquema1iwr al~uns <lctalht-S d:i nawre1.a real does· ffi,'!enheiro e o planejador u uam lipicamente.
paço ~ai. Temos, então. que considerar como essas noçõe's de- 1..-spaço pessoal
Jà .s.u,eeri antC';!i q ue o fftalerfa l coligido a1é iigor:i sobre ima~ns espaciais sur~(•m. como ~las s.'lo moldadas pela exp1:riência, e o quanto elas s!o est á-
csiã muito dispeoo. Mas ele (: ba$1antl;" SU.!!,'t:Stivo. L)•nch (1960). por nús n:a aparência de uma forma C!SJ)atial em mudança. Novame11t~, a
e:templo, IJlOS(r.t que os indivíduos constroem esquema.<:; espadais que usam cv~ncia ú til e~ ~,a di~rsa. Muito dos trabalhos de Piaget e lnheldcr (1956)
topologicmnente - o bostoniano tipico para-e mover-se de um pon(o focal têm .i \'er com o modo pe lo qual a c:onsciênd.1 espacial se: desenvolve na
(ou nó) pal"á ou1m ao longo de caminhos bem &:finidos. Isso omite grande$ infünci:i. Parte-e haver estági05 evolutivos. dis:tintú$, <.lE'SfJe a topolosia,
ãrE-as do e5pa,;o foico Que fiâo são <.lclineadas e s.ão ccrtameme desconheci- passando pelas relações projetivas. ate a~ formu lações euclidi,mas de conce-i•
d::i.s, tanto quamo di1.e-m respeito ao individuo. A impliçaç:lo deste t"Sh.1do tú!Õ dt.· 1..-s~ço fls,co. Parc:,-çc, entretanto. q ue as criança."'- n!lo i'.:lprrtndc:m, ne-
partit-ular ê- a de que poderíamos pensar a organizaç1io da cidade com 0$ cessariamente, a mes1r1a habilidade espaciaJ em todas as çu ltur.dS, pan.icu-
recursos am1liticos da tapologin, m.iis do ,1ue â;lm os d.t geometria eucli• lamK"nl<.' tanro <1uanco d i1..em respeito a informaçõo cs1>acialinentc esquema·
diana. L)'nch tambêm sugere que ccn05 .ispocto.s do meio fü,iéO criam 1i2-a<las. (Dan e Pradhan, 1967). A evidência sugere que o condicionamento
··niar~n'5" , além d::is quais o ind:h-iduo não penetra d<: modo llpiro. l€C tulturat. a aprcndi1.agcm dC' grupo, e a aprrndil..agem indi..,idual estão envol·
0 968} e: Steinitz. ( 1%8) confi m-iam sua descolx-rta de que oS límites pode m vidas n,1 formação dt um esquema espacial do indivíduo. É bastante pro\':ls d
ser idemiíicados por algumas ân,11s ma cidade e l"sSas áre:.s parcx.."t"'rn formar que J.istimos g ru~ de.· cultura, <lc.!Senvolvam t-stilos totalmente difon~ntt.-S de
viú nhanças distintas. Em aJguns ca.~. esses timite:, podem ser facilmente repr(",t"ntar relac:ionamemos espaciais, e esses eitil05 nodcm, por si mesmos.
transpos(os, mas em <:M.Hros podem agir çomo baITeiras ao movitrtenro na <:~wr din:t:m1c'11t<.· relacionados aos procesS05 e normas C'.spaciais e a e<lucação
ddadc - o comporum,cnto de evirnr o gueto r.xJr parte dos bmncos de classe c.k.•$CT'Jipc:·nha. indubicavelmente, um paptl imp0r1ame na dett:'rminaç;.!lo da
média e ::i territorialidade fortermmce org,uii.tada qu~ pode ~r imromrada habtlidat.k.· t:'!lf)a<:ial (Smith. 19(-.4). Há um.t boa quantidade -dt' v:.11iação. ~m
efltre cert~ grupos érnicos e rt'ligiQ51,s (como em :ire.ts de pn;:itestames e qualquer po["ll.1laçâo, rcferentt' .i. habilidade para ler mapas, a manler :;enticb
c;;1tólioos da Irlancl.i sctffitrional) São bons t-xemr,los. Desse ,nodo, pode-01~ &.! dircçc'lo t•ti.:. e, 1ambÇrn, M modo pdo qual 05 indivkluos ou gm[")('A C.:01\S·
e.~ror fones desc..-ontinuid3des em estruturas espaciais .soci.ilmerne <.làdas. A tl"(l('m ~quema..'i mentais. Talvez. o mais simpks seja lembrar de refacio·
nm nh-cl mais wcg<Klo ÚX>r exen11)lo, o padr--Jo de ida para o traba!Jio, na nanknH>., pui' l:l.pr<·nd)zado ,,ratico (e~a rmrt-cc ser a carac1eri.srirn de muitas
cidade), muirns das diforenças ir.dividua.is cm imageo.s (nent3is podem pt."S..::l).IS ptimili,•as e prtcariamente educadas). Outr.1s 1:odem ter s istemas
contnipor-:,c e implicar em algum tipo de auito :aleatório, num sistc·ma que sim1,ks ,de rc.aferir coordenadas, clcst:nvolvidos 1x1ra c:<peri('ncias <le classifica•
possa ser tomado descritivamente. MH , mesmo nesrc nivel, :a i'\•idência çfio. e Qutros modos mais COl'llJ~exos (e talvez mesmo inc:011scientes) de
SU$.:C"re que há uma boa do.se de nk> homogeneidade no com1Xlrtemento l.'.i.qut.:matiz.ar rdacio nam<.•nt~ espaciais. Mas. grdnde r,artc da informaç.lo
espacial, mesmo quando ~ dados foram rt.!t.lnidos em g rupos bastante qu1..· (• con~ruída sobre um ~ ti<'ma espacial dc:ve ser re.suh.ado da experi~-
~randes, com o propósito de de!ienvolw:r fo rtc-,5 modelos de i11teraç.'lo na ti.t individual, e o ..:!S4.Wema t: ll!il para garantir uma mudança condnua com
cidade. Há grn("XY.i di'itintos de comrorta.menios, alguns dos quais, mas noo :i cxfl(·ri~cfo. A n:it11rc•7.a dc•s.ot;a cxr,eriéncia pode ser crud.11 rara determinar
tOOO'i. podem SN c~rUaidos em termos das caracteristicas sociok'.>giôt$ do o ~imh11lismo - a ilrca ck:- uma t·ida<le, .1 qual se odeia ch1..'g.tr pcrlO µor
,_gf1lJ;lO (ida.de. ocupac;-,ão, r~oda etc.), e hã estilos de ativid.-de distintos cmsa d(• 11.:mbr~m(-à~ infelizes; a .1.rea que semp-re se associa éútn épúeas boas.
sug(-rindo que diferemes partes da cidade tf.m J)Oderes atrar!vo,-. rnais divet• A exr'IC'rtt'ncia cominua a aun"l('ntar, e pode rTlôclificar ou fa1.ec ccesa:r a
sos. N ~ ca~os. podemos nos permitir ~c,ieralizar atr.t\'éS: de uma geo· narn,t·1..c1 d0 nu 1~ memal 0\1 a forma c.5pacial. tal como gra\•ad.i na imagem.
metria mai:\ continua: mas. rnt•smo .iqui. o trab::ilho dos Beógt::ifos .sue'<'re ;\ prúpria n1t·m6 riJ pcd.· talhar e 1"11:1m..; <l:1 im;1~~·m (~pac:ial qut· n:io sfio n:fo t·
que o espaço esté longe de ser algo apenas euclidiano (fobler, 1%3). A c.o;.ta <;adas rxx.Jem 1.lesapar<'Cef" oipidamentc-. O t-!ràii,'O .social nJ:o e somente uma
altura, envolvemo-nos na questâo da na1;1,1re-z.i exata d::1 superfkie sôcio-e<."O• vati,h•cl de indivíduo para individuo e- de ._1,! ftl()O para Sflll')Oj _e.ln. t, também,
nôtnica, com a qual C.'itamos lidando. e com o rroblema de achar m1rufot• f.l()r id11el nQ t em po.

24 25
Tentei demonstrar n~ tn seçJoquc o espaço n.lo (: tão simples como o fisi• tufa metodológica gt:r:al pata trabalhar na i.nters«:çilo. Contudo, podemos
co ot1 o füósofo da cit'!ncia IX)(feriarn fazer-nos crc-r, Se desejarmos emender o esdarecer -a.s espécies de problemas a que ,•i.samos, examinando os rl.-cursos
espaço,_ precisru-cmos consiclerar 5eU signiíicaclo .simbólico e a t:omplexidade q•.Je passuimos para cons.truir a ponte num cena contexto; especialmente o
de seu 1mpaçto sobre o componamemo. iá que este ~cá intima.fneme ligado de analisílr a enorme forma espacial de um.'1 cidade e os: padrões ~grega1ivm
~ prou'S5o cogniti,•o. Urna das vantagem; em descnvolve-r es.te ponto de de comportamento maniíestos dentro dela. Nesse comex:to. quero detcr•IT'lé
1,.·1st~ sobre o c~.paço é que ele par~ capat de integrar as imaginações geo· Oô problema da infor~ia e cont role prc:ditivo. Eu escolho e~té ob;etivo
gi·M,ca e sociológica, porque, sem uma compreens!io adequada dos Pn:>CtsSO.S pan..icular porque, como Harris indicou (1968). os planejadcrc:-s es1;lo int<'·
soc~is ('J'fl toda sua complcl.'..idade. não J)OO("t'em~ esperar 1;:ntender o espáÇ() ~aOOs em f:ncr "previsões condicionais a respeito de funç.lo e desertvol-
SQÇ1a l em ioda so.1 complexidade. \fifT)('mo", e is.,w niio difere do interesse do cientista social que usa a
prt·\•isào condidomd rn1Ho meio para tomar válida a a•ori:-i. Por c:.~a filio. a
,~re,,is.toe a fonnula,:,ãod.'I l(-'()riJ, relaciomtdas à c:-i<lsdL·. <lc,1x•n(K•rão da e:i,: i~
A /gu.ns prQbúmos metodol6gicos 1111 Ínlersecçiio lência de uma estcUtuf;l vâlida ~rs construir testes e fne r infe-rf:m::ias. Coino
es1ou intere'.'\.Sado em mo.strar, tal estrutunr. não existe presentemente.
l\la seção amerior, procurei mostrar que a compree1L~o do espaço em toda Consitkrarci someme a$pt.-Ctos selecionados desse problema, e examioo os
~u.a oornplexj<ladc depende de uma apreciaçiiú dos procc$.SC>S sociais. Pcn50 problemas de inferêne:ia: por individua\i1.açlo. confusões e tslatisücas.
que $€r!a.pos.sl.,.el adi:mt:,u um argumento semelhante a respeito dos proces•
SOS :soc1::11.:;: a ('OffiJ)lttm;ão do ptoce'.'tso social em toda sua complexidade 1 1"dividualizaçdo
depende de uma ~prociação da forma es:paciat Comudo, prefiro. mai$ do que
demonstrar esse argumento. oon.side:rar os problemas mctodológjros. qu<> S.(' É geralmente aceito que um passo inicial para a construção ck: u1r:lá estru-
t.'Olocam na imersecção entre o trabalho sociológico e o gc..'OgrMico. Isto rurn por inferência e definir u m conju nto de individuos que formam um.a po-
demonstr.irã como edifk;il trabalhar na intersecção, e tam~m cvi<Mm<.'.iar-d 3 pulaçiio. O pf()(:e$Sô de definir um indivld\lO é cham::1:do ''individualizaçjo'',
importância da forma CSpacial para o estudo do proce..'iO social tal como ele !õtn<io, obviàmente, muito importante. Lógicos, tais como Wilson (1955) e
se man ifes.ta na cidade, Camap (19 ~8), examinaram alguns problemas Eerai.s surgidos dai. Um.a dis-
A por.ce entre as im.iginaçôes sociológica e geográfica pc:xlt ser construi-da tinção importa.nte que fazem é entre a i:ndividualiz.açiio em linguo.gcn.s suhs-
somente se possulrinos recursos adequlldos. Esses recursos imponam um umtivas e a indi..·idali1.açiio em lingru1gem -no espaço e no t-e.,npo. Na primei-
conjunto de conceuos e técnicas que Jl(Ã'iam ser usadr~ para unir os dois ra ~p<'..'Cle de linguagem um individuo pode .iiér definido pela especificação de
c-.impos. Se a ron.srnição resultante íor p.as~ivcl de ehboração a:nalitica e um c0rtjunto de propriedades (P,, P!, PJ, ...Pn) qut= o mesmo possui; po-
susccli\·et-de reste crnpirico, emilõ métodos matemáticos e estatl.sticos serão demos individualizar umá "cidade' i estabelecendo o timanho ,ninimo da
oecess.ãrios, e devemos, por isso, idemifiaHos. Parece, contudo, que esses ;1glomer:,1ç~o. a natureza de estrutura ocupacional etc. Cc;,nludo. na ling ua-
mélodos não pod~r,o ser identHicaOOS senão em um dado çonte:rto. Se. por j,t(•m C'!;fla(,."O•tt:nlpO. a individualiz~lo OO'rl(:n<le &.· espC'cificar a lociliia·
e~emplo, estamos interessados na interação entre o simboli.smo espacial da ~·:ic.1 tk· m1, (lbk' to demro d<' um:, estmt111'11 tX:urd:rwda. iiu<' r(•rrcs.cnt(! o
Cidade, os mapas rnentais dos indivlduos, seu$ estados ele fadiga e seu$ espaço e o l('fllJ)O (conveodonalmente mencionada corno x , )', z, 1) . Esses
padrõc::s de rnmponarne~to social e espacial. então será nett.'$-Sãrio um dois sistemas de Hnguai;.-cm it=m propriedades bem d istíntas; ê p<>rtanto frta-
conjunco de rto.Jrso.s. Sê e..~tamos imeres$.lldos na muda.nça inerente à forma de'Qua.do, e difídl misturá-los no processo de individuafü.ação. O peSQuisador
da cidade e n:'.1 fone d.inâmica soda( ã qual cst.:i associada, te-remos n«C';.5ida~ dos pl'OCt$50S soe:iais usa ca.r~ceristtcam,eme uma: linguagem substantiva,
ck:· dl- um conju nto d ifereme. No primeiro caso. necessirnmus uma lingua• enquanto a aboTdagem purnmente geognifica faz uso da li.n,h'Llagcm e.spaço-
~n~ _que _.sej;i ~paz. dt abranger as complexidades de variadas geometrias lt•111r"ló •. f'Mt•r· dl"S;lp..tn-c.·t•r ii l• rt<:hH entre a..,; dua..-. t·n\·oln· frm.•r uso da.~

~nd1\•1doãJs e sistemas de ati,•idade social. No segundo, podemos tentar, duas Hngua~ns simulcaneamcnte ou. preferivelmeme, produzir alguma: me-
ignor,1f os detàlhes do comportamento individual e contentarmo-nos em exa • talinguai:,>tm que al)ranja as caractcdstic~s relevantes de ambas as lingua-
mi11ar as refações entre a forma espacial <la dei.ide e o comportamento gens. Tal metalinguagem nà'o (xistc ainda e algumas das invesÜg.1,ÇÕeS ioí •

agregativo nela manifc.:;to. Por isso, nâo pockmos construir qualquer CSltu· eia.is em suas propriecbdes indic;am que ~ deseo\·olvimento não se.r:.\ í:.\cil

26 27

-™ --~ -=-
(W s,c,-r visto como um p::,nco ob.sn1ro ~m alguns a.~pec(os, embora sej~ i
(Dacey, 1%5), Para nossc,,s propó5ltos i01ediatQ.S, por conseguinte, devemos ~lda m<.-!todolQSicameme básica, que se coloc:a entre a co!Úusâo do pla~eJa•
nos satisfawr em usar as duas linguagens no mesmo contexto. Os perigos cb r, quando tçnta combinar i~ias sobre vizinhança física (u~ualmcnte 1.ma·
desst:' procedimento podem ser mdhor demoru.trados pelo exame dos méto- ,-:inada na lin~uagem espaço-tempo), e funcionamento !iôé•.~ (usu.i]mcn
do.;; de regio11alizt1ção.
H· r<·ns.1do na lin~u.i~(·m subs:t<nHi\'a). As t.- urldu~"S pol1ocas que um
Considcn;,-se a noç.'lo de ''igualdade' · nas d11a5 lmguaEi'ns. E posslvel, na
pi.ant'j~ procura devem, assim. depender de qual lu~guag,em ele lenha co-
lingu~em .5ubstantiva. dois in<ii\•iduos oct1parem a mesma 1~ ição (duas d- naotb'i1inante e de como ele combina as duas lin,.e.oa...i,!ens em ulgum;,1 esuutu·
d.tdt:'s podem ter exatamente o nicsmo número de habirames etc.), mas raJ
ra aoalí1ica.
wndi\l<i não {: 1n~si\'c.'I no1 lini,tu~~(•ffi csir.-tc;o· tcmpo (duas cidadc:5- nOO
p11d1:m oc1.1p.ir exa1amt'lHc a me.sm.i kx-ali2a1,.-.'lo). Mas. (t'; indivíduos. uma
H't. itb 11ificados. r,odC'm IN muitás propriedades tlun'la localiz.açâo no
h ·o1rxi e· no <''.'.lm1,""t1. Um~ f)fel('f it"<lád{• n·k\•;1me p(Xle ser a loçaliiaçâo
Um c:hs problemas mais com1i!exos <le ser resoh•ido na imers.ecçâo é con•
r<.?fativa úts d i.stãncias relativas a outros lugares). A$Sim. o espaço pOd,c .ser
trulat var"lá..-eis iodcSc:jávl.!iS e ickntifü:ar o p~pel de C".id.i \'arí:i,rel individual
usado para individualiur objetos. ou d e r,ode .s.er tratado como uma proprie•
ffil sirnaçôes nllo e:-:rc•rimeritais de comple~a interação. Sem um p rocedi·
clade de indívlduos defini~, quer cm uma linguagem c.sp;iço-tcmpo, quer cm
llllt'lllO experimental pfanejado adf:((1.Jado, ~ muito í:ãcil confundir u o1a var:iá-
u m~• lin_ii!,uaJtt•m s uhstant i\!a,
-.·cl com outra; ro1)fundit caus.as com efeitos, relações funcionais com c.iu:
Deste modo, as duas linguagens têm caract<·risticas diferentes, e o próprio
:-.ak l.' conl(.·U.:r HM.lu ;1 ,•:.i)(•dc· ck· s inai.~ i11ll·1t1ít.'iais 4..lt· ptirnl'ir.t or<l(•m. E
C$J):lÇOpode r,erttncer a am bas. nia.s de difercn1es maneiras (Bergmann ,
fácil. n.aturalmeme, ser absolutamente prnist.i E' negativo cm rclaçio a isto,
1%4, 272·:301}. Não é .surrr<'<'ndentc que ~a sirua~·ão tenha gerado muita n~is. mesmo .se t(."ntamos ser positivos, e não in.sistimo.s c:m um t igot rirerna-
confusão filosófica e me1odológica, e que o problema da rcgionaJizaç.lo seja tum, ns 1,rohkmas ainda sr; c.:hocam contra. nós a cada passo 110 JlfOjcto de
n•nlrtl\(•Nl. A n1ntm,·l'n.i,1. rl·:rnha. usualmcmt·. <k· mm f.i lh,r ('Ili itk·mili
r1e:squisa.. Considt·rt"•st• o seguime exemplo simples. O sociólogo. usualmen-
car como e quando linguagens diferentes devem ~ r u~das. T aylor ( 1969)
t'-'. u lha para o proces~o de difus1io como ele opera emre indi,..lduos, grupos,
indicou que a t'Oflfo.são surge em ru1,.:"io ' 'de uma foJha em considerar que a
da.5.~es sodais, culturas etc. As variá\ eis rekv-antc,:, na previ.são da d ifusão
1

Ioc::-àli7..açâo ocorre dua5, ,,eze-s no problema' ' . Podemos usar a locallzaç.'to co-
refü:t(·m se $.Obre as carncterbtk:1~ de pef50(1a!idacle do ill<fi,•iduo. O geógrn·
mo urna ,,·ari.á vel disctitnin:iti"a (nesse caSô, estamos li<kindo com a locati2a-
f(l, usualnwnte. olh:i para o a.spcc.:to espacial e torna a pruximida:&:.- kxc.cional
ç-Jo espacial c;omo uma propriedade dos individuos), ou .iceitar uma dada di-
("Ol:))O :1 vari.ivrl ['lf'imt.•ira. oa dc,nmina<;'i-tO do curso de um processo de difu-
vi.s;io do es.psço cm unidades lo(:m:-iona_is e tomáJ' é~.s i_ndjviduos 1~0 tl!'mpo e
~ão. Cumudo. acootc.'C.'t:' <1ue ~ente da mesma classe tende a viver em 1, ro~i
1x:i t":'ilXiÇO ( ta.is como áreas administrativas), p.ara ooktar informações numa
mich:k: rcl'iproca. Como C'flt;)o. distin.i,::uirmos o quRnto contrib,1c>m a vanã·
lioguag(.>Tll 5ubs.tamiva. A regjonafü.ação pode, então, estar baseada na con•
\'(•I (''-Jl;11;:ial (." ;r \';lfi,h:d rx-r,.oo:1Hd:uJ(..'? Em qualq~1er .situaç-;i o. <.k--.·er~mos
li_gUida.de da linguagem substamiv.i, Podemos. também, adotar várias com•
t.·x.:i.min:tr .~('\I cít'ito conjunto e;. infc;:lizmcnte. o.~ ckus aspc.>ctos não slo 1flde-
binações ou c.>str::tt<tgias. rnjs como introdt11ir olxtárnlos contínuos no proce·
1x·rn!l.:ntt-s entre s i. Niiô possui!llOs. aparc.1Hemtm e. rroje1os de fl(:squisa nâ'o
dimemo de grupo {isto é. usar o csi,3ço como urna propriedade). ou procurar
t·xix·ril1lc'1Hais 11<lt.·4u~dc,s 1iara lt'\ ar-1)U';: a lidar com e.sta espécie de problema
0

lndividuos qtJe sejam homogêneos no espaço e no lCmpo, em relaç-Jo a certas


se nJo de moJo r((.•c.ino.
caracteristicas próprias (isso nos condui às regiões uiüformes). O planeja·
E<;M.'S prol,lemas de rnnfusões, contudo. existem ao .se trabalhar com o
mc:tHo urb.•llO aceita, 11su;1.lmenu~. um coojumo de unidaclc:; tocacionais (ge-
processo social. nl('smo qmm<lo cst:e é pcn~do corno sendo indc,x.-ndcntc da
ra.lmt'me, s('ries censicótia:,); mede as variávt·is em cada ~ rie, e pode end'o
íorm.t f.""p:idal. Pareceria, a<i.sim, Hio impôrtanté para o soc:iólo~,o. traba•
agrupac séries de acordo com a similaridade de prvpried::tdes. enqua.11to man-
lhando cm sua própria área. teow elimioar efeitos espaciais de seu argu·
tfrn uma restrição de com igüidilcle. Não quero, contudo. disrutir essas cs·
mento, t'úOlO para o ~eó~rafo eliminar os efeitos sociais, Se esses efeitos con·
tratégias em det.alht- porque tenho 1ninha ix>5içâo estal:x:-l~dda: o processo de
fusos ooo .silo eliminados oo projeto de pesquisa. ent! o seri:;1 muito fácil obter
indi\•idu3li7.aç:ic, na i111t· r~t't:\.io etll<l' a imap.inaçâo socioló~ka. e 11 ~~rá· suportes rC'.1lmC'ntc e.spürios para hipótc-scs es-tati.Sticameme significati-.·as.
lica téquer uma compreensão perfeita de duas linguagens mais do que dife-
Manh.-1 própri:'I su~prdta ~ que muito traba.U10 en 1 prOC::f$SO'; scxiais mio ttm
rentes e de uma metodologia adt-quada para produLir sua combinação. Isso

29
28
ê!t.ito porque ía!ha <.·m reconhece.r 05 agudos problemas infc:rcnciais que po· A oombinaçào de procedlmemos sociais e espaciais, em uma estrutura rle
dem surgir ao se confundir cft:itos c.'spadais com sociológicos. Muito traba- infcr~ia esu:tistica. poderia aind.:i parecer facti\'el. Considere-se o segui.me
lho~ úpo puramente espacial pcxle, similárrncnte, ser criticado. T ra balhar c.1so. oo qtJal procuramos prew.!r a extc;nsão de alguma caraClerlstica social
em inter.secção. contudo, ntlo coloca quaiSqu<.'t problemas novos· isso ilumi• sobre o espaço - pôr exemplo, a c:xt~ de uma população não branca
na a ...erdadcira natunna de alguns dos velhos ptoolema_i;, e ta~m demons- sobre uma serie de áreas de censo localizada..,:; em uma c idade. H ir,otctica•
tra que- o analista social to ana.lista espada! n.'lo se podem ignoni.r, ao real.i · mente. podemos produz.ir certas expectativas para o número de não brani:.-os
iar um tr.lbalho. em cada casela. Pock·mos testar is.so, comparando a distribuição das c-aselas
em classes de freqüência, como elas ocorrem na hipótese, e como elas ocor-
3 lnf,mJm:ia eslallslica rem na. realidade. Podemos ach3.J' que há ou não uma d iferença si_gnificativa
ao nivd de cinco por cemo. Mas, tamb6n, necessitamos ll'kMtrar que o mo-
Os problemas dt' individualiuiç«o e confusões conduzem aos de infe.rroda delo prevê o arnin}O esl)ilcial correto das previsões da casela e pademos de-
<..>statistic:;:i, Estes s!o muito íé.ceis de explicar, mas difíceis de resolver. Ideal- monstf'a·lo) unsando m n tesrc k de colOf'ido rootiguo. entre o padr."\o espa-
mente, necessitamos de uma mer.alingu9gem, atnwés da qual possamos dLs· c ia[ produzido sob hipôlese e o obscr\'ado na realidade. Se os oois testes s:To
cutir. :;imultaneamente. a significância ('Staüstica, tan to no sentido :-,ocioló- totalmei:ne independentes um do outro podemos onir esses dois nlveis de
g.ico corno no (-Spacial. D ~j,ando is.so, devemos recorrer a tçs.te$ dcri...-ados signi6cânçia pela regra da rnultiJ)Jicaç~. e di1.er que o t('Sté unificado optra à
nas duas linguagens em separado, e de algum modo oombiná·lo.s cm urna es: um nível de sign ificância de 0,25 por cenro. i\•las, é claro que os dois. testes.
tn.itur.i valida para a infer~ncia estatistiça. Os testes apropriad::>s para validar nllo são indC'pendc:-ntcs entre si. De fato, unir os dois testes desse modo pode
hipóte.,:;es sobre um processo social a-espacial c.'St'Jo bem est.a.belocidos. Sob da- ~m:oh•er-nos (e írcqüentêffiente nos c:n•;o lve) em um conJJito de Jógica csta-
da hipôtcsc.?, podemos pnxluzfr certas <!Xpectativas e ent,io procurar mostrar t1St1ca. Os tcS-tc$ de JH"QCCSSO sociuJ fuodamenram-se na indc.'pendência de
q11e nilo h á diíct<."11~'.a significativ;i. entre expectali,.,a e observação ,de dados. A cada item do dado, se s:uas .suposições n~o são violadas, enquanto 05 testes
n«es.sidade de algu ma difor~nça si,g.nificativa é gerahnente tomada par.i indi- esutlsticos espaciais s5o e xplic itarncntc referidos para medir o grau de de--
car que a hj põtese e confirmada, embora isso somente seja vt:r-daclciro sob pendência espa<:ial no dado. Portanto, co!oc:amos aucomaticamenre no t:e:Stt
do pn:X.."CS~ .:;oci:11 Q pmblem.i de au1ocorrelaç.Jo, e: isso si,gnifica que viola-
c<·nas suposi~ de como os rcsulta<hs observados s3o pro<lu.2.iclo.s (JXlí
exemplo, a cl1mmaç.To de tcxlas as \ ariãveis confusas}, de como a hipótese ê
1
mos as S:UJX>Sições <lo test.-;, a menos que possamos de um modo ou de omro
le...-amada t'lC. Os tt.-stcs apropriados pma os padrões de distribuição espacial adotar uma a tirnde e\•asiva (rdinando os dados etc.). Esse problema surge
qua_Sl' a ada passo no trabalho na intcr.;ecção . É certamente insolüvcl, e
não l~tão hem C-.'itabdC'C'iÓ."IS. Pod(>f1k'lt!i produ1.ir <wtas í'Xpect,uivas espa-
ciais, e ent.\o comparar estas com distribuições espaciais obser.·adaS. Existem
mum1:; v~zes passa por i.ncompret11dido. Sernprr: pareceu-me estranho, por
testes para Ct.~mparnr a rranjos espaciais de dados do Clpo caseL1 (Cliff e Ord. exemplo, que mctodos multivarü1dos de rcgio1làli7.ação fundamemem-se em
1972) . A comparo91"0 de dm1s superílcies, contudo, ml'o é fácil, e não ti:.mo:s medidas ele <.'Or rtlaçâQ Que. St> é parn jul~ã-los indiéadorcs significativos. re-
meios de di2.et qua1ido L!ma .:;uperfici-e esperada ê signifi(ati,.•ameote difereme querem independência nas observações: dos daOOS, quando o objeti\'O de toda
de uma s11pcrlicie obsérvada. Simüarmente, nlo temos nenhum emcndimeo- a fX.'SQL1i,5a <" .1grupar unidades cm regi&:$ que tenham cara.cteristic.a:; s imila·
res (e· por isso cspadalmence autocorreJoc:ior1adas). O método e o ol!jeLivo,
10 ~ai do sentido da difel'ença significativa ao indicar u m árranjo p::tdrlo.
nes!I(.· caso. p.trt.'Cl.'111 :t.t:'I' lO,!ÚCan1<'utc- iocon~isit.·nt('S~ ou mdhu r. f)l't >t.lw·.t•m
Por isso, cm geral. n."k> hâ nenhuma delini("iô aceita da significlocia e.,:;ratls-
tica na llúerêm;ia espacial e, cooseqücote.n1er1te, há sérios problemas ineren· um ~on!unt~ de regiões que não pode ser julgado signi6ca1 ivo em qualquer
tes ao teste de hipót~ sobre distribuições espaciais. P3rece que o Unico sent1do mtehgível. Parece-me consistir uma ob~o insuperévd usar a anà-
li.se fatorial em esquemas d-e regionálização. O problema de autOCQm;lacào
modo dt- formular noções de signific;Jl.rw:.ia é fazer suposições $Obre a natuw.a
letn s:ido. oontudo, exte11sivc1meme e.xplotaclo na füeratura. economé-trica. a
da distribuição espacial. Desde qut t.-stamos muitas vezes interessados em
identific.i.r, tmtes que presumir. a disLríbuiç:io espacial, esra abordagem nem l'tSp~·ito da d iruen~ão do temix-. t> podemos esper-.ir ~ rco estímulo (e ce~as
sempre e útil. Parece, contudo, ser a ún ica via aberta para nós até o pte5cn· leâ'lira.s) dcs~ campo. Conrndo. como Gra.nger obSér\·01.1 ( l % 9), há difere1l-
te. Por esta ra.z..10, e muito f.adl cri1icar os metodos correntes de Lidar com ças imponante1 ent~e :íl diinem.ão tempo, qut> COflvenientemc nte possui dlre-
d:Klos espaciais {Granger. 1969). çlo e irreversibilidade, e as dimcn.sõe!; cspaci.ijs que 11.io pOSSuem nenhuma

30 31
dessas propriedades. e que podem. também. ser Oiracteritadas per estanca casos, este ponto de vist.t parec-e ter-se tornado urna filosofia estabelecida e,
me11tos não compk-xos e duras de$002ltit1uiclades. fases probletnaS levaram c:omo tal, oolocou-se sob o ataque da çutra. A oocllo democrática de que o
Gr:mger a duvidar, que as técnicas desenvolvidas em econometria. para lidar que o po,•o quer é importante, junto com aJgoma evidência {de nenhum mo-
com ,séries <lt tempo, possam ser generalizadas para séries espaciais, exceto do conclusi,,a) de gué altctat o ambiente espacial pode te.r pequeno déito
para certas classes de prnblemas, A questão da autocorrelaç~o E'SJ¼lcial 1)3· ,obre padrões de comp0rtamento, levou Gan, (1969), Jaoobs (1961) e Weber
rece ser difícil de resoh•er satisfatoriamente, e urna cstnmm1 perfeita de infe- (1963) a atat:í:lrt'T'r\ o determinismo ambiental espacial e a dirigirem a atençJo
rência eslallstica n:a intersecção depende de :;ua resolução. par-a uma hipótese de trabalho alternaliv-a, na QUal um pr«esso social é visto
J\OSSOS meios de di.sk<:ar os proble-rrw de ro1úundir t&:nicas sociológicas como possullk'.!.o sua ptópria dinâmica., que, muitas ,,e.zes - a despeito do
e geogr:if1Cas de lidar com prol)Jemas urbanos cst_,o embotados. Consequen- planejador - , adquirir:,i sua própria e adequada forma espada). Weber argu~
temerue, devemos J)f-ever diliruldad,e-s em fazer previSCX's condicionais e em menla que uma nova ordem espacial está emerglndo como resposta à mu-
valLdà! a t('()ria. lsso pode parecer desencoraianle. mas n3o podemos resoh·er danç.1 tecnológica e à das normas sociais. O plane~'ldor nilo pOde impedir
dificuldades pretendendo qut elas J'lão t~istam. Ccrtáfn<=ntc, a auto•idet1tifi• essa ordcrn. Ele pOde somente retardar-lhe a execução ou diminuir-lhe a efi-
caç:llo delas~ e$.St:ncial §e estarnos buril:111do nossos: recursos para construir a çiência. Essa hipótese de trabalho, Que :mbvcrtc a relação de causa J)f'QJ)OSta
ponte na intcrsetç:iiO. f.nc1ua.n10 isso. ~ importante estar alento a.s possíveis na primeira, parece, também, ter-se tornado uma posiç11o filosófica assentada
(onkS de euo na previs.'l.o espaciaJ e na construç;k, da teoria. A allto-d~... cm 1:dguns autores. O planejador., de acordo com esse ponto, deveria ~ r vis•
ceççlo em refado a esses erros não é instrutiva para o cientista social, o to coroo servo do processo sotiat e não como .senhor.
~'Ogrnfo. ou o rl.intjmJor. lc..'vJdl~ .i wni..tr <lifH.:t•is ck,ci.,,()i;,•s rol itiras. C itla um As diferenç.ts entre ~as duas abordagens alternativas, parcdda~, Sio bem
dek-s noctSsits dt• uma educação pc."lfl"ila !.ób1-c- as limitac,"ÕCS 1)1t-todológica.\ maisC001plicadasdo que indica o argumen<o do parágrafo precedeme. Indu-
que o rodeiam, t-nyuamo trabalham 0.1 imersecçâo. bit:avehnentt, muitos dos primefros planejadores fiSicos adolaram uma espe:
de muito ingt:llua de decerminismo ambiental espacial, .segundo a quil ai•
guns projetos de reconstrnç?.o, alguns parques e similares foram olhadoo co-
fatrntég ia na intem!Cft1Q
mo cun1s adequadas para doenças so:.'lais complexas. Essa abordagc;m de-
monslra-se falsa. Mas, o-5 dcsenhi.stãS ambientais modernos silo muito mais
Necessitamos de uma es1tutura :mali1ica adequada parn mhi•111,t1 os cautelosos a propósito das sutilezas que existem no rclacioruunemo entre um
problemas complexos na imt:·l'S(•("Çào eotre a. análise social e a espacial. Não ambiente e um c;omp0rtamemo pessoal (Sommer, 1%9). Eles reoonhe-cem
r,t'flso qm;• uma me-t.lling,ia.gern ildeqoada estej.i prestes :i aparecer em futuro que hã uma fraca cvid~ncia na qual basear idéias aCCfal do projeto d:.l cidade
próxim(• r,ara int(;',-:rar :as du;is abord~ns. Devemo5, por isso, imaginar adequada, que l~ interesse em projetar. Proponentes modernos de ambas
tt"mpotariamc.-ntt:, estrmuras com as quai-. conMn1ir uma teoria da cidad<!. as abordagens estão, também, prontos a reconhecer o p.ipel da retroalimen-
F.11.(-nclo uso desta.!>. cúntuclo, dc:\·(•mos cuidar-nos. p0rqm: a estrutura que tação, O ambie11t.1list-:i espacial sabe que se ele alter;1 a esrrutura C!'.pacial da
~kâonarmos r,«k- afetar nos~ noi,.-ões do papel adequach do planejador, e rede de tf'J.nsportes. então o proceMo social. prova\'elmente, data origem a
1X>S..-.as pfloridadt-.s politicas. Ê. infelizmente, muito f{1cil uma "lógica mudanças bastante substanciais no uso do solo. O determinista socfal re·
usual'' a.~'iOCiar•S(' a uma posiçlo filosófica arraigada. Es5e problema pOde conht'Ce ainda, que se o processo socí-111 t-st.i ,..e modificando em direção 11
ser dt:moostr.tdo ao olharmoo ele dua".i mam..-iras bem dis.tintas a abordagem uma norma <lonü1uote (p;:,r exemplo, oomunicação por automóvel) então a
de):<; 1m:>bf(•ma.,;; da cidack-. criação de uma lotma es.p.iciat ada puda para aquela oo,ma pode somente, re--
Ê possivc:I olhar a forma esp~Kial de uma cidade como determinante b~si-ca forçà•la - a maioria das cidades rnodemas americanas não foram construí-
do oomportamento humano. Esse "det<'rminismo ambiental esp;icial" é das para se andar a pé e, par isso. reforçam a necessidade da posse e uso do
ufftil hipótese de trabalho d.'l(luelcs pl:mcjador1:s físioos que buscam promover
automóvel. As diferencas emre as duas abordab,>C:ns são mais ~ tJs, att.1al•
uma 11ova ordem sociaJ pela manipulação do ambiente- espadal da cidade. Ê, mente, mas elas áirKla são importantes. Considerem-se as duas dtaç{x.'$ se-
também. um meio co,,v,enitnte de e,·irnr algum:jls <las oomplexi<lades da inte-
guintes:
r :\l;:.t) l'l!lf(' J fl1rm;t t''>l'.ll ial l' o l'í(H,,. l'S.' •º ;<.Oc:inl. p01'4lll' pror,/1(: on1:1(..;1 n11um
''Hâ evLdl-ncia coosidcni,..el c;k; que o ambiente flsko não dc::scmpenha um
C"J u,;al sim1,les na qual a foon.1 esp.v;ial afeta o processo social, Em alguns
papd significativo n:i vida da.s pc:$SOOS, como acredltam 0$ planejadores, Ern-

32 33
bora as pe™>as resi<l:.i;m , trabalhem e tenham larer em edifíc ios, :5CU compor- espacial). Essas. translações permitem•nos dizer alguma coisa sobre as impli·
tamento nilo e detc-r min ado pele» tdifléios , mas pelas relações econômicas. ca~ de um estilo de análise para outro. f. como pass,;ir de um resultado
culturais e sociais no interior deles. Um mau projeto pode, naturalmente, geometrko para um algébr ico (e vice-versa) naquelas duas línguagens, isso
intet"ferir com o que transcorre dentro de um ediflcio; e um bom pro jeto significando duas maneira.~ diferentes de dizer a mesma coisa. Contudo, o
pode ajudar nisso, mas o projeto pe-r se n.lo produz, signi.Hcaiivamente, com~ probleirni a respeito da tran.si~·~o forma espacial-processo soci.tl t que nl1o há
pOrtamento hu mano" (Gans, 1969, 37·38}. ttgf'.iS bem est11belecidas para isso. Sob certas condições podemos <..'Onscruir
'·Um bom proj~o toma•$C u ma tautologia in.1;ignifict1nte se consideramos estm1ura5 pan1 alcançar simuJta»eamen té as duas dimensões. Considere-se
que o homem setá modifi<:ado pat'á apropriar-se de todo o ambiente que cria. um simples problema de programaçâo oo q ual bu$C'amos Olimiz.ar niveis de
A quc-sllo·problema nik> é que espé<:ie de ambiente queremos, mas que espê· ,.ui\·idade em certos Pontos muna rede, minimizando os custos de transpone.
cie queremos de homem" (Sommer, 1%9, 172). A soluç~ é, 11eccssariamem.c, simples tcxlo o 1empo em q1Jé' a rede perma-
Os prôs e contras de.,;~as abordagens não são relevant('S; a eYidência e fri- nece fixa. Contudo, ~ admitimos que ,;i alter;;1;ç~o da rede e o nllmem de ati·
gil e as hipóteses s«o, tambem, ambiguas. TaJvez seja mais razoãvel con• \'idades o rientam para a mud11.nça, assim como que. os nlYeis de atividade
siderar a c idade como um sistema cliniãmico complexo no qual a íorma • ari:am, entã'o cemos um problema muito com pli~o em nossas mJos: o nll·
espacial e o procc~ social estão em continua interaç!o. Se deseíamos enten- mero de combin ações torna•se rapidam~t~ astronômico. Não obsra me,
der a crajetórfa: do sis.tc.'TT'.a urbano, cb·en1os ente nder os relacionamentos muiros problemas pequenos desse tipo podem ser manipulados pela análise
lum;;ionajs que existem dentro dele, e as feições independentes no pnx:e550 combinatória, e per-..so qlle- certos problemas simples, que ocorrem no plane-
SOt'.:ilil e na forma espacial que podem mudar a linha d3quela trajetória. ti j.unenm da cidade ou no proje1:o ambiental, podem ser tratados, COO<.'Omitan•
uma ingenuidade desnecessária penslir c,.iffi termos de relaçixs cau~js simples le!Tl(;'nte, nas duas dimensões. Mas, :sorn~. na maior parte do temp0, for•
enu e a forma espacial e o processo social (qualquer que seja o modo que es- çados a manter a forma espacial constante (caso em que podemos r esolver
colhamos para apOr'lrnr a indiaiçfo c.ausal}. O sl5tema é muito ,nai_s compJe• problcmas ~ 5ta.nte compUcados de processo ~ial) ou manter o proces.w
xo do que isso. Os dois lados estlo, ine:nriCá\•clmente, imer-rel:acionados, social constante {c:iso em que podemos resolver problem:ris bastante compli-
As duas abord.igens, por isso, clevcriam ser considerad3:5 como compiemen • cadoo de forma espacial). Em c:ad.a caso. ~mos encontrar uma solução so-
tares, mais do que como alten1ativas mutuameme exd~ivas. AJOOl disso, é mente de um lado, fazendo suposições con\'enlences estritas $Obre à$ oondi•
preciso. muitas vezes, penetrar em alsum sistema interátivo complexo , em ções que existem no outro. Isso sugere que uma estratégia apropriada para
algum ponto. se alguma informação de\'e 5et produzida. Se escolhemos fazer trabalh,u na intersecção é um.i estratégia interativa na qual nos movemos da
assim no início da íorma cspilcial {e ronsidenr o processo social como uma manipulação da forma espacial (com o processo social permanecendo cons-
saida), e no inicio 00 processo :iOCial (e considerar a forma espacial como tante) para as implicaçõt:t do proces._~ social (com .i now forma espacial
um.a Saída), ou imaginar alguma abordagem mais complicada (com ret.l'<Xll.i· mantida constante). Podemos nos mover <:m qualquer díreção, e não hi ra-
mentaçõcs etc.), isto seria uma decis:Jo pela conveniê ncia, mais do que pela zâo 1xirn que nào J e\';1mo:s manipular os passos nu ma s.tqüénci:a iterath•a. Es·
íilosofia. te parece ser o estilo que se está desenvolvendo no modek, urbano. Vúios
Ma$ todas ~,;is abordagens :são ingênuas no sentido de que eJas pressu - proiecos espaci,;iis alternativos s11o produiidos, e estio a Yaliado.s, em te rmos
tõfm a existência de urna linguagem adequada para discutir simukaoeamen· 00 algum proi;esso $0Cial (usualmente, eficiência econômica ou custo•ht!nd i-
te a forma e$Jlacial e o processo espacial. T al lingua,gém não e xiste. Usual- cio), <! as avaliaÇCJe$ são comparadas para determi.oar o melhor projeto. Em
mente, abstr:aimo-nos dô sistema complexo que é uma cidade. faundo uso oum~ casos, pane do projeto espacial é :alterada, e o impacto sobre ootros
de linguagens para atingir, que r o processo social, quer a forma espaóal. Da· aspectos é ent~ examiniKlo por meio de um modelo de al<)(:aç.:lo espacial que
do este modo de abstra('âo não podemos falar plenameme da lomaa tSpacial f.n suposiçõe5 emitas sobre a n.itu reza do processo social. &sa .1t1or,la,L.tt·m
umst111d4 proc;t.'5SO social (ou ~•ice+..,er:sa), nem t , realmente correto, consi· iterativa é, evidcntcm<:ntc, muito Otil quando mmbinada com téc:nií:as de
derar a forma espaciaJ t> o processo espacial como se fossem variáveis que e:s· simulação. M as isso tem , naturalmente, algumas limitações. sendo a mais
tão de aJgurn modo crn contínua interação. O que cStamos realmente teman· importsm e a Que en\'olve tr.mslação ele uma linguag.cm para ou tn, quando
00. é tr.tduz.ir resultados produzidos numa linguagem (p:,r exemplo, uma as regras de translação slo mais presumidas do que conht,"(;idas. Essas regns
linguag~m de processo social) em outra linguagem (a linguagem da forma podem e,:ercer impacto importante sobre os resultaOOS. Isso pode ser de--

34
.monstrado pelos problemas que surgem da es1r-.1.1êgia usual adotada na teoria Dev~. IXll" i.:;:;,0, estar atent~ para quanto 4/St~mos pagando tm termos d&
da lacali1.aç-d0. realismo, quat1do adotamos a.-rtu estratê8ias; e de que maneira as suposi-
O 1)0ntO de pgnid:i ds tMria da localização é que o espaço pode ser t"nten• ções em·olvidas numa estratégia particular são fundamentais para os rtsulla·
dicb como u m bem econômico por meio de custos de tran.5portc; e que os dos d<.: qualquer anâUsc::. Não podemos evitar tais q1.1 estões ao procurar t.'ons-
ru.fü:is de transporte podem ser substituídos por ,1m mc:xl,elo dé processo so- ~ruir uma genuln-1 tl'Úria da ddôKle. Finalmente, cte,,e,roos estar aptos a supe-
ciaJ eb:borado para produz.ir condições de equilíbrio da ptoduç~ para cada rar os problemas ineremes ;1 nossa maneira de conceituar 05 processos so-
indústria ou firma. Uma vez e-specificada:s essas condições de eqt1i!ib,io. os ciais e a forma cs.paciaJ. J\•las, até então, tudo o que p(Xjemos fazer é tentar
rt:!!)ultachs sâo entlo lranspoSlOS para a forma espacial, atra"es de o;.'f'tas al.!'ums rspttie de avaliaç-lo de suas implicaçõeS e adaptar nossas estrat~gias
sup,osiçõ,es sobre a mHurcza das rondi~'Ões que exis1em em alguma superlkie de pcsqui§a e nossa con~ qüente produção p0lítica. É. afinal, um pres.s11posto
{i.!l'.uais facilicbdc-s de transp0ne, superfícies planas e ]is.as etc.). E gcralmtntc impartante do pensamento cientifico, o de que os erros só podem ser estimu·
aceito, contudo, que essas suposições .sao meras com cn.ic!ncias, que não in·
1 dos e combatidoo quando compri'cndcmos as fontes de onde surgem,
terfcrcm ck· ne,,hum mOOO nas condições de equilíbrio, definidas no modelo
de 1,..-oc~sso. Essa suposiç.'!o pode ser criticada em ceno número de funda·
rTll'OCOS, Em primeiro lugar, o problema da retroalimentaçao tem qu~ ser su•
perado. No caso de Losch, par exemplo, a trOC'!l de populaçifo que deve re•
sult.1r de uma obtenção de equilíbrio pode altt'rnr a nalurr.za das oondit;ões da
forma espacial, que permitem que aquele equilíbrio Seja especificado espa·
cialm<!n!e ( Isard. 1956, 271-2). O sistema urbano desenvoh•e, presumi\ el- 1

memc, a.lguma trajetória ; e mlO hã garantia de que oenht1m equ.iHbrio real


p::issaser ~la m,çado no pn:x:esso social, porque a forma espacial esui mudan•
do cons,anterncntc. O sistema flOOe, por isso, ser de caráter do inscivel que
mio se t:Sta.bili~.e. No sentido espacia.l. a tendência principal t em direção à
aglomeração. e por isso deveria ser mais apropriado thàJn.at o sistema de aJ-
go implosivo, Uma segunda critica mais iml)Ortante, co,uudo, e a de que as
suposições geométrica:;, por si mesmas, exercem impacto sobre a especiliai•
ção do equilibrio. Se considcrarnos uma praia de comprimento finice. a at.ivi-
dílde social de três vencledon.-s de sorvete toma-se teoricamente indetermina•
da: não é por ucaso que a maioria das coorias de locaJ.i.1.aÇ!o oollSidertm su•
(X."ffteics planas infinitas, porque. sem e5ta suposiçfo, o pc,nto de equil!brio
00 processo social muitas vezes não pode .:;er de1erminacb. Em geral, as su·
posições de forma espacíal, injt.>tadas na leoria da localiz.ação, s.lo mais do
Qt1€ mera~ C .Qn\'enienéias - elas são fundamentais par.a os resultados. Quero
deixar claro que nlo es1ou atacando o teórico da localiz.aç.lo ou o ,malis1a ur--
baoo por for.erern suposições sobre a form:;i e.sp:icial. Na prática, acredito t1ue
não temos escolha senão u5.1r :;uposiçõcs dcs.sc tipo. 1\-tas, ê imp0ttante reco·
nhecer que si.lo pontes frâ&ieiS para cruz.ar o imeflso abismo do problema,
Nao podemos, p,,1:$$ivelmente, usA·l.as pMa discutir asespecies de compk-xida-
de indicadas anteriormente, nas quais o próprio espaço é visto como multidi-
mensional, não homogêneo, lalvez. descontinuo, altamente personificado. e
significativo de diferentes mod05. em diíercntd contextos ck atividade .so·
cial. A abordagem da lôcali.-.aç;to é ape:racional, mas isso implica num cusco.

37
36
CAPÍTULO II
O Processo Social e a Forma Espacial:
(2) A Redistribuição da Renda Real
em u m Sistema Ur bano
Qualquer estratégia abrangente, para lidar com sistemas urOOnos, deve
conter e reconciliar politkos destinados a mudar a forma espacial da cidade
(o que sigoífic-a a k>caliz.aç:ló de ob}e1os, tais como cas.a.s, utensilios. rede de
transportes etc.) e pclitkas destinad:Js a afetar os proc:e~ sociais que exis-
tem na <:idàde (isto é, aS estruturas .sociais e atividades que interligam pes-
soas, que ligam organizações a pe$$0as1 oportunidades de emprego a empre--
~dor-C5, bcoefkiArios da assist~ntia social al.., stfYiços corresp0ndentes
etc.), O ide.ai seria est.i.rmos aptos a harmonizai· essas politicas, para obter
algum objeti.,.o social ooercr1te. Es.taJTI.OS, distantes de tal c:apactdade, atual-
mente. No Capitulo 1, 1ernei ex.i.minar algumas das dificuldades cm obtl--la.
Isso deéorre, parcialmente. da complexidade inerente ao próprio s.i.$tema ur-
bano, de nossa. nbordagem tradícion:al e d.l miopia disciplinar de um sistema,
que demancb tratamento interdisciplinar e também, de sérios problemas me-
codológioos e filosófioos, que se colocam no caminho d a plena integraÇio d
forma espacial e do processo social no conte xto de analise dos sistemas u1
banes. Contudo, quando se íormulam estrattgias: e políticas. há uma out1
dinicn.i:ão do problema: a de, tonwr e xplicito o que pre tendemo:s com a fra•.
'·um objetivo social coerente'' .
De modo geral. o planejador social e projetist.i tende a evitar es5é cerna
IX)í<JUC ele envolve uma oolocação de julgamemos $ôciais1 polltkos e êtioos
em ,.eJaÇ30 aos quais seria muito diflcil obter consenso gentl. O eng.1.no ao me·
ramente e\litar o tema ~ o de que os julgamentos ~ tão. inevíca.velmcntc, im·
p/fâtos na d('(i!;iiô, quer se queira ou n:lo. Se. riore:temJ}lo, prcdiz.c mos, com
base nas tendências e conhecimentos correntes, a fu tura distribuição da po-
pulação. padrões de c:onsumo, demandas de tnibalho (pela moda) etc. e, con·
seqücntemente, alocamos investimentos atuais, aceitamos implit.irameote\
de um.a forma ou de outra, que essas condições futuras serão pOr nós acei·

39
téveis. Tanto quanro as decisões de investimentos produzem frutos, deve-- A distribtJiç4o de renda e os objeüvos soci4ü de um sistema urbano
mos, também, assumir a.lsuma responsabilidade ao akançar as condições
preditas. O enorme crc.scimemo cios possuidores de autOmó\•eis, e seu uso A maioria das politic;-as .sociais são diretarnente elaboradas como tentativas
nos Estados lJnldos, pode!- ser parc-ialmente responsabiliz.ado pelas p:>lit.icas de mamcr uma dada distribuição de renda em um sistema social ou para a
de invt-stimento de transporte. Por isso, o planejador estã, intri.ncavelmente, redistribuição entre os vários grupos sociais que constituem uma sociedade.
limitado pckxs processos sodais que gc:rain mudança, de:5de que muitos pla- Tem sido geralmente aceito que alguma redistrib uiçilo deve ocorrer desde
nos divulg::1do5 qua54;> que certamente inOucnciam o curso dos C\'<..'11tOS (em- que sempre existam aqueles elementos 03 popula(".:ão que pôr má sorte, mau
bora nem sempre na direçio antecipada). se nâo sao atualmente auto-im- julzo, idade oo f~queza n:Ió rnc1.nlêm um p.klriio de \•ida adequado púf' meios
pulsionadores. Por esS3 razão, t impossivel, para nós, estabeJecer um cri- usuais. Quanta redistribuição de renda deveria ocorrer exatamente ê, nalu·
t{:rio ' 'objetivo'' para medir o sumso oo o frac.isso fflls politicas de planeja- ralmeme, uma quev.iió Nica à qual diferentes socieda<les têm respondido de
mento, porque esse critério requer que invoque~ um conjunco de padroe5 dtver$3:5- maneiras. ern l'P(!CaS diJcremes - esse e o juízo ético central que de-
éticos!: prtferências sociais. Ê "certo", por exemplo, investir tanto no ve ser feito na íormulação de qualquer poUtica social a respeito do sistema
amomôvel particular? Quem rui populaçlo sofre e quem se beru.'fiéia? e é u rbano . Se desejamos.e:terutar um.i dad.i distribuiÇ,O de renda, devemos em
correto que se deva faz.er a!,Sim? Esras.~lio as espécies de Questões que deve- primeiro lugar ter uma ideia muito clara dos mccani:5-mos que geram dcsi·
mos, eventualmente, encarar. O que e demonscrável, n.ituralmente, é a gualcbdes, porque ê, presumivelmente, pelo rontrole e manipulação desse:s
nec:essicl-adc urgeme de uma funçlo social de bem•cstar, oomprecnsiva e glo- mecani.smos que alc;ançarnos nosso objetivo. N11io é preciso estabek>cer ne-
lxi.lJn<:ntc aceita, em relaçW ! qual as decisões e resultados pofüicos po5S11.m nhuma preferência pQr uma dada disLribuiç.lo de renda ao investigar esses
ser jul.gado.s. Provavelmente, nOO estaremos aptos, em futuro próximo ou mecanismos; mas tomar sc a claro, a seguir, que estou em geral a favor de
• •

dist.inte. a formular u ma func,:ão :social~ bem-estar aceitável, em caráter ~- uma estrutura social muito mais igualitária do que a que e:xhte. corrente-
ral, para um sistema urbanQ. E."iS.1 diíiotlcbde (que a maioria tende a ignorar mente, nos slstemas urlxtnos americano ou ing!ês. Parec;e que os "mecanis•
na esperança de que ela de$apareça) não d'°\'erfa, contudo. ocorrer e desviar mos ocultos'' de redistribulção de renda num sistema urbano oomple,:o esti•
nossa atenç-Jo dos mecanismos: que articulam as decisões locacionais (quer mulam, u5ualmcnte, a:5- desigualdades. mais cio que as reduz.em. Isso tem
pública:5- oo privadas) em assuntos como rede de traf1S.pôrtt.S, ioneamento in- impllta~U-s imediatas na p0Htica social, porque indica a 0t.,=essidadc de uma
dustrial, localiza-ç:Iode utilidades públicas, localiz.açào de moradias etc., C"OfTl poHlica de ''amparo'' na redtstribuiçâo direta no caso da tendência geral da
seus inevitáveis: efeitos distributivcy.;, sobre a renda real de diíeremes gru~$ cedi.stribuiç.lo oculta ser oomld.t. Outra possibil.idade é, naturalmente, tentar
na populaç.ão. Esses efeit~ distributivos .são muitlssimo importantes. Eles controlar ou fazer uso dos mec.tnismoo ocultos de rcdistrib,1ição, e d.arei al•
são ainda muito pouco emeodidos e os mecanismos rcb•ti\'OS à alocação e ,sumas indicações de como is:5-0 deve ser feito. Est<.'":5- • 'partntC5<."S'' relativos a
distribuição permanecem obscuros. Ha, naturalmente, boa:5- ra1.ões pa.ra minhas prcfurências pessoais em pc:,lítica social nã<, devem, contudo, interfe-
alguém se esquivar de um estudo desses mecanismos. Se eles se tornassem rir na anâ\i.<1e direta dos mecanismos que controlam a redis.tribuiç11io da ren-
explkitos, tanto para os q ue J:M"~deriam, oomo para os que ganhariam (e por da,
quantos}, a jÃ1ttir de w1~a dada decisão locacional, pode-riamos prever desde
É, C.'fTI principio, importante com1..-çar peta pe:squis.a de álgum.a definição
loe,"O uma grande dificuldade em implementar a dé<.'"isào. Mas, uma filosofia
de tr.abalho ba5eada na noçi.lo de "o que os olhos nJ:o v~m o a;,raç.ão não adequada de renda. A mais simples, mas talvez a mais desoriemadora de--
finição1é a de que :a renda~ a soma • 'recebida em forma disponivel em um
sente" dificitmcn~ pôde ser accica por qualquer planejador com integridade.
Pon:anto, a continuaÇBo dctSte <;n:s,aio, concentra a atençâo sobre os m«-anis•
cb.do ano, que~ usualmente gasta em consumo corrente oo mesmo ano",
mos que tendem a redistribuir a renda numa populaçao urbaoa. Es.~ mas T itmuss (1%2. 34) oferece-005 uma definição mais ibrangentc:
ques-t;fo, natu.raJmente, tem sido le-.•l:lntada p0r di•,crsos autores em passado ''Nenhum conceito de renda pode ser realmente justo se restringe a de·
recente (a maior parte através de trabalhos como os dt: Thompson, 1965, e fioiçik> ampla que abrange todas as receitas que aumentam o poder 00
Netz.er, 1968), Tent~ei avaliarosefr:itosdc ~rtos ''meca.nismosocuhos"' de individuo sobre o uso dos recuf"50S escassos de um11 sociedade~ em outra:; pa-
redistril:miçã"o, que rendem a ser obscurecidos por n0$$a inabilidade em anaJi· la\'ra:S, seu acréscimo liquido de poder económico entre OOis momentos no
sar um sistem:a que cxíbe interdepend~nci.a entre variação social e espacial. temp0... Por essa mão, a renda t: a soma aigcbrica ( I) do \'a]or de mercado

41

dos dirt:iios cxercic.Jos oo consumo e (2) da 1roca no valor do .suJ)t"i.mento de T itmuss, por e,:emp.Jo, ~ade que as trocas na escrurura de vantagens mar·
dire-itos de propriedade en,re n começo e o íim do periodo em ques(ão". ginais, no sistema 50CÍal inglês, alceraram bastante a redistribuição da renda
Essa dcli.nição tt.·m algumas implicaÇ\."c-s interessantes, uma das quais é a por taxação progressiva m1 Inglaterra, durante o periodo 1939-19)6. Neste
de que a renda inclui a <roca, em valor, de direi<os de propriedade de um in· ensaio estou tentando, realmente, e.~tender este tiJX) de argumento ao con~
divlduo. "indiferentemente se a troca cenha sido promovida pt.la adição COP teJCto urbano. Para isso, necessitaria examinar como as \'.Ullagens marginais
rente de propriedade. que é poup.1da em estrito senso, o u se ela foi causada opçram no conte.xto de g.i11hos, valores de propriedade e utilidade de re-
por ai;:r~imos ao valor da propriedade. Do ponro de ,·ista do poder do indi- cul"W'5,. l'\o Ultimo ca.so, estariamos, tambem, imeressa~ na distribuição
,ridu() sobre 05 rcc:ur.sos, € a troca no valor real ele sua proprie<bdc que in- diferl'ncial de cenas recursos, não ll:\'aliàdos ou "livre.'$", entre diferemes
teressa, é mie>o pnx::cs.so J)(lo qual essa troca foi pro1no\·ida • •. segmentos de u ma p0pulação - atualrrléntt:, i$$0 p.Lrece ser uma das mais
0e'> e estar claro. també-m. que o poder sobre os recursos esca$SOS da so·
1 importafll~ '',·antageos marginais'' diferenc:::iais geradas num .sis.icma urba•
ciedade n,10 pode ser determinado independentemente d.:i acessibilidade aos no. Propondo esta abordagem, c:::relo que, parcia.lmeme, pôderemo.:; st:mprc
recursos e ;10 seu preço, Os recursos podem ser exauridos, modificados, ou explicar, um OOs parado)(OS centrais da sociedade moderna - o de que uma
c riados. de acordo com a nc1tureza do recurso e sua manipulação, Assim, há sociedadt: crescentemente afluente, com uma tecnologia mudando muito r:i-
prov:weltll('nte diversas maneiras pt>las qu.iis a renda do individuo pode mu- pido, é$tá ger,:mdo prOOiema.~ t'.!$trutur-ais absurdos e aprofundando teruões
dar. O individuo ood<: conseguir mais (menos). pede receber bencficios posi- no processo de urbanizaç-3.o.
tivos (ncgati,•os) de uma troca no valor- de sua propric:.•<fadc, pOdc simplcs-
menu~ ter mais (menos) recursos tornados úteis pata ele a um bai.,:o (alto)
l)rcço. ou p0de tc1· quaJq uer combi.nação desses ganhos e perdas em um
perkxlo particular. r,.,½ que se segue usarei a expressão "mudança de ren-
da' • paro .tbrange.r todas essas diferentes possibiJid3des. A questão que emào TalV<'l S<.·ja inadequado isolar algum~ oondiçÕC'.'i p.irtK:ulares Qlk' con•
$Urge é de oomo a.s mudanças na forma cspsçial da cidade e nos processos .so~ trib,1em para a redistribui~o da renda. O que se requer e uma comprccnslo
c:::iais, que apcram na cidade, provocam mudanças n:a renda do individuo. com1,leta de.como opc:>ra una sL~tcma urbano. Mas, há um numero de temas
Seria pte<:iso uma e,·idêúc ia ernpírie1 e teórica detalhada para te$p0nder a recorrentes, oo que se segue, e é ütiJ isolá-los: antes dé progedi.r, desde qu<:
essa questâo com alguma cerrez.a. Presememente, só posso a1>resentar supo- assim fazendo 1:ioderemos evitar discus.sões repetiti\•as.
sições como hipóteses, e seg.rnemos e panes de iníormação como s.upones da
eviÓÉinci.i empftic.i. Eu a rgumenta.ria, por exemplo, que o processo social de
determinação do salãrio é parcialmente modificado pelas trocas na localiza-
1 A rapidez de lrQCa e o grau de ajustamento em um ,istema urWno
ção das omrtuntdadcs de emprego (por catcgoria.S), comparadas com trocas
nas oportunic:lades de moradia (por tipo). O fracasso do emprego e das opor-
tunidades de moradia em manter-se em equilíbrio têm imposto c ustos ele Muito de nossa compreenSilo anillitica do ú;cema urbano vem da ana1is,e
acessibilidade para alguns grupos na populaçiJo em relaçfo a outros. Tentaria de equilibrio. A maioria dessas análi.,;é$ de 1.'(lufübrio parece definir uma alo-
lam~ most.r.tr como as trocas no valor dos direi1os de pr oprieda,de e na caç~o 61irna de recursos (por exemplo, rtQJr.sos do solo) sob condições nas
utilid3d~ e preço de recursos podem ocorrer atr.ivés da dinâmica espachd do quais a dist.ribuit;ao de renda é dada. A maioria das aná.lises do mercado
crescimcnw urbano. Argumentaria também, q,1ç e-ssas trocas h1stas têm urbano de moradias, por exemplo. indica a estl'utura e a forma de equiHbrio
çfoito substancial 500n: a diStTibuição da renda, e $tu$ efeitos tomam•se des- que assume uma dada distribuição de renda. Somente a partir cks:s.a sulX)si-
rroporcionalm~nte importantes à medida que o tamanho de um sistema ur- ção é posslvel determinar o que é, usualmeme, denominado "6tirll() de: Pa-
bano aumcma. O qu<= isso realmente s ignifica ê, naturalmente, a ooçto de reto" (um-a situação na qual ni11gutm pode toro.ir-se melhor, não oonside·
que ",.,antagens marginais" s.ão geradas pelas trocas no s istema urbano, e rando o movimento, sem tornar alguém pior). Esse modelo oos íornece im•
silo disiribuidas desigualmente pcla população ui-bana. O tratamento moder- ponaiites imros:pccções em relação aos mecanismos de alocação, que subja·
no da distribuição da. renda está levando em consideração cada vez mais o ~m ã formaçtlo de uma eslrurnra. urbaná, mas eles nos dizem pouco sobre
problema da Yan1agem marginaJ. A principal credibilidade elo argumento de (Qmo uma dada distribuição de ttnda OC'Ol"re. Mesmo que aceitemos li supo·

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siç.lo de uma dada d istribuição de renda, lemos ainda qut considerar a ,,elo-- brio, cmboro isto não nos livre, de nen hum modo, de fazer u:;o de im rospec-
cidade com que o equillbrio é conseguido.

Tem .::;ido uma suposição s.ubjaCffite em muitos dos uabalhos sobre mode·
1 ~-ões t<.-óri<:as e empíriC'.ls geradoras de :malises de equilil-rio.

lo urbano a de que algum tipo de equilibrio natural pock ser identific;:ado no 1 2 O pnço da acessibiliddde e o ,·usto de proximidade
sistema urbano. Lsso é ver<ladi:: 1an10 rK)S: modelos determinist:.15 de estrutura
urbana. desenvol\'idos çor aotCH""CS, tàiS como Alon9:> (1%4) e Mills ( 1969), É geralmente aceito QtJC a acessib ilidade e a proximidade são aspectos im-
como nos modelos cs1a1ís.ticos de equillbrio do tipo ~ modelos gravitado· p0t1antes de qualquer sistema llrbano. E:(3minare i bteveme,ue os dois do
11ais e de ma,i:imi:i.aç-Jo ck entropia (Wilson, 1970). Essas analises de equili· r:<:inco de vista dos proprietãrios agindo como consumidores. Acessibilidade a
brio têm, indubirn,·elmeme. proporcionado algumas importantes introspcc• Cf)Onuoidade!i de c:inprego, recursos e .serviços. de bem-estar pode ser obtida
ções em rclll{:iO ao sistema urbano, mas creio que Lais modelos de equilibr-io someme p0r um preço, e esse preço é, b'1:':ralmeiue, igualado ao rnsto de su·
pockm desoriemar-nos se íorem aplicadoo sem critério. A principal quest.kl perar distâ11c ias. de usar o tempo etc. Mas, ntro e fácil medir o preço que as
aqui, naturalmente. e a velocidade-com a qual as partes diferentes de um si.s· pessoas pagam. Considere-se, por exemplo, a dificuldade de da.r alg um valor
tema urbano ixxJem ajustar-se às trocas que ocorrem dentro dele. As trocas oo ten1r,o em estudrn. de transporte. E há mesmo outros problemas mais
t~m si-do rápidas nas decad.as recentes, mas é evidente que o processo de complic ados. em•olvidos aqui, porq\1e o prt,ço .sodal que as pe-ssoas s.-lo força -
ajuscanwnto leva um tempo relath•amt>me lonSo para :atuar por si mesmo. das a pagar, parã rer acesso a ,ertas facilidades. e algo que pode v-.iriar desde
AAm dis~, a~ diferentes partes de um sistema urbano tém capadd:i!des d ife- o simples cus-to direto envol\1iclo no tran$pOl'te até o preço emocional e psiro,
rE'ntcs de a justamento. Alguns aspe<:tos da organização u dxma ma.ni(es- lógico impOSlO a um individuo que ,em resist~ncia imensa a faw alguma
(am•se irnediacameme. enquanto outros resr,oodem muito vagarosaniente. É coí.sa (a esr.:écie de preço que pOde ser extocquido, por c:xçrnplo, de alguém
p0r isso desorientador pensar cm ajustamenco no sistema ul"bario como um que tc:m Qll<' suic:-itar .se :a um teste de espera pal"3 qualificar-se para o
procesoo homogêneo. dcsen,,oJvendo-se com gr:rn u nil'ôrme. Essa variável, bem-estar). Essas barreiras sociais e p:sicológiças SáO imp01umes. QuaJque-r
,·elocidadc de ajustamemo, significa Que h~ diferenciais substantivas no dcsc· discus~o sobrt aces.sibili<lade, por isso, réquer que ,· espondamos á gucstão
quillbrio do si$terna urbano em qualquer moine-mo llO tempo. Para clsr um fund.imental relativa ao significado de "distância'' e "esp:tt;o" no si~1ema
exemplo simples: l! c laro que nilo te m havido uma resposta igual na popula- u rl>ano - problema que examine i no Capítu lo 1 (\•eja·se, t,1mbém, a exce·
ção urbana ao po1.eoda1 de mobilidade :as.'iociado ao automôvcl. A defasagem le nte análise crírica de Butcirner, 1969). Neste ensaio, estou u tilizando o
chega -a atingir 20 e 40 anos entre diferentes grupos da Pof>Ulação. Seria, tt'fmo ·'pro:<imidade" para referir-me a um fenômeno bem difi'rente de
cenamente, .surpreendente se os grupos melhor educados e mais aflue ntes acessibilidade. Po r proximidade eu entendo os cfcilOS ele cs1ar jwuo de al-
não th•csscm tirado vantagem dessa defasagem para promo,1er .s eus próprios g umas pcssoos sem fa1.t:r disso qualquer uSó d ireto. Uma moradia IXXk' :~im
interesses e aumentar sua própria renda. A aloca<;.10 de recurso~ toma, <=n- achar-se próxima de um:i fonte de poluição, de uma fonte de b"rulho, ou de
tão, lugar romo ajustamento a essa nova distril>uiçlo d.t renda, e um pro- um ambienle decadente. E:i-ta proximidade tende a impoc ccn.os custos sobre
ces.w cumulaLivo de incremento de desigualdade da distribuição d.a renda a montdia (por exemplo, limptz.a e Ja.,.agem de fach.tdas, proc.ciorns comra
põe•se em movimento. Es.te é um exemplo precário, mas penso que e basean- rniclo etc.),
te geral. Certos grupos, parti<:ularmente aqueles dotados de recursos finan• Ül'\'Nta S<•f itutO·t"vick•f11 ,· qut· aS$ÍO\ l'Omo rnud;,mos .i forma espacial da ci•
<:eiros e educaciona is, estito a(JCOS a adaptar-se muito rapidamente à mudança dade (por relocaçâo <le residtncias, vias de transpOnc, 0p0rtu1iidades de em-
no sistema urbano, e essas disposições difercnc:iajs, para responder i m udan- 1m:-i,:o, fomes de poluição etc:.) umbcm mudamos o rm..'--o de at'essibílid:1<k e
ça, são uma fonte básica de desigualdades. Qualquer sistema urbano dtâ em <> 1..11.~tu c..lc pro:..i1r1i<latk: de qualq1X·r morndiil. Do fftl'.'inlO m,xlo, d,::,;c,·obr!rha·
perm:i:lneiu e esrado de desequilíbrio diferen cial (quero dilef' que diferrores mos que esses prt(OS e c uslos s.1o funçllo de a1itudcs sociais da popul-açSo e,
partes dele estão chegando ao cquilibrio em diferentes graus). A velocidade como fatores psicológicos, desempenham um papel. A consideraç/io dessas
de mudança. e a relativa capacidade de elementos O() si.~tema urbano adapta- mudanças tem clarnment~ o potencial de produ:úr $Ubstar'teiais redistribui-
rem-se 5.'lo condições essenciais na anáfüc que se Segue. Isso impfü:a que não ções de renda.
p:xjem():j analisar nosso problema atravts de uma estrutura ,geral de equiU-

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3 fJeiloJ de txterioriwç4() dcci~ tomada! no set.Ot" pUbllco de um si.sttma u rb.tno (Thomp500, 1%~.
118; Margolis, 196)).
A flti\'idadc de qualquer elemento cm um sist.ema urbano pode gerar cer· O signific ado dos efeitos de ex1e riorizai;d0 para uma analise econômica da
tos efeitos sem preç-o e talvez. não monetários sobre ootro5 elementos no sis- estnatura u rbana não pôde ser desprezado. Quanto mais amplos são em · 'ex-
tC'fna. Esses efeitos sào, usualmente , denominados ;,~xt:criorizações''. tensão e ni3griitucle, meoor é a fé que pode SE-r posta nas virtudes .1loc:at1\'.iS
''eleitos de transbordamcruo" ou ' •efeitos de terCt'ira ordem". Mishan do mecanismo do mercado, me5mo quando trabalhando em condi{ões
afim1:íl: ideais" {M ishan, 1969, 181) . A inabilidade do mecanismo de mert.ado par.1
"Dit -se que cf~itus extf.:m os ocorrem quando efeitos relevam es de produ• alocar recur505, l'fidcmcmc:ntt:, quando exterio riz&çõcs estão presentes, tem
~ e bem -estar :;ão inteir-amente ou parcialmente gratuitos. Es:randó fora do levan1ado um problema b::l.sioo para a teoria eron&nic:a. De um ponto de vis-
sistema de preços. tais efeitos externos s.'to algumas vezes considera.dos corno ta ix.>litico, isso fornece uma razão para a imerferêocia püblica oo mecanismo
produtos adicionais, desejado$ ou não, das atividades de outras pessoas q ue de: rnercado e tem. também, le\•ado ã espinhosa questão de quem deveria ser
imedi~tamente ou indiretamente afer.a m o btm·cstar de indivíduos" (1969. respon~vel (e como) pela produção de bens públicos. O problema da. exterio•
164). riz.açlo recebeu, por isso. considerá\'eJ atenção de ecooomis.tas na Meada
Tais dcitos externos podem surgir tanto da a tividade privada como da pú· pa.ssada {\"eia-se a análise crítica de M ishan, 1969, Capitu lo 7; e o trabalho
blica. A lgu ns dos e xemplos mais .simples podem ser encontrados no camix> de Buchanan, 1968). Qu~ toda c:s.sa extcn~ litcr-.itura tem foc-..tliz.ado pro•
da poluição, p0rque os d("Spej~ supérfluos na .1.gua e oo ar s.lo exemplos bl~mas de: aloc:ação e muito p0uca ac<'nção tem sido dada aos efeilos de disui-
clássicos de produtos adicionai.s, que até recentemente 1~m sido gratuito.-. e bu ição, princ ipehnente pof(Jue quaJquer teoria da distribui~o de custos e bc-
n.ão controlados. As exteriorizar;ões podem St"I vistas como c ustos ou bencfí• 1,dicios externos envolve aqueles juiros étkos e 1:oliticos sobre a • ' melhor''
cio.s conforme o prOOutor o u o Ctm!,um idOI" sc•j3, afetado, e .segundo a narure- distribuiçâo de renda que a maioria de nós prefere evitar. A teori-1 econômi-
za do deito. Uma cooslruç-:.0 de hldrelC't rica, por exemplo, pode criar bene- ca dos e feitos externos não nos diz. tudo o que queremos saOCr. quando se re -
fícios com o controle das ;iguas e as op0nu nldadf!1 de lazer. Descargas supér- fere à distribuição. Ma.s. fornccc· no:s alguma5 imrospccçóe$ do problema a
fluas podem criar perdas externas a u a\•é's da degrad.içãO do ambiente. Obser- prop6,,;ito de como as e xt~rioriza~ões surgem e de eomo os argun\ê'ntos sobre
\ ' ~ <-'aSuais de problern.as urbanos il1clica.m que há ,grande número de efei- sua alocação pOdt'm ser resolvidos :ao recorrer a uma estrutura de jogo teôri·
tos e xte,·ic)res que devem ser levados em consideração; fato que é implicita- co para tomada de decisão (D avis e Whinston, 1%2).
mente reconh(;(;ido no comen tário de l..owr)' (196,. 158) de: qué ''na ódade, É úlil começar por di,•idir os bens em lx-n.s puramente privados (que po·
tudo afeta tudo'' . Muito.'> desses relacionamentos são transmitidos como dem ser produzidos e consumidos ~m quajSQ1Jer efeitos de terceira o rdem
efeitos de terceira o rdem. Contudo, atê recentememe, o papel das exteriori- prcsc1Hcs) e ~n~ puramentl' r,tiblic;o~ (qut:, uma vez produl.idos. s.:lo livrc-
zações do sistema urb:.no foi amplainentc ig.nora.c:o. M as, recentes pondera- ffil'lfü• di~nÍ\IC"is parn ç :i<l:1 l!m). Como Buchanan (1968, %-H) mostrou ,
ções f('lom cham:.?do a a tern;!Io para o íaco de que "economias n temas e de-se- cuntudo, .i maioria dos casos que interessam fica entre esses doi$ extremos,
c-onomias ~ a5pectos difu.sos e importaotes do (t'Jlário \lrbaoo" (Hoch. isto é, bens que s~ parcialmente privados e parciahMnle rúblicos. Ê ime-
1967, 74-99; RO(he mberg, 1967). Penso que seja uma hipótese raZOO\·el de ressame notar que um exemplo de bem público ''impuro'' usado por Bucha-
trabalho a <lc que · 'na medida em que as sociedades c rescem em riq\ie:u ma- nan diz respeito à locação. O verdadeiro significado da locação de uma utiJj.
terial a incidê-ocia de.s~ eícitos cresce rapldamente't {Mishan, 1969, 184), dade pública, tal como um:i e.staçiio de lxunbeims (ou, parn esta finalidade,
No sistema urbano é rawivel sup0r que, quanto mais amplôs e oomplexO:S qualqu<.'r 5crvic,;o público), implic.i crn que a popula<,"áO 1\âo deslruta de quali·
de5, são, m;1jor é o signífacado eh. eft:itc;,s t xtcroos. No que se segue, arom- cladcs e quantidades homogênéllS de proteção contra o fogo, quando se ptnSll
panhatti -a Opin ião de que muito do que ocorre n.a cidade (particularmente na no í'onsumo, embora ê:la te nha a mesma QUantit.lade e q ualldiillê ck p1uteçitu
área politica) poclc .ser imerpretado como tentll.li\'a de or~niur a distribui- contra o fogo disponh•el para ela em termos de produção . Do ponto de \'ista
ç:lo dos efeitos c-xt(!m05 para obter ,,ancagens de re nda. Na medida em que da distribuição e do consumo, por isso. a locaHi.a~ é. um fator absoluta-
essas temariva:s são bem succdida.s:. elas são u ma fonte de desigualdade de mente vital para o entendimento do impacto cios e feitos de exteriori.zaç15o
renda. J\•le5mo se esta iruerpretacão não fo r aceila há, contudo, ainda um num sistema u rbano . Do ponto de vista da produção de bens públicos, por
nl.lril('ro de questões nâo respondidas, relati\•as a efeitos redistributivos de outro lado, a loodi,.a,ção pode: str irrelevante. A R"f.."én l é mudança c m dirc •

41, 47
ção à de:;ce-ntralizJçio dos serviçc:xs urbanos pode ser assim \•isti OOITlQ uma A rnudaoça de localiz;,lÇ.lo da at ividade «<mómi<:,;i na cidade significa unia
m\ldança ck: polltica baseada no consumo de bens públicos. hra emender o mudança de locafo:açlio de op0rtunidades. de emprego. A mudanr;~ de kx.ali-
impacto <li:..uibulivo ~ necessário combinar ii5 noções de acessibilidade e 1.açã<, da ativid:1d(• rl':'i-idM1c.·lá.l significa mudança c:le locafü.ação de oportunida-
proximidade deseovoh•idas amcri0<meote com a noção dé be:rn püblico im- des de mota.dia. Ambas devem, presumivelmente, estar associadas a gastos
puro. Todos os bens pUblicos loc.ili.1..ados s.Jo " impuros" e a e,uerioriiação de mudanças em mi.nspone. !Vludança.~ em transp::>rte afetam certamente,
<:m grande ('sçala, o cu:;,tn dt· aCl'SSO a oponunidades de emprego a partir da lo-
e:ociste como um ' 'campo esl),1d"I" de efeitos. Dcverfamos generalizar esses
campos espaciais por funções de doclinio•dinãnc::ia por meio de equações de 1.:ali1.a(ão <l:as monk!ias. Essas mudanças p:,dem ser clara.meme emendidas,
diiusâo (t:iis como as que desl:revem o c::amp0 geral de custos externos im· cr-rto: elas slo ilh'aria,,elmeotc criadas. em quaJquer medeio de crescimento
p,'.)SI.OS por uma fonte de poluição atmosforica). Esses campos espaciais de urbano, mas suas implicações para a tcdistribuiçiio da renda não São Scnpre
e feitos de e-x1criori1.aÇãO variarlli3 em intensidade e e:-;tensãc,, da influência de claramente pcn:ebidas. Comi<lere-se, por exemplo, a situação em mui•
uma propriedade ah:mdonada sobre 05 valores de propriedades :idjaccntes, atê tas cidades americanas nas quais houve urna .subur!r.t.ni1.ação muito rápida,
o campo extensivo de inílu~ia do barulho do aeroporto. Campos de exte- tanto na localizaçdo de resiMn~ias, como na de O!X)ttunidade.~ de emprego
rioriiaç-Ao podem ser positivos ou ne-gati\'OS ou, algumas YCU.-S, como no ca- (Kain, 1968; Relatório da Comissão Kemer, 1')(.R), Se obser,•armos o modo
pc]Q qual a localização dt empregos (por Glll'~'Oria) e moradias (por tipo) mu·
so de um aeroporto, as duas coisas (desde que o aeroporto seja um estorvo do
pomo de ,•isu da poluição e barulho próximo, rnas tru imponantes benefi- chu, junto com os aiustamenms tipicos em fa.d lidades de transporce, íicará
cioo de emprego e n,o\•imemo). Sabemos muito f:OUCO sobre o efeito e a for• evidente que- a r<.,fütribuiçâo de riquc-1,.a ocorreu. Ê claro que- a ofona de mo·
ma desses campo.s de extt:iioriz.ação no ámbiente urbano. Mas. n:.'lo de\'e ha• radias de renda baixa nâo é elástica (l\'luth, 1968, 128), e que i.$.$0 é locacio-
ver dúvid-a de que sua locali2.aç'.l:o tem efeilo muito poderoso sobre a renda nal e p:m;ia!meme ili.ido pela padrão característico does.toque c.Jisp0nivel de
real 00 indivíduo. M mudanças neles podem ser um fator de re<fü;tribui.ç:io moradias em qualquer c.i.dade, e, parcialmenu.•, pela ex1s~cia de uma forte
cb renda; t . por isso, uma fonte poc:encial de desigualdade de renda. O pro- restrição d comigUídadc social. Por essas razões, podemos esperar que a fon-
cesso polític::o tem influ~ocia profunda sobre a localização dos custos e bene· te principal de ofcr1-a de moradias de baixa r<.-ntabilidadc conccmrar-sc-á nas
f:iciús ex1emc,s. Certa.mente, eleve ser c:orl!iidcrado o <::aso de tomar-se a ativi- áreas centrais ela cidade. O sistema urb.a.oo parece ter reagido mllito ,,agaro•
dade 1:x>litica local como o m<.'cani.smo b-a-Sico para alocar os campos de exte- sam('fltt· l·n1 rd1«,;ào ~ dl·manda de morndfa!i- dl' baixa rencabiltda<le ém 3fell.S
riori.z.açã'.o C"spacii!l, de tal modo que se colham vant3.!!,'<'.ns de renda indiretas. suburbanas. A di.ficuldack de c:iqxmdir a oferta no core urbano (parcialmente
devida a restrições institucionais. tais como 1.1,n(•;urn: nto) significa que o bai•
xo í)ad~o (a rnoradii de baixa rcot.ib1lida<k.·), e rdativa,nemc supervalorizada
<· freqlil·ntcmeme mji:-, r,,rovC'itosa para os opc.•rârios. ~)ropriet.1ri<r.!i dó que sc.:oric1
Os efeilos redimibutivoJ da nnu:lança de lrxalizaçtlo de
de esperar em rondiç~ de verdadeiro eqúilibrio (M.mh. 1968. 12ú). Fami-
e,~1pregos e h11bitoçt10
lias de rc:nda baixa. ix,r isso, têm poucas oP('Oes para morar no <::entro da c1·
;\s cid.i~s cresceram muito rapidamente nos ultimes vinte anos ou rnais, dade re\.a.tivamence .supervalorizado. N.1 nuioíla das ci-dadc-s americanas, na•
e esse crescimento result0t1 em algumas mudanças signlficativas na sua for• turalmeme, ess3: s itt1ação tem sido e>.accrbada pela falta de um mercado de
ma esp..1cial. Holt\'é, ::is..~im, (e presumivelmente sempre hav<."r:.i) urna reo,ga- moradias acessivcis à populaçfo negr"' que constitui amplo segmento dos po-
bres. Enquan:o isso. o .surgimento de no,,os empregos tem ocorrido, princi-
niiaçlio na localização, e distribuição de algumas atividades no sistema url>a-
no. 1!. muito fácil e11carnr essis mudanças eomo, " naturais" e " justas", e paJmcntc, no anel suburbano, t' p0r isso 05 grupos de renda baixa tem sido
<-·orno, sim1>les, manifestação de aju..su,mento do sistema urbano a mudanças ~ra<lualmcnic· t'Xduídn,; dt· r)l.was fontc..'!i. <k (•fliprcgo. Eles té'm ~ick> nbrl~ados
em ll'<·nologiH. mudanças em ['tadrões de demanda coutra.s. Do peoto de vista. a procurar as Of)Ortunidade.~ de emprej(O locais iustamente nas áreas indus
triais esl.l.gns.das do cen1to da cidade oo no Dis1rito Central de Neg<x:ios
rolitico. ,úuudo, dt•vcria C$t8r claro que esses ajustamt,'11tos na forma
(CDD)'. que somC'mC' oferece 1111\á pequena propor{ãO de seus empregos
l'.spacial da nd.1dt· prt'l\•avclmente contribuem para produzir uma Yarie-
paras cat(·~otiá <l<·squalifte;;ida de renda baixa. Por contraste. residente:, ,1as
Jad..• de.· forma~, de rcdi.s1iibuiç.lo de renda. Não é p0ssivel. ,,1..-ste ensaio,
di~ ·Lilir ttK.kis os nl()()os l'l'I05 quai!. i~o pock-ria ocorrer. Portanto, procede·
r,·i. amrl.m1('11t(•, por mc-io d,..- <·xi..·mpk>s. • Cemral Busin~ss District (N. do T.)

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comuni<l:.tde.s suburh:t<ill.~ 1em 1,1ma maior e mais ampla margem de opções
obl.-:nas a eles. Ek:.s pôde.m fazer uso de d.pielas facilidades de tnm.spone para o o mercado de moradias n.'lo pode ajustar-se (em termos de quantidade de lo-
(CBD), podem procurar ocupiiçfo, localmente, em centros suburbanos em c-ação) à mudança de localização do emprego. Este parece Sfr um ca~ clássi-
ér~cimc:nto, ou podem faur u:so do si5tema de anéis rodo\•iários e radiais co da inflexibilidade da forma (.."Spaciat de uma cidade, gerando desequilibrio
r10ra mo\.'erem-se em totno do .anel suburba.no. ~u~ pcrmane~te no sis~em.i social urbano. Do pomo de- vista polltioo, isso
O s:iroce.-.so de ttlOC".:IÇ':ilO derttro do sistema urbano tem, assim, servido pa• indica a nc.-c:e-s.s1dade de mterfe~ncia pôblica no me.reado de moradias (pot
ra as opções do-s mocadore.s su burbanos em asc.:<·nsão. eliminando as pe,ssibi, exc:mpl~. atr:avCS da construçâo de moradias de b:ai.ita rentabilidade peno das
!idades da família de renda baixa no centro da cidade-. fasa situação pode ser oportumdades _ck: empre!:'° do subúrbio). Alias, parece que há pouca esperan-
parcialmente modificad:t- pela poUcica de transpones, mas, ordinariamente, ça de eon.segu1r-se a assim chamada "solução natural de- equilíbrio" num
essa política tem favorecido a 5ituação cxistenre mais do que alcerado. 1\okycr espaço ck tempo razoável, mesmo quando se considera que esse cqufübr>O
assim argumenlil sobre as implicaÇOC-s do des.envol,.,imento das diferentes es.• natural é social.mente act?itâveJ.
pécies de sistemas de transpotte urbano: O aspec10 ~ I _q u~ emerge dessa breve 5ondagem dos nioc.anismos que
· · .l)(>,,eri:.i. cs(ar d:.iro q ue. Jesck que os gl'upó$ .S(:r.,.idos por esses dj- governam.a redistnbuiç;lo de renda, por meio de mudanças loc.teionais. Pode
\'Ct-sos sistemas báskos de transporce urbano são mais do que diferentes, a ser resumrdo como ~ segue:
i.ociMocia de benclic-ios dcr-ivados de melhorias nesses sistema.<; ,•sr-iara çon• 1. A irca i_nterior da ddade1 com padrão de baixa renrabili<ladc prt>dominan-
sideravelmeme. Por exemplo, n'lélhoria na looga di.st.tncia e alto desempe- tc, cem condição ~c.>c~esceme de proporcionar no vas fontes de emprego, de.sde
nho do 5istema subtirbio--ceritro teodcrio pr-irn;ipalme,ite a benc6ci.a.r os gru- Que e..'iH.'S estilo pnnc1pilmente kx;alizados cm óreas suburbanas. Como resul-
pos de renda alta. Na medida em que o desetwolvimf..'flt'O desses sistemas é ,a.do. há uma te ndência :i a!rn, e l"rl?Sceme incidência de desemprego nó
subsidiado pôr lundos públicas, a transferl!ncfa de renda implicita pro~·avel- c.--entro das l!reas urbanas,
me n te seria re.u;ressiva. Por çonu aste, gascos dirigidos á melhoria do trânsi· ~- Por causa da _inelasLic-idade e ihflexibilidack> k:icacíonal na oferta de mo-
to convencional da ârcil cc:ntral da cidade beneficiariam q uase cert:tmetue a ra~t:t.$ de renda baixa. o morador de renda baixa tem pouca oponunidade de
~ioria das ,'lrupos de re-11<1:a bai~a e média" 0968. (~). m1grar para. á~c15 suburbanas e <k.,-,ara com preços de moradia t:rcscemes no
Meycr- prosse~nie :u gumentando que o llni<:.-o sis1em.1 que' tem sido pouco cC'ntro da c1d:1<le.
desenvolvido (e na maioria OOS casos lOlalmente nc~ iceociado) é o sistemfJ 3. Se.os moradores de n·nda baixá do centro da cidádc obt6n empregos nos
d~ fluxos pan con<luúr as pessoas das âreas centrais d..i cidade a opornin.ida- subllrb1os, el_cs: se-def~1arn çom maion.~ dis~ndios em c.,istos de transp0r1es
de5 de cmprc-,iro nos subúrbio.,:;: ~ que est_anam teo~cnmence cm condições de agbcmar (uma situa~·f.lo que
''A emrrc-gada domt"'s[ica 1iegrs t rabalh.indo numa casa de s.uburblo e: mo· n,10 ,tm,l sido n.>s.oh•1da por falta de at<"flÇão aos sisrcm~s de tr.in.sico c,mtro-
r::indo num h'Ut'to centr.almente !ocáliz.a<lo C o :uquêtipo; hoje, comudo. ela
suburbto).
c-s1J cadá vez mai.s sendo imitada par tllpa:{.r;s negros, r,,on:iue as OJ)Ortunida- ~ descquilibrio dlferendal na forma espacial da cidade p(XX' assim redi$tri-
de.<i de cmpre}ilo em fãbricas, em transpone intra· ur-bano, assim como cm bu~r rt.-nda. Em ,geral, o rico e o re-lacivamcnie bem remediado podem conse-
~tacadista~ e \·arejist:as, (:'$tão progressivameme .seru:lo enoontradas nos s11• guir granc:les bencíícios, enquanto o pobre, e conseqüentemente imóvel. iem
bUrbios, c-nquamo q:'e as oportunidades de moradia pem\aneceru restritas ao some~llc ~portunidadt$, ,estrilas. J~ pode significar uma djstribuição re-
,l(UCIO tcntral . •. gr-cs~iva de rc-nda, bastante substancia! num sistema urbano em rápida mu-
Em i,·rnl, os ajus t:-mwmos ao sistem:i de lr.insportc tém lavor«ido ãreas dança.
subuthanm, e nc~li,l.!cnciado as m·ccs.,;ida{l<.·.~ d:l5 áreas cem,ais oo que diz. res•
JX·ito ;lCI êl<.~so ao (•rnpre~o. /\'1:as, 1ncsol0 se a p0litiça de tr.mspone in\•eries-
:o;(: c,,;,.<;;a tt·odl·ocia. há alguma coi.sa r.ara<lo:xal cni relação á expect.ith·a dos A redistribuivdo e Q 1)(1/or mutave/ dos dire.it-<>s de propn-uiads
ntorJrndor!;'~ de renda baixa, cuia racionalidade de localização no çcntro da ci·
dad<·, t.·m primc.-iro lo.1-:a• (já diw·mt~). dependeu da minimir..ã('ão ~ de~m• Nã? desejo examinar t ~ os aspectos do valor mutável dos direitos de
bolsos t·m eusto dt.· tmnsrort<·. com o obi<,:tivo de empenhar o gasto netes• Pf?Pnedade, mas para fi ns ilustrativos coosidcrare-1 o d ireito pri..,.ádo de pro-
s;.ir,O cm bu"°"ar emprl'gos nos sub·t.·entros suburbanos, simplesmetue porque pnedade que aparece na form a espicial da cidade - os terrenos e as edifica-
ç&-s. O v;iJor desses direitos de propriedade pode modificar-se cm urna cida-
50
>l
de, de modo acentuldo. em períodos de tempo bast:inle rurtoo. E:i$ils mu-
ciente para deixar de lado a ma•n·~•nç,'l0 governament.-il no mt>rcado de
d:mças s:lo muitas \'é."/.t'S pensadas como sendo rcsultante.s de movimentos de• morndias). Mas, um modo de const.guir um ótimo de Par~o é atravCS da
mogtli:ficos, de mudanças em facilidades: locais. de a.Iterações na forrrui, de aç~o c:ol(•ti,,a no mercado de l'lX)radias. Assim, "se a aç-lô de um g:rupO é
p0liti.cas de irwes1imento em mudar1ças etc. E, 1ambém, é\'idcme que o valor
orientada e se as r~trições devidamente definidas de limile na independêflcia
de qualquer d ireito de propriedade é bast.uue afet-ado pelos valores dos direi-
00 g~upo. enUo os preços têm suficiente conteudo de iaforma.çilo p;,.ra con•
tas: de proprii;>dadc \1ilinhos (Mishan, 1967. 60-63-; hfoth, 1969. 118-19).
f•,4.:,l!rnr k•var a uma 5-Clluç.'lo bilater: · ou muhila1er21 (Da,•is e Whins10n,
r\s aç~ (!(;' individuos e organizações, 'mais do que a do possuidor, podem.
1964, 433). Esse-s gru~ devem estar or_ga:niuados dentro de uma estrutura
por isso. aíctar os \ alores de proprLCdàde. Esses efeitos. extcn,os no valor dos
1
espacial por zonas. e as condições em cada zona de\lem 1er pouco eleito sobre
direitos de -um proprietãrio não eStàO sob controle do mesmo. nem estão ade-
as rondiçt,es d.is ouuas zonas. Ess.? indepen~ncia wnal é. n:nuralmente,
quadarneme enquadn:idos n um sistema de preç-05, quê opere em um mercado
impos.sivct de ser IX)St~ em prátic.i, m.is o modelo de Davis e Wh.inston é in-
ttipotetic.imente livre. Na realidade. nunca h:i um mercado de moradias liYre ttr~santc parque ilustra con-10 a ação de g_rup0, num mcrcado de moradias,
e aberto, e nem todos os que atuam nele est~o bem informados. Também, co, J)OOe se-r,·ir para solucionar as dificuldades colocadás pela existência de exte-
mo j3 \•imos hã diferentes graus de demanda pua diferentes tipos de mota·
rioriiaçôes. e de qualquer modo eleva o valot dos d ireitos de proi>riedade.
dfas (moradias de rentabilidade baixa sendo em geral bem menos rcspcmsa-
Dife-rE'ntes espécies. de coalido podem ser form.ldas:
\'CÍ5o pc!a mudança na demanda, do que moradias de média ou alta remabi.li-
•' Prin-:.eiro, 05- consumidorc.'$ que mutuamente se impõem custos de in1c-
cfad't'). i~1as mesmo quando alguCrn ac:1·edila estar alheio a essas complka•
raç.10 deveriam coordeur suas estratégias, selecionando lugares, que estão
ções, ainda tem que- lid.ir çom o prd:ilema tOOrico embara,çoso das cxter)()ri-
sepanidos por alguma distancia específica. reduz.indo, assim. o.s c-usto.s de in-
7..tções no merçado de moradia. Essas extcrlorüações podem surglr de fomes
ter~Jo e ele-vanOO seus niveis de segura.nça.. ESla especie de coolizão ~
muir.o <liferemes: elas estão, pO!' assim dizer, cons~.ntemcnte- influindo no
chamada grupo não homogêneo. Segundo, os consumidOf"CS devem coorde-
solo e no mercado de ptopriedade. Na medida em que o mercado de proprie-
nar suas cstt'át(:g:i.a.s, sclecio:'Jando lugates, que são oontiguôS, e que, assim,
dade é se:nsl,•el a das, p0demos esperar que influenciarão os \'alores do solo;
estâo excluídos das. sub-áreas especificadas. que impõem custos de interação
uma r.o\'a for11e de poluiç:lo conduz.iria ao dedinio dos valores. do solo: uma:
•,obfC' t·k·s. Este lil_tinlCJ _1ipo de cooliz:.lo C- ch:amado grupo homogt:uoo. · •
nova praça pública conduz.iria a uma alta dos valores do solo. Exami.na~ei es•
O n.>Sultado lóg:1c:o d1sso t uma organizaç:!o terrítodal d:a cida<k na qu:al
ses tipos de e:ncriori:z.ação a partir de um p0nto de \lista bem d iferente, na
cada territór·io comém u1i1 grupo ptovido de \ alortS. fu nçeies dt utilidade"
1

próxima 5,eção. Aqui, conce11t rar•me--ci sobre seu impacto no próprio nlt!rca-
comporrnrnentos relativamente homo~eos (na medida que estes se rc:l~io--
do do solo. Da,•is e Whins(on colocam o problem~ 1eórico n('stes termos:
' ·Se ex.ist:e depeOO(.;,icia, eot~ a aç3o lndh•idu:iil é suficiente p.1.ra que o nam com a propriedade), Isso leva. a uma organi.z.a.Çi'lo que distribui as e:1C1e-
mecanismo de me-reado produza pn:ços o:nn suíicieme conteúdo de informil· ri0fizações (e cria e~teriori,.ações para outros). Nessa cooj'umur-.1, t: i11tere.s~
s.ame empregar aquela obscura forma_ de inierê.ocia (cara aos economistas)
çlo. que ln·am o .sistema ao ótimo de Pa.reto. Por O\ltro lado, ~ a in<lêpen·
c-hamaili1 ~ · Buchanru1 ( )%8 a, 3) " infcd·ncia prospectiva", para ck'llu1ir
dérw::ia ni'io esta presente, entio a ação individual pura niló alôlnçarâ o ótimo
dai algum tipo de o rdem institucional que poderia facilitar a distribuição das
de Pareto através do liw~ mec:aois-100 OOS preços." (1964, 443). O sentido
extE'rio rizações oo mercado de moradias. O zoneamento, obviamente. pre--
dado aqui rara independência é o de que as "'utilidades propiciadas a qll3.1•
cnchc C$5'C papel, ~ Da..,is e- Whinsroo u.sam seu modelo princip0Jmence
q11er pessoa não SãO aletadas pel.i 1;>.scolha de lugares Mtnido.s por qualquer
uu1rn· •. &~1 (ondiç:lo é clarn.meot(' violada no mercado de moradias desde como justiíicàtiva p:ara operações de wncturténto. MéSmo sem es1a institui•
çâo. conu~do. seria sedutor supor que a otganização socfal de uma c:idade
<1uc as utilidades propiciadas a uma pessoa s!o muito sensiveis, cenamente,
gan~a mu1to de sua efici«'.'ncia e estabilidade através da organiz.aÇHO espacial
â escolha de lugares por outras. pesSCkils e ás decisões de investimento de ou•
uos pos5,11idctts de solo e propriedaclc. O problema enC,o uam~forma-se em dc..>stma,cla a proteger lucros externos e :a eliminã-los â medida que surgem
dc-n~ro décad a comunidade ou \·i:únhança. Algumas exteriorlia,c-õe5 podem
outro: como um ótimo de Parcto ()Ode ser alcançado. A intervençilo do
efenvamerue ser tratadas desse modo (1:or exemplo, aquelas a;,~:iadas (0m 0
h'Overno poderia se-r suficiente- se pessuisse informaçõe$ suficientes sobre a
ru~do e~ uma vizinhança). P:aroce, por isso, haver alguma jus1iíic-.1ç-Jo píl.r'a a
Vfil'iedade de utilidades pelas quais os lndi..,iduos Egam-se a diferentes lug.i·
e.xi~tl"1"1Ç1a de uma o rga~ir.aç:iQ social territorial na cidade. Se, por enqu.anto,
res. Tal sicu~çilo patl'Ce bastante impro\'ávcl {o que não e uma r,1.1,ão sufi•
al'E'1tarmos essa proposiç.ão, i.--ode ser imere~ante pross.eguir e indag..ir como

J2 j]
a cidádt pode ser subdividida de alguma. maneira racional. ne...eriam as
tenderão a garantir bendk:ios e:ttém0$ ao rico e a impor c:ustos e.lCtemos ao
comunidades Sér amp!a.s, e enfrentar os cus.tos e dificuldades de ler que
imaginar uma estratégia cooperativa para um grande mi.mero de pessoas, ou
~bre e pofaicameme dcsprOf:egido. . .
O que esta aJ1álise do mercado de moradias mostra e que um mercado h-
<k:vcrfam elas ser pequena.5 (e mostrarem-se inaptas em controhu as e.xterio-
vre não d:á origem a preços que conduzam íl um ó<.imo de Pareto, e que o
rizai;ões lmpostas por o ulro:; grupos pequenos)? Jmp!icita, portanto, nesta
mercado de moradias, cm ra,Ao de sua própria lógica espacial interna, deve
abordagem do todo, em direção a uma dh·isão racional de custos e bend'icios
comer a ação coleti\la se quiser funcionar cotrentt?mcnte. Isso explica, cm
externos no mcn;ado de moradias, esrá a dHlcil questlo de definir uma
contrapartida, JX)f" que o mercado de moradias é tão poculiarmen~e sensi\1el a
organizaçao regional ou terrimrial apropriada. Podem ser imaginadas um
pres.sões econômicas e ~líticas, uma '>"ez. que é somente orgam.z.ando e fa.
número infi nito de reglonali:,,ações, mas precisamos, hir,<Kcticamente, iden-
tendo essa.~ pressõeS que os indivlduos podem defender ou elev,u o valor de
tilicar aquela regionaljz.aç-.1o específica que max.imiz.a a soma de utilidade:$ in•
se-.1s direitos de pr()pricdade. em relaç:}o aos dos outros individuas. Nisto.
dividuais {Davis e Whi.nston, 1964, 442). Mas. problemas desse 1ip0 não
como na maioria das coisas 1 é o econômico e p0liticamen1e fraco qué prova•
têm resposta fácil ou óbvia.
Criticas e restrições pôdcm ser feitas a respeito da análise precedente. ..,efmente sofre mais, a menos que existam conuoles irutiruetonais de oorre-
Primeiro. a racionalidade do processo de coaliz.:lo pressupõe habilidade e çio de umíl siruação que emerge n,1t\lralmente, mas que~ eticamente inacei-
esp<:mt;;n1eid;;1de iguais p0r parte dos indivlduos ao negociar-em. A história do t:ivel.
zo!leamento indica, contudo, que 1al condição~ dificil de ocorrer, pank ular-
mente em silua(Õf:$ nas quais há considetávd deseqoilibrio na di.stribu_iç;lo
cb poder econõmlco e político (Maldelski, 1966). Segundo, 5omos forçados :a A di!pcnibilldod, , preço dos reC11r-Jos
não lévar em consideração e(ei1os dé txreriorização emre 1.o nas, e e.sssa con~
dii;--Jo ê usualmente transgredida. Ê p0Ss-i\·1d imaginar um estratagema para a A renda rC'al de um individuo pode alterKr ·se quando mudam os recursos
solução eh conílito " i.ntrac:omW1idade". e deveria, teoricarnentc, ser possí- disponl\•els paru ele (Thomp.son, 196~. 90). Essa mudança pode ocorrer de
.,·el resolver tais conflitos, contamo que exista uma manipulação adcquad;i vãrias mafl('ins. A quantidade de um r«urso sem preço (tal como o ar
Ífe'S(."'ú e o silém;io) por/e 5er alterada; o preço de um r(.'Çl,lr~ ou o custo de
dos negócios. Contudo, isso !cv:a.nta alguns problemas diflceis a respeito dos
JY(l(.l;'SSOS de ajuste- int('rçomunidade, e por isso deixarei esse assunto para
acesso a um recurso pOciem ser mudados:. Há, naturahrtc!'I\tt , cone-xão cmre
exani.t dctalh:ado na Ultima seção. E suficiente indicar aqui qué interdepen· o v:;3lor do solo e da moradia e o preço dos recursos, desde que mudanças
dl"llcias deste tipo inutilizam ss condições n('Ct'SS.1ri.ts à ocor~ia de um neste liltimo 5ejam hipo<eticamcmc c.apitalizada.s por mudanças nos primei-
ótimo <le Pareio. Terceiro, temos que considerar o problema colocado pela ros. Dàdas a~ imperleiÇ'i)e$. do mercu:io de monadta, 1emos base par-,1 Sllpor
simuhan<:"idade implicita da seleçâo do lugar. A ~ lt"ÇS:o <lo lugar ocorre. se- que esta capitali:taç.ão niiO é neces$àriamcntt racional. Ern qualqu~ i::aso, _ª
qüt·ndálmtnt~. e isto implicá que os que chegam por último ao mercado capitalização apet'las re:Oete os diferenciais, não i::oristguindo p ~rc1?1~ª.!' d1•
'"té-m a Vlll1ta~m da informaçâo maio!', de.sdc que possam observ.ir o que ferenáais atuais para aqueles custos de 0pera,ção afeudos pefa d1sporul>iltdade
ocorre" (D,wis e Whin.ston, 1964, 433). O pgdr.ao de extcriorlzaçOes no e preço dos recursos. Somos, por isso, forçados a considerar o impacto _díreto
sobre a distribuiç-ãa dt- renda e a di~panibi!idade é preço mutáveLS dos
mc«ado de morí!dias está, por isso, mudan:do seqüencialmente, :assim como
a ocupação de novos lugares, i,wariávé'lmcnte, lmpôe novos custos e beneíi- rerur50s, à medida que um sistema urbaoo cresce e se clf'Senvolve.
cios aos lugares j i organizados. Se não existissem custos ou resisténcia a E tíilvez útil começar por propor uma de6niç.'k) operacional par.i o termo
mu<l~mça, os problemas não surgiriam; mas desde que existem, não podemos ' 'reeur.so", num si.s1E"ma urbano. O conceito de rt'Curw c:omo mercadorfa
que emra na produção não t muito adequado e provavelmente, dcve_ria ter
esperar que o mercado OJ)('re de modo ótimo. Os pioneiros no mercado, por
certo. temar-Jo, presumivelmente, subornar ou coagir os retardatários, com sido aha.ndon.ido há muito tempo. se nào fosse o fato desse conceito ser
o objetivo de manttr o padnio de exteriorizações p.á_ra .si. Desde que a habili• Wsico para as formas con\•encionais de analise ecooômica. Reccmemen!e· o
dsc:k em fner quaisquer dc~ras cois.as dependa inteiramc:nte do poder econô- i::once:iro cxp:rn<liu-se, -10 re!erir-se a coisas como amenidades e espaço livre,
mas ,ai 1)da há u ma tt.nd~ ia crr6nc=-a de pcn$ar o:. recurso:, como " natu•
mico e polltico dos grupos em questãO, pro'>'3"'E'fmente defrontar-nos-emos
com uma tvoluç~ do mercado d4! moradias e um sistema de preços, que ~is'·, Penso que é muito mais adequado tomar a cidade COl'OO um ,gjgantes•
co s~tema de recursos, a maior pane dos quais é de criaçao humana. É.

54
55
tambtm, um sistema de recursos locafü;ackxs i~Hstkamente, no sentido de atividade. Esses usos do espaço livre ru.ral slo limitados às pessoas de níveis
que a maioria dos que us0010S, oo sistema u rba.no, não são ubiquos e rnl-dio e superior de renda. Além diS50, 5(> a.s p:,1rtes mais :;iniculadas e politi-
sua dis.p0ni bilidadc:-, por isso, depende da acessibilidácle e proximidade. O carnen1e mais atiw1.s do rooju,110 d.a pôpula{àQ vêçm esse uso do çwaço li,,re
sistema urbano contém. assim, uma di~ribuiç1io geográfica de rccurSú:S rur:al como a solução priori(ár ia p.ara o problema do espaço li,,rc, e.las negli·
criados, de significado econômico, social e psicológico grande e simbólico. gcncia rifo ou opor-se-1\o ,\OS progr.imas onerosos que proveriam, por fim, ai·
Infelizmente, Quando nos fü·ramos de uma dcfiniç.ik>simples de recursos. ba• ,;uni espaço Ji,1 rc aos centros urbanos. onde são mais carenres e mais urgeo·
scada na: produção, para u ma dclinição rtlaciorui.da ao consumo, aumcrita• temente m.•cessários" ( 1969, 170).
mos a propriedade do cooceito ao examinar desiguaJdades de renda e efeitos Obviamente, poderíamos esctt\'et, 1alve1., a mc:sma coisa sobre a provisão
de discnbuiç:Io; mas, ,•emos d iminuida nossa habilidade em definir medidas de qualquer facilidade a um sistema urbano: senir;os de ~ lide e educação,
quantitativa~ par:a a disponibilidade dos rC0,1rsos. Ê fâcil explior porqu'2-. serviços de Sane amento, serviços de polkia e bombeiro, 0p0rtunid:1de-s de
Devemos, antes de rndo, ter cm coma os efeilos de ex(erior:iz.ação inércmcs a com pra, entretenimento e outra$ facilidades recreativas. faci lidades de tra.ns-
exploração de qualquer r«-urso. Em segundo lugar , cemos que e ncarar o fa(o porle, para mlo falar dos aspec(os imangí\'ciS, usualmente impHd tos na frase
de que os recursos silo tarnbem ;a\·ali-1çõe-s tecnológios e cultura.is: em outras dt deito "c1ualid:ide do meio url>aoo", Muitos <lesses re<:ur..o:s s.io aloca<hs
palavras, sua qmmtidadc depende da-s prek:rências individuais e~stentes n:;i por ação pllblica e , por is5<>, é impominte ter em conta que ' ro as-Jx:cto re·
pOpulação e das habilidade-s cognitivas que as pessoas possuem ao auxiliá-las dislr ibutivo das furH,;-ões t,ovemarncmais ger.1is nllo é simples e a umenta com
a explorar o sistema de recursos. o tamanho d.i cidade" (Thompson. 1965. 117). Mas, outros r«ursos resul-
Os recurStJS naturais e os criados pelo homem estilo, usualmente, c ircuns· tam da decisâQ de empreendedores prh•ados. Coruudo, n ão importn quem
critos em sua distribuição. As decisões loçacionais, po,r 0t1tro la<lo, aum~n tome a dccis.Jo; o $impJes ato de escolha locacioo.iJ já tem :!>ignifitaclo distri•
tam a disJX)nibilidade espacial dos recursos criados pelo homem. Uma asseT• buti\'O, Em o urras palavras. os bt...>rts p(ihlicos cstâo em togo. Do ponto de
ção geral da teoria da localização e da teoria da interaçâo espacial ê a de que \' ista do consumidor. são realmente bem; públic:05 niio puros, desde que o.lo
o preço local dt! um recurso ou pro"imidade f funç.ão de sua acessibilidade e f\J'OIJOrc::ionam a de quantidades e qualidades homogêneas dos mesmos. Ne-s•
vi.zinhança para o usuário. Se a acessibilidade ou proximidã<lt m udam (como tl' ponto. temos, p0r isso, que n~ lembrar de que uma sol'uç.lo de pro\'eito
ocorre cada vez que h.1 uma mudança locacional), então o preço local muda máximo. ou de eficiéncia mãxim..-.., para os produtores, nílo f necessariamen-
e, por extensão, h:a uma m,1da11ça implicita na renci:;i rea.l do indi.\•iduo. O 1e o mesmo que um:i solução de máximo bcnefíciti social para os C'OflSumido-
cbminiosobreos r'i"Cui'sos, que e nos'.W ddinição geral de renda real, é assim res. A..-.sim, na 1corfa k,c.,idorud sabemos que as força.-. que governam a
funçio da accssibi1ici.-lde e proximidade locacionais. Por isso, a forrna muta• localizaçflo do ponto de vista do produtor nâo sik> necessariamenle benéfica~,
vel espl!cial da cidade, e o continuo processo de des1ilação. renovação e cria- quando analisild:;is do pomo de vista do consumidor - como demoo5tra o
ção de rccur.sos dentro dc:la, afctar:io a d istribuição de rendas, e poder.lo cxem1, lo clâssko de Hotd!ing. no caso dos doi.$ w;ndcdorcs de sorvete. Por
constituir-se em um mecanismo b.isico de redistribuiç-Jo da renda real. isso. sabemos, u.rnbem, que cm qualque r situaç11o de monopólio, d uopólio
Con.'iidc-re-se. por exemplo, o recurso ao espaço livre. ou oligopólio o procts~ de mercado i:; insuficie nte para produzir um padriiO
Suponhamos que cada pes,..gu tm utn .si~terna u rbano tenha uma id~ntica de localiução benéfico o bas1an1e para o mn.sumidor. Sim ila:-meme, sabe-
nc·c:essidadc de: espaço livre. O preço dc»c espaço livre e baixo s,e ele é aces· mos. tamb<'·m, que a ocorrfoda das exterioriza«-,cs no pfO(.'.cS.SO de deci.sao
sivcl. e aho se não o é. Suponha-se, tambem, uma completa indastic idade na pode a rruinar no~~ª confiança no mecanismo de mercado. H ã muitas rar.ões
demanda de es~ço li\'re, e podemos emãio tralar a variação no preço de aces- teóricas, por isso. que levam a c.--sperar uma considerável desigualdade ns
so .i cidade como um deito d ire to sobr e :i renda. A alocaçlo de espaço livre disponibilidade e acessibilidade dos recurso/ cm um sistema urbano. HI.,
dentro e ~m to mo d.a c idade afota!"à, a~im, a distribuiçio de renda. Cl:rn.•son tamlx-m, boas razõe5 tOOficas (que serão examinadss mais tarde) para
amccipar-se que essa dc.~ígualdade oper:i.r.11. usualmente, como vantagem
'"Qüalque-r uso de espaço livre rural. relativamente pr6xirno â cidade, para o rico e em detrini.emo do pobre. Que i,sso ocorre na m.aKlria das
çnmo ~ubstituto ou suplemento ao espaço li\•re na mesma, tem efeilos desas- cidade~ american.Js nlo ~ difldl de documentar, o que u ma. simples leilura do
t ~ cm termos de participaçàô social na renda. A~ pessoas verd-1deiramen· rth:rtório da Comiss:to Kerner (1968) mostr.t. Alguns dos custos locais.
te pobres n.to t~m chance de viver ou jogar golfe- no camp0 nem de mudar dt impostos $Obre uma comunid:t<le pela disponibilidade- e acessibilidade dife-

57
rencia1 dos recul'$0$, $ãO quantificáveis (cais corno a verdadeira ,g.randeia da ser feita alguma justitícação teórica. e is.so t.$p(;ro far.er agora. :iiÜ'Kl.a que de
sobrecarga para os roi1sumid(l,R,,s ce bens), mas há muitos outros custos (tais maneira iocomplet:a.
como uma alta taxa de mortalidade infamil, distúrbios mentais e tensão oer-- Estamos, essencialmente, preocupados nesta <liscuss:b com os efeitos
\'Osa) que .são bastante reais, mas muico diíiceis de medir. distributivos de atMdade..1t di..~postas em ur.na dada forma espacial e os efeito,;
Esse estilo de anállse pode ser usado para Lidar com custos diferenciais im- rt-distributivos de mudanças nessa forma espacial. As mudanças locacio~ais
postos pela proximidade dos aspc,ctos do meio urbano que geram custos ex• provocam redistribuição, príndpalmeme através das extcrioriiaçOes a das
tef'TlQ5. Estou pensando, aqui, em coisas tomo poluiçJo do ar e da água, ron· associadas. As decisões lcxaôonais podem ser tomadas por moradores
geslionamcnto, ui,•idade criminal e outras. O custo para o indi,•iduo ~m indi,•iduai.s, empresjrios, organi2ai;ões, agrocias J)Ublic.as eLc. A maioria
cada caso sera funçãO de sua localiuç.'lo com respeito .l fonte geradora. A m- <fr.'S.SC..'\ tomadores de docisão (exceto, pelo menos l!:m teoria. o último)
tensidade da poluição do ar, por exemplo, vadará de acordo com a difusão localizam·st: cm beneíicio próprio e nJo levam em consideração (a menos
dos poluentes d ispersos da fonte e o CuMo para o individuo dependerá de sua que legalmente obrigados) os efeitos stJbseqüentes de sua &cisão. A renda
tcx:aliz.a(:ão cm relação ao âmbito espacial ~ dcitos. O::; cw.tos impostos pe· real de qualquer indivíduo em um sistema urbano t assim SUSétti~•el de
la poluição do ar s.ão difkeis de computar. Podemos faz.er estimativas T11.tOâ- mudar :através das decis:õcs de OUlros. Desde que essas decisões raramente
veis dos custos de limpe:u e manutenção (Yf"':'Um e McCaldin, 1968, 646·9; levam em c:onsideração St.-U bem-estar, pouco pode fazer a respeito delas,
Ridker, 1%7), mas os ruslos indlrttos para a saúde mental e física s:i:o extra- excdo (1) mudando s.ua própria loca:lizaçao (que custar.1 a ele alguma coisa)
ordinariamenre dificeis de estimar. Pode:roos, tamht'.!m, fazer alguma estima· para manter ou aurnentar sua renda reaJ, ou (2) unindo-se a omros e exer•
tiva do impacto da atividade criminal, em termos do ,•alor dos bens perdidos cendo prcssm grupal ou coletiva. buscancl::, impc.-dir decisões locacionais que
ou danos infligidos. Mas, OS, custos indiretos, ao ser posto à m:u,gem da ati• diminuam sua renda real, e f llOO{ajando decisões loc:acionais que aunltmem
vidade fiska e social normal ern r:i.l.JQ do medo, sao incalculã\'eis (isto pode sua renda real. Por esta t'a.2.lô, o modo pelo qual a fonna é~:Ki::d de um
si~r1ificar Que uma pessoo em•elhecid'a sc:ja posta ;i margem de um recurso de sistema urbano muda, .scrl. pucialmcnte funçao do modo pelo qual os grupos
S(' formàJ'n, relacional'f'l•S(! com os outros e desenvoh·cm uma aç,.'io cotctiva
amenidadE', tal como um parque, por exemp]o). O padr~o desses cuslos
,•aria subslan<:iahr1cmc no !õi~rcma urbano, ramo, que alguns grupos es· c·m <lireção às disposições das várias fome.'\ de cxteriori2.açõc..'>, Que afetar-Jo
t:lo comocfafTl('ntC isentos. eoquamo outros .sofrem, considcravelmçnte, .sua n:-rida real. t, neste sentido. que o processo poi{lico no si.'>tem;1 uri>ano
c:u!-.1os. altos. rode ser ,·isto como uma maneira de expandir bendicios externos e :aJocar
Examinamos, brevemente, algumas das maneiras pelas quais a renda real custos externos. Dessa maneira, um grupo poderoso pode estar em condi·
~'Ôes. de obter vantagens em renda real sobre outro. Das realidades do poder
di: um indivi(h)() rxxlc S(·r aft 13d;1 pela acessibilidade, Ulilidade e preço dos
re<:urSOS e pelos cuStos impostos pc:!os c~foitos externos das várias atividades político serem o que são, decorrerj que os grupos ricos JX>f estes ou aqueles
existentes no sis.tcma urbano. Se puck=ssemos mt..>di•los e de uma maneira ou l'ndos: ficarão prova\·elmeme mais rico.~ e os grupos pobres íicariio de um
de outra somã-los, qual seria o efeito total? Isso pOde parecer uma questão modo ou de outro mais dts1:io5suídos.P:arttc que a distribuiçfo usual da
sem soluçJo (desde que p:>uoos custos podem ser quantificados), mas f LI.til, rmda r<:·al em um $Ístema urbano deve ser vi.'ita como ' 'a conseqMncia
o:10 obsran1e b.zer a pcr,gunta para obrigar noss.a atenção a dirigir-se para
previs.i,•el do prO<.'l!Sro p0Utiro 1 ' (Buchanan, 1968 b, 18}). Qualquer intetiçlo
uma importa~tc série de mecanismos geradores da desigualdade de renda. Ê de entender os mecanismos geradores de desigualdaclC"S de renda ck."'\•e, por
isso, consistir em oom1>rttrnler o processo politico que Opcr.i numa cidade.
bem posslvel, m1.turalmente, através de di~•ersos efeitos sobre a rcnd~ ~ai,
eliminar cada um deles; um custo de poluição do ar aqui pode ser subsrnu1do Este e um assuma tão importante que dedicarei uma seção ~parada a ele.
por , 1m Cl.LSlo da :.:stividade criminal Ia etc. Obter tal equilibrio de todos_ os
lx:·ns e .scn •iços: ptlbli00$ triistos, tm todos os N rnxl05 de tempo. é esi.:enc1aJ.
se de"e haver qualquer lógica 1>ara a provisão e financiamento de tais bens Os procus<>s po/tticos e a rcdistn.buiçdo do rend4 reol
(Buchanan, 1968. 162). Ê diílcil resistir a conclus.Io, contudo. de que t.~
geral o rico e pri"ileg.iado obtém mais beneficias, e fica sujeito a custos ina.,s E muito diflciJ imaginar um CSQlJ<:ma adequado de tidar com as comple-
baixos do que os pobres e politicamente fracos. Em pane, essa conclusão é xidades do prçiçesso politico, tais como elas se manifestam num sistema
uma imposição intuiti,•a. Mas, ela se torna mais aceitãvel desde que possa urbano. Tudo o que tentarei demonstrar nesta .seç.'lo i: o relacionamento

58 59
rcqm.>r uma õ trutura ànalitica mais ampfa - como a que consiste cm n
,qua~ óbvio que exi~e entre a n:cli:;tribuição da renda real t a.-. decisões polí- pessoas. em jogos d(, soma diferente de 1.ero 005 quais s:Jo autoriz.:i.dos
~Í<.' ilS. Procurnrei romudo. inté r'pretar a maior parte da atividade politic:a <la pag.unenms l:;itl'ra.js (a últim.a c::oodic;ã:o ~ es.-,encial para a anáHs-e da formaçãô
cidade como um modo dt lutar e barganhar o~~ co.1trole dos ··mccanis• da coalizão; no sistema político urbano. as coalizões $àô extrernamfflte
mos ocuhos" da r-edistribuiç,o (W(>()d, 1968), Darei, t~mbêm, a tei1(00 a im 1)0namcs). Mas. esses jogos~ difhcei.s de :1.nalisar e aplicar (lsard ef oi,
c:el'tos aspeccos desse processo de barganha, e de algum modo fornecerei 1969). Nào obstante, podemo$ concluir que é: troric.imente passivei, pela
algum tipo de base tOOrica pata a afirmação <lc que a redistribukão de renda .itivid:ílde polirka e pe:l:íl b:arg:anha, enfrentar os "mecanismos ocultos" de
«r.11 atrav-r's desses mecanismos ocultos t<.-nde, naturalmente. a beneficiar o redistribuição de renda de modo .i coosesllir uma alocação equilibrada de
rico e a e-t1íraquecer o çobrc. todos os bens e serviços mistos em uma população espacialmcme disuibuida,
Considere-se um caso simples em que há duas comunidades (cada uma Mas, podemos, também, concluir que ess.e objeti,•o somente ocorre se o
fonn:mcb um grup0 homogê-n<.:o) l<JCrui.t.adas basumte próximas uma da. processo politico está tão organi1..ado que facilita :a ''igualdade dt barga.nha' '
outta. de tal modo que a5 iti.'Üe'S de uma comunid:ide acarretar.o t_,eoefldos oo entre grupos com intere-sses d iforeri1e5, inaS in~rnameme homogkloos. Essa
custos externos á oulJ'a comunidade. Tal interdependência t>ntre comurlida· mndiç~o ~ impro..,ãvd que- e~is1a, e uma análise das razões do porqu~.
<k-s lt•,.in1.i çon.sidl.·ràv('i~ problema~ tl-óriú)S; ela d iminar:à. por e:,:.emrlo. pro1,"('ria uma ju~alfic;ativa par--a a hipótese esperada de que o rico, geralmçn•
uma das 1..-ondic;Oes necess:irias para se OOcer um ótimo de Pa.reto no mercaclo te, se ~fieis cm detrimento do pobre.
de moradias. Como podem essas duas comunidades resolver um confli to Presume-se, usualn~nte, n:i. ceoria dos jogos, que os panitipantéS são
~<."f';tdo cm rnl situação? Se a comunidade A investe. basicamente, em uma iguais e-m seu domlnlO sobre os recursos. Na analise da coallllo1 contudo,
facilidade que cambém beneficia a comunidade 8, deveria a comunidade B roc!c:tno:S excluir e:.sa hipótese ,e considerar um • ' jogo de deci.s.to ponderada•'
tc.·r d1«.'ito a tk çomo um ··!i:anho gratuito'· ou devcria a romunidadi:.· B (Isard ef oi. 1%9. 400-402). Nesse tipa de jogo, aada pc.>ssoa tra,. à coaJ[zão
contribuir p3r3 o investimento. e desse modo, em quamo? Similarmente, se um certo ''trunío'', que podeemâoser usado no processo de barganha. Es...,c
a comunidade A desenvolve uma ação em de(rimento d~ 8 . como B r<.'(.'Uf'SO pode ser um \'Oto, Pode ser dinheiro (por exemplo, para pa.gamemos
nc.1-.-oci11ria com A. e o Qlll' deveria A pagar a B em compensação? Es.se por fora, legais ou ilegais). pode ser inílu~ncia (PJr exemplo, contatos com
problema poderia ser fonnulado como um jogo de soma diferente de zero membros &:- ouuo gru(X)), ou pode ser iniormaç.lo (por exemplo . .sobre
entre duas prmn1s. t cnrlo. posslvc;l (desde que cenas condições existam) compctidore!i ou sobre cs1 rn1ég.ias arropri.1das). É interessante nOlar que
identificar $0luÇôes racionais ou "ótimas''. D,wis e Whinscon (1962). 1)0r ,.·oto C provavc:lmcnrt, o menos imponamc: desse5- recursos, na maKlria OOs
tiu.:mplu . usaram <'St:t abordagem para alocar custos e beneficio.s a duas fim1as c...i~ da atividade poJitiai. e é: o t'lnico 1X."Curso que está dividido i~u.ilmente
<.'Ol'Yl atividades interdcpe1idemes, atr.wés da txi'>t~ocia de exteriorizações. O entre todos os memhros da coofü.Jo. Num jogo de d{..:is.ão po11ckrada o
encontro de:- uma soluç~o ótima dept11de do modo como o jogo ê feito e das rC':'iultado der,<'1l<l<: <kl emcrgencia da coalii;ão que tenh.i bastante r«ursos,
caratteristicas COffi\X)rtamentais dos panicipantes. O resultado dependerá, p:1ra "vencer". Os pitg:;11nt'ntos pOr fora são usualnwnle po~ifi,.·os paril a
assim, da qu.intidade de informação útil, aos panicipantes, <le sua boa vont11· coolizi.lo ,,c,xedora e negati,•os para os perdedores. Essa. cspeti~ ck situação é
de- em cooperar, de seu pessjmismooo otimismo etc, Jsard el aí {1969, ca.ps. mu ito comum na rolltic.-a urban.i e explic.i nossa hipótese esperada de que a
6 e 7) critic-.iram em profundidade essas variações do jogo de soma diferente comunidade mais poderosa (cm termos tinan~ iros, educacionais ou <le
de 2.t'ro entre duas pessoa~. Eles mostraram, ta.mbcm, como o problema 00$ influêocia} í •stil apta a controlar as deciSÕ<.-s locacionais tm seu próprio
efeitos externos entre comunidades pode ser n:.'SOJ,.·ido pela extensJo da teoria pro~•eito. A desigualdade de recursos 1.iteis ao 11rocesso de bargan ha polilica
dos k,gos para o que denominaram jogós Jocccio,wis. Esses iob'O$ variam cria. assim, C011diÇOO para a ultt-riordisposlção de recursos, a~im comQ par11
desde o dc.-SC.'nVOlYimento e t>xplorai;iO conjuntos de 11m recurso por <lois ou refnrçir a df'sigu:1ldack.
tr<~ 110,·ticii~nt~s. atrá\'~·s da aloc.t\':lo ele fur\dos. SOOre um sistema de SuptL;;. am erio rnicn te, que há algo como urn "grupo" ou ·•comunidade"
regiões. ~te .i locafo..aQio e finaociamento de: urna fa.c-ilida<le pública (tal c.'ómo homog~·nros. que ~em íunci-onar detiva~ntc dentro do procts._,t;õ ele bar,,
um a€ropono ou uma escola superior). Em todos esses casos é póS.Sível i,:.anha. Essa condição e rarornente cdcan-ça.d;a. Por isso. necessitamos cntc11·
identificar soluções 6(im.is, e assim pro~·er um.i b.ise racional para resolver d<.'r <'úmo l' por que os grupOS se fomiam e <."Qmo, \1m.a \·ez. formados.
um rooflito entre comunidades a respeito <le beneficios e Custos externos. opt'rnram wmo força na área JJ0!1tica. ESSá e uma questão complicads. Su-
Em geral. n.ituralmc-nte, :algo tao complic3do oomo um sistema urbano

61
60
Qualquer ativid.ide que gere fortes beneficios externos, atrav~ do sistema
IX)nho inici.alme11te 1 conludo, qut hã probabilidade de que um grupo se
JX)líüro, tendera, naturalmeme, a ser s:ubprovida e é atraente a hipó{ese de
forme e agirá coerentemenle, exercerá poder no processo politico de bar-
que qualquer ati\·idack; QUt" gera fortes CU..'it0$ externos seria .subcontrolada e
ganha e teria sucesso em prover bens coletivos para si. Parece, aqui, que uma
disü nçk> maior dt."\•e ser feita entre "pequenos g rupos'' e "grande gni-
JJ0,5''. Essa <listlnç::lo é mos1ràda, cl:iu amente, na: análise de escolha de grupo,
pro1"X>rdonad.1 por Olson (196)). A an:tlise dcseiwolvt"-.SC: com a supos.iç-Jo
1 subcompenSíld.i, Desde que ú.'i gn.ipos pequenos: s.ão, provavelmente, os mais
iníluét\le$ no processo de tomar deci.sOes poliricas. podl'1Tl05, também 1 infc..,-ir
que a maioria das. decisões {tanto aloc-acionais como loc--..lClonaLS) rclleliriarn
desproporcionalme,11e, os desejos dos grup0s pequenos de pressão, enquanto
de um cornpon amemo auto-interessado por p:.ut e dos indivíduos, e prosse-
opas.tos :i mass:1 de população. De:s.de que esses grupos raramente agem por
gue então mosrnmdo que, "quanto maior o grupo, mais remotameme d e
ahmismo, podemos esperar que c.~~as decisões proporcio oa.rão benclidos
conseguirá prover-se de uma 50flla ótima de bem oolctivo". Nlo necessi-
diretos e indiretos aos membros do grupQ mais do que aos membros de
tar-nos nos deter na prova desta conclusão. O pomo imp(lrtante ê que os
outros grupos. H:I duas outras conseqüénci.a s decorremcs da análise de
grupOS pequenos podem ser bastant<= hábeis em pro\•er-~ de bens coleti\'05,
Olson. Primeiro. 5eria imprová\'el que um membro de um grupo grande
p,articulanntntc quando um.a pessoa no gnipo tem imeresse próprio na
abandonasse, \'Oluntariamente. mesmo uma quantidade muito pequena de
produçao do bem . J\•las, quanto mais equilibrados os grupos. mais tér.Jo
seus recursos para alcançar um objetivo coleli\·O, mesmo quando a obtenção
prov.i.,•elmente dificuldade nisso. Essa oonclus.flo e similar ã desenvolvida por
dc.,;se obtc?rivo tor11;1sse cada individuo na comunidade melhor , Não é dificil
di\'t-r$ô:s snalistas de escolha de grur.,o é de cornporramemo col<:ti\•O (Bucha-
encontrar exemplos desse tipo de comportamemo (o estudo de Keene e
nan, 1968). Não é difícil amplfar isso J>ara o procc.sso político de barganha e
Stro ng. 1970, dt' rea~ ao plano Bnrndy•Wine é um bom exemplo a
prever que ' ·os grupos menores - os grupos privilegiados e imenncdi:hios
aro1uar). Segundo, é imprová,•d que um grupo grande desenvolves..c;c,
- podem muitas ve1..es ck>rrotAr os g rupos mafores - os gruj)os falentes que
voluntariamente, politicas e objetiv0$ coerentes, desde que, se losse para
hir>0tetican1cnte devem, normalmente, prc\'a]EQ?(' na democracia. Os. gn1pos
rcalici•los eietivameflte, por consenso ou apatia, isso cooduzi~re um grupo
rri,•ilegiados e intc:rmt•c;fülrlOS muitas vezes 1riu nfam sobre as forças nun·-.eri•
pequ(:no a m.>h'OCiar e a1>licar a pol ltica em seu proveito. C.Omo haveria
ca.mente superiorts do$ srupos gr,mdes ou laiemes:, porque os primeiros são
sempre a p,OS..-.ibilidade de que o g rupo peQUieno conseguisse, em nome do
1,">t~ralrncntc organi1,.1dos e ativo.~, enquanto os últimos são nQrmalmente
grupo maior, politicns mais apropriadas para o grup0 pequt"no! dt",'C:ntos
desotgani1..ados e inativos' · (01.son, 1965, l 28).
prever uma considerável rivalidade demro do grupo rara a posse do poder. o
Que essa w ndição possa ser previs.ta a partir de uma hipótese de auto•in•
que enfrsqueceria a f)os:içiio de negociação do grupo. Ainda unia vez, este t:.
teresse por J):atte ck: tôdos os. indivíduos. pode parec..-er surpreen<leme. apesar
d.a amarga experi@-ncia nos ensinar que os grupos pequenos, cheios de
um evento corriqueiro no contexto urbano, e sua freqMocia ~ uma força
muito influente, orientando o resultado <le um ·•;ogo de planejanlt"nto de
tt'CurSOli e bc.'fll o rg.inll.ados, podem usualmente enfrentar os desejos de uma
uso do solo" (Keyes . 19(~).
massa ruitbsa ck pcssws desorga.ni:rndas. Olson mostra que grandes mas-
Podemos concluir que é improvà,•el tl1,1e irn:lividuos egoístas venham a
sas. moth•adas por auto•interesse, somente podem ser org.aniz..idas para seu
formar um grande flnlflO que e-otão ~ir.1 volu,uáriamc-mc ()('lo bc:-m w!eiivo
pl"Óf)rio bem :uravk de pl'rs-uaWC5 (tais como a.poscntadoria e bendlcios de
<le cada um no grupo. A :u;Jo do grupo grande é vi8ve.l, somente, quando
St"J.turo) ou :Hra\~ de coe1-ção (tal rnmo a impost.i por um política de logistas
podc.'111scrr fcitas indut;õts cxrc-m.1s, quando f]OOC'm ser aplicadas. s.anç&-s. oo
fi li.Kln. . à a~'iCx;façOO do com&cio).
quando :-.ão criados arranjos institucionais para fo rmalizar as "rt:gras do
Essas. conclusões ~'t!mis têm impona.mes implica('.õcs !)ara l105Sa compre- joJ.,'O•' pa.ra s ua dc·ci~o. ocorrendo a nC1,'()(iaç.'10 demro é c11tre .S,:ntfl()S. Ess.a
l'n'.'.iEo do si~t<:m.i r10títim. tal U)ftl() ele opcr.i no contexto urbano. Podemos
~011dusJo, obviamente, n:io é universalmente \'ef'dadeira. e exceções ser.do.
prC'ver dirc1amente daí, rx:>r E'xemplo. que ·•os represencames. locais de
5Cfl1 dllvida, t.·n,ontrndas (u.sualrrxmte dependc:-rxlo da imrorc.lncfa do a.ssun~
\•i2inhança, ,1a.,; ::in-as metropolitanas. que r,rovfo1 bens coleuvos (como vias
to, da homogeoeida<le dl' atirnde.s. a respeito dele. da habilidade e ah ruí.smo
de li.1wcélo (• educaç-do). e q ue bcneflC'iam os individuos em duas ou rnais
do grupo ('>í(.'('U(Í\'O .io trabalh.,1r em lx·oeficio do grupo grande etc.}. &s:a
jurisdi~:&.-s kx-;1.is, tenderiam a pron:r quantidades ioadequítdas desses servi-
conclusão diri_i,-c nossa a1enção !Xira o quadro institucional existrnte. p;1ra o
ço.,;; t ' que:• o maior podcr local (por exemplo, alguem que represeme o c:C'.mro
alcance da~ dc.-ci.,;~s ('Oletivas e para o :. uüitranléntó das necessid11cks e
da <."ida<ll') suportaria c..ir~as desproporcionais dal> rel>1xmsabilidades em pro·
&..-se,OS em rompl'liç:io, de dilerentés grupos de pressJo, dentro da i:,q:,ula•
,•~los" (Oboo, 196), 36~

62 (>3
ç:lo. Não préttndo fazet qual(1uer inventário detalhado de como es.s:as insti·
l'Xúkl~. n(•J..,{M,;im;. loja,; <ll' quinquilharias, r uas iluminadas, livrarías., servi•
1uiçõe$ operam. produzindo uma redi.stribuiçfo de renda. Ma~, ê forçoso
Çt""' soci,1i~ .1li•111 dt· tU{k> o Que i? comumeme Ucil. e sempre com pouca ofer-
referir d uas coisas sobre elas. Em primciro lugar, elas reflelem parcialmeme
t.1 A f.t~·t•la. t.-imio. l' um;~ :in.-;1 omJC' a popubç.\o c-aret.--e de recursos para
as atividades dos grupos c:xi.stcntcs e estão, pôr isic>. muito mais aptas a
cc11111x·tir c(1m sua-,so. v oode col<-tivamcmc há nC'Cl'S!iidade de conrmle-
refletir as prl'"$..'iÕeS dos pequenos g rupos (contatos e interesse5 especiais.), do
-~,--C,n· os ~·an:1is atrnv(·s d1..~ quais tais rccur.)(Xli são di5tribuídos ou mamid0s.
que a reagir à ne<:essidadc e d<.·.sciol; de- grandes grup0s - daí a rereme retó-
htú 1'()(k.• :i.ui.."C·rir :1l~1.1ma..;. no".i~ .'lbord.l_k!CflS ao pl ancjammro metropolitano
cka cm muita~ cidadt.•.s americanas sobre como tomar a admjnistraçilo
(L'CMh('<'.<."l'l<lc1-_,t• a n<.·o:ssidade J e rl'di~1ribt1iç.io de pode r, ~ :N,.·f?sso mais
url>ana mai;. rc.spon.-.:h-cl pelas necessidades das f>éSSOaS. Em segundo lu,g.ir,
;unp-lo ;1 rl'CUf"..O.<; (.' d(• c-xri;m~o (la c.·.S<:ólha individu~I .itqueles que têm sido
um quadro institucional, uma \'et: criado, pode tornar-se fechado ou parciàl•
r.vn-.i.-.ttnl(.'-nlL'nH• <.lt~xados <I lllclf!:!,.tlH · • (Slwrrurd , 1%8, 10),
mente fechado. Num escudo recente de ~Htic.i anti~reu, em Baltimore,
A1:, pc.·r-.rc.'t·1iva<; <lL' cqOid,1d(, ()U de jus.ta redistr ibuição de- renda em um
por exemplo, Bac:hrac:-h {1969) descobriu que os gmpos de rentabilidade
s.i-.cc.·ma urhan(1 !ltr::m.:,s d~ um riroce~so pofük o n.ituralment<.· emergente
bai:ca lÍ\'eram grande dificuldade em chegar a u ma pOSi'ik> ele nesodaçi().
(p.1rtirnlarmmtt· .1quelc· qm· t~tá baSt:"ado numa fi h<;('lfia do i11t<.· re:s...e indivi•
Em o utras palavras. os grupos podem efe(ivamcntc ser e:tcluidos do jogo da
du,il) )i.;.lo n ·n,111wnt(· prt'<-<íria.,. A pcl.~sihilid;1dt• c.k: qu<" um ~,stcm.i. :-0tial
negociação t: da barganh:i por barreif.is institucionais ou por m.inobrns de
o ut!'OS grupos. Somente uin grupo for'te e coeso é$tár3 apto a ultrapassar tais l't"'•·• r(u ,nhcnr v-.11· fotn l" aju'itar-H· parn t'omh:111.,- t·.~s:1 u·nel[•nda n:uu-
rJ! t""t:\. ut."ic1 c.•11. w rn:l<K'ionm.Ja ao ,1:'rllU tk· \\xito do ~istc.·ma .!,(X:ial t•m c.•\'i•
l>arreiras e vencer o obscaculo que ê definido corno "não tomada ele deci-
1,11 c•s 11mhlv111.1:-. ~""trull1r-.ii~ (' a~ l l'n°"'<.~ n·i.ii:- 11rc1foml:l~. cW l$('Qlkntt':-
:-.lv" . lsS() expEca p0rquc.~ o }Ogo do planej:1.memo urbano cem, muitas
dl• J'lf\11."l'~"' c.J;t m.n i~·.1 urh:mi,~1r:"io.
vele$, mais semelhança rom uma pessoa solitária do que com um jogo de
soma diferente de 1.t'ro para n pessoas.
O importante no pMágrafo t)recedeme é que podemos esperar considcrá\teJ 0.f 1'1df1rn ,wch.Jir r 11 dhJrtmio1 culrrmd do Jistt>nld 11rlx!nr,
(ksequilibrio no res.ultado da barganha no interior e entre os grupos, a
respe ito ele beneflcios e custos externoo, e bens colt:ti~. porque (1) grupos A n<!(;;lnt.b ''rrnda rt·al · • r rc•$~ur* qut' f)0-5.Smn s(·r a1ribuiclo$ valon.-s .io,;
diferentes têm rc:cursos difo-remes com os quais barganhar; (2) os gmpos Uirt.·11<" dt• pro11r iet.b clt.· imfü·idn:tl (' : 10 OOmíntO ~obre rt•rnrsos. A qu:.m tific;a-
~r:mdes da p(lf.lulai;:lio são geralmente mais fracos e mais incoen::ntc:s do que -('àO de custos e ht:neíícios c:xtcm<l'- tambt.·m pressupõe- a eXlst~ocia de al.i,-: um
os grup()S pequenos: e (3) alg.tms gnt(X)S estão exduidos túlalmente <la si:-1('11111 <lt• \'oJlor. l'lll H·la1.;.lo ao qrnil fll1S.'-!ll11c~ medir {e deste ou daqlk'lc
negociaç1Jo. &, a redi:strib11içã0 de renda f! mn "resultado poss(\1el de prever m(>tll• t.(10lp,1rnr) (l lmpa( !O (k- uma rnudcult;a aruhic·ntal S<1hrc um individuo
no prores....-.o político''. não t= difícil predittr o fluxo geral daquel.i: redistribu i· (IU uni ,1,?rup1.i -.,;-c.i:1L Ohst.n ·:tçÕ(-<: {;1(tu..ti~ e-n~in a.nNios que a rcss.1."-1 a valia
ção. En) primeiro lug.ir, poderiamos esperar u m "im~ialismo do ce-ntro ("<11,;,;1:-. t.lif(:H'fill'"" ck· Ji(l'n·ntt-s mam·im-.. E~:-(• foto t•lc.•mc•mar d.i \lida Lt·m
distrital de negócios" em relação ao Qual os inte rc~ dos ne-g6cios bem it\fluC'm:i:ido ;t !('t1ri;1 4,.'('ú-llÜmitt1 (.· policica ck'i(.fo o õJb:tndono 00 print. ipio
or~aniiados do cemro da -Cidade (com sua estrutura o ligopollstica de pequeno nt.'(11. l;h,,tl:(1 d:t utiliJ:11k•(:1rd in;d , QUe ;i.(.•.11rihui ;l c·xistl'rwfa d<.' um p3r.imc:t.m
grur~) efetivamen te dominassem as coaliuições mais frou:(as e mais fraca:s (.'tJmum. <.--alíbrnclo parn mtdir a "intt'n.sida<le <le prcíc-tência·· dos indivíduo.,;.
encontradas no resto da cid:.idc. E.~ tese foi, recentemente s.usteota<la A s.11h-.1i11Ji\·:)o da utilidm.Ic- (':1rclin:1l f"'l,·la ordm~l troux~ mais rc:.tlisino :.\
íonememe rx>r Kotkr (1969). Em segundo lugar. rxxk·rian~. tambem, mt."(]ich. 1rnb ~\·ick-rl(:iou S4:ti..-: próprios prob!t'mas - em p.in it:ula1·. rn11dm.iu
anlccirl.a.r uma hipótese de "exploraçâo suburbana do centro da cidade" :MI in1p:.1,w dt·sc:ri10 1~..,. /\ rrc-,w (19(1}), St"Aundo u qual(: impc:,:,..~lvd dl'riv;:ir
(Netwr. 1968. 43-8•48 'Thompson, 1965-, capitulo 7). Em outrai pafavras, um,1 prl-Íl rC:•n(.i;1 so,,:i;1I. ou f-1.111<;<'10 d(• t)(:m-c.-":'lirnf, de u ma Sé-ri(• de fu n,·õe-: de
0

rx:,deriamos imaginar u ma ' 'or~anização de esfaimados''. entre os vários utihd:.1dl' o rdin;d mdi,-i-.lual. IH du:1,-: 1"'-'sihilid;idl":- dt· surx•rar o irnpas"'>j_•_ A
i,:.rupos da popu!at~o. J'lflrll a exrtlorai;lo OOS vários recursos que a cidade tem priml-ir.1 (· u.:111;1r u 111-.ej,;11ir :1l~uma nwdid:i dr! in1em.icfadc de preforllncia
a ofcrccc-r. Aqueles que ~ t!lo na base dessa o rganiz.ação dt'" tsfaimados são os. ~,m. fll'<'l·-.:-.:ari:1m1..·n1t.-. pre,umir uma <an tioafül.iOl' <.'Ompk t,1. Se.- um.i prefe-
Vt'llCi<fos: r('nl•<* inc.li\' i<lu.11 p<1ck· _q:r r,onderad:i. fXií.l c·xprimit sua inte1bidadc :wnsivE>l,
·•A fove-la é o abrigo colec.ivo dos vencidos.. e no esforço compelitivo pelos t·1U:"ic•t·· r-.:Min-1 mfi·rir al~uma c~1X,c:· il· d~· função sod.i1 de bc-m·(•srnr (J\•lina.-.
tx·ns urh::n'l(1S a.-. árt·as fa \•C'"lo:1das são também as \"ettt::id.as ern termos <le t- Aik,iff. IWl't). T('m ~ido datfo 1Mstanlt· ..itcnçio l'm p,;kol()ftia e psiroílsica.

64 (,.l
;t l"õta qll(.>stào <h.' medir \·,ilores :;ub}c.1.i,,as: o trabalho realizado indica que <.unfüto roclt> :surgir rorque tl('l)hurn dos dois grupos pode \'<'f ou enwnder o
fl(xk· \ L'r oh1icla inlonnaçiiio Súbre prL·ierl•ocia<;; e ponderações, e existem espaço de açlo tal como ê peKiebido pelo <l'.ltro . Uma dHkuld:1de simitar
tl't.TlicL, dt· manipular. por c..•>a:mplo. dados ord.in.1.i.s parn obter inform3\'.:ii.> :,ur~é quando os .llfUJ10S nJo podem c.:orll,;Or<lar com ' 'as: n·xrd., cki jo~u · · l!,
rri1rica (Sht·~ rd. J9<:,<~J. f.s..,;,e trabalhp ( re.,umido por Coombs, 1964 e d~s-dC" qu~ o estab,eleçinX'nto dessas regras prcdNcrniina amplamente o resul-
Nun11,1I)'. J967) 11,K) foí integrado tiio bem como devia ~r, no corpo tado. poderá ha"ef cooílito moto ('01 rda~·11o às f('JtfêlS rnmo há na própri,1
prindp;,I da m)ri:1 d~ t'X'Olh:, do colbomi<lor, a1X"SM de existirem boo..._ ncypciaçâo. O que isso si~nific.i ~ que :i hetero~encid:.1de de valores cul1u rai~
t(1ndi<;fl(..., p;1r.1 l\'-O {pm L·xt·m,,\o. Fis.hburn. 196,1}. A :-c~unda maoc.'1r.a (.'l ,e so.:.ui,; pode tom.ir imr~ivd :t(>S ~ruí"O!- che.i.:.-tn·rn a urn:.t po.').içiio dt·
p.irce a paradoxo de A rrow). que é. usualmeme urili1.adíl por c.'C()no,ni.'>- neyp.::iação "\·àlida''. Lili corno a 1.1ue C t~J1L"Ciflt-ad<1 l'fll urn do"- io~
cas teóricos. é pre.umi,· tlllt! ~ ptoblemas l!Stahek-tt:m un1..i1 · 'regra de lúcicio,uis <lc.· lsar·J, Di.,;so se st'KUe que um si, tenu urb.ino <:st,11'1i in1po.-:sihi-
unanimidade··. que supõe convenierttefT'IE'nte. que cada pessoa na popu· lirndo ck- h mc ion;ir '-1,:m atri1os (no sentido CX: quc.- O!i conflito~ emre
laç.)o tem a mesma ordtm de preferências em uma SCrie de alterruitiva.s (Ru· individoos l' ,i:rnprJS não :K"riio fot:i lr»clllc rc.~oh•id m,) se• ho u\'l'.r Jtl'o funJ,1
ch.anan. 1968), Somente 1)("5ta hipOicsc C pos.'iivd inforir um ótimo de Pa- het<.'\f'O~•nei&tde 11<'6 v:tlorc-s rulturais da rqtufoç.lo. Par<.'(.'(' gu(· n c1minho
reto. Quando St' .ipltCa a regr:a da unanirnidaJe. d.iz·se que a~ a ltemauvas .. na.1us.il" . p~1rn (lHl' t~l.1 ~ 1'1:<..·il' c.k difH:uklack.· ~ j., mini,mla. (· Jlf"(1rnmr
s.,o um · ' Paret0+<omr,1nivcl" e qn:mdn não, que sJo um "Parcto não i:-nçon1r::1r um pacfr:io ck· c~r~:.-nir...ação tc·rrirnrial qut' minimi7.{•. ao rn,c-~mo
(lm1p,min-l· · (()uirk l' Sar-c:tSnik. 1<.x>S. 117). As teorias cconômiaL!i u:mais tc·mpu. o rnnratu .s1:cinl c rHn· ir)Ôi\ idw.i:,, pottat!CJfc.'). <lt J iÍl•(l'fllt•~ \ ,dvft'!-
'4ilm· .i f;'>tr11111r,1 u rhim;i (t:ti,; como o modelo de D :1vis e WhinSlún
n 1ln1r;.1i,; (.> -Sí~:i:11s. (' u mhc:,m a pmhabilicl:ulcd(' dlm'lrdi35 a r<.,,-1x·i10 de t·xtc
c.::um1i1J:«lo :i\:inu) , i.; :t., tt1)ri:1s de.: lcxali,...ação. rt.-qucrcm qué as alt,-rnativas rkxi;-~,\~'it.·~- A or~aninu;:io h·nito rial t' il "ele ,,izi1~h<nM,;i1'' . l'fJl moc.lalid.1dc'.'t
;l.{•j.im Parl'l f) ('l.1mpaf á\'t•i,. A qucs1à0 tlllt' ~u rt..'<" ~ o qul' acofH('CC qu,1ndo t'tllic~~- dt· tia.'\.,(.'. J.c., SldlllS SCX'ial. rdi~iflvt· ()l]H-a_,, tt'm ;tss.im. l'>aPC'I imror-
(•l,1, ni5n 1i :-.lo. t~nl(' •• dt·,cmp<..11lwr 1~ra minimi~.ilf o rnnílito <lo i;i~ttnl!1 urh:ino.
A':- irl)f1lk~\iil"' pa.r.1 um<1 tt'<lfÜ• da akx:.i~o ck> bt n" silo ~ rfos. A exis1{<n• A heterogeneidade dos valores $0C1ais e cuhurai.'i também crllra cm c:on•
da dt· ÍUD\i'1(•:,; Jc., utilid,i.<ll' intNJX'S.~I "cmra ('m contradição" com ª" 1rOOic,.-ão com qualquer teoria ~implista dt- redistribuic,.-!iu de r<.•nJa num
f11rm11l:tt;õc~ d :1 rMria dos jO,J..,'<).ll (Lucc e Raiífa, 1957. 34). A b.arganha entre sistt·m.t urbano. ls:,.t1 ['llxk· ~('r r1wlhur cl(·mon)>tr1i.Jo, 1alv(·1, rt1orn:mdo .,,,: u
du:1:-. L'tlf11unidat!t~. tiue tt'rn fun\fll')> Jc: u1ilidade romplet:un eme difercme., um as..-.unto jâ levantado, ruas não <lisi.:utido, na .st•,,;-Jo sobrt' a utili<ladt> e
não l"Kll' M.' r imrotluí'.id.1 ffil qua.lque-r ti po de rncinnalidack.'; os procedim(.>f'l• pn"Çó dos r«-uf~ : isto é, que os recursos dtvcriam ser con~idc;r.ido~ <,-. 01110
te~ dl' l':-.c.olha rod•m lc:\'clr -nos a uma ~ iç!lo di~ant(' do ôlimo. Do mcm io il.\'áliaçôe~ culturai~ e t(-cnológ icas. [K'sdc: qui.: a Jclinic.ilo <lé n.-otfa rt-itl ado•
m,)(1<1, :t q ut•'ilào d:i cQ1n1x>n!i:ição entre a,; [1"1rtc.-:,; p.:mha oova dimensão. Uma ta<la contem a frase ' 'dominio sobr<:' r,ecur.sos' ' . variações culturais e.· 1l'cni-
tr:ml<•rf-iwia ck· rt'nd3 puJt· ser muito si.~.nificativa para u rn homem pobre. e <.·as numa pnrulação aforam :mtomaticanl(:nlc a mcdicl-;i d-;i nmda real. Dois
~ liL'oC.' ifl'dt·vamt· 1x,rn um hc,rnem rit"O, Pek, mesmo ar~un'K'oto. o pobre indi\ icluos pOc[em dominar exatárncnte o mesrno rccu,;,;o ma.'> ~e• d<.•,~ o Viflo·
1

p,rn..k· L'~t,ir n)l;,oo•..; ;lfllO .i p(.·n:k•r u m l:x:nvfo.-k1 c:xterno ou incorrer l!m u m ti.1am c.lifofc'111emcnte. t.C·m rt'ndas rt"ais c:lifc:rentes. f'. ú til indagar, ~ r isso.
t 11~11t·x11•rno. 1-..,;i, nm nmdu,. a um p.:mulo.1 0 i111ri~ 111tt'. ~{•gur100 o qual o., q11;11 o imp:.K to .~ohre uma tl'<'lfio1 de r(,Ji...mbuiçi\o da n·nda.
p<•hrt·~ ...,fil) pro11(·11st1t-- a l'st:ll' .'-l1jt·i1os a rx·r<la:-. (•xtt'rnas por urna trarhfor ~oci.i E pm.:i"°. prim('iro, ck-fin ir algun.._ lermo.~. Por :.ivali.içilo tccnológic..t.
muiw mai, haix.t c.k· n •n(h1 do que.· o:- ri<:O'i, Em oucras tl'.íll;i,•rn.s, 05 ricos. q1wro di:r.cr <1t1t• um individuo de \'C' possuir habilidade cognitiva <.• t-qui1).1-
fll"O\,l\'(•lnwntt. n;lo :ihrun m:io d<: uma ,inlCnidade ' 'a ([lJalquer 1>i.eço". m<:nto h.'t:nológ,irn pan. estar em conclic,.-ôt!s de fa2Ct uso do sistema dC' n•oir•
nu141:m111 o:-. pohrt~. <111t· füio c.•,;lão t·m condi~"tll'S de suportar a perda, SflS q ll(' é a cidade. Por 3\'aliaç;k) cultural. quero dir.t>r que os inclividuos

pn•\;.n dmL"lllL' \;urif1<.mn·n.1 po r mna .,;i,,nu insi~nifi(.ante- e~la é uma supo~ Jc...,,·l"m ~suir sistrn1as d- \":.tlorcs que 05 motivem a querer fawr uso dc:.:-.cs
,i<,~41• 1,:1.,,1 :1 qu:d h:t :,l~um ;-..uport( l'll11•1rit'O, Nt·Stl' C.t"'O, contu<lo, (''i.tamos rt\ UN'"· 1\ tt1.· no lc1~i:t (· :.ihr,tn~ida r,;:1rC'ialnwntt• r!(']o ''ar,;(.•rwl'' t:xistc.•nt(•. 1,d
lid,1ml11 l'Ofll ú r rubl<-"ma :.irnplcs. qut· :-.ur~t· qua11do p,ui c.-s. difdefll~ t·xpres· corno il maquinotia, fcmi.11X·nta.~ c1c., e oontc''.llt parr.ialmi.;nte as hi1bilid.ldes
,~m1 difc-rt•ntt-.,; (1rdl·n.'), tlc.· rn·•.fc.·r.'.·ot·i,1Sfihrc uma d.tdil :-bic de f('SUltado.~. J-U rognitiv,i.,ç: occes..-..1riJs rara o uso dcs:o;e arsenal. Pessoas oriu nd a:, <le ãreas. n1•
Jificukl,t<l(•:- muito m:tt'- :,.(•ri:1:$. Que :1ÇQ11t(.,((.>, por e,i.:emrlo, qtian<lo 05 rais.. muitas vezes. nlo t~m a oecess..ria habilidade cognitiva parn habiu r na
grn1x1~ n."i(1 <'!it.!c1 di.mH· d;t,; mt ·,ma'i c.••,;cn[has, ;iltt: rnaciv1ts nu rcsuhac.los cidade ou no.-; .'m bú rbio.';; o suburOOno pode, rnmlx·1m, nê'lo ter as h.abilidadt..,o:;
1-..1tt, lôai~! Ne,Lt· t:à~). nu.i.t ~r u(':<J tc.·m '.'-t!U pr(iptio c?Sj)á\'O dt· a<,-.10. e o ncct'55::iria~ para habitar no campo e no centro: <..lflquamo o cirntlino pode 1\ão

67
estar apto~ mora.r oo campo ou nos subúrbios. Habilidades cogniLi\·as sao illt'llÇJo JY<lfa a importãncia dos e.s1ímulos fisir.-as na cktel"minação de padrões
aprendidas, e- t possivel aprender a dominar u ma g rande diversidade de am· '.le componam<.>mo - com o que não gueremos dizer que s.J:o os ünicos estí·
bicn11.--s. Ma.~. 'IIS habilicl'lldcs. provavelmente não estiio igualmente disuHx1i· mui<>'- de mudan~·a l'uhura.l. como os detcrmi.nis.tas ambie11talista.s ingénuos
das t.•mre :a p0pulaçio. e déSck que o aprcr1di:i:ado e afetad,J pela e:t:reriencfo pode.riam sugerir. Consideremos, agorJ, a comribuiçiio deste fato para. a
bem succ'<Hd,1 (ou rcíorçada). os i11dividuos tornar·se·ão mais habilitados na t.lin,1micil nihural do sistema urbano. A maiol"ia d.i5 ck{-i.sões tomada5 no
:ir((' de lkhir corn seti rrõprio m(;'io na medid..i (;'ffi que es1e se impõe a eles. O plan(•jamento r,sico do sis1(•.ma urbano l· influcociada prov:t\'eln'lénlf:, ou for•
aprc:ncliudo do m('io não ocorre por isso, indt'(X'ndEmtrneme do ambiente. 1m-iemc•. por peQu<-oos t' poderosos ~t'upos. oligop0lisltcos. Esses grupas
A e~J)OCie de ambic."IHl" criado num si~tcm:a urbano afc,a as habilid-ades co~· r·st:io com l'k ilo r('()rJ,:.miz,mdo o.~ <.'Stimulos fi:,,iros (uma rodo,•ia aqui. um
tivas es1imulando-~s. Em <.'011diçfü·:-. dt· i.solamc1110 rdari,•o podemos esJx•ror L'{li/ido Jo t-,'QvcrrlO ali). rara ,i::rJrldc..,s ll'l!l.Ss.t.'- d<.· l)<.'ssoas org,1.nizadas pn.>ca·
encontrar subpopulaÇN'.s õpecializadas em habilidades rogr~itivas panicula· riam(._·nte. Umas 1'1()11q1s rx.>quc;na~ s:ubcukun1.c. infl ul'.'nte- dentro da cultura
res. relt,-:um:·s par~ urna espécie de ambíeme urbano - o morador da favéla urbttn.i (•Slcio 1,adroniza1i<lo ~itua(ÕéS de: es:timulos: p:'.lra outras subculturas.. A
ro~ui. cc:ruinl-('nu:-. habili<la<lcs muito diferentes das do morador rural. A.s m.i,orfo d:t~ 5ubculrnta.~ do sistema urba1-.o tem mu ito pouco controle sob,·e
habilidades (._'Q,!lniti\'as não s.'io. n3ru1·.:i.lmente, simple,) íunçllo do meio. A as d1kr<.'11tc-s ('()flfi~urações de õtímuJ~ (visual. cines,t tico. social etc.) -
imeli)(l>ocia inat~ C' a t.>ducaçâú, obviamc:.ntc:. dc~.:mr,cnham um parei, Consi· <.'m dlkl'('nti..•<; r,.1ru:s da ;im.1 urlwna1:td<1 -· que ,.:erarilo, pro,..,welmente,
dc>r-e·~. por exemplo. a habilida<le de pensar a~1ratamc::ntc e de esql.K'mati· disparid:1dc'.) culturais b.1.Stantc fortes. O que rxidc acontecer e dE'rnonstrado
,.ar a n.~ l('ito de re!:.1çO(•s es11'lciai,; - (: uma habilidade ql.J{' está intimamente por um le\'anlamt..nto sobrt" .ititmk•s. cm rel:ac;iio à poluiç:io do ar cm St.
<.-on·daciona-d.i -aos ou1ros a~pectos da imelig~ocia (Smi!h. 1964). Um11 habi- Louis.. N.is ár(•as subutbanas havia aguda preocupação <:om a polui<;-iio do ai'.
lidadl' :ahstr-J la ,orno ('S...'-a [(',,,, o indh•lduo a transcender o esr,aço e a Jomi• ,•nquanto na l rc.i Cl·ntraJ t.fa cida.4..·. onck- ;1 situ.1ç-.1o era 1lê:s..~ima. as p('SSO<lS
ocHo como um n:c:ur:s<:1. Aquel~ q1Je- n:lo possu-em essa habilidade <..s,ac-Jo som(>nt(' r('a~iam <lt> modo (rj~ul. .f-1.ivi.1 1ant05 outros pcol>lemas no centro
prova,•clmcme . .\ nwr<-t· do c.~paço. Essa e:;pécic <k- difenmça tem impon,lo· ,b t"idaJ1: (<.·r'nprq.,,os, 1n1x:ldi:1, fadlidadt..-S T('(,T('atiV"J..."i c.'tc.) que o e5timulo
da rara nos.s.1 comprt.,:•11sJo da redi.stribuir;-fo da renda, desde que afe(a d.ire- oeg.u; vo da pol\JiçJo do :u passou ,•inualmc:-t1tc dc.:sap1m;cbido. J\ form.ição
tàJll('ntt a mnbilidadt>e a ••~sibilidadc. A ssim. Pahl ( 196)) sugere que ~ <ll' :1ticudC's (:. a~im. dc•1)t'nrk'ntl' da. <.'Onfi~urnçno pan.i(.'ular do <.~limulo cxi.s-
,.i;:tup0s de rt'.nda m.ii.s :.1Jta e melhor educados tendem a fazer uso ativo do t('flt(' num t"OOtcxto urbano 1')clrticular. Desde que a het<:t'O.i,?cneid:ade l'Ulturat
cs.paço enquanto os gn1ros <k renda rnais b.ii,ca te-ndem a frear à metd do 1,t• ( ](-S(.'1l\'oln· <: s.:ln impostil..~ barrt'ira...~ soei.ais .i mobilkfodé, as disp.tridades
mesmo. Duhl (1963. 137) no ta, similannemc. que os grupos de renda mais culturais p()ck;m 'iurv.ir rari<lanwnu:· demro do sis tem:i urbano (T hompson,
alta • 'u,am o ambiefll(._' físico t.'OfllO U"t.'l.lrso cm <."Omr.-s.t c c-nm os gruro~ sô- lW•'>. Jl)(1). A~ ::iüluck-:s rnh urài~ do Ct·ntro da tidade tot:ín sido sempre
<.'io·tc:onômicos majs pobres que se identificam com ele". Webber ( 1963) d1fr'«.'11t("S das dos subürt>io.-.. e não pa.rt«- que ess:1s. difo,·enças est-l o <le.apa•
t:Ul1b<'·m :.u,a.:,·rc.· qu l' todos, ,1 n:.lo !-iC'T os ,!,lfUJ':OS de renda mais. bai:,;a, rêm, n.n ·n<lo. Po r i:-..~o. acho dificil accirnr qualql1cr d~1s tc5e.-5 de Marcuse (19{1"1):
atu.i.lillt'me. se libenatlo da$ lirnirsçõcs d.i "tel"rito rialid1de' · . Qualquer que dt.· que h:i un1:1 homosit>netd:ide crescente em valOl"cs cultunus (e, por isso,
St.·ja a verda<ll' da::. sur,cr.,.içõc:..;; acima, par<.-<.:<.· nizo:ivd !illJ'lOI" qut• a.s habilidades Ofül v.ifül,1s para a mmfan<,11 na M>CÍ(•<lt«k). ou a forma tspodal f?<!\JÍvalcntl!'
cog ni1iv:;1s depcnckm da educaçlo, da irucli,lll'1lcia e dá t.-cpérilncia com o dis.-.o St',t;lmdo it qual ''u m ho mem n nidirn('miióna!"' mora no que lvtc-lvin
ombi-e11te. (' Que {"Ol troca. CS.S.'l$ hctbilidadcs cogni1ivas afetam o \·alor do Wd>ht'f' (19M) 1.'hama ' 'um n·ino u tbano .sc:m cSpa<,.i:>' ·. l-lâ ÍOn,.'aS flO(K.'rC$á~
ra:urso para cada indivi<h10. trahal.h.ln<lo C'm dircçi\o a hctc·toteneida.Je cu ltu ral e à diferenciação tC'l'rito·
1).,: i~uJI modo. plXl('mn~ .'illpOr qu{•tr.-. \'a1l,irt•.s rnlturais $.10 afo11l<h. (,·mr(' rial no ~i.,t<.•ma urbano.
ootr-J.'> coisas) r.wkis oportunidades criad.1s no me,o urbano. As cultura$ A~ implk,1ções ~ t.t mnclu5ào são intere,;santes. Prim-e1ro, Qualquer
<."\'oluem. cm parte atra\'C-S de ''um padrão ('Sflt'Cializado de estimulo iudivi· trúri:1 d(• distrihui~·ãci d:1 r(·nd:, rc:11 ot"\·c en\'Qlw.:r cornparnçã<.:s culturai.s
dual {1 situaç.tO. e de um padnio especial de resposta que po~a 5(>f dada para 1r.11lwc·rs:m. ~.-,i.:11ndn. as d('i.·is.c'\,_.., tnm:1d;1s $Ohr(• ;1 lo:.·;iç,l,o e -a akx.tç-!to de
t'las" (Smith e/ al. 1916. 2~. \•er tamm'-m Kluc:khoho, 19)4), ,~im, tx. u-. e· :-.t·rvi1:l''- rn• si~tt-m.1 11rh.11)(1 .-;.'ln ·' Pawt(1•nilo-comrarftvt•i~' · . As:,;írn. e':
podemos prever a l'\·CHuç!oC\lltural dentro do sistema ul'bano. parci:! lm"nte , muito d1fidl comparar o valor. po1· exemplo. do espi:t(o livre de uma f.(ll'te do
atra,,<.-S c!a n.-organi1.ação dos l'5tímufos Íi!-ilCO:S e sociais que existem dcotrn si'itemc1 urbano com ourra. Grupos d,feremes possuirão elastici-dlldes diferen•
dele. Proje1is.tàs ambitntali~.tS (por exemplo. Sommt>r, 1968) chamariam a u•,; a rcspcitn de S,CU uso. e al.!l:un:;. grupos poder.io nào ter :ifinal nenhu m uso

611 69
S•l#fl-' ~uhurb-.mas. (X.iuii,,' ão do ar etc.). A lon.b''O pra1.o, por i~. tlt:'vt'llK~
,,;1ra c:l.as. Conseqüemtmentc. {I ofe-rt.i de amplos psrque:s para os mor.idores
;n-:1li.1r .t!-. drt'i:-,t-..~ sobre o c rescim,:nto da c;idacle il.pesar da ex.ist{lncfa de uma
do u>ntro d:1dd::i(k, Qlt<' l"(l(knt (mlwz.) não estar cecnjcamente equipados ou
"t'fir <lt: ,·;1lúl't s n 1lturnis ...-orrente!- qul' c.lesejamos prBcrv.ir o u <llJITl('nfar. Se
çulturntmcnte moti\'adn,; a fazl'r uso Jdes. nada lhes trará do IX)flto de \'ista
i:fa n·distrihui\'.i11 da rL·lldà; pock· sc-r , de fato o equiv:ilentc :a dar ~rw1.es
ni~o fizNm«- i~o. a,.,iMirr--mO'.'i 3 t"nlt•rg:ncia de novas strks de Yalore~ cul·
rnrais t', conLinu,1r rlt'Ss.l d1ft.'\'.lo rx10C' k:,•;n ao c:ontluv ,•iok·mu ,._ t.ihw. ;1
mi:.tos a índios bororo do Brasil.
uma flO,"terior autoclc.>sttuicJo s.oci,1.1 . A :'i,(_'l1~ibilidjtde da homanid.l<le n.'lo 1)()-
Sl' Ch fl'CUf!>O~ .,1i,:n1finm1 cois.1.s d1fc."ft"nn ·s para pcsso.:L~ diferentes, como
~k,,mos medir ~u impano sobre a rend::'I real dos indivíduos e dcsenv-.Jl\'er
de fl(.'f"m::m(.•çt:r 11tTnlà1K·ntt·ment<.'. imufll..• à~ mudanc,:~ an1bicota1s que o ho
nwm t·:M1 dt.'St"llc.t(k•ando rnm :;.u a.~ pr(:,11rias .LÇÕ(.·S. :f:. por isso, s:ilmar, lem-
r-:,litic.1s de- lon1~-;i,ci qut• au:ndam :'.I um ,fado ol,jeti1·0 de n.x]i.,cribmç30? &se
brar 11 rlch nk ·smo:-., OL,1.,ionalnl('lltl'. qm· ' 'a qut·s.t.:io d(> lon.>::o :dcar-..i:c.: não é
problema rxKk·ris 5er parc:ialmtnte 1·esolvido st puÓCs5f;'mCls isolar aqueles
a de qm' t'!>fi ,:·it· <lt· .:unhir-ntt· qucren~. ma.-. qlll' (~pét.:ie d(' lli()frk"ln drscjêl·
n'1.:ur:m., que L'i.t<b um t'Onsiclt•r;a inlJ1'Jrt;m1t·s. daqueles QU<' SOmt."l1te p.1.tte da
mns" (Sonml!..'f, 1969. IH).
r:oriulaç.lo valoriza. Pelo menos . .i primc-ira E'SJ~de pocl~ri:t ser tratada L'Omo
~f.' a fi..'~r.t d:1 un.;nio1id-1ck O(orr<.~~~. $; 1X>dtriamos ou nao ideruifkar c:;iis
~n 1ro:, é uma q m,s1:io empiriéa r,,.1ra a qual não há resposta fâd L Ê ra;wive-1
:,;upor . por c:,:(.•1111)10. c111ç :Lc., opcirtuni,fades dt:' moradia e de servi,ços de saúck:
t:'Stão 11<1 llrime ir:1 ôlll~~ri,1;. Cúintudo, mesmo nessa,; categorias há dilcrenças
A rt·di~1rih11ii,,-ã(• da f(•nd.t flO(k• nrorrc'f ::Urn\ i-:,; de uui<l;ln\·a:-;
,ucis. ma., imp<•rnnHt~. cin \Jlc~H"' c.:ulnirais. Gru11<1s <l<· rc: nda baix,1. pOr
1 11:1 lor:1i,,-Jn 1f.l· ('111111t')!Jl:,. l' muf',l\lfo,;
exemplo. idcmific.im fre,qlirntt>mente ~•u mf!'io habitacM) nàl de modo intimo·
e o cuslo rsirolõ~ii.x> &: n1mfar e:• r.1r:a dcs maior d:> qul' par.i a mó\•~l d::u,...~
i no \;11,,r llc'!-. din·i1n, d,· fJft19iritc.l:1Ck·: t'
.) nn pn\ll tk"'- n, ur'-'l1-.. \Mr:1 (1turi,umi<l,,r,
mc'."<tia alta. &·m inkncio nadoi'. ma..~ cultoralmenl<.> ill$t'f15Í\'C'i'i., o.~ planej~o-
11.-..~1:-. mud.-o(<l~ s.lo . ror stm w~. ,,ft.wcLt~ rd:L<; :1lnrn1;t)(·~ Lft· tu,10:- 1• h11••
rl.'."> <l.:1 d.i..~~· u1C:.<li,1 po1.l-c:m w n~·4i.ientt:ml"nCe (ror nx•io dt· pro}(•tos Je
ll(' lit ic" ( ,1L·rn1~. t·nl tli k-h•Jl1t•, r~·,1,:if11.·, til• ,i,tl'IO<I orh,1110. e- 1-c11 mutl,111(,1., na
r,•abi1aç1loeot1tro:-) inflü:ir fX''-~ C.'tL'-lo,,.; aos _i.:niro~ s<">c:io •eronômicos mais
:1re,--•dbilida(k· 1· pro:•d11~itl.id(•. A.;; pnflllla{liil.'"!. ptu<.1.1t,1m contml;ir (~·s nwc:a·
polm.:, ( Ouhl. IQ<,.:\, JY)). O c,::l,,n -1,l .i oÍ(.'rl.1 (k sl'rvi<,·os de .saUde mei1t;-Jl p;:1ra
nismns oc·uhc~. ql.tl· g<,,('rnc>m ;1 r{,'(]istribui,;iio ()Of llll'l<I Jo ('X(.'rt;icio <lo pO·
os rx•hrL·-. nH:t-;lr.1, :,;imil.1rmentt·. C(lfllo .Sl'TYÍ(OS illlif)fOf'l"iaJo,,; po<km resultar
tk·r ri..,li1ín1. f na t'11ixa rotufad:1", .1lon~ ., lxiai~ l' ..uhur:1i..o;" · qu(· o 1m)(·,·s...•;;o
1

t lv um tno cl1.1 ,i.:n11'\•. qul' 1-in1Yl' e) ser•,ir;;o u riun<lo pr(·dominantemente da


<.un juntu l't'truahnK·nta·SI.'. porqut· c:-st·'.\ valon-ssc:lo ao mt'"!.nl(1 lt•mpocuusa ._,
da~<;(.• m{•1.füt t,c, jul,"!ar <' ~ul"t<.'\Lltuu CSJ)OCializ.id.1 de um g_rupo SOCio·econô·
dt·ito: tiu,dqut·t t-1."<1r i:l , k· n,li:-1rihui4.·;;!11 d,1 rl'ml;~dt•w 1'Sl.11' ha~-.;1J.1 m·k.,_ t',
miui <l1k1·t·nk (R1~-:--~nwn. <!t 4/,. 19M).
aint.la, t•k•~ 1i,zúpr irn, :cio M1:-.i.:t•li,•e i~ <K' mudar .i.tr;1,·(,:,,, <l,1 akJt:açJo d(' 011ortu
Equaciooar a tenda real com o dominio sobre rocurSOS leva-nos, :assim, a
mJack·, no !-.i., 1nn.1 wh, u "k1. I\•fa,-.;, 1:m1h<'·m. int•l't•fllt• ,1 (';',,~l''- p tc)(l'S.'iH~ ., t-...iai.-.
um impasse, pOfél\.lé as heterogeneidades culturais na p0pulaçlo tornam di..fí·
l'Slá a qm·.~rno J a or,l,'!:mi7;tç~o csp:u.:fol. O., t'Í('ÍlO:'", ck t'>:Kriori,.a~·üt, ~.,o loca
cil n-1t>dir .a renda rr:il. É bastante tentador, neste ponto, voltar ao conceito
li:r.rt(~r.--. t •íll'I(• o -..i'(o v (.·111pn ·,i.:o 1.· as t•1)('C1Unid,1lli.-~ ck mor,1di;1. os h(•1wíidos
m;ais simples de renda como \'e11da mon't'tária. ls.w eu recuso fazer porque os
cm ft"Lll í'-11'- .,. O$ ,çanais de (·(1fllt1niL~tli:1 t'lC O pcxk·r rxili1i1 \J t·~1á t'lll JlJTh'
problemas increntes ao impasse são bastante reais e ei:trc-mamcntc relevantes l''.\l~1lx•lt'f..·idt1 im ·ali.-;tit";1fllt'tfü•. Muito~ dc:,s nu'i.·1111i:-.1ll<I'.\ O('l1l\(IS d1..· n:·(listri
1xm1 nosso cmt:ndimcnto do sistema urbano. Se falhamos ao in\'estig:1-los,
h11it,:fü1 cl;1 n•11d:1 !-.CI !-.ur,-.'('!H 11-,,r;1o \1~ulru10 Ot1 <111>de: lnl·:1t,_:'."il>. l:-..,1, n,,.. )1"1,1.'! Ili
ab:mdc:mamos toda a esperança de chegar a bases firmes para tomar decisões
tima q\1(..,tM,hmtl,ml<.·nt.11QU('d(~·~1u1l11(:arllt~t(• c1pitul11. l U ,11.i.:tun:1 t·.~trn
socialmente significativas . Mas, há questões de longo alcance para as quais iurn 011:-..c'.·ril' 1k· 1·,1n 1111n1s t·s11ãciais qut m:n:irni1.1•fll tl (•qnidadl· t.' 1•fk.:iC:·rM:i11 i:k,
(•SS(> õtilo de análi~ ck~na nos:;.a a tenc;!lo. A tra\'éS do constante rearra.nio si~H·ni.i urbJno 011, pdo mc."'1ltl!-., m;•ximi:,,.,,m mMa habilidtJe 1·m nmtrol,u-
dt- e timulos no si:,;t~ma urbm10 ~tamos pro,•c,ç::mdo um procc5ro gr.1dual de o:,: po<k·ro,os m<.-c:ani~fllO!l- oculto.~ mu.: 11n.-.du1.l'm a rl'diHr ihu i\'..'io? Esrn t'
C\'oluc;:"io culrursl. Evolução t'fn dirtÇ'.10 a quC? Urna maneira~ d('lxar daro
urna qm~üio ao nk -:,.ll\O ll'm po normativ,1 lº p(Nti,•a pon 1ut.· dd s.u ~Nt• q1w
q11c uma :o-ubc:ul1ura nJo confe-re valor <10 espaço li,·rc é negar toda a cxislén-
l'"Xk·mo:-. L·:<1>licar t'Íei1os di~1ribu1ivu, cufft'llll':"i ptir m1·io <li.· t-Strutur:ls e.~
cia a M;p('ilo disso. A cvoluçi\o do s.istC'Jlla urbano, quer >--.:~H•ffl()'.. <lisso ou
1XK:i:.1i:-. l'Xi.swmes, l' tambt'm im;LJ,:inar estruturJs c-.,1,ariui~ p.ir;a (lblC'r um ob•
não, pode Jc,,•,1r em larga escah1 a in.sensibilicb<le .i respeito de certos íenõme- jeti\'O di:.cribmivo e."i-p<:díim. Nao tenu1rd S(.1iarnr i:sst,:-,. aspectos do problc·
ooo (tais como ar limpo, solid.i·o etc.), e supervalorizar outros (1ai5 C<Jmo pai•

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70
rm n.i análise Que $e segue. mo n,uu~ l de nK:-ri.:ado par;.l obter u m padrão ··ra2oá,•el'' de localização (por
/\ fo rma espacial flsica de um sislerne urbano I; uma construção gcomC:tri ('xcmplô. ('lft oponunidades dt' varejo e facilida<les de divertimento) e. dai.
ca tridimens iona] euclidiana. Os fenômi:nfü lmem os pockrn ser co nc;c,--itua~ minin1i1.ar (tanto quanto a tecnologia d<; produç.'!.o permite) o efeito difcn..·n-
como pomos (lojas de varejo, escolas, hospitais). linhas (fluxos ele transpor· t·lal <l,:- r,:11d:1. Ü$ prcc;o~ a tu am. assim. 1mra resolver o cooOito etllJ't' a ne·
te), áreas (estit~l«imenlos, ter ritónos) e volume.~ (edifü._'ll.çôt-s). Esta lotma ct.•ssitfadt· tecnológica de paucos riom os produth'Os e a nt:cc-s!>idaôt- física de
deveriJ hipoteticamen te facilitar o funcionamento coerente dos processos so-- wanck• núnwro de r:oritos de t..-onsunlO e~Jla(:i:dmt~illt• distribuído.~. A :.m;ílisc
ciais. A fomrn. espacial não é. contudo. infin iWm(·ntc adaptávd, nem suas de J...os.çh ( 1954) fotnt'\.~·nos uma pan e do L'q uipamcoto nt'<'ess..'lrio para di.~·
demandas !iOCiais são facilmeme compath·ei~ L'rUre s.i. A fo rma fisic11 at·ual t, (·utir a fom1a j;!('ral ck equilihrio c,~ paci.d que result~r~ d11i. Ela indit.·a q ue
necessariam(-nt~, ,1m compromisso t ntre toda uma ~crie de dcmii.ndas coníli- um.a soluçâo hfo·rárQuica í.' int·•.-itâvel. desJt.> que as funÇQ4."S pro<lu ti\·as. as
rnnt(•-.. Quandowmamos dl'Ci:-,b1.•.r.; ~obre: 11 forma l"!.p;icial c-~ta11105, hipott'tica- funç:'\t"I <:k· roo:-umo t' a-. r.;Nit·S. dt:· elasticidade-.. (a n::-:rx,.•ito de rir~. rendas
mf;'flte, temando àlcru'Jçar um compromisso eficiente. Isso n:10 é facil de e similar~) vari~m. c011.siclernvelmcnc('. d<: um bem pani ou1ro, Nlo seria
fa:ier. Ê esta espécie de problema que da origc.'TTI 3s interminá.~•cis delibcr.t· n_';11ist~1 l'SfWrnt' q m· () p:tdrJC'I ("S.pad :11 r rivado da 11rO\•i-:.'10 &:.• bens. 11tiblic-os
çõcs da Comissà·o Real (tal como a Comissão RL'd difÍi!-•Maud), na Inglaterra, impmxr.. !>t' t•ú nforn1as.se a t")(fll,.•1."lilti,•a l<x:;c.:hi,ina. por toda uma St·rit.· de rn·
e IIOIS intermináveis argu mentos sobre os méritos relat ivos em controlar a co- 1.f:t•:-. (l'dt.·tt·lllt'S à:- t.'()fldi\·1)(•~ ck (·nt ru<lit p:3flJ ,1 firma. â<. flu1u:•<s·õ::s c.-,;toc~\.,ti·
munidade ou o governo me tropolitano nos Estados Unidos. Não podendo Ca!> nit, t'tindic;i'it.._ <li• (k:manda L' oíerrn. à difor(:nciaçin nn produto. ;.iru:is
ronsiderar aqui. todos CS$C'S problemas, prOCt'dcrei por exemplos. \ i,iuh.1,, i111t·11>1.• fü•lr:.1~:)11 d,: ,in •;t, tle nwrl:ll~, t·ll'.). 11,L po r is.,u. hc1;t, rn
m.... tl'Órii.:as par-:, adlar Qll(' os mt-canismns dt- nK·rcaJo nlo ~•r.\o m;lis d i•
ÔC.'17h'S 110 nr i,·111:1r a lu:,1r,/il' <lc.• hl'111' r úhlirn.~ impuro..; , k· oft.·ru 1}ri\•11d:i.
1 A pr,,uiJl}o e c01t1role de be!IS públ,c,~ imp1mu uum .sisJemrJ 11rbrJ11,, num t-quilíhtio <ll' P,trt.·lo. <lo Qll(' os do me rcado dL' moradias. A l?'••idfncia
c1l1pírirn l.tml)(•m aJ)(1nt,1 1ws,;,.1J in·\·fio. Corl!>itl~·tc·-S<·. por t.'Xl'll'lllln. :1 lon1~·:t(1
Bens pUblkos impu~. uma vc7, produzi~, silo avaliáveis livremente, c.lc: fat ilid,1dt"~ ('01 1'-U{X·rm(·rc.:a,clo. () .:,u(X'r1l'JC1'c adn e cm :.i mc,~ mú uni bt·01
mas não igualmente (<:m tcrtnoo de qu:mtidadt:- 0 11 qualidade) para todos os r,UMil'o impuro (aimfa , 111,· t-stt.·ia ,·t"ll<ll'ncfo 1nh:1r.111lt nfl• l>1:0!> pr i,•a~ ). ("
individue,_~ do sistema lUtano. Muitos bens s.lo dcs,sa espl'de. Espccifica- "ltil lc11;:;;ili1..1çiio {·. llrt·., uo1iH'lll'l<'llH·. uma funçilo di bala,~"ô da fü•((•:,...~jJ;l.(k•
nl(.'flte. tod~ 0!5 lx-n.s e focilidadcs av:tlij \·l!i~ li\ r{'men1c:-, ma.s produz.idos por
1 OI.· l 'tono m i a:-. d(' t':,,("::tl,1 qm· OJ'll'f.101 t."'On trn o~ d eitfl'i <l,1s ('l1qtr,:,, :;1lto~ d<•
al~um mecanismo lotadonal, caem nesta cate~ria - tfa.i o inl<.'f"esse no plà· trnn~rm1t· í'Jt!t o ( 'oll~umidN. ,\ m1,'(lid:1 qiw au111c111:a J. árt'.t de m1:rcadc,.
nc1amcnto urbano. Cc::rtarnc:me, n:lo é absurdo olhar grande parte da teoria J\lt·rH lli, ~•- ,1 G.)nw,;,<.ão Kt n ~:r ( l9hS. 277) explica a fa lt.t w:rnl dc·s.~rn; fad li
da localízaç:io como uma forma <:'-"N'(:ifica da tooria que g(IVema a proviUO d~Kk-.. na,; ô'lí(•:i-. (k: )!nc.1 0. i: ,lifit'il di;,.t'1'. n,uurnlmc-ntc, ~ is!io i· tk:viô:1 a fo.
d(• bens públi<.·O!; impuros (TiC!bout, 1%1, 80-81). lh.1, llf"út)ri,1~ (11• 1t1l·ll.1c~,. .10 l':<.l llt(C> J,: ll"mrw., nt~:t.·~~:1ri,, 1x1u ('tt~lfn•r c1
É 1\cil disting uir cntn- três difort:-ntt•.~ s.itua(Ôes poli1icas. A primeira i..1.1u ilihrio. ou a condi~'n<·!> ~ociais e t't·nriômiças das ârc,as (k• ~tLí'to, que lnr•
r<•Í4;•rc-se a bem: que produze m beoefíl'ios para todos os iodivíduos, A qui, o n~m ;l., 01K·r.1c_f1t..-. <lL· ,upc:mwrcado :mtic....,;nr)()mk·a.,. Ma.~. mt.·smn 1w.·.~s..t.;:
ohjL'tivo PQlitko C asse~ur-.i.r que n bem ";(.•j.i prcwido (por aç.lo privad.'l ou pti. lrl•.i~ l~t c•connmia rrivada. <lllt' pm,·i·rn bcrL~ 1,UblicC\~ impum:i. (1ais w mo
bltca) cm qu amidade e q1.1alidack.· :iufickott'S, nas kx:açõcs rnrrt:'las. para se <ipnrtuniJa<ll~ <l~• (r1m1l r:1, rt'(Tt•;1(,.fü1 t· , imi~m'S), não h{1 g:Lr:mti.- d i~!-1.1.
OOter llm objetivo dl51ril».1th•o especlfitú. O se,1tundo caso e O de beos 1n'1bli- fY!r<JUt' um;1 .\t·-ri1· clt· rnn·.i:-. dt· dt·ma11<la e oferta r-,c:km "'4:r OCtt·rmi.naJ~. a
ms impuros (lais como os poluidort"s de ar). <IU(' impõem custos atr.i\'éS do r,1nir ,J;L-. Qlmi.~ rc.~uh;ui.1. autufllal il '.lfllt.'lltl', um padr:io locacicmál, l jU(• l~ti-
rommmo ·•mvolt.mtári<,· ' Aqui. o rroblern3 politiro é regu lar oS 1X1drôes de ,·c·ssi::· de· qual<1m·r modc1 próxtmCi (i(iÓ(nno ck_., P:m:tn . H.\ impt rfeiçÕ<.·s t in•
loca(,.iio parn minimizar a incid.;:m;ia <lcss.es cusws e controlar seus l.>feitos 1t·1·Jt.·1>1.•flUL'r1< ia, :-.uíici('flll'"- (r:tif cJif(·n..'11t-im;ão do produ,o <·tt) 1'-1ro1 põr c11)
dtstributivos. O terce-iro caso (e c.-;h; t. provavelrnem,e. o m~is cornum) re- dti\ id,1 qu<tlqut'r :,t11'1(1!>ic;-Jo d~· dic-it:nda C."()Tn('<'litiva · '• natur.il''. mcsrtlO dada
ftr("•SC a u nia !>itua\-:Jo misca o~ qual u m bE.-m p1'úcluz. :11:> me-smo t.ernpo g;:i- uma di~tril'14.u~·;lo d<.• rt·n<la Ol·sclt· lo!,:n 1:u:cit:h·el t·lic.<IOK'.ílll". N ão C absur<lo,
nhos e perdas. r<ir ('Xl·r'nplo. ('s>[X.'rar qut.· ,~ t'll'IJl í<'!>.irios: se kl<.11li1.c·m ini<.·ialnlt'ntc:- O~Q\l('las
A provistlo <le bc:1h r,tiblicos im1l1.1 r0!; benditos pode St.'r t.'X<'Cucada por :irc::,t,; onde: os IULTI~ L'lll l:'Xtt'i.-.o s.Jo maxim i1.idir,; ~ daí a ll·ndtnc:ia · 'na-
açiict pri\·ada ou pública. No prinlC'irn rnso. .apóiamo-oo~ em algum mecilnis· tur.11 · ' cLL, árL•a:,, em asc.'t·nsilo ~l'rt'nl bem sc•f\'ida.~. <Hllt'~ das árens de renda

72 73
l',ai)(a. e: isso. <.Ximo ~ llllll\:. J.!L·r.:-1 uma ~dislribuição de rend:i. n;:.!1 implícita. fato qrn.· indica a necessid<'!d._. ck :dgunlít esp(-cil' c.k· re~ula.sem hiC"rár-quica (os
/1.•lesmo no setor priYado. h:\, por isso. al,i::mna ba'(.' para a imcrfC"rencia pl\· L'Íl•i[OS d<.· p<."(JU{'fl:J e-.cala. ~cndo cémtmládos ao níwl metmpolitilr-.O). J\ fies·
blica, mesmc.> que son~ntl' para prop iciar ~ m~i~ rápida ohten~·iio Je {'QUilí· qui~a ck· €.'feitos no <.--a11l1x1 d:1 extL"riori7..iç:1o ê u m problema de anáfüe
brio. H:i. inch1.siw•, uma fone iustífic:;ith·:1 p.1ra :;i mtc.>rfor~da. se o obíPtivo l'"f!,1t'i.il pur-;1. Ek· rt'(ILK·r qu(' s;ejam~ h:'ilx:i:-1 cm <.~fl(."Cificar ou ient>rali:1.ar a
t' alcançar a lguma rcdii.tribuição prog~i,•11 ern e5pécie. l'Xt<.•ns.io e: intt•nsidadr vari:h·el d.i 1m1x:rfkie e~acial. O problema da regula·
1
J\ ,uitos b.?ns públicos imrt1r05 n~o pcxlcm ser providos auavés do meca- J..'t· m <
·. t•n1!to, r11.1rd:1ltnenu· c, ck· modificar as loca.f üac;m da:'I fontes desses
ni~nlO normal do mercado porque é Jffkil <letcrmin.ir uma série de preços. C\1:-.tos <.'Mt•rn<.>S, parn ob1n uma supcrlicie c·sradal desejada. ou locar .i ahvi-
E~~-:,; ht'11S (sc:rviço.~ eclm:.tCio 11ais, pmtt.·\IO «mt l".c f~•ú t' púlidais t:tc.) s.1.o d:1~k• r.um;1!-up1: rfidt• <'Xis1cntt•. Jc, 1al mndn qur cc:rtfY.'> objc1iw~ :sociai'> (Wi.;;
proviJn,.. por :.:i~·:i o púhlic,1. Ê <.~ t ranho que haja tão 11QIIOOS c;ritCrios daborn· rnnm d 1mim1{:kJ rk- ct-nos oíw1, de pnlui~"'ào do ar) sejam ak.1nç.adns.
cios 1l<li-a a. dc-l<.'T'min.a(<lo elas atividadc.:s. riúblicas.. Os conceito'.'\ de fi nança pú- Ato:1lrnc'nt,·. pos...,uímn-. arl(•na.._ um hrC\·c• ~:ontt"\'ú ck> oma ll'<.lC"Ía pnra
blica · 't~n sido até a.!i:ora amplànK11t<.' r<.-strilivos·· (Thompson, 1965. 257), orit·nt:lr a:-: dt'<'Ís(J{', r,olítio:•;t,;;
. <k><iSfi c:~pécie.
t·nqu,1nt1J m t(-rn'it'cii- J.1 l111.·;_tlu.1~·,1u . comn 1t1('1\tr.1 T(:i,~. ( l'X-.R), t(,m ne,l.':li·
.A.-. ,•arim,"t·I(.•:-,. oo,;; ,•,1lon~ n1hurai.~ t' . d:,í. ,t, \·.iri.J.i;(t..•,;; n:i..~ dc:m:ind~s C' oe-
Jt:<.'11Óõl.00 bas1an1C' n pmblem:1 da locali7.<'lç5o do bem público. Dado que nâo <.'l·s.~itlac.k :-. ,b r~h.1iç~o. c;ompli,-:nn de: llUOC'ir,1 , ubstirw:i:tl as ck•d sãt.·s. polili-
t<.·m -.ido c,k'c'.c·nn1[vilk1 nc·nh~1111 t:rilério de· loaili1.açiio ad«11.1.ido, fic~rfamos e:i~ Fonm1r,11no,; n m(·s111cHlilt•f1111 ,-.:t·ral oo t'<1,.n (~} fll('Kado cl1: fflt)tadia.s -
fort<.wct'l1l! .sm'pR·.-.m M' as cl~isCes lociKinn11L~ das atividades pública~ foo• ~• unt.1 3~(•11óa cc:rurnt lônlilf um.i de<:i-.,o, d1•\'c:, ru<.·!>umivc:lmentc.-, pos~.u ir
~·m Q\11L-.<.· in1<.-irnmcnu• rt•H1lw<lo daquelas prcs..~"'S f'll.)li1icas dcS('Ql1ilil;rad.as, a infmm~~·fü1 a n...,pc-ito thL, t.'~l<J,1,;; Llc: utilid:11/l'.". de ea<la irxlividuo na pi:lpula·
cri1icadas numa sc::-i:;i111 antl.'f"ior (p. r,3-M ). Desde- ljuc ··o~ servie,;U) públicos ç1,,. IJt~lt- qu(' o ~\'t'r1IO. 0h,·iam<:nu:. não possui essa in for ma~·ão. ~mo
lN;ti~ l':'-fl('rnm l(lrnar·M' o rriocipal mc.:i(1 dt• rcdisuibui{ào da renda <.1n no:-.· dl'\'t•1·ia prt•Ct~ l·r? Uma rc•:-pn,,;;la {: arnu Ullll a pr<....,,;;ln do ,uto, 111,L, nmos
-.::1t'fonomht" CO,ompson. 19(}1, 118}, de \'l1TIOS píl'St:1r muito mJ i.s :iteriçào C'()lll(• i:-.lt1 !<.-,·.iria. rm,·11wlmc·1Ht-. à dc·,it,tualdalk>. T id mul sugt·rc·. cm \'('Z.
:h politio i-. (Jlll' ,.;m•t:rn:im :r;ua loç.alizaçiio. S(· dc.· st ja rnos fi.sçali,.ar o proo:s~n c.fo,-.(•, unw ,.._trnlura ele <.HmuniJaJ~· Íf;.ljtOlC'nrnd.t n.1 qu.11 · ·o dt•1tvr o,n-.o·
de rt."tlistribui(ão. Niio e fkil fonnufar urna t<.'<lria da lúôtli1.açáo da atividade midm pod(· sc·r \•isto como t•~c,lhendn .;icaud:i u:mm11i<l<1dl' que mdhor :-;ali:\·
p1'1l1Jic.1. Em pr'ill<. ipic,. 1laturnlmc.•1fü•. o problema e exa1amen1e o me~mo que fo,. p:w,h1-1t":\ d<.· 11rl'Í<.•fl'1lÔ<i de bi;,n:,. püblk:os( . .. ). Qu.tmo 01,1iClf o númc;m dl.'
no Sl·tor J)fivado - <"flrofl!r.ar uma série de res1rições disuibuli\ .JS. Assim, a 1
<.'úmu nid:adl':'- e qo:inln maio r ~ v:_,iac,"'liú ('lltí(• da:-. ma1~ 11róxi1110 L-St.-1rii o
co,1n•1'11,'l<1 l<~hi,ma 1t•m .thtum.i t11ilidadt· (&•rr)', 1967: Teir1,, 1%8). Mu. <.X•n~urnidor Jt· ;j1]c:1nc;:1r l}lc·n;u'nt'f\lc· ~ 1a J'N.l'>i1;clü ,i.i(, prdcr(·nci,1· •-
o r,roblcnw c.lí:' tfü:omn.r um.t solu~·Jo t tE.'oric--c1mc-me <liíicultado 1>ela estm - l·n1 ;il.Cl111' ,1, ,..._.t 11"-. 1·.,;:,.,t t um,, l'rc1f-CP!-<iç :lc) 11tnit111c·. ck"•d~· ~11w l(t,ric,:~1-
111ra qu :i.. <;C.• mo nopnlis1ica d:1 <•q,tani;,:fl~•àti rlihli,·a ,. !'IC.•l a dificul<f::u k· de enco n - rt)(,·ntt' da lhax i mi✓::l <I di~t,si~·ê'lo de l"i(Olha (k>çon~umi<lCJr ,ur,1vês de.- :1l~tm1
trar quaist1uc:r m1.:rnnisro1r.. de· pn:.·c,:n r<.·alista!>. Com dt'ito. lei loc:~li1.'it(,."-ào dt- ~istml.il. <lL· coiu role da comunidi.ldc. atrnvCS do qua.l as conmoidadt'S dé indi·
fa<.ilida<l1:s púhlit-as ft'(Ju<.· r .- )w()loi:,.·,lo ~imultfü1ca de· 11robll·ma.~ d« l) finan· vi<luos c:om \•aJores e: h111Ç\"il.':-- d(' ui-ilid~dc rl'la1iv,un<.·m{· hom~'êm.o!- c:'<prcs·
ç.i.(2) l(.~.-nolo.i,:i.i
. ck.· produç."io,(3) qmmtidadt> e qualidade da Dfena,(4) locali• sarn sua.5 vom~OC:- de cscolh:1 <.úlft i\':a. Outra ''<.'7•• pe-ret.·hc·mo.s que há u ma
1.:1~·Jo.(~) av;lli,t\(lc.t da (11:mcmc.ht. ('(6) lfriw de- lx·11H.:st.ir. Evidcnlt'm~ntc, cena lógk,1 n;:1 o rgani:..-.açãQ tt·rr·itori;il da d<loot•, L' nilo pode h:avc•r dl'lvida <ll'
nito C fidl d<.-finir t1 m :1 ~ luç1o ó tima. Como no setor privado. ~mos pre- que~ con.s11midor«:·s ascilarilO ( li..' um.:1 cnmunich1dr par.-, outra para sa.ti~fazer
vc·r al,i.:uma t:,;f-.('(·i(., dt arr:mjo hi1,;r:'trqu iro n,1 [cl(:ali111ç iio d(•, por ex(.·mpl1), ía ~u.i JlreÍCrf'ncia por bens l)úblt(.o.~. Hã muilas rniôe'~ <·spc."<·1fiéa.s para J uvidar
t·ilicfaclt~ ,m:·d i<..i.-.. rmOorn. .seja mui1o difkil cll'lcrtnio::1r :a melho r fonna des.s.e da eficácia da pror1osiç;'lc, de T iebonr (por ex<.•mplo . a~ suposições CW perfeita
art,ul~i i,u :.1- '":t!iar :1.~ Í<•nnils <1ltc:m,ttiv<1~ d · o rg.i1li:t.~ào espacial t&hoeiJer. mobilidade e.> inforrnaçlo). m~s ha, cambém algumas qu(•:~li\::-- mo i10 !:,-crais
1%7. 19<'8: &hul[Í'.. 1%9). Gc.·nc:ric 111ll!r)le: o (--Stiido da ane na 1eoria da lo- n>fererne.s ã Of~oini:..-.:1ç;lo u; rritori:ll em um sistema ur bano. e- talve-z seja
i.:afü.,1~.k, da fat i1idadc.· f'übli<:,1 nllo Pfü~rn liu mu ito. deS<k.· o ponto da rda.ti- .q,rr,1,ri;.1d,1 i.'>:.tmin,ir 4..~'>l·~ .1r~l1fllt•1 )(i)S 111:ü.~ lk· p1:no
vcm~:nt<.· o;;im1)ks .inicuk1~·Jo do modelo (Teitz, 19<~).
Gr.mck• p;_trtt· da mc.~ ma rnndu~iio p<xk.· st-r 1irada a rcspc.:ito <lo regu lagc.:m
cbqul'ks he m pl1bli.::os impuro.,;; qu~ .1,>t•ram custos. Tem havido muito pouca 2 01",1!a111wç.tl1> ,e~1mi.JI e terJ"itoricl em 11111 si1tf11111 urbd11(1
r~"'<!ui~;.1 .\ul>rt· a louna t· a n,11t1rt•L<1 do L:ampo c:i.p,<1<.ia l de influénci<1 das ex·
l<.'f'i(,ri1.,-.._Õ\.•~ prit"adas. Salx•mo:,, contudo. que elas ~·ariam muito em esc.tfa. H<t vária(, forç.i(, naturois q ue contribuem para a o rganização territoriaJ dr

74 75
um si,t1.·ma urbano: ,i::ruros étnicos e de p.irentesco. cúmunidadcs com si.ste- usuais de eficíl:ncia. CL'.rtemcnte, em t':pocà de clei<;~o. as comunidades pc·
m.1., ; dL· ,·al-Ort·s 11b1.-rtu.(;_ i1Hlividuo~ <:('llfl 1dt:-ía,; similares !iobre a quaLidade do quenas, usuahlX'nte, mostram u ma porttn1asem maio;. alta de b ito {as
.1mbirnu- urbano. são L':,;<•mplos bons. fa,sas forç as não permanecem estáti• demais coisas permanecendo iguais) do que as grandt:s comunidadt-s. Em
C:L'> . Cr.. ~l°llJ"ll'.~ (·tnin<tS l' de.> p:m:mc,.•_'>L'O t."l>tão dc..~;in,afffl"lldo {Wébbcr, 1963). p..• lfle, Í~"iO pode ser fonção do maior potencial de p;uticip,,ição individ u:d em
e. fil, 1')0,Çôt'S tradicionai5 de ''comunicfa&..·'' <.· •· \·iz.inhanç11' ' estão St;'.ndo comunidades peq_uenas - urna qmtmidãde que Isard et ,11 (1969, Cap, 3)
,ub:,.tilllida,; por al,t..•o lwm diferL·ntl': um rom·dto de vi:tinhan(·a. que est:1 r rocurou medir éomo "p0tcncial ~ panicipaç{lo'". Isso pode. wmbem, ~r
m,1i,; implkiw do qm· t-xrlícito, a respeito d{, o rganiz:l{~O social (Keller. o rf;'Suhado do que Thoolpson (196';,. 263) denomina "'e.stilo e controle f'l'!'r•
19(i4)). 1 U, rnml'<'•m. 00.1;; rai'ÔC'!, ló.1,:ica,; P"ra :ari;umenta.r a fa~•or da (lf"wini• ~nali1.ado qm:· a<h~m d.i J'equcna ~ala''. Tl?m sido. (::imhCm , à!irmaOO em
:r.1H,;iio terr-itorial. Uma (lfp_ani1.:u:,:.io ''3dt•qu a<la.. pede <."Ofluibuir bac;tante p.a:- meios mais doumnâ,ios, c:aue a UniGJ m.aneira de alcançar u rna gt:"nuírl.a
n.1 11,inimi:r.ar ,1 i.:onOih1 (' m:u:imi7.ar u t.fü·il'ocia e r.:oc·r(·ncia do gruro. St po- den10<:racia (· atrn1,·C"'ck> C('lmrok d:a wmunidade ba.-w.tdo em unidades locais
<k•mo... ou nlo chi.•~ar :1 1:;il o rg::ini:r.açlo do cs1,aço. e de um modo ou de outro de vi1;nhança; somente' í'ntão, argumenta se. sera pOSsh·el garamir qut= ciid.i
fai.:il1t.1r o ,1lnm(l' Jc~ ol,jl'tivo., sc11.·i.ii--:, lkp<.· ll<ll' muito de qut.· 1~s.1mos d~- um wnh:a vo1. m1s c·kiç~. qt,a.n<lo hipoteticameote .iqucl.i \'07. s('f'á o.sacia
pilTll ajud.it .a tontrolat' OIS int..-canismos gerOOorC's de desis tmldadr:;s ck rl.'.nda.
'-:obrir o (lllí' ,;i,i.:nifini "':ldt·<111àtlo"' ,
,\ 1>r.~ani:1..:1ç.ico 1t•11'it(1fi,d tt·m 111ui1:1,; Íllfl\'tK':\ a tlt.•.!,Cntpcnhar demro do f\:,..<.irn, Ki)(ler (1969. 71) ar~umenw que "o p<1hr<· nc<:~:-.,ita de aroio cio ~o-
.;is1e•m,1 urli,m,,. O f!íflh k·m,1 dá..,;siço <la rt'.J:l,ionaliz.a,ç:)o ê descobrir u ma ,•erno para ter liberdade de obtE:>r prosr<:ridadc.:: · ·. Amc.-s de aceirnr eiSC' argu-
IÜ1:r.m1tii,L dL· íl'Jlk)(.._ qut tlt:...i.·111pe11ltt.• h~la:- l'!,,._~ao; fom;;ê'.il'o; r-a7;i:ivdmcnt(• nitnto ((- f <li.~o {k nofa <1m· os ar,~umt.'l\tos d1: Davi.~ e- Whinston sohrc• 1.0 -
])('m (H·ia w . r,:1r t'Xl'mpft,. Boud,:vifü·. 19(~). Al;!uma:i- funcõ:-s cb·cm ser m:amcnto r os de T iebout ~re provisão de serviços públicos apontam essa
<.'nl)Xl1:11d1J.1, ;10 111\·d nw1n,pulit.irto {por t'X1.:mplo, o 11b1lt'janwnw dos clirt.\· M, 1,,'t'tal) dt'\'l'mn~ t:1.)n:-.itk·rar <11)'!t11nas <la:i. dc.~vant,1jtc-1l.".
.;1,;,t('fll:L" d<.· 1r.111'p oi't<.· . as. fadLid,1de-. dt t><õl:lCiorn1111t1u o). enquanto q ue o u · Não há d ,h •ida <lC' (IUC alg:uo." ben~ e .servicos. 1'10dt>tn .S(>f" suprimidos. e nl
tr:.1, J1t)l.b11 :.e,· tfü•lhor íl•al i1,1<.las ao n iwl k)l.111 (por L'Xc:mplo, ,,~~ de 1111.t-r, J[11m;1$ 01x-r<1ÇÕ(.>:- cle1w;unl'nl<' cnndu1jdas :10 ntvt>I loa,1. Ma.:;, <' àqm,.-lt s

1x 1n111t•:,. iufami,). O r rimdro rrohl,·ma, ror isso. ~ en<:omrar uma fonna de bens que <l(>\'{'111 Stf .-.;upriOO'\ çm (;'SÇ'a[a m\1ito rnai!i ampla? Ne.(;St'S c.,sos. Jc-
411·~ u1ii'1t1.,àl.1 <:;1p;.11 Ji.· lit.hir 1,.u m o fato ú h\ to Jt, (IU<' .is foc:ilidadc.~ difortntcs \'l'r:i ("CMl'il(k r.:ir M' w, ('>:11•riori~.Ji.;i\l:-. ,;i~nifir.tt1\ 01~ 1.•nvolviJ:1,;. Tt·m si,k,
1

t(·m qm· w r ~11i-,fl·1t:ts f..'llt t·S<.ttkL(; l'~paci,1i$ J iforentE:'5- O segu nclo prOOlema e dtmotLt;;ttAdo, t-nl _,.;trai, por Ol-..:.:,n (196'5). Weisbcod (1 965) í' om.ros qu<' há
Rk·ntifit•;u t1m,1 fmm:i <.k· nr_1,1J1ni1.a1.,·,t1.1 <,IUt' :-c.·i:1 fk-:'tivd o sufi1..ienk para lidar um~ ll't)Jt-n(.'1,1t.kl.'- s.c:rvi<,"OS púhlicn-. de finm•m -.ubr,nivido:-, quando <.•xisH·m
com o crc•,;.ciml'nto ('.'illl'i;d t' ('('Ont')mlço}. Q."i deitos <.-spaciai~ dos g,lStOS (!X- extcrio.'izai;·é':tes (t.·mbon Williams, 1R66, discorde ck-ste (Xllltt> dt· ,•i~ca e $UJ.tÍ
tr,1\, ('!'> n ·l.1c i• 1na1l)l'Oh1~ t':Sp;ll· i:1i.; dt· 1nL1<l:ulc;~ e le Se a or~tni1:.1~·:i(l n ão i· rn lJlK' () 1),·ohkma (• o dt: \lm,t 1)m,·isiio n5o õtima. mais do qm· e, ck• suhpro
ílt·xin-1 ("];1 ,1111,id t'O!llO n•.,;1riçao au1um,ilic,LSeiice.> o qu<.• Friti,,lmarm {1969) ,•is;'io). Um modo de- rorrl~ir (.~,;a situação C: n<:J~ociar com is comunidades de
dc."1K11Uill,1 11roú•'i..~• ,1--!('t',1\ tle <.k·sc.•1)\•0lvirnt."11tO polarízadn (Darwt.·lll. 19<>9). \'Í1.i11ha1l(a, masº·" pmhklll<L'> J..; tlc.')!oc:iat,; ãu J1: t.:uslus. ,. ol>ten,;,.'<1o de infor •

Em nmr.1s 1):11:i,•r,L<;, lt1-1alqut.~f ('lf,.1t;mi1,:1ç:1n tnritor ial dc.'\'ê SC."f pf~l<t ck maçik-s nílo C(•ntrali7.aclas (incluindo aquela.<; que <levem 5Cr imputadas a uma
oir ,J,) ;,1 '-t'r rt•o1li\' ~ à dinJmica <lo si..t.t•m,1 urh:1110. E:,.lL' l•, Lah•cz, o problema dil<t<,'.l o ,u tornad,1 d<" dc.'('i.~:lo) rrovavdmente tornam í'~<t mam:ira de rai.:io•
m:1i~ difícil cl1.· rt~ilv(•r t.' lin1it:1rr i minh., :U<•11Ção aos "'f'll'- a~pt:'(·t~ cs- n;11í7:ar ;t proYis..,l'c- d~~.s !i('rviços inefiC'il'Tll~. Um:a soluçil'o :alte rnativa ~ in-
1:'11inx-.. t~·rn1.1liz:1r :ts c·xtl·riortzaçüt.·s . cm;:-truindo um :-,;i,;tl"f'rl<• Lcrritotial de OÍ\'('}
\A)11:,.itk-n· •;.i.-. prinx•ir-.tm('l1t,·. os h,.~1wfi<.'ios pnlitk~. social..;;. e ,-conômicos mais a lto . que t.':'itani n1ais ~1pto a prover o set,•ic,.'ú em que~'tão. Devemos ser
ohti<lt-.:,; Jt.· rnn.1 or~ini1..u,a:T~l 1erriwrii1I báseaJa rurnmente t>m gmros locais rniclr1tk:,:,.os 1;,;ira nà(1 p<.·rlleffr'Kr.. L'm " t:fit.:iêot.:i:1 x·· mai.~ tio que >,:ànharmos
,k.· \'il'.inh,t01,,'J, f'X· açonkl cNri ;1 ornfü'-<' ck· 01:-on (1965). quanto menor o c-m <'ÍIC'ic.~ncia <'C'On(',mica. N.'lo será ~ivC'I imrrnaliz.ar a..., ext('riorí1,.içe\es
!,!n1p<l. m;,11'1r .sua boa \·ontadt.·, rnw.ivtlmt:nte. em prover se- volumarianwn- ("Ofl lJ)k-l;m11.•nt<.•. d,1ro. (' ;1:-sim li dc.'f.;,•rmimu,:.io de u rna or~m1i1.1.1c.-iiu rt'~ioná l
tl' <k· hc:l'l." co!t-ti,'t)S. Q u,lmv nwnnr n ~mpo. n rni(; a114o, provavelmerue esta- ó1ima dcpcndcr.i da rnduçfo das exter iori1.;ic,."Õf's a urn r'ti\'cl aceitá\·d. mais do
rá p;1r-,1 Hk1.1rn;-:-1r .-l~urn til,jt>tivo 1,:ok1 iYo. h,.',() tem implicações C:'Cooômkas que: dimin:i-la.., intl-ir.· ulK"11tt.·. Por t:S..~a r.vlio. toráa se ptalicih·el pensar em
imp:1rtmm".'> po,qu.;,• imlic:.t a Pº -"!-ihilidádc Je existir motiva~·flo mais :;ilta nas um nivcl <;,uperior de OrAAni2ac;ão que J)roverá servic;os. tais como transportC',
lolld1~·1"'i(•,; d.1 w 1l lm1Klm.ll' IX'(lut•11.1 tlo 4ut: oa~ da:,. ~tufüb ,; qu,'lli<lm.li: quc- implantaç.'lo do s.-uwammto. amplas f.iô lid.ldes de recreio e !iimil:1.rt~. Há,
Lit·bs1<·in ( 1%7) ch,m1a ·•cficil-1-w:ia X .. OJXlndo-~ à.~ medidas eamômicas tumhém, o r rOOlcnrn do fin:inçiamcnto 11 ~r cnn~ickrndo. Um doo prt:iblt"mas

76 77
mais si-rios das cidades americanas, c m passado recente. tem sido a perda de ncs em din,,ç.4o a um estado de maior desigualdade e maior injustiça. A
base tril:mtária em m uitas :ir-cas cent rais (Nctur. 1968). O autofinan ciamen- irlcOO..'- q u e fSSa téndência arual possa ser modiíiaida, sinto que. qu ase cc-na-
to 00 8()\'CrtlO loc.il é lima prúp)Sição desastrosa: isso resultará simplesmente !U(•lltl". t·s1ar<.·n'los, rnn1hc':rn. :-.c11<.k, ll'\'ado.~ ;1 um p('riodo de intenso conflito
no,", pohrC!5, n«:io1i1
diiando sua própria pobrez.a, cnqu::mto os ricos se tomam (QllC' r,ode ser violemo} dcmro do sistema urb:mo . Nos Estados Unidos. é
mais scnhc~ dos frutos de suas riqueras. As implicações redis1ributivas :iJo t..>vid4,.•11tc..- QlH? o rn11ílito :t.bcno 4..>stl conl(.,ç;mch, Na lol!lla1erra. os mesmos
c::lal"ameme f('$ressivas, O.•n:1n1En\e. :1 situ.ac,.-10 lel"ritorial existente - da fi 11rocc.·:;so:,; <.·s tão :uuando. Por isso. concluo que seria desa5troso rarn o fumro
nança local e provisão ele serviço püblioo oas cidades americanas - deve se-r <~> sis1,'lm1 ::;ciçi:tl. proj(,tar o dc~mpc-r, ho d.is kod&noas cxis1~ u.~ - esse
considerada oomo uma das: 1)fi!lcipais culp.ida.s, ao pro\·ocar u rna alocação f11i o t"f'l'O tnu.:ial do plam;janK·nto da ,.L.''(;::w.,l,i <k- (;{I. Ounu Hoovf;r su~t·re
<lc..,si,gu:il d<!' l:M!11dki~ rfülrgioa.is em diferente:. partes do si.ste,n., urbano, Da- ( 1%K. 2ú0). 1)].afü.•ja1. freqücntc111c n1c: ç-ria 11m ic!cal <l<." staJtl.J quQ, QOC mlo (:
qui. c nK.'l"gc u m argumento muico ixxleroso .$Obre a ampliaç-!o do 8Q\'emo akan<;ado ""(• ac.·rc.-dirnrnos qut> ú s1a111s llfto <lc.:n: ser rnntest!tdo''. Por isso,
rlll:tr~litano. Esse argumemo ~• .iind:t, reforçildo pêla txistt!nda de muitos th<•~) ,, i<lé ia de qut· C':\tm)lt~ 1k~ anovcrnk, c.·m '"-slà~ius lêntos 1}.l]ra um:1 era.
problenrns de rt.11:ulagem, que :o;omc:ntc podem ser explicados em bases urba· c.k· l.'llt•r mc a.ftu('nci;1 (' klickkid<.• dc·trônica it1acci1ávd. a.inda quc isso c·s.tcja
nas ou regioo~is (por ex€"mplo, (."'OJHrolar a fo rma espru:ial geral da cidade t! <'111 di-.i.:ord,"tm;ia çnm minh:i própria nnáliSt' l' a t'\'id&'Jd.;1 cJt, metts próprios

~ n h'ei,;; de poluição). 11lh(~. Em 11l'i'1(', o r,rohlt·ma e\ t"(-cHó1o1,i1:o. [l(lrqm· pockm()-. a1X'na,-. estar , co•
1-lá ar~umc.."tltOS poderosos p.1rn a de'5Cemralit11.,_~;u, e criaçâo de sub· lll\• ~ll,l!t'rt: Mis.h;LU (l<Jú7). 1b·,c.·11ruhui<lu o Wpct<.' dt· oportunidades diante de
f:O\'<.>rr)OS, 111as hâ tambem argurmmt~ jlC)(lerosos pã.ra a ampliaç!\o do sover· n6, l'tlt JlK•11t<) k•J!<t1llt)·l0 rn11idilrn1.:0fl'. [lill'>1 óm,1 e.· p;m1 wb. Mas. t.'nl p,:;1r1,·.
no 1netropoli1aoo. Sem dúvi<la, rodemos deixar de lado os argume11tos sobrt i· um pmhkn1:1 <ll' <..'X1,:ffl'f um s;'lhiv ('< •mrnk -;ohH· a (11'j!,ani1.ac;;K> socfal e· cs
uoidad~ de t:lm.tnho i nte rrnt.."'<iiArio. o u mesmo li!,randes iovcmos de " am- r,;1\·i;il d1·ntn1 de, .si,;t(1 111:t u rh,1110. A<1u i no~ <ki);H<t11'4"- ro:rn urn:i t•1lCH·ml' ra-
plitude d.1 me~alópole'' . Es.'\ti il.rgumentos n.To sjo irf'('C()nciliávcis. desde td..1. N.il • tl'rrtcl'.'i. rt·:i.lrnt.·ntl'. v tipo nc,çt;.-..~hio dt l'Olllf)C\-'l'1tsiio <lo ;,;ist~ma
que .!'i'-'Í8 ~in·l imaginar uma o rganizaç.'io tt-·rritorial h ierárquizada f)Of n ;1- urh;1t)(1 ,l,!1,it',al 11;tf,1:-.4.•J'lll\ •~ t ;1p,11.,·-. dC' tom,u tk't·isbt·s polític:1-. s:íhi:t-.. rnc-~mc1
rnre1.a, qnc pc:·rmita a máxima p.Jnkip,1ç:io loçal, enquanto ao mesmo tempo t[o.111do m1it1\'.itk1.~ JWklS m,1i.., altos uliit·livos ~,dais. A cl,1lxITTu,·ão l,c:m ~uc,·•
proJliC::it um ar.'tUOl<.'nto i11Con tc::stáve:l para uma provisão ótima de serviço.-. <lida cl· p11llti1·as 11<ltqu:u.h ;., t'.' ;t l)f'('\'(·nc,;:1 o <lt· :.ua., im11lit":1<,\'it•,. \ê1i Jq x·n<.lt•1'
u1banos gerais. De fato, t:Ss.a. espécie de organizaçlo hierârq1.1ica j .ii existe <.IL· :lll,!lllll.l im·c.·.~tid1 inhn li, ri1ilinar ,m111l.t .sc~m.: 1) l) f <ICe<.-.(1 S.:'N..'i;tl t' (~ a~f'Wl'·
1a11u, na lllWiltí..'rr::i como nos Estados Unidos. O problema C determinar se a 1,1.., da Í<•rm:l t-sp<Kial ckl si.~1t·m,1 n rh:1110 .
organização exiS&cnte é :1propriada ou se t de fato um estorvo - questão que
o relatório Rcdcliffc-.i\ttaud deixou ein abertt>. lnídi1.meme. oao há respo.srn
fici l p:arn essa espécie de questão, e mlx1ra is:,o tenha im-plic.?çôes importantes
ll:tra o controle dos rnecmismos <1ue ~"OW:mam a rcdistribui~·ão da renda
r{•al. Com ef('ito, ~ pudermos íornet.-er uma rt~~ta t..orrcta, tc::rcmo.s rc:;0l-
\'ido .1 qt1<.'~tào,.:.1."ral que (~st' C!..'Xto pn•tt'1lÓC'll rol(l(;ar; i.: r,MSivcl harnl0fli7.ar
;1.S rolítkas que 1-,,ovt. ·•rnam a forma <.~\Xtci:il ~ os ~so..'> sociais de modo a
1t~Sl'"urnr ,1 ohtf1H,;,io dé.. sobr~tudo. algum objc.:li\'0 social?

Prevt>r o futuro ele um sistema u r1r,mo requer uma perfeica compreensão


doo pn'lCes..~ que geram mudança. e u ma al.'aliação real1sui d.i direçlo ~ ra a
qual o sistema .social como um todo em1 sendo mo\·ido por aQudcs proces-
sos. Tenho rnnn·ntrado mjnha atenção sobre 05 r,wc::anismos que governam
;1 rt'(Ji:.,1rib11i(ãt1 <la rt'fl<la. e l('nho Su,i!t'rido que d(":> íliH't-eem estar le,..ando-

79
CAPITUWUI
A Justiça Social e os Sistemas Espaciais

O r,çosaniento normarÍ\'O tem importame papd a desempe11har na am\lise


geográfü..'a. J us.tiça social é um conct'ilo normati,·o. e é surf')rL"Cfldente, p0r
isso, df;!scobrir que, cons-ider~ de justiça soda!, não têm :s:iOO incorpora·
das: aos mctodos p,eogrMioos de análi..-ie. Não e difkil enconcr::lr ~ r:oil'o. Os
i1mnm 1entos normath·os. carncte1'iBlicernenie- u~dos JJ('los geóp,rafos r,ara
examinar problema$ <k loc.tliza~·âo. s~o oriunclc~ da teoria clissica da !OC1Ji-
l..lç.1o. Tais teori~ sio g.eflllml'nll' ótimos <le Pateto, dado Q\1(;" ~las definem
um padrfo ôcimo de- locáliUtÇ:ão, como ;iqude no qual tH.'f1hum individuo
pode mover-se sem que .ts \·ama~ens g.--inh:}S de rnl mobilidade sej:Lm conca-
bili2.:a1.fo~ roe- alguma perda paro o utro indi\'iduo. A H'oria da b.'tliz.ação por
essa ràdo, tem impliaido sigttificali\'amf'1HC:-i no tritt!'rio de ef~.\cia, J)a.Cl:l sua
e.,;ptcifH::;)(riO. A cliâ\c:~ pode ser dcfiniifa ~ \'âl'ià! m:m(..'iras. natur:iln1eme,
mas na teoria da loo,fo.açâo cfa ÍITifK}na, usualmelllc. t:m minimi1.af os
CU--.to s de mo,·imento agl'C•gndos (sujcic05 a restriçôe.~ de demanda e procura)
dentro de um siste.in..1 csp:1ciaJ partH,..·11lar. i\1ocfrdos <.lesse lipo nãn dão iucn·
010 ils ronseqt.i.endas ®s dedsôes de íticação para a distribuição ele rt<nda. ~
geógNfos Lêrn, assim, 3CCJmpanhado os t.'CO!l-OlHistas n um e.'itilo ele pensa-
mento. no qual as quc:.~1,k.:; c!c di~"tríbuiç,o s!o (kixa<las de lad,J (p.-indpaJ-
m:nte porque elas Ctl\'Olvem desa.ic.rad:iwis jui71.lS ~kos r: polllio.,s). t'!OQuan-
lú o..:; padr()(,.-s de looili~'ilo ' '61in~ " d ic:m.-:-: slô dCtf.•nnin;tdos ;i panir <le-
umíl distribuição 11<trtic"\ll;1r <lt> ren<I# h ipott'tiai. Essll abordn~cm. olwi:.lméfl·
tt:, omite al~uma t.-oisa. A rt:!~l nrig inad,1 do pcn~.-riento 1'Júmt,uim. em
dircç~o ás fonnul,1Ç~$ ü1m1ionarnL·Olais {" en111irit.:a'-. 1100t•. ('l1l p,arle. ~n· :1tri·
buida tl busc.1 de- un'lll aborchl$cm mais :-..11b.fa1úria d,(1_._ problemas ck:- lo-
caliw~o. Es5$ rf:111,:iiL., 11';11t sido ~uJ,h-el. daru. m:1~. c:m p:irtt', es.til ornl
dirigida. Não é o moc.ldu normati~·o que f'!iiit.ã ornis..-.o. ma,: o tipo df: normas
elaborndas em tais modelo.-.. Po, i:;..~. nesttl capícu)o. eu desejo din:r~ir do
modo usual de 1málise norni:1ti,·a e 11cns~r us po.'ssibilidad(• de coostTUir unl.i

81
teoria oorm.."ltiva de alot:aç!lo espachtl ou territorial, b~da em prin,clpios de
~ur.mdo, em J'($t1rno, uma tSpeciiicaçki pata um~ distriboiç~ justa tp.1,e
justtÇa soci:11. Não proJ:()nho isso como Lima cstn1tura alternati•,a para a da apenas :se p1-opõe.
cf1dcia. A longo prazo. ser~ mais benélic:o 5c a t!'ficácio e a distribuiç'Jo
Jnfl'li:r.menre, oJo hif fü'llhmn 1, rim:!1~io c:k- justiça social, au-ito, FU:"rnlown -
forem vistas ;umas. A$ ra2UC.11 riam procedet assim silo t:videntt$. Se, a cuno
((.'! para o (!uai possamas apelar. AJém di3-50, a nor;D:o ck juSliça social in)pli-
prow. nós simplesmente bu.•;c.1.mos a eficácia e igr.oramos o custo socia l, t.'f1~ ç•,1 desde logo, o pensamento filo.sólico social da Êlicn. de A rist6Leie:c;. Su,1s
tJn .iqrn.:k-s ind,\ í<lu<~ ()U NUf>'Y.' qu(' sofwm o lmp.u;to dt!s..-.~ nmo, pí0\-'a-
Juas formas mais írnr,on:~te.s ~ der:i\'adas dq contraio social (inkialm~te
" dm<'f11(', ser:lo u m ,i ÍOllll' d(• inefinl'm;-ia ~ lon1,to pra,.o, 5eja atrave5 do de-
k)rmul.ido por Humt' e Rousseau) e do utilitarismo (inicialmente formulado
d inio do q ue Ltd:>t·nslein (1966) chamá ••~ic~ncia X' ' (aqudas- iotaugibiH-
r:or BemhJ.n e l\-lill). Recenttm.Cflte, 1"8Sur,i;ih1 o interesse por f'Sst$ princi-
ditdes que motivam as. ptSSOOS a COOf)ernt e panicipar no pi'OCC$SO social de .""' rrk.xlemas, qt1e JXlr('('em muito mal.$ 11ccitáveis.
pius, l't"'.tultando cm \"lT5Clt
pro1.h.1ção), seja au.wCS de formas de comportamerno ami-social (uis romo
pe>r numerosa,; ratÕl.'5: os crabalhos de Rawls (1969: 1971), Rescher (1966) e
crim<! e consumo de drogas) que necessitarão "1 diversificaç~o 00 investimeri-
Rundmao 0966), são tept('Sefllativoo a esse rc:-spc:iro. E claro que h.\ outros
to prod\J.Li\'O 1>:1.n su:1. correçJo. O nleSfno oomenUrío pode- ser feito sobre o
,·ias. p:ira es:-.i reílex:40. A discuss:to de-talh11da do conceito de igu9ld.ide, po1·
p<.>nS.unemo ingênuo que busca a ju~iça social. É contra1,roduccntc, a longo
escrilOft'S como Tawnel• (f93l) e .a a.gota \'Olumosa literatura sobte a QU!:'8-
prazo, imaginar unu distrilxiiç~o soc:ialmeme justa se o volume do produto tlo da distribuiçffo mais co1weniente de t'<!nJa na .socied,tde tronxernm $WJ
a ser <li...rribuldo d iminui coosidernvelrnence atrav-é.s do uso i.neftciente de rc·
contribuiçi1o ao assunto. Nê'io desejo, wmudo, criti,car essa literatura, .aqui,
rnrsus cKaS,.s<15. A m1,1jto longo prazo. por i."50, a justiça social e a efil'ácia
e lio1it,1r•fll<"·<"i R um ar1tt1memo 1x:&i'ld a 1"<.""S~ito da ju~1i{·11 ~ot:i:d, <· ao
sâo quase a mesma C<Msa. Mas, j:i que as questões de justiça sodal t~m sido
t>:mpenho em moscrar como pode ser formulado de mancir~ que seja ~rogra-
oe~ligeociadas (exceto na 1·et6rica polític::a) - e há mria tem..l!!ncia per~istente fkamente rde,·ante e útil.
t"m deix.'i-las de lado nas :análises a c1.mo pcaz.o - forei o contrário e dcix.iriei O princiJ)io de justiça social que examinarci cotnt'Çfl. oom o esquema biisii.:o
dt lado as questões de eftdcia. Não de,·er.i isso implicar, comudo, que adi• de- " um.i dis-1ribuiç[o iltSta que apem:is se propõe' ', A principal tarda deste
cocia sej a irtelevante ôu não imp:i,rt"-ntc.
capitulo· e ffifLQtlffei ~e esquema t formular-lllt' a variame googrãfíca.
O coocf110 tle jusri{a social não e do tipo im.:h.u;i,..o toe.ai no qu.iJ engloOO· Duas qu~tCJ<.'s prelimi11atr-; devem ser ind.a~ada.s a respeito:
mns no.~~ \'i.são de uma boa sociedade. Ele é, antts, br:m lúnitado. A justiça O q11e uü,mos dt'.s1ribuindo? É ba"tame t;icil di1,er que- e.•o amos distri-
de\·e ser pensada, esseocialmeme, romô um prU:1cipio (ou série dé princípios} buindo bt'n:c·(icios a serem obtidos da CQOJlefílç.l<'I SCi'<;fal. mas ê 1nuito difkil
par.i rc.wker direitos coaflitivos. Esses conflitos podem surgir de váriiS ma~ e~et.:ifM:ar o ((LM:" são l:'5.se~ bffiefício..~. r,articula1·mt'nte quando <'l~s se rcfc--
neira!.. A jusriç11 social tl urna :::iplica(,ifO particular de princípios jwtos e ron- rem a prdert..ôtKias e n:lore,~ lod(\•iJuai~. Para os objetivos ck 5Ce trab.iJho
fl itos que surgem da necess.idack de cooperação social na bu,~ca do de:sem-ol• deixarei esta: qut>St,To stm rc:sriosrn, e apeua.s ind~atei S(' o que <"Stamos
vimento individual. A lrovés da divis::i o do tr-.~balho f pc,ssivl>I aumen1ar a di5tribuindo t' ''rc.:1.xfa·'. Isso 5U~ re uma d(,fini\--ão bas{ame g~ral de reida
produção: a qucscilo que encâo surge é- a de como os frutos dessa proch.1Ç'""d.O - tal oomo o ''dominio sobre os n."l.11rros CS<.rl~ da sociec.lacle'' de Tit-
serio distribuidos entr<:: uq\1elf:'S Que COOl)l'.ram no processo. O prlncipio de
muss (1962) ou mesmo uma mais gerul, tal <.'OíllO a proi::osi.1 J)t"lr J\lillcr e
jus.tiç.i. social. por is.se, dcs-1ina-sc ii di,•isào dos beoefkios. e à ~~o de da- Roby (1970). Suporei, aqui, qU<.' podemos ima,ginar uma deíiniçflo Wal-
n~ s.urgidos 110 processo do empf{'('11dimento C()njunto do trabalho. O pdo- rnente justa de ren-d11 - ernbor.-1 seja, remunente , uma clara injustiça ima·
dpin r1>ladon.i-~ rnmbém .ias arranjos sociais e institucionais associados 3 ~ioat a discribt:iiç-ão !iocialmemc jlL~t:J de .ilgunY.I. ooisa definidll de maneira
atividade dr produção e distribuiçc'to. Pode-se, :assim, por t!xtê'T'lsão, considf!. injusta!
ratos. co,1flitos cfo ponto de vista do poder e da aurOt"idadl:' que toma decisão, Er.rre qtlém <>li f/14/J ~tlamos distribuindo a rendfl., I-1.1. uin coosenso gt~rnJ
da distribuição de influência, <la atril,ui~ilo de:: status social , das instirnições de que a ~llima 11nid:1de com a qual de\'t'ríamos (..'5l3f f!f€0Cll pfük'l"i é i i.odi\'i-
~ tímidas a regular e comrnlM a ati\li<lade etc. A canicterístiai essencial em du,didiJdt· human,1. Por t.U11,l11i{'1~d11. ~~•d multa~ \'e:r.c·s nt"lx-ss,irio di~·\1tir
todos ~ses casos, contudo. ~ que estamos bu.sc:ando um principio que nos a di.,tribui~·ão OOfOO ocnrre emte ,':rupos, or.!}:ani:rnções, terriiôti~ etc. Os
auxilie a avaliar as distrib-uif,;ões surgidas., tais como se a.plicam nos indiví· geógrafús t.""St00 1>a.ni<'ularmente imer~~~do~ 11~ orgrutiz.ação krritotial ou
du~. aos grupos, às organizações e terr itórios, assim como a,·aliar o:s meca· re,.tooal da -~ociedat:!c e serj conwnieme ttabalhar nes..i;;e nivt/ de agr<:~Çtll),
nisTT1()$ <1uc .$ãC> U!iado5 para proporciooar essa distribuiçfo. Estamos pro- Mn_<:;, c.'Onik'C'<.•mo1 o bastante sobre ai;. ,·árias lonna$ de fulãcia eoológica(n.•ja

112
.Sj
M" AlJ.i{·r. 19("9) 1~n saber que uma distribuição justa entre uma série de Lcrri· e~ldem kmgos pcrioclos de treinamento - tais como cirurgiões - tbn rei·
tórios definidos em uma esc:a.la, nfo signifjca, necessariamente, distribui,çâo vindic.içõcs maiores cio que outros).
jusra obtid:i cm oum1 escala ou distribuição justa entre indivlduos. Este pro· (i Cor1lribuiç(M ao be.m comum - aQ\1ele:s individuo.-,; cujas atividades
blema de ~al:i, ou agregaç1io, coloca slgum:is dific.·uldades metodológicas bendiei.ãm a maior parte das ~ s têm ttivindicaçâo mais alta do que
embara:çames . Em prin.cipio. devemos sustentar que a di~,:ribuição fe:ita em aquele.°' cujas ati,..i<lades bendiciam IX)UC.U pessms.
qualquer escala, ou t=ntre q,1alsquer agregados, deveria ser re."()Onsável pela 1 Comribuiçflo prodrniw:r atual - o.s indivtduos qüe produzem mais te·
di::.tribuir;l(l-, tal çomo ocorre oo ni\"el incli,,icJual d3 análi.sc. J~ é difkil de la- :i.uhados - mec.fü:f-os de :-il~um modo ad~qui.:lo - · tllm r~vindi01-ção rmior
ter, mas, r,iara os OOjetivos presente$ SuJ)Orei que a justiça alcançada. em um do que aqu<.·IC"S tJUC' produ 7.em menos resultaOOS.
nlvel (etritorial ~ análise, implica ffil justi<;il alcançada ao nlvel individual. 11 BJ(}rçO-$ t sriui/lâos - os. indi\flduos que fazt'm inmdc esforço. ou dc-
t:mbora também !.us.pêitt- não ser esse, nt.'Cessariamente, o caso. se1wolvem grande sacrifláo, e m rc-laç:ão-ã sua capaddade inats.. deveriam ser
mais r ~ornpcn~os do que aqueles que fazem pequeno cdorço e dese.n\'ol•
\'Ml poUt.--os s.acriflcios.
Uma diJt-ribuiçbQ j tJJIIJ Es~ oiro critérios nlo s.lo, mutuamente, exdusi\'OS, e, obviamente. re·
®('rcm análise e imerpretaç.-Jo muito m11is detalhada. Acompanharei Ruocí-
Tendo S.Upru.to ames duas .situações mal$ cb <lllE' imponimres, cfe,,.'(>rei, na11 (1966) e suglro que a csstnda da justiç:a social pôde ser englooo.d~ muna
agora. tentar umu aniilise do principio da jusliÇa $0("iaL Ela pode ser dividida sirnples orde-n.-içYo cl<~ t-r~s desses critérios, ele modo que n~cessidad~ ~a o
em duas partes, e a.qui forneçc~i uma explicação <lio que se pre,ende p0r mais importante, contrih11iç110 ao hem ç()mum s.eja o segundo e márit.r, o ter-
"diS(ribuiçlo justa". P.ata foz.cr is50. devo primeiro cstab<:lc:cer um paril- ceiro. N.°k.l inda~.-m Qj"i t:Otr€\.lo dess.t de,1;.:i.~ão. Ela, nea:ssarianwntc,
rne1ro 1>aN1 es.!::3 d ist.ribuiç,o. Isto, naturalmente, é um problema eüco, que rc-rousa. contudo, num apelo a <::ertos argumemos contrO\'etsos e éticos.
n~o pode set re.(;O[vido sem a ,ornada de decisõeS morais importante$. Essas Ma.(;, oomo torn!ir-se-a ~parente ,~o que se segue-, as conseqtiêndas anoredas
decisões rderem·st, essene:ialmcntc, ao QUe é que justifio que os indivlduos no exame detalhado dessa tr~s crité rin..,; s~o sufK:ientemenle compreens.ivas
íaçam rc:ivindicações a tes~ito do produto da socia fade e111 QlK' vivem, ua- para que .se infira muitas das conseqüências que poderiam legitimamente lc·
balham, e c-xist~m. Muitos critérios ti:m si<lo sugeridos (\'eja•~ Rawls 1969· vantar~se a partir cios omrt"» l1eM. Esse;, tn'!s critérios pOcferiam :ser exami·
1971; Resche,-, 1966). ' ' nadas em detalhe numa variedade de comextos. F..scolho, aqui, intrvdu:Ur o
aspecto xeogrãfico oo argumento, e e xaminar como eles deveriam ser
1 De1i1,,'UO.ldtule intn·nseca - todos 0$ in<lividuos tfm igu.iis direitos ao-..
formulados n~1 contexto de uma série dt territórios ou regiões. Para fins ele
beneficios, indepc:mkntcmente de sua OOf1tributçto.
c::x~ição, considerarei prind palmeme o problemi como se!'~lo o de uma au-
2 Valoriw;4o de S(tf"ViÇO$ tm Jermos dtt o/ena e demondd - os imfü•iduos wridade central alocando rCC\lrSos escassos sobre- um conjunto de territól'io.s,
que dominam rccwsos esc:is:oos e necessarios t~ mais direito do que ou- ~ tal modo que :i justíi;a social seja maximi1..ad:t. Como já propu1., .~n[X)n."'1
tros. É . lalvez, importante difc:n:ncia.r aqui entre situações nas quais a es· que a justiça di5tribuli,•a terri1orial implica automalicameme na ju~tiça indi·
cassez surge naturalmente (<..-apacidade cerebral e rnusrular inerente), e vidual.
situaçik>s nas quais e artificialmente c-tiad.a. (atra\'CS da herança de rec\lrsos
oo através de tes-trições $0Cialmente or~n i1.lkias no ingresso a certas ocupa-
ções),
}tutiç~ dútribtttiw territori4 /
3 Ntce.ssidadc - os indivkluos têm direitos ll nivcis ij.'l.lais de beneficio~ o
QU<' si~oi!JCã q,.1e h:i -desigual alocação relativa à necessidade. O p<imdro J\3J.SO na formulação de um pr inciptO de justiça distributi\'a
4 DireiJos berdrl.daj - os indi\•lduos rt'lm r<-ivindicaçôes relativas à pro- t(-rritorial e~á em cl('terminar o que cada um dos três cric~rios - nccessid.i<le.
priedade, ou outros din:-itos, que passaram a elelli de gt-rações precedenres. ron1r ih11i("ãci ao lx-n, corn11m e- mérito - si~nifka riocontell:tO de um cooiunto
de territórios ou rc::,giõc:s. POlK"m ser entoo imaginados procedimentos para
S M~rito - a1 reivimJicações r<)(km oo~ar·se no ~rau de:- dificuldade- cm
sohtt:ss::ur na contribuiç:.fo à p,roduçlo {aquE>ks que desempenham tilfefas a\•:;iliar e médir ~ dist ribuiç"..u de acordo com e-ada c.ritério. A combim.çào das
pe1·iiw11.5 ou de:;agradévei.s - ul5 como mintraçio - e aqueles que rmpre• três medida~ (p0rl<lcudas. ptesumivelmente, de 3[gum modo) provf um mo-

84
s,
<leio hipo11':tico 1iara .a aloc;açJo de recurws para :n regiões. &.:;e modeJo pode cial te1n1.x1; primeiro <,.1e definir e mttlir s necc:s.sidade de um modo social-
cm ~ S<..':" usa<lo, como .acontece oa maiOfia das an:11ises normativas, para ment€- justo. Por cxem1>lo, :a categoria "serviços. de se.t\de" compreende
~val1ar distdbuii;ôt.'.!'i exiscen1e5 ou para inmginar nolí!icas Que impulsionamo uma \'al"tt:i.la<lc ele subcategorLas, al~umas das quais, 111.is como cosmCtico ci-
aloawt"-~s (;XÍs tentes. Uma medida de ;ustiça territorial pode ser ima-.~inada nl rgtCo e massagens nas CO$fa-;, podem t'.ttoovelmeme ser lidas (ao menos
correlac,onando a aloc..-aç.11o atual ~ recur:'.O..~ com as a;lotações hipotetkas. em tlOOs:a atual socied:u:lt:!} como Mo essenciais. Uma deç:is~ inicial tem que
Tal rmcedimento perinitt: ti idemificB('ílo daqueles terri1ório.,; que se afanam ser tomada. por isso. sol)re qur,is subcau:-g.orias deveriam ser tidas como
rnai~ da.,s norma.~ !;UJ,tC'ridas 1X)r padrões <.!e justiça Súl.'iaJ: mas. isso nao e, na- ''net--e--sidadcs" , e quais não. Dedsõts tétn, então, que ser tomadas !d:il'f! o
turalmente, f,\ cil. Blcddyn DJvies (1968), que primeiro cunhou O termo que são padrões r:1J.oth•et5 <le nççeossid'1de, dentro de cada subcategoria. Coo-
•·justiça !erritorial ' ·, publicou um trabalho pioneiro sobre o a.ssunto, que in-
~ideremos al.suns <lo:. mt.1odos de fazer islo.
dic-11. al..'tuns eh-. problemas en\.-olvidos.
([) A neces:sid3de- rode ser de~ermir1aml por meio da deman~,r d, mercad~.
Onde quer que as focilidadcs esteíam oreraodo bas1antc próximas da up.ac1·
1 Necenidoá~
d.i de, rodemos ac:eitar qi.1,c hé um:a necessidade não satisfeila na populaç1l~,
t! <leste ou daQuek mo<lo justificar a aloatção de mais rcC1.1r:.os para expandir
Nccõ.~idadc r\ ronccito relati,•o, As necessidad~ não são consrames por· os scrvii;;o.s m~dicos. &se procedimento somc:ntc: t accitilNel se podem~ s-~•
que> ela.,; silo categodas da eo-nsç~ncia human.a e tk::sde Que a wc-iedadc se p:ir, ra1-0avelmC11te , que nada está inibindo a demruida (como falta de dmhe.i-
transfol'ma, a C."OllsciC,nda da necessidade transforma-se também. O l)l'"obk:ma ro ou falta. de acesso às faciJidades). Aceitar a demanda de mercado como me-
f dl?~~ir ôl:Qtament.e crn ~e a _ntçEssídade é refati,ia, e cotender como a~ cfüla socialmencc- justa d::i necessidade reQuer c:iue as ootl'àS condições p<eva•
ne<:ess1dudcs surl,tem. As necessidades J>Otietn ser deJiniclas ~ respeito de um k-cences nH !iocieda<le (que afctam .io mesmo tén)JX) a de-manda e a oferta) se·
nLimL•1od':' difort:ntes cate1-,-orias de .-itivid~e - permanecendo estas comple- j:1m ela.~ próprias socialtlk.">fltc ju:stllS- 1~ 1tãot, usualmente, o que ocorr~, e
tan-acme consumt>s. no tempo; podemos enumerar- no,•e dela.....: esse mc=todo de determioar necessidade;: e por isso, pruw1,1elmen1e. socia.1-
J alimento
mcote injusto.
2 h?.bitaçAo (li) A demanda lale.,Jte f.()<le sr.:r \'crifitlkla at1-avés da ínves.i:igaçã-o S<J~re a
3 ru id:1do~ mtxlicos privação rehui,•a, como ooorre entre os i1ldividuo.; num conjunto íle- 1'eg1ões.
4 OOucJ,çJo
0 .-. i1ttli\'iduos est.trittrn rela1ivameme pr'l\'a.dos se (1) eles não recebem um
5 .o;crvic,'O social e ambiental st"f~•iço; (2) eles "êcm outra.e;. pessoas (inc.luindo eles próprios num rno~nto
(, bç11:.- de i:o11.~1mo
prévt0 ou esperado) fecebendo-o; (3) ele!; querem-no, e (4) ele~ olharn•~o co-
7 úportunidades de lazer
mo pOSSh•el de ser recebido (Ruocimao, 1966._10), O ~ nce110 de p rivação
8 amcnidad~ de 1,1ilinh.inça relati\'!I (b.1.sicamente simils.r a perceber ou sentir neces..~1da<le) tem sido .t550·
9 fod lidô.\de$ de t r;inspo1'Lt-- .
ciado na literatura ao coi1cei10 de grupc:i dt: rderência {um gru1)() con~ra _ º
Dentro d~ ç~da uma dessas: c-at~oria-o;: JJodemos romei;ar dcfi.oindô aquelas qual um indi\'lduo mede su.is J)rói1ria.-; expectativas), O grupo de refor~ooa
quantidades e qualidades minima~ Qll{' equ:,cion~ri.-()l(X ils n«essidatfes. Es- por.lc ser socialmente dctc-rminado, isto é. todos. os negros ou tndOS, as " tra-
!it' mínimo varlar--d de acordo com a.~ normas sociais em da.do momento. fia•
balhadores OE" çolarinho lll.ul'' - ou esp.-tCí;.tJmt'ntc: detem1inado - isto t .
t'(.•r~. rnn,bl·n1, 11nm ,11.rk-dad(' de manc..-ira.~ de s:ttisfai.er tais ne:::es~idad<!~. A toclú o rnuodo numa ,·i:1.inhança ou nwsmo numa ::tmpl.t íegião. A <lifcr-l:'nça
ncccssidade de habirnção pode ser resofvid11 de mu:nerosas maneiras, mas 11:I,!,, exrc-c·wti~·.as do grur,o, por cuid:1<lo de !iaUde e serviços tttua_i!; recroidos,
atualmente elá não incluiria, pres1univelment~. viver em harracos, choopa- pro,•(> uma 1\lt'ditla da privaç!lo rclath·a. Essa medida r'IOde ser obtida. quer por
n.tls. lL·odas. casa.,; imoro\"i..-;ada., r- ~imilii.res. Isso acan-eca muitas conseqüên• tl2dM dif(.-tO:-: dC' w rkki~cm; ou,se não &i.bemos sobre ôs ~rupos de rnfeTihl•
('1;1s q1.1t• IXX'!:!'i<>nwlho r C'nminar no comextu de uma: cat<.'.RO("ia 11anicurar: ser •
á a, podemos calet.1for, tal\.'C'Z, a priv~'illl relativa, observa~do a variâr.cia em
\"ic;ns ml•di<.'à.'i.
f)-rovisão dentro de ~rupos diferentes . A1 v.mtageru: d:;1 (1lt1m:"J aborc:l~gem são
N in~êm. ptesumh--e lmentc, oe,(turia qoe cuidaoos médicos são uma for- que efo incorpora um elenumta comportamental, de modo que as diferenças
ma k·~ítima dt necessidade. Mesmo Qllc a ncre.\sid~de nã:o fos:;.(:' fac-ilmente le.gltimas nas pn:fe1·éncias do grupo podem ser cxpres.sas. enquanto tarnhc~m
definida (' I'nt'dida, St quNemos- obter tima 1ncdida normativa ~ justiça :so- provêem uma mc"1ida de- insatisfa~o, e, D<Jr isso, um indicador provável de

86
87
rcess.to pülitica. Sua ck·s,"'ilr.t~m é (!Ue se supõe que nec..'t!~id:ides " n:ais" QUe têm est~ ouiís preocupados com o problerru dos cuidados de saúde. A
Sjo reflecidas oor necessidades .~cntidas. NJio é este, freqüenccmeme, o caso. <le.s1,.•snt9&>em namnlmente, repousa na possibilidade. <le qu~ os especialistas
Gi·uJX):,. muito pobrcmentt: SC't',·idi:,:,;: u~m p.t(!rões baixos de neccss.idadc senti- sejam scfociona.dos na base de critérios socialmcnre injustos; ~r exemplo.
<la. Tambl:m. as csr&ies de iniqoi<lades !;O(;ia.is est.'lo, provavelmente. incor- colcx.-ar a de tef'minação de necessidade n as mb de um comit~ da Associa-
pnr.t<las na medi(í.i 4.la necess.ida<le ~- como é usualmente o caso nos ~icda~ ç.'IQ Médka A mericam1 SE'f"ia, oo momento. desastroso do pomo de \'ista da
<k-s ..-;.ç~e~adas. ou <likf-etKi:id11.s l'l~) c.:l::i~-ses. ;i estru1ura do grupo de refetêfl. justiça social.
da li:" d n prór,,ria u ow rcsPQ5ta ~ condições de injusli1,"'J: .social. Oe\'cmos. s.elocionar entre o.s ,•ário..s me-todos cxi.stt-ntt-S p.1.ra determinar a
(ln) A demanda f)(Jtenâ11/ podt- SC"r a,•a:fü1cb por um.1: análise ~ fatores 1lereSsidade, de mcxlo a maximiz.ar o resultado jus1iça social. Nas circ1.1nstâ1\·
qt1e ~l>t'arn t.:~r{-cies par1ic:ularec. de- problemas de- s::i(u.le. Os montantes e t:a- cias 1:tcuais e11 cJ.escartari..1 (1) imeimroeme no camp::i da saú<lc, e accitari.1 so-
l'actl'ristkas <le 1101, uJ.~ão [edo um imJ'l~K10 imp0r1amc nas o«es:sjda<le:s ter~ meme (H), se eu sentisse que \ ariações tegititnas em pre:ferencia 1$ti\'esstrn
1

ritoti:eiis. Os problen1ã..<1, de saúd(' po<k·m ser refod 0t1a<lo.~ á idade, ciclo de vi- seR<b expl'("SSaS, ma is do que \"ária(:õe..'i em \1ma 11cccssidade sentida. s.ur~indo
dn. volurnc <!e mi.graçlo c:tc;. Em acréscimo, h:i probJemas. especiais que po- <k- \lma situaçjosodalmente injust.a. não co11..:;idcra11<lo a i,nnor~n( ia ou a falsa
dr:m rdaciom1r•:i.r: a curacreris1icas ocupaciom:is {tais como mjneraçio}, a cir- consciikt<-ia. T amo (III) como (I V) provl!em nX'todos passive-is para dcte.rmi·
rn11"Stãoci.is soclolôgicas e ct11lurais, as.sim como !l nivei:,:: de renda. Problc· nar necessidade.
mas d~ saúde podem, tamlxm. se,· relaciooad.o5 a condii:,-õe:; kK:at..~ de am· Se íl necessidade é um critério prim:trio de fixar a justiça Sôdal de um3 dis-
bit.-nlt' (dc:nsldadc dl' rx::tiulaçãn, ecologia local, qualidade de ar e da água: lribuiç-.to de recursos ao longo de uma se-tie de tc.tritóri06, t-ntiiO somos pri•
c.•tt:),
melro ob<igaÔJs a estabelecer uma definição de necessidade socialmente jus-
Se <.·onhtd:S..,;t'.rnos hast..i:nte todos esr.es teladonamentos esta.riamos aptos a t;;r e um sistema de medida para ela, Os ,•árias rnétock>s (e suas dificuldades
prewr o volume e incid&cia de prOOlemas de cuidados de sa\íde ,10 longo de inerentes}, d.:.-talhados no caso de cuidados médicos, podem ser ,1plicados 3
uma s:t'.1"ic de tE:Hitórios. Isso requer, contudo, um conhecime,ua muito mais aida uma d-as categorias - educação, l~r. habitaç.:io, b<:ns de consumo et:e.
•;ofinicado <l9s rul.-w;ões do que possuimos corretHerm;nte; m<'SffiO, então, \'á• Nilo ~ fücil decidir sobre uma defini~ socialmen1e justa de necess-idade em
ria,; tentaci,·;u têrn <jue- .~cr feitas :?O empregar esse métod9. Sc,1 attcHi\·o. na• çad~ categoria. O método apropriado pode, também, ~·ariar de categoria para
turalmente, ~ que e le prt,·~ ,1m r« urso ra.zoa\'dtllente obje1ivo para medir a Càh:'toria; pod,: ser melhor detennínar necessidades de consumo a través da
dc.:mancla Potencial por cuidados de .saúde. Infelizmente. somos ainda canhes• análise <.'Om·encionat de oferta e demanda; necessidades de la.1.Cr !ltravés de
tros para fülar com o problema de COfJ\•C:rter e»a: dcmantb em medida de ne- prív3Çlo relati"a; necessidades de habitação a1ra,,~ da análise estatlstica, e
cc-s~idac;k,. l;i ([Uai , nesse Cil.So. r~q\ler que de-te rminemos formas e n lveis de cuid:tdos. médkO!i atravê~ do consenso de oriniâo de e!>f)eciafüta~. Estas. en•
r.cSpL~ la apropriados par.a essas demand:is i:otenc-iais eo::tatistic:amcutc decer- tr,::tanto, são Quc:-tõc-s abertas. Definir a justii:,c1 soei.ai em termos de flt.'C(•ss;ida-
min,1das. ,, fl-Sf'CX.'-U, U.!>ualmen1c:. implica em 1>rvror ~drôes. o que u$ual• des impt,e-no..~ a quc5':iio sloln1l, desco1úon.h•el, do que- significa necessidade e
r:nenteé feito com uma dada quan(idaí.k de teéutSO$ em mente. corno f'IOOl'ria ser me<lida. ~ imptratirn que tomemos: ckü~s s,oçia lmente
(IV) Poderíamos, tamb<:"m, pretender tk1ermirr.u as 1lt.x:-es.l';idades :it~\·és ju~t3s a esse resfl{"ito. De outro rnoclo 110:"j,Sa busca de- um principio de justiça
<la con.'iUlta ;i esr:«jalistas 1~0 as..'iU llto, Os e$J)(.-cialisr.is tendem a detenninar s.oc-ial para a\·ll!i:,r dbtriblliçties ieogrMicas sera inútil.
a nc,_-essickt<le Je,.•311.do em conta Q.1'; recursos avl:\.liávelS. Mas. aque-les que têm
\'id do e trabalhado c:m comunidade 1X'lr um longo período de tempo pedem, 2 0JnJ,-ibuiçrto li() bem comum
m11it:is ,·ezes1 apoiar sua cxperie-'oci.a em sugerir C'Otltribuições subjetivas,
que 1)1!0 !ião jamais bom indicadores de nec~ssidade. O consenso de opiniles O conceito de c()ntribuiç;lo ao bem comum p0de ,l;t-r transl')OStO p.:ira
lornecida.~ por espedalL'Uas judidasarnente seleclmu1.d05 no aunpo do saUcle conceitos .Bro,i.raficos existentes com relativa facilidade. Estamo:;, aqui, rreo-
( planej:idor~ de saúde, administra.donn; de hospitais, médicos, gru1:os df' co- t"upí1Cl05 c.·m coiro u m;i. akx.11ç:Jo de recursos paN. um território :ifota as C{)ndi•
mu11icbde, assistentes sociais, grupos de direitos de bem•estar, etc.) pode çôes de outro. Ex.isre uma recnologia p0ra. dese.nvoh-er alguftlRS destas ques•
rrnver uma delemlioação soc;ialmeme ju.U11 de fll'('essidades. O mttodo re·
pousa nos jul~amentos subjc<.i,~ de um conjunto 5eleto de indi\'ídu~. mas \i ct~ no lrabalho dt:- análise do multiplicador inter-regional, pólos de cresci·
mento e c.>xtcriorii'.açôes. Ü$ efeitos de C:<Jl~nsão podem ser bons ou maus - a
tem o mérito oon:,;iderá~·el de -apoiar•se diretamente na ex{l("riência d.aquele$ poluição sçndo um exemplo dos últimos. A noçik) dl' contriboição ao bem

88 89
comum (ou ••mau · · comum. no <:aso da poluição) su~ere que nossa tecnolo· e.: simíhm.,;s \'ariam de :tCOf'do com circunst:'lncias sociais. Os 1ndidduo~ l k '•
~ia: 11_•xistcnLL' <lt-veria S!;'r mada l}arn, aumentar nmw oonhecinrento das trans- '-'t'S.~it,un de .~e,i<urança adcxiu.'fd11 se ~h:1m estar aptos a «mtribuir plena·
fe~:ncfas <le re11da i111er-re!l,li::mais . lig<tt,ilt::-. intf't•ft'~M)tlais, efeitos de ex· rnerue para u bem cmnum. e se desejam esta.r aptos Jl()ra .iJocar sua c.ip~ida·
J",í!nsOO esr,adal tfC.'• • (•m tal m(..'dida Que tivessem co:nseqJl~oci:as atuais ou po• de rroJutiva para :!,ari..Jaztr ;\S necessicb<lcs. Com um princípio de jusüç.a so·
ceocials 1'1\t!ra 11 <li.mihuiç~ de re1'Mla na 5ocicdadt!. füta m1o e 1.irefa fácil. dal po(]c--se, por isso, a.I!l,Umeotar que a sociedade cle,·eria s ubSCrtYtr ampfo-
<JlfllO é demonstradu pelos problemas que têm prejudicado o intuito de ava- meflt(' os mais •,dtos éus:10.~ de ~gum n:1s á«".ls de aho risco sedai. Para faz{'t
[iar os bene-Hcios <la renn..-aç.iio urb.ina (Rothenheí.!h 1967). 1 fli, pelo menos, .-ss:irn t.l("\·erià s~r socfalint!nte ju~ta . O mesmo argumento podt- s~r aplicado
doi,; a.~pectos diferente desse probl(•ma. Pcwkmos prl.X.'ll.rnr llr,e:rfciçoar as alo- l·m rd ac;-:io ~ docaç-.1<) de recutsOS extra!; p:1ra :11ingir grupo!. qut;i são r.tf\L·
caçtits existl'rltes dado o padrão e}(iste,ue de multiplicaOOn :s inter-re.gionais cufarntt'mt- difkeis de :o.ervir - c0too Davies mQStra (1968. 18) "pode ser
oo fl(Jde1nos considerar uma abordagem mais radies! e bll.';<:ar rctstnuurar dt'M·jli,·el sttirerrover ~ru[X>S necessi1adoo, com scf\•iços, desde que não te·
o r:?<lrfo de multiplicadores inter·re&iooa.is pelá roorg1mizaç1c:J do p-rópr,O nham tido actl~n a dc:s no pas5ado e n.\ o formaram o h!bito de COllSumi-
sistenu1. e5racial. Se tomamos a úlcima ~bordagcm buscamos uma forma de 1~·•. Es.."4.' sssufllo su~. p:1r1icularmente, ;i re-speito da edu~ào e facilida-
Ol'~ani'la(,'iio espocfo.l que proporcionará maior contribuição para satisfazer <k· t'm cui&,dos de saúde dirigidos a grupos muito pobre5. i.mi~rnnles rocen-
11Ç'Ç('5Sidack•s. at·ravt's do multiplic:ador e efeiros de expansão gc.>J'".u.los por um tl'S <.' simil:Jres. O mérito pode, por isso, se,· traduzida num oomexw goo~r:i-
rmdrilo r,.utirnl.i.r de in,'t."Stimc:mo regional. O bem comwn ~\:, ler um fico rnmo uma :docaç~o de f('CUfSOS extras 1"3fll: (.'OfJlpen .s.4r o _su~,m de diíicul·
~~Lu'Klo rnmronenie para isso. o de incrementar o produto agregado total. dil.dt· soá,I t: nntural t:ki meíç,
J\\-ss.e C"él.i;U. ~ contribuição io bem comum justifica a efic:iéocia usual e o çri• Os pri.ncipios Je justiça .socüd, tais como se aplicam a s.i ruaçt'!es ~grdfj.
rt~r-io de crescirnenro {."()m exteriorizações e efe-i1a:. cola.tetais iu-c•rporadoo. na Cá::ot, pc:w;km ser surnari.i.idos como se seAue:
:anilisc. N.i busca de jusciçi:i soei:~! l!'!te .semjdo de coorribuir vara o bem 1 A or~aniia\~ espacial e o padd!o de im·e-stimt:nto rc ~ional dc,·erfom
comum d'-"veria n-mnter-se subsicfürio para a consickrnç:lo das conse,qtlê1lcias ser t~~'i, que :,;,:iti:síizessern a:5 01:Cessidades da popultl\'4o. Isto requ(!f <111e pri•
distrilrutirn,s. mciro <•.,;,.abck-ç~ ~ mi.-todos SO(.'ialmente jus.tos para deterrnitlar e mtc.lir ne•
3 Mtrilo cessidaJes. A diferença entre neces.sida~ e- olocações :i.tuais provê-nos de uma
anilil!-ç.'lo inicial do 1trnu <le injustic,.--a territorial num sistema t>xistcntc.
Traduz.irei o conceito de ••me-rito" em um 001lCeito geogrifirn, como se 2. Urna o rganii.1ç:lo e.'i1utád e um rmdr!o de aloc-.i.çilo de .-~ urso wrri1orial
rdacíona.ixlo 00111 o ~rau <k: dificuldade arnbi.cntaJ. Tais dificuldade..-:; Podem que pfO\'ê beneficio.s exLUS na fom1a <le satisf~ de necessidades (primaria·
su.r~ir decin.~nsa::'lnciits no meio flsico. Certos acidentes. tais como secas. c-n· mente) e rcsulta<b ag.reg;.1do (secundariamente) em o utro.s te...-dtódos. atra·
chentes, terremotos etc., colocam difkulcbdes adicionais para a :niYidai.le hu- ,·t'.!s de t:fcitos de sobreolerta. efeitos multiplicadores e similares, é uma forma
manA. Se hH necessidade de u ma fodHdade (por c:tcmplo um porto num.a · 'melhor· · cJe or~an;w1;~0 es~1Cial e :.doc1'(ã0.
ar~a :-ujeita a danos de lurar.iio) etH:ilo ren1r~ extras de\'eriam ser alocados , 0:.-s,·ios no padriio de irm~.stinieoto tc:rritori~ pedem ser tolemclos se es•
11:.m1 ("<>-ntrabalançor esle acidente. E.n tennos da o rdenação simples que~ t~o dc-stin~dos a :-.uptrar d ifi.culd.'ldes ~pecilic.,~ do meio, que poderiam de
im11'1s ao cri1ério de justiça rodai isso signifi,:a que se umn facilklade é pro· omro modo preiudic-a.r a evo luçâo de um sislema (lüe eocomraria necessida-
i.:ura<la, se el3 oonrriliui ao bem «m1um de algum modo, então e somente en· dt- de conlribuir partt o Dl"m rnmum.
(ão jusúfi-cat-se· ia u ma aloçaç,io e~trn de f€C'lttsos para sur.i 5atisfaçlo. Se , s. Esses principies p0c.letn !ier uS;adôS pa,-11 avaliàr distribui~ i'Spaciais exis-
~soa.,; vivem ~n r,lanicies inundá,•ei,s e se élas nio comribuem em na.da pia• 1eotes. Eles fotne-cem os principiúS de uma teoria n0rma1iva da organiução
ra o bem comum morando 1'M:'la.~. e1,1ã(>, de ::icorOO com o principio de- josti• t'!-iru,ci.:11 ba!>(;'.lda, na justi\\l distribulh"él territOfi:tl. Hvvecl •.mnnnes difirul•
ça 5oçfal. elas n:lo d~vem ser compensada.~ IX)r danô..,; oca5iooa-dos por nelas cladcs em s ua elabor:tç:!lo em cktalhe e rnesmo as maiores difirnlda<le-s em
\'i\"en::m. Se, contudo, 05 indivldoos ~~o forçados pelas- circtntst{lncias (tais 1rans])ô·lo f'l'<l•·a sit·uaçôes concrc:-tas. Ternos alguma wcnologia em mil~ r,ar·a
como a :ausi:nc-ia ck: alll:'rnatin de escolha) a vi\'er nessa.~ planlcies. então o isso. Ê necessário prosseguir em direção ao conhecimento das distribuições
çritério primér io da necessldade rode ser usacb para justificar compensaçik>. iu stas nos sistemas espaciais.
A~ mesmas obst-n'açt'\es se aplic~m aos prob[c,na~ qué sur~iem no meio so--
cial. Acidentes rx,r crim~ oontrn a propriedade. dàr)n~ de incêndio. rebclitlo

90 91
Para rJbler uma dll"trilmiç&> com justiça os rccmsos plenamente utili7ados . .- propried~de e a riqt11?1.J1 :tmplamence dis·
1rihu!OO ao longo do temDO-, e 1>ar,1 manter o mínimo soci:il apropriado, eo·
Hi os que n~h·indi,..im que uma: coodiçliO necessária e suficic,-,1te para con• t.lo. ~ há i.eualdade de q:ionunidade subscrita pela cd,1t:ar;:ão 1xu11 todos. a
se$uir uma di~ributÇ'Iô justa <le rende cousisrc em imaginar meios social- distribuição resuluote sera jusm' '.
fnd'lk· justos para chegar à{luela clislribuiç.Jo. & stante curiosamente este P~ra (.'00:S.C.fL\IÍr isso. Rawls propõe uma quâdn1plll d i1,,•isi'io no gQ"'tnlo . na
ponto de \'ista prevalece no extremo de- imbos os espcctr~ polítkos. 8uch.i.· Qú9l uma ~~çia de aloc.i.çtk> ~gc para manter o mercado atuando competiti•
riJme Tulloc-k (1965) -· libertários un'J5tr.•ackm,·5 C.'U\ ,vncepçiio - sugerem \'í.<lme-nte:. enquánto ase corretivamente n.r.s falhas do merodo quando nec~·
que em u ma dt:mocraci,i cons1itucional, :adequAdam('r'Jte organiziklA, o modo sârio; uma it.gência de esmbiliz.aç;lo mantêm o pleno emprego e evirn a ru.in,a
mais eficiente de organil.ar a redistribuição é não lazer nada a respeito. Marx 00 ~ô~ recursos: tim:i o.gêllCia de tran,;fo~ci..1 pn:l\'~ p-!lra Qllt:' o qut o in·
(A C,iti(/ue o/ the Gotlx Programme, l 1) ataca (!sse5 ''socialistas vulgn.rcs1 ' dl\"íduo l)tCe55itJ seja enconua<lo; e umo. agência de dtitribuiçl.'lo pro•.idencia
que pensam que as ques~ de distribuição poderia,m sei" considera:das e. re- a provis!l"o de hens publioos e t!\'ita (por uxaçk> al)f"O{'lfiada) qualquer con-
soh·.i<h,s indcpcnckntemcntc dos mec.."ini.s~ domin.a.nte"S que governam a ccntraç;1o indt=vicla de poder e de riqueza oo lon.l,'O do (empo. Da ~ição i_n i-
produç-Jo ~ a di~lribuiçã(l. Marx e ~ democratas constitucionais tEm uma dal de Rawls é poSSivel chegar, por is.so. ranlo a Marx como II M i\100 F:ned·
ast.erção bàsica em comum - a de que se mecanismos socialmente jUS(os man, mas, de nenhum medo, às soluções liberais ou sodali.stli$. 9u~ isto ê
[X'l(lem se,r ima_i;:inaOOs. então .i qu~lão de ÇQC1scguir justiça social na dlStri· uma conclus.Jo sensa1a '-' aC<...t.:>do pelo foto de que os prowama~ soc1alt.stas dr.:
Duiç!o será \1m:1 conseqüência fX).'>re-tfor. Na li~er3tura sobre justir;::a Súdal (e pós·g.ue.rra na ln,?la1-em1 parecem ter Lido pouco ou nenhum impacto na dis·
11;1 ãrea da determinação ela pr.itica p0Ii1lca) h.l uina ,,ariadá ~1úa.sc em
tribu~da renda rcaJ n11 soc~e. enquamoos programas liberais anti· ix:>--
''ma-io~" ou "liru.", co1T'I ~ O(tinião liberal e mesmo socialista K redítaodo. breta nos Esc:ados Uriidos 1ém sido e,•idente5 na :)ua falta dt- suc:e<:;so. A razfto
apare11te m~me, que a justiça soci.i l quanto aos últimos pode ser akançada de\·eria ~ r Ob\ ia: r rogram:tS que buscam alterar a estrutura capitalista de
1

mercado, demro da qua.1 a rendi e a riqueta s.lo geradas. estâo destinados 110
sem necessa.riam,mle meter-se com os 1>rime-i.ros. Mas, a maioria dos auto-
res i.r.dic-c1 que C temc:riLrio c.:on~guir esperar fins socialmente justOS por fracas..w.
A maior parte da t"·id(nçia que tefnos: sobre grupos de decis.:to, barganha,
meios. socialmente injuscos. Ê instrutivo acompanhar o argumento de Rawls ccntcolc do go\'"crno central. democracia. l>urocracia e simila res, indica,
(1%9) a respeito: "a esuutura básica do sistema social afeta as perspectivas também que Qualquer ot~anizaç-lo sodal, ecooômic~ e politica que obté m
ele vicb de índívkluos esped6cos em relaçào aos se.)s lugares in idll'i na so- qu:i lque-r p!!rmaoência e suscetivel de coortaç:io e subvers:lo por- gru 1,os, ~pe·
Cted.,.de (. ..) O problema fund,unent.i.l ela jus1ir;:a distribmiin1 refere~se- às di· cíficos de interesse. N\nna dénl(]Cr'.te:ia ro,mituClo,u l issc us.uatmente e dt-
ferem;a:; de rcr~pectiva:; c.lt= vida que se definem deste moclo. Nós(... ) susten· sempenhado por pequenos grupos ~n org.anizados de interesse que acumu•
m nos que essas diferenças sâo justas se<: somente se as maiore.s ex~tatilias \ar.im os reo.irsos uecesstrios fJQF.1 infh1iE-nciar as tomadort>S de declS~o. A
eh mais adianrndo, quando desempenh:mdo uma p,m e no trntr.dho do siste-- ditadura do proletariado, corno solução. ~ tâ também sujeha à subversão da
m;i sod;il, ,n1men tam a-5, e-xpeçta(iv:as do JTI4;!nos :idi:mlado. A esm1tura bási-
burocracia. como cocla a experiência ms~ prontamente demonsrro11. Um-J
ca e j1,m-a para todos quando as vanta&oen~ 4(11$ rnaiS, aíortun.adQS promovem o prc·ocupa,;l\o com es~e probk1m1 w nduziu bons democrata$ (()rls.titucionais.
bein·estar dos menos afortunados ( . .. ) A eJlmllmi bdsicd i perfe.ium:ente como Jeífor-5,0n, a ('nflo•,..tr favo1·iwc-lmente uma rcvoluçk> pcrióilica par.a
i11.Jta qmmdo as perspectivas do mcnos afo rtunndo s4o t@ grandes qu<r11/<J mantc-r o corpo riolí1ico sadio. Um dos -efeitos práticos da sc-qü€nc-ia de rc--.·o·
tias ()Msam vir a ser. " (grifo do autor) lu~·õcs na Chin:t desde 19-19 (e abi:uns tC!m ~tribuldo isso ao dcsi.1mio cons·
O prOOll"ma então e encontrar ums orgaoiução social, econômica e Politi· dcmc<lt Mao) te-m ~idot:vitar o que i\tlax Weber (J947) chamou, há bastan·
c:a na qual esu coll<lição sajs o b1id1J: e man1ida. Ôi marxistas reivindicariam, t<' temp0, a "rotinização dó cari.-.ma" . A QUL'Slilô tia forma de Orgàni7.àÇ30
com justificati\'8 coo.sider:h-el, que a Unic.a e.spenmça de chegar ao objeti1,,'0 social. rt--onómka ~ p01itica apropriada e sua m.inutcnçâo rom o objcti\'O de
de Rawls se-ría assegurar que os menos afortunados tenham sempre a pala,•rn .i.lcJn,;ar jus:tic;a social es1á al~m do eS<."OfX> deste e11saio, Alem disso. o modo
final. Da posição inicial de Rawls não t difid l, DOf um argumento claro. sim• peJo qual isso se re10l\·t efeth·amcntc determina,, 1aoto o modo. como a pro·
piei; e lógico, ch<;-sar a uma w luçilo do tiDO " ditadura do proletariado" . b1thilic.L1.dt· tk-o btl·r justi~ territorial, Por is.so, limi1ar·mc'"<'-i a obse~\'arC(imo
R.1wls tenta construir um atRlho cm direção a uma soluç~o difctcotc: " Se a a., c:onsidt•r~fü·., do~ nl(•i<l.~ dl' ohtL·r distribuição ianha forma espccifü:a no
lei e o ROve-rno agem, efetivamente, para m:anler os mercRdos competitivos, {"(m(('xto (!.:rri1ori;d.

93
92
O pmblema St!ográíico ron<s:iste em esboçar uma form11 de organ.i~çio es-
raciRI que maXLrni7.e as pcrsp~ti\tllS da re.giio menos afortun.-.da. Uma con- ser~i~ ~~~it:~:r:.?;t;~blema su r1«:ni se: examinamo:. o _impacto de _de_d ·
di,i.:30 inkial nect<Ssári:i, por exemplo, ê que tenhamos um modo 50C.iaJmente sões a.(tamentc dcscc-nlrali:cada.~ sobre o iih"estimt-.nlo dt: capital car.1cter15tJ1CO
jusm de dC\erminar as frunlt-ir.is dos , ~r rirõrios e um modo ju.5to de akx::ar de uma l'COrtomia capitalista operanJo ti,Te-meme. Oeix.1ndo de lado os pro-
f l'CUl'SOS çntre eles. O primeiro prOOlema rdere-se ao tradicional campo da blemas inercn1cs d-1 t<.-nd~nçia do moderno caprtal de condt-as.u--se em lot-
•·regionalizaç:.fo" em googrufia, mt1s neste 01.50 com o critério da justiça so- mas monopolâsti,·as de L'ú11Lroll', i..· úli( cxe:mi1'lár L'útnu um sistt:!ma capit.il~ta
cial rnlocado em e,·ideoci,1. A expçriencja de partilha l('n itorial soment~ in- individualista OJ-"<.'fi'I tipicamcmc com relaç~ .i justiça Lt'"rritorial. 5:Jb tal s1s·
dit.':t, muiu.1 btm. quç os agregados tcrritoriaL~ podem ser determinados dE' tema t' ace1to como racional e bom l)af.il. o capital ft utuat para onde a propat•
modo socialmeme injusto. As lrontelras podem srr colocadas de tal modo ç~ dt:· n.1.omo ê a ,,,ats aha. Al.Runs tHJtores (Bow, e Stein , 1964) argum_eit·
que- os grupos menos favorecidos esi:10 tão dispersos em rela<,'io aos gt\lJ)OS ,arn qlff: esse prot"C.SW conünuani ~•.C que- ;;15 rl"Of'l1rçôe8 de retorno seJDm
mais fllmrteidos, em uma .s<"'rie de ag«-gados terri1oriai$, que, quaiQuet que igualadas em todos C6 tl'rritóri-Os, t-nqu1mr<1 outros (Myrdal, J 9H} suser:m
seja II fórmula lmagin,1.da para ::i aJocaçâo de r<.'CUrsos, os últimos sempro que que a causltÇtlo cir-cular e- curnu.1:ui,·a orienhmi raro <.'!'t'..'>Cffltes de.S1.1qu1ll-
se beneficiam mais do que os primeiros. De,:cria ser possivcl imaginar fron· hri~. Quaisquer- que sejam as i1nplic.-aç(lt'S desse J"lf"OCC5.so a lon~ pra1..0 p,ar:a
re:irll.'. territoriais para f.r.,orece-r oo ~nipos meno.<.; avançados - quando a jus- o crescimc.·n to. Q capilal tlurnarã liwemcrlle, de moei(, que ter:\ f'(m_ca relaç.lo
tiça .sut:ial na alocai;lk> se torna o critério normativo pru-a a regionaliz..ai;.'!o. com a neces.-s:id3r.!e- ou mm a condição do território mmo~ ia\"o rc:çido_- O i:c·
Na a.loc-ac,'liio a1uail de rec-urws podemos tomar o objetivo de Rawls ,-orno s ig- sulcado ser;i a criaçJ'o de ~SllC's locali1.ados de ncc:essi<laclc alt.u1~ntt: msa!1s•
niíic,ndo que a5 perspec1ivas para o território mellOS favoreddo deveriam ser f@ir::r, rnis como aqueles a~ rmoontr,,<los oos Ap.ililchcs ou em m_u_,rns
tã<1 ~nmdes (lml:nto pudessem. Como decermin:u quando e.~~a condição c:oi:iste &eas urba:tra~ centrai~. A 1'naiw ia das SOC"icdack:5 tem ab:uma re-spons.:tb1.l1da-
é em si mesmo ul"n probkma imrigante. mas: :is pers:pcctivas paru seu akancc dt em .ifosrnr 9 corrence nalurnl do 011:oi:ú do capital p:lr:~ liclar com {!'_~se, pm-
s.io, prt"surnivdmeme, contingentes t-rn refaç:Jo ao modo pelo qual a autori- blt'm.:as. Ass.im fazer, sem alt€i-ar basic.i:mcmc a Wt.tJ/ici,lde do prot.'t:SS-0 de
dade central decide sobre a d.isposiç11o territorial dos 1'c(:ursos sob seu oon.t.ro- circulação do c..11"141111. ll!lf~ rnntudo im[XISSh'el. ~ nsiderc-se. oomo cxe~1-
le. Oe-scle que ,irt..-a~ pobres são muitas ve2c..:: pc')liticamente frac.is, son"lô$ for- p)o, ôS problemas q ue St1rge1n da situação dç morad1i nllS .1rt:as u:fbanas et:.-~-
ç.ados .a confiar no senso de justiça social QUC pr-~alece em todos os rerritó- trais das cidaties da ln~aterrn e ,m-:ericll1)as. ,'J.lk) ê de nc11hum modo lucrati-
rios {e: isso faz supor qu-e some.iue um iuco-i1Htte$:Sc frágil se Opõe .iquela es· v-o (Xira o-capital pri \'ado diri,~ ir-~ p.1 m o ITK.'rcado de renda ~~ h~ita~ào da
pernnça), na t>,dslt'r"teia de um ditador benevolente, ou numa buruc::rncia bc- :ire,-.J amtral. Em L.mdn>s, c-m ]%'), um reteimo dt- 9% ou mais t1:rnu1do ne-
ne,·o!ente no centro (esta última pare,cç ocorrer na Escandi.oMia). ou no me- cessArio para inc.'tlrpc>nu n investimento 1)rÍ\"ado, e as condições eram rajs
canismo constitucion::iJ segundo o qual os territórios n-ienos favorecido..<.; ttm que niio ha\"iil t,'.il)(;'rnnça de obu:-r ,~1 rcton K> por meios rt'domiis ou l(;'ll!ab
o PQder de \l('lO sobre todas a~ decisões. Exatumcnte que arraok)s do leitos (Rdatc'lrio J\lihk't·l loll:md, 19M). Em 8a[tim<1r1.•, t.·m 1% 9. uma l':3x:l de l_2
00 1~% "t'ri.i fk(t-S..\ol.ria. mas :-t s r:mt.'i ah1aiq•,o;u1riam. JW('J\'ll\·C'lmeme. rróx1-
para a arhitr~Ol f lllfE' t1s demandas <los rcrrit6rios políticos (denmncfas que
mas<l<'" () a 9% (Gri-"!'iby et 11/, 1971). ~ U-a'5ir,mtt.· .wqm.,"'t:'ndt-ntE que o rnt'rcado
aão n~c:..5,1rkunente rellctem neces;,:idaoe) e para II negociaçilo entre uma
aiitoridade cc11t ral e seus territórios con....iiniintcs. e ot>viammte crucial para !ll'"i•,ado de rmda de hahit.a11,'i'ie>. da área central cot~ tm t.·ofapso na maioria
:a. que;t.fo dt- obtl;!r justiça territorial. Ê duvidoso, por exemplo. se uma gran-
das c:iclac,ks; o capital rc·tirou-sc; (.'dificios se depra.'iaram, <: O çapiral foi
de c-c..>nrr:tlizaÇ'<\O de podetcs dt: decisilo (que tem o potencia! de fol.t'r desapa• tran~forido r::irn ou~ros S(_>fOrt'~ ou r ara forn <lo mt.• ri.:ado de constrl.J("t>t:..~ pr-i-
reccr as diferenças e-ntrc ~ territórios) deveria prevalecer sobre nma grande \.ldas, mercado i:SSC muito mais tucn'll.in) no anel :.uburbaoo: Assim, surge
0 par:IOOxo do cariital afa.srnndo-s.e de .'ir('.tS de g ancle n«:css1d.lde PMa pro-
dcscemralizac.\o (que tem o mériw e~ ser a<kquads para <:virnr II exploração
de territórios <ltsfa,;orecioos, poc territôrios ricos). A resposta a isso prova- ver as demandas das oomunidacks s.uburb:m:i.s relath·ameiHe o.fl.1.1tmtes,. No
velménte depende das ro,xHções iniciais. Quando elas st caracteri1..am pela capi1.11ismo . <.asse é: um Ç()fJlJ'IOrtilnle11to bom e rac:-iorr;il - - /: o qm: o merc.klo
rtquc:r por:t ,, aJcx:ac,.iio • '(l(ima •· de R'<'UF'SC~.
explor:ição (co1fü1 parecem ser nos Estados Unidos), uma th.!;r;entraliuçêlo
l:Hil'9: !'1()1.lt? ser rroposta como pas:,o inicio!; quando a exploraç-.io não é tclo é J.'055ivel re-\'erter esse íluxo, utilíz~ndo meios capitulistas? O govcmo
irnponante (rnmo na l::s.candin:ivia), a Centralização pode se-r m.ai..'i apropria• pode (c: muit:.s ~-e7..c..-'S o faz) i..ntl'rdr pará rcpai::.r a dlferenÇã entre o que e-
da. A <lefosa do u mcrok mctmpolifano ou do go~·e rno na periferia de\'eria a~ra o h1ido na área centr:d {' o que rx"Jderiil ser obtk!o em gu.ilquer out.ra

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partf1'. Elt!' pode folef" isso de diversos tncxlo.:o; (rendas sllplement:;u~ rxmt n:n· n:nt'lénto do mercado. Dizemos que a; ernprego."õ são ~scassos qu~ndo h:1.
tistas. ta:ca,<; Jl(.',Rath-as de renda, c.' ()nc~õe:. diri;:tas, para insticutÇ'ôt."S finan• muito trabaUlo riara fazer; (Jlle o espaço é restrito quaodo a lerra permafü."C~
t."cir.is ~te). Mas Qll8iSQUC1' que sejam os mei05 esrolhMos. o efeilo ê per.\us• \'azi:.l: que o afüncnto é t.'SCassio qmmdo os ;1gricuhores rstfo sendo 1,;-.go~
J ir a.-. ifl$(in1ições íinanc{'iras [I; volt:att=ITl•:5A!' poí'11 o memido de renJa no imt~ para._mlo produúr. A csçasse7. &.:\'e :;er produzida e controlada na sociOOade
riot d:.l Mea centrnl onde o go..-emo poderia de outro modo ter que assumlr a porque sc;,·m efo as llf'e\,'0$ li'.'!.arJos 110 1ne1'Cado n~o funcionãriam. Isso ocortt
rcspons.abilidadc pela prov~,;:;'fo de bens (mra\'és (!e moradias p\iblica:s). A pri• atravl·s do comrofe eSlrito sobre o aces.so oos ml'ios. de prcw.Juçflo e (lo
meira solução. inicialmente, l},irec:e atrativa 1 mas ela tem algum.1.s falhas. Sé cootrole sol>re o Ouxo de recursos no proceS50 produtivo. A distribuiçilo do
persuadimos ll:S in.stituiçõe.,; financeiras, um efeito ser.l cri9!' uma ~'õsez. re- resultado tem do mesmo modo que ser conr.rolaJa paru q ue a e-.scasSl•z seja
lati,•amcnte grande de fondos ~ capital [){Ir.a (por excmplo)dcsen\•olvünenrosu- mantida. hso t: obtido por arranjos .apropriados que evitam a eliminaçllo c:la
burbano. Os subUrbios mais favorecidos aju.s.1anlo para cima a taxa de mor- C'Sta S.'K"Z e prtser\.' am a ime,g ritfade dos \•a.lores de troca no mercado. Se ~

no que oferecem para 1ra.1..er de volta o capim!. O efeito liquido desse proces- essencial para o funcionamen to cb s'5tema de mercado, então segue-se <1ue a
so selá uma alta nas taxas sobre-55aJentes de reloroo, o que é obvia.mente 1J1·i\':1çào. a apropri11,r,To e ::i t llplúr:iç:To siiO tamM-m sócios neces~rll"JS do
,·am ajoso para as irn.1i1uiçôes fin anceiros - a maioria das quais: pertencem, .si:.lt.:rna dt.· mC1"(."";1do. !\um sistc:ina C$padal i~so iin plica (a falõkia ero~ic-a
.s~o oper.:idas e negod.-tefas por pess.oos que viYcm nos subllrbtoS. A~im, pa• p('fmilir~Jo) q ue h,wc1~ urna Sffie de m°"1imernos a.propri:11th'.o s emre terri·
recc hn\'er uma t('ndl:ncia im ero1t par-a o sistema tJc., 1:nc:rc:ado 1.~pilalista de im• ló tios que le\· a.rn a~ uos lctritórios a explorar, e ou, ros .:i. 5erem explor.tdos.
pedir qualqu(]-1' u1:ntativ;1 de .afastar o tluxo de fundos pàt"d forn da maioria <las Es.-;c knômcuo manifos.t.ii·SC mais daro.lllt'Ol(' nos sistemas urbanm;. t".lt.·::,de
1erricóri~ lu~·r,;t~\"(l'i. Mús ~~ific~me,ut;~ ê imrxis.s[vel irtt.lu1.ir 11 :'lç~ em um que o urbimismo, como qualquer historiador cl<.1 ícnõmctlo J'lOS dfrll.. ba.~cia-sc
~1or ou remtório ~ re:i1rmga-la ao J'1)C:S.lno tempo em out.ro.,, ~ t'S E territó- na a.rn)p riAÇ-"Jo <lo produto Cxce<ICntC (~·c:j:1 O CapiUJIO \'f).
nos. Nenhum <'.Oérgll:Ocontrole govcrnamt'.lltal pode rcali;,..á•lo efetiv-amcote. G.-rto.~ ben-efk:io.~ esc-apam da operaç-.to do mccanitm10 <le merc:ido. O
O que isso .su~~rt' t: qtJe • ·os meios capita.li.s1as .scn·()m, invi!riaveJmeme, sistt!ma de prec,,-o pode coordenar com suet'SSO gn111de m:1mero de dl.'cisfll'S
~ fins do prõprio Cll.piralismo" (Huberm.in e Sweez,y , 1969), e que esses: <l,e.,;1,~ntralizadas e pode conseqUcntcmcntc. intC'.R,rar amJlfa ordem de ati\•i-
6m Npi l<1li -;t-as não ião cornpilli\·c:is com os objel (\'OS de jusüç~ socLill. Urn dade- ~m um sistema social e ~pacial coerente. A comretiç.lo para o acesso
argumt>11lo pot./e ser formulado cm 1·ekwço desra cr{tica. O sistema de à tt.X'1.1NOS escassos, na qwtl o sistema capitalista de- metaldo se :ipNa,

merc.ado funciona na base de valores de troca, e ,.-aJores <.le troca podem e>:is• taml~m encoraja e facilita .i inovação loct10lógica. O sistem~ de merçado.
tir so,rH~:nte se há ~ssez relativa de beos e serviços trocados. O conceito de por isso, ~juda. .i aum('nta.r, imcns..·uncntc. o produrc> tor.tl útil para ll S<X'ic.••
escas:s.e.i não I: simples de oomprecnder, t:mbora estejamos con:Uan1cmenlc <lade. É também hâl>il crn promover crc:sc:in1e1uo sob,-essa.lenre. e isso lc\'Oll
fnentlo referf-nci::i a ele qu.mdo íalamos da alca.çno de recursos e.sc.1ssos. E a ltmis a ~1r.'!11fl'!cnrnr que, dt:-s<le que o mccsnismo de mercado l'lfOOlOW c:om
quõlioo.A~·el, por exemplo, se há algo como uma es.ca1S~ que surge narnral• f;,,;ito o crescimento, scguc·se naturalmente que a:;. rer.sptx1ivas p:i.rn o
m,:nce. Pear.son a.rgum1mta. assim: ' 'o conceito de ~ ~ rá fnnlforo território 1nenos lavorecido são naturalmente e tão gr;1ndes quantos clas. possi•
some,1tc se o fmo natural da existênçfa de meios limitados leva a uma ,'Cimente, p()l]em ser. 1\ apropriação, obviamente, surge, mas esta apropr i.t·
set}ül'.11eia de escolhas re1atfras .10 uso <le$st$ meios, e t.issa simaç1Jo e i,os.sivel <,"!lú, :u~mtM:!111:He. nfO ®\•cria sc:•r carac::c.erizada: como explOí~lo porque o
somcote se h;! alternativ~ para os usos de meios e M, prd ercocia..lmeote, fins produto apropriado C:: coloc-.atlo em bom uso e é a fome Lie hendi{ic1:,. qut'
~radativo~. i\-fas, essas condiç:Õl'S Ultimas s..1o socialmeme det(-tminlldas: elas rc,·en ern ptlfa os territórioo cios quais eh! foi inicialmente ç'.'!.tnrquicla.
11ilo dl'pend<!m, simple?Smcn rn, <.los fatos d.i natureza. Postular a csca5,sez. Mm·imentos arropriath-os que ocorrem no sist,c:m:1 de preços .slo J'IOr i~"°
como condição absoluta <la qual 10:,fas as instituições econômicas dec."Orrem e, justifteáveis por caus1 006 beoefldos qi.;.e geram a longo prnw. Esse argu·
por isso, ~mpft"gar u ma abslrix;!io que serve somente pa.ra obscure(er :1 uiento não pode ser rejeitado como absurdo. Ma5, aceitar que a apropri.1·
QUC'5tào de como a atividade eoonOmica está ' 'organizada' ' O 957. 320.). ~o é justi/kável sob ctrtáS oon<liçõeS não é aceitar que a ~propri.içào obtid.1
O concc,ito de escassez, corno o oonef"Jto de recurso, somente ganh.i f.<.11:> o ffit'Gmismo de mercado é socfo]~ntc justa. Em qualquer ec.'Oflomia, a
s.ignihcado oum contexto social e C'ultur.il pai:-ticula.r. Ê errôneo pensar que- .14'f<.ipri.-ç:.'Jo e :i tTi:açlio de tlm produto social exctckn1e ~ necessária. mas o
os men."9.dos simj,lesmeme st1rgem pcarn lidar rorn a l'SCasse7,. Em «onornias padrdt) .tk",11\<,"ádo na c.'Cúnomi:a c.le mer'Cac.1o não t: a. muitos respeitos, al!-,'O
sofisticadas a ~se-t é social.me-me organii.ada de modo :a pi:"rmitir o fu ncio• necessario. a mer1os que a 16,gica inte,:na da economia de mercado seja olhada

96 97
nm10 forma <lc- iu ~tifirntiva. Numa ~ORQmia• capit<d i~ta df' rntrcado. 11ma ,mt11ma1iaiJnt:ritc un1ai,'{lrt:l'-tico .i t.JLlillqucr princípio de justi{~ soci.il. St o
cnmmt- co11c:c:1\traçito de pmduto excedt11te (<iue t.stâ atualmente e principal- IHt.'(";tnismo<lc mercado 1ll:idt.· su iustifi<.,1dc) l'.m tt-ml(r.,. de diciCnda e cnsc:i·
lllt'llrc:- fí)l'ali1.~da t-m gra.1itk.~ uirpornç:Oes) 1em (Jle ser t1b..'>Orvida de m~m('ifa mt•mo. isso de~nde de r;:omo st- Ulfll{Xlfa com aqucl<1s alti:rnati\·as c;iue a
a que não .imcact:' ;) concinuid:1ck! d:i cscos~ez sobrt: ::1 qual ;:i economia de n:air1ri::i n:'lo est .l l'H.,iarada nem mesmo para dí.sl't1tir.
mi;,n<.ldo t~;L<:c:ia ~ !ii mesma,
Po r <'SSa Nz9o. o prollutn excedente é <:ôr~ nnido de m,o ,eiras soci.a!mentt'
indcsejá\'('I~ (consumo conspicuo. (Onstru\ào conspicua em árt:".-.s urh.1r1:,ts,
miliiar~.srno, area.;; \'il~s); o sistema de men.:ado não 1,/isr,õe do r,roduto ...oci- Uma di1·1n·bulp'l<1 jr,sla obtida c()m justiç<J; ju.rliç,i .rocial toritmiul
alm('!'Jt<· c:tc.1..-Umtt:' de haliit:tÇdO dt- moelas soi:ialmemc jw~1os. Por isso.
potC-Ct: nccc.'!'ó..~fiv, do ponlo dC' .,..is.ta da jmtiça social, aumen tar o produto
o..~ e,rnmc do.,;. rrinçipim <.!C' ju~ti'i,.t ~1tiaJ ftjdemos chq.:,1r ;\v t'v1ll·,:ito
scd.il tot,d sem o uso do ffil'<'inismo cie ftxaçilo de prt>\'os de rnt'rc:ado. A 5se <k- ius/Íftl 1ocial territoriõll <.i:m10 !K' S(,:p.uc:
J A distribu","âo de renda de\'efia sc•r nd que {a) as n«:~ida<le:.. dá 11'Jpu•
rt~pl:'ito. os l'.Sfof\'OS. chineses e cubanos para promover cnscímcmu com
justi~ :w1ci:ü s:lo r,os.,i\'elmentc O$ mais significativos :nê as.,'<irn teiHadus. O lac;Jo Ul.:'ncro dt ca<l;i u.·rri16fio fossem localiit:.u:J...,. (b) ~ l'l~Uf'M~ Íl"-~t·lll
t<'íceiro nm11do ~t,i, ali.is, 11t·csumín•lmen1e destinado a repetir a c-xperk'n• c-111[0 i loc·~ ran1. m::r.ximi7.3r os eleitos multiplit.xtdorc.:..-; i11t<.'r·tl'rrit0n.ii-., e
da do capicalisn}() índh;idu.al ou dt: Est~do. no qual ú cresci.lJ\('nto é obtióo (e) os rt'Curso.s ê."tlra..~ t'os:;c.:m aloc.idos par:1. ajud-1r a rl'~1h·cr '" <lifirnld;i!.ll-s
C()rn um rusto .sccial ~ humano enorme.
cspedfi<.115 emer_gentt:s dD meio fisico e SCLci.:d.
2 Os mecanismos imtirncional. org.ani1.acional. politieo ~ <.'\.--onórnit:o
~ as s«.·iedadt~ contemp:,rlineai. ''adiantadii:$", o problema & ima_~inar
de\'eriam ser rais q ue li~ perspccth·as dtl território menos fa1.--on'Ct<lo ftis~l'm
.iltt1'rhlth·.;i... rara o 1riecanismo ele ~1cado {JLle admitam ~ 1ransforfoci.i de
t4o i,to1ndcs quanto po:,sh·clmeote rudessem str.
potk.'f produti,·o t? a distribu ição de t.'tttdente pau setores e terri16rios onde
as llt'{'t:ssid.11:ll:!S sociais &'kl parentemente ób,·ias. Assirn, nct.l.-s:;.í1,:1mos nos Se essas <..'flndiçúes: fossem stitisfoita~ ha\'(!ria uma dbtrihuiç,1o j~l:,\;1 akan-
<.;ada f.Um iusti~-a.
rno,·cr cm d ir1.-"\'.l0 a. um no\'O 1látlrãc1 de o rgan ização, no q u:al o mercado seja
Rc."t:onhl!Ço que ~:-.:i caracrerizaçl'lo ~cral dos p,inclpios <l(' justi<,.'<t sit<:i:d
.st1bsti1ujdo (rm,·flvclm~nre por um processo de planejamento desccnt~Jiza-
do). a c.'S<.'à.Sst>r. e a p.d ,·1u,:ão sejam siste-matica.meme eliminadas. camo q uanto
ccn-iwrial t.lt·ix:t muito a d~•F,u. e que scrà preciso um exanl<.· nwico mais
po$:;ivl'I. e um sistema de competiç-Jo degr:tdtnte sej:ll ~ub.stitUlivamcnce
de1alhado <lt:~~<."s 1•riridrim ant(:'5 de Ql!C es.t~i:Jmos em <.-oo<li\"àO tk: (ofl:-lruir
.il.i,:um:;1 {-:';rh=ie <le 1eoria de loc:aliu.ç:lt) e al(l<,:ac,·ão rt,1::io11al cm l\)fl)l.1 ddt",~.
l't"(lnzidc,1 l"O lll() inççnti\'O ao trabailho. sem dr: qualquer modo diminuir o
Lcvark1 muiw:,. ar;o.~ e uma incrh·el Rplicac,"úo dtc" íL-'Clll'WS i11tdt•t·tu:1is. <.:fa,,i-1r
J'(Jdtr pn.,duth·o tom] l11il p,:tr;i :a sociedade. Achar lal forma <le Of'?;ílnir~'l~o (·
sc..xim·r a um r,ontn de particl,. S;tti~fatório para e:spc..'Cifkar uma ll'01'i:·1 <la lu1::1•
um p;randc dc:safio. ma.-. infeliz.inem~ os enormes interesses existemcs. asso-
Ji1.aç.io ba.~t·a<lil 1lu. cfü.:iC-m.:ia, Qt•~mJo o,l o hii ~tnda nc.-nht1ma t(•oria ~-rnt d1:
ciado.-. .ios p-.-idrões OC cxplo,·aç.lo e privilégio erigidos 9lf'á\'IU da operaçlô do
.locallz.a,;iio: t:l'rlaJnl'ntt· nós nem mc:-~m(1 sabetno5 o que si}:nifK:il c..lizl'r tllJt•
Olit'c,:ani,;mo t.lt m t ~ . manejam 1od.t sua influênda lXltll ei.•itar ;i ;i.t1bstitui•
estamos •·ma...;imiz.anJo a or_i,t:a.nll.a ção espaciat da. c.:id.iclc'' rl(.H'~Ut' mlo híl
çio do mcrni<lo, e rlksrr10 para impedir um.1. diS<.'llssào rociorn~I da..r; possh·cis
rnütk, de.· m~:xirnizar a multipliciclade <le objeth'O'i <.-011tid(1s n~~ fC'r o1.L-.
:tlltrna1i,·as p:m~ is.."iO. Sob condi(&~ de justiçit :::lOCia.l. por exeo1plo. uma
f()l('l)Ci,1is otk t:idít<lc. Nu t:xan1t da distribuiçà'CJ, por isso. f't.'IC.k'fn~ .'IJlll'\.Í]laf
aloc.:11.çfo cks..i~usl de rerurso.-. para ttrritórios e mO\·imcntos apmprlativos.
J ividiodo oo o bjetivos em pane l'<'ff1poncntt-s. As 11:utcs crn11p<m(,'1lh,'S :.lo :,s
S<:riil r,ermissl,·el se (e somente S(') o.~ lfrritórios famreçidos esti~scm
-~t~ui1Jtt•s;
di,pc'.it<1.-.. atra,·es dt> ~ 11:i.s drcunstânc.;i.as flsica.s t sociais e atra\·{'s de suas
U'lflC.'XÕ<..':'> l 'Om outms 1cr ritt'11'ios, a contribuir parn o bem comum de todos os.
1 C.Omo t·Sf1t't"ific11rtmns a nece.ssid.tde. numa s~riC' de 1ertit6l'io:-;, di:-
2<:0rdo t::om r rim::iJlios stiçi;i.lmeme justos e 00100 cak\llat'eO)OS o _t:r·m1 <.k
(Ctrit6ri(lS, F.s..11<.· radrlo <le apropriaçi111.t seria, obviamente. diferente!' daquele
s.a1isíti1:1, num sistt'1na exl;;t(-'l'lté. tOr'n uma alocaç)o t-XL'-lént'l' de
OC'fl•S~it.lm.ll'
ohti<lo no mcc1mismo de nx'rcado, potqui" este úJtimo estâ intimamente
ohrii111f<lc1 a m.tnrer rad~ de 9.1,ropri:;iç.'10, prh•:t{'ão e esca;;~z.. e ~ insliru-
rr..:ur.-os?
2 Cmno pútlc«-mos iOC'llliíie~r multiplicadori!i Lnte.r-n-giomti!i: t deitn5 dt'
don,llm,:nk iru.::apaz. de <listl'lbuir de :N;<.lfào rom 11. nec..-essidadt' onde., contri-
te-ótica)?
t·xp:nhilo (um tÓflÍL'o qut: j.'I tem alt,.>uni;i basé
buir l}'Jr-.t o l)('n1 comum. A or~nizaçàú social e.la <.:SC'J.SSC-Z e Jlri\'..c;âo
.-.i-;S(IOád:,i (;<irl1 os mNra<los de pr«os fixo."> tom.t o mff11nismo de mercado 3 Como t.leterminaremos a düiculdade social e fi.sica do meio e quando ê
e~ta .s0t."i:dmcme justa !')ara corresponder a isso de algum modo?

99
98
4 ("..Qfno re.q.ionali.z.aremos p11,ra maximizar a justiç-..1 social?
5 Q,1e e5pC'c-it-s de mecanismos aloca.tives ex.i.stem para assegura:r que as
perspecli\·as d1 re.i,;.ifk> malS r1ubre sâo lllllxirniiados, e como faz.er os vários
mecanismos existentes atw.r rn:ssc sentido?
6 Que espe,cies <le regras de,·eri:am governar o padrão de net,'Ociaçãc;i
inter-territorial. o p.~r.\o de poder politico territorial etc., para que as pers-
pectwas da i'tre;i mais pobre fos~ m tiio ,grandes quanto 1>udess.em ser?
Í!s'$i!S ,:;Jo 11s c:spedt."S de questões. que podemos começar a dE.':5f:l'lvol\•et em
algum tipq es~cifico de pensamento. Desenvoh•ê•liis, erl\'o lver-nos-,i,, iodu-
tiirnvclmentE\ cm <lHJccis decisões étka:$ ~ morois .ia: r{!Speico dos :icertos e
erros de certos priociplos que jn~Lifte:ant rei\,indicações sobre o cscas....;;o Seguncb Parte
produto da ~itdadc:. Nã'o podemos ignorar es.sas questões, porque-, assim FORMULAÇÕES SOCIALISTAS
fazer , implica cm uma daquelas decisões nJ'o estralég.icas, tãO usuais em
r.<ilítica, pela'> quais ch<emos um endosso tácito do slat11.s quo. Não decidir
nesses assuntos~ docidir. A exploração 5ingular do pensamento em eficien-
ci2 tem quand o muilo importado num endosso tácito cio staJus quo no que
se refere 3 distribui(,,,~0. Criticar aqueles que tem procurado clic:ienci.a, por
es~ r111.il0, não t: negar 3 impon4ncia da análise base-.ida na própria efici~n-
cia. Como indiquei no começo deste capitulo, noces..~irnmo.s explOf'JJ 11
d ic1ência e a distribukiio conjunta1J1enle. Ma.~, JJata isso necessit:imos fa1_çr
primeiro um4i explor1ção dc.1alhoda daquelas questões de distribuição que
cl'm !iido dci:<a<l~ no esquecimento há muito tempo.

100
CAPlTULO IV
A Teoria Revolucionária
e Contra-Revolucionária em Geografia
e o Problema da Formação do Gueto

Com<) e por que ttn !arl:imos c::hew,:r a urn.1 fe\'Oluçâo no pensamento


.i,i.co,~r{lfii:::n? r :ara al-canc;:.~r :d;1.tuma i1Hr05p«1,:ã o ne~,a questão e- t.'011,·enientc
e;(aminst corno ocorr-cm as re,•oluçõe5 e con1ra-re,.·oluções em todos os
nimos do pensamento çientífico. Kuhn (1962) ofe.roce- uma análise interes·
santc dc-.-i.~ fc..'11ômeno, rnl como owrre nas dêocias naturais. Ele su geri! que
a m;lior pane da atividade cientifica é o que c:le eh.una de ciência de ro tina.
Isso diz r,;,-~pcito à im.·csti~içllo de ccxlas as facetas <k- um p;i.radi.gm:a parti-
rnl~r (st11do um paradiJ;tma uma série de <-'O»cei1os, c,;at%>orias. relaçôe$ e
rnt.~toclo:i que s!o geraJn-.,..me ~ceit~ p1)r tod.t uma comunidade em dado
momt"nto no tempo}. Na prátka da ciência de rotin:1 surgem certas anomali-
as - - vhs...rnC[ies. ou par.ido:o;OS que m'io podem ser 1·esoh·t005 dénLro de um
[\'tfll\~pn:i \':'IÍ~lente. Es:ias anomalias tornam-se o (oco de cre5Cente atenção
até <J~lt: a ciência é me~ulhada em um pet!Odo de cri.se no qoaJ s!lo feitos
1,,on~aio:. l"Sf.ecufoth'OS !lá.l'a resolver os problemas coloca~ pelíls anomalias.
A 1:iat tir des$C5 e:nsaios .~urge-. evenLUáltnente, nova série de con~tos..
t.'át(•~rias, rdações e mê~ que resolvem os dilemas eristente:s com
.wces.so e ao mcs100 lempo incorperam os asr,c..'doo perenes do ~·elho para-
tli,,:ma. A,s..-;in1. um novo raradi~ma nasce, e f! seguido um.,. ,·ez. mais pelo
c.!1.;~•<:mpcnho da atividade cientlfial de rotina.
O es.q11ema Uc Kuhn e vulne-râvd ã crltiar em certo n(lmero de po:s;tu~
laçtx.-s. Discutirei hre\·emenlc dois problemas. Primeiro, não h:á CXJ'lli~
ck· u,mo as anomalia$ !iUr~-em e cumo. \IIJl.i Vt'l- surgidas, geram i;.Tises. Es.,;;a
cdcic:a p,ilk:ri.i :<".4;r t.l~-:-wnvol,·ida pela d~'itinção entre anomãlias sitnific.ith'as
e insi..,,:nifü:~ntc..·$. Po,· cxemrlo. f;•NI s..thido desde muitos aM:S que ;:i orbira de
~kro\rin n.il:o Na adc·qu;t<k1~c:-s. ciku)():,, de New1on. ainda que c-s:;.,1 <UK)flulia

103
fosse insignificaiu.e, p-0rque ru'lô era rele'"ante par-a o uso do sistema ne,....-to11ia- ml'lis do qut: no intcf~SSC' <lo .sociedade c.:omo um todo (w~·i.1-se Bcn1al. 1971;
oo num conte:i.to cotidi::ino. Se, l>Or e,:em1>lo, certas ::inomali:ls tí,;essem surgi· Rosl! e Ro:se. 1969). Com essas perspecti~·a~ dt:;uoos 1nelhor ap;m:lha<.los pa-
do na construçJCJ ck: uma ponte t;la:; t ntão teriam sido obviamente, julgac!u al- r:::icomrteen<le-r o trajeto .!«'.'ral do av:mço cLt'mifico, t"SL'ondido nl:!s re\·olu-
tamente :,;ígniÍic;ativa.'i. Por isso, o paradigma newtoniano pennanect:u -~ati.•,fo.. çt,e~ cie·mificas recorft.:'ntcs, <1uc Kuhn descreveu tllo pcrcc-p(i\'a mente.
tório e inq,u$tioná,•t'.I ate qut' ai>-,"") rde\<mte t: de importlnC'ia rnitica n,M pu- Tem sido oucsti.onath frcquencernerne, -5t' a análise de Kuhn poderia ser
desse ser r-eilliz.a!.h, usando-se o s islema oewwoiano. Se~undo~ há a questl~ e~tE'.ndid,1n~ ciêm;ias :sc.J(iais. Pa.rece que Kuhn consiclcrou as ciência:; sociais
nunO! respondida Slltisfotoriarncntc por K\lhll, rcbti":i ::io modo pelo qual ,1m corno ·· rrê-clcnti{iC".t..'-'' no sent ido de que nenhuma ciência social estabele-
novo parn<ligm:i toma-~ aceito. Kuhn ::i.dmiLe- qrn:! a aceit~ não i: asst1nto
ceu. rt:almence. aquele corpo dt C<lnceims RCralmffltC a<eitos. c-ah~gorlas, re-
de lógiCi1. Sugere, antes, qrn: i..:;so envoke um àto dt ft . A qutsrJ.o, conrndo, -l:.
1,lÇÕ('s e métodos q11e fotmam um paradjgrn.-1. fü5a considefaç.to das déncias
que esse ato <le f~ deveria fuodamcmar-se. Percorrendo as entrelinhas da anll:
sociais como p1·t"-ciencificas e. de bito. ba.:i-t.1n1e ger11l eoue- filósofos da çien-
Use de Kuhn estâ uma força condutora q ue nunca ~ e~plicitameme examina-
da. Essa força condutora importa em uma creoça fundamental nas ,·irtudes do cia (wjfl·St Kuhn. 1962. 37: N~el. 1961). Contudo. uol.l breve sondagem
controle e m:mipul:.içào do aml,iente na1ur;1l. O ato de {é, aparentemente, 00- da h~tóri.- do pensamento na.°'\ ciências sociais rnosu,1 que as tevoluçôes cer-
s,:ia•.se na crença de que oºº'"º .simmw pemdtir.i :1 ex.tensão da ma1tipulação ç rnm<.·mt· <1<:orreni. (' q1.1e ela(; sllo marcadas por rnui1os dos mesmos .is~o..:;
cot\U'ole ;1 al~um espccto dil n11turcui. Q ual aspecto da Hilture:c.a? Pn;~umi,·cl• que Kuhn ide-nllficou nas ciências na1urais . Niiú hlli dlwida de que A<lam
mente serã llffi:l ve2 mais. um aspecto da natureza que ~ importante em Lermos Smi1h riroviu uma formub,ção paradi~mitica para o pen~mcnto eco.-1ômico,
de ati\·idade e t:la \'ida ootidiana. cm um momento particular <h história, que loi subs.eqtl('11tememe desenvolvida por R1airdo. Nos tc:-inp0s modt'rnDS,
A criríc;,1 ('('Otral ~ Kuhn. que.: e-;ses dois ca.~ arontam, é a abstração do Keu-.es tC'\"<" ~xit.o t'M realizar algo essencittlmcntc ~imitar a: Smith <" pn.wiu
conhe::cimcnto cientifko de sua base matcriatist11. Kuhn oferc.-.;:c uma inter• m~:, formulação f>.l.radi,f:mt\tíca que.! dominou o pell.WtlH"tltO econõmicn no
preh.,-,,;ão'ideolts!IJ do progres..i:o cú,,ntiíko, por(l\1aoco eclaro que o pensamen- Oci~n1e at~ a prt-$ente dat:i. JohnWcn(l971) pesquisa tais ré-.,.oJuçt:es no
to dentifim estâ fuoda1nemalmc--1ue ligado a ati,·ida<l~ naturaL~- A li,.1.se ma· p(•o~nl('oto ('m Emm,mia. Sua anâlise. JXLJô\ld .i em muito:;, asr;«tos á de
terialista do av3nço do conhecimento ciemifiro foi pesquis:.rla por 00· Kuhn. ac-re~ct>nt:i, contudo. diversos contornos extras. No cotaç-lo da re\'O-
niil(l97l). A ati\·idade mat-edal cn,·oh·e a ma.nipWação d11 natul'eza no inte• h1c;iJo kt:r·nc.-siana. a.,Sé,l?Urn Jo hosoo. t'&:J\'a uma cri:-a= ~erada 1>ela folha da
res..~ do hot"nem, e o entendimento cientifico reão 1xidc ser interprerndo lndt- l'(,.T1nomia ptê-kcynesiana em Hd:u com o 1,r-oblem11 maii rremcnte e sj!lniíi-
i:endemerneme- <lesso impOS.iç:J.o geral. Contudo, ncs,5,a conjuntura, somos Giti\.'O <lo.~ ;1nos 30: o de<.~inrre~o- Assim, o -d.esemi:,rego tomou·se a -anoo1a-
ior\-':IOOS a iteresceotar l.)fna outra perspec-1iva p01'QUl~ "o intl'rel>Sl! <lo ho- tia si~oW.cati\'.i. Johnson su~ere que ; "h.1 m,1ito r.empO á citc-uns.i.inc:ia.
mem'' e-shi sujeito a uma variedade de imerpre1açües. dependendo de que mais lelii. pnra a rár,ida prot)a?,_11ç.'10 de uma no,·a ,: revolucionaria teorin, é a
setor da sociedade- estamo:-. traraodo. Bemd indica que as cil!ocias no Oci- tc":tistc:l'lda de uma ortodoxia <."Stabek.'t.'.ida. que i:. daramenu.• inconsistente
dente têm s.ido até muito rK'ffitemcnte o ap1tn8gk) de urn gmpo de classe t.'Ofll os fatos m.iL,; M:tliemes <la r·e-alidade e. além di~so. suficieotemenre con-
medi.-, e mesmo rl'(.."ttttemente, com o sur.Qimento do que é muitas vezes (fanw em sc;11 poder intdcccual parn temar exrlkar aque.l~.s fatos, e em seus
d 1amado ''meritocrnd::i. ·•, o cie-nti.sta é muitas vez.es ,unido para os modos <'..dorçm rmru a~:.ini 1,roccdcr expõe sua incompettnc::ia de niancirn ridícula' ·.
de vida e de pensamento da classe mtxH:t no curso de s.ua carreir~- Podemos, As.sim, a-1, realidades soc-iai,; objeti\·as do tempo atingiram a s.tbedoria c..·oo-
pois, csverar QUC as ciências naturais. caci(ameme, reflitam uma orientação ''t'fld<m:11 e ~f"\·Írarn P3ra expor su.is falhas.
para a manif.M.1lação e controle .sobre aqueles aspectos de natur·e ta q_ue são · 'Nr.:~ta sitm1c;-iJo de confusão geral e de ôb••ia il'rele•,anc-io do et.--onomia or-
rele\·antcs para a d ~ ux.\lia. Muito maif! imr:ortante, contudo, é o eo- wdoxa c.·m rdação 11. ptcblemas ft"ai.s, o caminho estava abetlo para uma no,•a
volvimE"mo d.1 ati,,.idadc ciC1.u.llica pOt um pl'"OC<$SO de patrocinfo e pesquisa tooria que oferreeu um~ {').plka{ão convincente da m1nif"('za do problema e
íinanci:11:h1 no inleresse e~ped.il daque!C's que posst1em o controle dos meios. uma série de p-rescriçf>e:- rolitic-às: ba.~adas tlilquela explieà1.,"ão" _
de prodn(::lú. A coalizã:o de indústri:;1 ç governo l'!íeta íonemente a atividade Tanto quanto ros,.~ivet a .similaridade a Kuhn é bastan1e- notávt'I. Mas,
cit"llt:iflc-a. Con~üenteme.ntc. ''man.ipulação e controle'" sisnlficam mani- Jc;hnsan então acrescetlta nov.ts com,iderações, alf!!umas da.~ qu.\i$ rt-aJmeme
pulaçnoe comrolc no imeressc de gfll~ p.articular-es cle sociedade (espt.-cifi- rí':Suham da própria sociologia do cit!ncia, Ele asse-sura que uma nova 1eori11
camente, a comunidade industrial e financeira junto com a das.se media) actita tinh;::i que possuir cinco CaNU:terí..u:icas principa.is;

104 10)
'' Primeiro. 1lnh.i. qu~ a1ac~r a proro,sição ccm;r3l da octodoxfa conSE'í\'.1,- um t."iÍ()r~·b (ft> baixo nível pelo 1'.odc-1· e SldluJ dentro de uma esrrutura clisci•
dora{...) com uma anãlisc no va. ma.:. açadéflliC"J rnente nceitâ,·el, que in· plinar e. f'l31'Ci.llmeme. como uma t'C'SpOSta a pressões externa$ para desc('lbrir
v~rre.o;;~ :l prílpt.l.'>iÇ::í o(...). S~undo, íl teoria ri.nha quií! pa~r no,·11. embor11 u-. 1nr;MJ:S, ~ nliinipula~o e controle, no que pode (r-,u'IC.runrnte str definído
abson·encfo tanto quamo possh--cl de d lw;lo ou, pdo menos, componcmcs t:umo ''o c:1ni110 <ln plimcj:intc"nto' •, No a.w de ~lgué Ol inttrpr('l~r t-st:is cib-
nllo prontamenle disput(m:-is <la teoria ortodoxa existente. ~~ proc~o. ti~f\-'i.lÇ(,eli 1..-omo c.-:;:tm1di:, cu apomanch o cletlo JJarn quulqucr ,E::nipo particular.
ajuda muito dar a vd hos conceitos nome5 no,-os confoSC1s e enfati7.ar COOlO dC'iXl'•nu- dizer que todos flÓS ÍOlll0$ cn,:oh·i<los ncs~ ptoc<'SSO e que n~ ha-
cn1ci:1i.s. ra~sos nm1lilicos que !'oram rorrtidos pre\'i11.menre como v•ilgs• ,·i:.1 e nJo h:=i nll"X.ICl ('lt'lo qual putl('s.semoo ou possamos <:SC'3.1>3r <lt> t:d envoh·i·
rt~ ( ...). Tt:m:iro. a r~ va trori.'l ünha que ler o ,iuau apropriado ck difiruJda- fl)C'f}(( i .

de dt- S<·r c11te11didn (...} para que cQICk-a.s aca~micos mais velhos não a Johnson tamlX:-m propõe a expre.,~.ãn •·contr,1-r~,·oluç:Jo'' em sua an.!lise.
:1d1,1,;:,s('fn oem f.tcil nem in1eressAf1le ck· estudar, de moí'.o que-ele:s ~asrassern A ~e~ rropó.,.ito, seu pcnsamemo n~o ~ muito esdartt&:!or, dc..-sdc: que de.
11itiltl.1llcf'r tc:. tl'm d ifkuldat.lc- ('fTI n iticar os múnetarista.s, que cksi~na co-
:;c1.t ~ reforços. im, .issuntos teóricos periít..:..i·tros, e então se expuzessein como
ah·os fáceis de critica e substituiçlo por seu5 colegas mais jo\·ens e 11nsiosos. mo ,rom ra-rt',·,,lut.·ic,o:lri(I..;, mcs.,ru, QUC:' um;1 !loom,d ia si.1mifto.ui,·a e~i~ta {:a
Ao clW;l":ntfl té'-1i1p0, a nm:a teoria tinha que parecer. simuha.ll€ameme. combinaç.llo de inílaç,io e c.le.o;;em~~i:'go} como u ma forte mudança -em rel.iç,o
b:ts1an1e <lifíc:il ll<lru di::;.a.fiar o interesse lntclectual <los co]eg,.'ls m:.1i,.. jo\'ens à 011ndo;;;ia keyncsiana. Mas, lui alg:.o muito imror~nte fl('S te ponto que re-
e f!!.tuclantê<:, e :•t:t~I e fftci.l o basmme parn conquistã..1-os ac!equ~damecue qu<'r ::m:'i lisc. P:irece intuitivamente plausíve~ pctl~ar. a rcspcito <lo movi-
corn suficiente invesiimemo de esforc,.--o imelecnrnl ( ..•). Quano. a n,wa mento de iM lltS nas cifocies snci:-iis , C'IT1 um movimento bllS('ado cm remiu·
uuia tin ha a ôfc;J"("O.'r aos disclpulos mais dotados e ffiffi()S OJX)Ctunistas ção e contra.-re,iolw;'do. ern cuntt'd5te corn as ciendas mllurnis, par::i as quais
a 1l0Çfo n/lo p.ir('C{' t!l'o imedia(llmcme aplic:lvel.
unta 00\'3. metudo!n_eia . ma~ a traente do que as a-.rre11lemt:ntt út1:'is ( •.. ).
Finalm1.•nte. (ti nh:1 paro okrt'C'er) uma rel11.,r,..'ilf, cmpiric.11 i mportante ( ...) Podl'mc'ls an:,tis.ar o ícnômeno da rotlrtíl·J'e•volm,.~ u "vh:mdo nossa. intros-
para mt><lir'", 1~,;00 ,,ara :i fotmação dCl ra.n1di,tma nas ci~ndas naturais. faté ba.scia-sc na
A história do pcnsamemo ,lt<."O~ràfico nos últimos det anos <'St~ exatamen- ,r;;·xt(•ns.to dit habilidade do homem 4:m manipular e t..--ontrolar flatura.lme1Hc o
te espdhad::i nt.- s~ amU~'le. A proposiç,lo central Ja ~·elh.1 J..'('O,':f'.i.lia era o fc:nOmeno OC(lrriclc1, Simil.armeritt•. podc:'!nús ant~irmr que ;i- íorç;:i diri~ente
Qu.11.it.itivo e o único. Efa nào podia. nitidamente, resistir á oric-nt.iç)·o das por td~ d-1 fnrmaçãCl do p,1mdip.ma nas <...~t-ndas- ~ ai:; r; o desejo de manipu-
ciC'ncias :;oci:1i-!i como um todo cm dire~"ão a irt5tmmento.'> de manipulação e lar 1.: COt:Hnil:u· 2 :i:ti\'idade h urnan.1 e- os ícnômt'flc>s Y)t.'iais 110 int~r€!S.~ do
<...'Ontrolc social com-0 5:~ requer par~ entendimento dó QU1:tntitativo e do ~t:ral. hnmtm. i\ qu1.·,1;.l (1 que -~ur~,e imcdiat.imence é a de quem es-tá ror11roli11Klo
1''em f'O(.le há\"ef qu,llqut'f dU\'itla de tJUe durame o proú:s..•;o de crans~·ilo \'C- quem. cm intt-re.sse de (ll'lCm t-sta sc:ndo exercido o controle e, se ocomrolc (,
lllllS t.'Ol'"IC~itú~ ri:=ct'btnm oomes nova,; e confusos. e qu~ fráReis acepçtic.s t>:<t.•rc:itk, nu inren:\io..'>l..' d<.· todos. quc:m c-1.tá. se atribuindo defolir o interesse
\'uls,nt.':'.'., foram objeco de ri.fWíOS;t investi~aç/lo an;a]Jt.ica. Alt'm disso. n.'io po rúblico? Srimos 3~im kirçndos II co1úron1ar diretamen te nas ciência.,; sociais
tle ser 1lC~;ido qm: a 9$S.im charn.aJa re\·oluç-ãõ quamit:Ui\'a pmporcinnou a u que: sur}!t arena:,:: indireumerttC:', prindp..1lme.m~ as bases e implicaçõc.--s w -
orortunicb<lc- de pô t' fl tlescol>erto os mais velh0$ apologistas da <li.sciplina. óai:,;. do controle tt da manipula~·~c). Seria e:xtroordinariamence tolo pressuf)Or
porticularn1cn{c qu;mJo el('S arrisc~l\'itm-sc em ;;i55untos rcla,c:ionsdos ~ nov:1 qu\: 1.>s:-,.:1..-; h,1.~c.-:. e-selo ir..•1almc:me di~tribuidas lXlf" toda a 5odedade. Nossa
ortod(lxia emer11.cille. Ccrt:mlefltC. o 1no,·imcnto quantitath-o propiciou unla hi~tótia m()S(r.i que. usualme1ue. t::.•>stts ha~.~ c~Jo alt:mwntl:' conccntrocbs
mudança <lt.• difiC\1ldadc ;1.tk-qu:id;1 t: tl.bl'iu o 1~uomma para no,·.t$ melOdolo- dcJltro di:= poucos ~r\1110~ chavc.-s na :-ocicdade. E."'-ses gru~ podc:m SC..'f" bt·nc--
\'(l[C-mi'~ ( t U a,".n:s..~i\'OS :i rçspdto <le outros p upos. Este, co,uudo. n:iQ C: o
g i:as. muicas d.1~ q11ais scri.am .im1)lamcmr recompcosad:as l.:"m termos das in-
u·ospccçües 1m.JHticas (1ue efas ~crnm, Por fim . novas cois.is por medir l.:'Xis- ponto. ,\ QUl'Hão é que 11 ci~·oci9 socinl formula cooccitos. cate1t0rias., 1ela-
t.ial11 cm 11bund;im;ia; e na fonçào disdncfa-dcc.Hnio. no l.imlar. na difus:io ck· \'Õl."i e nlt·tc.xk~ que n~o ~ indepcodrotts da~ rdações soci::iis existentes.
uu1 OOn1 (• na rnl-ditla ck> p::rclrõt'--'> l•Sp•Jci:ais, o!. ~grafos éf?C(riltra.-am QlJJ!ro Como tais , os t.'tmL·cit ns são o produw dos \"erc.ladt!i~ fenômenos que eles se
oovos cópit.-os <"tllpiricos :iparC'ntemeüt(' <...'tuciais co01 que eles podiam g.i:;.ta.r destim1m a <leS<.' fi'\"1.:r. Uma tc:<1r-ia u;volucionã.ria. sobre a qual baseia-se um
um,1 enorme qu:inti<bdt c.le l('1l)po im·estipndo. O mO\'i 1ncnto quantirn1i~·o non111al"$<li,1una. ~hará aceita.Ç'á<J ~'°ral somente se a narure1.-a dss rela(ões
çodc-. assim, ser interpretado p.-rcialrnentc c-rn termos de mudan(':i. de u nl sociais t'fl~k1b.id:lS M l"'<1ria s.lo : uu~js no mu ndo re.tl. Uma teoria contrn•re·
1)0\'0 conj11ntr1ik- id(·ÍJ5 a serem r~i'Ondida~ parcialm,:nte pek, menos <...-omo ,-oh1eionãria (: IX'Eber~damente proposta t.'fll rdiÇ'i1o .l. Ct!<Wia re\'olucion:.'lrfo.,

106 /(17
<lc- mi modo que ;JS mudança!. .sociais. ameaçgdora:- que a teoria re,·olucionJria
cL.. de exIJminou todas as ca1ee;orias econômicas que encontrou a m;lo, como
Ll\-'Oisit.•f' proc<.-<k·u rorn o oxigênio, e-1.:-amioando us 0tlegoria5 da quimica
~C'r.;,1ria com aceitaç~ ~ral. que,· por CO()f,(ação ou sub,·ers~o. s:.lo, imp;)ssi-
bilitadas de .St! realizar.
ílo,Kistica"(J\fan . Capitol, Volume 2. l J·JS).
E..,st- prOC't"8sodc revolução e contra-re,·olução na ciência socitil (•stil explí- A teoria ma.rxi.sta l'1·,1. nitidamel"ltC?, peri!,'OS3 porq 11e fon trtia a chaw do
C'lto oo rdacionarn.cnro entre as leorfas. económicas e r,olilicas de AO;im çn1enJimcnlo da produção capitttlista. da pos:i<;1lo daqueles que ndo cootrola-
Smith é Rieãrdo e a~ de Karl l\-farx ~re a 5 quais Engels. em seu prcfâc'io ao ,·arn t'g ffM.' io~ de ps'Oduç-do. Cooseqüemememe. as categOfias, cooceito.s, tt:·
,'Olumc 2 de O G1pit'1I fornece algumas imrospecçõcs 1).350,nU.:! extraordini· lil'l,'Ôl'S. e mNoclos qu(' tinham o potencial par:;1 forma r novo panidigni.:i l'l'am
ria::; (,·eja Althusser e B:alirn.r, 1970). Eswva em qoc.sU.o se r\tarx tinhs ria· uma 1.:nurmc am<:'aÇ..l p:ira a estnnura de poder <lo mundo c::1pitalis:til. A
~ia<lo a teoria da mai.~-,-., lii!. J\'1a1·:--:. contudo, rffonheceu d armnente que t'O>eqténci:;i subSCQtlentc da: teoria marginal dú vá.lor (e:spe,c-ialment~ na escola
,amo Adam Smi1h 00100 Ric.'itdo haviam discutido e pard almente emendido :1l1strim.:a <lc- co::,r1om i.stas. tais Cúl'tlô &hm-Bawed,: e ?,lenger) abandonou
a natureza da ,n~is-vrui.i. Eos,els fn.l nifes.tou-S() pa111 explica, o que era nO\'O muito Jil.S bases das análises de Smith e Rkardo(em r,orticular, 11 teoria do
on ciq x,siçilo t!c Mao : sobre a m~i:vválfa. e romo foi que a teori11 da. ,nais:-va- \'alor trabalho) l' ta inbem, incklentalmente , ser \"i\l rara rcjc:it:1r a muJa.nça
lifl de J\Jarx " abalou a té rNI romo um raio s urgido de um çéu límpido" . m:an:isl,1 n:.i Ecof'l{,mi:i. A CôOptttc,':l O contr:t•revolucionJria da teoria marxist~
Parn fau.'1' isso ck c:kscreve um incidente na história da quimiai. - coinci- m Rú~ia. úc1x:iis tia morte de Leni11. e uma coopraçlo similar contr-1-revolu-
dc:ntement<', isso~ 1ornou um11 d,1s i(lSt:iirações para a tese cle Kuhn(1%2. cK1n~ri,1 c.k- ,1trnnd<.' 11artt- d!i linguagem marxisw n,1sociologiit Oc:ickntal(tim -
'5'.!·ó) rebth•a à estrutura das rc\'o luções n~ clt'.~ncias naturais . rorK."'ffflenle lo Q\J<.' al,1?uns so:.·iúto,Ros sugerem ql1e todos ~mos mar.tista$ agora), sem
ao rd::idom11ncn10 éfltre Ulvois:if.'r e Pr i<'stley na de5cobcrtil do oxigertio. con::;idcnn a <..~s(mcia dô pens:unenro n..ar:x.i.srn, t.•vitou d e(iV'.tmen1e o verda-
Amb05 reali7.lram t-x.pcrirncntos similares e r rod11zirnm resullados simil-.1.- deiro flon:sçinwme> do p1.:n:'i:lm1.:ntD n)arxisro e. oon,comirnntemente, a emc-r•
n,,s. Contudo, ha\ ia uma difuren~-3 es.sencial emre eles. P ries<Je-y ínsistiu no
1 ~..,oci:i d:i.qu(•lá '."õCit.-da<lt< humanizada que Marx visualizou. Tanto os con·
resto Je sua vida em imçrpr<:tar !ien:s resultados em termos da vd h.i teor:ia ct'ttos como o projetado tt'lacionamento soci.il ooncKlo llOS oonceítô$ loran1
flogísLic-J , e por isso çhs.mou sua d.esroberta. de '":;ir deílogistíílcado'·. U \'Oi~ fru..\lra<lus.
A n:>\'oluç:Jo c ti co,1tra·re,·olução no pC'nS-llmento slo, por isso, o U".LclerlS•
.s.icr, por t-1.1a parte , reconheceu que sua ck!.sroOOY'ta não podia condli:ar•s.e
ttCas Jas ci~ncias soci,ü.~ de um IJlodo que , 1tpllrcntcmen1e, n.lo é caracterlsú-
coin a teoria Rogistiai l.":iti:-.(1.•illt'. rnmo cõn.~üência cooseguiu rut.-OnS(ruir
a estrutura tebrio, d.1 qulinica (.>m uma base c..."Oíllplctamente nova. Assim . co J11:~ ciências m1turab. As rernluçfx:s no pensamento nilo poc:lem em l1hi-
E11p.els.. e Kuhn depois l.kle, JXlStuJo u que Lavoisier era o ' 'real descobridor ma instilncia ~r serarada..~ d~ re,·olm,\'ie:s no prâtitil.. Is..-t0 pode sugc:rir a
tk\ ,1xi,c.l '11io t·m confronto com 0$ outros .que 1inham sonx-nte produ1.iclo-o conclus..io <leque a~ ciência.'\ sociais estão certamente num es1~gio prê-c-ienti•
,'\l'í ll Mlx-r o l']Ue tinham produzido" , En.!(<.•ls Continua: ''A'larx culoca·se na
fiCCl. A condu.silo está mal fundament~da, roruudo. desde que as ci&lcias na-
wrai:, 11rn1m ÍClfam arr<.~>atadas, em nenhum morrn:nto, do controle· de um
mesma rd a('iiO com St>Us predecessor~ na teoria da mais·,·alia, como Lm·oi-
j.'lr'l.lf'O f(.'Strito dl.' lnt(.'n.'-~S(?_ É e:~ fato, mais do qné quialquPr ooi!-.:i inerente
sit•r SL• <.-oloeou ante Pric~tlcy ( ...). A existência. d:1quela ri:irte do ,·odor dos
<'i n:itm~1.a 00 prórria c:it'ncia natut ál que conta IJW'á a :aus&M,;ia de çc;,ntF,ne·
p1·(1J 111ns qu<' chamamCls mai:H-alia tinha sido <..'"Ol'lllll"OVada muito antes de
t\farx. E mesmo a:c-sim. tioha sido colocado com rnois ou 1ncnos preci!-ilo t'f11
m lnçõeo:; na.'> cit·oc:-ias oatm ais. Em ou1ras: r,al:wras, as re,•oluçties do pt'rl~-
•1m· <.'t1osb1i.1 ( ... ) J\fo~. não M.' ia mais adiante(. .. ) (tod0-<; f~ tx0noinis:tas) ir.c,~to qut- ocorrem nas cifncias n.irurais não colocim nenhuma ameaça para
pcnn:1nec::iam prisioneiros da.s c:ategoriás econômicas tais como d as tinham a C"'lrdem exisll'nte. dl~ que e las sito c..-onstruidas am plamente com CX'i req ui-
st1t',gido para eles. Então. su rgiu Marx em cena. E d e assum iu a. posiçào dí-
sito5 dt-.ss.;1 ordem existente na mente. Nilo quero dizer- que não haja alguns
lll"Clhlen!ll.S sociais desconfortáveis para resolver no processo porque a cksro-
rccamente oposta a de seus p.-edeccssores. O <1ue eles cloham olhado corno
solu.çJó. ele oonsiderou romo um problemt1. Ele ,riu que o.Jo tinha que li~r Llt'fta cicm ifica na.o e prevish•el e pode, por isso, ser fonte de tensao social. O
Qllt.' bso '.Alf(<..'f"I;". conwtlo, é que as ciências naturais e.stlio em um t"Stá.g,io
nem com ar deílo~stWc~do nem oom ar em combustão, ma.$ t."(un oxige-nio;
qtK- aqui n;"to se t~tava da questão de expor um fato econõmlco ou de apon· pn"•---..:"Jc.'ial. 01n'-\.•qOt'ntc-nwn1~·. a.~ qutstüt'!- <lc ação social e co,111'0le social,
Qlle as tl--cniça~ da ciência: natural freqíLeoternen te ajudam a rt'..$01vc..-, não são
tar o cnnílito cm..-e c-sse fato e n iusti~-a e moralidade e ternas, mas de explicar
um fam que se oferecia a ele, que sabia como u~ ·lo, u m:i: chiave ix:irs. a com- int."OrpOl'8das na pr<>f'ria cifnda nuuraJ. De fato, há certo fotich.ismo em
mll.lllt:'f assuntos soc~is ÍOf'.,i dis ciências naturais desde que sua incorporaç.1.o
preen:s~ de toda a produç ifo oipi~lista. Com esse fo(o, oomo i:onto de parti·

109
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~upl1'i,1 "<l<-.s,·i~ •· &! re."(luisa
. r,1rn () Cl1mando tla onkm social exi.stcnte. Os m:m<,'('1.:r t•m ,ift'ocio. S::'io o.s t.1111diçõe.-. soriais objctivas c-mc-<i,::en tes e noss.1.
dilemas m(lf;lis teSLdtantc:; para os cicnfotas que a-isumem .ma responsabili- p.1~mtc.· in:1lnlid.1dt· tm c..1imha1e-1íls que C'ssenci:altnmtc cxpljçam a neces&id;.1-
d::idc social seriamenie slo re·t:.uncme re-ajJ;. An c.·n ntnirio d.i opínião popu- <lt· c.lc: u111.1 n:,·~ihu,.,10 m1 ,~n~amt'nto ~~•1\fü:n,
l.1r. por isso. parectt apmrri;;1do c.'onduir qu~ D filooofü1 da ci~ocia .social I: /,'()· C.omo <l,:;·,..criamp~ realil.a, rnl rC:!rnluç,o? Há um numero de me-i;tidis que
tt-nt1~tlm~nt.B ,rmitú $\1pç rio.r â ela d~da natura.! e que a i usão C\'c.'flt1.i id dos f"-lrlc.•rbmns 1,11n.:1r. Poderíamos. wnio se su~(.'riU, ahanclon;:i, ~ base positl~
doí$ c-amros dt ~ tudo divul,g.1r-se-i:t, n{lo atrovE'-s de tentativas de ''cientifi- vis.ta do mo\'intt'rHo qu:mciuuivo por um idtalisrno filosóf'teo .il>strato e esax-•
zar " a cil·ocia S(),("ial fful....~ ao t."'Onrr:irin peb sodaliz.aç!lo da c-i~1cia natur·al rnr. l.tmto (llt<.' is cündiÇÕt:.!. socfa.i.~ <1t.~ti~-a~ ori(;ntas.,;,em em tlin-çlo â s~a
(,·eja-sc ;\farx. Economic .md Philusofic Ma,ztJJaipts of 1844. l M). hso f'ít'•1)ria $oluç:1o, i.:<1m<1 que os Ctl11c.:-eiw.~ forjados at-n1:,·2-i de modclo.s idealis1as
podr s~nificar a s~bstitlliç3n da maoirular;iO e oomrolc:. coro .i. realizaçllo do de IX'1lsan1t•nto ak-:1n~·a$S<1ll, C\'<.-ntualmcote. bastantt" comeúdo pal"".i fodlirar
p<.>tençial h \lmano como critfrio b.1..,ico rara a accitaç§.o do 1"ts1rai..li~m:1. Em :1 mud:inça criati,·a d:i.~ rondiçõcs soci:lis ohjNivas, E, contudo. uma ôl.rik'.'.tc·
mi ocorrên<.i:i wdos rn; aspt.'(.'tns d:1 c:iência e),,'p. erimemari.un foS(.'S tanto re,·o- rhtiru ..Jo íi:kali:-mo. que <.~eia [)Jlf~ sempre tlt.-slinadn a buscar em ,,;1o um
luciooárias como rontra·rcvoluctún:irLa-. do pensamento que estariam indu· wnh.·Udo n,""aL Podt>fiamos. tmnhtlm, rejeitar á.i ha.~cs posit ivista.~ o~ alla'ii
hiwvd1m:11tt•. a:-.._,rw,:iacfa.-. a m11d11n<,:~s rE"volucion.lri~ na pdtiC11 sacü1I. f1U p:ir UIJW h,1~· ÍC1lflll"tt"nol(11,d1..~a. Pi11'i :tc nu i!-> atrnti\'(\ J o que o Jll'OC<.>dimen·
to idt·ali.~tu. oc.~oc que ao mtnu.~ :.tn·e pora mamer-m)S cm contato com 0
e<mn•ito Jc.· l)('lnlL'fl1 i;omo um $C1' cm coflSt;J.nte iotcm.çilo stnsh·el rom as
Retornc,uos íl.a,ota a qu~ tão iniçiaL Como e J>Of QUC' C<'ntariamos <:he-gar a n.·alid~c.-:- ~11."iais e JJatur-Ji~ que o <.wcam. Nán obstan te , a abord~m fe no•
Lull:t t't·\Olm,·;,h) no pC'nsanttnw ,:.,'ÇQ!ifáfico? A rc-,..-oluçiio quo.ntLrativa per- n:t'rtiillú~irn ílClt.k- c.o11durir•nm M'I idealismo ou de \'Oha ao t'ffipirit-rflO positi·
co.-reu :.cu curso e . n$.o considerando retornos mar~inais, está aparf'ntemen- \'iS.l:l in.i,tC:noo. t~o t.icilrm:nff..• quanto pldt- lc:\·ar-nos .i., uma forma de m:neri.a-
tt: c.:onsolidada; não c1bst:_.nte ourro exemplo dC' ecologia f:uorh1l. uma oum1 li~nio Ml<.:ialmt·nlL' <K'mltdadora. A .1~~im chamaJa rcmlução hc.>ha\'iorim:i em
lefltáli,·a tlc medir o deito de dist~ncia-dedioio, outra tentati\'a ck identificar Kt'n):mfia a1,1,1H.t e:-m ambíL<; as dirt,·~. Por i,;so~ a L·stratégia mais frutlforn
-11 <lifusão Jc, urn btm ::;et"vem par-11 direr-nos menos a respeito de qualquer OL'-;,a a:injumurn i! (•xrlorar aqnda ár<:!a do entendimento cm qué a.~nos
wi:;.;i de ."t.lnde relt',•ância. Em adição, hã jo,·rns gcó~alos. agora. tão ambi· ~~J't't'L<•~ d,, l"l:'(itivi1-mo. nuitc..-ri:t.!i!>.nX'I e fo nolllt'oolo,1,!ia ~.alicntam •se cm pro-
cio~us quantu eram os quantilicadores rn1 dcald:t de 60. um pouco famintü..<; ,·t·r inu-r1•1't•ta\t1t•s :1ck<1t1<..dl!<; da realii:lkk· ~cial na qual nos encOnlF.llnOS. Es-
pm· rC'~:ouheci~nto. e um pouco de.scncantaJ os com o que fazer. Asslm. há " l l .~aída (· n~.ti., da.r.:-tnll'nll..' cx:11lornda no 1w11sa.ml!ntn marxista, Marx, nos j\.fa.
murmllrio.-. de d~~ontentamemo clcntro da estrutura social de n<1.',sa discipli- tmscriuu faom)-mico.r e FUo.róficoJ de 1844 e na Jdeologia Alemd deu a seu
na qurmdo (J'l quamiÍiCl<.lotét estabdcc("lll fim-.e controle na produçiiO de e.~· s-i.~lt' mJ dl· l'lt.'Usanx:nto uma ba.a;i: fcnnme-1-wll.ó~ica pocictclS:a e atraente.
tudantt"S /itfltduaOOS e nos curricutos <los vário.\ departamentos. E...,sa candiçlo I l:i. Urnb(·rn. n:mL~ c.:oi5,1s que o mi1rxi:;mo e o po.~iti\'ismo tt\m cm ro-
S<X'iolõ,Rka dentro da disci1,Jina n.lo~ sufDCientc: pa~ iustlfkar uma revoluçâo mmh. Amho-. tém unla b:151;: materia1iSl.:i e ~mbo..'i- valt1n-sc de um métoJo
110 pensami:nto {nem <le,·eria), mas a condi\·âo existe. l\.·lais import11me: há aruliltm. A <lifort"n(,"a C'~s.i?oci:il, n:.1rnralmet1te, (: que o positivi.:;mo :.implcii·
dara disp.-riik1<lt· c.·mri~ :1 toorfa sofi:.tk:id.i e a es.truturn rnc..>t.OdológiCá que e~• fTk•mt· ,~r,x.·urn c.:-rnendi-( o mu[)d(l, cmqmmm o marxismo busc..~ mud~•lo. Di-
1,11-nos us.i.ndo I..' O(,s.~ h abilidade cm d i1,cr quaJquer coisa rE"almen1e signiftCa• to c.k otJtr1 1 nlt~!(), o ric:,siti\ i-;mc, tirá sms categorias ~ t."Qf1oeitos de unrn re:i-
1in 1Xllire t,:,i C.' \'C.•ntos tais comn ek-s se desen\'Olvem cm torno dt' nós. JU Jjd:11k: (.'lfbtt1ltc cc1ni rodo~ os seus <ld cito-. C.'flquamr1 as rutc.,«>rias t co,icei•
.1,rnmaliils l"ntrc o que tent.anlnS expli~ e man ipu lar e: o que :.uu.dmente h-::,. marxi-.t,L,,; :,,:1 o lom1ulado!- ,ur.w l·:-. da aplit\'t4.:âo dn nlt'todo J iaU·t.ico ,i hi~-
.1t''Onlc-cc:. l hí um probfonrn ecológico. um pt'Obk-'ffia urbana, um pmhlr:mn 1úria . ral c.umc1 este S<.' tll'stn\'oh·~. aqui e: m~nru, ,ur.ivés de ikúntt.'(·imentos e
<l<· romfrcic) illl('rnacions.l, e: não obstante p.tr(-'{'emos i1\C11paze.:; de di1.cr aç'ix.-s. O m~todo pc.)Siti\·ists. t.>nmhce, por exemplo, a. aplica~L.) da. lóRica tra-
11ual<1m·r rnis.1 clC' fu1)(]0 ,m profun didade .sobre- qm1lqucr deles. Quando N.'al· tticiomd bi,.i.li::nte :i.ri:-tott'fü..--:-~ para te.~t:'.ir hipôcest'S (a hipõte;e n ula da i.nfe-
!ll("IH(.· cli7x n«~ :1l1,tun1a coisa. da parece tri\·ia.1 e taln:·z. riJicufa. Em re.~umn, n:•nd.i cstatL-.tirn (: um.a im·t!nç-dO IRJrameme aristotdica): :is h.içiKescs nifo
nos.~~11:m1c.li~ma 11,'toe.~tá re-l, tindo bem. Ele es.tJ rn:u:luro ptrn c11ir. As c.-on• :'>:lo m.'tll vcf(lil(foiffi!i nem íals:tS, e u m;i ,·ez. categorizadas JX>rmancccm sc:m •
díç~ sot·iais OOjcti\'lls dcm:andam que <l.i,gantm a!Auma c.·oisa .~en!iin!l ou 11n: a~~im. A Jial(·ti1.·» . J1or outro la<lo. nrc,piX' um JX'Oeetili<l de E;>ntt'1"klimcmo
CO('renk ou. de uma ,·t:1.. r~ara :µ;-m1m:1 (,itr:m!s ela ausl-nciJ de credihilicbde. Qlk: iniplka 0,1 inktpcnctraçlci do..~ comr-drio.s. m ~contradiçõe.'> e p.acadoxos
ou rnt•.\mt1 flior. atrav(~ da dc1crioraç:IO das condiçOCs sociais ohtt1i\'a!-) re,- inL·t1rf"<lf<1d11s t· indic:1 o r n:n,'-(1 <le resolução. T,rntü ql1omt<1 Ç rek>\-'ante fa-

110 11 1
lar de verdade e folsiditdc, a \·crdsc:k consiste no processo diak'.t loo mais tk>
(JJt: as asserções- deri,•::ida:. do processo. Essas a~:wr\00 podem st·r designadas de vid.~. uma rnmpet~"'::lo pot ~ (,."<l habitc\n::I e . .sendo a~.;-;im, ,l.f'.iram J>al"'°"
como · 'verclacJeira3;" somcme- en1 dado mnmt:nt0 no t<:mPo e. em quaJquer produ~r uma estnaura espacial coercote, o coniumo n,3nti<lo unldu p11r 11.l_go·
t::tL...o, p0tlem ser contraditadas por outras proposições ' 'verdadeiras". O
ma <.-ois~ cultuF.itmcme de-ri,·.i.tfa da Sôlidarit'dade soci,d <lllC Pa:rk ; 1916)
método dilllétko le,:a-nos a invert~ a antili~. se nec<'Ssário, IJ'JJ':t encarar as. c h~mou · •a o rdem morai··. Os \·~rios g1'upo!-, e :ifü•idaclt:$ denuo do .-.i.<õlt-ma
soluções como prolikma.s, para. tomar as qutstôes como soh.1,;õeS. urb.1no eram ~scnâ .'llmente- mantidos unido.-; ror essa cir<l~m m.oroJ. c d e-s
~ueramt'm~ disputil\--am pos.lçôc~ (:'IClCiais e c.•spaciai:;.} demro d3.5 n..-stric,.'tit:'!-
1mpo.sras pela o rdem morJJL O <.·e ntro prin<:ir-al dt intt"n..>ssc.' er:a d<:srnbrir
Fimtlme mc, chc-go 3 queo.tão d.a !'ormaç!!.o do .fi:um,. O lcilor poc!e, ilqui. 4u4:m chegã\"Bonde e que: o:mdi~·õcs eram ~melh.anre-. quando ele-; .tli che-
ai;har que o antecede-me foi umli. imroduçllo sofisticada, que tem rclcYât1cia ga,·~.m. O prindpa.l ohjt,tivo d:l ~l::i de Chicsi,.-o era. nC'<.1.-:s~tiriamcntc, de.-.~•
apena..~ superfKfol para a qt1c..~tiio de- entender a fonnaç,,o do gu~to e ima,i;iimr rritm:1. Es~a 1radiçilu tcn- iníltu!nçia e~traocdinar-i:tn1<?nte po<ltms;i 00 r,t:ma.•
solu~~ para o problema do ,gueto. De- f:110, t' crucial no ça~. pOfQl.le eti ar- mer,to ~co,u-áfioo e, t!m~nro as té<.'nim~ de dt."'Setir,.-ão rent1am mml::ido um
i,cuml'f'ltatià que estamos habi.lil.iJo~ a di:1.er alguma coisa relevante para o JlOUC<l (.t t'OOlúi,:ia fatoria! ..;;ubstitui11do. c;s~ndalmer11e, a C<"oln.i,tia ck""SCrith·a
probkma somente se bt1scam1.)..:; autoconscientementc. 1\0 processo, estabele- Jium3oa) a ditl'çâo essmci:1! do trah.iiho nilo mudou m uito. A escola de.· ,:;_eú-
cer uma t~ria gt"Ogrâfic.i rernluciooJria para lidar com ele. Argumentaria. 1(['afo.s u_rbaoos d<! (."'"hk.i~, dt'l'h•a firm~mc.'1Ue 4-b ~c)l.a tf(' S<Jt."i(>k"i.i::ci~ de Chi•
tamhêm, que fX)dcmo$ imai inM esse entendimé11to, usando muitas d.is fer- <-'at~CÚCJ:Me Berrr e- Honon.. 1970). E ,:urioso ootar, conn1do, <ll.lE' Park e
ranltntas qut> oos siio correta.mente úteis. Coinudo, d~ ·emos estor preJYJrn• Ourgcss. não prestaram muita :iteação à e.,.1)(-çie ck solidarié<fadt: ~(X-ial ~rad~
dos rara interprt.'l11r csse.s iostrnnle"IHOS de modo novo e bem diferente. F.:m ~rt:l\"és da atuação do si.,kma ecc11lUmicl) nc:·m para a.s r(;];-içõei. SfJCiai~ e
~ umo , nt:«:s..<;ilil.mos pensar e-m termos de (>xi~1io, em Yel de c-in termos L'Cooõmkas caue (k-li \·am das con:-.il;.k·r ~i;,i es cc.1mnm ic:.1s. Eks nilt1 iflllOl"at"tll'n
de ar dcflogi~tificado. o a~umo, natur:ilmemc:, mas is.so L'ta tle imponiind:'.t !o«und:\ria para t"Je:s.
O gueto tem atraido bastante alençiio -L"'OffiO um dos maio res problema.~ so- Como tc.$uh,ado, a lf(Jria do ll!i(l do solo urb.1J10 que dc.~\t·m·oh·ernm po!isui
ciais da cidack amerk.lna. Nas ctdadl"!1. in_gle.as e'\o'.tá surgindo o temor da uma folha n h iç·,1 qu~ndo é u.~:td:1 ,~ra exp[icar o p.U<'Eo. E inter~aote ob•
• 'polarizaç/lo' • e da ••~ueti1,.1ç![o' ' . Sustenta-se, geralCJX'nte. que os sue-tos st.>n·cu Qllt En~1t.·l.s. eS<.:rc:,·e-n1fo oit(•nta :,100.~ ante:s &.· Park e Burg<.,s.,,;, nn tC)U 0
.slo coisas mãs; e que seria socialmeme desejável eliminõ-los.1 pre(er1vc-lincn- k11õmc·nn d,1:-: 1~'":-1\:t~ C'flfK'ffitrica..:; na ddade. mo-: i n1<•q1-r(•K...l· ilS: e::m termos
te, :;em l;!liminar 3 populaçdo que eles con1êni (a pOSição de Daníield a rcspd- ~>oonômicos ,lé d as:\.e. A rJt:.~ em é um~, YJ)ios.1 cit:u,:iin porque pn)\·ê ,~ rills
to dessa questã,) r,a,ect um tamo ,~mblgua). A imcnç-.lo, aqui, nlo e tentar 111lJ'u';,,.).'t.-'t·..:;fü,~ sol)r(' .i cs.trutm.i cs11aci1'l ela~ cidades.
i.una análise detalhada da literatura wbre o ,gueto nem perder-se em defini- "J\l.int:he.'"-i.:r com<:m. em :st:1.1 cenlro. w n dis1titô comt'tôal míli:J (!O Cfl~
ções sobre ele. Ao amtT.irio, d!:!vérá sér féito um éXamP. da.'l teorias gt:.ográ- ~m~lo, tah·er. com ce~t:.a ~ meia inilh:;1 de t'xtcn'iâi:>. lar.foto , t.'t1-11_.;;i:,1indo cru.ase
fiCM que p.i.r-ecem ter al1,.ruma n:lt-dncia para entender a formação do ~ut..""to e mtctrafll('nte de c.~~t,_ir,u,, e amla1.Cn~. O tlistrift) im eim t'SI~ quase· -;c.•m
a rx.-rrn;mi:!n...·i~ do ~u<.'1.o. O corpo 1c<'1r ito mais (1lwio (JUC! e.leve ser examinado mo.r~ ore~. e é solitano e dçserto a noi1et ••.) O distrito & au~1\·c.~s:a(lo ao
l"lqui t:. namra1meme. o uso do solo urbano. n~ io por n1:l.. princi.rah: oodc se co1x·cnuu o ~rnnde coo1~rt:io t' 0 ni,•l>I ln-
Um 1trnnde sel(meoto da tE."Nia do lL~o do solo urbano em geognifta toimt fcno, t'.- gt1.arn(>(jd? de loja,'\ ilumin~a..~. Nes~s flHL'ó , os andar-1..'. -. ,'\upcriores
~u a inspiração da Cf>COia de soc:i6togos de Chk,tg<>. P11rk, Burges.s é Mc:kcn:ú<: Síl0 <1<., .1pados. ~qm (' at'(1lii. e há ba:U:mtc ,·idll nd e~ ,1 l(• tarde da ntiilc. Com
(192)) e:,;,;;-rr:n:rnm bastante sobre a cida<le e elaboraram wm interpretação <'..ICCt\ric.1<li..'~re d1~trit<i cvmerciid, t1xb prúpri:i l\1anchester. todo O 51.lklfd e 0
d., form:i urban:i: em termos eroló,ttcos. Eles notaram a concentnu;io de Hulm1.:(...) _sJo.<1unndrc1t s hüll"l(lR{'nt.•os ck g1;.' nle r.r:11>:ilhaOOta, eMendiOO'i
~rupos d~ renda baixa ede vario.~ grupo:; etnicos em setores espec{(kos da ci- L't~no um (1~(:uJtn, {•si,alh,;,llo..~ l..ü, me-ia milh:1 de largm a. l'fll w rno do dis-
dade=. Desc;:obriri1m 111mbc!-m, que ,, C-ilbdc possui cena rcgularidadr de fonna lr'llO t.:?mercial. ~or fora.' tllm <les!<;(' ôrcuito. viw a 1nc'."tli:1<! ,.dca 1:Ju~ucsfa;
t:.\fJittial. Dai. Bur_f.!ess elaborou o que \'eio a sei conhecido como a teoria 1.0- ;1. ? lét.ha bur~uc.:!'1 1 .a. t!m ruas teRulat1ul·lll(' 1.:ofoitad!l~ 11a ,•i..tinhitnça de quar-
nill Cúfleffluica da cidade. Park e Bur_gess, ao mesmo tempo, olhavam a ci- teirões de ~r.ibalhac.lon~,;(...) .a alt~ bur,gue..ia em \"ilas rcn1<1tas çom jardins
dadt , como l.lm.-.t cspêc·ic- d~ produto urbano, um complexo ccolót ico dent ro (..._.) ao ar hn <• ~ ~udikd do campo, em fina~ e confo rt1keis residêndas. :i.ei·-
<!ti p-roc.:es..'((.> de adapt~~ socfal, uma cspeci.-ali1:~mo de: funções e um <.~l'ilo \'ida...:; a c~da m~rn ou qua~o dt:- hora pút ônibus <1ue s.t- dit(')tltn .l c-ic.J:td<:. E a
pane m;u s hàl.nl do s rr:mJo Cque e\.~ membros d:t aristocracia do dinht.•iro ,0 .
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dem 1om:,1.r o <:aminho mais curtü em meio a to<loo os dist ritos de uabalhat.fa- <.· mu ltipH~,·,dmentt-, através da u niã[) com os ele oul ros{ .••) A ifl1.lifercnc;a
res sem nuf!C'a \·er que cstt'.'S e~ão oo meio da misér i.;i suja que se escnnck à hrnral. o 1sulílmento \·1.niu de cada uru em seu interc~ rrin~o tornou•sc
direita e ã esquerda. 1.-&> porque a.,;, r uas que oond u~cm à Bolsa, de 1od;1s as r:io mais t't!J)l"lenti.' C' OÍt'OSi\'O, quanto mfils a:s incUvíduos c.·ram ioxados jun to.q
dirt-çõe.s da cidade, são ladcad1S, ck ambos (\", 1:klos, por uma ~ rie quase Jentro de um e.~-.ço limi1ado (...) A dtSrolu~o da humanicl::ide em mO,ci.1da.s
ininterrupta de lo ja.~. tilo seguras nas ml1o.s da mé<lia e baix:i burguesia(... ) <.'ada u_rna <:()tn um princ..:lpio sc•,.:a, ntdo, o mu ndo do~ :itomos, e-<& aqui a mos-
(que) bm•tarn para orultar dos olhos OOS homen$ e mulhe~>:5 J'i.cas. ele e~tô- tra en1 St!u último extremo. Daqui. deçorre tambêm que a guerra soci.:11, a
ma~ fones e oerws fra('OS, a rnisêr ia e a sujeira que oonstit1~m ~ .i::oerra <le rnd-a um comra tCldos cscá aqui abcrtunente det:Jarada{... ) as pes-
t.'('lmrlt.·n~nto c.lc sua riquc111 ( ... ) Eu sei muito bem que ~sse rfooo h1pócn- soas o!h.tm•~ somcmt como objem<i de uso; cada um explora o outro: e o
t3 t! mais ou menos comurn a todas as grandes cidades; eu sei, também, que fim ~e tudo isso é que ~ m_ais fort!! ris.i o mais fr.-ro sob o.~ pés; e que os
os negod:.mtc:; a tacadistas sãO fortados, pela muureza de seus nt'_~ôcios, .i to• pr•Ut(i,:s rc~k·1\'1-Mr.-, •~ capituli-.ta:- tl-!,:Jrram tudo par-a si rrt'irdos. e-nqi1:into pa·
mar po.~se das gr.mdes a\tenidas; eu sçi que há m.iis cdiffd~ bons do que ra os muito fra~, os pobres. nem uma cxist~ocia simplt>S sobra(. , ,) Em
mau" <.1m1 tais ruas em tot!a a ranc; que o \'3\0( do ~olo t: maior cm sua proxi- lJu.1kJlH.·r p<trl<.' . a ll,:utt:ira inciiforcnça; duro t'J.•oism<, dt' um hu!o e mis~ria
midade- do qul! e1n di!.tritos remotu.~; mas ao mesmo tempo eu n unca \'i t:lo imm10\·ln •l <le outro: em toda t1 parte a guerra social; cada habitação
sis1emátic,1 SC!la.mçâo da cla-.se craba!h:Jdora da5 ruas principais, com o obic."- hunlilna em ~rndo de :sitio: em toda rane a pilhagem reciproca sob a protc--
CÍHl de ocullar tudo q ue possa afrontar os: olhos e os nervos da l>urgue~ia, \ '.ôi \l dá I_ci: e tudo tão de$:nergonha&.•. tàc.l abertamente docfarado que se
como em Manchester. E ainda, sob ornros aspectos. Maochester ê menos tf~fn(' dmme_das conSt,qil~ncias ele oosso ~ta<l'o social, rnis como el:::is pró-
(."Oflsttukb de :1cordo com um Jlfano, segundo reg11lamemos oficiais, ê mals J1~.1s ~ n~lni~cam _agi.ti -~em c.Jisfarces, e ixxle-~c: w mente dt~iar que :a fá-
um crescimcmo dcS01"<.lem1do cg:1,ual. do que outra e-idade; Q\u1rxlo considero hn~,- ~nre1ra h .K11 ~mda se:- <.-nÍo rque jumo· ·.(o-p . ât .. 23-,).
oes.ta relil\"áo a avida ímpudencia da d.asse média. Je <1ue a classe trabalhado~ Se hmrarmos a lni,p,.mt).ll.!m um \'l('ll100 (climiJ)andCl a rderi!:ncia ~, c.-apitalis-
r.i ~ Hi indo bem. n:Jo pesso deixar de sen1ir que os m3flufamre-iros libétílis~ 010. por <.':templo) teriarm,s a dt,;cciç~u \'irtuosa do Rela.tório da Crnob.s~o
os ;graodes Wi!(.<i de J\'hmchester. o.io silo llo in(X;(.>ntes, afinal, r,o assunto de Kcrnc::r t}%S/).
~ u rcfina<lo mctodo de oonsrrm,':.i.O' ' . (Engels, The Condirion o/ the English A \.~ rutura cspad aJ comum das cidades. obsc::-n·-ad.i por' f nJ,-el,; e por
Working C/a.u in 1844. 46·7). P.1rl t · Ru r~(.'?<t, . podi: ~~.,im st•r arwli~a elo r,;into clc \'Íst.a E"l'tlllbrnico t
A linh:ri de abord"Acm iidornda por futsels, em 1844. era é ain da ~ mais niltu ral. A q11csh10 QU<: Engels roloc:a . .1 respeito, do môdopelo qu31 \lm sis-
consi!.t(>fltc em refa1,"ào as dura'I realKiacks erooômicas e sociai.s do que era a. tclll.i poderia C'\·oluir sern ~1 din.,ç..'k, dos " Grandes "'liVl~~u e iMm disso csur
sh(i.rd:t~n esS('nciahnence cultural de Park e Bu~ss . De fato, com cen as <.•m d:ira vantaJrem sobre ele.,;, tem !-ido .sub.sequc11t<~ ente objc:to de detalha;-
mCldifteaçôes óbvias. a descrição de Engels pod~Tbl, facilmente, .ser feita para <la .tn.ilise cçonômir~- A JJOS:Uhilid.idt de uc1Ji.zar os principi~ cJ:1 t!C(lnomia
adaptl'lr-sc ns ci<lad~s americana'.'. contemporâneas (zooe:::irnento coflc€ntrko inar~ínaJiz.ada pílr.l expl ii:.~r esse íenôn.c:no foi, ink-ialmenre, indici.tdn ,10 tra-
rum boa5 facilidades de tritn51'10fte para os afluentes que ,•h-em nos ,,r,abal- l>,1lh~ de vnn ~hi.iTl-cm num coritexto il_ic!riw la. l'.\So !orn(;Cétl a basc:> rarn urm
des. pt'Otesendo óS usuilrios na d cl:ridc de ver a sujeira e a mis éria que são Cl lt'l•na co)nl"im,c-.1 <lo mct(.'fldo urbano <lo solo no trab,·d ho rclath~ meme íl.!·
cornplcmenro ck sua riqueu etc.). E uma pena que 0$ geógrafos coruemlx,- ( \'1l le de i\ lc111f,<1(t%1) e fi.\ uth (1969). Os det.alhcs d(.!S.,;a teoria 1iã<1 1l<'t.e1t.~i-
r;lneos tenham olh.Klo m;ii!'i p:ira Park e Bnr~~ do que JXlr:l Eogt.:ls em s:ua 1,irn <lt'il'f - fü)S (rontudo. \:eja-~ o Capitulo }): mas. é fúr,oso exa1riin:.r su,1
in~1liraçii0. A solidarit.'Clade s.:1cial que Engc::ls notou nâo era ,Q:<>rad;i por ne- 1.-olltribuiç;\o ,,.,..,;1 um cnkndimentCl J.1 fo.rrnac;'ão do guetQ. O uso urlmno 00
nhuO)f1~upenm.kmada ·•o,<lém moral". Ao l.'011tr1hlo, as: misérias. da cidade •''.i~o. ttrSU!lK'nt<.·-~c. t! dc:t~m1iri;,do a1ravés d~ um J)roces...o de ordtm com~JE>-
c::-r am ine\'it:ivd coml, lemcnto ele um sistema capi~alist:11 mjser-.lvc:I e -avaren- 1111\'3 cm rela,.10 "''º .st~u usn. A ordl'm eo11ire1iti,·;1 de.'lt:'1\\'úlvc-se dC' modn
to. A _o,oli.d,uieJaclt> social da rcforç1tdn sml\•fs da orera~--Jo do sistema de- qut· ru; rtlllliis do !-olo s.'io mais alta~ perto dei Ct'ntro c.le <1th-·idadc ( rn coodcl,
mercado de 1roca. Eng.els rdere-sc a Lonclrt:..~ assim: ..es1e.~ londrinos for:m 1 1i·r:!lm~nw. ;1~umc-sc que tc:xlo o {_•mprego est.\ cona:nundo nu 111 ,1 locali-
lon;ndus a sacriftea:iT a..:. mel hores Qualidatk..'ô de .sua nalurez.a humano, a se fa- ,.,.,,,o o..:~·111r.1f). .St• ~nrfl comiJvr:1rnm$ a est:olhõj n::-;idt.·ncial ahc.•ma parn t!ob
zer p.issar por ttxlos os assombros de civilização que _g_lorificarnm sua cidade; >~• urn~ mi JlOf'Ul,11,.'i'io (um rico e o utr o r,ob~), com relaç-.lo a um cernro de
t.~lt.'113.'- de pu<lercs <llK' dormiu.,·nm dentro deles perman~er:nll inativos: ,·1np~g11. p11demos prt-di1.cr onde cada um 00\·e vi\.·{'r, examinando a estrutu-
fvr;im ~ur,rimidm para cr,1e ,ms IXIUCOS pucJt.,.~ m desenvolve r -se mais ampla 1',t dt· .:;u;i:-. n ir,-a.<i de- qu9ntidaclt- de renda. Parn o sru('O r,oh re a rnrva dç

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quantidade de rc-r.da ê carac:Ler~icnfl"K:'nte alta. desdt que o pobre tem poum , lit111l' ílin<h1 ndo ocorreu, por causa do J,o neamemo r~ick:ncial exclusivo nas
d inheiro par:i _pstar em tnnspotte: e por isso sei.1 poder de decidir sobr~ o ,lrN$ suburbanas. Podemos, assim, atribuir a s.cri«ladi: do prohlc:m:.l do gue-
uso tio 5 olo dcd ina rnpiclarnentc com a distiincia do lugar de emprego. O l ll n:i sociecfode modernu a uma função das instituiçf:,c:-.~ que evitam a obcen-
grupo rico, por outro b.do. td n C'M<KTPrisci<:ame1ne uma cunra de quan1id.i- (:To de eq11ilibrio. Podemoi. por meio de unu1 ~é-rie de cortes e oulras medi·
de <lc renda baixa desde que SC'U poder de decidir não~ muito ílforndo pel;.1 ,J.is. mudar a. legalidade e a constituóonalidade doi.oneamento exclush•o,(De
soma de dinheiro gasra em tra.osp0ne. Quancb ,o\ocudos em competição modo .~niiicati\'O, es,5e e.sfon;o é: 5t1Stt'nta-do, canto por grupc,s de direitos
t'ntre si. encontr1tmos o gruro pobte forçado a ~-i\'Cf no Cffitro da dd~ e o dvis como corporações. desde que os primeiro.'i o lham o zoneamento subur-
grupo rico vivenOO foro (tal coroo Engels tlescre\'eu). Isso significa que os h:u-:o COll'I() discrimiruuôtio, enquanto a:\ Ulümas estão preocup.1das com a
pobres slIO forc,.-ados. a vl,·er cn\ solo de r~ndá alta. A única mancin1. deles :1u~nci:a de trah:alho de renda baixa nas locações suburbanas). Podemos.
ajustarem-se a is.so t, naturalment(.', plmpar a quantidade de espai..'O que t.u-.1bc.'·m, tcmar modificar os comroles de uso do solo de tal modo que a cs-
consomem, e õlf)E'rt:1r-Si' c·m Qre.1s b.tsuntc peque-nas. A tóiiea do modelo 1<'.'0e de siruaçio, apresenta.© por cerca de 20 comunidades na área dé P rin-
indic:a que os g.rupOS pOOres est:arJo c-oocemrados em i rt·as de :0.lt.1 rencb pró- Ct'ton, Nova ]E'~Y, na qu:il há 1.on<.-amcmto industriAI r COO'lercial pgra "1,2
ximas ao centro da e-idade em condições de grande aperto. Agoro, & possh·cl milhões de empregos t zorre3mento tesidencial adequado para 144.000 trab.t-
construir tim número <k variantes do modelo. dC5de que a forma da curva de llrndores, S(>J'ia l':vi1acla ("Wall Street Joumal'', 27 de novembro de 1970).
Q\Utnt idade de fe1lilll <lo rico seja realmc-nte ÍL!nç.'lo de su a preftní:ncia pelo e1· Poderiamas, rnmbé-m, tentar superar o problema de trao.5pon<' insu.fk ient.e
paço em relação ao custo de transporte. Lave 0970) 1nostra que a ~strutura tia.~ áreas. centrais para os subtirbi(l<; e>.1emos subsidiando sLStcmas de ltans-
espacial da cid:1de mudará se a.s prcfer·ências do grupo .rico rr1ud1Jm, Se a con- ron e ou organi.z.ando facilidades c-speciai..". de tra.nsportcs para conseguir levar
gesllo dos custos aumenta na Atea cenLral, por exempk), e o rico decide Que 1xs re5iden te5 do gueto ao c1nprego suburbano. Necessariamente, isso implica
o tempo'-' 11. frustração m'Jo merecem isso; t>Otiô, ele pode, facilmente, alt<:rar ém que o residente do gueto substitua o i:empo pelo custo (se o St~t viço e
slr.l função de qua.ntkh1dt de renda e ,•o!t::u ao centro da cid;:1dc. Várfas -es- S:\1bs.idi.ido). A maiori::1 destes programas tern falhadr.,. Pocleríamcxs, 1ambêm,
tn ituras urban.is podem ser preditas. clcpen<lc11do d.1 forma das CUf\"a,;, da tentar reC'UP"r~r o eq11illbrio arrainclo o emprc:=go de volta para o centro da ci-
quruu.idade de r-en<Ja: e é perfoiumentc? foctl\'e) encontrar o rico \'Í\'endo no oock: atra"és de projittos urbaoos de rerrovaç.'to. suporte do capital.ismo e si-
cenuo da cidade e o pObre lOGJ.liz11.do nos a.rrab:ilde:s. Ne.<,te caso, os pobres mílares. Todas tsSllS soluçt,es têm como base a supos.içl:lo t.-ldta de que M
s:ao forçados a íljustarcm-se, p0r tl'~emplo, trocaodo 1emt,o por custo de di~- 1!t.~>.quilíbtio no uso 00 solo urbano, e que a polJtka de,•eria ser diri~id.i para
~nda de- modo que gastam grandes Quantidadc:i. de temr,o caminhando 11ara. r.:olOCQt o uso do solo urbano de ,.,oJra 30 (-quilibrio. füs:as soluÇ(les: ~ li•
o trnbalho para ga..<,lar menos em custos de transporte {ooodição não desco· hernis no sentido de que reconhecem a iniqüid:írde, mas buscam curá-la deo·
n hedda nas cidade.". da América Latina). Tudo isso signifü.'9:, sttwlmente, tro de- um forte mecani:i.mo SóC:ial existeme {neste caso os mecrulismos que
que o gruPo rico pode sempre forçar pe·e ferC1ic.ia.s sobre ô grupo pobre, por- s.lo consi.stentes com ~ teotia de Von T hi.lnder do uso do solo urbriino).
que ele tem mais recursos p.i.ra aplicar. tanto para custo~ de rrnnsporte como
psra cbt-cr solo, qualquer que seja a loc-.i.li:tação que escolha. Isso é a Como podemos idemiflCllr Sôluções mai.s revolucionárias? Voltemos a
oonsequencia natun,l cleriv-a<la da aplic:açilo dos principias econõmicm margi- ;1prt'Sentaçllode Mulh ( l969) da ceorfa <le Von ThOncn. Dcp0i.s de uma apre--
nalistas (.t c tirva ele quantidade de r,mcfo sendo um tlpko artificio) a umo si· ~"tltaçio 11.níllilica da teoria, Muth procura a'>·aliar a rele,,•Jn<ia empírica da
tu:i~:.io na qual as diferenças de ri!l'Jda são substanciais . A teoria repousa 03 kúria testando-a con1r.;i a ~rnitura exiitffite do solo residc-ncia! em Chicago.
ootcnç"ào do Qtle C usualmente- çh:.l:rnado ''6f.imo de P.:.reto'' no mercado de St.·u 1este irwJica que a teoria e claramente rorrcta. eom ~nrreuuuo ccnos dcs-
moradias. \·io.~explicáveis por cois.is como a discriminaç'io racial oo mercado cle moradi·
E p0s.~kcl usar !ormufaç&s teóricas dt'Sse tipo para analisar o desequi· ,~~. Podemos, assim, in(erir que a teoria eurna \·ercl,,-deira teoria. Esse ce-nez.a.
librio num sisrema urbano, e i1nagioar politicas que sef\•irllo p:ira tr.17.er ss alc:mçad.i ror md~ l)Q,Sitivist~ clã.S$iCOS, sx:ide ser usada para amdliar-nos à
OOlldiçW no"amence ao e-quilíbrio. C.om ~ rápi-da suburbaniuçio do empre- idc:milic:ar o problema. O que para Mu1h foi um teste- bern sucedtoo de uma
go 005 E.,,:tlHlos Unidos, desde 1950, antcciparfamos mn expediente externo 1,·oria 50Cial 1oma·re para nós indicador de qual C: o problema, A teoria
das p(l)Ulaçôes. pobres (dadis. ª" funções de quantidade de renda). na meclida pft.'<liz que os grupos pobres de"em, neç(~sariamcrue, ,•h•er onde eles possam
em qtse elas tentam localiz.sr•se perto de seus c«Jtros de emprego. E..,'ie expe-
J:,11-uu menos par.i viver.

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l'\t>:i-.'<;it• c1bi,:,i,·u é elimin:.;:r oo s uetos. Por bso, a Ouica politiai válicb a rec;- tfümutcnção e ~ r1,.•~os. Temo.~ uma ~no rme quantidade de capiuil social in·
peito deste objeti~·o é eliminar as cond~OCS que toroam verdadC'1 ra a tc'(lf"ia. n....,ti<lo no esloqut- de moradias. mas num sistema de mcn:ado privado <lo so-
Em outri\.'i rala,·rns. ck:~jam(l,;, que -a tt-Ori:l de ,·on Tht'mcn do rnCTc.1:do do· lo t.• i.hl n101'adia o ,·alo r da monufü1 nem semprt é medido em termos de uso
SOi<} urbano n4o se torne ,·erdadeira, A abordagem mais simples. aqui.~ eli-
i.:umo abrigo e re-5j~ ncia, m il.li em te11nos d:1 qnantfa K'Ccbida no mercado de
minor os mecanismos que ~n·t'm para ~erar a 1roria, O m<.-canismo. neste troc.-a. que podé ser ol:etada ])Or fatores externo..~, tais romo espeçula(:.ão. Em
<'ª~- é simples~- com11t;tiçik) crescente pek> uso do solo. Se eliminamos n · muit:¾S áreas urbanas centrais. arnalmcnce. a.~ ca:-.as paumtemeote pOSS.uem
pa11co on nenh um ,·alor de troca. 1.sso o.ão significa. contudo, que na:o te-
te mecanismo. eliminare1nos prcsi.1mi,·elmente, o n>sultado. E ime<lifltamen•
tt> compreensh·el. em uma politica de eliminação de guetos, que s uplame 1,haoi ,·,dor de uso. Como conseqiit'Jlc-ia. estamos iogondo fora valor de u.so
p,tC'5umivelmente, a competiç.'Jo crescente. com um roeccado <lo solo urbano rurqoe n~ podemos estabclcct"r \'alores de troca (,·eia o C.ipirulo 5). Esse
soeialrnent~ controlado e um controle socializado do setor de moradias. Sob despe:rdlcio não ocorreria em um sistcro.i d(- meteã<lo <le mo~dias .socialil.a-
lal ~ist~ma.. il teoria de ,·oo T hüneo (que ê de qualquer modo uma teoria do, e é um dos custos i1ue sofremo.s por- aderir tenaz.mente à no:;-Jo de pm-
normativa) tornar-se-ia empiricamente ittelc\'-ante pari! nossa <:úfnpt'éensão priedack pti\'ada. Foi, naturalmente, mna asserc;.'lo da teoria econômica por
da <".sm1tura espacial do uso do solo reside,icial. E:s:sa a.botdagem (oi tentada 9lgum tempo que o ,·,dor de uso est;;i agreg;ado ao valor de troca. EO(Jt.mnto
em numerosos 11ais.es, Em Cuba, por exemplo, mias. as residêocia:s foram ex- os dois estilo ob\'iamente relacionados 1 a ntllureza dilS relações depende de
ptopriada!ô em l 96(1. Os aloguêi.s eram pagos ao governo, •'e oonsi<lerados quem está fazendo uso. Na ár,eo urbana cenu-aJ do mercado ~ morndia te-
mo5 valores de u so baseante difetenres, quando co,_ u rastamos o proprietãrio,
como amonizaç10 da pc.-gse pelos 0Ct1p1rnt es, que d@viam pagar imt.:.diBtá•
rTtC'nte e regufarmeme e manter as casas" (Valdcs. 1971). A mudança de que osa a casa como fonte de rend.t e o morador. <llte está intere5Sado em
ocupação podia ocorrer somente ar.ravir:\s de urna inslirui~·lk:> do Estado. :ibrigo.
''Os que ,,ivinm em casas consm1klas em 1940 ou perto <lesse aoo foram Esse argumento a respeito da teoria do uso do solo rcsKiendal de Alonso e
liberados do pagamento em 1965, se o alugud th-esS(" sido pa~ pontualmen- l\1utb C muito i io1plisia. Desde que e fr€<1liente o caso de QUC o mecanismo
Q\lC- ê totnado rara os propósitos da teoria não é n~ riamentç- o mesmo
te de.sde 1959. Depois de maio de 1961, todas as OOYas unidade, ,'al.ias !oram
di:;tribuidas a fam llias que tinham que pagar aluguel igual a 10% da rerida da que os Ol{'Canismos r;eais que ge~m resultados de acotdo com a rnorfa, seria
familia. Alem disso, n~ metade de 1966, o dir.eü o de vi\'<'f sem aluguel para 1-ie~ . cetramente, apootar imedLarnmeme o mercado con1pelitLvo como
o resto dé !iUas vida.s foi g,u anllJo :a todos os ocupantes de c.-sas de cô1Uodos sendo a causa priméir9 da foml:él.Ç:O do gueto. Todo um teS.l'.e bem sucedido
que 1ivessern leito pelo nté:no'.I. 60 ~ de 1~g1mJc-nto. Um total de 268.089 da ~eoria deveria Sf"r íeito. t'!Of isso. oa.ra alertar-nos para a possíbilidade de
fami lias, estava pagando 11lugue.l <:m 1969'' (ValdCs, 19 71, 3211). que (: o mocanismo do meraido cornpetitivo que está falhando. Necessiiarnos
-~ bviamente, um pequeno pais como Cuba. num t :;.tãgio inteiramente pti- examinar esse mecanismo em detalhe.
m1t1\"<> de- dese-m-olvimento econômico. dcver-J. sofrer carestia crôrii-ca de mo- Um mt'f{'aclo funciona w b condições de es<:as:5,C$. Dito de ouuo modo, a
radias, t" a fl()h1·t:.za dt- tnor-Jdia /)1.rr .rs não pode ser eliminada p0r tal ação. alocaçio de recursos escassos é o fund11mento da economia de inerc.ido, É
emão im1>ortant.e para nós clbarmos outra i,·ez (veja-se acima pp. (6')-71, 96)
ú.•1~ndo. as soluções ado<adas são inleressames, dado t 1uc? elas 1omaram a
tt'lM'la do mercado do solo ufflano de Alonso e l\foth irrele\·,uit,e para enten•
o ,oomeUdo dos dois con~itc1s "rerurso'' e ··escas.'>l.:'.l.·•_ Os geógr.1fos têm
der a cstrutur.i t:5pacíai fe5ide:nda.l; e isto, pl"esuruin:lmt.'nte, ê o que cle,-eria tet"'()flht-cido há muico que um tt.'(urso (: uma awliação térnk:a ~ sc:x:i:d (Spo-
«<.Untc:~r .se 6vé:ssernos êi:üo em elímioa.r o gue10. ehr, 19~6). Isso signifü.'tt que misas e pessoas SI!:! tornam recursos nawmis e
Essa aborda.l'('m do mercado do solo do guelo e da moradia é indicatiora de humaoos somcnt~ quando r,o&'i,lJÍmos a te<:nologia e a form::i social Rproprla·
uma estrutura diferenie para a an~lisc- dos problemas e soluções imagi110.das. das p!:INI. fa:t:('t bom us.o dek!s. O m :1ilio toma-se um rec1.u·:;.0 .a partir de av!ln·
Observe•~. por eJtempfo, que toda a velh.i moradia 1om a•se livre de .iluguel. <,'OS tecnológioos <>m fisic.1 nuclear, <' as pe5solls tornam-se recursos i.fUando
& olhm110~ o 4tsfO()Ue total de mor.xHas de uma ilrea urbana (:(lmo um bem Nl:o for\·ad-:tS .1 ,..cnder seu trabalho no merc11do, com o objetjvo de sobreviver
soc:.·~•l l (orosto a 1>ri\·ulo). c::ntão Qhdamcme a comufitdade ;a págou pela mo- (~te é o conteúdo real da expressão recursos huma~).
radia \'e]ha. POf" esle cllculo, toda moradia na área urbana COflStruida a01:e-s O 1..'01x-eito dc:- escassez.. do mesmo modo, não sur~ naturalmente, rnas .se
cli~a-.i-e, d_e 1940 (e ~l,1mma conscrnidas desde erttão) p. está paga. A dívida já rnrna rdt:·,·::rnti- somente cm termos da ::r~o soci:al e de- objetivos sociais (Pe-
frn amortu:ada e reurada. Os únicos custos ligado~~ isso s.10 os eno rgos de aN>on. 1957). A cS<.:asse1. dt:finc-s.e, soci:almcnti-, e nlo l' determinada nacu-

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r:ilm~•1fü•, l'm !li~tema di:: mtn,;ado toroa-st' f'C)'~ivel tm «mdf\~ <le t'S<'as- re-:1lmen1e. têm boas e racion.iis razões <k negócio para n#:o finaociar h.ipoce·
seY. d<..· n.,cun.'t.'<5, rorque somentt' :iOI, essas condic;õt-s rx•dem su r~ir a'.\ llY;'rca- c.ts :ia~ àrt"as urbart.tS centrai., . H.l. grnnde incerteza n:a área url>a.na central, e
doriits de 1•rtç(1l"'tJ\.'d rms m en.. i.dci_'i de lru(.'r.1. O sistema de: mcn.'ado é u m u solo I:.'. em qualquer t:aso~ fríMj_üi::llt~meme olha.do como " maduro" para
rnntrok• ,1ha.nx'nt~· dc.~c1::ntn1.lí7~-«fo i1n.,sina<lu rara coordenar a mlc:-r,r-M a rt'Cle~11\'0lvimento . O fato ele que o d~intew;se em Hnanciar hipot,e.ca.s tor•
ti\:tfn <·<-v11(1min1. A cxct:n~•[o de.s..-w. força t"OOrJtnadorn pemütiu, bi~tork"a.- mi-o ml'Smo mais maduro, é indubita\'elmenle entendido f1elas institui~
m<..'111l·. in1t.•r'J'-Q aurr><:nto d~ prc:iduç.lo de dqulft,;t. Por b-so. eoconcramos: um bane.irias, <!c:;,dc- que- hai~ bons l11Crõ!i :t serem alcaoç:idos pelo redes.en\'Q]vi-
r11.1r-Jdo:icc1• istto ê. (JU\." a rique-1-.'I é rroclu.2.ida num .~istc:m a que se fuodamr:-nta mento atrn\'es dt! uso& comerd-aís. Dada a orient~M ~ ra maximizar os lu-
na ;,-~i.:j-..""l'l . r~r.1 :,;cu fm1cklfl;1n)(·r;co. ~uc-sc lJLU~ M" a esc;.1.ssa e eliminado. t·ro~, cssll decisão não pode ser ôlhad.- como nao Ctict1. De fato, é uma caroc--
a t'CPn<lOlÍa <!t· m(•rc.:ido. que~ a fonte da riqui.:za prt.duti\''a no Clpitali~mo. v:ristic.a geral <las moradia~ do gueto que, se aceitamos os cosrnmes cio com-
dt:-:..1r:Lt'L'é,>ria. Alem di~:,.0. ü caritali~rno csL..i cominuam~nte incccment.mdo port..imento normal, e1ico empresari.lJ, nào hã possibilidade de que vossamos
~u:1 trtJxtciclmlf' \lf"<l(hlti\'a. Pc1ra rt:-...ih'l.'I" c-s~ dill'rRíl. muilas institui(:&s 4: t:ulpar alguCm porque as condições socfais objetivas que lodos estamos ikic•
nK-cJni~m\):,, ~t· f{lrm,1m rmra ~ r.mcir que c1 <!scasS<.-L ndo d'-'.~ll .lf€(.'l- De fom. f;tn<lo se carocterizam cotno apavotarJt~ t ruinous para O:S recursos poten-
nmitM, in~tituiçtl('S Sito 11r1,ta.ni13cJ;t'li p:m1 malU('f" a t:S.c..'â'-~l!Z. (:t.:. oni\'ffSidades cia.is de moradia. Ê uma si1ueção na qual po,demos: e,~comtar todas as espé-
S('tll~' um htim t·xt· mpk>. emburu i..•iso ~ :i sc:mpre íeiw e:m nomt:- d.i ''quali- d~$ de- rciulamentos comr.idilórios ''verda.d~ros••. Con.seqí.lememence, pa-
,i::idl'""), ÜlUros nkc~nisino..~ ~arnmem o controlt: 5olJrc o flu.Jlio de omros fa. rei·e impossi,·c:l encontrar uma poliüc;i, dentro da estruturn econômica e ins·
h1n·s tlt· rn:xlU<;.iro. J-:mrt"tanto. o pOllt:'r cn.~n:'mt' de produção tem que achar titucional existente que seja capn de corrigir ~ condições. Subsidias fe-
lllll taminhu. e: dai o- Pf(X"~S.~l dl.'Slf ull\"< J (cm 3.\'efltvr as mifüa r cs, prof1_r:in1:is derais para mOl"adia.s privlldas faltam; subsídios para aluguel !São mpidamente
t';>,.f'at:iais 1..· simit.m;s). e o proccs..<:e> de u ·ia~ão de necc$sidades. O que isso su• al_l50f\'Ídos ror ajustamentos de mercado; as nl0fadias pt'1blka...'- tt4:rn um peque•
i..•trt·. oarnntlmt'flh..'. e que a 1·saiM~ n:to pode:- ser eliminada sem c.ambém no impa<:to J)Ol"Que sio muito poucas em quanlidade, corn distribuição muito
t·limirt:irft.!it• a ecvnomia ck Jlk'rç.;do. Em uma SOt.-it.•dadc pn:xluth·~ a,raoçada. lo<;aliU1.cfa (usu.ilmente~ nas áreas onde~ pOOres s~o forçados a \ri,;er ele qual-
mi (\ )Olfl os EM,1do.~ Unidos. (1 maior ohMâculo para c-limioar a çscasse1, re· quer modo) e im.igim1das p.1r.i serem usadas someni:e pelas ela~ mais bai-
f'()U~<1 na complic:-atb ~~ri,e de in'-t itui,ção inceN'ehK:iún:id::is (fimmccitas. juri• ~ dc1. s1x:itditde. A l"eno\'ação urbana apenas contorna o r,rob]erna, e em .il·
l.lk;a,, polrtit'a.!-. t.'4..lucadooais, Hc.) que st.1.scc·mam o p.~ de nu:rL"'adCJ. puo-; t<1S(1S pn,du:i rm1is mal do que hem.
Examim·mos. ,1RC1ta, corno es..,~ situ::ição .<;(> manifesrn oo 1)1ere1do dc mor.•fü1 Engels, cm um.i série de ensaios intitulados A QutJklo daJ Moradias, pu-
da árt•a urham, u ·ntral. hlic.ic:b. crn 1872, prcdis..,;e Que este era o impasse ao qual as: soluÇôeS 1..-apitá-
1 lá odJtU.mas co,1tra<liç1>Cs ('UdC\~:Th em rdac;ão as moradias <lo gueto. Um lisras parn o problema de mortc:lia t.'Ondu.1iriam Íl1<:\'itavelmente. Too1'ica.-
1xiratloxn t! que as áreas de maior con,p.estionamcnto !Ião também as áreas meote. sua predição pode deri\·ar da critica da :amllise de \'OO Thütleft, ex:a·
com t i numero maior dC' CilSá5 rng.is. Há cerca <le 5.ílOCI com•truçõcs \.'aga_~ tamente do mesmo modo como Marx criticou Ricardo. Desde que a concei-
em B.1l1i1t1urc - 001qmm1i<ladt- d;"IS c1u:1is em condiç.'!o razo:l.\'cl - e todas ruaçJo de renda do modelo de \'Ofl Thünen (e no modelo de Alonso e Muth)
~ l,1o k1calizad~~ em ár<::a:; d<: .Riande coogestion:11mmto. Ouiras cidad('S es- e essencialmen1e .i. mesnH1 de Ricardo (npenas ~urgiu em circunst!ndas um
tão ra.'-~ndCl 1x,r si1um,:iio similar. As m~ mas à1"Ca.:. .'-ifo c,:iracterü ..1..das: por wnw <lifel"E'Otes). podemos usar os argumemos de Marx (O Capitel, Volume
p,rnndi.: prnpo,~-ão de casas aba1\<lon:,id35 em troca de- impmtm snbo~ a r,ro· 3; Th~<Jries c,JSurplus Valt~ JXlfte 2) a respeitoexatamcnte<li..-..:o. A r~ncla. de1
pricd.-clc.·. iU:(lf'do com Marx, n:ãQ <·ra senão uma manife5t~ da mais-valia sob insti·
Os proprit·t:lrios na frea mh.inc1 central do mC'rt.--ado de moradias:. oo con• tuiç(~ capiralist:ils (tais Côfl'IO propriedade pri~•udil), e a nanireza da renda
rr:hio da opini.lo por,ular. não estão u 1u~guindo p.randl!S lucros. Oe falo~ a niin rodi.:. ser emc-ndicl.i indep,et\cfcmemcnt<! <leste fato. Considerar c1 renda
~\·idl:11cia .~U).>tire (]Ue elc·s est,io coos:eiuimfo menos do qllc L'úl\'õt:;qoiri:1m em COnl(1 al1') ..em si mesmo" índependeme de oulras facetas do modo dé pro-
Outf"'J l'>1ftc.·
. do mt"ff.'.1.-io de moradias: (\'t::j:i. Sternlieb, J96fi; Grihsg)' r.t. {1/., duçãi, e independente das ins:timiçõeS capit~li.stas é conltcer erro cor\Ceitual.
1971). A lf(llllS nlu têm í•tioi, nacuntlmente , mas prOf'lric-tàrios de OOfl.lJJOrt:1- Ê preru.amence. esse erro que é cometido ru.s formul.içõe.s de Alonso e
1ntruo bom. radooa.l e (•tioo <"Slipuicim uma la:<a. relativ1utte nte baixa de re• .Muth. AICm disso, es,c " erro" manifesta-se no próprio processo do merca-
tornn. Alem di.s:;o, o:-- odu~uéis que ~~c-s proprietári~ impôc-m são muito al· do capit;tfü,ta porque ele requer que as rendas (ou o rctomo dei capitul) sejam
ler.; (;'nl i·<:l11c,iio à tJualiclnd(· da~ a((l1T1(ld.."tÇôes enQuam,, propriedade~ e, se: de.~ maximlz.a<las. m8is do que realizem uma mais.-vafíõ"i social máxima. Desde

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qut' :1 rcrxla f.' meramdlte manife~r~~o pos:~i\'d e parcial d~ mai.,;,-vdi,t, a pfObkrn.t não parece essencialmente diferente. As SC1lm;ões imaginilch..;; ainda

f
ten«nci~ p:ua maximizar a renda. mais 00 qut'2 n1ais•\'a)i3. que dâ c1ri,gem a ti;."111 as mesmas nuacteristic.is. En$cls refere que: ' '1)a t('alidade, a buriuesia
ela. ~ limil.te.la, u i;mdo tt"llsôes na economia capitalista. De fato, i.'i...C:l rx1c t'm tem somente um mêwdo dt- resoh·cr ~ qu~lào das moradias depois de JW
a~-!lo fo1·,ças qu(:: siic> 1mt:1,gônicss à rea.fo.aç~fo da tH'ÓprÍa ma.iS· \·.ilia; daí o tk- sur~irnento - ou .seja. de rt"SOh·c--la de tal modo que a soluç!lo repru:lu,.•
dlnio oa pruJu~iio, Qut' resulrn quando as fôrças de trab:dho poc.e ndaJ s~o se-- rominu:11n eo1c, a qu~rno de OO\'O. &se metodo t cham:ido "l·Jaussmarm ''
riu-ada.~ dos iu~a~s ck.· u<1tl.tlho pelas mudanç<1~ no u:so do solo surgidas tamo (,.,) Por ·t laussmann', quaodil.er a prãtica que:: agora se torno u gc-ral de
pelos inc~re;.."Cs comerciai~. que busc:1m moxiini1~r o rél<irno do solo sob seu abrir brl"t·has na.~ qmincirÕ(·s dtt d ~sSf' trabalh.id[Jl';I <le nossa!. cida<f{".s Jilt.an·
rotHrole-. w mo pel~ comunidades procunu1do maximizar~ ba~ disflCJ" dcs, e r11rticula.rm,·ntc n2s ân..~c1s q11e esriao centralmente situadas. muito lon·
nh·e~.;; de- tn:rnção. Ensels. ern A Qr'-CSJito das Momdius (1872) indicm1a ga- J?t de ser isto frito por 0:.111.sidt-rnçôes tle saúde pública, e para embelezar a ci•
ma inteiro de conseqüCncias que Oucm dessa espéde de procesm com1ietiti,-o dit.dc-. ou dc,·ic:lo á d<.'man<la dos negócios de bens (!e- ràiz situados oo g,rruldc
do mercado. nmtm: ou ck"ido as rt'i\'indk..ições do oo:nêrcio, ts.i:s u)t'Ou abrir ª"enidas c-
' 'O cn.-.scimento das. ,grandes cidades mo<len1as d:l zo solo tm çertas án:a::-, nm (que:, alj\um~.s Vl.."7.t.~. pmXl·m ter o objeri,1O e.'iolratêgico de tOfnar (-1 luta
panicukffmc;nte nas que estão situadas no centro, um aumenrn de \·alo r to· (.'e.- b:trrK."adas mai.s Jifit:il) (...) N ão impona quanto r a.~sam ser diferentes as.
los.-.al e artificial: os cdifldos cr~uidos nessa.s áre-.dS dtprimem esse valor em rn1.f ü:s. o n·•:mlrndo é o mC'smo (•01 toda a parte; as ,·tela:-. e.scandalo:;ao. de!iapa•
,-e,, <lc ~um cnrá-lo. porque não corrtsponc.:lcm mujto ãs c in ;um;t.inc ius modi- ít'C<'m. mm o acoo111anhamffito do prodi~o auto•l(Ml\'Or da burguesia pOt'
fk.""tldas. Eles são derrutxidos e subs(ituidos i:or o utros. l;;so ocorre, sobT<.·tu· ("nnt:a de ~cu tr<.>tn('ndo 5,uces.~>, ma~ el:1s :ipar!!tem outra \'eZ., imediatamen•
do. com as (.õ.5as dos t.raOOlhadores que esL.'lo s ituadas no ceril ro. e cujos alu- u:. 4,·m al~unta 0t.Jlr3 pan~. mai5i e mui1as ve1.e s na vil.inhança imed.iata! (, ..)
guéis. mt~mo com s m:iiM ,·:tlori:z.1ç.'lo, nun<:'3 podem, ou somente de modo O.. h 1,l{a rt•s ~r::idorcs de c!c.1(.'f'lc,"::li-. os buracos e cela.o;. infames nos quais o ,no-
knto. aumentar acima tle c,e.rto tc;to. Ela:s s:'io c:k>rrub.'lf.las:, e em seu lu~ar, lo- Jo OC produ1,.ilo capitalista confina n05.sos trabnlhadore..~ noi1e apói noite, n~
jas . tirm;1n"ns C' edifícios pllblicos s.1o c011s1n1l<los · •. (p. 23) são abolidos: eles s.~'o mcramrntl' tnmsfen'dos paro outn.i /)ttrte_l A mesma nc·
Esse prôÇ(.'SSO (que t! claramente \'isivel em toda cidade rootemponlnea) n~,k)aJt, t"(.,'OJ10mica que cis produziu no rrimc-iro lugar. os produz também
r~ulrn Ja neu."'SsidacJe de realizar uma t:íl.xa de retoroo num.i parC(>l:jl; de solo no luRa,- ~t!,u inlt'. Tmuo qmimo o modo de pr<Xlução c.i..pitali...-rn. r.:ontinue a
que sej.i: con,~istC!lte com ~uli renda locacional. Isso não tem, necessadan1tn- t'xi:-.tir, ê tok>e,;rcr:.r p0r uma soluçào isolada da que$t,o d:J morndía ou de-
tc. nad;, que ver com a mdhori:.1 da (llúduç-:10. O protes!,O é t~rl"lbt'.-m ro,tSis- qu:..Jquer outra que.,t.kl SOt.:ial que aíeti o destino dos trnb-alh:ulore:;. A ~lu•
centc- (.Ylm certas outra'i pre-,.sôt"~~- ç:io rc:-ide m, aboliç::.0 <lo mudo , ,.1pítalist;:i de prodnçik> e na nprOptiação de
• ' A ót'.ncia natonil moderna pro \·ou que os assim chamados ''distrito.~ pô• todos o,'> meM',.s <le \'Íd.1 e tr.s1balho pela çla:;sç ttabalha<loro''. (pp. 74-77)
bres'' nos quais o.~ t rabalhadores s.io apinh~os juntos são os lu."afeS que ~ - A nperiêm:ia ohtidA <::om p:>liticas de implanrnç.'lo urb.ina nas cid.i<ll.'t-
ram todas as epickmia.5, que de cempo:5 em tempos aflí1tcrn nossas cidades an11.·rkana~ <.:onteinll()f"âne~ indica ali umas similaridades perturbadoras com
( . ..) A c:ondiç.lo oritali.srn niio pOdc dar~s~ da própria o pnu~cr de criar do- ti relílw de En,1,1c.-ts: e f difícil e\'icar a oondusllo de que a oondição ineren1e ao
enças c:ric.k.'lTlicas eritre a classt> trab:alh~2. St.·m impunid:ide; as conse- 1111.,.oni::.mo (!e nkn:ado c,ir,itdista contribui para isto. Por isso, htl boa rnz.âo
tlül-ncias volum-se conrra da, e o espírito d.i morte lanç~-$E' furiosamente para ac:rc<litar que; no:-s11 .~uspcita inid aJ seja CON('lfl. e que o mecanjsmo de
4:'m suas filcifas. mo crudrnentl' ççmo nas íileira:'i- d05 tra~lhado~- Tão lo- mcn:ado (: ré u do s()rdido dn uru1.. Se pt'.U~rl:tOS nesses tennos. poderno.s ex•
W e-'."i~ foto foi cientifi(..i.me111e es11tllêlt>t::ido. a bm,guesiil fil:1ntrópica come-
r hcar por llll<' qu;_t;c· tcxlns :u pnlitka,;, imagina.das 1xi.ra 11 área urbana central
çou a oori,pç tir çom oo demais em esforços nobtt-S enl pro,.·eilo ela saúde de

l
tt:fll rc~ultado ao rTk..">Smo tempo <lesejá:veís e indcscjávds.. Se " renovo.mos a
~ trobalh,;:idor(-s.. Sótied:ufeo; foram fuodadas; (oram escr itos livros; e xf'(ISi-
d d.ide'' .11xir:i.J11e1Jtc mo\'em~ a pohrt z:a erl"I toroo; se niio, roeramente per-
<í'x:-s fornm inl~11adas: leis Íúr'am ddJatid'.:i.s e apro\'.adas p;ara d irnina r a:'> 1tlil11«cm(1:s e <>~·rvamns a ruinit. Se e ...·itamos os condornloios, tamM-m cvi•
fonre.s da~ epidemias sempre rc.=c- orrentcs. As condições de moradit1dos traha- lf.lOWS il<:6 oc~rO!•, l 'tlfl:'<,egl1ir moradia, A fru.stração <lecorrente <le tal -1iitua-
lhadorc.~ foram c-xamina<las e tentati,•as íomin feitas pa.t'a remediar os efeitos çJo pode. facilmentt-. lt'\'ar ,, cmx:lusôes contoditória5. O [lObre pode ser
mais !!;rifantes (...) Cvrnissxs do govemn foram orga.ni1:ada.'io {)tlrtt fazer in• culpado por suas condiç~ (um~ conclus:io que Banfield acha apropriada); e
quí-ritc15 sobre a'S condições de higiene da:s chr.~,;c.~ trnbal.hadorns''. (p. 43) podt-mos instituir rolitã,·a$ ba~e;:adas. em ' 'falhas humaoas ·' que pelo menos
Hu,ie. ê ;a p.1Lologfa sodaJ - drogas e crime - qu~ é imrortante, mas o nJo pro,·OC:tf"lO à.'- f'!.pí-cie-s d~ Qllestões que as falhas pollticas., inevitavel•

122 123
C.'fllocional que nns :itrni plltà vi\·er e lrabalha.r com o pobre, ''durante algum
meme, tra.1.(!m. Por isso. é imeressance notar ,Qt)E.' a poHtíca urbana, atual-
tempo' •, mt esperança de que p05s.1.mos re.almentc aju<lá~lo à melhorar sua
mt:n.tt: parece envolver mudança na ênfase de tentar sal-..•ar a ;ire-a central <las
6dade..-. (OTlde os pmgr:imas ~ilo destinados 3 falhar) p.- ir;i tentar preservar sorté. Isso, também, ê conlro·rcvolucion3rio; então fazer o que, se ajuda.mos
uma comunidade a obter um pa rq\lC' cm um \'er1io de mibalho para desrobrir
as "ãreas cinz.entas" ont:le o sistema de mercado i:. mais suficientemente ri-
Jt{)f 050 pua tornar poosi\'d akançar algum grau de suces.so. Se tal política
que a escola se cktt'riora no fim? Es$t'S s/lo os cam i.nhos que ,tão de-,,eriamos
cvitarâ a inimizade e a extensão da ruina pode duvidar·sc. Cot1tudo, infortu-
tomar. Eles se,vem meramcmc, paro .ifastar-oos da taréfa es.. <,eru.-fal à m~o.
oadamenre, isso 1ambém \'incula em coma rorrrntC' 0$ valores de uso
Es5.'I tarefa irnedima n.'.io ê nuis nem menos que a aut.oc::onsd êocia e cons·
Jcumulados na :.trea central das cidade$ assim como os dc:;stinçs e \·idas «is trução atcnt:il de llm n<wo piar-.idigm~ para o pé!ns:1mento geográfico social
l) a 2' milhões de pessoras (JUe estiiO, 9h 1:1lrncnte-, t..XN1deo!l(]9s a passar 9 vi• atr:m~s: <le uma -erifiai agud..J e profunda de nossas construções 11.naUticas
exiSIC!\t.CS. Isso t- o que est.imns melhôT equipados parn fazer. Somos acadi:·
da intefr~ em tals locaçôes. Parece- um preço alto a pagar plr-.! merarne nte
m ic('I~. aresar de tudo, trabal.hando ~um os instn.imentos <lo oficio intelcc-
evitar um:i c;:onsid~ração realista de am~ .i.s conclusões que E11gcls obteve
e as bases teóricas sobte as (luais a conclusão se- fundamenta. O pn,nto ao cual. Como tal, nossa. tarefa e mobilizar oossos podere-s de pem~mento para
qual estou tentando me dirigir e que. einhot-a tódôs os anali~t-as strios conce- formular conceitos e categorias, teorias e argumentos que possainos s.plicar à
dam seriedade .io problema do ,gueto, poucos trnzem a baila as força~ que re- tartfo ck: possibilitar mudanç.1 ~ia! hunw.ni.udonl. l::sses conceitos e çatc~o-
~•m o mais proíu11do de n0050 .sistema econômico. As<:im, di.<:cotimos tudo ri~ nâopodern s:er formufodo:s abstratamente . .De\'em ~r forja~ realisti~-
t'Xtt'.'lú as carac:tcristK.:as básk"'aS de uma economia de mf:f'Cldo capitali.<.;ta. fnente <.--om respc-Íto a evem·os e ações, UI.is como cks 5e desdobram em tomo
lmaginamo:i todas as maneiras de soluções, ext.."t'LO a:. qué poderiam mudar a
di: ni'is. A t.·,•ilk~rx·io emplríc.,. os j-l) rclc:ridos refatórfos C' as ~xperi~ias obli-
perrnatlllnc1a desta economia. Tai:it dl~cw>sõcs e soluções set \."Cm, somente, d~~ na comunidade p0dem e devem ser usad05 ;iqui. Mas, Lodas essas expe-
rora parecermos. rolo.~, desde que eles nos conduzem eventualmente a desco- ri-éncias e tvcla .1qucla infornuçjo siimifi~ p0uco, a mcoos que (t slnt~i7.e-
brir aquilo que En~els escav.'I bem ronsciente. em 1872: que as soluções çapi• mos em rodcrosos p.tdrões de pen~me:nto.
talist.as não fornecem nenhum fun<hrnK'flto p..-ir;:1 lid.ir com condiÇOO :sçc:iais Contudo, nosso pçnsámemo nâo JX)(i.e permanecer, lllt;"tameme. apoiado
deterioradas. !:las s1io merementt '"ar dctlogi!itificado''. Podemos. se desejar- Tlll realid11dc cxistl"lm.•. Ê pra:-iso abraçar criati\,amcnte altc::mativas. Não po-
mos. descobt"ir oxigêüoe tudo o mais su_it:=itancloas ...et<ladeiras bases de nossa demos lll"OCutar planejar parn o futuro com ~ na troria: poSltivlsta porque
$0Çi00adc a um e,:3me riscroso e critico. É essa tarefa que umo .ibord~em n.?· fazer assim. meramente reforçaria oslaJus quo. Além <lisso, como na fotma•
\'Oluc:ion:íria da te(l('i:t de\·e prlmeiro cumprir. O Qtle essa tareia :;opõe? çào de qualquer n0\"0 p,,.·u.idi~ma, devemos estar preparados para iocorporar ~
.Deixe·me dizer primeiro o Q11e ela nio supõe. Ela não mais supõe outra convocar tudo o q11e e l1lil e válido dentro daquele corpo teórico. Podemos
investigaç-do empirica das condições socfais nos ,guetos. De lato, con.tt:atar n-t:qnnurar .1 fo rmula1;;.lo d:1 lc:.'Otin ClCistente .'a ltv. dt> pcJS,Sin:i~ linho.e; de ação
ainda mais evidEncias da patente deswnaniclade <lo homem para t..·om o ho-- tínur..1. Podemos cri ticar as teorias existente; corno ' ' meras a()Ologias'' força
mcm é conlnHc,·o ludonário, no sentido de que isto acenhla o mald ito cora- dominante c~i nos~ ~o~~'° - o :,;isttm:a _capitalista dt:· mercado e todas
çfo libernt em n~ . :i Jln:tcnclcr que cstmm;;l$ contl"'ibuindo para um:i soluç(!o, ~uas COf!COfl1ttanu.~ msutu1ções. Dt;;sa m:rne1ra.. cslaremos aptos a estalx:le,
quando de foto ru1o cstarnos. fasa cspú:-ic de ('lf"lpirismo t. irrek'Vantt. H á j.'t t'(•r : 10 m~".'.nl0 ll'lllf'l(I a.., d n.1.mst:i11cic1.~ ~·it, as qu.i:i,<: ~ teoria d:íl localiuç~ po-
ha~tante infotmaç.io em relatórios de ro11gressos, jantais, livros1 artigusc clc., cl> sl!r us:klá pare criar foto ros melhores, e ascircum;t:inc;ias nas quais ela re-
(klra pro\·er-11os de toda a cvid~cia de que necessitamos. Nossa tarefa não força rnoclos de pensamento que levam à m3nuter.ç:10 do stolt1.J quo. O pro-
(..'OfL.SÍMe nis:so. Nem ela consiste no QUt possa somente ~r chamado "mas- blt1na, c::m muitos casos, n{l'o ê o méc:odo marg inalista per 1e. nem tk'nicas de
turbação n,or.-11' ', da cs~e Qtí(• acompanha a uniilo ,r1asoquista dÍ! al~um oü rni1..-ç~~r se, mas <1ue esses mt:wdos est5o sendo aplicados no contexto
_gra1lde relalól'io sobre as injustiças dia.rias relativas â populaçào do gue(o, a rrrado. O ótimo de.: Pare-lo, tal como apatea:: 11a teoria da localização, ê um
p.1nir do qua.[ curvamos nossas ro11scienci.is e oferecemos comiscraç-Jo cada collC(·itn <..'tmLra· r(:,·oJucion.trio. como em qu3lqi1t!r formu lll.Ç11o que- busca a
um antes de retirarmo~nos ~ ra nOSSQS confortos aconchcg.intcs. Isso. tam· n~ximi7açüo cfo qualquer uma das mariife5t.;içõcs r.a.n::i:ais ela maiM•alia (rnl
bem, e con1ra-revolucioo.ârio porque sen·e, meranlf:nte .. pera expiar u ,1.ilpa como rt'nda ou reton10 de in,·esrimento t'.lo Olflilal}. Alem do mai.s, so)uçt)es:
sem sennos jamais forÇ"ados :i encarar os assuntos fundamenta.is. at>andomm· r,ro.i,:.ram~da:i são mc:.·ios claros: e exuemamente relevantes para entender c.."O·
00-a;, e natla fazendo por eles:. Nem é soluçA"o participar d.1quclc turismo rru1 ,~ rt:eursos µ:idem ser rr..elhor mobilii:i<Jos para. a l)l"odução de maiS·\"a·

124 125
füt, formu!açvt.'S haseadas na obtcnc,'fo da igl1a!dack na distrilmiçao sl'lo iam· nossa f'C<,nomb. C.omudo não sao meramente idê-iw e conceit0$ que 5iio pro-
~m ço,nr:i-re\·c,lucioo.·kias, a meno.':i que elas sejam deri\'OOa.-. 00 entendi- du:ôdos. Tuda :a orj!anlZaçi.o do 5-,b,er (11. or~aniwçâo do proces50 ffi? apren<li-
1ni;nto de cnmo a produç:J:o ~ organind.i par.1 criar mais•\·2lia. Examinando 7.!lgt?m. a t"",Lnuura do sistema edurn<"Kmttl, a divisão do saber em disciplinas
qucstf~s como ess.1s, podcn'IOS final me11U:• COl'TK'Çar a avaliar as t<.vrias exis- dis1imas erc .) t::4mbem reflete os interõ:-;es domimmt~ n-a soçi~ cle. porque
kmt:.~ e oo r tux...:;!:.ú (quem si.\he?) rah-e-t Ç'OfTICÇar .:l ,imronttar o:. ddine--.i- estes s.1o 1odn~ ftilrl<::: do vtocesso que cootribu.i para à reproduç11o da .sodeda·
memos da 1K1n~ tl:.'OJ'ia. de. fürndan(es lonMtkis s!l<>, assim "produz.ido..~·' como geógr:1frn,, pt:.mcja-
L'rll!l ré'rnluç.io no re11s..1.mento dcmifko e efe.tind.. por Kl~us e cooct-itos dorcs. quimit.~, rnê<lkos, professores e outros. Nâo estou dizendo que n1lo
diJ"Nores. c:atç.R()rias t.' relações {em um .si:-.tema superior dt! pensamento) l;()s.&3 haver di\·t r.sidM.le con~i<ler-ávél nas h.)t ma:,, particulare:i. de o rgani:t.aç,lo
qu..t1l00 de<.·idw.la contr:i :is realidades que requerem a e:-.:plinção, de modo :11..mfl-mica ou oos sentimentos expre-ssos. Mas. çleve-.se dil.<'r que qurdquer
qm· <."heJ.l.<111l(IIS .i fa1cr t(lch nr:osiç:lo J\tjut!k !>'ÍStema de pensamcntô o lhado qu-e seja a forma ela (b·c: ser tal que satisfaça a nocessidade primária de per·
çclf110 ridkulo. De.'i<k qut> romos, na malor p-arte, nossos prórrios principais petua.r a sociedade em 5f.'.U estado arnal. Isso significa que em geral todo o sa•
O('<l1lC11t(':\ no ~ u.nto. muiros de nós <le,rnbriremos que o primeiro passo ber e difund ido como apolo~ia ao Sldlu.J qrw e n ,m formulações conHa•revo-
init~ial nesse t..'liminho trará descoofor1c1, pc:ir fawr·oos olhar ridiculamente lucioná.rias que funcionam parn frustrar o. investiga.ç.'lo de alternativas. IS9l,
(':lra nús OK'Sn'JO..:;. i\:3~1 é fácil is..~. patti<:ul.urm~nte se e~1a.1nos p0$$uidos <le tflmbém. si~niíic-a que a m_g:mi:t.~ilo do saber (induindo as divisões discip-li-
ori u.Jho in1dt•c1ual. Ulteriorrnantc, •1t'merp:~ocia de uma ,·erda{leira R-'"\"{Mu- ni1.rns) tem um slutus quo ou postuni contra•rc,·oludonôria. O obieth'O do
ç.;l<t- no pc;nsamento ~•g,àliro está dt>stlo.cda a ser tc-mpemda po, um em1,e• :-~r f! sua o ri,:.aniz:1ç1io e di~minação são inerenterne:nte rooserv.tdorc:-s.
nho p.ll'. a il vrãtica rtt,·olucionária. Ccrtll.mt:nte, a aceitaç:lo geral eh teoria re- ~ o inti:rior da~ d isciplinas c!e,·emos. por i$....O, esperar que a m:1ioria das
volucio11jria dtpeadt::ra <lo vigor e cfotin1ção da prática revolucionâ:ria. H:1- focm\lhtc,-cJCS 1cóficas serlo do .5tatus quo uu rontra-revoluciou:íria.">. Essas
\"C,;r ii muit,1s dl·Li:il"11.·:-. J'"<.".l>"!-ítl:fü tiifkx+,, d<: roruar. d~dsôes t}Uê requeren1c:mpc'- lormulaç&-:s reificam ca~ctcri.~tic::ameme {e desce ou d:iquek! modo, racita-
nh,1 · ·n::11 · ' C"f"11.1'Slv .i emr,t-oho ' ·mtl'ain,'11lc: lil1<:ral ''. l\1uicos de nós fut iri::- memc. leiitirn:un) untl situação exis1enle em fo rma de conceito oo, aliás,
nKK . indul\irnlx-lml"-ntl'. :mw,._ d(• a~umir tal empenho, porque e certamen- (quando o:lo ipropri-ado) disr:ensa a .item;$o do..:; cflj,eth·os reais ~rn assumo.:s
te muito confrn·t.h-d ser um mero libc::ral. Contudo, se as cond,çõe..~ s.:lo r:k> QU1.' sfk> im..:lt:\·a.mes ou de menor ~iioif"1<;ado. A última tática dá certa qu1'1i-
S<.'>rias <."ClfTIO muitos de:: nós acreditamos, c::nrno chcg,ucmos, cresc~memenre. dadc irn;al á teoria - uma m1.alidatle que é particularJTlênte marcada em
a recunhocer que nadiil mais pooc ser perdido por aquela esp€dt' de empenho, muira<; tootias nas ciblcias :sociais w ntemµorineas. ConseQlientcmcote, 1or-
(' qua:-.e tudo cslá por ser ganho, e <.k"eríamos foz.t.'1' is~n a scMUir. na-!>e um ato de comci('f'lda revoluô o nárüi para o acadêmico dt'snudar-se de
pres.-.urosic;ól.'5 çontrn-re\'olucionárias parn agarrar•u: à realidade que a;ta-

Comentdn·rJ µ(te.rio,·sobrt t-eori,u rernl11ck,nt1rias


e
mo.i. d~ i~natfamcntc: Lentando analisar e comprreoder. neces.sário um es·
forço !->'Ímibr r,ara recoohecer a qualidade: ap0logética df.> muita tcori11 nossa.
e comr11-1·ct,,olm.:·i.ó11Grias uu ãdap1ar a t(.'Oria do s lil.lrJ.$ q 110 para lidat t.--om circun~aocia.s nKXlifi,c-a<las.
Tais .:nos tk.· omsciênóa revolucionária são c.tp:i7~ de gerar re~·oluçlo no
A t'Cil:ç:io n uma ~·e-r.slo t orrente dê.~e ~inigo indirou et-l'ta arnbigOidadc na pensamento &,;mro de uma dis.ciplin-1. É instrutivo rc-lémbrar, por exemplo.
apr~8t'fltl.lçdo rdati\·a â rel.+çlo etilre o emJ)E'nho lnrerdiscipli lial' e as R'\'O)u- CJlM:! a.... foa-mula\'ÜeS Ílmdamen1ai.s e baS:tilnle revolucionárias de A_ut ust
ç:)e; 9..lliais em ~eral. Essa ambigüidade req,1e r csclarecime1110. Li:i.•,ch r\ú t.'áfllfXJ d.a t( oria da kx:-alizaç1io nasceram de seu .senso de "dever
1

Açc-ito .- r,roposiçtio assumida por Marx e En~ls. em A ldeolog;a Alem1l, tt'11l ( .. .) n.'lo r:-.m.1 ex1llic.--ar nossa triste realidade, mas para aperfei.<,'00·
de qut" ;1 d asse dclf11 i1111111e produz as id{,ias dominantes na sociedade. Essa 1:i · · n9>1. -n.
flffi<luçlo ni"io ê u n1 processo ~imples. naturslmenu.•, mas &-.de logo :ts idéias A.~ l'ot"\"OluÇ("'ie~ oo pcn5amento sao, tambem, necessárias para manter :i
.L.><:mcfas na sodcdack ,-.ão !\'.i que." Silo -1..Ym.~is1emes mm os interes~ dos que ma.nir,ul::iç:'ln t> o o.m1rok.- em cirrurLSt.lnc.ia,~ de mudança para os que pos·
<'St.lO co m o conrrnlc t'to-s meios de produçào. N:io há conspiraç.lo neceSS-caria• :,,uL·m o controle: cios meios de produção. A r(!voluç:io keynesi~na foi nocc-ssã-
rn<:ntç çn\·oh'ida {embora o t..-c::mtrole de opinl11o, dt~ in~n1-ç:Jo e de propa~an- ri,1 1-x.1rque- a.:: troria.._ elo slilltJJ qurJ <la geraçio antcriol' 11ão er-arn mais forra-
da muita~ ,·(->u.'S suprima i~ias potçncialmerite J'C'~·olm.:ionári:is). A ''mão rnl.'nt~s e(etl\·a:-. para sçrcm usadas em t'iffunslâocias moclific&las. As fC'\'O-
oculra' • t: :-.u~m.:m<'nte ek>tiva em dofnin.ar tanto n~os penslme-ntos como lm,:C•t·, OOfl'-'11' :.'lmenlo são a$Sim possi\•cis e flect'S~.;'iri:is sem revoluções reais

126 l l7
na ptática social. Nfo desejo minimiz.a.r os e5for<,·os ou o signiftcikJo da!>. r1,1\-o+ fo1. Ü.~ tarefa ~ abiun.r e rejl'it.ir 0110111.s t;uu e :15 iormulações. CO!UN·rcvo•
iuções ,gerudr:t$, intcrnaTT)(,,:nte, envol,•idas no pén:s.amento disciplinar. Ma~. ltK'ionMias. E~mos, prec-uiamenrc em po.sic;ão d~ idt..">fltific.1.r o joio dn triJ.,'O
~ tais re\·oluçôes 110 pen.~amento são mais do qut' adaptações. pcl.is quais os l·m 1-«is.su pensamento, e demand:m~ algum 1<Sforço fazer isso. .Mas. faz seoti-
que tém o COJ.llrole 1111 ~ociedide perpetuam sua habilidade de contro le. elas <lü lt'flia.r essa can.-fu somemt- se üvermos c:m m1mte o cc1nc1:.\'.to mai~ ampl(l
devem ~r \·i.stas como o começo de um esforço para introduzir uma teoria do mo"imento Soci:11 ç a mac.:romudanç:1 na qual cst1m1os: trabalhando. O que
te\'Oluciomiria m:ijs completa que possa ser válida .itravés da prlltica re,·olu- fazi,,mr"' ern #()~rnfü1 ~. uhimamentE. irrelevaut(!; e t: por is..-.c:, ck:5ne-ce.!õ5i1rio
cionária. Nisso, dí.-..•e ~ r prlmeiro reconheci.do que tudas as fromdras d isci- c.-,.Lar prt'0(1Jp;ldos com algom t'Sfutço pal"OQ\d:d por alcançar o poder dentr'('I
plinares sâo clis próprias contro1•revoluciorúrias. A divL~:1o do conhecimenro <le umc1 di~l'ifilina rartirnl:ir. ~teu ur,i.fo por uma revolu('ão no pcnsameotn
le,';1 o corpo poli[ico a dividir e a dominar tanto quanto se concebe :i aplica- W.'f)J::T"'.ific:o 4-1<.·\·~. por ~~:-o. ser ioterp1'C:Lá<lo como :1pelo por 1,1m-a rt!Íormulação
('ão do conhecimento. Isso, tambêm, toma grn.nde pa.m.· da comunidade oca- <fa teoria t~ráfica d(!st.lo;ub a "atu.ili1.ar-oos" em refação a-. rralid::idcs
démica impoc:ence-, f101°(Jl1e Je~·::N'lOS a pensar que podemos entender a real ida- qur p.rocur~mos <'1'ltCl)der. assim c.:cimo colaborar na g rande tarefa stK.~:'!l de
de so1ncnte atnixb de uma sintcsc do que cada disciplina tem a di1.er sobre t ....limuklr 11m dt-spcrtar polJciro naquele se~mento d.t popu.laç;"io chamado
:i{'ll ~~m1mto particulwr: e rapidamente sucumhimos ao que e uma tarefa ··,#-<1i,tr,1fo..,· ·. J\'kus coment.irio.\ sohre re\'olução scxial dC":>tinarnm·se a dt'~·
<~o clar..imente impossh-cl. Estudos inter, multi e i1uni-di.i;cifllin.ares sl'o po· u:ihrir que 11 eti,,idadc imnidi~iplinar deve ser formu taifa no niai~ amrlo
tcncialm1,mte revolucionjfios. mas nunca realmente acontecem; tJS ob:st1cu- cr1ntcxlo social. e Je,·e ta,nb\:-01 ser, ulteriormente. !mb~titu.cta por um mo\'i-
los. comra eles são f:i.asu.nte gra11des. A realidade tem que ser, por isso, abor, menlel social real. Eu IX"'ÇO desculpas por e&'i.i di.stinÇi[o n~ó ter ficado cfarn
dada d ireuuneme mais do qne .itravCs de form uiações das disciplinas acadc?- na apre_',('f'lt3i;_iio o,;~inal.
mk~:;. Devemoo pensnr' em tc;rmos n:lo dLSCiplinares oo conu-a disciplinares Eu insisto t:rn <IU<: há um número dt- t.irdas positivas a SC1'C'll1 tle.~e-infl'C''
se queremos pem:ar 0cademiat10C'lltC sobre todos nossos prob!(.!m3:;_ formu- nhada5demro de nossa <"iisciplioa. Tc:1"11Us que limpar o tumulto conLra-revo-
laÇô('s genuinamente revolucionarias não podem ter base disciplinar ~pecífi. looonário que nos ccrc;1. Temos, t;:unb~m. que distinguir a quaHd~ apolo-
caj elas devem referir-se a l~ os a.-1;pec,:os relevames da reaUdade ma.reri.li. ~Lic-a cio .tt.:Jlus QzuJ de) cesto <le m>-ss~ tcorfo. Essas. duas tarefas pOdtm de fo-
lnfclir.ownte, ~ maioria de nos 1\a academ~ foi tretnad.1 para 1Jêl1sar em ter- ro St"r derivadas da cok,ça~·Jo de um mimt'fo de proposições S<:Lbft' a natnrcz.a
mos de (e para dirigir nossa idemi-dnde a respeito c.lc) dis.ciplina5 específicas. d.:. tt•oria. Deixc-nx: coloca-las. abaixo. tanto quanto posso:
A ..:eo.'!rafi a wrn 1m.-11os prubfornas com i.sso do que a maioria. desde que a 1 Cada <liS<.·íplina 1-ilua prol!lemas e soluções através de um estudo das
maior [!arte dos geógrafos tem fXlUC!l i<léia do que .seja ge-ogr-a.filil, e São força• condiçtl(.,:,; re.1is mcdiad:c. atr::w<-s dr. uma estrutura ceórica que consiste de
d::is a fazer grande uso de outras disciplina\ no curw de seu írnbalho. C.Omu• catt'jtoriw~i'k.~, Jlroposiçfies. rela~·Õ(>JI; su~sti\"as e rondnst'b ,'lCt'ílis.
do, todos os acad&-uioos têm que "deseduc,1,-..sc" cm a[gum semido para 2 H t trê:-: c:sr,t.'.cics de tt.:Oria:
Que esrej.arr: realmente em posição de confrontar a.S realicfade!- em tomo dek-s ~l) A eem·it1 do status Qrw - urna looria qut: :se apoia na re.ilid.tde que
de (luaJquer 1nodo <lireto, ck~ •;:, <k.""Sc:Tt.,.·cr e (ll.lt' rer rcwnt.a, m;ur~da~me;, o fc:nôJTK.'nO que com cle li-
Confmnt:1ndo nossa situação, dir~t'ilmenle, tornamo-tlô.'i ativos p:utidpan- cl, t·m um mc,mt1Ho pM1ic:ular no (c...mro. l\la.~, tendo atribul<lostat1is un.iver-
tes do processo social. A rnrefa imelectual C- identificar escolhas reais, tais ~al <lc vcr<lad~ a~ r,rop(ISiÇije-5,: que ooncêm. t c-a1,u <le produzir p<1Miica~ ('lré$·
como são i,na.nc.ntes a um:11 sicuaçâo exisu:ntç, e- im aginar m~neiras de vali• criti\'a~ q ue· poot'm resultar somemt= na peíf'(.'lUaç!lo do slah1-s quó.
dar ou it1\"alidar essas escolhas atravl-s dá aç-ãô. Ess::i rnrefo intelocm:i[ n~o é {li) A teoria contro-rct•ol11cionária - a teoria que pede ou o.lo parecer
tarefa de um Etupo de pes~!l:çharnada.s ' 'intelectuai.,;' ' . porque todos os in- :i.1"'.0i11da na realid.tde que l>usca retr.itar, mas que ohst:uru:::e. t:nt'\·oo e g,er.il-
dMcluoo são capaies d(' pen.~ar, e todos os indivic.Juos rier,sam sobre sua si• m(:'nl_c ofusG.t {mesmo Que por intenç{IO o u xide nt-e) no~a habilidàde em
tua~o. Um movimento social toma-se- mo\timcnto acadêmico e um tOO\'i · compreender aquefo re~lidac.le. Tal teoria~- usu;.\lmeme, atrati,·a E: por ve2,e..<,
mcnto ac..1~,Co torna-se mcwimento social qu.ando todo:<: 05 ele-mentos na alnn1ç.l con~nso geral porqu~ é ]0~11::.imente coerente, facilmente manipuhl.·
população reconhecem a n<.-tt~idade de reronc:ilia:r a an álise e a açOO. n:I. t');tetkamente Rraeoce. ou OO~t.ante nO\':l l' ele moJa; mas. é de muit11s
Gramsci (em Vklt111rJJ Sele~i011adoj dâ Cdrcere) pro\•é uma ;ml!.lise e:xcden- rrnmeirn.,; ba.stante :.1lheia à re3fülade que pretende representar. Uina ttoria
tt! do Jlapel da tuividadé intelectual nos movimentos re~·olucioná.rios. rontra-rc.·\·<llucionári.:1 automa1icúmtn1e fmsrra mesmo a eti,l\'ào ou a imple-
Ê re:1Iísta. contu<lo 1 aceirnr que- h.i um.a tarefa imediata dentro da g,rogra- mentação de rvliticas vi:ih"t"is. É p0r is..<x> um .trtificio perfeito para a nlo to-

128 129
mc1cJa (k- 4.lcó~ . llQíQU<-' di5m,i :1 alcnçiio <los a.ssu11tos fundamt."lttais p.3:ra as-
swllos ~ llll'ffiówi-. llO lncxistenh:s. Pc<lc. tambC::m. fo:ncio11ar como !>llportc
-csi1ú,io (: lc-~itimação di: ações contra-ret--olucion ãrins destinad.is .i frustror .1
tk.'('C.'S'lidaJe dt:.• mu<lan,.i.
(íll) A rcori,1 Nt·oluâ()11Jri11 - uma lcvria que está firmemenw 11poiaJ,1
na rt-,1lid.1dt• qut hust.<.1 rt'('lre-:entar. :, c.:uj:t-- prropo-.ic;re- lndh•kluais é atribui-
do mn sfohl-1' c:o nt ioienl'e verdsdt:im (das ~tão no prr(x.:es,l;o dt' tomar•~c: vt.·r•
<l.l,kirn:s o u "1!!!.a..s ckpt-ndendo das c:irrnm;tâocias}. Uma koria rt::\'tilucionáti~
CAPIT ULO\'
(.• k>rmulada dialericamc:ntc e pex.k tn1..e-r ô L'Ontliu:, e .i oontrad.i:-:IO dentro de
si. Uma tt.•otia ft:'\'Olucic:mária oferece OpOt'tui'lidades reais para momentos fu- Valor ele Uso, Valor de T roca
turo-.; no rroC'E.':t50 soçi:1I, ickn(ificando E'SCOlhas imanentes em uma situação
~xhte nte. A implc:mcnta\:iiotk'.~ ~h-;is senr~ rara \'alidar a teoria e para e a T eoria do Uso do Solo Urbano
JJrover os apoios paF.t A iormula~"ào de nova toori11. Uma toori:, revolucioná~
ri.t, r.:ol'\<ieQOenttmeott-, f)fO\"i- a perspec-riva para criar a verdade mais do que "'A r,ala1,,TI1 VALOR. e J)f('ciso obsen·ru·, Ct>rn dois si~niíica<los diferentes:
fX111l 4:tfK'Olltn1-la. .11}:uma~ "ez.t>s ~xpre,Sil a u1ilidade de algum OOjl'f.o particular e algumas vc·
.3 Pnlf'(l.'iii;..·üt-s individual!\ t, Cf.!rtnmente, estruturas teóricas glob:;iis o.lo f•·., o r'JOder ele ú'nt111ra de m 1t m:<. bcn5 que a J10$,..'a: daqudt: objeto t.n msmit('.
t,.làO fk'('e!õsariametlk oomides em Ji próprios em qunlquer , 1ma das ç.itcgo- C> pfimeiro pode ser chamado 1 \'-alor clt" u.~o• e o OUtro ' valor ,dç trQCtl'. A s
ria~ acima. Elas sonleme pertencem a uma (attgoria i;io pr~ dt: uso cm 1oi,,1s ele grande valor de uso 1\!m, Íre<jüentememe. pcqurnu Oll 1K11hum \'a ·
1

uma situ:te,"'° scci.al ~rticular. De ou tro modo, as prOJ}OSições e ceoria,; rx.'1'- lor 1!(: t r()(.i; e. ao comrârio, as de ,itrnnde \"alor de t r0<.1 têm. freqOe-1uemen-
manc..•u,;m formulaç_:(ics abstr atas, klealil.3-d;1~ e eu~reas. qoe possuem forma 1i·. f't'tllld'IO ou otnhum ~·:1lor de uso". (Ado.m Smith. 'l'ht Wtallh o/ Nt1-
n'l.L'i não <.'<.mtt'Udo (:;.ão mt>ntrneme pahlvra'S e :-lmbolos}, As formulações 1itm.r. 1776. 28).
conm1·r<.·voluciooáritis são, freqüe-ntém(:nte, mantidas pchTu111Cntcmcntc A <ltStinç;lo entre vilor de uso e valor de troca foi uma Íl.lfHt" prepon<leran·
ot~'ie e.-.t~do de ausenda de rontelldo. ic· ,ll· 4.."0r'lSlck...açiO p;ir.1 os <.'<.'()nomistas polit icos do s&ulo dezeno\·e. El.1
,i Um:i formu laçfto teóríca pode, logo que as circun.srãncias mudam e de- 1·•,cipulau o ponto de ~ r tida dCJS Prilt.clpi()s de /;cvnomi.i PoffticJ e Tribufa•
JX:ndc:rn de sua aplicação. mover ou ser mo\'kfa de urna categoria para outra. f,fo, c.Je Rirnr<lo. assimrnmo O Capital, de M.arx. Jevons (Uil71, 128·4•1) ma~
Isso acarreta dois flt'.'rigos qt1e devem ser cvit.ach'i. • 11iÍ1·,;tuu•se (Y.irn esclarecer o que rnrrt>tamente perccbi;t como certa5 ambi~
(O A coopftJf"~º comra-nn-oludonllri4 - a t't:\'t rsõo dl" uma Lc::Qria dç um ,•.uid.Kk·s {' inconsisténcia.s na:rt diSC1.1.S..-.Õ:..':ii de Srnith e Ricardo sobre o assun~
t-stack, rl..'voludonádo riam um comra-re:o\utiooário. ln: lll3S. no proct:'>.50, ele d imi!'lou muito.,.; as.,,.;tm !Q:;: de inter~.sse ~ .sociaJrnen•
( li} A ~slogm1çU-0 ,·rnura-re1·oluci<mJái1 • a eshi.t,n .1ção de um3 tt.-Oria 1,- tdev.ames li ~ , a dai. Eito cor0(1u \'iJlor de uso iiual íl "utilidade t"0-
fl"\'Olucion:\ri.i .itrav<'.-s <la falha em rclormulâ-la :1 lnz de nô\·:a~ circun~t:im::i:1~ 1,1i ··. <! \'alor <le troca à ''proporçlo dt' troo''. A última, <>ntlo. hi rclario-
t situ:içõcs: l'IOí c.s:se meio. uma teoria re\·olucion,\ria riode tornaMe u m:1 1wb à pri!TW;'irn, :i t l".i\'45 t;li;' ,1ma definiç:.io íormaJ - ckfJnlçilo que Jr,:\"f.)11.S
t<ona <lo sra,11.s (Jtl/J. 1111~.l,·:-t ser 11n1a ' ºcha\·(.• nle.'itr:-1 · ' par:'4 tmh o pr:n.sarm,.'fltcJ ççon(11n ic-0:
f\las. h.1 iambt:m clu11is imr,õnantr.'S tareias rç\·olticion~rias: ··A propor~ilo de troca <le duas mercadurias quaisqoet' serl1a ,·ecí11toca da
(ílí) A mJgoÇdo ,r:i'óluâomíria - tomar a teóíl:.t conrra-revolucicmáriu e p 1<'1"lfÇik> das mt•didas fü1ah: d<: utilidade das quantidades de rnercadori.1
t'XfÓ'lll! tal qmd realrnt'1lte e, 1111-i-. p,arn o t'Oll5UITXI depois Qtu.• 3 troca se realizou".
(1\ ') A roformulcç4o rei·oludonórin • tomar as formulílÇÜt'.'- du slffltH 1: . assim, Jevons tran!.Íorrnou a tt:etnomia politic:a cm c iência e<:onõmic~
quo 01.1 co1tJra-re1•ol1J,Ciüttdrit1s, colociHas cm mo•.:imento ou pro\.'t'•las de , u1 11 sua enfase em anificios teóricos sofistiai.dos para a anãlíse marf,!ioal.
conlt·fülo real. e us:1.-las par;t idenlift<.:ar ~ulltas reais imanentes ao pr~~tt.•. J••.\(-s artific:ins solistk.ados, intro.spocth·os em certos aspec1o.s. s.'fo insHu·
5 F.ssas hlrcfa.s podem ser realizadas, e- esses perigu,. pOc!em :-,cr evi1ados 1m·u10.,; fraco:,; r,ara lid'1r com ulguns <los probl1m13s importa ntes e relennte..,.;
~ nu..:mt: S'? n postur,1 cootra-revoludonári.t do esforço or,R:aniu.do <lo t.·onhe- 11~1•l'ililos r,t-1.t t<"cmumiH 11olhica clás:-.jca. ConseqtielllL'mt-me-, e&,es prüble-
t:imcfllu (e ('ll'l p:1rtic.nl:ir :1 divi~o discipUn,1r) ~· l'('('OOhl.•dda e re-:i.lmentc 1i,.1~ 1(1-rn o hábito das :l\'t'S de .1rrib~·ão. o dt ~urgir~Ol outr~ \.'t'J, com O()\'OS
Cllflfrnntada diretame,ue.

131
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1mjt-s. Ele:.~ 111.·nnei:11T1 basL3'1Ut- a eco11omi~ ilo l.,(,m-es1iU' e: assumem ÍOt'ma Este. sugere, aparece à primeira \' Í.Slit c.."Omo ·•rcfaçlo qu.1ntitatl\·a; a pmp:)r·
lxlsrante('Sped fica cm argumentos sohre a especifk:iç:Jo do b(.'f]1-cstar social. ção pela quaJ \'a]orõ de uso são trocados por olltros'' . J\las, em seu modo cl•
:-1 pmvis.1o de.- bcos públi1.:us• ., na1Urt't.1 dJs exet:dt-n1es dt.."'S consumidores e piro, p1;1,s~. então, a indugu tlas forças quç gc;l'. im o valor de troca na soc:ie·
ptOdutorcs, 11 namrc:t.'I e medida apropriada cb capital etc. Eles, também, d.ide capit:ilista. Ele coo.d ui que a criação de \•al.or de- u·oc.2 r('Sid,.. no rroees•
.surJi!.em na .ite-d pollt.iça. f:. e\'idtmlt!, por exemplo, que o coinccito social clt .~o ~ ial dí.' aplk.,1~0 de trabalho socialmente n~ssário ~ ohit:tus da nalu-
noc<'ssid:ide € o cortt.'<'ito erot1ômico de dem:ind.t s;to duas coisas b.ista.ntt! n.·1..l'l (\l:rn criar ob)C1os matc1üis (mcrçadocias) apropriados J'l(lr-a o consumo
dift'f't'ntes. ~ que C'Xislem em um" relação pecufüir entre 5i. Parece rek,..·ru1te, ( LLC.D) pelo hoim.·rn. Man,, c11tão, relacioo.i ,·alo r de uso e \'.i.JOf de troca
r,or i~. rell'm bnir oi dislir.i,;ão t!ntre valor de 1tso e ,._.ator .:k- troca cm 5u;i for- <ntre sl. Ê in1eressame cootrastar esse método mm c1d!? Je\'005 quç r«oc·reu
ma original e indagar se o deb:tte clássico pode prover qualqutr esd:tra:i- oi: $llrxx--içâo mar~nalista. Marx escreve:
meoco a respeico dos problc:,na~ urb:mos comemporáoeos. ''Atl• aqui , dois a.'\r,etios e.la mercadoria - \'alor de uso e \."alor de troca
Mar:-: fcT. várias e siw,if_tCati\'US contribuições partt o clroatC' d.'lssico. Essas · , for:u'r'I t>xarninado.-.. mas cada um 5CVitmdamc-nt1:. A mertildoria, t.'ü lllu·
roncribuiçôes, detivameme. soluciollll:m as ambigüidades encontradas nas de,, é a unidade.> <füel~ <lo \'alor de uso e do valor de troca. e ao me.smo tempo
dL~cus.sõe.-. de Smith e Ricardo. ma.s indicam uma dil'eç.lo para. a: análise ~ mt-rradori,.1 :;t1mt.nte crn rcfoçJ:o a outras mercadorias. O pmccsso de Jroca
econômk:1 bastante diferente daquela sofiscic.acb por Je~•ons. Parte da difirul· dt:- m1..•rcnlk1rias ~ a rd 1i1,.-.l o rMI que existe enlre elas. Este e o proi:e.so social
Jade c:oloc..da µd.i an:ili~ ck .l \fau «:~tá c-m sua m;melra bastante o riginal de de-scmpcnhado pek>.s i.ndh·íduc.1i: in-depenc!enrnment<' um: ck~ ouLrOS. mas E.'Ses
u:..lr as palaHas. Ollm:m (1971) r1roveu fK'Cnkmeme uma di..ci1..c.:são dr:ta· sornt-ntc..• tomam parte ndt- c:omo possuidores de merc.idoria~ ( ...). A m<;rôl·
lhada sobre esse tópico. A dificuldade .sucge porque Mar:t usa as pala\·ra::; ele- dori:i (.- um \"ll.]01· de uso, mas como mercadoria, elíl em 5i sim\1lumcameme
modo J inlftioJ t.' refacional. Valor de uso e troca nâo tt'!m signif,cado ern s-i -ndn {_,, \·,llor <le uso. Nr.o seriíl mercadoria :.t' fos~e \'àlor de nso para :;eu pos-
p1'ÓJ>l'ios. Ele1- não $ê n;.-lc.·n•m, como apa~ em outras <li~us.sões da t'poca. ~uidor : is10 ~. mdo direto [l.lra a sati$fu~·ão ck suas próprias neces.sid.-ide-5.
a dois. s.i!.Cffil<lS. de €3<.~ a.-. fi:<os: e se-pa1·ados (pas.suindo atribtnos uni\'e rsais), P-,m, Sc..'ll ('>1)$~uidor t:, oo contr.1.r io. tido f:ah>r d-e u.so, que é l'Tler.lmente o
que "existt'm" Hmbos ~m alM:um semido n prfori karu ian(l ()U 1::os.sam ser ck•pos.i1àrio íísico do valor dt' troc.1ou ~implesmentc; mt-ilJ de JnJt:d. O \"a\or
descoberto~ atr-.n-C:'S de- uma inves1igaçJo emplrica do comfx>n ame1uo hmna- ,il· t1socoolOativQ r,ortndor ~ \·a:lur de troca LO!'nil·se rn6t) de troc'11. A mer-
oo. Para 1\liin:, eles ~ nhfl.m significado (pass..i.m a exi51ir) atra\•~ do relac:io- C'Jdori<.1 (: \'t1lo r tlc:> U-!)(.l parn M::U púSSuidt)( soownte na medida em que C vator
namooto entre si (e a outros çrn1(.'«:itos) e atcavés de :;ua relação ãs simtlçôes e <!t (roç:1. ,\ mi'n.'adoria. por is~o. tem aind.i que se tomnr \ 'alor de u.w (...)
cirnmsiãrx:in~ l'm disc1L~slfo (Ollmfl.n, .1971. J79•89), A expresst'lo ''valor de um v:'llor tk u.<,n para outros. Desde que não ê vaklr de u.~o para St'U poosui-
u.~>· pode. assim, ser ;ir Ucacl:i a toda a classe de objetos, alividadt!s e c.>, 'l'O• tlor. dt:-,·e ~.'r \·alnr de uso para O\tlros possuidores de mercadorias. Se não é
tos cm situãçõe.~ p;ilrci<:uhm:~ sociais e naturais. Pode referir·se à ideologia 1•:-.tl' o 1..::L<;1.l. cnt:Ic> o ltal>alho ~asto nela foi tralxil.h{) inútil. e e> resulra<kl.
rcli,tM.lsit. inst.itui(.'fl<:'S ~ci:.iis, tral,alho, ling'uagem, merotdorias, recreação w n..o.;c>tJi\t'f'ltt'1nt' ll(1.•, n11o é meraidoria ( ...). Para tornar•~c \."alor de uso, a
etc. f: nx\'ílno rn.wáv(•I ro,~ idcrar o valor de 11.o;o do çc;mceito \·.ilor Jt, 11
n~ rt:31.!ori.t dc.'\'l' c:nc.:onlrsr a n~ sida<k panicular que 1.'la f"JO'\.'-ª s.·uisfa;,.cr.
LL~o•·; çc.'f't:1111ent<>. ist() e o que este l'n.saio pard almente prettnd<=. ,\~~mi. o:, \·;1,lor<':1 <le \150 das metc:3dorias tornam-Sl" ,·alores de uso por uma
/\ lar:-: deu b.'l.stame a.tenção .-o si~nificado de valor de uso ç valo r de ll't.)C:a troca mútua d<.· lt1siares: eles 1).1.S:-lain d.is nlàos pwa as quais elas: cmtm rne-io:<:
na: ~"ltil'd:1d<! 1..:::ir it:11isrn. T:1nto no.,:; C1ip,ilu los in ici:.,is de O ú1pital oomo t.'"frl dt• mil'.~, pam as m.'los dos quai.~ t-l~s seo·em corno b<;n:, <le co11s.umo. So-
Um11 Co,uribtJiydf) d (rl/;(d da Economh.1 Po!frJc11 ele detalha o significado n)C:nk t.'Omo rc..••..:ulrn<lo da aJi~m1c.r--:Io unlvl.:!r~:d de frlCl'aldotias:, então o miba·
t.lt.~sc.~ coot't:'iws no conrexto caritalista. No 1.'lllimo trabalho (que esbopre- lho contido m.·las toma•w trnbi1lho Ulil ( ...). Para tomarem--se mef'Clldori~~
mo:- aqui) Marx cornt>Çil Keitaí)© a proposição de Que cad11 mr.:·rcadorfa ttm corn v.1lon·, de u!ió elas devem si'r imeirnmeme alienada.~~ de,·em entrar no
dup.l() usp.:.--çto d<: cXJlTCS~il'o na 50(.;Í<.-dack çapitalista burguesa - \'alar de uso JN"OCt$..'iO de: tt'út:a; a 1roca. contudo, C rebr;lorrnda mcrameme com seu

l' v:ak-r de troca. EI<· afirma que "'um \'Rio< de uso tem vator soment<> em 11spoc1.o, como valores de t rt)Cil. Daqui que. sornente se realizando comova•
us.o. e re-ali1~1•&e no r rtlCC'.5~() • •de.: çcm sum1J''. Os valor~ de usn. t.'t>nsc:Qüi:ntc· tores de troca podem dlls re::1li:r.ar-sc coroo vaJ~ de uso'· (A CtJnlribtú1inn
111t'J'!lt!, "$('J"\'1.'nt dírctiml<.'ntc rornn meios de exlStência". Empreg,.lc:!o dess:1 u, tbd C:riti411e ojPolüicai Ec011Qm:v, 41 ·3).
maneirn. comudo. 1 ·o \--a.lur <le t1SO como tal está for-.a da esfer.\ de investiga- A tknica de Marx. aqui. ê ,olocar o vitlor de uso e o valor de troc.l cm
çOO da economia rolítica''. Marx pilssa enr~ a considerar o valor de troca. relaç;'lo di:tlétk;:1~ntre si atrav6 da fotm.i q~ eles assumem na mercadoria.

132 133
A m(·rcadoria também expressa um:1 séTie de rebçõe~ sociais. A ";ilh:n;iç:ln pac:iais e ec"n(wn icas dos problemas de uso do .$mo. O ó.ltimo J'ffifXlsiro (X'l<k
unh·1.:rs~,.. , sdirc a Qual Mar~ cscrl.'\-"(', L' ex;plicnda com gr:mde detalhe •lO'i :i,e,r t.\(1 h-tméfico à econornfa oonlçmpt'.m1nea CflOlO o é pan ~ flflá.lise espacial
Thc E,·on&mic (md Philosophie ,\.1,mu.rcriplS o/ IR# (pp. JO(, . J9). Ai, :Marx (nntl'mporãnea.
ml>Mt.a que- 1:i:o; st·rt"S humanos torn:mun-se. a trast'S da história. pro,!,?ressi"·a·
meme mais alienados (l )<lo prodmo do trnbalho (do mundo dos ohietos e da
mm1r..-z..1). (2) da atividade d.t rrodu\·ão (con10 perderam o con trole do$ O t'(zlor de U1fl e o ralor de troe.ti drJ solfJ ~ das !Mtijeit()rias
meios d(' r roduç:lá). (:~) dé sua própri:1 e inel"énte "t?spêi::ie' ' (que se b:1seia
no !'<'fnido pc:lo qual os seres humanos s~o uma parte da natureza, -e r,<:ir isso O solo e sua.o; benkitori-as são. oa Konomia capitfiliS(a conttmpo,-â.nea,
tt'm um ,111arnrt:2a humana) t' (-4) dt- s i 1wút'fic..~ (ú)OlO c~a indi,•iduo assnme mc,fcado rias. /\la~, o solo e as llerúcitorias nik> sil o mercadorias quaisquer:
urna identidade e ~ íorçado a com11ctir mais do que .t coopernr com os ou- assim, os COOl't'iC~ Je \'Cd<W de u:so ~ ,,alo r de troca assumem significado em
,m,.). Esses ª"J'l:'Clo..~ da "aliffictç{{o uni\-('rs.11' ' e.stfk) todos presentes na mer· um:l situação mais do que especiaJ. Seis. aspectos requcn;m particular aten-
cadoria. A men.-adoría. r:om<,l simpks ob;cto ou ..cois.a c-m si mesma•· . t ç.l'.o.
i-uhsti~1it:b rn:t aru.llisc-de l\l.irx {"t'la 111c.·radoria c:omo e-xprcssilo de inumcrâ· (i) O solo e :t.'i bcnkitod-as não rodc:-m deslocar-se livremente, e i"o os di-
,·cb• rd:iç'Õ<.•~ Stx'i~b que, atrn,,~s dt> :-implcs mudan(a de moos, pode passar ftorencia dt- o utras 1nercaOOrias, tais com trigo, autocni'weis. ~ similares. O
rur um:i trnn:.kmn.iç.iQ rJch(:11 ~ s.l'l.ni(ica<lo. A " meret<lo.-ia" :;is::;mnr: Ç(Jfl• solo e ê:1.5 brnfcitorias tfm loc,lliznç-J:o fi xa, A localiz..at,-dO al:,soluca confere
:;.ic_o nw~ma tudo o mai:c; cru{• esta ru:oritt.'<.'t!r.do na situação social, na qual ela rrh·ill,tlos de monopólio à ~s..,;;oa q ue u:m os direitos <le dctc.->rmím1r o uso
t' produrjda e con.•mmida. Ê tlesse estilo <lialt'tico e relacional de análise Que ncs.~a lcx:1din1ç,Jo. ~ arributo imporlantc.: does.paço ílsko que duas pessoas ou
1\1:ir.'< .~e st~rn da comr.anhia c!a5 :mâlist'S 1radidonais. ~lá indubitavelmt':11- enl~ não pos:o;:un ocupar exatamente o me-mo lugar, e esre principio~ quando
u.._ Ac1 m<,"$mQ tc.:mpo rcsist~nci3 e res~11timr:nto a (."SSC modo de ahord.ar: in5-LillKLon a\izado como pn1prio.la<le privada, tem ramiltcaçõcs muito impor-
Joan Robinson (citada. por Ollmd!l, ! 9 71 , 188) q ueixa·St;=, [J()f" exemplo, de tantt~ p;1Ja a u.-oria do uso do solo urbano e para o siiniíiC'ítdo do valor cle
"l-le.f!el rnlocaodo seu nariz entre eu e Ricardo". !\las, uma leituc-a cuida- u~1 I.!' do ,,:do1· de· 1roca.
tlos<1 <la {'-1,'l'i.;l,~t'fll acima suicn.• l]Ut a formulaçilo <le Mar:< nJo t .ibsurda. Ela ( ii) O solo e a.~ benfoirori3S sHn ,nerC3doria.') das quaís nenhum indiví<luo
produz intrc~pe<:ões mais odcquaruls a cercos resf)eicoo do que o estrata#ma pôt!t.> di:::f)t."llsar. NJo posso exis1ir sem ocupar esp.lço; não passo trabalhar
ima~im.1t!o f''lr Jçvons. Este s.u f)Õc; 001,~ sistema5 sc::ra,raOOS dr: valor que i:,o• .' km ocu1w t1m lugar e fa-,.er uso de objetas matcriai~ ai localiz.ados~ e não
dcm ser cofocmJoo cm rclnciooamcmo funciona.) entre si por um artifício tcó· IXJSSO \'i\'tí sem rno radia. de al'!,uma espéc-ic. É impassí,·d existi.r sem nl~uma
ri(.--o. E~,sa supci,sii;~(1 tem r rucluúc~• remirados import.:imes {particularmen· qu:mtidiidc dessas meraidod:1::;:, ~ i.,;so rosuinge fortt'mente a cScolha do con-
I(• 011 tmrfa C..'f,:n nômk.i mar.i,:im1lisc11), mas no contexto de \'alot' de um e sumidor t.-om respeito ~ el:;is..
,·alor de trtX:'J. Je,·oo a teo<ia econômica seja para d~S5'.)eo; um pouoo (iii) O solo e a::;: benfeitorias rnudtim de rnàos. rehnivamente com pouca íre-
ãri,J:1.~ ,'iOlm.i prnpri~adcs m<ttcm~dms dl" funç~ dl' l1tilidadc-, sc-ja p~ra QU(lnckt. Em <.:t:rtu.'i 1jf)os ele reali;,; içi·o de nc~,ci('I (p.1n..icularf11(.'fltc qmu'Kkt
t.1mfi:1r oa noi;ao mai~ do que oh51,Cut.:l. de ''prc-kr'tflcia manifosta'' que sim- <,".'iht <·11\-oh·ido u m pcsadct Ín\·e5tim<;:nto de ca('l.ical fixo), no planel3Jl)Cmo de
rlL·~rm·nlc confirma qoe ;i,:,, ,~,,;soas s.... t-un1ponc1m d<1 m,ido pc:lo qual se com- muit11s focilída.des. püblic~s (c:strada.s. escolas. hospicais êtc.). t i.etOf~ est-:.í-
ptlrUrn. Gc.'t\1~rnio~. plaocjackm::..'- <· So<;iNo;::os, por outro lado, tem 1ra1,ado c..le w:is <lo meff:100 d~ nioradi.1s com ocupanlt'!- pre>prit:"tários. o :ióOlo e as bc:nfci·
n-.i:•t'('adori3s :t~n.is ~m Sé\1$ aspl'CIOS Je valor de uso ou, .'-e e)~ prnc,_1 raram tori.i.,s a:;..c;umem ~ forma de mercadorias Cúm muita potic.1 fw1liên.:.:ia mesmo
l'Sd~rt'Ci1lk."fltns ant1li1.it1is, serviram-se inqt1~tH'.>t1aVf:lmcnte da.'- an:)lises q 11l' csct.•j;, m (.'Of1Sl'3Jll(.'mente em u_~D. l\'-0 ~ tor de alu~ut.'l do me.-rcado de
mar~mrus. O ,·,dor c..h: u..._ú rn:wê o sustentáculo conceituai ckx tratamentos m(1ri-!di.-~. ('m ãrc..·a.._ ocupacl~ por r r0111·~Nário:•• ck: IT)()(IO insU\·c4 e no .stlor
gl'lJ.i;tr:.ifko~ l' sociuk'•i~icos u alficiotllli~ dai probkmas de uso do solo, mas t varejisrn o solo e as br:nfçilútia.s as...,umem a form:1 mercadorifl com muito
~údo d,;; ht 1 motlo qut" i\.'i c..-sruOOs de uso de- ~ulo pcrm:,mecem ''kira da esfera m.iis frrqüt:ncia. A imcrpcnetni.ç-it) diàl,!,tic."9 do ,·ator de uso t' do ,•alor de
<li: inw.'iti~:1e;iio da t'("nnnmi:1 politica ·•. O mC:todo miinci~li. de u1loc::1r o n1lor trOC:lll m, for m;;i mercado<ia n:'lo se manifesta no mesmo ~rau nem ocorre com
de u~c:-o ,•;dor de Lroc".t e.·m rd!t{!lo di:i!<-tica entre si merece consideraç-Jo IJúr• :::i mesma freqO&icfa c-m tadts HS :-.t'\f>eS e.la economia urbana.
(]\ lt' fa\'OfeCe o duplo prOJ.~'iilo <le ,,;orwar vida rK.>va nos e:m1dos ,.l!:cográ.f.cos e (h·) O s,olo é al~"O ("C.'ITTlllíll!ntc e a probabilid.1t&.> de.· vid.1 d:1)) bcmfoi1orias é
SOitiolt\\~iCL"'t(; do u~ do S(l)o, e: de COO..'ltruir uma pe,nte enue .is abordAAens cs- muitas \"E'7..C:S <.-nnsidenh--cl . O solo e os bt-nfoilorias. e os direitos. de 1,150 a elas

134
liiado.<i, por is..-.u. propid.im a O[Xlítunidade ele acurnulHr riqu.eUI {t:mto para rí,tk-as <las pcssl\OOI são consideradas com as carai::tcristicas <la 1noradia que o
os- indi~·ldu<t:'- como paru a sociedadt-), M uilos bens de t:apital dcv,em 5ua ndor de- uso :1ssumc- real signiJkado.
qu:tlidadE' a eles. mas o soll, t' ai;. ed ific:_t,çÕE"S u?m si<lo historicamtn le. o rer:o~ Os ,·akires d(" uso rdk tem um misto de oecessidade e rei\.'indicaçÕl:'s so·
sitúrio 111aissinwlc5 e imponame de obter bcns de hen.nça. O solo é peculiar ci<1is, idioss.incrnsias. hábitos culn.trais. estilos de viJ-a e simil,m:5. Q\lC, dÇ\'C
cm um aspecto, porque não requtr ser m"ntKlo crn ordem 1xm1 continuar di;u. .r-.:;c. não são arbitrnriamt.'11lc: c:,tabck.sc:idos: pela · 'pura~• soberania do i;;on-
com seu potencial de· uso; M, <..-c»no Ricardo indica, al~ ''originaJ e: indcs· :rnrnioor. Mas, os \'ai.ores de uso são l>asi<:amentc formados rclali\'Mncn1c ao
trutivd" oele. E por isso, diflcil :nmlisar os- p.1drOO correntt'.,; Ck ll'iO do sol.o QlK' dc-\·erUI: ser ch.-lmaOO ele ''sis,<:ma <le stlStC11tação &:, vida' • do individuo. O
sem le\·:ir em ronsickr.t,:.ão este :aspec.·to. Numa C"('()llOmi,1 capitalista um io- ,";]lnr <lc: uso, oon.<.-cbido 1,.'m seu scnl(Jo cotidiano, ''pem1anece fora da esferji
J i\.'idu,) rem duplo interesse na Jlmtiriedade. ao mesmo ttmpo como valor de d:.t cconornia politica''. É essencial entender 001no esse si~cma de sustcntaçJo
U!IO atual e futuro e como "alor d{' troca potc1Kial o u atual, tanto ,i;go.r-, tle ,·i(l::l urera. l'\.1a..,., não irnpe.-ta quão solis1Lcadosi:ja nossocmcndimcnto di.,.-
como no futuro. LO, não p0clt:mo..,. criar un1a têoria adequada do uso do wlo urinu10 k,rn <lde.
(\·) A troca 110 nK'rC-J.do ocorrt: cm um momento do {empo, ma.s o uso se Para isso cmert ir, d~-emos focar a atenç.'lo naqueles momentos catalítico.Se do
estende r,or II m per lodo de tempo. Esse aspecto da mercadoria não e Pfc'CUliar processo t!e decisão sobw o u5,o <lo solo urbano, quando o \'alor ele uw e o ,·a-
a("t;'n::ts ao solo t' ás benfeitorias. mas a proi~rçijo <Je freqüêndil da U'tl(.-a em lo1· de LtO<.'à oolidcrn p-.1.ra tornM o :wlo €! as bmféiwrias !'Mí'Càck1ri:1s .. As: de-
rela1;;:Jo .'! duraç1'1o elo uso ê pc:çuliamX"nce bai.ll:a. Dircitw: de: cousumo nara ci.<;t'-e:- relati,·as l ak1Cél\'io de ath·itladcs e recursos <lo sofo são tomadas no.~
um l"'('ríodo rel,Ui\ an1ente lrn1gcy de tempo .s.fo obtidos com irande desembol-
1
1nonwnto<.. E<! 110.nicularrnentc imax,mmtc> p.1ra entc·ndímcnto do q ue <lCOnlt!·
S(l num múr"ne11to do ccmro. Conseqii(-mcmcnte. as in.-;tilUições financeiras ce nt-.Sses moment~ rer <:m mt:f'Jtt: ss carae1cristicas muito espocfais tanto do
de\'cm dcx-mpenh:ir um pa.pel muito importante 110 funcion:tmento do solo cosno da..~ 1~1lftitotia~ ck que o wki C: possui-dQr.
mercado do uSú do solo \1r-b-aoo e da propt ie<la-de- na c.-oonomia capitilista.
(,·i) O solo e 3$ b~n.fcitori:.1~ têm usos <li(eremes e rnimeroros que não ~110
mutuanK'me exclusivos p3rn n usu:irio. Uma casa. pot exemr,lo, pode ser A teor;11do uso doso/o urbimo
usada :<iimll[taneamente de tnuitos modas dift-rE."ntes. E.I.J propicia:
l abri~); A tooria t'Ol'Jl1.•111p0rânea cio uso do solo urbano (.'5-t.i cm uma ~itt111Çiio
2 uma qu.i.ntidaJc de ésp,aço para uso cxdusívo Jo)'. <x:upantes; peculiar. As amUises .se conccntn1m, til)lc~mente. (lner na-. características do
-~ prh-acidade; v:1lc1r ,ck, uso (atra,•(-s<.!o estudo do sistl'm.a.<lc sustcntai:.,'110 ele vi<la) ou nas ca-
-l urna localiz.aç-.,·o relath·a QUC' é ar:es..•-í\·d aos lui,tan•s dr: trabalho. oponu- ra,1cris1ica..-. do valor <l~ trorn (o .sistema de mercado de troca}, mas h.\ pouca
nidnck.'I df;' \-arejo, ,.-,,c:.n·iços sociais. fam ifü e ami,1,tos etc. fr j550 inclui a 0 11 Rt'llhuma iofonmu;ão 1"1ibl'<.· como as dw s podem 5ef' rel.acionad:,s encre si.
[Xlssihilic1ade do lugar de c.r-,1b:.:\lho etc. ser loc-..!iz.ado n!i prúpria casa); GC'úgr ~fcl:'. t' -..cl(.·iõliigr1s. ()(tf f.."X('lllplo, tÍ.'l"rl dc-scn\'<ilvi-do uorn. \·arietfack- dr
5 urna localil.'1Çs'lü relttti\'a qut é- próxima de fontt.--S de polulçà·o , árc,s de ((..'('lf'i: l~ ck- u:,o d(} ,".('1\0 . que:~ acl-m a padrões d.é u.so. A zona conc.Tiltrka. o
congéSÜOflamiffitO, footés de c.:rimc e risco. pessoas \ istas com OOa~raclo etc.;
1
nüdeo múltiplo e as ''teorias' ' sc-coriais nada ntai...'I ~ik> do que descriçt~
6 umi locali,..açtit) de \'iz:inhflnç:;i que tem carnctt"rístic-as fisit."aS, :;oçiais e jiént r:tliz:1d~ d<' padr(les de uso do espaço urbano. A tro<liç{{o dt pesquisa em
\imlx'1Jit11s (.sMlus): ('(.·nJ(1jl.i.t fotorfal chc:~a à mesma C::úi..-..:t c.:om muito 1miúr wliMiO \:Jn (e ai~
7 um meio para lucrnre aumetlfar riqt1eza. ,:um l'Sl..:tm.."Cimt'nto). Pnqu,11110 o trabalho de.~ ootros. sociólof!OS coo1u (}.ins
Todos esses 11sos, qua11<lo toi:nados juntos. constituem o valor Je uso J.a (1970)c· S\11des:(1%8) produz t.'étta dot.t: de realisn'i.u pai·a os sumirias eslatls·
casa p.tra seu(s) OC'Upa1He(~}. fust' ,·ator de uso nlo é o me:-.mo para todas: as tico.~ um rantoáridns <la ecologia fawdal. Vãricr.-; 01.1tros eSt1t1einas existem pa.-
fle...._c:oos cm rcsiJC'!l<;ias coo1par1.lwis, nem t con:,tante oo tempo para a ra R('ncraliz.ir cst~cistlc-amenlt: sc,bre os mac.ropadtôe.,; de uso do solo utbano.
nlt'sma pcs.soa n a m ~ma moradia, Soheiros inst:iveL-., joven~ ca...:1i'i c.:om fi. O ' 'noc!Ol•lo •• t'>:1xmendal nc_i::.::nh-o dedec..•finio da deosidade-popufação (e ren-
lhos. peo.soas idosas ~pi)S(>nwd:1-s, pe5SIXIS enfernw, jogadorc:o; e j3rdinciros da do solo} com a Ji">1il.nda do centro urb-.utó f~ irw~1ig:ido çom al~um d.cta•
tndoo t~m diforemes net:cs:sidacb e consorncm aspectos dilt-rente:s da mora- lhe. Varia. modelos fora da 1radição da íisic:a MX.:ial .- de qlH" a,._ lonnulações
dia ~m qm:intidadcs difertll te$ em suos \'idas di~rias. Oida iodh·iduoe .RfUfXl de Wilson {1970) -!"i'1o se1turamente os mai.~ sofisticados att' o presente- te.m
determinara, -dlkrcmtemt1m:, o \.'alor de uso. Ê somente quando :1s l1lnn.:t~· sido. l:.imbém, utilizados (Ytl.nt Qlr:,cteríz;;ir a:s mocrocaracterlstic.is de arh·ida-

136 1_j7
de., e US(l!i nu sistema uJ·ln110. Todas essas íormulaç&:s, contudo, implicam 1nknx."(.11n<m1ia u1mo inúteis. EI~ lançam lll11ÍlH luL :solwe o aspecto do \'3lor
m1 $OfiMit<1das ,rn.álises tk· p.adrties de uso que d ifNffil t-m grau. ma.:i; não cm de tmr.a da tooria de u~o ,k) i;olo urbano da rnesma maneira corno os geó,srafos
t":",11tóe. tb.-.; t'itptcssas no mapa de uso cJo,51..--i]o cru n:1 dt::-<;riç:in da atiYi<laJe J iá- t: StlCiblo~ lail(.Jm lu1. sohte o:s 11\rt:(.1·o s do ,~lo rde uso. Mas. uma lt!Oria
ri.i ui 01,n o l''ita se dCS<.·o,·ol\'<.> no :;.i.. .,tem:i de !>ustentação dt: ~-ida qut" C: a cir.!a- adequada de uso do solo urbano requer uma sintese desses dois ,1spcctos, de rnl
de;,. i\lu.iw po<le ser obtido por tais descrições. ,\ 1a~. c1-tudos como esses n~o mcxlo que chetuernos .to processo social da troca de mcrçadorius H Q sentido
r,::rdcm, criar uma teoria d(• uso Jc:i solo urb,mo. qt1e Marx concebeu pa.r1 ele. F.ssa teori.a não t: fikil c!e construir. particular-
Port..u,urastc·. as (toria.~<.le u.sodo solo cria.d.is fora da mkroeco11omi:1 n1..:.o• 1'YlC'ntt) én1 ,·i~ta cl:'.ls q11-:tlicbdc,s p«i.1lia~ do .solo t! das benfeitorias e dos usos
c:ti...;;~kc1 J't'Cacm sobre o ,-ak>r <le troca, embclr.i :1ssím fo1.endo recorr.am a e<;• dj\'{'f'SOS para os q1.1ais. estas (l{-.dt-m ~er ck:sünàd.ci.
1ratt!J:!,i.t ck,scolx.-ru1 por jt'\·ons, através da qual o valor de U$0 (utilidade)~ re·
!acio nado ao \'alor de 1r<:ia1 na mar~ m. Alrn1.-,o (1964}, Beckmann (1969) .
,\lillí- (1%i , J%9) l' i\luth. (l%9) prt..-S.'iu11t,::-m maxirni:z11cc,;;tl.) de ulilidade ele• A Jeoria mi.cmeconômica d{) u.so do.solo urbano
(XKTlportamemo por pa.rte dos indi\'íduo.'i. No mercado da morndi:i ~so si~nifi-
ca qu~ o'\ imliddUO"i ne,1..•01.:i:un a quantidade ck nlOrndia (usmdmen.LC cru1Cffli- Uma critica d.1 abom.~1 mktOL"'(.."'Oltõrnica ajudat-nos•ã a ídemilicar
da mn-10 t'.,pac,--o). :1 ace~-.ibilidaJe- ( ll.SU:i1Jmen1t:. o CL.listo de trans.pon:c ao lu~ar o pr,ohlc:ma: Kirw:m e l\la rtin (1971) cri1 ie.u-am. recente-mente. :i conui-
d.- cmpr~'O) e a ncc1..-ssicb<le dl;! todo.-. os outro:-;: Dt'ns e scn·içn'õ. <kncro de urn hui{:itl (k-si;;i :tbor<la,tc"m, prira ll05S,_1 compreensão dos usos do solo resi-
o r-çammlo mais do qu~ r-cstrico. É Jll't'SS4.Jf!Oi;{O qoe oo cons.u.~i?°res .s~o indi· tk-,1citl l: t' por rn.:,..u<.-s dí" bre\·idade 1..-01ll."'L11tr-..tr-oic-ci nesse- aspecto c.fa 100--
fL'ft•mt..~ a respeito de a!rta.~ t..Xnnbinai,'00 de tsp..lÇO t· acess.1hi!1<lack:. E, L.am· ri~ do u!,O tio soto urbano. De\·c fit.-r!l' e\·iJecut' que minh;,1s notas podem.
rem, r,re,:..upos10 que os i11di, kl11os Jlrocuram moradia em uma loc-ali1.aç-~o ,.:m 11rincipio. ser .J?{'t1cralil.«.las para todos os muros aspec.1os tio uso do
supe rior. ,m~ o ronto em 4 ut a. soma extra dt" "sali.sfoção" ohliilll com t~fllll !ótJlo 11rhanu.
mudioç.i i: cxa10mcme 1~ual ã utilidade mar~in.i.l <le dispenrler um11 qu;1n11da• As fornndações ti1~ica..-s. constniidas n.i abordai,tçm mkroeoonõmica, sllo
~ extra dt' d i1thciro. Uesta com::e-pçno, é pos.siwl dcri\'ar- coodi~f.les Que- estllíl ob\·iarnente nlo realisrns. e ~ rnlme-nte- acimitid:is como rnis. Mas, em!Jo, ist'o
pri1ximn.<i do ótimo (k, Pareto. Esse processo pode ser Lransfocm:1do t•m modelo é \-Crda<le IY.lf".i. todos os moJe.los. microeconlnnicos de qualquer espécie. A
d(' \'árias mane ie.is. Hetbt:rt e Stt",·eo.s (1960) formularnm •oo como u m pro· c.11w~ãn ~, Cí'ITT'IO el, n que i,:niu é a cooccpç!io }lff.tl nâo rt".lli.'lta? Podemos co-
blt"llUI de p~nunaç-ilo no qt1al os propriet.l.rios de imó,.,ci$ buscam ~u melhor r'tk'Çar a re.,;púl'Hk-r a isso comparnndo a nmirez.a s~ral dos rest.11111.dos com ;íl.
· •11awte ~idcocial' · de bens fora <la a..-sta <lo mt'.rc:ado gc:1·al de l(I006 ~ hc:ns ft'alidadc que estamos proc:uran<loentender. O fato notável. aqui, é que embo-
sllic..-ir<W a cu:.toe a n:strl,çí~ ufÇ1uncnt.i.fi35, Mu th (1%9)de.<wtn\'Oh·c iormu· ra ;i..-: t('o ri:-1s (•Xtrnfl(lfod:1.~ analir"-~amentC' da l.'.!.truturn miC'f'Ot.'('tJOlimica nff:o
],iÇ(Í(.':'õ flilrlicularmeotc ~ fi.~ticn<las. n.is quai'> elCI tt:1 \la jum.:ir aná]i~s da rm·
pc.1.-to;um Sl'r o lhacfas como ''\·M:ladeiras", no senti-elo de que elas têm .-;ido su•
J ução de moradi.i. 11:-tlo:;ação do f.'S.t oque dt moradié;I tx.~tcntt. 11 ~k,t<l~'âo dt' ~ ir.as a ri~orosos testes emplrico:s, essas teorias de u.~o dn Solo urbaoo (einllora
RJlo p~fa l.lM>. ,e- o c:omp0rtamc-nto ck maximi1..ac,':.1o d.1utilicbde pOJ' pan~ dos oornlêlfi\-as) alcançam resultados que não ~tlió muito looge da.-. realidades da
t..·onsumklores individuais com di(ert'lltes caracterist.kas &_, renda e prt"fcr('fl• esLrutur.\ urbana. De outro medo, olM·las eocão como k nrntiV".t.,;; empirici."1-
d .-is divçr~L~ de moradf.-. ()ufí('g aot<>tes examinaram c1 rompetiçâo pelo espa- mente relevilnles pode não ter sido demonstrado, mas, tamll€m, nOO têm sido
ÇO(: l0é:11li1.aç-ãoentre u505(1ifi:::tentes (comcrciál. l11dusrri:.1J, residencü,~. ~te.). n:fotado. E..~~ toorias tlevem, assim, ser olhadas tal\·ez., como <':U3Cteri7~
~ t{'ntadflí \'('C"C$se COfJ"õ de teor ía do uso do solo urbano como propiciando gc:rai.s não a~urdas das íorçasque g()\'em.am o uso do solo u rbano. Há, contu·
urna cstrurnra .idcQl.la<lA p~,a ::1 análise.: das forças de ~rcsdo que dirigem o do, ospectos c-m que essa coodusào prellmin;1r cle\•e Sl!r c-riticadà: explorar€•
uso do wlo urbano. Infelizmente, esses tt'Of"ias abn.ra~rn-se da.s ql1~t(ks de
mo-las agora.
\.';_Üo r <ll• usoC> fa2.t:m muito 11(1Ucopara colocar o valor de uso e dr !roça junws, l·lá oumcrosos e diwr..os atores 110 fl\efl"ll.d o de- moradia, e cada grupo rem
como fa:zeoi as íom1ulaçi'les de gi.::ó>trafos (' S<lciólo~. que comé'Çj.m com o um modo dístinto de determinar o \'::dor de uso e o .,..alor de croca. Coosidera·
\'ttlor- de uso como consicleraçgo básic.i. O fato de Que OS 1nodd os <re n~mo.,; a r,t:~ret-"tiva dt! (.'ada um dos principais grupos que operam no mercado
rn:t:iimizaçlo d.i utifüfa,dc coor~m afir ma<.,,IO precãrfa :i rc.spcito d.a relaçlo en- de.· morndfa.
tre \'alor de U:i-0 e \"ator ele troca não dcveri::i lev:u -tlos: a petl~IJ q ue os proble· ( i) Os 1mldrios d4 moradifr co11.'i0mem os vácios aspecros da habitação de
ma.~ l"C,J.is foron1 re.~oh'ido::-. Nilo S.t" , rata de C(Nldên:u os modelos derivaclos da ocordo com seus desejos e neçe.:.sid:.:1ck5. O \';i]o-r (l(" u~o 00 casa é deferminado

138 139
pela oonsidcnii;:110 ronjnnta. de uma siluação peswal ou de familia e uma casa rapidd ol,solt-$Cú 1d ,1; a St~ u11d.1, :! ho:.1 posiçào e manuter..ção. ,\ c:SC(llh.- de--
p:1rticulsrc111uma localiz.açlo J':(lrticul;.;.r, 05 usuários proprietários estlo rda· pt.>fllk· t.lib drcunstáncia.ot: - o f.:1.1sto dt> Of)Oftunida<le d,, c.-af'Htal im·~ido em
1..i onadus com os ,·atores de u..-.o ~ agem de acordo com isso . l\'l.ts, tanco quanto nl(•radi:1 M•ndllOpost() :.l 1"(1d;t'- a-. outra.ot: formas dt' im ·~-ttimenm, a utilidade do
uma l'.llSQ tem uso como potencial de: riquez~, o \'alor de lroo1 pode? wr cmtSi- fin,mci<:W knto dt hirvtaa t.1c. Qualquc·r IJllt: st'i:1 a i;".trat~J:?ia, renne.o('('c- o
dl.:'rndo. Podemoo manter nússa casa em ordem para qut' po:ssam05 u~•la me- fo t,, c.k· (IU(• os rl·11füta~ rn1fi:--sioo;.1is cuidam <.la àf.,;:1como mE'io de uoc.1 e não
lho r, ou podffiRl5 mcxli(icã, la oom a inteoç:So de :mment~f 51:\l 1,alcx de troca. u 'l"Ou ,.-:iln< dL· u~o r •1m s i próprios.
o~ usuários p.ropric:tários, tipicamente, tornam-M~ inter~s.sados oo yfilor de (i\-) UJ úu·or/mradQres t' a int!ústria da C<lflSLru~'ãn de mo raJfas est1lo en,.-01-
lHlC.l em d(li~ r,c,nt~ - · no momento da oompr<1 «.: quando rclonnas maiores \"idn:- nv rrc.11.:t:x.•;o<le-críar 1)0\"0S vakM"c."Sde 11so r,l(rn outros. a {im de re.ili.1,ar
05 forç-J.rn j olhar para ~uas, r('.'õttiçiit:S or,çamentà ri}ls. Locatáric:is (e o utrP.S es- \-alore8 de tfl.ll'a rar,~ si rn:'1rri~. A cort1prJ do ~ lo. sua prí•p.ir:t~·:ío (pa ni·
p(•cicsdc u~ufruluários) c.-st~o em posição hot;n~ diletente r,orque o valor de u~o cularm,.;ne,: .i flíü\'i.~.lo <lt.· ulilidadt's l)úblic-a'>) e ::i con.~truçào d,:: mor.idia
pcopiciA romenle um ltmitc rndomd p:u'::I a ação. enquanto o ,·:ilor de tine-a \"ai rt'qtk.n·m t.'linsici<.•n'i\·eJ de$(.'ffibol"íodec.a-pital t:m !Kliurnamt't llo ;'l: 1roc~. A.:, fir -
1~r11 o r,roprielário. i\1as. todo:-;os usuários de mor.adia. tem um objtti\o simi· nta$_t·m·o k iJa.,; n('),..W 1, roccsso tc'.Stâu .suj(."11.is t'i !"ll'CSSilo rompetíti,·a e dt:vcm
la, - o bt<'r valores de uStl alravi.s do arr3.njo do \'::dor dt uno1.. n•,1lir..1r lucn ,. Eh.~ tt; m, por is.so, forte in tcrt.-'S:-< empregado em proporcionar
(ii) Corretorer de imtJt'ei.t o ritr.JJD no me-reado de moradia para obter \",:Ünr
1
'-" Yalon:~ <ll' uv, 1 1t"<.'t•.~:,;.ários parncihler bc·n1dk:ioo cm \'aior de: troca. 1fá nu·
de trn("J.. Eles obit'.'.m lucro a1rav(-,:; de com1,ra e venda ou a tr a\'és de oobrinça ml·~ 1~ L"i m:imtira~ (k·.i-:.<1iS<"'lu ik~ai.:) para ,uln~ir ixw , t! cenamenlt' e..,w ~nipo
de ç~too tlc- tnmsaçllo r,a.rn seus .':iCr\"iÇOS como inretm<>diárfos. Os. intenne- no r~lt•fc.""(IUO Jc.. 11l()r;1d1a: km forte mtl.'res...<vC cmpre,a,?ado no PfO<.:t':1-~ dt: subur-
dilrios. rru-arn<.>nre. contribuem m uito para o \'alorde m;o 00 c:a~ (embora des b.1m 1.iç.li) (•. l'lll mt·not µrnu . no f)ftX."'l'S:SO d<: re-Jbilitai,.'ào e (~dl;'~<.'nvo[,·imen-
possam rf:alii.ar ali;::lms mdho ramt'fltos ero certo" ca""-OS). Para o-;; imerrnc..'Oiá- l('I. D:, ml-smo modo Que o~ intermt'di-'tio~ c::sti«.• llue rt'5..~~doo no i umemo t.b
rios, o valo,· (~ ,1so da moradia reside no ,·oJurne de t!'ansações, porq,11; e nlt)t')i!idadt·. (1.'. incorpon:1dr.11't-S l.' firma<; de u:m.~truçOO cst;:'lo int-ere"iS.t<los em
<le,-.tu:i. guc clc:-s obt~m o ,·aJor de miça. Eles operam oomo e:npres.i rios t.""(10rde· cttX' 1nW1H(i. n.1.:00:stnwãoe l'(;'abilit.iç;lo. fa~~S: (]()is. fll"llf'OS esmo int<:re-~das
naJon._
,_.. nn nwr~ado de mo radia: trabalham sol, pre~ coorror.uiv11. (' m.-..:es· t>m ,·al01·t·s tk: u:.t1 1);11-a OUTfoS:. ~ nw:nte na medida cm qm.' criam \'tdór1,~ de
tr111:::1 r;1n1 ~i prúpt"ios.
.~i1am ronseF,u.ir<"erta roti,..10Cc lucro. Eles tfm ineénti,·opara aumentar o ~i-
w not"Stoqt1e d(-' monu:fü, porque isso Je,·a a uma t!X]J.i:l'I S:k> do nef,6do. O giro {\") l'!stitulpicsji,umcein:J der.em[')('nham JYclpe] imµortante no n,en..-adfl d~
1,,'("ld<- ser e.~timulado p0r meios ~ticos ou niJo e:1ioos (a demoli1,<lo ê um hom mo r:.1tk 1 t•m rd,f\.·à11 âs ~·,m1(.· tc.'fi~1ii.:m; r,.1nicul.1r1.>s da h.thitação. O finandn·
ei.:emplo dL-stt:-!. llltimos). Os corretores. podem, assim, desempet1lur um pa1:c1 nMlH• <l,1c.'3..-.a pr<1,ri.1, t-rn1,n."t.>ndinic11too de pro11rict.lrios. dc.,c:nvol\·imcmo t:
em um c<mtin uum como t-oordcm1dor<:$ pa.~SÍ\'Os do merru<lo nu çonx) encera• 111 •~·,1 l'Onstnu,;ãc). R~('Jn rx.-sat.bmt..Tile .\obrt' CJS rccurS(lS. de tnmcos, compa·
jadord dá íltivid:ide do mercado, forçando-o. nhws. dí.' ,\('J,:tlr<is. S<X"ll'Jadc..'S d<: cons-trnçM e omra~ í11,,;tituiçflc.""S <le fintinda•
(iii)ProprielArUls operam, na maioria, com rnlor de trocu i.:omOS('\I ubj-eti• n1,:nw. ,\.l~umas ck.--ss.u.,; instituições limitam-st• ao fin;1nt"i:inlC'nto do mercado
,-o. Usujrios firoprietMios que alu~.im uma JY.lrlc de sua casa rfm duplo c)bj(:• dt· mor,tdia fo,..., .t<i.SOCiac;.·tJ<,~ de f!Olll'l>.1nç a e'. cmpf(-stimt1s m):I. fata<.klS Unidos,
1ivo, na1urolmentc. e r;.xk·rn SC..'f' mothcadc1.-. par C<M1:.ideraç{lC.'S de ~·aloc tle uso. p:ir c.:xl'rl)pln). i\las. ootra.,;; s-cn·em todos m selores t' tt'ndern a alocar seL1S:
(01110 ~ que ocupam IO<la stm pro priedadt:. 1\1.u . propriet:.tri(l:"i rt:nlistas olham hmc.Jo.\ c.·m IYlDr:tdi,, l.into Qll.l!llO eri:u orortllnidadc.:s de moradia par;i in\'esti-
a casa como n1eio de U\lc,i m sen·ii;o:. dt' moradfa .:;ãn tmn,dns pOf dinhei• m1..'nt11lucnut,·()c.• S.C:j...'l.1ro rdc11i~·a11lc:nte :,:i outras orx1m inid.'ldes de im ·estimen-
w . O pro1)1'ietârio 1Cm {luas t.'~lnut'gias. A primeira i: comrr,ar uma proprK.-'-da• m. F11rxl.1111t-nulmc.' n1.t,: :t.'i insritujç~ OI.! fimmd,l mC11ro estão int<'t'esS-ácfo:o; cm
de rariJamcme e entiln :d11t1Ha para obter renda do capital inves1i<lo nela. A (1~k r ni.lo rt'S <_k~ m :..11 1x)r me io de finartciamentos tJe ,,..or~nnida<les r,atã á

SC.',l!Uod,i ~ tr.lt(·~~ f?n.wln: a c.-om1,ra de uma propriC"dade a tr.i:Yé ~ de finanda· crt:i(;!tv ou aqu1s1ção d(' ,-.ilcw~s de ll5'), i\1as. as instituiç~ de fi nancfa 1nen1o
íl"k.'flto h.lpot(.'("i\tiõ: a ar,licaç.lo da renda dt' alui;;ut>I par.a amortizar a hipotea n 11110 ª !n ~t<1~ 0 (--.Lik: t• n vl1l~·i«Jas <·m hxlo..~ os asr,c.-c1os óo desen\'olvirne1uo
(junt(t w111 a dl1"irt"Ci:1ç,1o d~ taJCa~ e im~tos} lcv.,1 ent.ilô o pro('ltia ário li .iu· dn ~trnn1i/l1P n;-rd (i1klU.'ólflill. comc.:-rcial. re.ot:idcncia1. l"tc,). t' das. por isso,
n1',·ntar o \·:alor líquido de !.ual. 1"10sSes. A primeira c,-stra1~ia maximlu a renda ('(1l~~uC'm aloc:1ru ~'.){(") rara t1.ros M1b sit;>ll rontroli.> atr:1,·fa do ftoa11ci.ameoto.
()('i.;iso<.~ dt""S;sa t'SJ1~i.:,e .~). e\'idc.'fJternt.·nte, orientadas para a lucr.ativid:Jdc- <'
1

c.'Orr~me (usu;ilmentt:, a curto prazo} (-nquamo a ~mfa maximii.1. o


f>ilfn t•l'lt-:!r n"{"O,
iiumentoda riqm:za. A escolha da estraLi:~ia tem om impac.10 importame so•
hre a ma,,ipulttÇ;\odoestoquc de morlM:lia; a pr im~ir-J estrll.légiEI tende a li,·:if 'li ( \.'i) lnslituiçfies ,fOt'Cf'!Wm entaís usunlm<:nt<; ~ur~ida.~ de prvcessos po{i1i-

140 141
n 17,, .ipui,W ntt t.-ru-ênda Jc, ,·alorc.s de uso dispooivelS para. r:i:s 0011.Surnklores do.•. uluuri):llnodt'ri,..a do fa to de que ela é formul~daem uma e.:nmturt1 estálin
1.k morndhi. ~üc:nt4..'rl1Cllll', inlc-rkrtm no mc:tca.do de moradia. A pro<luç~o de equilihrio. Isso poderia ser uma critica meramente grosselra, contudo, st'
<li.' rnJ,;m.':) <ll' u,o :llra,·(-s da 111rão pública (a provisão de moradias p~l>Lic.;is, por ÍO!-:Sf.' .somente, indi<"ado que o :'!>istffila de uso do solo urbano raramente se
1•xt•mpln ) ,·, u m.1 fo rm;;i d ir(•t,1 {](• int<'n.'t'fiÇ.'ln: ma:r.:. a int~n·~ ~"iiú é frcqOeníe- arrox:ima de algo ('(lf)K, uma postura flp cciuillbri.o, e que o ótimo de P:aux:to
!llt.·lllt' in<lirtca. (par1it.'Uhu,nem(', nos Esta{los Unidos). Esta última pode mmça. pro\·~,·clmelllc. é akanr;ado. O deseqtiillbrio d iferencial~ e\'iclen1e em
a._,,umir a iorm,l de auxíUo li. instlluiçôes fimmccira:;, ac;;,:; inCórJ10mdores e à: in- to,fo n i~rt(' (,-cja ~cima, caftÍJUk> 2}, e há b-. t<;tante impcrfdções. rigidez e imo·
<lúfüi::1 cfa c<m\\ruç;Jo par.1 oht('r , ...ifo~ de troca pcfa ação do gü\·erno :io pro- hilidacl<:s ):>,a.r.t o mercado operar bem como um esquema coonJcmado. M ~s. há
V\,'r ist>llli,:ln dt' imrc~too.. par.:r ~ rantír luc ms, ôu p..'ll".t clirni1111r o risco. Ar~u- um pol'lto cJe substtocin aqm que ft"{(UCr exame, A area u rban a, :.,;.'(Ji.1en.d al•
iS,(;etul'l.ll' a. produç.lo de va•
ll"1t.:f11 .l·,~ (' <llll.' w.ir.i.ntir (1 m("n:ndo {: um modo de < 1nc11t-c. o wn lún.io perk>do de cernpo e as atividades e !lS pt$..'õ(la-S a5,,"õUmem suas
'-)rt·',. d(' 11st, - iflíeli:-.mente. is;~ nem St:.'mprc- opera d,esse- modo. O ~(Wetrlt' posi(,.'(x>s oosi.st~ma u.rtianoseqüOOC'ialmco.tc-. Uma vez. locali1...adas, as ati\'ida-
tmntit-111 imptl€' e admirii~ua uma ,·Mit'<fode dt' re:,;.tri~·Ot-s institudonai.~11a ope- dts e as pessoas 1endem a tet par1inilar clificul<l:;1de em mo\'er-se. A simult:a.•
rn.;.'10 do n'lt'rcado <k> moradia (o UJncamentl) e os controles ,de 11lanejameoto n~idade rressupos.rn nos ff>odelos micrutu.mómicos corre contrariamente ao
tb u,1;0 do sole) stndo o.s mais C." tVl:,if)i ç uos). T anto q uamo o go\·efno aloca mui· que;~ ck· fato um processo basrn1ltc rígido. Isso indica um~ falha fatal nas for-
tos .'-t.'n·iços. fac ilid:2dt-s e \'ia~ de acesso. de cambem l.'Ontribuí indiretamente muliK,'f,c.s microeconómicas - sua inabilidade pani explicar a qualidade abso-
para o valor ele m;o da mo ra<lfa modificando o meio circunchnte (,·cj.i capi· lutl-l dnt.c-spa,ço que far. do ~o e d~s benfeitorias mercadorias 1.5.o pcculis~. A
mlo2). nmforiadosamoresou ignornrncssel.l.~i.unto ou n~o :1:d mi1em. Mu1h (1969,
H ) , rior cx~mplo. a:;se~ura que:
· 'Muittis dos a:r.:pectos da eslrntura dacidade~clo usodu .~lo urbano podem
A<.: ~ l ' á(,,'tx:-:,; de t,'Kk\" e5.S-eS d ivc("S.(~ gn1p0:S no mercado de !Tll')radi:t n:10 po• $1:f l.'~f'l)i(.' adcis $Cm rclc:r(!11cia ~ hemoça do ~ Jo. N a mc:d ida em que h3:
clem :-er ftKilnk'1'U~ ag:rupados em uma estrutura comprttt'l.~i\·a de anâli~. O qua1Quer distinçâú entre wlo, e-sp•:.-• cialmcnte solo url)a.oo. e o u1ros fa1ore..:: de
que(: ,·.ik1r de u.,;o rara um t'.' ,·.alor de troca p.ira outro, e cada um concebe o r roduc;o'fo, mi d.i..,;.ii1,çl!op(lrcú'ria :.ur~ir principalmente do fato da singularida•
\".Jkir dt.,, u,o,;o tliferE.'fldalmente. t\ rne..1;oui ca.-.a 1:iod€ assumir signif,c.ido dife- ck r.~1~dal. De fato, a singularidade espacial n:lô é clar;imeot~ um::i distinçto
r('ntl:!, <k'f'l:'J"'nd:lda._ rt,"lá~•{>e-!; S<'K:iais q~ o.:; indi\·idu&.., as organi1~1Çtl4.~ e 3~ t'ffi t'Sp.'.·de tomo podc-ri;i aJ~u~. inicialmente, _
<;upor. Se o trabalho não fosS('
institui\úc:s c.x pn~:1m nrla. Um modelo dr m~ra.do de mo radia que pressu· *umas ~·tliS altamc11te inlO\'t'I, e por isso espat'ial01Mre ln'lioo, mlo ha,·cria
põt· a aloca\:iO de, todo o est()c:p.1e de n'túratlia entre usuárioS, (cujas (inlcas pnwa,·elme11 te Me-as deprimidas ou problema~ agrários. F, a olrn a de solo com
tar::.ictl>rísticas de d if€rtndaçãoslloa renda e as prefer~ncias de moradia). d.tra· çcrtas c.irat1eri<;ticas espaciais t: alguma5 veze.'> aumentada 1ior ocupa('ôes C<lm
,t:s <lo cnmf)Ort0ml."nto dt' 111:,n :imiwçlkJ d.i utilkl.ide, parece pe1..'1.1liarmente área,; e-:.lifü..1LCl:1-. e, freqOentememc, atran '.:s de investiment(l en1 facilidades <le
r(.!stf'ito em sua aplic~bilidade. Análises reatistas de como as ded.~ões sobre uso trnnsrx,n e' ·.
do sok:i urbano são 1omadas - com oti,gem n::i anlllisé percep!iw; de r:.s~t trnuunt•fHO da singul.itid~cfo espada! (ou esi,nço absoluto) t'\'ick"ntC-
llur1.l(l~I~) ·· k"\'aJ'am. conseqüentememe, WalJace Smith (1970AO), pOI" nl('11tt.> rnlo 5<itisfoz. A ~int!ularlclaclc espacial nto flOLle Ser rec1u:dda à me'l'a
('~C"ln plo • .1 conclulr ql1e ' 'ocooC'cito tradicional de 'equilibrio da oforta e de- imobilidlkk nc:m a um.i questâo merumcnt1.:: de acesso ao ll"ftrl$porte .
manda· não~ muito rele,-ru1te p.."lr a a maiori.i dos probtemas ou assuntos que Di1.ff que 04..'~p!l:ÇO (t,'rn propril'OOdes absolut11~ i: d izer que a.<; edifü:açàes. as
l'M:J'n a:-..'i<>dacb,; rorn o sl."tor d<.' moradki chi (-'C0110mia .' ' E dific-il mlo con- r<.._.,11,L, <· pa rcd,1!> de lt·rr,• c:xi~rç m . c.Jc modo (lllil? s:lo mutuamtntC' cxdu.'ii\'as
«wdar çom esta Qfliniâo. porque se um~ mercadoria dcpc:-11dc da ororrtncia entre . .i num l!Sll.lÇO fü,;iro(eudidi:1no) tridírr.en.,;iooal. fase conceico não t' em
(.'{1-0juma do \·alor dl" uso e do \'~lot d.:: troca oo áto socfal M t rúC:'l, ( -rlUlo as si mt:.rn10 L'ônc:dtu~çlo :1<lequada de t$1)a(O ~ r:.1 fo rmular a troria do uso do
(.·ois.a.,; que c:k-1)0minamos sok> e moradia s!o apar('fltememe mc-rcadoria.s mui- ,-.olo U(})anu. A clisLânda t"Jltre dois pomos t rék1tii'fl porque ela de[)('n<le dos
lO difon.'ntcs. dtix,1d('11do do ~rupo particular de intcrcssc que c-slá opcnmdo ITll':'ic,.1; <k- tr;impon e, <la pc:rt:cp,ç:ão da disti cl<:ia pelos ~tores rn1 Ct:"na urbana
no rJX·rC'.'ldo. Quando intrcxk1zimr~ a complexidade ulterior _g,erada pe!:a com- ctc. (,·E'~1 capitulo J). Dt-verno~, também, l'~flSar rel.acil:malme,l/e o f'S.J>aço
pet~·ão eatre di\"t:rsos usoo podemos estar inclinados a estender a cooclusã.11 d~ po rque hit mn M:ntido imponanu., no qual um fX>nto no e:;oaçO • 'c."Ofltem' • 1o-
Wallocc Srnilh ã teoria do uso do solo wtiano como om todo. dt~ u:, Ol1tros pontos (Cocasc:1da an.áli.-.e do potenci:d demográfico e de \'õlt eio,
Outra linha ~cral de critica à aborda~m micrOC'<onOmka da teoria do uso por t'_x('mplo: t: é rnml:w.'·m t nit:ial rara entcn<l~r a determinaç1to do \·:d or do

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sulo. corno \ t'remos mais ta rde). Mas, n;lo podemos j~ma is dar-nos ao luxo de M1tre os iodivlduos t' os grupm. Uma clistribuiÇ:ilo diferel\,cial surgt', pardal-
equecer que nOO i:xxie haver mtiis do que uma parcela de.- .:;ok) exata.mente na mente-. porqt,e os brndicios, custf.\S, orortunjdadt:s. n':t'.~sibilidacks eh:, t":St:o,
me~m.1 localiz..1ç1Jo. IS&> .siBnifü;:i. que todos os probl~m:is e..~paci3is tim diferencialmenle, distribuído!> 110 sisil."ma ,k n.-cur:'\.OS rrOOuúdos pelo homem
QUafül~tk monorçlistira inr.rc:nt<.' à eles. O mooopótio no e,:;paço absoluto é quP é a cidade (\·eja (.a-plluk> 2). As pru·ccl11s de so!o captam be-ncl"scio.~ cxtt.'tnt>s:
umu corn.fü,:ão de c:-:istCncia, i: mio algu me c.."Oi~ vivida como um desvio do gcnOOS mi alguma p~ne e a orn~·lio da~ mor-.-,dWS uansft'fe esses t>t~neílcios
mundo e;r,ac..:ial <la c..'úmpetiç-Jo perfeita. Na sociedade Cípitalista, essa cru-ac- i,,a ra os. e."<"ce<lenté!C do corm1midor {c:sramos. aqui, pensando reladomilmente 3
lel'Í.;<K'.a dt:: t-.JYo:tÇO ::ibi.oh.110 ~ inuirncionali:t..a<l:1atra,·ts d~ relação da prCf'rie- rt:speiw das parcelas de :wlo em um cS(l'3ÇO nbs.ohno). Rf.stringir~mos nossa
dade dt m0001'!'\lio ::.ot,re ''fl'mt:::i ·• <lo e-f.Y.tço. ~ : i -;:i .-u.:fl\'óio u.1n por isso que alenç:lo, contudo. à maneira pela quol a ordt-nl campetiiiva oootTibu i 1:tara à
diri~ir-se 1~.ra · 'a rtali7..iç!lo d,e,.,st- rnonopúlio na h:t~ d.i produ1,:ilocapiwfüt,.1'' di.~trihuiçlo <llforc.>'flcid <lo excedente elo t:()nsumido1·.
(J\1arx. Capitu/, 1,;olume ~. (11~· 16). Os mcidtk:tS dt= l\•1iuh e Akmso díminucm O modo mais simples de calcul:ar o 1:xcccknté do ,onsumidor é igual~·-lo íi
~ qualicfade:,,<le monorólio do espaço ~m alguns us1~ impnrtantt:.S •·· t:Ssa área sob a cun·a da dffiwnda, e acima da fint1a de preço de equilibrio competi·
anâ:li:'IC' ckpende ele um p0nto de \"isia particular .sobre o espaço e o temro. as• tim. fase(:áki.1]01!. n?.llli~ta SllnlC'flt<'SOb c,.'{>l'tllS SIIJXrti~ (J-licks. 1944). ú13f;
sim c:omo de c.'e"ftii.s ahstraçr,es.da locali1..1ç}o instituc innal da economia c apita· será suúcit>.nte para nosso propósito. Procedamos como ."iC houvessem grup(lo:S
lista. clistlnlos de rertdn na sociedade com cedos os grupos tendo um gosto homogê•
Podt•m(1s W ITH:'~·,1r a inc.:1.,(pc.w,tr alf!side r: t ~concrãri3:i;. à concepc;ilu de ~- 1100 a respeito de set·\-i\,'QS de 1110f'i-ldfa. Se 1.t utilidade ntar!'im1J Je mof'adia per·
paço al>soluto se: vi:-ualizar·mu~ ~ alocação ocorrt.-nlto de um modo SCqÜl'f'Jcial m.1.necr conswnce pau l0<los os c..-on.~umídort$, et1tão J1 curva da de1nanda
atrn\·~:.<lc um c:,r,,.1ço \ 1rbano di,..i<lido en1 gra1!de nla.~ finito t1timero de parce- -~~ir:1, \.'bkelmem(-. da o d,:tc•m com o aumeiito <fe rt'llcL'I <lo ~po. O
l:1.-. de terra. A f(."()r i:l do uso do solo a1)arece. f 1Ulio. fom0 i1mblt:ma scqüen(.'ia] excedente <lo COIJ!'iumidor J)O(.k, tamhi-m. au1ncnl.!!J" despropc'trc:ionalmente
<lL· ornral,'.ik> <lo esraço (mm a rossíbilidack d~ e.~>aço :adkiooal na ~riferi.i). com o llllmeoto<lopOder dcoforcccr o preço. O ,grupo mais rica t{'lil pilta OÍt:·
No mercado de mor.idhi com um C.'ilQ(JlUJ de mornctia fi xo o 11mces.•>h é ~nàlogo ra:er .'-001etlle 11~quena soma a mais do que o grup0 ric:u sc~uintc. ~l.ira obu.-r
,1 oc.:up,tr <t'-,tnh)~ :,,(,qfü•m:i;t)t1lt't1tt' num lC"alm ,·a:r.io. O prínkim que emra w; direit()$ de ocupaçlo ni'I primeira kxaçâo e na melhor moradia. Oe-5de que a
tem n e.,;çoll111s; o St.~1111do tem n-1. etc. , com o 1\lcimo r•i'io tendo nenhuma <li5õtribu)Ç:k • de renda (· ahitm<..'tn e ~S:..~imétric-.:1 n.'ls .!il>eieclBdcs c..-apirnJisws e \•
1..'Sl.:olh:1. &:- ex:,; que cnttam assim o fa:t.cm de acotdocom seu podcl' de com.pra número de boas 10<.~ õcs é pr~saimiw:lrru::nte limitado. é muito pas.sh·el Qué :1
cntãnr.s que tfr'r'r d iúheifo tl'm mais chant:c::.. f'llQm lnt0 O'!i mais pobres pe__p;i_m quantidade de excecle,ue do consumidor di.:dinarâ. desproporcionalmeme,
o qUt: sobrou. depois de tcrl_v.;; terem exen:icb a escolha. fasa oonceituaçilo e <.1>m o decliriío <L-i renda do grupo, Ta1nbém. desd e que o poder de ofocecer o
su,i:t.•.;<i,.·a • JX'lrtkularmt'ntc S<· :1 d3 ~e une o çonçl;"'Ítc> de c ,cccdcntc d(1 i.:on- 1u~o<lt'fl('nde <la .l\'aliaç-dt' de, t.Tt.õ<litn . hii u 111 c..'"t:...:línio delin1do do mesmo t'o1n
sumi.dor. o dcclinio cot.uernt. C.onlC> ron.~e<Jiiênó.i, p1xlen~ encontrar o grupo nutls
O excc'<k'1ltC' díl commmitlor i! :l <iifo.re n~:~ (.>f'lf~ o que um intliri<luo rode, rko nos Estados Unidos p.1-_~ando em média, rx:ir cxcmrln, 'i.5-0.000 por GISRS
rl.'alm<-ntt:. pa~ r por umlx:m e o que de ~taria indinado a páJ!,ar p;m-t não fi- \ltt<' <'k~ (-:o-tariam prcp11rndo$ (em rnt\df!l) 1•11m olcrc:cer $7~-0()ll para nãn
(:ar sem c-lc {H ids. 1941 ~ 1944; J\tish.in , 1971). fase conceito comrihui rara iic.:ar ."(?m das: c-11411.;uuo os ~rupos pobres pt1Ckm t'SlíU' p.l~.:uido S).01)11 por
n:stubdcccr ::i <listioç.lo J'"-.'fdida entre \'a]Of de u.~o e vak>r <le troc.i. ernboni is- moradias qnt! eles poderiam corta utn c~tar prcp:irmJoc: a ~ar $6.Cl(Jú rnda
.'i0 ocor1·a roe mc-io de- um:il suposiç:To que k~va n que ú \'alor de uso sl~i:i t.~Ii- (alcanc;-ando um excedente do m nsumidot Lk !15.000 no primeiro c..-,iso e de
mad<l c.1n tt ml0S do \':i!kir de t-ro<:a (é uma cu occp.:iiu não m:l.txista do apena~ SI.Oll':l no setcurxio). Se os 1,truros rico:i: ganham mais e:occeck•nte do
a.--sunto). O c:tc,_-(.'(kntl! do cansumidor pro,•i• uma ligílÇiiO fuodamemal, ma!. ~onsumidor por dóktr dc.,:;cmhôlsíidu em mo111dia do q u<" o~ 1'l0btes e uma quf'fi:•
n:1o muito c:x1,loratla. «:,u re a. aoJ.lise locacional e a ttononüa do hem-e«ar tão de pe.squi.s;l r:mplriClt.
(Gaffney. 1961: AlonS<l. 1%7. Dt:nikt:: t' Parr, 1970). Qut" h,\ txc~k'fltt.':'l do Numn aloc:tÇ!loscqUc-nci11I dC' um 1.'Sl~ue fixo de nioud i.a.s com poder 1.-vm-
L01ls.t1111idor no mercado cl<: moradia, pm exc:mplo, t·stã fora de dúvkla. A ta• pc:tili\"O de rorn pra, o g rupo m:ijs po bre , rorqut! che~ ao rne('(.-ado c.le rnuradig
rd,1 i m1.-rl·:-..,;;in1(•(· dt·H.:rmillar 01ml) C'lcs pt rdc.•rn 5('r 01ln1lad1>.,, e c:onto o {•~·u :t- (X)f úl tiloo, lem qm.• c nfrcntàr i,rodutort>s dt' ser" iços de morndia que e.uão em
<lL"nlt· c..vktirn dos t.-onsumido1·es (definido ror Hid:.,; c..·omo a · •soma de di· uma ro-sk:'.'lo qua.~ mo n<11:,0li.~tic..11. Os que d 1fAAJ11 !'Of úh imn no 11rocesso de
nlwiro L(Ul' ,,.., n ini.11rnicltm..•:-. (.'/li n1nju mo t(•1'iam que pt"rdi.:r 11ara dt.·ixar ,ca.da clerecer l)f{"'ÇO rodem por isso S<:'r forçados a entre~:u p-arcc de ~cus excedentts
um dd1.•_i, tito mal como 5f?ria S<' .i mc;rçadnria <lt-:,;ap,1rc;u:~<;e'') ~• di,trihuldo àe consumidos· como e,cç~ntes de produtor p&'a intermcdi1.bio , pro1l riel:'irio.

14 5
etc. A au~'ncia de escolhs torn:i o pobre mais. inclinado a ser esmagado por 41m-,.:11111t·ncoo»...,tn1id o acima einformal e lnco1nple1.o. f\.tas, e-le provê um
polUicas quase monopoUsticas (processo que n:lo ~ confina ao mef'Cl'ldo de 1, ,nrr.L,.lc 1itil t;m rdaçJo ao qual rod('•Sie' oomp.,.rar os modelos de maximir.a•
MOr:\dia, 1nas "-1e se estende is oportunidades de emprego e de compras no , :11, lb utilKbdt: dt: A louso, Muth, &-ckrnann e M i lls. Na ule(]ida em CP'W es,
varrjoctc.). Se~ excedentes do produtor podem , simplesmente. ser inlerpre-- -~•.~ 11tt>t!cl., ,.. 'itica k1rmuladoo em um espaço relati,·o. de modo que diminuem as.
tados como r<.-ndas o u luc~, Cômó Mi:;han ( 1?58) sugere. entto o exce5so de , ,tf Jl'Ll'ristic:.is de monopólio do (·sp.1ço al>soltno. cle-s r~rt:ccm m~is aprorria••
lucros e o excesso de ttodiiS pod~ a1::;ccr mais laciiJTK.'flte ne5SE" setor do mer- , ~ is c,iroo a.rg urncnto...., que- go\·t!"mam o que aconcccc nos grupos anuentes Que
c;1do de moradia:. &ses excessos de rendas. e lucros pOdcm ser produz.idos por c",l~ c.."'IU posiçio de escarar da..., a:m:;.eqObiçias do monC°'f.Ólio do espac,.o; ru;
competição. mas para o consWTiidor o resultado é o mesmo - o excedente do f, ,nnufaçôes sfto. por isso. \'ieza:das em rermos de renda. O ("ritêdo de 6(imo
cons:u midot t! d iminuido. ~ maneir.i podemos .antecipar 3 explora~ do clt· P:m:10 Lambéi:n par~ce i.rrel~·ante (se nlo clarame1ue e1lganDS1J) ~m qu.il·
intermediãrio (e>:.cessivàs remarcaç6é'$ 005 preços de casa) e a exploração dos qm·r :mélisc: do rm::rcado urhsr,i0 de n1orMia. A di.scribuiçW dife1endal do
prOflriCtários (rendas c:tcessh:amcme dtas) rn1.s áreas mais pobres, mc:;mo se l'.X<..'eclffite do coosumidor coletivo confom1e o pdncipio de que o ptimeito qu~
05 intermediários e os. proprietários nio tenham obticb lucros excessivoS l'ht~ & o prime iro que se sef\'e. com o rito 1111. frem~ cta fila, quase c:crr:ameme
indiY1<lua.lmemc. Essa condição peculiar pode surgir quendo os produtores l'C1Jl efeito diferencial de renda no qual os ricos ettão dt.·stinados a ganh.ir mais
competem entre si no espaço pela clientela de consumidores presos ao espaçoi d:J que os rcllres n.i maioria das s irn.içôes, A ocupaçllo ~ilenci11I no u.~o do
em outnis pala\·n,s, eSh'lrn-OS lid:'lrido com um mon0p61io de classe do.,; proprie• ~>lo urbano do rjpo de que estamos SlJiX>ndo não produz. um ótimo de Pareto,
rarios relati\'o á r,roviuo de moradia para uma classe de locatários de baixa mas uma redistribuição de renda im1JUtada (que C para o fl Ut' o exce<lente do
renda. O fenOmeoo de monopólio de elas.se emuito importante para explicar a con..<i:umidoc r1..,.nlmP11te leva). tVlcsmo se le\!nmo.,~ c-m considernção que uma
estrutura url>ana. e por isso requer elucidaçlo. I-lá uma classe de consumKfo. nc:l\'IJ t"'Ofl--:truç:Jc, é JW5iwl (isto~. quc> o e..~to,que de- mora-clia não(• fo:o) t:SSo.
rcs ck moradia que não tem nenhuma fiaru;n de cr6::lito e que não tem c:$1..-olha coodiçilot' in~tisfatóri:l JJant mudar a sitl1ação, p0rq,1e os pobres, <."'el'tamcme,
sen.'lo aluga.r onde po5Sam . Uma classe de proprieta.rios surge pr.ro pro- 111'0 eHlo em t.'Oodiçllo (1~ ~erar ati\·ith<le nú setoJ' privado ror caUS.'l da fraca
ver a.s nec:·essidades desses consumidores mas. desde qut> os consumidores não dem.inda efoth·c1 por moradia q11e t"les sJo ~ pAzes de ,:xprc-ssar no
tem escolha. 01 proprietários, -:.-oroo as d as.ses, têm poder de monopólio. Pro- llltr<..ic.Jo.
prietários iocfü•i<luais competem entre si, mas como classe eles possuem cerro O ~paço absoluto n:~rin~i~n pro\·e a\gurnM intcres:sanres introsr,t:'C{Õe:S
comportamento comum padronizado - eles retirarilo mornclias 00 mercitdo. oo 1:,mce..-;.-..:, rlt- mu«:kl.11<,·a d() u•.'l(l do snl!'.t. Suponham~. por oon,·eniencia. ,que
por exemp!o, ,.e a p.roçorçio de retomo do c.apit:11 cai abaixo de- ceno nlvel. o~ ocupante~ st'lo .lle08fflfic.irneme orot'oílOOs de ,,cordo com sua.11 airncterisll-
Cheg;1r. por \Jllimo, ao mercado em um sentido econômiro cle,·e ser dik>ren- cns ~ renda. U)(J10 mudar.lo a~ posiçi)c,; n<"ssa si« 1ai;·Ao ordenada? Aceita-se,
cia<lo<k chepr, por áltimo, por outra.,; razões. Novas familias que se formam, fr~üe-nttm1Cf'lt1·, (sem que quahJl.le r c \·it.l(ititi(l seju mostrada pa ra sustt-ntar .i
rl:m também-que enfrentar esse problema de algum modo, mas em um merca- afirmllçâo)quef>~con.~umidore., tê-m um desejo i11S1K.'1.áxel de moradia (odese·
tlo o ,"Kk- íl tlO\'!l COílStruç~ ê pOSSl...-cl ~ grupo$ rK."<r.õ .sc-mprç tê m a opçiio de jQ por "'aJores de uso nunca se satisfaz}, e que todos esfo rçanMt> f.'Oí ('fC'lcumr :a
a,-,o<f~ar·se <lc novas constt uc;:õf$. A principal conclusão a ser tirada, contu· me lhor moratfüi. n•.J: 1nelhor loc.11li1.o<_; M . Os mais ri~. porq11e têm 3 m::iiori.:i
do. é que num:i economia <le mercado de- ,roca C3pitalista é p(~ve:I re-ali1.ar dos recursos. podem m:lis lacilmem e mm·er•sc, e se AA;im r.1 (a:,, m dei.xam
mais ganhos como resu[tado da quaJid.i.de ioereotemente mo noi:olistica do es- ,urás de ~i moradi.i~ dt· lw,1 qualidade que podem sc..-r lklquirid:t..1; pt1r outros .
pa,ço em algumas .situ:ições do que ~ em outras. Mooopolistas individuais Por ulll processo <le ' ' tl hmt<m··. o~ ~nrfK,s mais f1C1hre~. e,..entua1meme.
maximizam o hxro produúndo cm dir-eção ao ponto on<le o custo margiruil ildquircm mdl-ll,,r mnr.1dh1. E"'"ª l(.~triõ.l ck "'filLro por hai,.._o· 1 H•rn s.ido muito
ituaiiz.a a renda marginal mais do que o preç:Q (corno :.;eria o caso .sob pura «111<;kfr·rnda, 1111:i", hli rx1~1,:n eYidi·m:ia l'ár'd c.:la (l..c1wrr. lW,8). Além d(1 mais,
competic,~lo). Isso significa gasto mais b-aixo, preço mais alro e lucro mais alto Ci.'rlt ~ pr,,c(•.ssos<.ll· 1rnns(,1rm.11;ão <ln uso d.) solo f' dt" mc.llJilitlAdt- re,;.idenci::ei
sob monopólio, tanto indi\'idual como de classe. Os rioos, que t's tão plenos de pí'1ck-in st,•r nb54._,n·.-tJo.~. Se nos \';demos Jo "modt'k, i-~umido de ~spac;c,., ex-
escolha «onômica, são mais capazes dt escapar das conseqtiênci~ de tal mo- 1\lki1atlll a.cim:1. p(ld<·m1~ supc~ al).!o. Os Rruros mais pol>rt.>s, 1·1ue u?n, maio r
nopólio, do que os pobre.s , ct1ja5 escolhas sil-0 muiti~imo limit..das. Por isso. demanda la1c-nte- por moradia, e os menol'"t".\ rrrur~os p:1n1 oht~·l11 não rrxlem
chegamos à c..--ondusiio fun<lamenlal de que o rico pode dominar o espaço en- conser,uir nova morndia. Ali:nl disso, os grupos pobres t~m um poder sinsu·
quanto o pobre está aprisionado nele(vej11 acima p. 68). lar (rtx.lcr con1<) qual muitos clele:i:. rr(r,:h'L•hnénte, dese"j:int qui:: nilo ,;;('j::,m

146
al'lê';'l.çoados) o ele que os gru[XJS mai.s ricos na socted.tde contempcmtnea o:J:o 111•,11,,,.,10,;, ",i:;t,;,tar muho p:1.rv. a manUlcnçfio ou ellgaiar-:se em flO\'a..s; <:onstru-
dBej.1m morar em sua proximidade ~r::lfica. ~ rx,br~, por isso, exercem '·"' -. 1\·skk-m:iai~· - (1950, 280).
11n1.1 flí<.• ~~o social qut:" 1-:odt.· ,-ariar cm sua forma. dt:sde mera presença senti• ;\1,lf'adin~ detetiorada.s esH.o tipk ameote suicitas ã 1uessilô es:pecul1ui,a - ·
J a. ,11ran:~ de foru..•ex-i biçao de- todas oquela.s r atologias sociais asoo,ciada!i com 1•n "'°"il I qut> pc.xle le~·ar â renov,t~·ilo urb:ma wb diíercn1es esp&:ies de rnor~ ias
~ pohn.•za . .ttt" pk'tlíl r<>belião dl>s.c.ncad-r:ada. A tfüima auxilia mclhor a al>rir o ,,i1 a ut)1.i m rnsfo rmaç-ão no uso do $Ola. E11~\s m::onheceu o si_gniftcado do
mercado de moradia aos pabres. Ern lugar de uma teoria de ''filtro por ba.i- 1'1'"-''-."º <k~.:ritc1 por I lawky. d('sc!C' 1871:
:ri:o'', por isso, se-ria mais inleressantcexamirnu uma teori.i de ''explosão''. A 'º( ) <'fc.'Seimento das grandes ddatles fJlOOerna., ch't oo solo, em c1:rtss .1re.as.
pfE'SSfo social e íísica eexercida na base do mercado de morttdi11, e é transmiti- l'Jfli~·ularmente n.iQuelas qtic c:stão ~ituada" rio centro. um aumemo de valor
da rara cima <ll'l escala sócio-econômica a1é que os mais ricos são pr'eSSlona00$ .1rti6d :1I e muitaS \'rt(IS colossal; o:,;: ediílcios levant.tdos nessas lin;as perdem
a mo vcr·:sc: (r:$lU11lC\5 <lei,umdo íorn do QuMío, naturalmeme, o problema da ',('U \·;1lot. em lugar de aumentá-los, porque n~ se ild.aptam por muito tempo
form:.1(,'i'lo de novas fa.milias 1 intrámigraçiQ etc.). Ess.i formulação é, contudo, ,,.., ~·1rlwl~1íl11cia,; mcxlifi,.i,f;i;t;, ~k·~ siio <k rruba(h ~ e suh'>littiidos pt>t' outro.~.
cl.1ra.1m•rnt• ri:)o re.alisrn porqu<- o rico possui o poder roll1ico e econômico hso OCOH e . sobre(udo. ç0m as: casas de ttabalh~dores que cst.'lo sit~tad:as no
p:.1Ni resistir a im•asão, eoquanto o grupo sócio-econômico imediatamente n ·nim e çujos alugueis, mesmo com a maior concentração. não p()(!em. ou
abaixo dele tem um con1porr.i.memo tfo inaceitável corno é o do grupo mais ,c\mcnte muito de\'agar, aumentar acima de c;erto t'tulxiTno. El:K 5ão derrub.t-
pobre. Os mais ricos de todos, pro,·uvelmente, nilo mover•sc-!o a menos gue tb:-, e em !.t"U lug.1r $:lo erguidas lojas. 3rm:u.ens e &lifícios. J)llblicos{.. .). O rc •
Pf't.'"fi.r:1m, o que deixa os vários grupos intermedi.irios espremidos entre urna -.ultado é: que a.~ trabalhadores sao ex1>ulsos do cemro das cidades em di1·eção
pn'~s.JJn <•man~d:.L dr bai~o e uma força polltica <' econômica inarnoviv('I de .1,\, )l.uhllrbitt-: t·~,a~ ha.1,ita\'t~ <l<1s tr.ilxi.lhador~. cm ~C"ral. wrnam-~ rarn5:
cima. Dependendo da pressão relati,·a exercida em pontos diíerentes nesse sis:- t · rnra.~. C' muitas \'CZC'S tot:1lrncnte inakançávcis. p0rque nessas cimmsh'ln •
lema. diferentt>sgrupospodem ' 'explcxlit·'': grupOS de 1"1?1'1da media pOdem $et da~. a indu5tri.i da coru;tnição, 9: qual é oferecido um campo muito melhor
lon,11dos a Srtir pau: novas kicaçôe5 rorutruid:as nos sublttbios - um processo J'(if,a C'Sp('('Ulijç1 10 por casas mais caras, constrói casas P'<U'a trabalhadores so-
qi1t:" pode lx.·m dimiouir seu excedente do consumidoc. Ess.a espécie de com- mente como cxce~ ' • (The H01/.Jirtg Que.rtirm. 23).
portamento ~ evidente rto me-reado de moradia - Walbce Smith (1966) A C'\,'iJc;ncia da cid.tde arne-ri..-:anu conte,nrorâ™=à sugere que a dmâmica da
descobriu, por exemplo. que sã~ o.~ gruJ>O,.~ de renda méclia e baixa Qlll'" consc- mudança Jc uso do solo permanece, ra1A1\'elmcme. consta.me sob o modo de
i:tnem no\'.a moradia em Los Angeles, e.ntluanto os gn.1pOS de renda superior p.-odução ca1Jitali5ta. O ex~edente do consumidor dos grul,X)s m.iis pObre:s Cdi-
ix·rmam."çem ~beio nários ou ''filtrados'' pg.rn mOf"a<lias meis ~uuigas ~ boos mimddo pc-los i:irodmores de serviços de moradià, transfonn:rtndo,os. em e:<ce-
k1rnli:1at;ô1.·s.. A rrian1.·ir:i t·xttta l)t'la CJU:cil (ai rrocesso se desen,'01\'c de1x-nde dente do.~ produtos atra,·~ de práticas qu:ise monopolisticas (usu~lmente.
nmiw das cicunstâ~i3$ de te-mp(). A inqtltetaçik> social doo anos 60 em mui- exercidas na base de p<:ider de tn0n~0liode das~). Tam~m os g.rup.:,s rnais
Las cidades ,m1eric:mas levou muitas. grupoo intermediários a fup:ir rapidamen- ro:1hrl'" vh-(•m. )Ll'í.tlnwm<·, cm lor.1çliC'$ sujeitas a maior press:.lo cspc."Cul:11h·a
t<-. ck-i:tando atr.is de si um estoque subst,anci:al de moradias que , dada a coono· de uso 00 solo. Para real.i.7..ar um retorno fotuto :adequado do investimento em
mia cb silllaçilo, tem muitas \'er.es stdo abandonadas mais do que us'1das. Na <:-squcma.~ de reoo,·ação urbana do comércio eJCistente, por exemplo. a., insti-
prátirn. a <linãrnil'il <lt, lllt·~-aJo de morttcfüt pc:x:lt;,. r ro\·a\·dm1;>nt1;>, ~ r md h{lf" 1uiç-õcs fin:1nc:ei111s têm llC'e'ntuAdo iote~s...-.c na exp:'lnsiJo gt_)Qgráficlll do desen-
oh.'i('f"v;td:3 como combinação ck ·'e:<plo.~uo•· e ' 1 fihro por baixo ' '. Isto e. sig, vol\'imen10 do<:omCrcio; por esse.- ~lrOCCS!iQespa<.fal e:ttel'ior izaçôe.'I s~o cria,dll.~
nihca reoonht.<ttr <nu; mudanças no uso do solo no setor de mor:acfot não são atra\'és das quais novo dese,1\'olvimento c;;omc-rcfal :1umenta o \'alor do velho.
independentes do...._ projete.~ de ~anho l'm outras es~ies de uso <lo solo, Os 1'\Jo\'O de.,"("m"oJ..·imt:nco comereiIli, 11.Smdrncmc, ter.-\ que rer lugar sobre 50)o já
,1,tn1r<)S pobresst> t;pica,nc1ltc sujéitü.'i a pressões desse tiço. Hawle)' sugere, o:;,n~truiclo. As moradia.~ nessas Uf'eas pOt)em ser deliberada e econ.omicamcnte
pt\r cxt·mplo. que: delcrioradas pela retirada M suporte fim ncl'íro para o mercado de moradia; -
··A rrornit.--<lacle residencial cm SO,o ahamenre valoriz.ado es1â usualmeme "as.-.in.il.1r em ~·ermelho" 1)0(' inMituiçõe$ financeinis é j'.lr'titica comum nos
em uma C'OO<liçãodett:riorada. porque <les<le que próximas de negócios e áreas Estados Unido:s. ,...-nhora seja ~eralmeme exrlicac!C'I como avers:Jo ao risco: is-
in<lust.fr1i.~estilo sefldo s1L~tcnta<l:1s esprti1la1ivarnt!nte por )lntecipaçlo de sua .m mio é :,;enio uma parte da história. Os proptiet:àrlos são forçado,,; ne.~s.:is c:on-
aquh.i1,:Ho por uso do50k> mais i1t1t:11si\·o. e por isso mais r~murn~r-.iti,·o. Em diçôes a maximizar a renda corrente- num pe:rioclo de curto prazo, o que si_g·
\'iSla desM! rrol>al'tilidlld~. os 1::çissuidores de tais p,ropri~ade-s não estl'Eo nifica um ne~K> tifo racional, corno t irai' da propriedade rodo seu valor. A

148 149
ohsok.scênci.i liska, gtr"d<lu ~:sa c,bsoles<'éncid económi-cl'.I, resuha em p rtsn l.1:r,·m m:1is realistic,,mente, ma.')oom metias poder anaUtico. Por isso. teinos
sões ~ocia.i!, e r.iconómicfü que 11umentam nas piores seções do mete.a.do de mo· ,1ut• r..1)r>~~iderar o quee que torna a teoria microecooómica tiio bem sucedida
1'adi.i1, r quC! tl}m de mo1nifesrar-se. em um es1ãgio ou outro, por urr\tf: 11,-l:1tivamen1e falando) no modelrunento dos l)'ldrões de uso do solo 11100.oo,
''cxpfos:l:o' 1 em afgum.i parte. Essa ' 'expk>são' ' resulta em oov,.11 c;unstruç:lo e (111.1.1do está tãoob,·iamente longe do objet.h·o, quando se volta para modelar o
na aqui.siçOO de solo novo nos limit~ urbanos ou no l'edesenvol\•imc.'llto ur ba- 1,mCL--S~ real que produz esses PQdrões. A solução para esse problc.m11 de"e ser
no -- proçe:,:,;oo que esüfo ~ujeims :l intensa prt:ss.lo especulath'a. A formação htl~c.'11.d:i in,·estigando o significado e o popel da renda como um esquema alo·
de no\·as famílias e a incra~imigraç.1o stJstentam cs:,a dim'imica. c.11i,·11 no sistema urbw10.
As mesmas instituições fi.mmcei.ras que negam fundos para um secar do
rnerc,,1(10 de mor.'ldi~ organizam-se para Jlanhar na reafü.ação ele lucrm espie•
cula1i,-os em outro, a.s.sim que o uso do solo é suhs.eqOentemeote trnnsformado A retult: e a af<Xaçdó do solo 1Jrbono para obter i•antagens
ou quandoCOfltinua l:l suburbaoiz.açkl. Os impulsos que!:~ transmitidos atra-
\-é.S do sistema de uso do solo urbano alio s.lo desconexos. A di,.·C!rsidadc de Oconccho de r<:ntitbilidade ocupa uma posiçto critica ,ias teorias de uso do
mores e il'i stitu ic;õe.s em•olvidos roma uma teoria conspfracória da mudança do !.l.llo urlmno. &tâ, explic-ita roeme, colocado por intci1·0 nas formui(l(õe.'- de
uso do solo urtiano i.mprová"•el (o que não e o mesmo <rue <lizer que essa J\lúl\Sú, Mulh e Mills e emerge na fo rma de pt'e ços suposl~ do solo e re-
wnspiraç1k> nunca ocotra). ~ processos s.'lo íottemente estruturados .i.través t."l..Lrros nas versões introch,1t0f"ias de outros teorias de locali.za{ãO. A suposiçlo
00 .si!itema de mem1dú de troca, de tal modo que os indivíduos, os sn1pos e as bas<;!á·Sl'em que a teoria do equilihr-io ~1M)cia.l geralt que é a parte sa~rada de
organizações, operando au10-i.meressonrementc em termos de valor de rroca. multo-,. te::iricos da kx:aliz.aç:ro, deve ser buscada .iu·11:vés da fta.sao da tro·
podem, com g ajud~ da ' ' mlo oculta''. produz.ir o resultado neces.s4rio. A l· ria da ret1da rom u teori:a da locatil..aÇfo. "FOI reconhecido ~ muito'',
!ZUns argu mentam que esse sistema produz a melhor di..~tribuíçilo possivel de cscreYt> Alon§O (1967,39). "que as teoti.t.'l de renda e de localil.açf60 são gé-
,ralores de uso. Essa ~ unta ,:iresunção que a observação casual sugen: e.u no lllNS, ma.s as liWl,çOE-5 são artificiosas''. A renda funciona como um artificio
sendo errada: a 111.1ximizaç:.O de valores de troca par diversos atores produ1. racional que seledona ,1sos 00 .solo C'JU loca liz.a ç(>t!'s1 presume·se, [)Or via
benefícios desprowrdonai.s para alguns grupos e dimínuj as oportunidades pa- usu,1llTil;'nte <lc hm(es competiti\"05. Todos os atores do drama da motadia são
ra outros. A brecha entre a produç.:lo e a distribuição convc,nlentes de valores aietad,)', põr cfa em algum estâgjo; da pl'Ovê t1m padr~o comum em 1ermos de
de uso t' um sis{ema de 0loca:Ç1To que reside no conceito de Yalot de troca não <111e todoo os atores dE'v~m m,xiir SUáS aspirações se (JUCttm alcançar seus ob·
pode, facilmente, .ser ignorada. jeti\·osdi\·ersificaOOS. Ê IX)rquc tOOos os c;ilçulm estão base3dos ru:>..,:;s.a médid11.
A di\·etsidade de ato res operando em um sistema de uso do solo e a qualida· comum que as d.i~ersas. atividades apart'!ttm coordenadas oo rnerc.ado do solo e
de monopotíS!ica inerente tio espaço absoluto tornam as teorias microeconô- di! pt(J11riedacle txira prcxluúr o padf'ão de usos do solo qtie é cao e"ideme na
micas de- uso do solo urbano inadequadas corno definidoras dos mecanismOS: de metr6f'olc contemrx1r'dn~.
alocação. quanch jul,g.adL1S em reJaçllo a formulações alternativas·~m que ova· O conceito de r enda tem uma história longa e controversa no pensamento
lrn- de croca predomina. Se 111bandonam~ a supo.sii;-ao de que M individuos e os ec,;unúmi(.'O· poli1ico (Kciper et ai , 1961, pttwt1'0 uma sondagem bastante com·
gmpos tem gostos homo.i;:t!nem a respeito <lt moradia) e admitimos gue a !lle-ta; veja cambérn B)•e, 1940). Além disso, a renda emra na teoria do uso do
flí.:lnde dh·ersidi!tk de n,ecessidade-s e 8QstôS déSempenharn 5u;i p!lrte, entiio .solo Uf"bano em um estágio inOC('nte como ~e niio houvessem prol:ilem11.,:; t.érios
nos afastamos ainda mais da estrutura contida na IE'O.ri.i micrnocon6ntica - hR:i.do:- à s-us in1erpre10.ç lo. Essie fa10 1JO<le ser responsável pela penetrante e
e é assim p.11-a longe di3SO que nos devemos afastai·, se qut!rem~ ço11struir rnmpleta aceiLação. na 100.ria microet.'ooôrnica de uso 00 .solo urbano, do pon·
uma teoria realistada~ forças q1.1~ ,governam o uso do solo urbano. Além di1.c:;o, to c.k visu1 ni?o•cláss.ico segundn o qual il rend:1 ~ o retorno a um fator escasso
M ai~ ~ nct.>rtartte ness.a condusão1 J'.IOl"(lue as teorias mkroeconômic.as d· p<odt1Ç'llo e o solo n:lo e difertmt- em cssfncia do trabalho e do capital. As
produz.em, ,;enameme, resultados que sJo razoavelmente consistenteS com os conSL"<liitncias desse ponto de vista pata a coocepçâo de renda urbana foram
r~sultados reais dC! diver!,QS pt'QCeSSOS sociais que governam at alocl(:ão &e uso dc.~critas par Mills:
do solo. Alonso (1964, 11) dirige.se diretamente a esse ponto; ele Sugt!re que ·'As rendas do solo urbano sJo dete-rminadf4s pelo \'alor da produtividade
as reorias microeconômic-as podem ler ~xito em fu .cr muito ml\ls simple.sma-i• mar.i,iinal do solo. E. como na :igricultura. a produtividsde do solo (: de<ermí-
te do que as mais elaboradas c-onceituações de autores como Ho.wley (1950) o 1\ada pelas caracterLSlic-1s do próprio solo e pelos custos de transportC' a merca•

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dos relevantes (... ). Es.s~ itléias t,J.~1..·as são agora bem- coinp1'éendida:s pelos ..-, w ut•xf1c~ oculta:<, entre as c<>isàs, e não f.icar S..'Hisfeito com :is ap:i.~ncias
«onomista..,;, E o processo de \)1'00U2Has foi um foito notkel no desenvolvi· •.11i•1•ffo..·i,1i:;.. O a$f>éétO comum a todos os casos. corm.100. ~ a institulç.'.lo
Jl'll'fltú da dôutrina ecooómica. Por si mesmas, elá.S nãO rlOS fornece m. natu- 11.111rc11,ried:.lde rflvada do ~ lo.
ralmente, um modelodevalorc5 do$olO urb-JJlO. Paro isso,€- ne,c:_'('S$ârio im,.-or- '' A pro-priOO,di:- do solo cst..1 baseada no monopólio, por certas ~(:ias em
porar as rendas do solo em um nmdck1 que ~rcva a dcnunda e a oferta do 111.,rc,'t':t.' 3 defi nida..~ do globo, como esferas exclusivas <le sua vontade ,:irivada
solo urbano para todQ3: 05 usos. A caracrf'rlstica: crucial do solo urOOno ~ a 1·urn t>Xdusão de outras. Com isso em mente, o problema é \'eriftcar o valor
grande complexidade rt-sultillltt> do foto de que a oferta e a demanda. por dife, 1>t·tinúmico, isto e, a ~alizaçto dessc monopôlio na bas<: da produçãoop-italis·
rentes. parcvlas de sokl cst,o relacionndas de modo:s significativos e pobremen- 1(1. St,m o poder legal ptmt. uo;.;1,r ou não usar de cerw porções do tlobo, m da é

te cotnpreensin~is. Em outras palavras, uma economia urbána é um sistema, <k"C.:idido. O uso de~ pcxkr depende intcirame=ntt: das condições t:conômicis,
de equillbrioger,I complic•do" (1%9, 233). ~IUC' ~ilo independentes de suas vontades ( ... }. Quljl.lquer que seja .i forma
Que oada \•i.i bem co,n essa ''sabc:ck>ria rcceb:<la e embelezada'' da teoria da t-spec:-ifaca de renda, todos os cipos tl!ffi isso em comum: a apropria(â"O da rer,da
localitllÇH(> foi assioa.1000 por Gaffntli (1961; L%9). A rendi1 do solo, observa, t ;up..1el:l fõrma ecooômica na qual a propriedade do solo se real.iz.a ( ..•). Esse
ê um excedente " dife.-eneiado de ootra.s pof\.~ di:stributivas folt.i:ndo-lhe ll demento comum nas V"aria:s formas de renda 1001a possivd :b diferenças esca•
funyiode produi.ir oferta ag_regad:iil · • (1961, 147) - a simetria suposta entre o patem à averi.gu.açãn" (Ütpiw.l. Volume 3. 615, 6'4).
solo e os outros fatoces de proa'uçao não pa<le ser a..-eita. Gaffney também Propriet:.'lrios possuem. assim, monopólio sobre o uso do .solo. Dentro dessa
toma a ecooonlia do hem•est11r paru c,:ame. concepç!o gt:l""'.;il, Marx se propõe descobrir os " djferenc;àS que de outro modo
•'Por todnse-n senddot'Cu~nioo, a maior parte da economia do bem•estar µodffiam escapar à averiguação. Ele m~tra em O CopiJo/ (volume 3, capitulo
'pura' é :to mesmo tempo a·esp~cia1e a-temporal. Estã tudo bem em abstrair• 47) como a rendt1 pode surgir de uma variedade de maneiras:, dependendo do
se de localismos, nla'S o C?SJX!ÇO e o tcmpos:ã"o universais absoluta,5, É a econo- modo de produção cbminame, e ret'l ne 11Jgurmis e\•idé1"tCias históricas para
mia do bcm--cstar Q\1e p1~a concra a cokha d~ retalhos dói! otimi:z.a~o. Fazer ilustrar seu argumento. Muito da Pan:e 2 das Teori<JJ do Mais-Valia ilustra
economia sobre pont05 fora do espaço e do tempo (: ~ ração alem do tolerâ- rumo as definições de renda slocontingenre-:s ã$rondições econ6mkas de c.id.i
,'CI" (1961- )42-3). epc:c'J, e oon1o a::; defin.ições e apologias estilo intimsménte relaciooadas. Mas,
O solo é fixo tanto na localiz.açlo como no oferta agregada. e a ficção rieo-- Marx ,'Stü principalmente- inten:s'.'.8do nas maniJestações da renda em uma
clássica de (Jll@' não ~ (11.ccita complewmeme por Muth, por exemplo) é uma ocooocnia de me.rca.-do competitivo, e este ê o t6pioo que ele pe:1-segue comple-
armíidilha ÍJlOCi'f\te que pOdt fadlmente !Ev.ar-nos a i.merpretaçitô fal~ das for- rnrnenre. El:e enumera t~ espécies bãsicas de rer,da que, tipicameote, surgem
ças Que determim1m o uso do solo urba.no. Negligenciamos. as realidade$ do no modo capitalista de produç!o:
espaço e do tempo determin~os. absolutas, relativos e relacionajs, por nosso (i) A Renda ds monopólio .surge porque é poosivel s r.w ar um preço de mo-
risco. C.omo dit Lo:Kh {1954, 508): ' ·a particularidi!:de I: o preço de nossa exis- nopô!jo ••deté-rminado pel.t avidez do comprador em comprar e capilcidade de
tencia' ', pagar, independentemente do preço determinado pelo preço geral de produ•
E'O.til, por is.w , ,..o lta-r :1 riqueza terrena da oconomia politics dássica para çio. lanto como pelo ,·alor do produto'' ((Apito!, \'Olurne 3, 175). A oportu-
elucida_r a .nstur(>U da renda , pois a ~mpresa nnx:Jás:5-ica, que é- cleganle e nidade de cobrar um preço de mOl'IOf)Ólio cria a 01X1rtunidade para o proprietá-
m uito lltil para certos p~ i l ~ . l b~m sucedida em ocultar al,t\lns <k>s ;;15- rio de obter remia de monopólio. Es.s:a fonn:a de renda p;m xe não ser muico
~mnto..~ mais rtl<:vantes 1érnicos e é-tiros Qtlt Sé ligam ã tenda, ra[ como esta importante oa agricultura (Marx me11çiooa os vinhedos com caracteristica.$
fu ndon,1 no mercado do solo urbano. Os escritos dássioos estio, contudo, espccfais. oomo um c-.aso onde a renda rle mooopolio pcXJe surgir). Mas, em
arn plamérHe dévQt.idos à rendJ do solo agrlcola e as particularidades do argu- oumtrosas passagms (TheorieJ- o/ Surplus V11/t1e, Parte 2, 30, 38, J)OT
mento s.10 examinadas nestt-, ma.is do que em te-rmo."- de uso do solo urb,ano. exemplo) ele indic:a que ocrn:lita que as rendas de mooop6lio são cruciais no
ls.so não nos eleve deter. J'l()f(lnt:: a translação para o contexto urbano e relativa- ('ílSO do solo e p1opri-edade url>al'los. e que pode havtr condições, particular-

mente fácil, visto q ue p:,demos itúerir um oonccitO lrJ.Stante ger.tl do debate mente em ireas dens.imen1e p0voadas, nas guaí5 as r·endi.s da c:as:11 e do solo
clássico. M:u~ forrt-e'cc ampla genE"ralizoção e sínlese do argumento que c~rca são "somente exp,l ici \'eis" como rendas ele monopólio. Ê uma que;:tiO
o conceêro de renda em O C,api111! (volume 3} e em Teon'Qs da .Mair•Vttlki interessante a de se saber se a competição monopolistica da. espécie analisada
{particularmeme Parte 2). Fo:i reSllhado do vigor peculiar de Ma.rx olh.ir r::ru-a por Chambcrlin (1933) e I.osch (J9 )4) r,roduz. renda~de monopólio no sentido

152 153
<lo termo para Mo.rx. Par't'ce·me que .tS rendas obtidas na competiç!lo espacial trorur.ado por dilerenciais em capaC'ldade produtiva, cm localizaÇÕCS. diferences
sk> um Ql.SO dássico de nmdll ob10luto (definid.i abaixo) ~ que as rencf-".as de t.· que é integracb, espacialmente, através d~ relaçõt:s de cus.to de transixine,
mooopólio no semido de l\•f arx sorgem somente através de impe.rfoi.ções subs• A te'll-d.t difor<'ncfal, raréel!, rulo podl! ser CO!"t(":eiluada sem a projeção em um
tanciais rla competição cspacia.l. e;paço rdath'O. J\fas, a J'e oda diferencial écriadM, na ótica de Marx, atrav~ da
(ii) A rend.i d1ferencial ve m , wualmente, associada ao nome dt- Ricardo openIÇ"J:o do modo capitalista de produçlo no <.-011teJ1:tO da iilSlituiç:lo da pro·
{1817), TT1<1s Mttrx mostra que R domrina de Ric:u'Clo é um~ cspeciaJ que pl'i-edade pri"ad.t.
surge de <liíercnça~ oa fenfüdade com diminuição de retornos PQra sucess.i~·l"lS (íii) A rendo dbJ()luta distingoe-se da renda do monopólio, por d3r origem
i,m~stimencos de t.r.tbalbo ~ c.--apital. Marx <liscute a 1,.-eneralida<le <las suposi- :to preço de mooopólio, enquanto um preço de monopólio determinado
ções de Rk.irdo. e pôc-se c.·omra o modo restritivo pelo qual as implicaç(les <la indepeodentt>mente ix-rmite que ~ ganhe renda ele monopólio. Rlcardo negou
doutrina são alcarn;;i.das. Ele critica Rteardo po r an:ifünr a renda, como se a ~ existência da renda absoluta - posiçlo a que ele foi levado, segundo Marx,
pror)riedade do solo n!'io e-x.is1iss<', I! como se o solo possui~' ' poderes origi- por ~ua confusão entre \'Alor e preço. M.1n evita essa ,confusão a.rgi.nncntait<lo
nais. e indc;";5tnitiveis •• quando ele é cl.araniente condiçâo e ntio ÍO(ÇJ de produ- que o ~alor dos produtoS agrioolss pOde ser mais alto do qoe .seu preço. st" mais
çlo. Marx accira a existêncii âts rendas diforeru:iai~. Elas surgem, simples· dinheiro E adiantado pata. salários em proporção oo C'.lpitaJ const.1nte, c:ompa·
mente da diferença entre ''o preço de produção inilividual de um t"aj)ttal parti• r:Kfo i\ relação dt:, sal:irios l)aíA o capital constante n,ecess;trio em oum1s esíeras
cular <: o preço dE' produção geral do capital to1a.l investido na t.":Sf<n concer· da produç.Yo. Nessa.s cond.içõc-5, uma qmmti<ladc maior de mais-,,alia (que e
11emc de rnxlução' ' (O Capital, Votume ~. 646). A renda diferencial, obvia· deri ~·ada <lo poder ex«cfc.>ntc ela força de trabalho) pac:le ser extraída da a.gricul ·
mente. 1:.âo pode ent r.tr oo c:ustode produç;'lo ou no Jlte~-o dos produtos porque tur11, mo.is do que t: JX}SSÍ\!el cm quaJquer ou tra pane. Essa condiçllo ~ neces•
ele surge novamente do excesso de lucros de cat os produtores cm vinude de s4ria p.'lra a existllncia da renda absoluu numa esfera particular d:a produção,
sua sirm1ç.Io vantajosa, Esses Jucros exces.\h'OS ,5ilo embolsados pelos proprie- m:1s da 56 se realiza Se)' ha 9Jgmna barrefra para a igu.alizaç.'io total na taxa de
tári~ sob forma de rend~. Situações vanrajosas existem por uma variedade de h1m> entre &ferentes esferas da produção. Várias barre.lf';l.s podem ex~tir,
ru.ões, e Marx discute-as de modo bem m~.is geral que Ricardo, dilerenciando incluinclo a ausetlcia de mobilidade geog.ráfk-1 e socfal, ausénci11 cli: mobilidade
entre aplioções in1e.nsJvas e extensi\•as ~ Cíipítal e mibalho sob diferente5 no çar,,ital etc. (C11pitol, Volume 3, 196·7). Os lucros em excesso podem por
condiçÕl!S. As difonmças em fenilidade são imp0nantes, mas Marx indica q u~ isso, emergir " transitori.."l.lnet:lte" em todas as áreas de prod.UÇ,O (e, aqui.
a renda difere.itciaJ pcxle sursir independentemente de se o cultivo é atendido f\1:.lrx r:t~ estar propondo algo anák>go à quase rcruJ11. de Marshall). J\·1as,
ckis solos ricos para os pobres ou vic~•fJers12 (Capilal, volume 3, 659). N llo h.'i na agricultur::1 a; luc;ro:. cm cxc:c.'SSO .s:io institucio1t-aliz.ados em tenda ah.~oluta
tambê"1 necessidade de supor retornos decrcsc:entcs e a renda diferencial pode ru.ravés da força de 1noilopóljo (la propl'iedade privada:
s1.-1rgir ~implesmente d:1 11.pli(:llÇllo diferencial de capital e trsba1ho. A ,,anta· • 'Se o capital t>ncoot.ra uma força ad,•ersa que ele não pode se-não J:).U'cial-
gcm <la localfa.aç!o reLii.tiva é explicitamente introch.1.iàda no quadro (e é imtru· mente. ou de nenhum modo, :rnpernr, eque liinita seu inv~ imentocm certas
ti\'O mxar que Marx tirou muiro <le sua inspiração a este respeito de William esforas, admitindo isso somente sob condlções que inteira ou pa:rciitlmente ex-
Petl)'. Qlle~m 1662 recoohffeu osignifK::adod:;i loca.liUtÇâo para a determina· ch.M:'m aquela igualização geral <lt> mais-valia em lucro máHo, entilo é evidente
çiio da renda - von Thünen não é mencionado), Marx, enr-dO, eoml:>lna toOOS <Ili"'-' o t·xC('SSO de \'alor das nK..'f'Oldoria5 ern tafa ~.:;leras da 1)1-oduÇOO. sobre SC.'\I
esses elementos, e mostrn como v!U"ias com])in ações de solos em diferentes lo- pf't\.'ô de produçãn, daria origem a um lucm excedente, que deveria ser con·
calizações c.:orn c:a.racterístkas diferentes, exploradas em seqüências difotentes, \'Crtido em 1·e1lcbe COf'l"10 t91 tornado independenrecom respeito ao lucro. Tais
com diferem~ quantidádl!S de C.'l l)iMI, podem dar origem a ,..ár-ios padrões de forças adversas e barreiras do representa.das pela propriedade do solo, Q1.u111do
renda difesencial (Ct:pilal, "olumc 3, Mú, 668-73, Theories ojSmpltil Valu~, ~ coofronta com o capital em seu empenho em inve-,5cir oo solo; tal força é o
P,me 2, 3.10-J2). EJe, ramoém, indica que ' 1 00 c:aso de renda do solo cm fl("()l'Jr'ietllriú da tetra viN1~vi.s o capitalista. A propriedade do solo é aqui a bar·
moradias. a sito~ constitui, decisivamente, um fat(.}f" para a renda diferen- reir-a que nâo ptrmite nenhum OO\'O in,·estimemo de capital(...) sem impar
cial. corno II fertilidide (e a 5ituac;io) no caso da renda agrk:ola'' (TJ;cories ()j uma taxa. ou em Outr'as palavras, sem demancbr uma renda" (Capit.JJI,
Surpl,u Viúue, Parte 2. 365). A maiocia dos teóricos rontempQ.râ.n<"05 do 00- mlume 3. 761· 2).
liz.aç!io concorda.ria com essa ~.firmaçlo. A pt"oduçãocapitafü.ta não pode, naólica Je Marx, destruir a instituição da
.A renda diíerendal 85'.\umc 5Cll 5-Ígnjficado em um espaço n!:lativo que e, es- propriedade priv11.ch (de modo como esta destruiu muitas outras instituições

155
feudais) por(juí' sua próprir:t í!:x~tênd~ es;.â foO<bmenrnda na propriedadç tJUt:f na.,; ft)rma~ ;ih!>Cllura ou de OlOllúpólio . como J\farx a., categoriza. Em am·
privada dos meios de produç~o. O ú.~piLalisrrK:> «:$tá, por is so, preJXUado para hl~ ~ c~os o pft.\1.l<lt'. monopóliot:~tá r,resente, ma.s no ('a5() da renda absolu·
('l:l$.<'lr uma taxa na produção {rt·nda) como o prê'('O para :a perperuaç:.lo da base t,1l! :i ~ncfa qul' dl'ttc>rmin~ o pre<,:o ~ monopólio mais e.lo <iue o oulrç medo in·
le~11I de sue própria c~istetlci.a. T ai taxa, Ob\'famen.te, de\·e entrar 1n~ cus.tos <fü.-.tdo. füsu di:.tinçiiu (! rdt:"',m tc pan1 nosso t:ntt:nd.imento dll competiçlo e.i;-
de produç~o. e sob e,ste aspecto a rentl11 abso!ut:1 (e a nmda de monopólio) deve puci,d . Os r,rt:i;os de monopólio i-ão criado." sob t"Ompetiçào espacial perfeita;
~ r db t ingu id.i cftt renda diferencial. Acrítica aoconceito de rcfld.ii absoluta de ~ ta. n~rnralmente. foj il rontribuiçào fundamental de !.c¼ich. Nurm, plani-
l\farx Lem sido gr:mde (por exemplo, Emm;1nuel, 1972, 216-26). A dificu lda• i.'.Íi..' pcrk-it.imcntc ho1no,RCnca, com compettÇ!fo perf~ita entre os µro(fotores de
de surj?e porqu~ Marx o--Jo prov~ uma r~pliôi. :ldequada p.ira ;1 quest$.o<.'Oloca- um Jlmdmo nlo diferenciado. ainda observai·emos uma superflcie renlâ\'"el; o
<la em Teorias df i\1(1is-Volia {Parre 2): ''se a propriedade de) w lo e.lá o poder 1":<.1der de monopólio exis1e dentro <la~ ptoximidades de um p-rodu,o r porque
111u11 v1,.~nckr o pro<luto .idma cio preço de custo de seu ~·alol', p()f(l l lí' rl!Tó dá r roduton."-'S alternach·os em 0t1tra.~ locsli7.açôies f!Xpõe.m-Sé 3 custos dt, uans-
i,!tu!'llmc1uc o pOdcr de \'c-nde-r o produto admfT do seu valor. íltravés de um !X"lftt· mais ali.os. Essa espécie de re1'Hia 1)()(je set .deiuificada como renda abso·
11reço dC' monopólio arbitrârio?''. A distinç-Jo entre moOOpôlioe renda :1bso- lma porQue da sur-"'e das condiçôe- tetnicas e s«iais que afetam um setor par•
lu1a pod(', talvez. ser conseiutda tomando-se a primeira corno opcr.;indo ao ticulitr como um tc:do. EJie-me,~ como renda <le monopólio (no sefltido mar-
ni••cl individual (um propriet.irio partirnlar tem algo que alguém, p:u·tic::ular- xi:,;111). quando os produtores dentro d:;iquek setor estabc:leçem arranjos de car-
menrt', dl"S<·ja ou 11cctssita) e a última como algo Que surs.e das condições td tmrc eles; quando um produtor isolíldo cpeni sobre muitos pontos de pro-
,i;:,erah de produção cm algum setor (é um fonUlnc:no de monopólio de classe duçilo e quando as \·.irias p-rátic.is competiti\'as erure firmas com d istintos ter-
que :afet:i a condiç:Jo de todm o.,; llropriet:lrios ~rk'olas, todos os po.'-suiclore..,; rit<'irios são rtstrilll!i<>U modificadfls para evitar forte i;ompeti(.--ão{Seidel, 1%9.
de moradia dt baix.t renda e1e.). faz. aliumas obser,,.·açüt:S inl~rt'SSantcs wbre este- última p:>nLo). A reoda abso·
Um:.1 Vt'7, institucionali:t:ada a renda. ela Vôdc aparecer dt> ,·árias m..'lfleira5. O luw é ainda um retorno para a prof.lOt~fade do solo, mas as condi~·oos té<.TJiças
im'('Stidor e111 scilo. por exemplo, isu:ili;~ a renda com juros no c3pital e trl'!ta- .,;nb as quais cl-a su.rgç são mais numerosas do que Marx imaginou ou conside-
a Cúmo o úl(imoquandoé' rcab'f:t:ntt: aind:;i a primC"ira. lssocria a ilusão de qne rou.
osoloéd eprúprio fato r rroduti\'O q11C! dt vc ser pagoççut() custode\'e ~mrar
O poder da análL.:IC de l\ larx sobre a renda tesidt.- 1\0 modo como ele diss«a
~ rnstos ~ r,rochl(IIO. Esse- custo é de fa to a tala (rc:nd:1) extrakb pel::i pro-
uma mi~ .irart.'ntememe homojlenea c-m suas JX1rte-; tomponentcs e relacirma
pt1l'dadc pr1vo1da comorendã absoluta o u de mooopôlio. Há, contudo, 11.lguma i.:ssas partes a tocb$ os aspectos da estrutura soci31. A renda é um símples
pap:amemo a,1$ rossu!dores da: propriedade pri,•ada, mas ela pode surgit dí"
coofo,~o em tomo do rend.l do solo <k um lado e os juros COOlO um rc:torno
~ irl\'eslimc:1uos de çapital de o utro. Í\•1an aceita qul:! hli um;i. d.istinção Jegí-
uma multipliddadc dt condic;õe~. Ê intrigante- oomp.oni.r essa anAlise do roo·
l't.'lto de renda com aborcfagE-n.'i- sobre a naturez.a do e5p:tÇo, porque as du..ts si!·
hmu_a ser feit.1 aqui) mas argumenta que os investime1uos de capital, que s:Jo
rie-de ideias f!X.istçm com l,l!Tl:t relação peculiat entre si. Os privil~gio.~ de mo-
réla-11\·amcnrc permanentes e incorporados aos atributos do solo (e ele inclui
nopólio da propc-icdaclc prin1.da sur~m d.is qualidades absolutos do espaço que
ni$SO as estrutur11S permanentes) de\'eriam ser aneli.sado.s do pomo de \'iSta da
renda e n;'lo dos juros. A ótica de Marx a esse re.~pcilo c:orre.sponde rigorosa· ~o iflstituciooaliz.ad.is de certo modo. Níl csfora d.i .ttividadc 50ei,.1;l o espaço
I.ID-"ollllo Cffl('rge como .t base cl:t rend:1 (le mo nopólio. l\fas, o espaw a.bsoluto
rncnte à de Gaffoey emre os analistas contcmpor!f>OO'l.
(! t>m ~ ral superado pc:fo inteniç-Jo entre dik-r"efltcs esfet as de atividade ern di-
Mane admite o !-Í,i;:nHic.ado da "fric-çio da dísl:.'.inc L'I" na falha em obt('I' a
foR""ntcs lcc;allzaçütS e os ati·ibucos relativos do espaço emergem como o p1·io-
iJuali1.aç-.10 do lucro 1X>r todas .l.'i esferas da pt'Oduçllo o que permite a eKU'aç~
da renda .ib~luta e de 1·crKht de monO("IÓllo. f\,fas, ele su~~tima o modo pek> drio l'011dutor para o esrnbelecimemo tant.o da renda diferencial como
<1.b soluta. emhora o esp;a~"ó absolu to ex:rrsi:i sua t:i:u em t odos os casos atra,·L's
quãl a disdncfo em si mesma pockser uma• 'força ad\•ei·s:a' ', que pode ctier as
tk1 !lrivik'ógit, dt, munoJlÕlio da l'"--lf'r-iedcule r rivada. Por 1.iJlimo. htí um ~ltido
condM.'ôt-s pat:i'.l os possuidores de solo e propriedade Etanh11r renda aDSOlut-a e
,·m qut' o c:spaço relacional prevalece m1 determinação geral do ,·alor de renda:
rcn<.b de mon0p6lio. A distinção enrre renda, como ela surge através de l.io·
cr:s i.:ompeliti\'OS ('Qt a uso do sok,, t' nmda como~ renuneração elo monopólio, l·m locnlizaç<let, dift>rt'nl~s - isto lornar-se•á mais explicito resumkbmente.
1cm sKlo difund ida na litcratur.t ck um do solo tirb:i:no (~·eja-se, por e)(emplo, O estilo rehróoo.t.l de análi.se u~acfo por Marx tem de fato sirnil.iridades notá·
vt1s mm a análise relacional docsp,açosustentad:i par Leibni1. (ediçiicide 1934;
Chambcrlin, 1939, upé'ncfice D; Alonso, 1964, 43; IBsch, 1954). Mas, o as·
,·e j.1. famt:ie.m. \Vh.itffilan, 1967). Do m(.>smo modoq\l<:" a rcmd.t n.'lo pode ser
('IC."(.' IO Jc... nx,oopólio nSo tl'm sido bem enkndido, porqtJc- dç poc.k sur~ir

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ent(']x.li<la :st.·m referir•sc oo pagamento que ocorre na~ circunst!lncias soc.."'iai~ ultcriorc.~dt) modo pê'k, {11111I fl escas!lt'7. é criida para diir origem a acréscimoo
t:m1Mm temos que reconhecer que o çspar,:o urbano não l absolmo. rcfati~~ nu <ltt.W.dmos no \·alor da renda.
ou relacional, mas l«ios os tres sjmuh.1mc.-amcnte, dependendo das circuns~ A faculdodt' do solo em conseguir vantagens. e a:monizar custos depende de
l:1nci~s tlé tempo, Oe\'<'ITl(>S, por is.so, tOOlM' cuidado em coml:ú nnr t'\OS$a ~ná· ~ua riiidet de locali1,aç)o em relação :;t todos 05 modos de custos e beneíidos
li~ ~ocial 1..-urn rtQSSa conceituai_:1io de espac_v (e 1empo). ex-ternos que est~o sendo gerado!i [ll;'fo atividade :social r.io sistema urbano.
As cate,f!orias marxistas de renda tio nionopOlio, renda diforenciid e rcnd.a Gaffney (1967. 142) a.-.:sim, as$Ínala que a tenda dosoló depende- <=O'I parte do
a~hua abraniem todo o pt>nsamemo m cc...·onomia política dâ:;sica, e de fato "que o pl1bliro cle-i.-rn livte para o r,roririeréíio" , a&.,im como 1:Ja Hatividade
nrio tc:m sido apel'fe-içoada:i. de~de E-mâo. Isso não quer di:,:er que 9mores prh-·adll compleme:nmt em outro soto Slgoific;;,ti~·amcntc lipdo a uma dada
ant<'riores a Marx (tais romo Ricardo e Smith) ou que ~utores µos.tcriores a parccla' '. acr~emando que ''beneflcios de perd:is positivas. soDressa.lentes,
l\:1:m<(rni~ como i\hrshall. \\'id:.sell C' Pígou) aceitem a interprecaçlo nurxis• acmnulando-se e reforça.n<lo·.se. s!o enfati.uidos por economista., urbanos <=O·
1a ~sas categoria~. Por ex~mplo, a renda 11:bsolurn, ui como 5urse na M,Uise mo o que as cidades silo a.final'•. Os economi.stas polhic;os dá..~icos. r«onhe•
de Alarx:. repousa: em sua distinta e única teoria do ,·:dor, e não p,o,dl! $et" sepa- aram a conc>-iO e ntre o crescimento econômico e os valores de renda que
rada c:!e.i{I_ Autores posteriores ig.nororam ou emenderam muiro mal es.sa teo- -.ur~m. mas cs5C" a.s,;«:to do problema tem sldo .subseqUentememe negli_ge-o•
ria (OJJrnan. 197J e Hum e Schw[lrt:z.. 197 2. llrovem boa.'. disru.ssões). Poucos i.:iado. A faculdade- do solo em obter vantagens, pora capcur.1r os e,,:re:lentes
t"COnomi:srn~ ocidentais negarlam o s.ignificado da renda absoluta mas a maio- lfosronsumidorl:'setc., é muitissimo importante, e i5:so tem a ver corn a ~d.$•
ria pre(ne atriOOí-la À ofo·rta 11gregada füca do solo que, uma Yt; qu.e e.s.1.á em ~(.'Z. nosentido<.le que tanto o pllblico corno :a ati\'idade privada criam escassez.

uso de uni modo ou de outro, e tomada para exigir alguma renda. Os nivelS de- \!t- lugares de acesso f:worávd 1)3.ra recursos fei1os pelos homens (Yeja capitulo
renda absolu1a podem enHloser fator~ de produçio, e daqui podemos chegar m 2). Dessa formá, os JX)SS:uídores de propriedade r<.'Ccbem l:>enefldos oo têm
r,o:.i\slo nooclás..,;ico. A.s rend.is de 1110nopólio podem t'1llfio ser [ntf;>rprctada.s i.:ustos alocados imlependenteme-nte de suas \ ont;1;des, exceto n;i medida em
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na ttádição neocfassic.1 como :surgindo a1ra,•~ da m;i1nipuJa,ç~o artificial d11 ,111c podem i.nfluenciar a ath·idadc pUblia é privada (a leg_is:latufii., nos. nl\'eis
es<:a.~iJel. atr11,·E,1~ da manipula~ da oferta de sofo pelos produtores. l''-ta<lualou local, llOta G:d.fne~·. é um dos mais pe,~etran1es de tocbs os arran-
A _esca..1:se?. é.' .contudo, socialmeme dêterminada (\'Cja capltuto 4). Marx jo..~ de cartel l):il.nr. çúntrult ck rocurscs cio solo).
1~trm~ o ~1gnif1c~ ~ m~;i_aesctis.scr obtid,;i. atr.wés da instituição da pro- J\fas, as rt:ndas sãôtambl!mcriadas e.m um espaço e tempo relacionalmente
1,riec..lacle 1xwada. e d1ferenc1a•u <la escasse1. imraduzida e rcaliz.ada sob outras ,•,;truturndos. Ad3m Smi1h e Marx argumentam que todas as rendas do .solo
co1\diçks. A .c.eoc-,rnli1.aç'âo occdils.sica é ótiJ sob ct.rtos aspectos, mas ela eli- ;-.;ln determinadas pelo preço da mercadoria bá5ica que sustenta a ,•ida (lrlgo).
mi11:1 a dislinçtio que Marx e- al_gun'.'> ana]i.,;tas po..uec'iores. (tais como HenJ)' 1,: nudhor <.-on::.iderar oo vRIOfeS de renc..la como sendo 5jmulcane-,1mente
George) lllloquerern l'Squecer, por 6lwi:u razões éticas. A análi:.e neoclássica i11fh.r.cm.:iádó$ pO(' u$0$ alternativos eJe 1,·i?.inhaoça (e aqui a idéia de equillbrio
pr(l(."t-<fc-conm se n!io import3.5-5e como surge a <'5Cassez. Na ótica de J\/[an: a ,~·r.•I t' rel..-.,111.nce). lsro significa que a renda e detE"rmlnada relacional mente,
renda t.' al~u ''furtado'' pelo J)l'O(lrietãrio do solo - (: um retorno iniusto. O ,, 11 todas as ~sfo1·;,,is. de prod uçSo. em t01.fos as loca Ii7.açôcs, çom a~ e:xpct.'tativas
11ro11rieUrio do solo não rontribui em nada em C'OITI();tf'Qçflo com O cap.ical.isu., 11,11,ras também im.""OíJ"lOrad;is noçálculo. O :solo~ 11:. beníeitnri:1~ .são, c..le acor--
que- pc:lo menos IJfOmQve a produçlo: e o prt'IJ)rietádo do solo tem êxito r<1rque • l11 i,,,n1 a prâticà dcti"a do patrimônio , freqüenteme11te valorizados em rel;i-
e-le km o roder de retirar re<."\irws :subscanciais ligados ao solo e .ls benfeitorias ,,.in :1 sc..•u mais alto e melhor uso do que com relação a .seu U$-O ;i.wal. Dai,
S(> lhe é_va~tajos,o faz.C'í as.sim ( manter deliberadamente '"~P.:os grandes blocos ...111").,'(.• o "semLdo impoct.inte" de que o vn.lor de qualqul;'r pan:~la cl!! solo
dt- t~ntórios. tornou-!it' ,~m~joso p:ira os incorporadot~, em Loodres, em · ·eootêm • ', atualmente, 05 \ralort"5 de todas as ou eras parce-las. assim como as
fim de 1966, por exemplo). Man R'IOSlt a , cxplicitamemc 1 a reAJ"a quando 1 ' ll(i."t:11ivas supo.5t;.1s de valom futuros. As implicações disso para a determi-

rx:,stuJ.1 que a J)~SE' legal do solo dá ao :seu tiossuiclor • 'o poder de retirar o solo 11.1<_.i1 1dn \"1tlor do wlo, 31$Sim como para o dkulú da op0ttunid.1de de im·es-ti·
da f>Xplor.lç.looconômkaaté ~ue!l!irondi{Oes ccooômic:-as r;ermitflm a ele uri- 111e-., Lc1 no solo s:lO ~n ex:p-lorudos 11a literatura sobre economia do solo (veja.,
7..á·lo, de tal modo que rrorx:ircione a ele um exccdent~••. (Cnpit.:I, ,·olume 3, 101 l'.-.:cmplo, Ratdifíe, 1949). As conscqOe-itda.s para as decisões sobre o uso
7'}7). M9:rx \"e, por isso, o arrcnd:itário, como 6gurs passiva que colhe a van• - ~1 -..:il,) urb;,,nos;'fo numerosas e contêm um.i inteira mulrid::10 de problemai.

ta,,,-,.cm Jeral do t.T<.'5dmenro econômico obtido através da apHcaç:io de trabaUlO , ~·\1ir• t~ de e5pcculação <lC5,Wrida ale.': os de ''custos de mamraç!io• • e d.inos
sociid (O;pital, volume: 3, 63'7). Essll ótica «fa rendfl pro,•oca t.WtM análises . 1•-•.11< i:1dos t:m :.-:001tsdc tronsi,;-.io de uso<lo solo, e efeitos que se estendem por

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todo n conjunto do sistema urbaoo, assim romo o cresc-Jmento urbano e o t 1,1. t
11n1,·á,·d Que a 1.:sttulurd do!>iitém.t de tran.~rte e~ namre-z.a <l~ prnJu-
t::ft.•.,d mento l'OOflômic.:o {dt> ~lgum tipo) andam juntos. G .iffney (1969, 148) ,..lu na~ nm·as. cidades indu"lri::us E' com('f"Ô:1Í~ do sét.:ulo ckiemlvc- signific.i:;•
fornt'('e um exemplo: qut',. rcmb tlifcrc:ndal fosse fonte maicw- de: rcncla dur.amt: •"-lm'k: ~X'riodo
..,.,111

''Jlojt erndi:.i muita.s dedsões de alocaç."o sãotomada.-;â sombra de anmen.• ((• u i»t.dto ~ paniculamwnlt' :}plic:i,·f.:'l a Çhica1-,~,. 11e1 firn <lo $éculo <lc.d:'110\' (' ,
tos imínemes (rio ~·alor do solo). Visualize-se a hierarquia de u.sn5 do solo 1N•f t'Xl·mrlo). I\-\as, ~ mui,o impto\·8.vcl que. nos centro.- metfQflOlitanos oon-
como uma serie de d rculus cundntricos. A demanda por usos mais :alros n~o tt•mr or:Jnaie-. (as..-r;im t:omo nos mais \'elhn:,;. ct11tro:, wrnt'rdais e administra·
~ plt=namt-nté s11tisfoita em seus J)J'ôptios<:in;u)os, por c:;iu.s.i dos especuladores t i\'~. rais.wrnu l..ondrcsnos st"Clllo~ dezoime dez~no\"<:), ,, proa·s.-.o CClnt t"ltio
c!o~>lo. A demanda não satisfeita examina a parte de fora, lanç11ndo um ' ' va- no ,1ual ll.\ fénd.i.s .tDSolut.t e de monopólio c.ntrnm nos rnstos dl! proJu~1.o. e
lor inCt.'rto"' difuso sobre 7.onas e,.-ceriores. Esse valor incerto k\•anti os pre· tles.ta ou dilQut"la maneira dctçrmin~m o uso. ~jade muito maior si}!11ificado.
\:t"l'> do solo de tal modo que o solo exte-rior ~ rambém valorizado alto para O r,roblem a nt~'kl:- condiç.ÕC's é dest..'úbrir (ou ~etar) firma.i <:om funções Je
rt:novur seu t1 S<> acuai. embora ainda prematuro p.1ra o uso mais alto ( ...) . O 1)f()ffi1ção qut· prn¼:m rron1amente l'ljusur-se p.ira absorver e:-;~ custt.s. N tTu i:
J}fO<.'f<limento ::ocialmente ótimo é o de reno,.,ar o lus.i.r em seu uso atual mais !-l11rrn-'t.."tldenle t:-ocomrar, por isso. que .i.:,; :ire-as. dt- ma.is alta renda 11;,1 cid:1.d (.·
baixo . Mas, o n lo r inceno destncoraja isso. (O propriet:irio do solo dei~ são ,·alorizadas por ati\'id!ldes comerci3is cuja rroduti\•ida<le nilo pode SC'r ITlC'·
x:art). provaw;•lmeme, os vc-J.hos edificios envelhecerem, por enqu:mto, rrser• illda - - t>~c:ritórios <lo ).."O\'Cfl'K>. bancos. companhia.. de :il?guro. asenlcs de
rnndoowlo para uso melhor. O..construtClfes precisando de solo para uso in• drnWo, aR(.'mescte \"ÍilgéfTl e 1,-.1J'ia.-. for 111.is de ('f)trctc-nimt nto sil'o bon5 exem-
íerior silo Cl'np\1rrados para outro anel, lançando seu "'alor incerto sobre o uso plvs . Dai <;\tíl,'C" (l por.i<loxo de ql.J(." parte (fa :tti,·idatll· m.i.is imr,ro<lu tinl d.i. ~)
seguince inferior etc, numa série de ondas de impulscc;i resultado: maior ex- ci1.•d:1dt~ ._:. (•ncnmrMb fMI :-.c1h que l: ~uro~hllll('l'IIC' de- maior l'lfoduti,·i4,.J.i<ll•
pa.ns.,o em cada margem de uso do solo". marginal cm ra1.ão de sua localização. A soluç,o desse ~ ~<loxo e simples.
Esses impulsos de ondas comucb (que Engels e H1:1wlcy obset\laram) infle- A n11da do solo '-' da 11wrricdadc: 1,a.,; kx.c:M.·f11.·!\. Ct"lltl'ái.,; nã11 !.uf'!~t' da
tem de volta ao centro, porque, como a cidade se estende para fora, o vafor do r n \l.l111h·id::1:d1.· m::1.q~inal do .-:elo, ma~ forn do JlfflC-{~~o qne fl(·mlilt" que as
solo tc:nde a aumenMr no centro (e aqui as ol)$en1 a~WS de von Th-Uncn s.'lo r(-11(,b.:, t1h~1.1lu1:1 L' . aH..:.Srno a rnais impvrtante. ,i de mooofX,lt<•, ~j.am imp.,s-
moiro rdc,·,imtes.). l\.'l as. nilo é somente o valor <lo solo que aumenta· custos de tas.
<.-OnRt>Stionamcnto un1ht:m :aumentam como o faz.em todas: as ~pôci~ dl~ Isso lomece•nos a chave pa:1ru enlendcr o Suct'SSO relati\·o doo molfel,1s
outros custos externo:r.: (Uive. 1970). Esses custos impõem-se ao usuário do ,k, lipo de mn Thunen. Tai~ moddo~ ap6ia.m~t, t:<clu:--ivamemt:, no con-
.s olo que t: obrigado a ~r scn.sivel a eles. Caso $ mensagem nOO .seja c lara , a o:.:t:ito <le nmda diforencial, e gt-r.ilmente colocam .wa ani.ilise oo ~pt~ço relatl-
iax:1 de proprlc.,:lac!t• a-.senta<l~ p0r (."Ofl~•1:-nç.'io contra o uso mais a.lto e melhor
\11. Elt"!. 1-ambem ahstmt->m, 1.-orno foz. Riàlrdo, -a fúrç:~ da pr opriQtkd :,! pt'i\'a
le-l'J,."Q íaz. o usuário saber que sc-u uso não e consistente com o v~lor porencüd de
tfa. emlJora o controle: rnomipolista iucli\'idual :uibre a.-. patcelas i1ltfü·iduais
troc--a. Cp~!-ôcsde filtr agt-m ee."<plos:Jo(L~timuladas por novos movimemos)
Jt· w!v :-.t'jil :-,,t"nly')l'l' p1·esttmido. E~s modd c'IS dcwm, por i:-s<•. ser \'ÍStos c.."0-
mo c.11so:-. t~r,et·ia~s cJm~dt.~re\'em corxli\, ic.~ em qut' M rendas absolma 4,.· (ic
t"(I0du1..ern ii diminuii.·So dos Pf''\-'OS d..~ n-,oradiilS na :tire1:1 c.enm1l d.i cidade.
D~i. sur~ o ri;1radoxo da cidade americana; os preços das mOt11di:;1s es:~ di- numoriólio :,;io im,i~niíirnrites; em que os lUKeitos r~focionais <lc tClllflO i ·
l~P'J.t;'O ~o irrele\'ant< :s; e:- cm que a ín,.;~itui~-ão d-a prorriec.Jlkle privada C:. 110-
n:iinuindo mais rapi~amcnte n.is que ~ão. do ponto ele vi$ta rdaçiom1I, a maio-
n:t da,;, l<lc:açOt·s vahosas. tawlmen1e~ imo,·t'I oc, sold e Oo$ flll'rtaOOS de prüpriedade. Ê útil. namral·
O ,-alor alto da reod-J do solo oas cida<le:5 centrai5 não de\·erfa se.r. necc:ssa• mt•ntl'. ter a anãlfae exrelido essas condições rcs.ait:as. ma) i; per-it,'<>SO C1lhar
rialll('nte. inlerprE:1adocomo reílexodas. diferenças 1111. prodmívid.ide m;,;irginal 1·.-.~"S modelos como (unda:mcnto dt uma teoria i<'ral dt- l1." i0 <lo sc1]ci. Entrc-
(lo soltl (c.."Omo sujl_c:n::: Milh;). As rendas absoluta e de
ff!Of\Opô(MJ nessas locali· 11,t'Ú,!l!tafos . plal'lC'iíld'ores e sociúlogoo. moiros cio~ q uais m'lo :-;irnr,1 tiiam com
l..'l\'fiei,: é'ntrnm no custodt! J'lf odu('JO. As rendas diferenciais, mlo. Se as rendas ah-.tr:Ji;~ do cconomi!1.ta oco-clás.-.iro. ou n;~ as ÍJ,1:noram O.ti fl'loo(' ICJS.
.11):.oluta e de monopólio 5ikJdornina.iu~ na deterrnimç:Jo <lo valor do solo ua:s ~an.hLlm c.-ur~, e atrot'm porque r arecem a.rliÍicios L·i11]"1iric.m1C'1ll<" rck.,,·a111t':l-
locai;,.1.)(-:-. ct-ntr-,Üs t>ntão t' o ,·alor do solo que determina o uso. Se as rendas parn emt'.ndc.•r .- e$Ut1tura ~i::.r'll do .sis1C1na urbano: uma (1tka <Ili<':;.(" !.U~t (·n t l'I
dikn.·nt:iais dominam cntlloC o uroQ\1e determina o valor do w lo. Na práticA, ultcri(lflTl(.'nfl.' pelo w~w modero<lrunemt' ht'fll sun·cJi<lo J 4,.• S(!\l 'ó 1ncx.klc1s p<II'
n,1n1ralmmtc-. a J"ellthi .<rurgc.- das trfs c::irwn5UiJ-.cÜs. e e muitas ve;,.es difidl M ilb (1%9) (.' t\-hith ( 19(>9).
Ji;:ti.:nuin:.u tll1t· l"H\àP d11 \·alor dt• rt11th àdidonal ~ur>,;c de qual circunstãn- E,;sa rd c,Jnda ~parentl' :-uq..-e de urna ,u1x)';,;~;;Jo --- :;1 <le que "'a disdncia

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00 centro da cidatlc atrai sobre ,\ i uma 'penafüfadi..·' nm forma de Cl.Ls1o:,; de!' rnnto em cada aspocw da: vitla soi:-ial é p.h·~da que ~l:erce oontrnle quase ti.1'â -
tr::t1t\f'Clrt<-' ou comunirnçiio'" (l\1ill.\, 1969, 234). As rt:nd:u, d,f,refl'('i.lii,; ~o. nico .'\Obre o :s.ist<-ina de susLen131,-00 <la \'ida. nos gu:fr~ os \falores de uso c:st.'lo
rnr a,-.;\ in1 diz.er. ' ' repr<"scnlà<l:a s' • t'm tQrllO da dístânci1;1 do centro (usualmen· in--eridos. Uni modo<lc produçao dominante, o~rvou l\larx, criii ine\·itiwel-
tt'. ptmJ!w \1ma íontl'CC?ntrnJ de todo oempttgQ ,. SUDOL'Sta). O pico dos valc1r~
nwntc- a~ con<liçitc~ c.lc consumo. Por is.so. a e\·oluçfo dos padrõe'.\ di:- uso do
dti Sülo no ct,.m ro da cidade C'. contudo. o resultado c.h~ forc;:.'.lS que nada tt!m :1 ., l,lu urbana pode 5cr c-nkt1dida .solllf?nte em lermos do processo gerat pelo
wr. Jll"Ct'-~ariameme, roma rem.la difur,e,nci,d ou a produti"idade mar~inal do
t-,..ml a sod<.'(.]adc é arrastada c.'tll direçiiO 11. ú;ahc-•~ hã muito) um padrão de
sc,lo. Ê n:uur.;il. por exemplo, pàra valo re.s <lo solo t"llahe1eCPda$ n:lacional-
llt'C<.-ssicladcs sociais e re-k1i;.'Ôt'!- humana.<.: (que nfio silo nem compr('('fldidas
rm:ntt' 1111 cidack. como potencial <le1~-.o,grãfiroe de vim..-jo, tenderem a aumen-
!'M:'m deS(:j:1d.1S) 1'(:la:s forçns C<'Ras de um .sisU."Olil e1wolvenre de mercado. A
tar oo c~'1ltm C>u pt-rto dck . Ali ren<las de monopólio tendem t~ml~m a se<
l·m lução da fornta urb:ma i! pa.rtE' Í11legr,d desse prOCC"Sso geral. e a renda, co-
m~i:- facihnc..,11R·c.-sta~·l('C'idas no C('n!r(1ou peno dele {d<.'Sd(' qut h:it someme mo medida dC' i1Hc1111e1Ai;.ilC> dos vi!IC>rt".\ de U.!iO e \.';:dores de troc.i, cmuibui
11m <.'t:'ntro" um inteiro tontinutMn d~ periferia). A renda absolma ("ít' aretar-- oot:a\·elmcntc r,1r~ a rnanift":)lrn,:00 <l~ c: pmccs.,<;0.
mvs pant (l si.\ tc111a ele l.mch. porexit-mplo) seró maior no centro dit re8iilo me· Em ('{'(lfl0mias rapirnlis1a..~. a rerxfa surge sob formas de monopólfo, dif<:-
tn1p<.~it:m11 mais ampl~. É por is.so que :i suposi\<lo de cc-ntralitlrd- d~l
n:ncial e abwlut.1. Um.i vez surgida. a tenda .~er\·e paro alocar o uso dei solo.
.1r,:u{lntia ~ relev,t1'l('i.a cm1lfrK:a ao,~ modelos tk· A kmso, l','lills e J\1uth. Por
Quarx!() o uw determina o \·aJM, uma exct-çào f'Ode se-r fci t~ ~ara. á ratio•
11~',l,.1tim;.'l'Cl. o mc-çaoismo suposto no fu ncionamento dt':r;sc.,s modelos - lanc"'s
rolidade social da renda como artiíido alotati\'O c;iuc: leva á d1C1C:nc:1a. os pa·
i..-x• mr,e1i1i,·,:,:,;: p.;1.ra uso<lo solo - recd 1~ muito maior il.letl('iIO do q1.1e e lícito.
drões de produção capitali.~rn {embora a quantidade agregada de renda paga
O l,mct:t:tlmrx.·1i1ivo t! indubit,wel.mtnte s-ignifkatJ\'o. mas supêx: que v L.Li;o do pareça u m preço extraordinarimnentc alto ~r.1. a sociedade paiµ.r por tal
.,oJo <li:ti..·rmino o \'a.lor quando na pr-ática a dctcnni11,1ç'l.o cootrárià prt\"alect- rllíacanisn)O aloauivo). Atas, <l uanclo o valor determina o uso, -a alOC11ç.'!o ocor~
m.!is na maioria das cidades capit.alíst~s comernp0rânca.~. A esse re~pcitn. a
re sob oo 3uspícios da especulação d~abrida. da c5ca:sscz. artilicialrncntc indu-
ináfüe aqui se afas(a em um 11:specto importante claqucfa pro,·ída no Ca~tulo '1. zida e ~ímil1:1.res- e déSà~ n>C(' qualquer pretensJodc ter algo ::, Vl1' com a dici•
():.. rfü ,d("\osdo tifl(,,1 1 cJc \'OO T hü1lt11 solirt: o uso do solo devem, l'IOI' isso. mtr <wg:uii1.ação <la produç~ e distr ibu iç('(o. A política social, argumctlla-sc
Sc:r' Cllh:iclns o;:1t11C)Ot.."'°-.~ ~,'!éciais q11t! se i!plk.im .,;omen1e em c;ondições muito freqllenteintnre, c!e"eria ser dirigida pa!a l'flCOrajar :a primeiro es~ie de
n...,_trirn~. Elt-s.l:ontu<lo. ~111ham seu curso e credihilidade, <lé uma l't'.'lev-:lnd:1 alocação e desencorajar a úkilua. l11íeh7.mcme, o pa<kr mooopohuco da
l'mr,iri<..t ara,r('1llt" que é d~ fato baseada na su~ição da c-entra.lldade. llíl'lflried.l<le J)ri\'acb: pode;: ser' realiz.ado ein lon nas «o_nôinita$ pc.ir inu,~ rã•
veis l's.tf".al::tgemAs: o loc,m\rlo ronseguirA a.queh quimidooe de lurro ,iao 1m-
lx.)f'l:íil como. É esse fato, contudo, que dá certa homogeneidade às formas das
cida<les c.apitali.stas a despeito das diferenças ba5tantc n!tídas de paf.s para pais
Onilorde 11S1}. n rolnrdr tr<Jca, r, çonuil()de rnndu e as lêorias (e mt"Smo cJeci<ladc vara dd.acle) em instituiçües politic:as. legais e 3Clmiaistra•
dii us11 do ~o/r, 11.1b#no Um,; ,xmcltm!o
ti\"as. aSiim como na produção, na dL-.tribuiç.'Jo e na ma1riz. social dit \'ida na
<.'OlllUllidadc.
A n·ncl:t <! a ft.ttl(' &, ,,alof <k troca que Sé des~in;i ao pt0ptietá.rio e possui-
Além disso. sfo disccrnh-eis díferenç:is no modo p~o qual a renda ê obtida
dor do ~ok,. O., \';dor~ de troça relacionam-S(' (atn1\'es 00 cir('ula.ção di! m,er-
:to longo do tempo. A renda de rnOJlôpÓ]io (no se.midú m31'.~is1a) e a renda
caàorias) aoo \'al<~('s<fe uso SOcialmente detei'mi1""-dú.,;.. Se argumentamos que àb.~olut:! (se é olhada como fc11ômeno de- mooopóljo de d asse) sJo mais signi6•
a n-nda pode pn."'S(.:rev~r o uso. l'tttãi) isso lm,,Lica {!Ué os valores cJe crOC{I pO·
<.'Sth•ifas cio que jamais o fo1·am. parcialmente p:>r(ltlE' as ctdades s)o maiores e
t&.'111 dc.-rt:0m1inar os \'akm:.s de uso, crfrmdo novas condic;tits. :1:$. quais os irldi~·i·
).'t.'t)!:!f'Jfit:.1mt'flte mais Jiíerenciadas. As rendas indi\·iduais e de monopólio de
t h 10~ rkn.•111 :ida11rnr·!-e .w dt:-sl'jam sobre,..·h·er ('m sociedadf'. E.'\.Sas wndiçOes
d.isse ~ão .1.8Qra obtidas extc:nsh·amc-ntc. embora dile.rí·nciálincntc, depcn~a-
,,;ão rdt•\'ô'.llllC•3, niio :-omtnle no.,; mom~tos calalítico.'i, qu~ndo as dc-cisôc,.,; so-
docla localizfü,i!O, da furma pani<:ular df' atividade:. do gru1)0 de fef)(la pan1w-
t)r(' o :-;(~o t' a f)WJlrN.od:1dE.' sJo tornadas t:'rn su.- fonna de mercadoria. ma.\ elas
l.ar dús ronsumi<lor'('S., e do p0der da classe operária em manipular as decisões
l<Ullh(·m (riam prt·ssflc,,; PffSi.~cc·nte.-. pd:i contínua caphlrQ ele custo..'! e beneíi·
públicas dll seu prôprlo beneficio. A cend,, tem tambem sido c0t\Ít1o<lida na
oos t•Xtl·tm1s por parx:da:-i dt" solo, aira\·és ele tr{l("aS relacior11l1t1cnle e.tabele-
t'Cooomia cipitalista contemporãn'4! com os iuros do c-1pi1al; e 0$ a1,.urcent0$
dtl,1, m1\'ãlt"lrdnso)o t.:{<'. O m<.·rcaOOcapitalista ~ t'O.momia de troca r:ellE'U'il
t'111 \"tdur dt: rt:ndti. tem, como con~L\,'ncil'l, se tornndo tão signiíicati,·os pana

162 163
11m~lt1<ll•:O- pn.x:~ flS gr:rais qll(.' op{'ram na societl;l(:Jr. ent-ão segue-se Ql.lt' n1\o
.i .._"·oluçlo do c.tpiwli.smo como os aumentos na prodÜç1o. A contosao emre r1,~l • b::m :r ai.RO com("t uni.:1 teoria do uso do wJo urbano ''~rol''. Toda:i. .ts
n.·ntb L' tHxa de r.ctorno do capital também surge na teori;1; de uso do solo urba- tt()J"i.ts (k- 1.1~ du rolo de\'t'Jll ~rolh adas como cootingefltcs. Hã. sornt.-ntc-.
uu. O pomo Cque a renda rode. .se riecessário, ser repre-.entad.i 00010 um pro- [("(1ri:-1:,; ei.rcdficas que rcidt!rn dt-sempenhar papeis esr~ificos .tiL~ia.ndo ,1 du·
bk·ma nil ch.:finic_;ão da rn.xa sociat de retorno do capiu1l. O prablc-ma da rertd::i i:. ái.if ã-. condições exi:,,t.e ntes o u esuhdecen<lo escolha..<; 1:ilt.,:mac,,·as em u rr:a
cntSo resol,•jdc• em transierir gastos desta r.a.."ta .social de retomo do capital. ln- ,t·tit' ('3.rtkular de- s11p0.~ic/'"Jes sobre o mDclo <hnlinant(: ele pro<luçà~•· Súbfe g
f(•IÍ/.tHt.•mc. ttxlu" ("" :t'õs.u nrn,~ sur~ídos neste Capitulo ;,parecem outra l.'e-z, nas t)iltltre7~, d.,.. n:Lli_,..ll·~ "'-1d,1i~ e<las i1lSlimK,t:<.~ pri,'\";.dL't.X•r~H'.S. da StX"K'Uadt-. A
1..·, l0'1trm·~·rsias 'i{llm,: a h~)ri~ do (;apitai (,..eia Harcourt. 1972). Se assumirmu~ a
11 nurc..·za c..'úi\l iil Q<:fltt' de toda á tOOíia de uso do solo urh.too, C mais tl;trnmcn•
rosiçaoclc LJ11e nâot:'Xb(t- un idade hom,c)f,.'t'mea de c-Jpitál e que o ~-.iJOf"de-trcx..'ú
h; cxt:mplificad; pelo nlOOo pe-lo qual concepções pan.iculares de renda. rro-
do c:;:1piul íhm n~o pode ser medido independenteme,u e da di.~ttibuit;ão e dos duz.tm cs.r Cd1.-s parrin.1\are. ck teoria. J\.lills (1%9} por exemplo. a.peb dircta-
1'rc:1,x~•. ""'1 t;Jo. fo 1;1.r <I~ um airt~a<lo ou mesmo(le funç11o de pmduç1io da gran- nwntt' rara o ~únceiro de:- rcnds diferencial. rnqunnhl Gaffney ( !% ~~ olh.1 a
JL· indí1strii-1 é- insiKnifü:;m te, ~ todo o lr,lbalho em ecooomi a utban;1;, tais rorrto r(·nd,1Jifoi't.·ndal como ''inôdcntal ' ' e ar1tumenrn (ltw: a rçoda surl!t= ~rqm~
os dt' l\1il(~ (l97:!)e l\luch ( 1969)ê ig11altnt'.!ntéinsJgnific;-antt>. Oesdeque todas
0 .-.olu é rd,nivamente t:Seosso parn a lk.mandi/ ·, Como conseqUêoc1a. d e.':':
~-.111.i.lis.c.-:,, rl'.!tli" do fonômcno u!'bano tém que começar com o fato de que uma pruduzr.:m ~rl3lise-; ba:,.tll.l)te di{erenc~:. da estrunira urhruu . A i11tnxluç.do d'.~
~r,11xk., r rornn;iio do c... ipitaJ fixo n1io 1em valor iodc~pe11detl1~ do uso lun1r1,,
, lc~ ptí'(o..:; c..-d~ dis1ribuiçlo de ~neficios na sociedade. nlo há modo de di1xr
e.~,..~-o :ah$Olllt0 e d..i. tenda como excedt·mes do oon..~urnidor ou ~odumr o~h-
cb <•m mn m«:-m:1do 00 solo, oçupado seqOendal mc1w: (dcS(.•1wolvu:lú a.1uenor--
(]uc..• os pro blcrnlL.'i qm: .sur1;:.c rn da teoria dtt nmd-1 possam ser sah·os por uma mentc oesle eru-aio), produz.. aMm Oisso. outta 1ier.spectiva na. dlfl.1mic.a do
cc,n\.'<.•r.-ifo aos dominios da teoria. do capital. Em outr~ pal;t1v111s. se J oan Ro• :rr:t-rcaJo urh.ino de moradia, Como<l<'i OO[)Ceitos de ren<la e espai;o 5;!0 111l1dos,
hinsnn, Sniffu <' os outius neoke)·n e.~ianus ( Yc-ja Uunt e Schwart;,., 1972; f-lar-- claram(·11te de-terminam a esptJtit: de tcofia de u.~o do solo que C1tkfl'e. O
roun. 1972 f! t larc..:o ur-t· <' l:..inR, 1971) (o<;t !o. onde quer que seja., perro de es- rrobk ma entilo S.Uílift' da ;wali11.çilo d.:is teorias oonslrnstame.~. E.\..~a tarefo r<~
1an·m c..1.•1't1J.>. c-111:lo Alon.:;v. i\fills e Moth esc;'[o compta-amence errados. si.11ncncc ser cumrrid:, ."'2: hom•er d ,mi compreendo dos usru: em que .1 teorni
O rn.-scimenu1tirba.no ll l'M ê ccrLO modú de:- realiiar 1:1umentos no vaf,or 1.kt
<lel't• ser coloc:1d:i..
rc.:-nd;ti ou no ,·.:iJor do<·apir.iJ fixo, c;1quanto provê, s imultanearnente. um cam- Se estamos procurando esclart:Ci.meuto 1l _respeito de nossos prohl~JT1::iS 1u·l\a-
po f'il ra :-i dispooic;ão do pt0d11ro cx,1.--dt>me (l·eji adiantt, pp. 23 i -4). Nao .ro- nos atuais. 1-x,r c xt:"mrki. ent:c'lo de\"~ <.undu1r -SE que~ modelos do ti po~ vOtl
nwnk 11a perlk'f"ift <· no ççntro. m:;:1s por todo ~isttma urbano. a eX1l<!ctt1tin1. e TI11Jnçn de uso do.solo urbano siro um.:i mistura desconcertante de aprilotu.1. do
q tk' e, ,;;.oloe (~, \"~lores dt· Jll'Üflri<><lade s.urj!!m, E! qu~ a capacidade produti\·a do rt.atm quo e de ofu~memo cootrc1-rf:\·~uci0Mrio. O scm~do em que 1.:~•;c'-">
i:·a1,i(;1I foco i mplant.idoscfil usatla: o moclo.~eguropara obter isso ê-C'stimular o mexido~ s5<J c:a,<;Q:- o:peciais j:;!J foi r;nnsi<le-rOOo, mas e.'i:o.e $ellt1do nllo ê eitpl11,;a-
1-rc•,ônlt·m11 1ub.mo, O crescimento fl(xlc ser mcdem<lo, mas control:lf o do na liwr-.:HtirA TLl'm parC<'C ler sido compreen<lido. A crreça em vários ártiíi·
t·rc•:\C.' ill'k.'11to f[, in , "11.·JU comw lar na<l.i m,iis . n«:r31llt'ntt' ex.tc<:rba H c.'>(-aS..'-C-1:. d~ ni:-Cll·U.ssi('O:{: e o ap.:iEar de im('Oflantes di:;t inções. relativas à oa1urt?..l da
O pfant-jonl1,r no ~-udeste- tia lnglaterm e os conselhos de.• pm·aa.me1111) n11 rc..i,:iã(I n:rlcla. a nomre1..3 do espaço e às rebçõesentrc o \·alor de uso eo valor <la rc-o•
mc..•ll"li1'(1lit;111;1tk.• j-..:~)\"il lorqm..: tem. iguallllcnte, ajudado a criar OIX)rlunicfadt-... da. a 11aturez.a do espaço e- :lls relações <'lure o valor de uso e o valo,- de tfoc.a,
uht;·ri\)n..,_ <ll' t:xtrn.ir r1,.1 1d,1s OI.! mo1l(IJ)Ólio. A ernergl!nda das rc ~ j_ndjvi- juoto com Cé rUl prova espllria, leva a que tais moclck"J!'S: o btenham mu~t.o maior
du<Li, e de· n1c111npci-lio i.k c:lasS': como fontt- dominruite &- reoda ,scr.il c.Je,.-e, por <·urso e credibilid,lde d:) q\l,C eles de fam 11~ m. Gcó~cafos, soc10lo~s ,e
i,~1,. ~-r Ü\tá l'<111x1 um dos :15()1.-Cto:. de um proCl!$SO de (:\'Olw;~o flit econorni:i
pla~jado res, por outro lado, pro,·t?m·nos com ~11~ _cáos de- da~~ 11111teria~s
til' tnl(.;l tlt1IY'll'fc..""."tdo L'llpiralislHt' ele :,;uas in:s:tihliçôes legais e políticas reSpet:"Li- (altumas vezes, sob a fo,·ma de modelo), tão dmd1do. ~ ~r: _é <i1f1~1\ t"'Oflí.~lur
,-.,~: l'\"v lu1;iíL\ 4l11.· e~.', futkmt:"ntc ligada à emergência de uma form,, J i:,,tima qual,JU<?t" c:oisn douinjunto. salw as gcncrafüfades ~ur~rhoai.o,; ólmas r~lau~·~s
à · t1rh1rn....ll>1.1 (\c..•ja C.:irítul(\ ú). O (·apitalismo dé mooopólic), p.m.•ü!, andar a coi.si~ como o sip,nifk-:ido de-das.se e Jfl1tu$. cu:,;to de transpone. pod,cr pOhB-
t,11 i-f,fl.1·:,u n 1111 ,1,;. rl'nda.., <lt- m111111p()!i-1.1,
co C'tc .. raro o fundo11amento do sistema urbano. Tais <Jb~rnH/Jt:"-~. «:°mo
A 1.·o ndu~ão a st·r- t-ira<lil. dis.-.1.i (Si! nâo está ::ipar€nlt.' na analise <lt- Marx) C iiqm•l.i'- -;n•;11i1u;tx.~ que cootkn . pc1Clr-in .-.t"r (X'fC('p\fv~ ~ tx:-i:IS1ô1l,dmencc. st.:·
qul' .i rc-,,,h. t·,'<.iste .somente: c..>1n st.-ntído comiogc:nlei Jepeode do o-iodo d~ r,·m ,·sçbr'(•f<•dora~ S(lbre o c.,;t.1.uk) pem1rbador da. C01ldiç-/ll,) h11man3, ma~ há
pruJil\·;\, e dt t.1.'nas instítuii_te. relativos ao dominio da ,,..·o pricdade. Se êe.sst:"
u ,·Jso, i..· Sl· :ts rd:,1\·ões t11lrt' o \·a.lor dt- uso e o \·alor de trQ(;a são tambêm em
165

lú"'
pouca comprt'C.'ns.'lo real de " como isto tudo se junta" ou "mmo isto
tudc, S11f!,"e". O mais próximo que chegamos de um rev.al ~ larccimentn
es1á no trabs lhodaqueJes poucos economista$ do solo, de q ue G affney é segu·
ramente o mai:s eminente, QlK' combinam um firme ApC'go ~ processos reais
com t:ik nto paro "\'aliar e gcncraliz.1.r ~obre eles, com ra o pano de fundo dos
processos socfais em geral. A 1atefa mais óbvia, por isso, é construir teorias de
u~ dosoló urbano como ''casos es:ptdais'' q1.1e- sejam bastante gerais no es•
copo de alirant,'CJ" a:>nceitos diím"fli~s de re:nda e espaço no mesmo conce:ino. ~
aqui que a preúCUpá('.ãO com as marillvi.lhas da an:füsc matemática podem ser CAPIT ULO VI
mais uma barreir:a do q ue uma ~jucfa . M uito do que transpira no !.úlo urbano e
no mercado de prapri«iade não i: suscetlvel de t ransformar -se e m mcxk:to
O Urbanismo e a Cidade -
pel.:i.s técnicas OOfl\'et1cionaiSj elas nâo devem ser ignoradas por essa razll.o. Um Ensaio Interpretativo
Tah-~z.. 8 t:uefu. mais urgente nas circunst::1.ncias contcmporãneas seja cnlcn•
der romo as rendas do ind ividuo e do monopóHo c:k c:la:sse sur~em. e conseguir
al~1.m\.i inuospecçâo nos proc~5(r.; pelos qu;1ís a criação de escass,·:t nrtifa:ial. Rabt:rt Park t:scre\'eu certa W!%.:
o crf'scimc1uo dé' áré".1s urb~nas, e o poder dé rcaliz..ar cais rendas estejam Lnti- ' · A~ cidades. e r,artkul11n nc.1u e ~ p,randes cidades 1nc•tropoJit:allas 006 1em-
n1:1m<:ntE." Li~dos. A teo.·ia de uso d,) :o-olo urbano k m pouco a di,-.er Sôbr(;' e-stc ("l4i: mock.'fnos (...} são. c.-um todas as suas compll·:<Kiad~ e artificiaJi<lades . .l
Íll1pi.irt:mtE' tó1~rn. na ~lú.llid~de. mais v;~n<lio~" <Ti:'lção do homem. o mais prodigioso dos artcf:atO'ii hurronos.
St. por o utro lado, es1arnos prt>1;1, ,.ir;1odo :;iJguma teoria ootmati\·a de uso do Ot:ve:n,~ ['X.'llSritr'lossascid;i<l~ . por isso( ...) como }Db(lf3tórios: de d \·iliu ção
!-.()]e). et1tioos ff\OOelos do tipodt=-\'On Th011en (e seus irmb no t."OfJ'IO d11 teo• e. ilO rnc.·smo 1cmpo, como ;J montdiQ naturill do h-0mem ciHJizado· • (193(,,
ria d,1 locafaação), ft-m cons.ider,h•et inte~~- Diferenciais na produ1ividAde IH).
ck1 ~ lo e:ci:m~·m: n fr icção da d istfocia ck:st-m penhsa um p,apel; os usos do solo lX'sdc qu('ourh,inismoc:-sua t-xpressão tao~h·d, a c id~dc, foram 1)(1( muito
l'stán interli1,tado..o;.de maneiras ~ 1mp~ >::1$. e a escassc.z absoluta n4' utilidade do tt'lnroolhados c:<m'lo o ~rópfio kie:ô da c.-i\'ili~.ação, nâo ê sut1>1'('{'Lldentc deotco-
sn\o podt! .,;c r siinifü:ativa. Es.~3~ condiç<Jt-s de\·etão, provavdmc:n te, pers istir hm q\1c.• o f~n(imeno cio urb:mi ....Mo tem sido rc-..,;qui~ado de muitCK pontos ele
n~ imron :i qual nn:lo <le produçilo. Desus condições emerge um conceito de ,·i..,ta, ç t•m uma \'ati~mk de t.'úllteXt05 his.tóricos e c ultu ral.~. Apesar (ou cal*
renda como um 1>reço fantasma qt1e r~presenta (!'S(.--Olhps sociais perdidas, e ,·e~. pór <.·au$3 di,;••,n}U(':c;.sa pesqui.~ imcn~Í\-a, ainda r,rocuramos em vão, rnrno
1~-_,;sa forma a renda (qn,eo m1n tem, at ualmt1lle, de ser re-.ilmcntc a:ibrnda) pode ft:L Ot.'Olc~.t ele Park. Louis Winh{l9}8), ''um~ troria geral quesistefll:lti7.e o
aju1.far a modelar asa1i1 m~ StJcinis p.ara com o uso do solo e do espaço, a ssim n,nh<.·dmento útil sobre a cidade como uma <.'ntid-.kk social". De-S<k: que
como a judar a ~ tcrmin.tr as clccisõi~ de uso do solo l:x:·1lt'.·fic-as socialmente. \\'irth cst:rCW'.U, as colSas mudaram e-m um a$11çcm i01pon;1nte - · pos...~uimos,
oinsistt·mt·St.-Om n$ obieti\'<>sd1socLecl.1dc. É p:;irndoxal, talvez, que os mode- :1~11\1 . uma ,·ol,1mo~a litt:tatura sobre teoria urb,ma. Ela o:intt:m umii
!(,~ ll('(l(lá."lsio.~. t:s11cxirw:acb: em SUQ maneir~ indi.~tinta, como re:m.lt.Jdo de n.:dundância de inrmuh1~-0c:s teórica.::-, algumas e.las quais são Hio p:anicular~,
ô.llTií('Li\<l o pc rfeirn ~ Jl\m l numa economia de troca de m.c-n;ado capitali sta, qm• rm«t· :-impk·sn.:::nlc imr,ossh-·d incorporo-las a <!ualqüet' teo'.·ia urbana
~cteiri pro\"cr a base 1\JJ'a anmçm re..-oluáon.1rios a t'f'SP("ito da c riaÇAo de ,!,.'t..'rc1l. ~-oquanto ( llllfa.~ sifo darar~tc e munu1mL'ntc 1ncorn.p.id w '.s. A Ct\tl-
c.'slfllturas urbanas humanas e efici<:nte..~socialmente. Que este t o caso. teste- du~~i(' çh urrt-nk dt- uma sonda,i.em dess..'l füernt:11m t' q"e u m:11 teona ~etal <l.o
munha. eo111t1do, o fatodeque o.~ modelos e teorias llaf ticuhlfcs Jl.'lo s.J.o em si urh11:nism(l f!. prcw-avelmí:rlh: inlfl(-.:;..'-ivd de- ser t.'Onstrukb. O o rhanb,mo é ui:n
int:sn~ do sttJJus {JIW re,•olucion:irios ou contra-revolucionários (\"ej.a Capl· ft11ômmo ti;1s1a n1c t."Olnpfa.ido parn ~et· inchtl<lo f;)(:ilmcnw t'lll alguma teoria
l uln --1). As lc."Orias e mode!oss:c::11n1,:ntc a~~umem uma ou outni dessas púSiçôes abr:uih'('nll'. As. toorias. como a!> c.lt(in i~ . tilm suj__~ r alzes na es.~ulação
~ 1.mJn tn tr,1m na pdtiL'<l S,(1(,-i,1.I, .~ç ~ :1Cnn'fs tla formaç:lo da consciência das mE:>ufi-.1(.'a t ' na ide<1)0>1,ia, t; df-pe-ndem, la1111:H:m. d os ubjeti\'~ do pt"squi~<lor
PL-""iSOas H rcspciw dos processos que operam e m torno dt>las. ou através<la r>re- cdn_.. c::aracterlSl.icas do fe nômeno que cstã sendo in\'l.>stii,tado. Hâ, p,1rece, Ck·
vis:io de um.i <."Strulurn an11litica como pom o de f)(Jttida p.an a ;rçâo. masiada.o;. fl(l:i.i~-fies ideológicas a s.erern ddendida... , <lcm;1.siadas especulações
oculta::. :i sert"m seguidas, dema..~iados pesqufa.adorts e d,:_,masiac:li1s wnLc:"<lOO
166
167
110s CJU<lÜ c1 ÍC11úmcno urbano pcxJe ~; encontrado. para (]uê uma troria ~era! 1. ,1 i\~~. roncretar ~u sig,nifkndo. No prdi.\ciode Uma Ctmlribuiç/loJ Crlfk.z
J1.> urt>:111ismo pi:x-.~ einergir focilmt!ntt'. A tê o momento, tal teoria, provavel- .J.: h ·1mumi.i Polft ic11, J\forx apre.sema o QUl' t>le-charna tlc ' 'princl11io cor1du-
n'kmt•. r1"Qvar-se-i.1 mais e:o.J)C'CUl.tth-a do quç útil: ela le-.·aria a um enc..-e:rr-.i· :,,1 ' • dl' to<los o~ seus estudos. P1ra )l:llf.lnth- a ..:;ohre,·i,·tncia d3 ~ed.td-e os
rnt'nro 11n..•m3cum de nossas iJéia:i- !<>ohre uma sfric de fenômenos que siio tão 1.. ,1rn,:ns si4o forç"Klo-;. ' ' ioi.lcr)(.-ndentl:"mentc de S.\la-s \ ontade!-' '. a t:nlr.tr C'fJI
1

rio.)!,, i.!m l'llmrlt':i::i(lad(o e ~mbi,:üid:.:dt- que te,riamos apenas começado a cnten· 1d.:.,.·f ü:~ sociais ~ntrc s.L A focma clc.,:;s.is rtl11ções <le\·r,: estar "ad.tptlda" ao
dê--lo.-. em tor.Ja..,. .,u.1.-. posc;lvds rnanifestaçt1c:s. , ,1.'1J!:<) r:irtic-nlar de Ó?SL'fl\·o h-irneuto da capac:idadt produth'a. f\ hirx ('ll{âo
F,s:l t.'.llt::i dt.! 1~1ia get:al n:lo Ol.)S de,·e dçtcr, e<)n(udo. na busca di.= indaJ.:n• , ,,t11inua :
\tll'S ~c·rois daquda~ qualidiidcs t"~ncia1s do 11rlx-m~mo que k\·am as cidades · ':\ tornlidade dt~-.~s rclaç(ies de produção constitui a c.strntur3 t('.Onômíca
3 •.;en·m · · 1 .iliorntOrios de ci,·ili~'io· ·. A quamidade de inforrna~o óLil toma ili :-ocid I•·. o fr111d;1mc·nto real snhn."! o qual te,·,rnta-:sc: uma SUJ'.le1"E'Strutu.ra
1:.-11 inqut'firo ~r:11difidl. eml~:ir11 ,1r.t) par~ imrossh·cl t:xtrair d11 füetatura 1uridk-.i. e polltiGi t à qual correspcmckm Jorm.is deíini<l.á5i de consci~nci,i So·
~l,1:;uns wncciio-. !iin1rk.."I-. cêlroodos. atrav(-s dos quais (,«lemos. g,..mh3r ;1lgum~ , ial. O fTIQ(lo dt rl'OOui:,."lo<la ,·idá l'lláltria.l condiciona o pro«'SSO geral da vida
1mro~<X·iio n.1 t s.,;,ffie:ia do pfUprio urba:nisroo. É esta t;.uefaque eu explorarei ~l(·i.iL p0iítica to inttlet1ual . .i\'.âo t! ~ consciência dos homens qu1: dt:termin:i
dt' modo pn:fiminx ne:<.ce cm~io, ,u:1txis1l11ci::i. ma.~{: sua existêncit1social que determina s1,1a oonsdêoda ( .. . ).
,\1uJaoça-. n• bRse l.'L.'011Õfllica çc,nduzcm ce<i(. nu t.:lrdc ::\ transform ação de
tc1Ja 11 inwn~a sur,,ercstnituro. No cs1udo JI:' uiis transíorm~'OO i: .>;(.'fflpt'e ne-
n.'SSlU')c1 discin1,tuir entre à transformaç,'lo m11teriàl <las con<liçõe-; ('.(Onômica:s
\!t: produc;-'o. que podem ser dc.·H.•rrninada~ com a precisão da ci('1Jc::iíl n.1tur:d,
O urhani>mo rodt.· :;er e-1..:ara<lo coo~o uma form9 pãrtkular ou padronizada ,!.e- forma$ iuridii.:~s. polltica.c;. rc,:li~io~AS. arllstica~ou filosúftCas ·- em r~u-
de, rroc«.'-~SO SO("ial. b .w proccs..•,,-o d..~i.=nvolve-se num meiô espacial esu utura- 1110. ideulú)ÜC;t<;. fX"las.qu.iL-; ~ hmnens tomam C'<msc:iência do Ç()f'lflito (na ba-
d,1, cri,klr, pdo h(iotcm. A cid.-i:k pode. 1XJr ~ - .ser olhada coow um ambten- 'ii.' c;o1nômica) e pr<;içuram res.olva-.lo".
1(' t.1n'1.i1.-d c-011\truk\l -- urn ámbi('ntC que~ utn produto social. Uma socieda- \"ária"' pas.<;3_1.1::ns M, O (,apitQI ~ em ouLros uaOOlhos de M2rx e Entds. po~
de- pode ~t'l' Ll<..finida cotm " um 1;:rnpo de seres hllfn9nos p.inicip.1ndode um lltm Sl:'r u:;.a.cbs para obter intruspc:-c::çt~ m.ai~ profonda.~ sobre o si~nificado
$jsl'<..>ina .iuw-suficiente de aç.lo que ft c:1pa1. de existit ali:m d~ \'ida breve do i,~- (/t.'s...,~t rtllfx,:,,iç:lo. Quase no fon de :-ua vida Engels t.~te\'e muito preocupado
divitlun. :-endo o 1!:rupú s.uprido, pelo menos em part~, pela re:produçfo sexual i.;m t't-Íu l:1r o qucck· ctmsidc-ta,·íl uma ~ ira clesinfornwç-iio sobre .1 po'iiç.m
de- se us mc;rnbrns" (Fricd . l967, 8). de l\larx. e numa ~,-rit- c!t> ci:irtas C5Critns cm 189.1 proc;urou explicar o que
A-. rnndi\lX'S de ~uto·suficiência e de sobrevi\·tlncia sugerem -QIJ<' o grupo f\forx rc.:almente queria di1x r. Em uma carta p:na Blcx:h. por exemplo. ele
l'll">SSui um modc, de rnx]uçlo e um modo de organização sociaJ que são efK.-a• 1;~:r e\"t!U
7.cs n.i nl:>ten1i,-~o. r n<luçJo e Oisrribuic,::ão de qua.ntidlld~ suf.icientcs de ben$ • ' ....odermdeirn eltc'tnento dcLerrnirn.mte na hisL6ria é a prodof,~O e a r<.1uo-
m.itcriai~ e 5erviço.'i As açf~:s indh-·iduais <le\·em, por i™>. ser tão coordena- duc;ilo da viela re:.:I. l\.lái!-do que isto nem l\larx nem cu ;amais afirmamos. Por
das e inlt',1-!111das em~e si íl fian de que muitos indi,•lduos SOOrevi,•;im JXIra g:i- e.~s.i r;i:,,lo, se al)!:m:m deturp;i iS50 dizendo que o elel'n<!f'lto croOOrnico é o
rnnrir J sobl'c,·ivênca do grup::i. O mcx&-lexaLo pek) qual as sociedades enfren• tinicr, dc:tcni'lin:inte. ete tr~nsíorm{I tt proposiç:loem uma frase insi_gnifac:une,
tarn ess,e desafio ê.',t,1 sujeito a enormes ,'.lriaçôes em /:it'tlS detalhes. M.as, ~. abstr.Ull e sem sentidc1. A si1uiu;UO económica t :a base. mas os \'~rios elemen-
rnh-'t:'2. ros,si,:el }<'eticraliz.ar a respeito de rnodos de f)f'00uc;Jo e suas formas lO:S da superestn iturn - fonrns polltic:is da lula de das.,;,e$ e seu~ res.ukados. a
concon:1i1:mte~ de llfl).lllismr, (onde quer que cst.is estejam prçsenl~). ~abt•r: :K (.'únsti1ui~·t1t:s eslabel«w.1.is pda da.~ vitoriosa clep0is de t lm comba•
tt> !x-m sucecfü!o etc., ;1s formas juridka~ e mesmo os rdlexo.s de cod~s es.~as
lurn~ 1)~ ct'rebros d(is p~rticip.inles. a.e; teorias politica.s, juridk11:s, mo.sófü:a.s,
1\1odas tfe produçUo pOfllOS de ,·ista rdi~iosos e seu (lO"terior desem-olvimento cin sistema..,. de
do~nas ~· t 3 mhi:.m ex,crccm infloênd ll. sobrc o cursod:-is lutss his16ricas, e em
O i.:oncdto Jc nmdn de produçãu mlo Cfácil <k compreender-. Ele é oomr.,li• rnuitc,s casos rirer,onderarn nà dererminaç!to de- sua Jonnd ( ...), Ma,-x- e eu
i::ado,_par(.,ç(' um tantu amblgtlo e desem1"1Cnha um papel vital no pensame-mo ,le\·emo.-., nó..-. mesm~. 5er parciaJmente COf'rigidos pelo fato de que a~ 1,e-s,soos
ma.r:-<t~ta. !'rt'.tS cm llt:nhum 1nomento e-st:i plenamcntt c~licito. Dewmo.s, mais io-,·en5 alxurm1s ,·czes põem m.iis J,1C~o do lado econômko do que e devido

168 169
a este. Ti,·emos yueenfoti;rnr o f>t"incípio mai.s imr,orr.tnt<-· tis,1-r:ú ~ 05 ad- 1~ llk·m \"ari:ar tanto cr,m o mecanb,rno de coordc-nac,::Jo (<1ue r,ode ser diferem<:"
n:rsári~. que o nt>jW'.1m, ~ nem sefr.r,re livern<>s temr,o. lu.Et<lr ~ n op:,rnmi<la- nu 'it•1.'il·d.-l<k,s dlfon>ntc...,) (.nmo de acor<lo com o modo cle J'lf(.ldUÇ~- A,.,, rela·
(!('de- 00.f o dt \"ido pt:-O ílos ou, ros <.·IE"rrkntos Ji;i interação·' (/l.krx-E11ge/1 1,••l'..,_M'u:iais f()rmi m a estn1tura soci~I qoc (!. rnrntida atra\·és elas foc{.1.$ [X)liti-
Corrc.1()Qruienct, -iJ7-1$). ' •"'· juridka~ 4.;' outras. E111 al!!,um::is soctL°'lla<lcs. por exemplo. o p::arentdt.'O
:,...'u iru, cartel antl.'rior a Conrad Schmld1 de também tinha C'sc·riro: · •e-111bor:.i: 1,i~,,·l· uma l~truh1ta S(l(j al .itravés <b <1ual a ::itividade pf)(\e ~H' o,o rdenada.
ç modo m:aeri;i:I dC' exist~ncia. sl"ja o f)dnwm 11,r ms. isw não exclui as es/c·r~s h 1t c utf!i ~:icied,idi:. um ,;j,qem:t <k:.síc1ts1s baseado em alguma forma de pos-
itlt.4'1lóiic:a.<; r('ta~[ndo 'iflbr<.· ele em retorno. c:mboni 1,;om efeito ~:,,1r1dário (...). ~,1idort..'S de propfk'(fo(K' p<xic- desernptnhor a mesma Í\11-.çk), oess~ CTt."',() ser-
Todl! a hiscúrfa: ckve ~r e~tudada novamente: as condiçõc:s <le cxi.stt!ncia <l.tS \ '11)1,k, porn <.bif,nar papt"i.~ na pnx.luc,. io para os pMticipantes, N:t ~ icdack
dik.•n."'litc:s fcmnaÇfl(.':'i da socic::u:lde de\.-Cm ~ r examinados indi,·idualmtntc an- 1,c:id,:m~l , n ntL'mfX)r~o,•a. b ::.i.,;tcma àe preço scr,·c..' rmro coor<lenar granck nú-
te.~ de (Jue a atl'nçio St.' Yo!Le para deduz.ir ddas os r,onms de ,·ista fl()líticos, ju- mvrock atl\'icktdes il)(fi\'idu.iis :itr.t\·~ do comportamento do- mercado, e a ei--
ridic:os. t:stt.\tfC'OS. 6l'"'6fic;QS, religi~ etc. corn-spo,ndenles a elas.. Are o pre· lrurnr., ,~ cial rnrre;c:fVltldcmt~ ~ :aqui urna s.ociecfa:de de classes estrntifirnd:1. A~
st'lHe, pouco Lt•m .sido fcito <.'m relação a i,\SO rx,1qut: MJmenic pouc;.as ~ ,,.:~:it•Lt.im.is soci:1li~ta, hu.\l:..m sul,stiLulf o nl('('anhmo de meraido ("lt'Jí al~o
5C' 1t'm dt'diatdo a Í:.-5<) .~eriatn<.'l1tc..'. J\'C"!llse c;impo. podcrr~ u1iü.zar muita aju- LTilnu mn si:;:1e-nlo. de l)laflt'jamemo remralízado ou c:leSCE'ntrali,.ado. E..,- .o \·;\-
da: el<' t~ muitlss-iroo i,:r.io<lc- e ali,::uém que desde trahalhar seriamente pode ri(1s rnet."anismo.'i dt• crorckn-1ç(;o · moOOS de integra,,;·. lo económica - sâo
co~,\l'.l(Ui1· muito e <li!<.1 inguir-~· • (Afor.r-&t~els CorN.tp<>t1dc1m.i. 415-16). J'clflt" in1t•1tn1I <la ba:;e l't"Ort('¼nio 1 da sociedadl·, porque e otr,wes deles q~ os
Parte da ::imhi~lli<l<1de ap.<irt'me <lú çorK"t'iro de mndt1 de produção re1,ous,i v:írios elE;'mcntos na r,rod\Lçl o slio reL1oldos, e as diversas ath-i<b:les soc;::ial-
no faw <SI! q,.1t' a intcrpretl'.l\"ão Jo cor1<·ci1u ,;arfo de .sot.:iedade J)Qnt '.'l(:riedadc. ml'nte produ1it•~ tfa S<icic'Oatlt- s00 unklas cm ai~ coerente. Cada 50C'ic<ladc=
l.~so foi contado nor alguns rata indicar que n uso <los. ttl'm~ em Marx eria in• d,t"Scjart rrodu:,ir uma fus..1(1 de elcm~nlos, urna mistura p:arti<::11lar de :11i\'i<l9•
oonsi.s1cnte. Essa C'Oflfusão, conmdo, ê eln prbptia incooslStenie, porque se ~ e um p.adrilo p.tnkul:.tr de rdaçõcs sociais . Todas ess:ls, q1..13ndo rorn.'\Cbs
SLL'ikn u S!l'r alnicntt•, <le um fado, que catc~orías e dd inic,-ões fi1eas prejudicam ._,n Ct)Oj\,ncn . <" na medida 1:1)1 q ueoootl'il:m Ml par.. a \)l'OC:luçâo e a reprodução
º°"'sa inr<.'rprcrnç,.Jo do pass:ido. do prõC·me e do futuro, enquanto. de oul ro da \·ida rt:al ron$ÜtUt'm o mudo dt produçilo. E por essa r.nâo que ;;i ad,·erti:n-
htdo. ddiniç('les rt:lacinnais ' 'fluídas" d::1 a péci~ us.ada por lvforx (,-eja ci:i. dt.· En~l:i. rar.a e.stud.ar cada SO<.'iedade novamente 1cm que scf' lé'\.·acb a Si!•
ÜllmJ11l, 1971) s.'lo ron.~iderada$ t.··umo irmdmh.-.i\·t:i.f; e confusas. t\.1~rx renta rio. Se t-S&' ponto e r~:tmheddo. o conceilo tfe rnodo de pmduç.Io perde muito
rt lad onar sua:\ d1;>fu1içcic:\ e ca1c_oorias A sociedade sob conside.raçiio. Por isso, de ,•nw arnbifltlidzidc ap1,Hent~.
<:"nlh41f"J s<.ia ditidl dt"l.erminar o s i,12nificado ela ex:,res., ão "modo de produ· Man: ~ En~ds <."Orn,:entrnm :-;ua análise. na matOr JXlrte. nas rondiçôes da
çõlv' ' (•m .ib,',(rato. <fl',·t-moo:; ccnt:-ir dizet' al~um~ coisa sc,bre SCllS asr,c."C.'tOs sock'd.1,de Cü!"li talista. e é rx.-'fitoso ,eeneraliiar <lesta análise para todos o:s mo·
wnstituint<.... O múdo de prodrn,:ão reft..>rc-se aqueles dememos, ~th·idade:t. <: dos ck produção. Isso é particularmente verdadeiro quan® -aplicado ao e:i-:amc
r<·lti~·1l t ~ "'oci:ús QIJ(" ~i.o net'css,irios pars pr00u1.ir e i:t>prodm.it a \'ida real das rdaçÕl..'s ('ntn' a base <.'<:onôrni1,::1 e .- SU1JE'r«.'8trutura idcolúiic.-a. Engels. em
(tn~terial). Há três elememos bitsicos, e ~ permanecei» consumes de socie- .su;:i ci1rt::i 3 íllod1. rnnccdc certa 'áutooomiâ às lonnas idoológic.is (polidcas,
dade a sociedade:. Eles s~o: juridi(.'lili.. rdi~ios.as t·tc.) na Silperesrrurnra e reicita a id~ia de um simplt:5
J o objc~ de ~ b11lho (as matt:rias•primas ex.istences na nature,.a)t di..'t<:rn1inismo eco nômirn. Cems pas.sa~s em O Capital ([)Or exemplo. Vo-
,I
2 n,s mc.·10.~ de 1ratmlho (::i~ ferrnmenr.as. o equi11a1TW.?nto, ó c~pital fixo et.,·.. lume 3. 797) e..' traDalhos corno os Ftmdanw11tos i11dic.am qoc e~~ era, rnm-
oousuuldos por trabalho Qnterior) e

~
bt'--m. n ponto dr.: ,-i~s dr.: Mõiln:. A essência <lo assunto i! que a toraiidade das
3 íorr,.<1 ck, trabalho. lurmm, <lc interação politir;a:;, jurí<liéas. institucio nais e OULJas, a.<.-sim como o
fases tT\'s dementos de\'l'fll ser tomado~ juntos cm um fl"ld rilo ele ati\'i<bde cstii~io da consciblcia são ao mesmo tempo suportes e reflexos das condições
que moldil o.-i proclutos <' St-r\'icos ncce&-.ários para J)roduzir e reproduzir ti Yida: na ba_..e ('('OflC,miai d~ sociedade-. As p:if'ticularidades dos prccesw.,; histó ricos
real nasocicdack. Ospadrüt s de :ttívid.idc pod~m ,·ariar imensAmeritt:, depen· e das rcfar;tics l'ntre s baSc cco11ô n1ic-a e a su perescnitura esrilo irnbriai.dos ern
ck'!Klo dos arranjos 1ecnol6t:icos 1mra. a produção, di. dfrisno do trab,llho, dos ~cu :imhi10. l:nJ,:e:h,em sua carta .a Bkx;h. citou ·•a quantidade .sem fi m de aci-
1:ic·fidut():(; noces.,;:ários t..-Omo meios J"'8!'9. a r roduçâo furuni, das necessidades dos dc·mt:s", as ' 'lnidiçõcs QU{' existem nas mentes humanas" e os " conflitos
con~umidort--s chi.s societiadc;s cm ambientr.-:s d iferentes e-tc. A l>ai;c socia[ que l'fllf<' as muitas \'OOtack-s lndÍ\"i<luais' • oornoest:Jnclo contidas no pr'ól.-e.~so his-
<-oordena a ,uh-idade indi\·i<lual na prodt1<,'.âo c:o nsiste de rf!:laçõcs soci:lis: estas tórico qu~• cont(m • 'inumcr:l"·(;'is for~-:lst:n 1z.ad:u.. urnB ~ rie infi ni1a de pa.rale-

170 171
lotr.irnu:. tk- fur<,,'lL'i. tJue d~u o ri~..,.m 1:1 mna re.:uh.muc:.•: o evento his.tôrico'' . . ..,,1 ,1-. ,k1 hti~ ~onônticll.. Por exemrlo, mudan~..s tccnóló_gic:as destinadas a
Por Ulli.mo. C: n:t seqüim:ia dus eventos hi.-.tóric.,:~ q ue '·o lllO\'imento econ6· 1,,11_..,1,,1r O <lomlni(l :sobre os recussos na.Lu ra.is podem requerer novas formas
mko. finalmenle. su., tt'nta a si m~mo romn nt:CeSs:-'rio " (,\far~-Engds, • u i•. ,, jurídit!ls J'át"d sua im1)1ementat;i0 (oon,.s di,.·is.õcs do t rabalho . tl0\"05
Sel.ecr.;tl Co1-resPQndence. -07-18). • . •111,·i1,t.; ele: clireit0,.<ii dt proprictfade etc.). F..ss.es conílitos podem, 4.."0tltudf.>, ser
,\ ~i.t1rv\·in~·nô:t cJe uma :s.ocit><l:1de siJt:niftea a 11err,emaç1'lo <le dado modo cfe 1 •,, ,lvi,lc,:- dentro ck dado 1nodo de prcxluçio. ~~1arx consíderou o cap it"Jlismo,
,
pr<Xluçlo. D,li. i.\h.rx ;1rgument.i f.Rrt -Capi"1tiJt Economic FormafionJ; Co-
1• ,11•Xl'mrlo. c.:umus<'nclo '·permanenremcnte re\·oluciottário, Oer.rub3ll<"to to-
Pi.lill, \ 'uhlffk: 3. ~79) Qllt' (\ ffi(ldo de produÇiô <:le'-'f.' crfor as coudl\"ÔC'S paro ·"-•·· "' Hh:st:1culos. que o impt'<iem (...). A proch.1ç":ilô capi.talht;,;i move-se em
~ua Jl r()fl-ri:1 r1<..· rr<:tu~·/l:o: ;i repro<lu~'âo de.~s condi~"S totn{l·$C tão im,ior· , .,11 tmdiÇ{ieS que s."io ronstan1ememe rcst::ibele-cidas. A u~h·_ersalidade e111
(a11((; como a própri~ pro<luçJo. h."".> sisnifira a p,erpetuoç.'lo das formas: µoliti• , 111, •1,:i\ 1.\ quai ele e~ti perpclu::lmente se dirigindo encontr~ l1m1tai;ões em s.ua.
e.as. jurkfic.lS e Ot1tnis (üiduindo t:t.~ e:o.tá,:ios dn consc~ncia social) que stlo
I., , ,1,ria n;1turcu .qu<:co1cx-11oest.-,1,1io ck di:senvol,·i.mcnt~ toma-la-á a ?1ª'(~
c:.'Onsi.~C'llll'S. com a !J.1sc ei:onlJmio:."2, as.....im çomo :i perperuaçl o das várias rda- l ,.11 rc-ira a essa tcmlc:·ocia. conduz.indo àssim .- sua própna autocleslrmÇ'ilO
\1X-S {ror cxcruplo. di\·15.lo do trab,dho) 110 intcrtôr da própria base econôtn ica. 1:nmdri1st. 9-1-,).
,\ ~-vh·fnci,1 d<.· um ~i.slt!m:t e<:onôrntCO reque1·, por exemplo. a sobrc,,j. t 'ma conjunt;ik> pantcular de cil"CW\~ocias pôtle tornar passivei ror;ar urrr,1
, "t-'1'1-d:1 th.;; rdil~ü.•s d!! prorriedade sobre as quais. se b:ueia . M,1n:, por isso. 11, ,\·..1 combin.-ir.,. \o de fonnas sociais e ccooómic:as para defin ir um no,'O modo
r n ·:-.ta a tl'lN,:ito ao mudo f)t'lu q ual um nuxki dt! rroduçao ''produz'' as C'011d i- ,'.1· 11mdur.,-Jo. Isso implica qoc certas fonnas M"JCiais e econômicas. tllnto n11
1,·i1t":' ck· su.1 r 1üpria l'.'<-isc.eocia. Sob 4?$&1S condi('<"ies. 11m dado modo de 1lCOOU· 1,.1 .... · t't..·nnômiea como na supert.",(rutura. sejam tr:msporrn.das de u m modo d(.'
r..·il!• 1orn~1·~~ • "~"l.l p,róprio rrê-tequi.~ito e oti1?ina-~ de !).i mesmo, criando a
1.11,{htç.i:11 para outro: cert~mentt:, ~m certa pcrsis.rê·ncia dessas fonTJ;t.S a trnn·
pre,i:St1J'lOSÍ\~ll1 de sua maomenr..i l'o e cresci.meflto·• {J\hrx, Grundrisse, 107). -.~,.ln dC' um modo de produção a outro seria imp,~,sh·cl. Assim, <lifo-re~t~/qr-
A tr-•.m.dorm,w_,·ãc• de.~ um modo de rroduç,lo em outro tem que ser explicatb.. 11:,is dt' i:-wdm;ão Jlod(..'fTI ser encontr~das no Hlc:Smo modr,, e form~s s1m1l:uê'.I.
f\larx nt,1:?unwo13 t1Ut': l'')l.]('m tomlwm .~<:r ió:·mificndas no mtcrior de modo1. dife,·eme~. Ce~tf;l:5 ~or-
"'.\.:l'11hum:1. otdt-m scci3l t: jantai., destrnída anl~ (IUe todas as for<,"iiS 1t1.~ çar::n.:tt'ti:-,ticas do t.i.ritfllismn (p0r exemplo, comêteio. crédito , dinhcffo,
fl(t1du1iv.t~('m que· s...· bas.c.~a ~ tt:nha.m Jl'St:f1,·olvido, e as novas. relaçul!S, supc- ,m·n~) r,:(jem ser c11romr.id~li 1::rn fpcx.11s amcriof'C'S: e:'5as fórrnas ~es~m11e-
rion.:s dt: produção nuoca substituem as velllas antes que as condições mate· uh.1ram ().l.r,E'I im11ortante 11a lf'.iosfonn:içãn do feudal1s.n.l 0 t:m ca~Lt.1.l1~~,
ri~i~ de- sua e<i.,.tênt.:ia tt:'nh:1m amadur«.idn dentro da estrutura da ,·t-lha so-
1,.,r,1ue flii 11.travé.s dt' mudanç-J.."' quantitati,·as em su a nnporca.oc,a 1>3f'J. :a
ciedade. A hwn:mid::ldc. 11.s~im, ine,·icavdmcnte se impÕ<.' somerite as rnrefas ',\ )çiedad!:! ql.N:' ti omdaoç:1 (lo f.:...>t1Ckilis1ilô l~ra o c,tpit:dis.ir10 foi akanç:_tda. fa~
que rock· rt·soh·er. des.de t]Ue um exame alt'IUO rnosrnmt se-rnpre que o próprio l· a ~so nda idéia importante no ar~umc-ntn de 1\farx. Ela implica que uma
p1ubkma !iÓ sur.><e quando a..'i rondiçôe.~ materiais para s.ua solução esrâo j1 <'i11x-a h i:i.tllrka níioC: cknniniOt:'Xdusiv() de u m modo de produç:-1(). mesmo qu~
,~ntc:,. (1u ru:lo ITM.'m.-i:; ern ,·ia.,; d~ forno;lk>" (A (.l}nJributirm to lhe Crili-
11111 Ol(ldr.) p.1.rllcuk-ir possa ser ch1Nmenrc dominante:. A :--o,cie<lade .scm 1)re
Qu.e <Jj Politicttl Economy, Prdácio). l'tmtf'm dl·1itmtk:si, Jl(llc-ocfoímt>:mc. mcdos<k produi,;ão ronfli1,mtes. Lukru:s
Há<lu:1S idéias importm1l1,>s nes~ pa~gem.A llrimein1 su~erc- que c[11alc1uer l' (!i1. J.t.,..1c moJo:
modo de produç.'lo t('nder.'l ;t exauri.r :n1as prôr:irias: j)O(encialidad,e,s, a respeito, • 'Um nll.,do de 1,t(J(1uçiio partku!ar niio st' <lrseiwolw e dcsl'mpcuha u m
tanto d:1s corxliçc~ n.itun1i~ como societári::is d-entro de que subsiste. p·.ipd hi...,lórkt1:;on'!t:fltt"quia<loo mi:.xl('I wmá<lo inútil por de já tenha com-
Exjurir,do a'> pos..:.ihilidõU!e.~ sociais ou sant,erando a base dos recursos n.1turais, l'let,ido~m u.x.lii ~ raneas tnmsforma(iies propriõAs (k .~i mc::~fl"M.). Os modos d<.'
um <latli.) mododt- pn,ctm;ão st:rú forçado a :adapt.tr-!ie e mucbr de algum modo. r•rílduç.1(1 e: :t.'> fomla..~ sociai-. c:orfC'S\1<lntk.-me.s, ~ ..1s cs-trutifte~çôt-.~ ~cl,_,s~e q~r
i,
E.-:.,a, ad.tfl(:1(,'t1l's [X)dc-m lêv11.r e-st:abiliz~Joda sociedade atn\·t:$ da <:mergên· -:,,.· s1.1<:-t'<lt·m I.! :,;t• s,1i1t·rTlÕem. tendem di:.- fato a araréccr oa hlS(ón a mmtú 11)!11S
ô.i dt" fonnas $Upt-tes!tutur·ai~ (tais como os está,g,ios dt t.'únsciê:nciti, mecanis.- <.:tr.no l,1f\.l.'i au:!(uh.:s .. ~)971), 45).
rncis pt1li1icus etc:.) que limitam ocr~imemo populacional. oo.1gem cercos se- P;me d:1:,mbigüid::llk' qut rOOC:ia o 4..'0!lceitu de modo de produ1,,"âo rt'Sllhou
ton•s d.a rxtrulaç.Yl. <? por outro lado evitam que a socieda.de e:ntre naqueb cri· J~ tc-otam·a dt: Kk'tHificac virio!t modos com \'árias ,1«1u históricas. hso
se da qual podt.>tH enie-rgir nrn.-l"!S: furmas emnômlcas e socfais. Ou, :id:tptaçó('S lt-wm :il~uns a concluir, (:ds..:unc:tHc. que o modo de produção e um t'l~_c:eito
rodt•m a.hrêr novas 110tenci~lidades dentro do 1nodo de produção e.ú~e,u e. · 'tipu id<:.i.l ' ' noSl.'ntidod~ Wtber. em ootra."' pa.la\'l'a s. a.4.:o q,ic t<.:rn ut 1lida.dc
~ludtmça-. dessa espécie rodem atirar as fOfças <la. superestnm1ra ao conHito t.:rn)t't:'itu:11 . mas nüu ,--a.J.H:lade e111pírk".1.. Pclo contrário, é e\'Íclt'ntt' que uma

172 173
~porn híst{irica partk1Jla r deriva muito de seu c;iníte< do conflito eorre dife- ·,.rnm 1, <hl municipalidaclc e a~im, ela [Xllitk.i cm ~c:ra.l. Aqui, se lom a pela
rmtc-s modos de:- pn.xh.iç;Jru. Ou, dito de outc.a. forma, a pmf)ris sod edade é 1..-inx-irn t ·e1 manifesta a divisiio da rorul:a.ç-lo em duas grandes classes, que
m::.rcml1 pelo ú:,nflüo H re,,pe ilo dà prúrri~ definíção cb modo de prcxluç:Io , , t,1o dird amente baseadas n uma d i,·i.s:'lo do t rabalho e nos in.scrumentos de
apmpri.ado .a s.uas Clrcun.sr:âncias. Mesmo na~ sociecbdes ts-tãvcis, modos de l'l<.líh1ç:,O''.
pn1du(;:1o OfX14-IClS !:'~lilo presentes; mas, aqui eles estão sendo fortemente colo· O c·stndo do nrhanismo [l(Kk>. por isso. ççntribuir :;ign ifü..,1tiv,mtent e pãJ'a
utdU'i c m cheque po r \Írio.~ dc:sYios idc:oló.lticos, :wci;1.is, políticos e iurldícos. 1LCr.--~a C(1111prt-en~) das rt'lã(ões .sociais na base e<'."ClôÔmica da sociedade. b .~im
Ê por i~'-0 que os ek1ner11os sur,tr('Strumrai.-. n!l s.ocie<lílde desem~hsm urn • tuno paro noss..t comprt:'t'n.s lo dos o utros elcmtntos politio» e icloológicos na
r;;ir.,el \'ilal ao imr,c·dit a transformação 1amo da bose ecooômlca da sociedade ,up<·n.:~m,rnra. {',.las. como qualquer forma f,OCja), o urbanismo rode exihir
comfl <las rtl.içôes soci.iis contid~s nei.sa base econômiC".t. E é por essa razão , 110:.kk>ro,·el \';irieda<lc- de forma.~ no ituerior de um modo de produ<;,io domi•
que na surer<.'Sm1tura ideolóska " os homens to rnam -se coosciem~ do côtl- n:mt(•. ()mbora form:i!. ~imilarf!.'> ~ sm ser ~1<,'0ntr:ada.'> em diferentes: mocb
ílito e lutam piua :S:Uf)(:r.í-lo''_Q1.1111ldo u1n periodo hislOf"ico particuliir é des- 1!L· 11n1d!.u,;-idl>. Pm t::tt·mplo. cL'rtas cidaclé5i do r,erk>do medie\·al (pan icttlat·
critot..'Cimo •·foudal"' ou · ·capitalista' ' , p0r i.'>SO, ele de\'t:ria .-.cc sempre toma• ntt·mc..· a, d11mi11~-fas J)(lf iristituiç(.1t.'$ rdif!!io~a..'1) 1-xxlem OOfllparar-se a certas
do cnmu sii niíic.tndo que e.~'\é 1"t'tlocb hi~túrico foi domir.t1do por um modo de ,·1\!,1dt"S do ~ ríodo cafltuli~ta. embora passa han~r um tremendo conlrnste
pm duç11o que rnrocH.; ü 11mr,~ como " feudrtJ" ou "capical is1a''. t1Urt· ;r,; ridaek·s <l1.-,1tro do p-rópl'io modo de: produçffocapitali.~ o. A lém dis.~.
r.1r,.,,.1:· t :17.(iãn :I !itipor que uni modo de produção dorninante se caruc1er-iza por
11mJ form:1 dominante' de- 11rh0nismo e , c-al\•("1., por cen11 ho1nogeneida.de na
í1,rrnacr,11strukb tfa cidatle. En1 interessante passa~m em FormaçôeJ Econô-
:'\'.css<• 1,01110 . I I(:n:-oquc i: útil fa1.cr algumas obs.ervaçõc.-s prelimin;1res sobre mit"as Prtí-úpi11Jlistas (j,p . 77-8). Marx 1e1U.1 uma dassificc1ç{lo preliminar
as r<•laçõt>s C'-nt r,~ o urbanismo como fonna soâ11/, a cidade como forma cons- 11-Jn-ianwnt(' l:rnS<'.l<la c-m informaç-:io muito incornpkc.a):
t rufdo e (") ,nodo d11mino11Je de p roduçhQ. A cicbdee em pan{' uma loja atoca-
· ·A hi5itbrfa dâ.'>:;ic..-a antiga Ç a his1ôria de cidades. mas das cid.kles ba.'it!a(fa!i
di~,a de he11111Çs.s fixadus. acumul;idas, :1mes ela produção. Efa é constrnid1:1 n,1 r wrried,\de dr, sc,\o <' na agriculturn~ a história <ki, Ásia ê um.1 e.pécie de
C:úm uma l<'Cr'IOlogia dada, e:: elaborada no contexto de um clitdo modo de pro- unid;:1~ i11diferenciada de cidade e camp0 (.a gran<lç ddlldc. propriamente fa-
dt1çâo(rlilo se (r.U-a de que 1C1do.s os aspectos da forma construida d a cidade sJo l;u,do. <lt'\'t.' ser olhada mN a111ente oomo um c~mpu priocipesc::o s upecimposto
fuociooai$ a reSf(-iLo do modo de r1rO(lu<;ao). O urbanisrno é uma fotma social. -.olm: ;a vi:rdadcira t.~t11 m1nt eco nómica); a Idade Mt:dL.a {petiõdo - feudal -
um modo<k vid.1. tig.ido. l~ltr~ outra..,;: coisas. a uma «'l't.l <li,•isiio do trabalho J.'t:rmün ic."'t 1) c.,1111t."(.a corno Olnll')Ct como (ugar da história. cujo dest!'n vofvi~
(' íi um:1 tt>f"t:l cm,k•m hiécãrqui.c:1 ck- atividad~. q\l(.' f.1 amplamente consis1enu: ml'fltO ulterior continua, ent:ao, ;itravés cb oposição entre cidade e campo; a
cum u 1\w<lo <le rroduç:io dôrnin:ante. A cidaik e o urbanismo podem, por !ii:o-t(tria rlXldt>rna ~ a urlrnnizaç:iO do can,p0, niin, co mo entre as runigos, a
is..'>t>. Í\J1)(il1nar para {·-S1abili2.ar um modo de- prodtu,'lO panicular (ambos pO• rn rali7::iç:'lo cb d<ladt:. ' '
Jem ajuch1r .t crfar coodiçt,es r ara ?. autoprcset·,·açlo desse modo). Mas. a ci- A pmpc,:;iç;Io ~ mi e.li! <IUt' <1l~uma esl)t!'Cie dt" relação exis.te entre a forma e o
d:«:!t- pode, t11mbt-m. :iero lu~c da.Hontrndiçôc5 acumuladas e ser, por isso, o funcic)t1t1mc·nro eh urbanismo ((! cm particular as várias ÍOC'mas de relações
ht.Tt o proi..ii.\·d do llO\"O modo de produçiio. l-fotorica m1mte, a cidicle parece ..:ld.idt··<"ampo) e o modo de.: produção domioante, pa rece inteiramente rnz.oll-
h't' f1111do1lád<i \·;o iadai-nc·ntc· como um pivô ('ttl tomo <lo q mll u rn dmlo rr'k)t]o ,·p). O prC1bl<'OW priot"iJ•aL p0r isso, e t;:lucidar su.1 natureza. Os cstmJioros

df., i'rodu,;ilo S<'Ol'll,illli:f.~. como CC'tllro Jc, l'C\,olm.~ contra 11. o rdem est:abclúci- marxi~a~ ~ niio marxistas li m, i.e ualmentc, bt.15C'ado aperfeiçoar a clas.~ifica-
\1[{1 d~.- M~ln d11,; \':irk1s mo<lo.,; ~ r,roduçllo e identifif;ar várias soded:.cks ~m
da. e COfOOt..-entro de poder e pri\'il~io (contra o qual se f{!\'Olta), H btodca-
mt·ntt a aruilese entre cidade e campo foi o ph•õ do mo\'imento e do conflito ,•iri('IS. ponro!. de ~ua ('voJuç.ilo t-rn t ermos de g;Jguma lipol~ia _g(!T'dl ~ nte
t 'fl1 tt•rno .:iv t111al to~la a hi~oria tw116tJ1iça d;J socic-<lack J ~nrolou-sc. Em A
<K<'ila. A dific..'u kfack.· dc..'S...,11 alx1rcfa,-:r m e! que ,1 variedade d(, fotmas., t.antn na
ldeóliJgia Alt mil (p. 69), M-arx e Engcb t'f,(:re,•cram: h.iw l'COoômicri como l'la SuJl<:'rt:.-.trutura de; um modo de produçâo fonemerne
··o Jtlliij..'<>fli~mo enll'<' a cidac.k- e o crunixi comt'Ç<l. t..-om C1 1rnnsi~~o <la. bar- drnninuntl', n{tu 1x•rrnitc uma C-df11t.:tt:"ri1.açiio única daqud c modo. De.,;dt que
h.-lri"· i'i d\·ili~:,~·i\o, d:i tribo oo F..st.-00. cfa Jocali-d:ide i nr..:,·Go e atr.ivessa 1odíl a muius Jas t:,·idC:ncias tan,Riveis t>m Qlll! nos ~polamo~ 1mra caract.eriz.ar uma
histllri,1 1r..i çi,·iliza\·ão atfo prt-sc.:mf.' {...). A exi,1t'm:i<! da ci<fade impli<.:.i, .110 -..1l·il•dade relaciofü1m-s.t· a (orrrms (pur t;"xerorlo, o desenho das ci<lade.s ele.),
mesmo lt·mro. 3 llt'(.:ds.idack· d1.· 11dministr11t·iic>. roli<.:iR. impo51.o:; c.:tc . ; em n ," , ur,-:1.· m tanto <1Uitos como ambigüidarle.. ao se lentar definir as qualidades

17)
174
l'S." t'fll·iais df' um modo Je procluçilo particular . I-lá , púf c,:emplo, roncord:ID- .,\ fados d.: rtlteeraçdr> ecrP1ómica
cia .!).<'ral na existência de um modo de produç:to cham~do "f(,ud:il' " (1\.larx
chama·n " gt·mulnim"), mtL" existe dc:.al.'Ordo quanto ao que o carnc.eriw Katl Píll:in)·i (l%ft, 148·9) di.~tin~ue e-ntl'e uê: modos discimosdi:? imeg_ra·
<'X~t:imc.'l'HC- e qu~nto ás sociedadt."!> â quais deva $,('r v-:ilído ap lid -lo . Em pane. ç."l<t econf1mbt ou mcc!l.nismos de cc'IOrd,maçlo: reciprocidade, ,e,h"smbuiç4fJ
~ disputa su.~ por-que os alrihutos cspcclfkns do íeuclali~mo foram origi· (' m e1-cmí1J de t roca. Eles r,odem t•m ~ ral e.~tar as~·iac:IM ii ti·ês 11xx!o.~
nalmente e5.tabt leck.los pelos hi$tOriadore.~ europc·us. 1raOOlh:;1ndo no coritc:xto distin1~ c.k.· organi1.açi'iC1 sodal chamados r~~r,c:<.iivilmenle. p<>r l\fono n Fried
eurOpéu; e.•:,;~ atributos foram muito nlQdificados logo que os estu<lioso5 es· (1%7) iguatic(irio, ordenado e c.-stratili(:~!o. As associ~\ bcs entre os modos de
tet11..lt'r:íli11.:,ua.,;: an.uiscs a outros contçxtcri, tiiis coo-.o o Jap~o (l fall. 1962) e a io1c~ração econômico r: os dt ot.e,aniLaç-llo so dal n.1o slo pcrk iu s e os
China anci.f_a (Whe.ule}-. J971). esqueo1as r.k.•>e1woh·idos por Pohm)'i e Fried diforcm l.!m alg uns aspecoos. Em
O ar,tumt:nto sobr~ a essêrw;ia do feudalismo é polido e refinado «lfrl]'lQl"-cl<lo ~ l'al. pe.tet.'t que a reciprocidade está exdusi\<101tnte a.~sociada às esmmuas
c(l(l1 o nr~umt"n-tü -.obCE o C:Lpitali~mo. Uma smmdt> \'arin:1:-Jde ele formas soci- sociais ií(utditãrias. guc o mercado de troca (1)0 senli<lo rt'strilo e.fado a esse
ais J"l()de t":(i~tir Mlb o çapitali~ioo. As varfaçôes in.stimd c.mais s...'fo subsranciais termo ror Polanyi) esta exclusi,·amcntc assoei-ado à csvnrificaç~o; n:w:, ~
~ pais pora pai~. e tem hrwido mudanças signifK:ati\'aS a1rn,·t's do tempo, re<liMrihuiçilri pode e,:i!>tir. qut-r íHt'i eslruturns r-cx::iai.s ordenadas c1uer nas
c:umo .~L:~be . A IJ:uM ro:1sHferam qu<" ocapitali'.'.mo e agora qua.lit:itivamentc ("SlJ'aüfic:adas. Ê. tl\mbt-m, evidcnt~, que tctlos os rtês modos de inregra(,·J.o
dift·rcmt· dn m1.ldo de produçilo que dominou o século clezenovc:. Boran e ec..u nômiC"ll podCf'l1 fond 11.t1N?l"IU.r•sc:, $imultaneam1:-nle, em um daOO modo de
Swecz.)· ( 1%(i), flor exemplo. al'~umentam que a forma monapollstica de capi · l"lf"(1duç~o. cmbon1 um ou outro seja U!<lualmente- dominante. Eles nilo ,são pôr
1:d is111n (• q\1alit::ui\·!l.menrn dik1't.·nte doG11,italir-mo tlpi<.u in<li,·idualisca do sê· i~sa nlutuarnc,lte e-xdusi\·os uns em relação ac:;5 0t1t1"QS. Ma.'l-. ern um per íodo
cuk-. dczcnm·c. Outl'n~ :.ir,.::umc..nu m Ql.le o e;t:ldo do bcni-ts tar nos paht:>.s d:i histódco partkular. um modo de integração econômica particular !:ode
F~~~ntlimh-i:i (• G ril•ílíttanha 01u<lar.1m o çJ.pit:alismo, tão e.sseodalmc:nte. dominar e ser [undamentLll para o fonc ioo.amtnto da f«:iedade. É a55im
(Jt ll' oãol mais adequado ~crevt>r tai:..5(X:iedacb como ·•capil.iJhtas' ' . füSt"S possível caractc:riza.r ~N'i(.--d~dcs de 1ti1..-ordo com o grau de penetraç:io do !l'Jêt•
ar~unR'ntt-"' nílo s.l o 111c-ramente 3c.11cl€nüc..-os. natur.d.mcntc, p<>rque e]es i.:flt.lo na wtivid11de hun"'na, as rela~·ões as quais a r'«ipl'ocid-ade está ligada; a
rt-pr~~nt:im Jiíe rtntcs p0~i1,.i!es am,Jltka.-c; d~ crítica à socied.ide oonLernpOrã· l'~t<·ns1lo em que õl advidack n:db trrbuti\'.1J 1xxle- ser úbsern1Ja. to modo pdo
fll'i:I l' difort· nlt'S b:m-s prescriti\"as para a aç.lo, Não hii, de= fatu, nenhum modo qual os u(~ mc1d();'. funcíonarn junto~ para c:he_gar àquela coordenação .superior
ck· r rodi.1çio Q\lC- ~ a sét carocttriz.ado de uma rnam.'1ra que come <.-om o Jc.- .tti\'ida<le w hrc: a qual a .,;0hrc,·i\·t'tlCia da sociedade como um tOOo se llpóia .
Ht:on.!o til! w tlu:s os olisc:-1'\·a{k}rt-S. E, por i5So Uül estM<lt!r a m nctusão d<: P,,i:l.-mos, 11:1mhl:m. c.1u'acleri2ar a e-:srrumrn social da soci<.-. dack· examin::mc.lo os
\\'ht.'".tt[ci . a resr:eitot.lo fc-udalismo. a todos ~ n~ de r,rodu.ç:'io . Ele sugere suport<'s instimcionais e os a~pectos $Oc;iais etK't'.ehu i\'OO dos diferemes modos
'· 4ut.· uma :,. i.x:it..Jatle feudal nOO pode .~i::r caracceri.z.a.da com um simples Jt. integrnção ecouOmic:;i. Pol:myi colocá isw des1e mo.io:
1.:t'•rtt't'iHl indu,i\,l e Qtl~ tl k udali.\mo, como tipo idc:al. niio necessit:i St'f "A r« iprocid~de, t:-nulo, suptie umôll base de grupos arrnnjacio.."i- simctl'ica•
l'Xt"rnpliíinill(1 c.'tn i,;;ua tot:1Jicfadc 1x,I' alguma sociedade ps.rticular em relação à mente; a rt'di.stribuiçl:'l.·1 dc.1.icntk (ti preset1~ de alguma mt:dida de n rmici-
tJu::il rckrc•st' que :,;.c:j!I feudal. U1na socic.>d.1de i.i:-udal dc\ 'l..' ~ r ,•isca «:orno mn cl1de nogrupu; a troca, r ara pwdurir a lnH•sr::ação. requer um si:U.(•ma de mer·
modrJ de intrgr11<4lft social, polltkd e e.~·ont)mica qrn: inclui uma ordem de r.tdos de J'fE'\'O'S t>Stabeltddos. E evick·11rt• que ClS diferentes pad.rôt.-'S de int~
val'i,kc·l~ t.·:-scnó ais. Ao definir tal 5i.~tc:ma, t' p.ar1icularmt..'1lCE' ~ çr.s."iilrio i:rai;ilo su1xX.111 ~tl f'()Tfc s in.';titucio r1ais definidos" (1968. 1/49). 05- 1,.""QnC::e itos.
rrl'M:ir atenç/io aos limi1<....., <lt- \"õlri-&hilidacle Jessei- t lt:'mentos". (1971, 121). ck· rccipror;idade. ttdi~ribuiç.lo e m<.'faJdCl de• tr(.lf."11. p::1nn.,,m o fc.•t('{'é't illSlfll·
Ü ("(1fl(.~Íto ck mlxlo ck pmduc,110. quaodo usado dti mancirn tt-lac:iooal tlpica n 1l1 H o s _1;irn1)lô t' efe1iw~ para analisar as rei~ entre as sociedades e ,15
llt J\l:,rx. não t' uo1u construc,.l.o ' 'típica ideal ". Mas, I:. t.1h-e~ tamlX.'rn l1•tma.,;; Ul'bana.'i Qlle se manikstam nt-las. Setá uriL r,or isso, burifo r esses
illnplo e· hast·:lntc:" l'fl-Ol(\r<.'<.'nSi\'O p;,1ra 11ruver os tt'ljllis~tos metodolú~ko.,; para o ln<J:it(Y\ (ll't°ViO:, l)a l"ll ~:U USU.
t•s:,1minar. Jt, al~unu m:i:nt-in1~finada. a telaçâo emre soi:i,-dade e urbanismo.
(>..11r1ierit~rio rnnet>itt1;1J t". a-.sim, nc.,cc.~-..."irio, e o (llle ,·cm mai~ rapidamente 1 Rcci"procidde
."l 11"-••ll( ' (· n i11din1du na fn~c: ck Whe-ade)·: "modo de incegraçfo scx:hd,
pnthil .1 t· (·nmúm in1' •. r\ rf;'dprodd:ade tm ·olvc a transfof'ência de bens. fa,'<:lrc.-s e- ser.·iços entre
i11di,·iduo:-. cm d.ado gn 1po de ar:ordo com certos t:osnunc5 sc,cials bem de6 -

177
n idc1s. \'i ria:-. l'"-fX't:ie-. dt- tt"C'iflI'<."ld<lfffle silo <lescritas por fried (1%7). Reci· Lévi•Strauss sugere, assim~ que a ciência do concreto foi suficienceme~·
,·1·1.'\' ' .
procidad<.· · ·equilibrada"' indica troca mútu.1 entre indiv!Juos ou unidades CC 1, , distiCTLda para rro,·cr ~ base para a f<'voluç:lo neoH1ica na agricultura.
procluç!i11{tai.~cc1mc1 familia~), wm a .. somi.'- trocatlas:;cndD 11pro:ximadarnente .-\1"-·-~ar disso, ela não foi sufidememeote elaborada para abranger o surgi~
i,;uais (:t l(1ngo ll'rmn) c ntrl·m p;utidpantcs. i\tuitos wupos possuem rOOpro -- 111n1tC'ld1 ciência que Çhilde {1942) viu como uma m.'(X-ssidu<le concomitante
d<laclt· •·Jc-~t."QLlilihrada' ' o QUt' ~i1f"c1.me que há um mo~•imento ronstaote dos , l,1 n.'\'Oluç.lo u.rb:ma na Mew pc1tâmia.
QllC' ((lm par:a ci'\ que n.8o tltm. Excmp]os de redprocicllldc "ncwi1iva'', a qu~ E aceito, em geraJ. pela maioria dos estutiosos. ·que as $0Cicdadl!'s igualitá•
r<"1d1:rk1rn1r-. C"hamar d:' r>ri"a~·,1t.1, u1mh('1n Tl(l(km 5<.'r enc;ontradc::». A rcc-ipro-- 1i,r; sã(1, ií1C:apine$ de ver surgir o wbanismo, Os grupos simétric:os lipicos não
d dr1c.k· t'MB <le "'-'u rdo, dt:· moe.lo caractc:r•isüco, com a <:xi.s~ência de grupos l•l"nnitcfo a concemraçllo do produto soci.ll necessário ao u rbani$mO. A
.~imt·tl'icos na cstrulun ~m·ial ( Pol~n}·i. 1968. Capilulo 1). Fricd chama ess.t..s 1•'t'ÍJ>rocidade pode ser eocar~ romo uma forma residual na sociedade
S(~k•d.'"ldc:;. de ;gualitdri.o.s e Mfioc isso romosi,Rnificando que elas 1cm •·tantas 11rb,m-a cm lugares 1:lO di\"el'SO!. corno nas J"lfilil'íis fraudulentas d.,s grandes
1:osi~"()i.•$ <lt• preslfp:io ef1l Qu:1lqut'r ,1-l!""all <lado 1l1? idadc-•.scxo quanto pc.'i..~~ 111q"10raçõcs, t 1'10!. atos de troca amj_gãvel e mútua existente emrc bons vi·
'-'\ill'êl/J.~ clt ocupá-la..:; ( ... ). i:m1as pê'S.(;óa:S qmuu :u i:x1ssam maneje.< o poder - ✓Ínhos ftn ttma comunidade. Mas, numa economia dominnda pcl.i. recipn,.
(lut.•f atra\·és de força ptssoal, inOUl'nc:ia, autoridade ou quaisquer outros , i1lmk n.10 pOde ocorrer o urhanismo.
mc:ios - pcxlcrn fazê-lo, e· nao h.1 n(o:-.ssid:adc de aliciá-las para estabelecer
11nu o rdem de do111inio e sobc-nmi~·• (1967.H).
l ima :.<;içi~adt- igualitária o.Jo ~ui mecani..mos próprios de coen;llo
:;(."lfÍ;ll s.isu' m::\tica (o Ql.k n!to c.,dui a ocorrfoda de atos indi\"idua~ de Uma svciedtJde ord,:mod(l l>definidit por Fried como ''uma S<>Ck'<ffl<le f1rà qual
t.:()(.'í\"âo) e sm1 coc;:rfnçt:1 :.ocia[ é por iss.o m.intida atr.i1,1-s da coo.,r:raçio .,~ pcisiçfx>s de status valorizados sa-o de <d3um modo limiw.clas. de 1al maneira
volunt-:írfo am('llamentc .w:-tcntacb pelo costume srx:ial. Grupos 1irimitivos si"IO 11u1.' oem todos com talento S1.1ficit:nlc: para ocupar tais sMt.us habitualmeme o
muitas ,·c.·1.es iguali~rios e domin:klci~ pf.'la rociprotidade n11 troca. Ess.i. forma i ,,nseguem. Um:i soLieda<le t::omo esta rode ou nlo ser e5rtatificada. Jsto é,

t.k· <lf~ 11i1.açifl') ~cJCial correS(IOnde bas1an1e õlO que MQrX oonsider::l,-:1 como ,,m,, sociedade pode limitar íortemencc suas p0..~içõcs. de presrtgio sem aietar o
M:1xlo o ro«H1ni:-;111ç primith·o. Cen u rlún-.eru dr: obscff,·ações necessita ser ,1l·1,:.,,;o de todos os seus membro."i :.~ r«-ursos básicos de que dependem suas
ft-i to sobrt' as sociedatrs dominada.1; por tal modo de organiz.~ão social. A \·ltl:1-. (... ).A :icurnul.iÇOO de s in;lls de pr(':í;ttgio não confere quêllquer direil-o
prirnc:ira é que elas tendem a estabilizar-se em seus limites sociais e de priviletiado flOS rt-eursosestrntégicos em q ue a scx::ieda<le està baseada' · (1967.
f('( urso~. e niio '-30 -carncteri.2a<las pefa mudança sodal. No sent ido m.1;rxista, 11'll)). As roc-ie<lade."i ordenadas-caracte.rium·se p0r um modo redi.s1ribuJit'o de
d a:!i nao tl!m h islól'i3; das mernmeme ex.iAff•m de modo a·temporal. Elas sim• ir1tt1trnçâo e<XY1\ón1Lca. A re<Ji:5tribuição envoh•e um Ouxo de bens (ou em
pk~nX'tllt' reprodu1cm StJa própria existência. Tajs sodedades cam~m ,lli:tu ns c~505 oe5tab,;ll"t.'imcn10 de direitos sobre a produsiio} p:l.Nl sustent:.u as
<'~ihcm tanto um dcsC1h·oh-imc11to mui10 (Xlbre no sentido de individualidade ,1Li\·ldades de uma d ilC". C11racteristicameme, h.i um ílu:ico de lx-ns para dentro
n,n1tl l111111 t:Oll.'iCi~cfa da., relaçtb cntr(' o in<livkl:uo e :a n:atur~1,a dominada 1• llaN for-a de algum <.'el.Uro. Frfod (1967, 117) sugere que ete Cefllro e
pd ,1:-. siw.aÇiics do '1mbientt" imeiliato sc11~í,·E'L fasa consc~ncia da n.=iturez.a 1i11ic.·-.m1eme ·'o pin11culo da hjerarquia d.a orJem oo. OOfTK> lndica sua (.'Omple-·
L(•vi-Stram;.~ (196(,) rhj fnfl "-a ci~ocia do concrc.1 0· •, que~ um modo de , idack, o pio1'tculode um comp0n-cntc inu\co pequeno di!ul<lo dentro de uma
in<1u(~ri10 d<:ntlfico a~.afttado à pcrct'pl;ão E.' ..'I imag,inac,.'ilo, mas que exclui as .un11la esmitora" . () urbani.(;mo e':, assim. possh·el em mna sociedade
..:o nceitua.-_(1(.-s ah:-;tr;nas do 1-:e1~ame-n1<1 ci1.mtUico comcmp0rineo. A CLC:ncia ,tt1lt:nada. Whe-a1lcy (1971, 3·11) in<lica que a gênese urbana da O,ina
<lnroocr1.·10 nunc11 C.: c-.ipaz de rei1ettar alt'.m do realismo cru ou alisol11to frno- w tcntr-ional t:"n,-o]\•ia. entrt.' outras coisõils. ' ' a tra.nsmutllÇ~ d-1 reciprocidade-
m(·nico (SC'AAll l'l.a/.. l966),e Cpcnneada pelo1.1ue C-utkind (1956, 11) chama c,n rcdi..ç,tribuiçlo''. Ern :.oci,xl:1:1dcs ordc."!ladas complexas 3 estrut ura social
rel:i.-_-ão •'Eu-Ele' ·. entre o homt:m t· o mundo narnral. mais do que: umi 1~xle ser fis.icanlf.!flle reprt:"sent.ac.fa i:.-or uma hierarquia de centros urbanos da
rclaçiio '• Eu-lsto• •, na qual o h.o~m ,·t' a si mesmo tanto separada coma c"i1x\cie dê-riv!lda das ttorias locacionais de Christalk:r t L~h. Johnson (1970)
clíf<.'fc-111t.•ml'lllt• da n:itmezíl cm muit(lS aspectos importill1tc:s. As socicdíkles c·11t.1.mtr:il apoio coosidf.rán•l nesse ponto. Ci:;-namente, pareceria que não pode
i,w:\l.ilitãrias. cum ~m forma domin:inte <k• intcJ,traç.'lo econômica. exibem. c·xi!'.l.ir urbanismo e hierarquitt de centros urbanos a mC:'1105 Que ha)a a.lgmna
m,,-;im, n .>rtos a."fl(."'C'lO~ em sua suJl('re:-:trutura ic.koló1áca qllt' reflet:em u.1110 l;I ,lfl.k•nac;1\o hierárquica sii,:nifk-ativa na estmturn social.
k.irça comQ a n«e~id.lde de exp]Of". u "o mundo sensl~·el em tcnnrYS sensi-- l hn!l tX'onomia rroistributi,·a, ,om soa forma social ,,:orrelata. a sociedade

178 179
ordeill'da, pock, ao menos ro1 teoria. ser mantida wnivés da cooperação :'\ tnx-a n•~ul11.ria1r.b atr:isk de men.::;idos ik prc~·o foco t! um rncr:anisn10
vo l,,mtária. A maioria das sociedades ordenadas no passado fundou-se cm ,11ln1uadmn1.'.ntl' h:urnonizado pua c:t:i(mlenar e integrar a a1i,•Kladt de um
ic.fook,gias id igiosas, e em alguns c asos isso se pro\'OU suíici-ente pare ganinti_r ,·1.111d(• nôrtll'ro d{' indiviclm:l!i a~indo indcrlt'odentemcntc. Mas . para ser
a perpe-tuaç:Jo da eronomia redinributj\•s. O cle,ro e umã burocr-acia ccotral .,t,·tin.,_cs.-.e :-i~tema n:quc-r qm' os indi,·kluos rcsrond:tm ::ipropriadame-nte ao-;
p11·ws <1:.---..i nalad~ - se,,ilo nl'l'.C'> h:m:rá intc:gr:t(ão ec0tll."imka. As r~Sp()(;lil'-
podem ser suponados voluntariaine:me por uma populição oimponesa. Parece
mai5 pl'Ovãvel, contudo, que a redistribuiçâo seja :SUS(Cfltada at.ravts do 11·111 QU(.' c:o;12r c!iri~id:a.s oos r rE>ç~ e luc.:T()!,. pott.'11Ciais. F, por isso que 1: o t'alor
est.iliclcrimento de direitos sobre05 resulu1dos ou wbre QS meios de produção .l,· tJY'iCD, mais <lo que o ,ulor ds uJ(J ("·eja ú pltulo 1), o u:ntro da permut.t.
(o que implk-1 estuüfkaçk:i); direitos mantidos por uma pequena e\üe e 1111 \'CZ di.' m(·r<.'aJoria..-; St•rt"m vendidas por dinheiro para cumprn.J' mer<"adori•
~ramidos pelo força se nea:~rio. A eviMnci:a disso está na emer ~ia de . 1••• t l dinheiro (: u:.ado para comprar mercadorias que s:lo ent5o re;\'endida~

lnstituit;õts 110li1icas e outras formas (tais como pos.suidores de propried~de de ,,noitas \'C7.<."S numa íorma alterada) ~ ra obter mais. dinheiro. Esse processo
11.lgum:i C!S)'lécie) na superestrutura:. Fried (1%7). depois de uma busca 1li-(·irrulaçin rc:-sultante é a marca cio compOrtillnemo dos negócios, t! é es..~
exreosi\'a, nao encomrou exemplos ck uma .sociedade purnmeme redis1riOOti· 1•,ulnio de circulação queda a Marx o l'cx.-odc anãli:i.e em O Copi111l. A imrgra•
\'9 que não possuis.se, c;on~ mporaneamente, instituições pollticas e jurklicas. 1,.11, atravt'.,; dos mcri:,;u:iM de pr~ lixo é caram:risticll do modo de produç-âu
Em 11lsun$ c-a.-.os, as sociOOacles. redis.tribu1ivas (lais como as sociedades feudai.s , .1picalLq3; efo CO{'ó raja a di\'i.<;ão do 1rnb-.dho e :jl ~peciafü;aç{lo p.cogr:Uico da
da Europa me<lie\'al) são também es.tra1ificadas, embo01 cm algumas socic• l""duçiitl <'. :man":~ <la oornpe1iç.'lo. ela c.<;timula o imJ"ul,o para u adoç-J.o <le
dadl'.'S reocrálicas parece que os direitos que garantiam a. perperuaçao da 11<:1\·,1s tccnolo~ia:-:; ~ a Ot'J,U1ttii.a1;ào de: um espaço <X'Onómic;o ra·õto.avelmemt'
economia rf;'()istrrbutiva eram d ireitos morais sobre os resuludos mais do que ,·lit·it:ntc-. Cooseqôen1einc,11c , ela. incrementa enonnt;.>menre a perSfl('Cth·.i ck
direitos d~ propriedade dos próprKlS meios de produção. , ,i,'4.·ttü de riqut>1.a m,u eri:.tl no sociedade como um todo. Ela (C'nde scmpte a
,·..,tirnular a rcprodu('iiO amrhada. M.is . o merC'lldo de troca repousa oa
3 Mercdo dt troca ,·,1.:1-...'i,(•7,. r<1.rquC' wm e,Ja os mercados de preço fixo 11âo poden1 funcionar.
1\\.:-.im. a escas.."<'Z rondu1 á rique-za atr.h·ês do si~cma de mc:-n::ado de troca,
Eimportame distinguir o mercado de troca. como um modo de io1egraç:IO ,·11qua1Uú o rr(.'Seí\"~\:ão do mercado de troca requer que a esca,- ..~ Sl'ja
a -onômim dos atos de câmbio e if'OCl que podem ocorrl!r com a n.:iciprocidade mantida. Muita" instituiç(,es sociai,; na supcrcsirurura silo destinadas, por
e a redis.tribuição. Pofanyi d istingue entre: 1-.~,. a reproduzir as 0011diç~es de esca5scz. lls quills os mercadO!> de preço fixo
1) um mm·ime11to meramente local ôe um produto entre pessoas; ,·~1:t:.") li~aJos. lssoti rmnicut11nnenre ,·enfadeiro com respeito ãquelas ios<itui•
2) a troai dt: um proclulo a um preço dctcnninado por algum rnecanismo .,,tit~ qt1e rc)l.ulam a r,o~ dos meios de prodt1ção. Como resuhado. .i utrotifi~
sodal e, ,·i,i;ila, como forrna social e o mercado dl? trOC11, como modo de integraç.'lo
.~) a troca que cx.'tn'te atru.vês da operaç.lo de mercados de preços fixos. c,:onOmiça, c.!.tlo rclaciooados de.> rnodô 1m1ito especifico. pOr-(11.le o acesso
Ele p<osscgue: ,lif,•rcflt.·ial oo Ql\.€ FriOO (1967, 186) ch.::una "os r«iJts.OS bãskos que-
' · Para ~ trora ser integrali\'a o comport.aim:nto dos sócios deve orienrnr·se ·,usknta.m a vida" ptrmi1t a. organizaç~ social da t.:.scassez na própria l>ase
1,..1ta produ ú r um prt:ço qut stja t ilO favon\\'cl para cada um mnco quanto cada n;\ lfl•mica . Num:'! soci('(l9de eslratiíicada, os aspectos oamr;)is e sociais.
um o c;onsi~a. Tal c:úmpottan1enlo contrasca bastante com o da (roc.1 a u.m 1~1ctem ,1;er c:m1c;t(.:riz.a<los como ' 'recurso$'' de um modo :1utocon.~ €'Jlte.
pn:'ÇO tk 1crminado ( ...). A troca por preços determíoado.s en"Ol\'e mais do qut-
0 T:inh\ "escassc.t' ' coo10 "recur.1:0 " são, contudv, conceitos relativos que

o g.1.n ho rara qualq~r partkip.intc envolvido na dcci$.io de trocar; g [roc-,a a 1'1'\'{:'m st'r u5:ados com circuost'lt!t.\'.-âo (•;cja acima, p,p. 80-86, 139). Mas. uma
preçC\5 ftutuant~ nbjctivil um genho que padc Sl'l' -alca:11ç:ado so~nce ainwes ~i·z que:- uma defi niç:lo social .seja dada a esses t~rmos. ent,:o a economia
de uma ,atitudt: qut! implica em uma rclaç:io aotagônka distima entre os sóci• rrltica. qut lida com a alocação de recuf'50S escas..<;0..~, lorntVie po5si..-el.
""" (1%R 154-5). A relaÇ'!Jo de merrndo de troca :afeta a consde-oc.ia dos prarticip.:mte.-. indi-.+
O men.-:aclo de lroca ocorre sob uma va.ried-'<le de c:ircunstâr'Cia~. mas ele •luais dt- vários modos. O i.ndidduo subSliruí o eslado ck dependência f}e.Jsoal
funl."iúna como um modo de intt1'rn~·ilo econômica :'iOJm;ntc quando as !<~1rnctt.'"ílstico <l~ sociec!.ide~ igualit.trias t> ordcnarlàS) por estados de dt..1)efl~
merc.'4:Jos de prt-ç-0 fi X<.l opç:ram para '-'Ootdenar as ati..-idadcs. É neste ultimo 1ll'nc:i:i mtlft-dn/ {Mau , Grundrimi, 70-73). O indivíduo corna•$C ' 'fü•rc ...
sentide> q;i1e o termo "mercado de trcK.'l,l u e us.1.do no c.locorrcr d{"Ste ensaio. l'mbora seiia çon(rolado pela mão in..-isi"eldosistem::i de rnetcú<lo. A ideologia

180 18 1
' l' , hm:iriavelnll;'ntt:. uma $0Cíedack tcocr.hica. a Cl~nc.i:i da s<x:"ie<bde ordt-oa-
d:J.• doci(:dsdt-s penetrada!> relo mercado de uoca ref'k1c is.so Ma,: Weber-
{l9tVi) i! outros :mtort:S (por cxcrrip!o, Tawne)·, 1937) rccon°heceram uma
1Li .:ra abstrata e ck.-clmiva (dai a or igem das matcmáticis na Grr;'(.'ía) e ~\l:il
C.:<~('xt.c) C'.~S(.•ll(,·i:d entre mud.1nces na ideo~ia religiosa e o ad·vcnto do capí~ 1.m.Ja eni di~ct!rnit a estrutura do cosmos no qual a imagem do homem. d,
1.th~mo c·ur(lpeu. A luta parc1 aklln,;:ir ums nova idrolog:ia religiosa consistiu 11.llur<."za e da ~iedad(' ('ra moldada, A cit;m::ia ~plicada almeja, freqOenu:•
c.-m _,1_ni~ lllla i~ta s11hMituir as, rl;'laçôes sociais da ordem feudal ror relações rltl"fllc, imitar .i. ordem çósmic-a e as r ais.flgen~ eram mold:Kf:a_c; de acordt> - a
:\<1Cims nprQJ1nailll,: _li ordem capitalista. Um aspecto importanu•, rnt,•ez 11,rma coosmi!d:i ela cidade em economias redisuibutivas l'l()l.le. como Whca-
tt·•~tral. <l~~ lma ideoló~ic.l refe-riu-Sf" ~o si~tfic~do da pala\·ra "v:dor". 1lt•y (1969, 1971) <lemoostr0\1, hrilhã1uemente. :ser irtterp,etada éOMO J')rojt-
~•10 tio simbolisrrio cosmoló_qico no mUt-.do materilll, A pem::U'tlÇ:ãO cb econo·
Par;-i os. an~igô)j i rr~os_. \'!ven~o cm uma :s0çtt,'dade ordeoada cm t.'Ondipo de
ck,x-nd(lnc1a p{"SS081 h1er.lrqu1ca. o \·ak»- tc"feriu•5f:? oo mérito ou • 'boncbde' • mia de ,nercado de troca. conlUdo, parece 1~r trttido com c:la uma O(wz i'•n fase
11:.t ck:ocia contra a filosofia naturnl; uma ênfase que se ~nrajz.i\·a no faw de-
d(• uma fl("'Ssoa. Como etm5E'(IO~ncia, o \"lllor de uma noca não poderia ser
~·tliar;i.do<I~ ,·al~r_das ~S."IOO.O: cnvokidéls na troca {Polan;·i, 1%8, capltuk> :5), 11uí' o homem a~ra via a si mtS1110 como ocupando uma llO'>·a e dikmitc
E,;:~e tU1Kt.'1to b.-1sKo de Vi'llO'l'. at.nlt.·tt.,.is6ro <le 10das as sociedades ordenadas r,osiçf(oem rc•tlç1io á na:ture7.a. O pcriodo dcw rrido clesde 8 Rcna~en<,"";1 fc;..-jo11
(rn1" ('Omo a_ IJ<rc-ia ~tól!cn do perindo medie\·al). é diferente- daqu~le que uma no\·Q con~t'DC.ia., que repousa na "dii."'Otomía de toda a rc:üidàl.lC' em
orx-ra C'fn SOl.' 1<.·d:ide~ 1gual1ta.rias: 11qui o valor esta no uso lmediato de um bem exix-i·i(-ncia ínlt>rior e c11terior do mundo, ~Uj('ifo <.' objeto. t'C'alidack: p-ri\·11da e
ou f_:t\ ~ ~.-i mt.>dida em que ele atende ás necessidades ((isicas ou psicológicas} \'erdadcpública'' (La~r. 1942. 22). Essac::onsci~ncia, que Withém11o(J9ú7,
do 1n<h 1duo. Em mercados de preço fixo. cm contraste. o ...-alor 1orna·se ."t-7tJ) <h;m,a ••A IJadc: do T>ualis:mo Ciencifko' ·, lúrnou ~ h-el diferenciar
c-nm· a~ ~•<.'f'<l;1<lcs pri\"ach.1;; do ,·,dor di;> lt.,'-<) e Jo con..'iltmo atual. !\·far11 a.'ttata
tun~o ck1 clominio sobre recurso!> obtidos atrn...-és de atos de troca. O ~ l.o r de
u~. <':XJ>rc:-so nos Jlft'ÇOS, ê uma quanrid::idé abstrota de-terminada atn\·es do uma das conseqü(-ndas. como se seim.>:
fum.·1ona nl<·nto de un, si:,.tema de mercado fone.lado no dinheiro como me<lida · •;.\ m:1t11wza wma-Sl" pl'l:.t J1"f"inieita ,·e-i, simplesmente. um objeto para o
<lo "·dor. A.~ Gdm~t~çõcs de Lutero sobre 11s: cp.1~tõcs de • 'fa,•or'' e ~••wm hm~1a1'M), 1.1m .is,;unLô pt1ramffitc de utilidade; ~la cessou dt:! ser
Jl't'Mht'C.it~ como um podei' em seu pr6p6o âmbito; e o conhecimc1110 teórico
' 'lucro'' rod('m, por isso, ser \"i$tas como uma tentati,,a <k unir o conceito de
\'ak)r n.o mr:~.i?~ de troca com o coneétto de valor como mérito moral em de:· s.uas k-is indcpéndl.'.·rltt.~ ~parecl' s.omenrC'como um cstnmuicma ~ tinado u
lima alrnnça d1fit1l. Hobbes (16'>1) fa.:t a mesm:a tentativa ao Ltt}ÚJ/d. De um !-uhiu.,:W-la a.. ,·ontadl-., humanas, qtlC'r como objeto de con:.utno ou tvmo
fado, ele asseJjlura i~qtJi\·ocament(' Qlle ''O Villor ou Mi?rito de um homem (: ml'ios de proctuçtk)" (GNJ,u/risse, 94).
Es,a concc1::Q10 do mundo natural, no qual :i oatureza é vista corno um
conto todas as 0tnras coisas Oseu Preço: deve•se diur, t:;mto quanto seria dAdo "recurso" ixira uso do ho-mem, subj:.tz; na concepç.9.o matcrio.li:ua da natu-
pelo usodt> seu Poder ( ...). E como em outras COts,1s tambêm nas homem, nã:o w.1.:1 no pen~menco cientifico moderno {\'cja \Vhitema1\ 1 1%9). A ori~m
o \'C'ftdl'dor, mas o com11rador (: que dctc:f'min.i o P1-eço. • • 1)(: outro lado,
da cie-ncia: nRturnl moclt>fua não deveria ser vista, pOt' isso, como wí'Hl. mu-
Hobbes 1ambcm as.~gura: que ''O mé1ito público de um holnE'm que e 0
d:.u)Ça de iêleologia que não tem relação com a 11e,~etraçiio d.t economia de
Valor ooJoc-...do nele pelo Bem-comum, é o que 05 homens ch:una~ comu• rru:rôdo de 1rorn. ~: sii,tnificali,·o QLie Leonardo da Vinci lrnbítlhúu n8
mm.te DIGNIDADE, e::;.se Valor( ...) e e:mendiOO, par serviços de Governo, et)OC3 em que o e!iófo rço comercial ílort!fllino estava em seu apogeu. e que
J~'i~lça. Emprego t~~hto, ou por Nomes e T ituk;,s introduz.idos para I~ac Newton deve-rii ter sido Mestre do Tesouro Real num perlodo de revo--
~•S-1 1fl\,l0 de tal V?Jor 0· 151) . Ochoqueemreessesconceito$tem sidoumél lução fundamental nas tc:cnicas comerci-tüs e bam;.:ári.:1s (Wilson, 196:5. 227):
unportantc frn-ca 1deolõg1ca, desde me5mo a Reform.t: o oonffüo emre .a velha a rn11temálica arlicailii. a aritmêtica polltica e a filosofia natural aparente·
ordem _nristocrática e a no\·iSs:ima e emergente classe indos1tiál é çoml;'fcial
mente progrediram lado 0 lado no :;éculo dezessete na Inglaterra. Os dcmis.,.
dos illhmos: anos: da revoluç!'o industrial na !nglaterr.1 pode ser ~-istQ, por ta.s n:io vivem isolados das drcunstânciM sociais e de\'eriam por l.sso e!ipetaf
t:xcmrJo. nesses termos. que a ciênci0 re{k-tis:;e os. \':llores sociais, a.s atitudes e as teowts d9 -êpoca. O
A conscitlncia <la rela1,;·,i o ~ncre o homem e i naturez.a também a.ssume nova delicioso estudo de Yi•Fu Tuan sobre O Ciclo HidmMgicQ e a Sabedoria de
forma .-.ob condições do 1nerca.do de mx;a. As antigas sociec:h100s redistríbuti- [H1u (1966) doc,.,.1me11la, por exemplo, como o simOOJi..,;rno cósmico tipico dr.
"?5 o~denadas européias deram origem, em geral, a formils abstr11.tas dé arte e velha ordem c;:hOCa\'a-se com o estilo cientliko naturalist."\ da nova diuus.slie
c1f'ncrn QU<' foram muito diferentes daquelas e:xpressa5 na ''c-i~acia do cOl)("J'f- do {4;'nô.mcna hidrológico nos séeulos dez.esscte e dczoico.
to". Posta a se1viço para aniculu o simboHsmo cosmológico do que era qua•
183
182
O mern100 dt:- 11,~ requer instituiçõts políticas e juridk:a.s específteas se
ck_._ejn operar com !'iUa?'S50 rumo um modo de inte,l!!raç-âo econômica. Na Eu·
ror~. <:"5 ajustamemos politicos e juridico.s ncçcssãrios para facilita, 0 no,·o A!. cid:M:l<.>s formam-se atra\'és da concentraç.lo geogr~6ca de um produto
modo ,le int~rnçâo «oilómica Joritm imlmeros. Es~ a j1.1s.tamenW".> não ~;::iJ lc!xc:ede-rne. que o modo dt' in tcgraç.10 econômica deve. pOT' isso, ser
ÍQJ';l.m íeitos de- 1,1 111.1 vi;:7,, e 1em h11\·ido urna. e\·olução c~mtinua ruis inscitui- t..tp~}'. Je produzir e conrf;'ntntr. Nisso reside :1 rt'lação crucial entre o urba-
çõe.s politkas e jurídicas d4:'Sde o s<:cuk, de1.ess.e1e (a emerg~ncia <lc.· Jespons.a- nismo e o modo de intc:gra1,--âo ccooômk.i. O conceito de pnxluto social
bilidad~ leg.'li" limirndes, companhias de fondo:;. comuns. leis <le oon,glome- ex..:C<k~1c C. contudo. um t~.oto csc;orreg9dio. Se de deve ser us.a<lo, como
rndos etc.). Tmwodt) J \'ida essas novas forma::;. jurldicas e in:s:1i1uiÇ<í<:s, 0 eu l'Stou r ropc;mdo oqui, como um conceito at~\'t.~ do qual o mbani.smo e os
uso livre e sempre feito a ~nÜ' t!é um simbolismo cx:traido de uma ordem ••ilrio:; modos. ele ifltegrac;:lo «onümi<:a devem relacionar·st. então seu signi-
mais velha: o Estado t outras forma~ politicas assuo~, por e:<cmpk), uma ficado devi;: ser cuidac&os.imentc esclarecido.
a\Jra de certe,..a moral carac:tcrl.~ic:à dos direitos morais. ~ll.$tentados nas
sociedades teocráticas. Em .seu aspecto prático. essas illSlituiçOcs servem
pafli sustentar, e em!o para JX,'Tpt'tuar o novo mod() de iote§!raç--Jo e:conó- O CMetito de txctd~.,;.Je e a.t &rig~m urbofkIJ
n1ica. lei,titimand0-0, e em algwlS c.iw~ s.tnlíficancJo-u. U[timamence, contu-
do. toda.." ~SS-3$ ins1i1uiçcmi d(.1)(.'lldem do p()OOr de coo._g,i.r para perpe:tua1·-.se. O cooccito de excedente Lal como se relaciona (.'Um o urbanismo tem sido
porque. como FriL>d observou. " wde<l.-de.-; c.-;Lrati&ada.-. criam pre;sões ç,hkto de ~randt pesquisa na liter.1tun:i sobre a.'i Ol'ig:ens urb.10:.1:5-. Hã ac:ordo
dC'scooheci<las ('lll .~octedade:; i~ualitãrias e SO('icdades ordenada:;, e es.sas ).."t'l·:11 O(' (JU<" al~um produto a.grirola excedenu.• foi ncccs..sArio rara a emer-
pre!-.~ nüo l)OOt>rTI ser ro1Ui<las por comrol~ t,-0(..+ais intemali1.ados: ou ~11cia tias formas da cid?.de. Muita c:-ontrO\·~tsía, rontudô, cerca o modo
apim;ts rela idcologi~· • (1968. 186). O mcclo de in1égajo ccooômic-a 00 ptlo ciual <lc-.·erlamos conceber o ex<:edente e o modo pelo qual os excedentes
mcrc..:acln.,;. ror isso. dc,wndc do exerdcio do poder rnerc;:i1i,·o, porque i! s.ur#'m. s.'to :idquiridn~ e .são colocados. t>m uso. Exaruinar essa controv-ên;la
.sorneflte através de cal pOder que as deiica<las instirniçOes que , ustenum os ('(Jdt· Sl'r lil il. !-lã dois aspectos lntcr•re.facionado~ p,ara isso. O primeiro
rncrcados de pr~:o fixo pode,·,, ser pe-rpe-tu;idas.. Vi5to <Jtlt' as socléd11M estr,1• <..unu:·ml' li Sl' o t-xceden1e pode .ser definido em semido absoluto ou relativo.
ti!ic.idas. qut- openm atra,·é-s <lo mcn;a<lo de troca s:ro dín:imiais e expa1').5i().. O S.CS!un<lo baseia-se em um argumcmo sobre se a força par.a revroduzir o
nist,1~. tll..,·t·mos t:'.~rx:·rar qm- c:on1ra1.fü;f,c·s. !iurj.1rn, o qut· .'itl'-C:lrn. .ijtL«:imc ntos cxt-e<lcme, automaticamente, garante que ele será produ.z.iclo na mb irna
infernos ou novas formas de expansJo. ~ e que a coerção t um asJ'let":I0 quantida,de p)S..'iin:l e usado para favo«'ttf' o novo dt.•!.e1wolvim ento sociaJ do
C5:s.enciai para o modo de int~raçiio econômica de mercado. i; impmvável qual (J urb::u1isn-acl e o aspecto c;entral. Mergulhada nessa controvérsia h:1
cp.1~ l"SSas conttádições: p:;,ssam ser n :sohidas sem o uso da -.·iol&lci:1. profunda brtcha e,,W os QUe se prendem a uma interprelaçik:> materialista da
{•\:tdt-ncia histórica e O.'- que procuram Lima interpret:ição alternati\'a do
p,imum r.gens na t;>\·oh.içào histótica. Nos5a aip,scid;:idc cm t.'Of'llprrender ;is
Parfl n:.sumir: ~ recirmddade, a red:istribuiçilo e o mercado de troai são linha:; rriodtxih d;;i brecha entre os prota,sonist.as, com rclaçào <lO argu~ ·
t~ modos dis.tintos de integ:ri\(ilô ec:ooômica. 'Eles .s..1o indiauivos 00 Cét"tos to, é obscurtdda. conru<lo, pela tendênd3 OOS 1t111agonistas. d.a interpretação
a~cctos rorreláth-os <h supere:Stnitura ideológica da sociedade: .sltlllu. das• m:1tí'riafo:u <le escolher as noções cruas do arju1nen<o rruitc-rialist:a; \'etsões
ses. a projeç.lo de irn1bos t''ffi p0.drõe$ de poder polícim, insthuições definidas .que al,Q;\Jns "m.arxim1s" têm todos, frequememente, propOSto, nw que
de supc.)fle e e~rndo, de COO$Clc;nciai .social ~ão, ui.l~·<."2., os mai5 signiíicativos Marx l' 13n~d~ d-:1rn111ente cle~rovaíiam.
desses aspec..1os, Como s..s m:iis simpJcs e cruas car-aterit ai;õts, esse esquema Um excedente social é usu.ilmeote tom:.00 p:tro represéntar ''uquel:)
dc1.-e post<'riôrtn(>ote sc-r subsútukio por uma m:alha mais íina de conceitos quimlidode <le recursos m,neriais existentes acim:,i. ~ reguisilCtS de subsis-
par-.i aq,tar as rlup.nç~s mais sutis da organiz.aç,lo SOt:lal e econômica. Mas., s rencia da sociedade em QUl'st.To'' (Polanyi tt.,tl., 1957,, 321). Não é tOllaYia.
recitmxidade, a rcdi.:;tribu.ição e o meret<lo de troca equipam-nos com os f:icil definir e"S.'>E.'S. ''requisitos ck sulr.iistêrlc:ia••. Eles podem ser igualados ao.~
metos CQnç~ituais para caroc;teri1.ar uma formaç..'lo econômica e 5'0Cial, e (or- r,;quis.itr.;i;:;. hiolbgi<X>S minlmos. ll'.rns isso e insatisfa1ório porque. como Oron~
necem-nos linha.,; consistem~ para tr,1çu :a lrno:;formõ!!~'â'o de um modo de aponti1 1 ' 'o nível de subsisrência ~ inl'.xtdcavelmente culrural e n.ão se baseia.
pcnduçto dominante em ornm. noo requi...;;itos díl.'i espécies bi.o!ógkas uniformes" (1966, 25). Confinando

1114 185
11ossa alençào apenas aos r&.Juisi1os biológicos, podetno.s, gtOSS('irrunentc, parte das demandas funcionais exislenle.'\, que uma dada unidade sc::,cial: uma
definir o que Orans chama ' ' cxc<-'<knte subminimo'' que ta d~erença emre familia, uma 6rma, uma sociedude - lonna sobre su11 econo mia" (Polanyi
0
u re'iult.1<10 101al e os "rct:1ui,5it~ .:;ubminimô'.\ n ~io.s para sustentar a el.al. , 334).
atividade puramt•Ote bio!69,icl\ (mctal,olismo. ali\'idadc de produçllo f!' rey,ro- Rosa. Luxemburgv ~dmite quem e:xc~cntes aparecem fora de moo espkie
duc;Uo). A~ occessidatle~ sociais e culturais deix;im assentado que nenhuma ~ rticular de siwaçfo ccon0mka e social. El::i sustC11.ta. que ''toda a sociedade
~ it>dade rx,ckria sobre\·iver com um resultado a. cs~ nl\·cl (embora sepitrar d cw a 1rabalho e~cedente" porque os nâo trobalhadores (µan icull4rnl<.'nte a..:
a.-. func;(l(>s hinl~ica~ da.~ culturai~ :seja em :si mesmo unl estn11agema crii:1oc.,-as e all!umas. \'C U'.$ , , doente e o v,Jho) .d.o man1idos por trabalhadores:,
hasumie ~u:,;r,,c:it.o). Quando frmito, então, os requisitos subminimos IX)dem (! porque 4:'. írt:qüenltmt"J1U:, nece.s~rio mantet"" um "fundo de seguro social
ind ic11r o q ue poderia ser ignoradD se o inJi,·iduo es.li\·esse ~+.,•cndo um.i fomra o infonllnio elefoemar que pode :lméaçar A 11roduç:lo aou,1" (1913.
··p11rn t·xü:tt•nd :1 :-1nin~i1.1· · ..li.las.. não riock'mos est:ibt·k>t-er a existffid.1 de um 77).
,·x<.'t-<k·nl(" ah~o)ul(, 1x,, l'SIC"S rnetlls. l!l:So pode le\';1r, mesmo em sociedades igm.litári!ls, .\ criação de um arma•
A <lefiniç.1o de e,ccedc.·occ Wsohito requer que ick:ntifü1uc.'ln os áS fu11çôes :a.'1n romunitàrio <.:tntr..tl e de mecanismos soei.tis para a d istribuição da
cuhurais e ~ i<ii.s que s.lo ..n ~rias" para ,a .sol:m~vi\'4:'n da d.a sociedade e r,roJuçilo estoc!Kl,1. Um excederue Opéf':Hório dê alguma espécie é ooce.~sár.0
,1.5 que sil:n ''dc:ma~iad-J.~·• e sus1em11,fr:s pela produçOO do exce<L..<>nte. Essa é rara a sohn.• \·ivt'ncia da sociedade :i longo praz.o, porque nenhuma soc;edade
um.i tarda cl3rrimenk impa.<,si,•el. se n:k> de:sarra.zooda, porque a "ncces· ~ prescit'ntc o bastante para ter condições de- calcular exatamente-o q11e scrài:_)
!.idat.lc .. (veja Ca11itulo .3) pode .c;er definida somente em termos de uma 51.la.s nec:essldades e circtlI\St.'incia.s fu turas. A maioi·ia J as :socied:"Cfcs coloca,
$Ílll3t,":,lor,arücular técnica. S(l(ial, cuJcur..U e institucional. Mc:smo uma coisa rcr i.1;..-«>, d(r l:rl) :11,so :1lêm {' acima do que (: preciso para arcndcr 3..\
d1.•rnl>nt~r romo .'! fome n:lo pode ~r mt.>didtt it\dppffi(lememtnte de alguma nt:ces:-id:Kk"S imediatas. Como :jS sociedades mudam. a.ss.im lRmbt:m a quan-
s itua~-Jo ~ocial. ~hrx. por cxc:mplo. sugere que: 1idade de produto material colootdú à part~ mud~ oomo os propl)j:itos nesse
·• A fome· C II fome. Mas a fomt: que é s.ilisfcna com. alimcotos ro:z.i<los e $ffitido. A deíiniçãodo que t: ou não é cxc;cdente é, por isso, cnnting~nte as
talhtn.>s é 1,nna ootr.t fom<:, dik-n:-1\te daqHela <JHe st satisfa1, com alimentos Hlfldiçê'i<'s soei.ais de fl(oduçOO na sociedade.
cn.1.~. oom :, ajuda d.is mãos, d;is unhas e dentt's. O 111odtJ de produção É. conseql~ntemente, possh·el aumentar a quaruid.ade de t=xc:nknt~ in~ti•
pr()du::1 ao mesmo tem/'(), obfeti,;ament~ ~ ,subit Jin1m,mle, ndo 1omcnte o 1uind,1•se mudanças :;oc-iais tlll~ aher..'l m a dd ink~) social de c xççdc-11te (ou
~bjeJo comumido, mJJs tamWm o modo dt con!um.tJ • · (Citado <111 Schmidt, o qUC' le,·a ao mesmo, mudando o c;ooceito de necessidade) sem aumentar, a
19711, R1; itâlkos meu~). OJflO prn;,o, a: (1t1amid9dt: toul de produto màttc!rial. As funç&s religios:1s
A c:on.~ctl1nc:ia tia nt.«-ssidadt- t' um produto social; ela é ;1penas parlic da qrn~ solicitam dem,mdas materiais pOdem, por exemplo, :ser olhadas por
:,,upcre~trutur:a ideoló,-tica CJI..I{ ' repous.i sobre o foncK'lo~mento da b11,se econô· ~l,µuns H1mo •·lll'Ccssárias'' à sobrevivência da sociedade. Mas, re todos oS
mim. O nin.>I Wt necessidade varia de 50Cicda<le para 50Ciedat.le e ele epoca eietnl'n tos da sociedade decidirem que- a ati\!idade relig iosa oi·ga.ni:t.ada não e
p,a.rn. i:'pri~: ela é oonünp.entc ao próprio modo de produçf\o. Em Uma nn't'SSária. t.·11tio o produto material akXlldo a essa função seria designado
CnnJribulç,1à ti Cntir.o da Ec01ttJmia Política Marx examina. ~ inLr[nc..11das como exccd<.'1Jte. Isso aconteceria, tc1mbém, se fosse decidido, de algum
rel:Jç005 entre pr~x:lução, C'OfL"iu1no, Jislfibuiç~o, nocessidade. tfOC'8 e c;ircu- nl(Jdo, que os rerur.sos materiais r>resf!tue·mente alocados a sve-muras mili-
la~'à'o. e chega ao sel,(uink tirincipjo importante: tan-s c à defesa nrl;o fossem necess!r~ e sobt'evh·~nci:a. Cada modo dl?
.. A pmduç;'k1 produ1. o crnl.'-Ulllo:(l) pro,·emJ(1 o objeto c:k conl-umo; ( 2) produ\ito e: cadii rnodo de org;mi:iaç.1o social 1em impllcito em si ums <k:fj.
cte.:erminando o modo d~ çon~umo; 0) c:ri:mdo no consumidor a oax-ssi<lade oi~ par1íc.:ular de cxt«lc:nt,. Desde que a sociedade, invaria.\·ehnente,
005 oD,nos que ele primc:if() claborà como ptodutor'' (p.197). t:on1l,n dikrcnt<:5 modos de produção em conOito entre si ocorre também
Muitos :1t11ortiS tt'!in acdto que o excedente ê .11gul1l3 coisa relativa, mas um (.'(Jnfüto correspondtntt' quanto à defini( ão soci1.[ de excedente. Pot essa
poucos. estudiosos 11.lo marxisrns re::onh«eriun como a n.o.t"rtztJ tio ex<..eden- ra~. ocooceito de excf'de11te te-in con1eúdo ideológic:o e sig ntfic.ido politiro.
1e é em ce10rno prorhizida pt>la.~ c..'Olldiçõe.s internas ã sociedade. Peat·soo, por Aqueles que apropri.1m produto excedente pera beneficio prô r rio irão elabo·
exemplo, apenas aceit.i, sem p'.)xtt:rior efahoraçílo, que: rnr l''rH:ios de persuadir os que contribuem para que as atividades e funÇÕC'~
''Os excede11tes relatiV05 são :;irnplesmente mcios maceriais e .servi~ dos apropriadores seíam inestimáveis, ncc(."S.Sârias e benéfü:-as à sobre,•iv~cia
humanos qut' csliio t'm algum sentido colocados ã parte ou mobifü.arloo t'j da socic«fode; as Li..'!Onjas idcol6gic;a5 dos velhos .sact>rdotes e do complexo

186 187
industri8l rnilllar tem tt-rtas coisas énl comum. lsso implica c-m que o exce- 1nt.'1lt~ como representar.lo no trabalho <le Gordon Childe sobre as orie1ens ur-
de.me- deveria ser definido como aquela qu::mticbt..le de produto além e acima hana$. Childe, deve ã(lmitir·SI'.!, não foi se:mprc claro em sua apre-sen(i\Çilo da
do que t nC'Cess,1:no i;i,ar-a .L;arantir a sobre\•i,..ência d-a S('lc;iedadc, 1t1l como os (itica marxista. mas ele não sustenta alguma$ das interpretações usualmente
indii.·üluos a i"tJnhtetm. O excec.Jence tem que ser definido de um modo que utribu idas a ele. Tocaremos1 brevemente, nesse assunto, ma~ é instrutivo
st-itt intrinscoo aos t:ra.baJhadof,es de um inodo de produçfk:I p,ankular. Na inqu irir como a ólica alternativa. sustentd por muitos e.studiosos oci·
societbdc cm ge:ral o que e definido como excedente por alguns: sed clrmtai~, 11 manife....,a.
im~rpretado como E'.ssencial pvr oulros. A pmiçào de t'eh~ti\'Ísmo. mais do que deSproporcionaclo, a respeito do
Essa vi.sio do excedente (.'OO<lena-nos ,1 um relativismo <lcspropordonal; rnnceito de excedente, adotado por estudiosos te.is coroo Pe-J.rson, Adams e
ix;isjç·Jo q\1c, COO\O '\rimos bre\'emenle, parece sc::eitável para muitos estodio• Wheatle)'. (em certas con.seqUffida.s para .i roncepçl\o das origens urbanas,
soo oci.Uc,rniis. Se o conceilo de excc.:dente de\'e desempenhar um pílpel 4'-SSÍm como para cooc.epçi:lo fundamental da natureza do próprio urbanismo.
critico~ devemos. M tret.i.nco, construir uma pcrspectiv,i fa,orãvel mais Como o ~xctdente é co~bido l:Omo iodividual e especial para cada um e
gE"rnl. da qu:ll ele possa ser vi~to em relaçiW a diversos ,nodos de p,todu~. para toda a sociedade e diíicil ou impossivel dit@r algo de grande imp0rtlncia
modo-s de intc-gr.tr,:.Io econômica e às wricdack-s de url>a.nis:mo. Agir, assim, $00re ~u papel especifico~ seja na emerg~nda das formas urbanas, scj,1 no
requer que SC"jam im·:illtladas inumerãveis definições limitadas do excedente fu nóonamento do urbanismo em geral. Pa:ra ser exato, um excedenlf! te1n
por um concrilo que pOSSa unir culturas, c'.·ÇQcas e classes. A versão mimi:ista que st-J produúdo, mas ele Pode S{"í produz.ido de vtrias maneiras. Ob!iff\le-
fa:1. i.;so rdacicirn,1f1do o oonceim de excedcntç il uma. visão dos rCQuisi1os hu- se, por e.,o;emplo, como Pearsor) muda da con:5iden,çiio do excedente para
manos universais da cxistsência cb homem como esp(X'ie. Es...;11 rt'ler;ão J)(Xle outros aspectos da organi.z.aç-ão social:
!.t'r ,,isrn no mtbalho de Mar:i1:, em wna justaposição dos M,um.scritos ''Desde que ru'io estamos procunndo rli\·eis absolutos de consumo, depois
Ecoru1micos e Fifos6ficos dB 1844 ~ os Fundamentos~de um lado, e O Cripi- cb$ quai:- os exçcdcnte-s automaticamente .iparecem, o lnteresse da pesquisa
111(, de ciutro. Dãl, p0dc-01os concluir que o exçcdeme tem duas formas. Pode está dirigido pars o lator posith-o dos meios institudoo:ils pelo QUGlis o curso
S<.'r llrimeiramt'1ne uma sorna de r,r:oduto materfal (além e ::l(.·im;1 do que e 00 processo eoooômico em flt1.'(0 /: ,alterado para suportar os requisistos
n~'(.1.."S..'il'.lrio raru rcprodui.ir a sõtie<lOOc em seu estado existente) que f!. ma{eri.iis dos papeis societários novos ou aurn,entados'' (Pearwn at, ai. ,
wkJC:ada de lado rari promover melhornmt.'fltos ao bem-estar humano. Rosa 1957, 334).
1A1lCt·olburgo (1913) ímlica, assim. Que nlo pode ha~·er av1111ços na civUi:t3ção Uma vez etalx:lecido qu<: as formas institucionais são o "fator pOSit.i\·o"
sem a criaçâo inioal de um excedente que po&5a .~f:!r uS1.1.<lo, sobrerndo, corn entoo os problemas rehnivos A produÇllO <le um exced<...>flte, embor:i basume
objetivo!. dt- av.toço soci:il. Em 5e1,lunclo l~at· o excedente rode ser olhado reais, tornam-se de signili,:ado s:ei::u11d:irio. A mudança social e, .assim, atri-
ç()r)1• ut'na ,·ersJo eS{ranha e álienada da primeira: ela apan:.,ce como uma buida a u mti (Of'Ç'a que se move nas 1nefltes humanas mais do qrn~ a uma é\·o·
quamidade de recursos m:citeriais que i apropriada em beneficio de um seg· luç:lo necessária da pohica soci.11 deu~münada pela transição de um modo de
mcmo da socicdack H.,i; expc·ns.as de outro. Em todos os modos de produção rroduçao dominante a oultu, assim como as ooodi,ções toler.h:eis de um
que ocom:"11LIO historicamente {sako os que exibem formas. comunistas mndo de produçlo inicial são vagar~mentc ex.aurid:as atr.wé's de seu
primlti\·:ci:i. de- or~aniwç~ social) o excedente aparcceu em sua íorma estra- prüprlo desem-oh·imento intemo e expansão. O excedente sempre existe,
nha alicnatla. Ness.is soci~dacles. o c-xcedemt pode sçr igualado ao produlo ru-gomen1a-sc, para ~cr usc'ldo. Peé'!Json escreve: " hà sempre em toda a parte"
do trabalho alien:'Clo. excede11tes p;Xenciais úteis. O que conta s.lo os meios insritucionais para tra•
A coon11ç~ mand~ta de excedente (com $éuS significado::;: t.=-stabck.-ç,dos: d-los é tona. E os meios de em'0ir esíorços. ptóptif)S. são cão amplos e vuia<l~.
rcladonalmentc) não tem s ido cornpree11dicla na literatura ocideruat (e pootlo <le lado II soma excedente, e imaginande> o (.':xcedeme, quanto a or,gatliza-
rnesmo enuc marxistas); em parte, porque a ôc.ica marxista dos requisilos ção do ptóprio proCE'SSo cconômko" (Polanyi et.ttJ.• 1957, 339).
uoh~r.s.ab da espêcie t€-m sido C::C)J)ÍUndidos com n~umcntos em apoio do Whc:atley· repete exat..,.1mente a concepçllo de Pearson:
(.'4>flct:i to <l<.' c::i1:cc:dl'tll(' abroh.im. Mas, há carnbêm Um"J Jnoompreens!l"o ma.is "Um excedente 'socfar, entiiO, é designado como ta.l pela sociedade em
;.Cria do P')pd relocion~I do conccito de excedr:nlc: sobretudo n a e;rmtme do tJllt:S.tào, e sué'I re.ilil.aç-.'lo depende da. existfnçia de um poder local c~paz de
rx.-i\.~nU:"nt·o marx.isH1. Estudiosos cxidc:ntais 1ais como Pearson, Adarr--'i e (":X.trnir produtos ou sen·içoj das ma:ocs de .seus membros. Nenhum povo pri•
Wheadey ((-m sido muitis..-.imo críticos ao argumento marxista, particular· mitko ;amajs ~asrou todas 5Ulls horas de!.pertas em comer, produz.ir c- cul•

188 189
ti,·at: me.~mo os mais debilitados pelo desJierdício de :algu1lS de seus recursos t:}nto f:[I:' como W heatky (1971, 278) atribuern a Gordon Childe - de qu~
de m1u'K'ira n.lo u1ili1ária dernoo.straram ~ ex:is1êtlcia de um excedeme. Os M ' ' umt1 ccndê11cia itlcrcntc cfos ngiiruilores em dest."'!wol\'er a produtivid.,-
adminisu-adorcs encarregados da mobiliz.açlo de rccu.rsos em economias re• de em d1reção ao mais alco oi\•el pc,rencial rorrespondcnw à sua recoologia,
distriUuth·:is tlescolmram, h.â muito, que a eslrutura hum,1na ern quase inJi• isto(·, a mexlmiui.r a sua produçi:lo acima da subsist~i~ e noccssi<la~ e
nitamcntc clãstica e que, conseqUentcmcntc, era quase sempre possi\'cl <·ntilo pl'O)lici~t o crescimento de novos padrões de apropri~iio e consumo,
arrancar da 1fü1ioria dos cultivadores pobres oin<l~ Olllra extorsão para o sus· 1,.11\·oh·enOO cliles livteS das responsabilid9dcs da produçito de alimento"
troco da OOrocracia central'' (1971, 268). /1966, 1)).
Ad3ms tambêrn conclui qtie " :i transformação oo 'core• <la Revolução Um a,.<;peclo curioso desse ar~umemo, tel:uh-o à rd::tÇ:iio entre produçi\o
Urbana j111. no reino da o rganização .social" ( 1966. 12). Qual teria ~ido o ('Xntkt1t<.• (' ori~ •tl'i urbanas f o modo r,elo Qt1aJ os M,gumentô!i dc,.{'rl\oh·i-
a~ccto da org11~iz~i;ão Sô<ial que desctnpçnhou o pal)E'I Ó:l'iSi\'O para a do~ rv.1rn <"o mbat<.'f as ótic.'ls materialista atribuiclas a 0)il<le (um mriri<ht,:1 d<.'
~mi.."l'S,(:ncia do urlxtnismo é objcco de rootro,'érsia. Pt-arron a,c:eita uma qu3Jlda~ ) con<luzll"am alg11n.s dos estud~ ocidentais, oontcinpor;tneos a as-
ampla ~ama <le,> possibilic.lades. enquanto Wheatley aponta fortemt2nte nm3 sumlr p0sj("ões que, em certos aspectos pelo OleOOS, se pa.rect1'J'J com a:s de
mm~fornuiçõ'lo do relicário em centro cerimonial, e dal focali::a as institui• Marx. Aí estio, natnralmenre, alguns des:àt..'otdos funda:mentai.s. Ma.r.ir: não
çtk>s relí,tiosas. De fato, uma -11mpla gama de aspectos organizacionais e SO• ,11rihui as formas sC'ICiais e instituc-innai.~ da ~ pl'rcstrutum a autonomiu QU(.'
dais.. muitos dos quais Mar.'( C"Ai8C1Cf"i7.aria como supe~tr murnis. rnoslra• au1ores como Pearson e Wheatley cbrnrncmç imputam a eb.s. Embora o
rnm·sc romo can<lidat0$ possfreis- ao papd do f.utor pos(ti\'O ou fatores que (•x.c.·cdc:11t(• d1...,,·a sc•r 11ens.ado como rtfati~·o em ambos os argumento!'., l\farx
lc,":l.ram ~ gl:nesc do url>:mismo. Há uma diversidade cons.ider1h-el de opinil o 1ioha uma ú ti,: ;i altamente estrulUrada sobre o modo pelo qual o el(ccdcmt·
entre os ~tudiosos oddentais, mas suas óticas diíerem, m3.t'Cadamente. das d('\"<'ffa ~ <.1lhado como relati\'U {\'t•ia O llman, 1971. J 2-42). Mas. n('m
dr: Marx que. bastante simplesmente, sustentou que tod.i e gualquC'r socieda- Marx nem Childe argumentaram que o excedenle era ahsoluto ou que ele
de C()fltf:'m comrndiçôes inem1tt.~ <1uç 1::ermitem e atuitmente, necessitam de era ca5uulrncn1e cliCtt :ao dar origem a for.mas urbar\as, Childc, tx)r Citetnplo,
uma ttan.~formà(ãó intrin~~a da socicxlade ~ ~ta. deseja sobre\'iver. No escre-.•cu:
decorrer dessas. tran.~k1rmaçf-1<$ gt::rnd.i~ internamente, um no,,.o mcxlo de ••A~ fV"ll\'e5 çontradi~ da t-ronomia noolitk·.a. foram uhrapassadas q uM·
f)f'Oduçâo 1-.ode surgir. E ca.da mcx:lo de produçfo partkular d.i ddlniç,o e &1 º" a,:.ricultore. fornm persuadldos ou compeliJos li ai·n1ncar do solo um
ÍOfma t<Ul~ivel ao conceito de ex«::edente, assim (Ot:'00 produt as IOITTlas excedenre a:cima de suas necessidades domesticas próprias, e quando esse
sufl('.rE!s.tmrurais neçessárias pars a perpetu;1ç-lo de sua própt i~ cxisténcia. ci,:ct-d(•nH· se: torrtQu Util para :m.stentar a:s no,,as classes econômicas não dire·
A ,·t'r.são do argumento materialista, rejeitada por Pearson e autores sul>- taml'ntt.• t•n?Ji;-.tc.l.'.ls na produçilo de S('U próprio :ilimenro. A (X)ssiDilícbde de
sequc:rues, é subsrancfoln~me dik.-ren1e da proposta por Marx. Pearson pmdu;,ir <1 c•i<cedeme necessilrio era inerente- .\ verdadeira naturt"xa du ccono•
assim descrew o gue d uma " teorema do excedente". como ar~umento de mia nt.vllti(~- So~ realização, contllÔ-.l, requereu adições ao estoqu(' de ciDn•
duplo est3sio, no qual os excedentes s./lo primeiro supostos c::o mo aparecendo l"ia aplicada ó Ji~pIDição de rodo.,; os bó1baros, ,m im l'omi.--.. modifü.·ai;t':lcs nas
com tecnologia a\·anç-ada e p<odutividade a ser seguida p<l:r "dc:.<1etn-0h·irn.en· r(•taçõt.'S (>{'()llômicas é sociais" ( 1942, 77). •
tos t::t:::ünómk."OS e sociais de prima imponfncfa," Coisas oorno '; 'romércjo e A ai.pacid,ldc de proclu1.ir excedente e a habilidade.: de reslii.a-lo em forma
mercados. diohrito, cidades, difel'ertciaç:k:> em cl:i~s.es sociais, cenameinte a t"(m:>i'-tente com o urbanismo s:llo clararneml' 1·c·conhecicfas, aqui, como d11as
própria ch·ili1..a~o) siiO a~sim con...eqtiimda d:i ~merg~nda de ,,m ex<:eden- c.·nis3s difer~•mcs. A ühim-1 depende d1. c-iner$[,~ ia de uma forma dé or,1.;ani•
te ·' (Pobi.n)'Í et.al, , 19~7, 23l). Pearson) sub:;cqüentf'rneotl'.! , rejeita esse ar• t.:«;:io t'(:rnl<m1icn e socfal Glp..iz. de penuachr ou compelir o ogrll'uhot nooli1i•
gumento como frivolidade, di1.endo primeiramente, que as cidades não .sm- Cü a 11rod111.ir mais do quem ll('C<..-:.sário !)fira sua mera suhsistt'ocia. Childe.
#M parque aparece o çxccdcnte em um certo estágtO do deseovolvitnento t1p.1rc·n1ern<.'IH<', olha a capadclade dt' produúr cxc-4,.'(]entt: wmo wndi~·(lo m•-
t't.'Onômico; em segu1ldo lugar, <jut'! " a inter-relaç:1(1 entre os aspec<os mace- n·.-.s:írfa, m::i:- não :mficiC'nt(' para a C1ncrgtncia do urbani.~mo. Marx, contu·
riais e societãrios da cxistt~nd .a são cai..,; que o.ão podem ser sepsr.idos em se· do, tem um ponto de vi.sta melhor, a partir do qual mostra como o exce-
~ l"ndas•.·e. em ten·eiro lugar, que o ~J<Cedfnlt~ não podê Sé:r olhado como dt·nu· foi ('ri.ado é im:tit11icloo um r,onto ele vista u.c;ualmcmc eludido e mtre·
ca1L..a necessária mas nao suficiente da mudança econõn~ica e social que
rn:k,r ck· <·.xrlicaçilo.
.-.ubj111. na emcrg&1c-ia do urbanismo. Adams mmbem reieica a icltl-ia - que

191
19(1
tt (•, por i~. uqut'la k)rç;r de tral:-alh" ,1:tast~ ~ lu rrab:.tlhad(,r rani r.:.1'lo'-i1,~i1,
O t•t1lor e..x~tdenre e o cor1ctiJo át e:rce.de.1t1e rOC' aJ~ ou a.l.!lumn coi5::1 ~ 1mti~. ()is~c1 surge a conexão entre- o ('fllll'l:'Íto
1m1nista de um excedente alieoa<lo e do tr.1bal.ho alicm1do. Em () Cititol
O conceito marxista de excedeme surge da :màlisc de Mane da iorma
1\ \.irx escrC'w:
afü'f'la,rla ,lt- nu.i.s valia tal como vem à el!,;istência na :soeiedade capita.list:1, A
' É ~ todo importante, para uma correta C001.preensl\o <l.1 rnais•\'ali1l,

1

mais•valia é aquela parte do valor total da produção que é a pane pam1 de concd~t'·IBcorno mt:ro oongel.iinento de- tert1p0 ck 1rab11lho excedt•11tt'. nada
lado ck.'JX)is que ci capital constante (que inclui os meios de produçilO, maté-
~- uãn 1r-.Jb,ilho excedente mate-riali~o. como é, pa.r.1 um.i COOtf>r('(.'n(w'i•
ri..1.,'i-primas e irn;trumcmos de uabalho) e o capital \'ariá\'el (ÍOrÇtl de traba-
adc,quada do ,·.:ilor. concetx?-hi como mero OOJl!,tefamento de \':idas l1onis &~
lhc1-) foram <omput~dos. Sob condições aipitalistas, a mais-\·alia é em parte
trabalho; como nad., sen1to trab.'Uho materfafüado. A di{el't'.flça essmci.il
n.·aliucla nas ttts íormas. renda, j\lroSe lucro. Se a produç!o deve manu..,.,~ •
cntrt.' a!: \'ária!. forma<; ecol.lÔlllica$ da sociedade, entre. por e.~ mpto, a socie·
e o modo de produção capitafüta de\'e sobrC\•iver• então de,,e ser alocado urn
datk 00.~L'ilda no trabalho p.ig.o e a ba.-.eada no 1rnbi1lho esc.nwo. reside
\'lllor s oficieflte ;10 tf'Walho para permitir-lhe sus1en1.1r-se e rt.'rirodu2.ir-se-.
SOO'k.'TllC no modo pelo qual ~:se trabaU10 excedente é em cada ca5<.l txtraido
a.tN.\'és do consumo ~ ~s qu-e aquele valor pode comprar. A qu:amidade
do atu:d J)fodulor, o trabalhador" (Volume 1. 217).
de berts oonsumidos deve, por fim, ser igual :\ quantidade neces.s~ria pan .i
~uma p~ss;i,;t'flt posterior, Marx o diz. <leste modo:
..obr~\-i\'l'I\Ci:l biológica (e aqui Marx J>Jre<:e invocar a idéia que~ similar ao "O capitàl não inventou o tn1b!!.lho excedoote, Onde quer que um:i parn.•
cooc..x'ito de um nl\·el de r('(luisito subminimo proi:10Sto por Oran:,}. Ma.'!., da sociedade possui o monopólio dos 1ueios de produção, o u-ab2lhsdo!". liHr.·
naven!. obviamente certas neces.sidades sociais <k.'J)Cndcntes das condições w- ctl nl\o li\'re, deve .l'.l(Ttstt:ntar ao let1ljX> necessário pttrn sua pró pria 1n.a11u-
ciais e relações necessárias para manter a produ,ção. As transformações na so· tt>tlÇ,lo um tit!mpO cK" trabalho e:,:tra para produúr o.e, ineio.<;: de suhsistt'nda
cied11.de1 inevitavelmente provoom transformações nas necessidades atuais e f\11 ra os pa·o ru·k·tá.rios dos mekY.i de produçíio. quer e,m• proprieU.ric, sej11 o
pe,rcebidas porque, como Marx afirma em A .Mi.slria da FiltMofia (147: veja 11obrt- a1-eniei1,se. o teocrat.i. cuuS((>, o cidadão romano, o barão norm-irido. L'
também p. 40), " toda a história nada mais é do que uma continua t111115Íor• escta\'ism oone-am(.>J'i,cano, o boiardo da Vaki((Uia, o l::1tifondiário m<Xlt:-rnr,
maçioda natureu humana'', A quantidade de mais•valia depende da quan1i- ou o c:tpitali~a" (p.235).
dade (\e produto necessário para realiz1;1r as neces.sidsde~ biológicas e sociais do A mnii·,·11lia na soci«lade capitn.lista dc-Ye, por is..~. ser ,•lsta çomo m.:mi·
1rQbalho, Pane da obj.eçâo de .Mari contra o modo Ctipirnlisrn de produção ba- íestaçJo do lrnbalho exre:lentc soh c.-ondições 00 ,nercado -t.le troca. Em :,,oci('•
.seou-se em que a oricnu.ção para 1n:1:r.itni:i;ar as íotmas capitalistas de mais-va-
dade.~ igualit;Jrlas. como in<liu Luxemburgo, esse trabalho e,;cetkntr: sut,KC
lia_ine•:i{,1\'~l~e~t~ conduz ~ capi.t~lista como classe (mesmo contra s1.1a pró par;i; :5-UStentar o fraco e par"' pror~ger rotura as incertez.as do meio. Ein sode·
pn;é! rnnt:M;ll' 1nd1~•1dual) a ba1xar os. niveis de subsistênci.i d:a população m1ba• dmk~ n?-distrihutivas. contudo, o mih:;ilho exC:-Wt:ntc: assume forma aliena<l.i.
lhai;lura, cada vez mais pa.ra pen:o do nl\·el de reQuisitos si.1bmtnimos. l'\'o pro· Uma tt<'lnsnmtação d:;is ~ociedadc'\ i~ualitârias e01 1·t"t1im'ibutiva~ nfa. .i:o.,;im ,
cc~. o lrnbalho ~ desurnaniz.1do e redul.ido a c:xi.s,ê:ncia · •ani1nal". O de- urna rt<ddlniçlo "4:w.·i:ll do trahalhu c:-xl'Mt'11re que f.. pfO\'a \·ehn(.·nte. nã<,
sempenho dos primc-iroo industri11is, em pmticular, n.lo parece ter sido muito empreendida voluiuariamente, Marx, assim, argumenta (Capillll, Voluine l .
diforeote do dos prim eiros burocratas da dinastia Cbou que. como Wheadey ~1:?·15) Que mio há "qualida.dt" Lnerente de trabalho humano para fornt'tW
infere, tornou possi\'e] ' ·ammc.ir da maioria 005 a.ilti\':;idorEs pobres ainda produto excedente"; e que antt•s q ue o trabalho ~ja gasto · ·em trab.rllit•
1m1is umo outrn e~ção para o 5ustento da bun:icrada central''. ('>iCt"deme pan1 extrnnhos, é preciso a compuls.."lo'". A capaci<bde de c,k:se:m·
i'."t1mij c:(:onomia capitalista, a ma.is·valia 1:. uma q uanltdade medida em pcnhar trabalho excedente oilo garn.ntl! a alie.i~o do exoedente.N("nl <l~w.· (l
rermos de \'alor de troca õu d inheiro. Numa economia redistributiva o valor e~n'Clenle st!f concebido Je nenhum modo senão em urn sentido relativo, dc-
~ tguafado ao mérito tnoral. Desde. oootudo, que o \'a1ôr surge da aplinçiEo 11['11deoclo elo qu<' {! socialmmle <le:signado como excerJence, O (onceito ~
do Lr11balho soci.a)men1e ~ rio, a produçOO de mai.s-,'alia em ambos os e:u't'rltnc~ é reladona.l çomo todos os outf'(X'i: conceitos: de Marx (Olh1la»,
tipos de: 50Ci~ade pode ser igualach1 â cxtraçto de força de m1balho <'Xcédeo- 1971; \'CJ.l também Capitulo 7), e ele por isso roroa p.:,sslvel distinguir as
tc. Uma pane do di.i ~ trabalhadores destina-se a pr<Xluúx mai$"\':1lia e .soc.:it'dadcs dt acordo rorn os mod()S fl(;'IOS <1uais o c:xct"deme é defink!o l'
uma pactt> dela é aloc:tda para p,rodu7Jr cl equive:l~mc de tudo o que eles. c.xtr~ido. r,.1arx fa1. Utn.l diMinção .i;igni!ic :ui,·a entre os conceitos d<.· cxct'G<·n-
prc,:b:im ,,:ut1 maml:'f e reproduiir a força <le tt.ibalho. O trab~lho exceden- tc ali,·oado t> rr;'lo alknado. l\1as c-k:, tamb1...'1n, dislinsuiu clE.'flLro dR t·11tc-w1ri::~

192 l 9.l
ali('flacb entrt" <."OOOomias redistributi,•as - mi$ qu;ii.s o oboiieti\'o C a aqui.siç.to 1,._.r,,m1t" na prod1.,ç~o seria poss(,·d sem am11liar a p1·odução; (X)rQue a 005C e
d,e ,-ator ck• uso e onde h.i limitaç~ natural à quan6dadc de produtos 1amhl•m n im.:t'nti,-o social parn \Jm a,·ar1ço dec1si,·o da çi,·ili2.açiio (;Sf:il
e.1cedentes que pa<lem ser absorvidos - e eoooomfas de mercado de trOOI, ,;omc;ntr: na cxran.,;:10 gradual da proch.1çlú p;lr:l atém tias llt."'Cessidades
nas. quais o obil'li~·o ê :n aquisi~'.í.lo d(~ \'dor de troca, e nas quais a única limi• irm.>diata"i·• (1913. 41) .
t.tÇOO cok>cada sobre o trabatho e.xcedent~ extraido surge da necessidade de A traosíotm3''.lo d.i reciprocidade em 1·1.-c:Ji:.,trihuiç;i i) <lii. respeito a um pm·
SU!',tt>ncar C' reproduzir a força de 1rabalho rom objeti\'OS dt' íutura produç-00. blema purarnt'nte econômico de .substituir ;a reproduçlo simplCj p1:la repru·
O atual modo de integração económic.1. por isso, Je,·a a uma mais longa e duç.,o ampliada. Marx e Lu:<ffi"ll>urgo .irguinencam Que isso sub~titui a
vi~ros:il busca de fot'Ç11 rk trnbidho cxcédente do que a primeira. Em ou1ras ' 'acumul.tção primitha ' ' 1 que l\'hlr:ic definiu como ' 'nad~ niois qu,r o proccs-
pala,·ras. o trabalho CSCNxo. por si mesmo. tende a ser rnenos c-xploradoc do Sll histórico de seyarar o produtor doo mrins de: prodU<,..lú'"; proct'SSO de ex-
~ue o trabalho 1r~~ . proptiaç-.lo ''e.--cri10 nos anfli~ da humanidade com letras de sangue e fogo··
A e-xtraçtlo de ÍOl"Ç'a de l rabalho cx~eotc n.-1.o dá necess.a.riameme o rigem [Capital, Vo lume 1, 714· U). A ~clmmlm;;Jo 11rimi1h·11 signific~ a c-wloraç-dO
ao u,t,.anismo: o urbanismo jaz na conctntraçio de uma quantidade signifi- di: certa parte da popul~."!o -- quer au;1,·é.-. da arro priàçlo dos valores de uso
cath·a dt" produto social excedeme em um µomo no espaço. e é pnuic:unence L' lti-Ucmt.'S acumulados com bens fixos, ou alnm~s da opropJ•jaç~ de lo.rça de
_impossiv<>I o excedent<' social ser extraido e- :ainda pcnnanecer disperw. trabalho - para obter um 1.)f"()(Juto exccd,'l1tt.· paru i1wescir na repmduÇUO
Pearson indica que ..a pr..'ttic.1 de dlSlrihuiçlo, mutuamente obrigatória1 ti• ampliad,1. O fator i.:h,we n~~ proce-s.'-0, tanto qm1nto J\1;,3rx se pr<.'ÕC'UpOú
pica d.1 rec:-iprocidadt: {...)não é llril para a construção individu.al de exciOOen- com i$.'i11, <.· :.1 t.'i1lt' ri,.l!ncia dt• n01:a..~ rdac_;:<"'.I('.~ <l(• pnxluçilo (na base- ccon('irni-
tt:!s. desde qoe isso garanrn contra a.s reais iit.Cttteu1$ péSSoais que cau541m nl.). na qtml um:1 ~n.i. p;:lrtt' da rori1laçfü, e1iront~·sc." <li,·oJ'dacfa Oo rontrole
poupança·· (Pol:m)'i et. ai.• 1956. 336). Os padr&-s de 1roca n:a t('ciprocidaôe- cfM mc.:i~ d1.· pro<luç:Jo. J\s.,"'lim. a :icumula~·{i() primi1i\·a rer oosa 11a l'flll;'rRL·n·
ri.io sâll liteis. quer paro a acumulação de excedentes sociais, em qualquer d a de um:,a socitd<ldc: c:.., tra1iíicada que, embora possa. inid:1lnlcmc. s..~ ,
qu:1n1idad e, <1uer para a concemrnç:lo do excedente nas mãos de um seg· clom in11.d i1 pc.-là it'ilis:1ribui4;tio. contt'm dentro de: $i a ~mc 1HC" para. a c.:"llh :'í
meoro da sociedade. A ausê:ncia do urturnismo na reciprocidade p.i.ra .ser atri· 1inl'ia do m<·rc:ac:lo dt- troca.
bukla rio modo pelo qual o excedente ~ definido, â utilidade limitada do A anãlls.e subseqikntc de Ros.t Luxemburgo da ac:umul:wão primitiva e
exce<le-nte pott>ncial e ii incapacidade de concentrar o excedente em ba..~ mals penetntnte, embora l'l.t não reso1'.a inceirnmt:ntc o problema qu<" Mnrx
pcrman<"nt('.s. Um modt> redistribmivQ de integr1;1ç;}o ecooómic.t, IXlf OUU'O ::leixou ;'t m.irgt-01. Ela colocá 1re.s pontos de intcn::..-.e especifico no come:-cto
lado. nao imrlk.1 em ca.rocidade de concentrar o produ10 do trabalho e,cce- do urhanisolO. Prim~iro, uma p.irte do excedente lcm qut :.4r u.c;.:wlo ()Ma
ck-mt'. t>mbor.i seja omro assunto se a concenm1Ç110 esta 11uma base ampla e criiir novos meio~ de produção. N:i medida em q ue C:i~S in,-es1im~·mos
permanence. sufideate PQrR dar origem :ao llrbanismo. Cootu<h, e o ,nodr, assu~m fo rma fixa, eles podéin contribuir ('l'lf'd a íotrna constmt<la d:.
~ met"cado de trca que mais lipio uncnte coodui. a C'Oflcencrações perma- cid.-.dt>. Segundo. a oc1.mml:t{i!I.) primiti,11 rt...,-quçr o t:::rescimemo COClC\)JTiitante
nente~ de mai.,;•valia que são cntlo colocadas cm drcul;t,ç'âo uma vez mais d~ uma de-manda d~tiva l"°r prcduto exccdentt• ('lroduú<io, No modc:i de pro·
para conseguir posterior mais-valia. Os L1'~ ,nodo..,; difortntcs de int(>graç«o d\14-"io Cfl{'litalista. isso implica nurn:l difkul<hde peculiar ,·isto (Jue a c.:fas.st'
económica est:Oo associado.,;., diferentes arranjo.s otganiz.acionais e innitucio• t:apitalisla c!it:i dire lrul~me interessada em e,qxmdir o ,1i.lor de croc.t; e. par.1
nois como exrlanat6fios da erner~ ncia e e.xpansão do urbanismo corno fazer isto. uma dcm,md:1 eferi,·.a •- atrnvi:S eh. expa.ns..'io dos. u~ :m1ir,os ou
k,rma :",Ocial. da crfaç-J.o de no,·o.~ - tem que ~r crimla. Em economia:; rc:distrlbu1ívas *-
Há. contudo. um prOOlema econõinioo m:1is profundo a ser resolvido na tlue E'$tão ligadas a \':tlor~s ele uso ··- este problema ni\o suri,e do me.•mio
mudam."'3. da reciprocidade parn a red1stribuiç.'io e 3 .itual emc:rgl-oria do mcr• modo. 1\ta~. em ambos os casc» descobdmos que a cidade fundooa ccimo Ull'I
cado Je troe.a. Eo problema da reprodução aml)liada que oondut em retorno lugir de disposiçlio (le produto excedente. A arquitetur:1 monumf'lml.l, o
oo prclllcrna da ,,cumuklç:lo primiti\'a. Rosa l.uxeml;,\1rgo argumenta ck>-ste co nsumo pr(xlir,o <' con."-Pkuo. <.' a criaçãc.> cfa necess.kbde n-a s,;x;iec,l:1cle
múdt1: • ':1 reprodução ~imples, eon10 a 1neni Te]letiçilo conllnua do processo urh::ma conu.•mµorârlt'a sao todas m11níf1::stac,'t)l":) difN<!ntes dt"'~se m<:smo fenô·
<le produç'lo na mesma escala anterior• pode ser observadll é1'n longos pcrio· nlt"no. A ddac.le pôde assim ser inttrvretadá parcialmente t.'Omo um <:ampc.\
dos da histOfia soci:al ( ...). Mas. a reprodução simr>1e:s é a fonte e o daro di.:~tinc1clo a ~t·rar demarl(la deti,·.i, T<.®ro, l.uxembuq~o ar~unx:111.1 que.- hã
'ii n.il d.i <.~wgnação gero] econômica e culturnJ. t--'enhum passo adiante im· oc"Cessidade absoluta d,e um modo de produç.'Jo em f."lC"pans:11ú, tal como o

194 195
capirnlismo, 1xira fornecer sornas prnporc:ionais de :1cumula,çilo primitw~; E_,.:;~ t' ó ar,f?_urllt.'111O (!Ut' Childe rt:ptte. Assim. a quc:sfôo re-.i.l quf• o
os m(•cmismos m;iis importanlt::'i para n"it: áutnento na acumulaçilo primiti- n1t1reito de ex("(-<1~11te coloca C:: quais for;1m as condiçfie-. rclC"\·antes na base
,·~ t"rnm, a St>u \'er. o imperlalismo econômico e uma peneU'aç~ sempre l'l'01lÕmira da ~iedade t l"JC' 11crmitiram á rcc.li~1ribuiç.lo e ao recente merca-
crescente do modo de integraçlo econômic.a do mercado de troca c-m mAi$ e 1.b ck• tr('l(3 e-mcr~ircm c.'ülll('I modo.-- de integração econfi.mica?
mai!- 3Sfl(-'C1<)'; da \'ida ~ocial t::! <:!m novos lcrritôrioo. Embota haja argumento Os asr,ecros básicos na uansformoçlo da reciprocidade- em redjstribuiç.lo
parn niio \·cr nisso tC<l~ a história <la a("Umulaçtio ptimitiva1 n.lo pode haver 1(:m qut' .s et ronsiderados. Primeiramente, a pOplllaçâo (oo pelo me nos um:r.
dU.vid11 de que o urbanismo comcmpcrineo, que poderia ser chamado de ('lartc dela) tem cp.1(.' e.~tllr separadf1 de p,a.ne dr sru produto ou do aces._,;;o ao:;
•·metropolizaç!o global'', ~ envolto numa forma global ~ imperialismo mdoo de procfui;ilO. Em ~~un<lo lu~r, a produrividacfo a~rt!~eda â sociedade
coonômico. Todos oolocam a questão: como é definido o excedente e quimdo lL'I)) QL1t · ser suficiente par3 su.stcnts r a parte n::iO produti\·a da populaç-.'lo,
cle aparl-'CC' 1}3S (_"(mdiçõcs do urbar1ismo comemporãneof ;\'Jo h.i düvid:a de que os ariumcmos de- Marx e Childe a respeito desses dois
a.~fK'('tO~ sito. freqüentemente. bast:rnte simplistas. 01-ildc acentuou as mu-
dança..~ tecoológ.ic:llS que a1..unen1::u:am ll produth·idade a.._l:!rk:ola. Is.so, ot)\'i-;1-
mente, tett.t import.ã.rlCia como Adams (1966, 4~}COf'lcorda; m.-.s 1.1m a:umento
n:i populaçto total pode gerar um excooen1e :i8rc,i:ado mai~ amplo sem
Quando Penson, Wheatlcy e outros !octifü.am a rransformaçao organiza- neuhumil mu<lançn necessária na p radmividitdc-. Por C':-.ernnlo, Orans (1966)
cional e in:stituc-icmal c[)mo subjaccnt~ à emtrgl!ncia do urbanismo, poclem0$ Oit uma boa imliGÇJo de u ma relaç.ÃO integral entre popuUlç;lo totsl.
ver quf.' eles est~o realmente dirigindo a accnç;)o para certos .aspectos tstr~tificação e :ali\'idades que criam exc(!(lcntç. Pode- t1rg nmentaM:e, tam•
correlati\'OS daquele proce.sso por meto 00 qual a acumulaçio pdm.iti\';a lll'm, que a dc.·11sid;1de da população e irnport~mt~. Desde que em eronomi~
ocon-e. Evidentemente. o excedente, rru:?smo c,m sua fon·1u1 socfalmen,e rcdi.stl'ibuti\'3S a ~t1,1ç-,o de for,ça de.• tn:ibalho excedeme en,·ol\'e inlegr-,u,.'lo
t!dinida, ,ião teve elidi.eia causal - sup0r assim e cair naquela imertire(ação espacial da economia em com[) de urn cenlro utbaoo. isso significa Qut uma
marerialism \iulgar da história que Jvforx e Engels ~ fortemente desaprova- populaçJo mai~ próxima COO"lbinada com facilidade de comunicaçiic) toma
ram. O ponto C: que mudanças fo ndamcntaís na base «on,õmica da socie<ladc possh•cl extrair ~rattde.!; quantidildes de forc;i de traba)ho o:cedente totaJ rom
levam a uma redefinição do conceito de excedc.-11te e as novas relações sOOais mc.'110:c. ~forço. 1-.lá, ainda, um Pomo. As p01llllaçôes que fornec~m for<;a de
de produçfo que se opõem a essa n:-dclinição. As mudanças não s11:o, e 1lll11C9: rrabalho e;r;cedentc nllu o l.aum usualmente de bo.1 vonwde. Os e::-c.::rnw"tS
pool!m sei-, simplesmente !,-etadns na superestrutura. ideológica da sociedade: 1'!0d(-!f!1 fu!tir. e umíl r1opulac;:âo mO,·el simpl~mente fogirá da:5 fileiras. de
:as condiçtles c-cora'1micas tem que ests.r prontas ~ra a cmcr~ncia da nova al,f!um cc.•ntm de eitploraçllo. É impMlan1e, ror is:so, para Q\le 11. populaç;}o
forma Lle inteyação econômico. Essas condições econômicas comlm o.cumu- fum<.,;'lf. tn~balho C:Xl.'!-dente, que esteja imóvel. Is."'° indica, parcialmente, um
lações de bens do passado. As condições materiais f.l(l l'à a er11ergêocfo da red:is- mododt' produi;iio 11oqua\ bens íixos - cais como ragamen,o de direitos no
tribuiçJo tc.·m j á qu<.' estar preSC"ntes ou ao me-oos em curso de formação (veja cumpo - tomam diíícil lllO\'ef-se, e talvez uma densidade alte <le po(.llll.-.çllo
3dma. p. 201). Em O úrpittll Marx argufll("nta deste ol<Xlo: ou b.1rn.'1rns füic:t~ que torn:1.m difícil ffiCOfltf"dr e.spaço vital fora ela:- íileiras
•'Na alvorada da d"ililaçâo, 3 produth:idade ak ançada pelo trabalho e <la dd:r.{lc: n·nt tal de exploração. A força de trabalho excedente tem, por k-.o,
pe,quena, ma~ a.~siin tambt-m são as carências que se desen\'o)vem com e <1u(• e~iar ligada (e na.o e, inconcebh·el qu~ isso ocorresse JJOf' pl't'fetêr"K:ia:
pt>IOS mt'1os de satisfazê-las. PoSleriormeme, naquele per[odo inicial, a paJ'(e id~fll(\uica) seja ao crrmo t1rbano ou à terra Ql.lC cerca o ceamo urbano.
da so,,:ic.-dadc que \'i\'e do trabalho de outros e infinitamente pequet10 fa'i<lememl"lltC, nenhuma simples .série <le condições pode ser idemific:,;ida
comrarad11. mm a rna:sirn de produ1or(!S dirt;:tOS. C:Om o progresso da J)roduti- Lún1<, sc·ndo nC<'cssJria para gMantir 11 sobre\'i\'ênci:i de form:i.s redis1ributi•
,·i<k1de do trabalho, aquda pequen~ parte d:a sociedade aumenta, tanto :abso- ,·a., <le inte~fi!i;:lo t'COflômica. Nilo obs tante, al~uma combim1çiio das condi-
lul~nil!.--rrte truanto relati\'3J1tl.."fll('. AlC'fll disso. o capital. com as relac;ôes que ções descritas acim3 part:cc nl-Ccssãria. F.sp,:.•ôíil"'ar que 0011<lições e assumo
o .tCT1mp.1t1!111m. nasce.· di: um solo çconômico (!UE' é produto de llm processo parn um hi:-.hwiador acadêmico. Mas. é mais f.\cil extrair grandes Qu1mtida•
c.k dt,Wtl\'Oh·imemo. A produtiYidadc: do trabalho que ser\•e par3 .:;eu forx.la· dcs Jc produlo defin ido como excedente (na forma de tralxilho :i.Jif?f13do) !íob
mef1tu cc> d1J po nto de panj<la /! uma di\d.i\'a, ntk> da Natureza. mas de uma (-etla.~ çondições (tais como a a,i:::ricultura pt:rmant:nlt, altas densidades de
hi:stóriil. que abarça milhare.s de sec..1.1los'' (Volume l.~12), população, formas fa.ceis <le cOJm.1,liôlÇ'io. alta produti\'idade na.mral sol> dada

196 197
t('(.·nologi:l e similares) do qut' 5<:>h oum.1~ cori<liçti~s. Por tiJ1i,no. essa~ (~J Europa Odderual e ai formas urbana~ dependentes de gro.ode part(' do
mndiÇÕ<.'S s~o o rc-sultado <le um.a história que ''aba.rca mi.lh"res de sku- mundo. O urbanismo dependente surge cm sirnaçõe!. 0 1-.Je a forma ul'b-ana
lu!. •· - Isso (: tudo o que aquela verslo de Childt- da gêoese urbana precisa existe como um canal par:.t a exttação de quantida<ie.s de c-xtéd@me de uma
conter . Diante- dt.sSt" Mgllmento é difli;il sustentar a ó 1ka de Pearson ç hintcrl.ânc..lia. rural de rei::-ursos com ob~ :h·o.,; de enviá-los para os centros me*
Whea.tley de que n!°lo houv(' condiçôcs prt'.:das nece.sS3rias 1lara a proc:luçilo de tropolirnnos mai-Ores. Essa forma colonial de urlr.tnls.rno ê c:aracterlstica cor·
<excedente e que, como cons.eq(.lêncía, o urlnmismo poderia ClTI("fgir quase em re:nle, por exemplo, etn grande parte da AmC'rica La.tina (Frank. 1%9~, mas
toda a parte onde? C":\:istissem o~ arranjos instituciona.i.<i e organiz;ac.ionaís no COl!le(O do sé!culo <lez.e nove ela era. como not:i Pred (1966). dommame
cor('('tOS que o uouxcram J tona. nos Eslado.s Unidas. Dentro dos 1)3.ises funcionam hiernrquias de tipos de
As condições que habilit.im i trandormaçilo da reciprocida-de em rtdistri- cidades que fornecem canais parn a circulaÇão (' concentr~ção c!e mais -vaJia,
buic;Jo foram c-ruciais J>ara a emcr-Ht!nda cfo urba11ismo; elas for:tm o instru- ~nquanto ao me.smo t<."ln po provém .i integração ~.spaçial da E«>nrn11ia.
meoto d~ coneçnrr~çOO 00 produco <!xccdence e-m polK.IS m;los e rxm<-m Turbu.Wndas na citcub.ç-Ao ooorrern~ 1ambêm, dentro da grande meU'ópole
lugaro-. A cmergttncia dô urb-anlSmo e a arl'Opriaçil:o de um produto social (entre-, pút exemplo. a ci<l11de e o subúrbio 00..'> Estados UnidM coo1emporã·
excedente csti\'ff~rn inex1ri01\·~lmet1tc f{'lacionadas. Se a mais•valia é olhada ~):estas.contudo, silO menotes se comparadas à circu lação global maciça
como manifostac;:'io particuJa.r do trabalho excedente, nas éondições do C1pi- de mais-\':.tlia na qual está imers.1 a inet"ropoliza,ção contemi:10rloea.
101ismo (mercado <lc: troca) entoo se Sl:#ul? que o urbanismo nas sociedades Em todos esses complexos padrões de circulação, a concc:ntração local
C1J1itali~ta:s: pode ser tmalisado t m termos da cri-ação. apropri~;1o e drculaçao pOde ~rgir. mas a distinção da forma da cid0de, Ião aparente como fenôme·
ele mai1·valia. N.'fo e suficiente, oomudo, afirmar meramente, a priori, uma no grogrJfico, de:rnparece. O urbanismo rontemporànoo pode. ainda, se._r
PíOPMi\··ã o importante como t..'\.'W.. A verdade disso pode ser ,ue.stacla somente olhado, na maneira proposta pof AdamH· \Vheadey, coroo ÍOrlT13 de orgaru-
fl('lo <;Studo do urb.lni~mo no modo de produç.io capitalista. mç;I() c-ronômica e social que com sucesso mobiliz.1, cria, concentra e
Num~ «onomia capi1alista, 11 m.a.i:i-vali, ocumulada é em grnadc parte (tah·cz.) manipula. o produco do U':lbalho excedente sob a fonna de mais•valia;
Ó?stioacfa à trah-alhar p.,ra criar quantidack.>5 cada vez. maiores ele rmis-vaHa. mas n!Jo fa1. muito sentjdo pen-;at a cidade como ume entidade tangível que
Es~ J1roce~so não CXXH"rc com imensidade s imilar em todos ~ setores ou cx1, ressa o processo de c:irculaçâo ern forma fixa e distingOlvel. N~o obstan-
u·r1·itórios da ecoooff1ii i ôi1>italista. Sua inten$idac.lE' depende. e-ntre outus lt\ modetno- simples de circul.i.9'0, tais como os Mlscachs eru um p.idrão
~oisas, do grau de penetração do mercado no sewr ou territórios ern QU<.-SL,10. cid;ade-canipó de ci«:Ul.-ÇOO, podem ser llteis para explicar ccnos a!;pecl:OS
E. por isso. impon~nte ex.iminar os padrõe.$ setotiais e espaciai:o; ck d rcul:i· oo....icos do ul"baoismo contempOfâneo: nas ~ que se segm."'ln farei uso de
c;i(t da mais-\"ali.a ,1a rt".edida em que- os. luctõ!; são inv.;.'51.iclos com o objetivo 1ai~ modelos simples com objeli\'O de demoostra,ç!o.
de realizar h.cros posteriores. O car,italis1no repous.a na circul;tÇiio de mais-,,aJia. O papel q1.1c a cidade
A forma mais simples de drcuhiçllo esp:acial ~urge quando a cidade e:ttrai &•>empenha nesse processo de~nde das po,,;sibiJidailes .sociais. econômicas,
o prOOuw excedente de uma hin1c:rlândi-1t agrkola. A diferenciação interna tocnológicas e insritucionaís que go\•ernam a quantidade de mais-valia nela
na t.'<.'Ot"!Qmfo cfa e-idade estâ assoçiada. com a circufaçâo da n1'lis-,·aliil dentro conC'C'ntrada. Hoselitz (1960. Capitulo 8) faz um::i dis.tinção úti.l, ma5 um
clii cidade e. com o surgir d:-:t industrialização, :1 cidade toma-se O lugar de tanto simplista cmrc cidades " geradoras" e •'parasitárias". Uma cidade
prcxh.1ç.'io. a5..~im como de excração da mais-valia. O estabelecimento de -St"Ndor1:1 contribui para o cre.sci.mçnto ccooômiro d.a regiOO na qual está
rdtic.-<)C's comerciai~ ~tTe as cidades exp.inde o padrão de circu.laçiic:,, de situada, enquanlo uma cidade parasit:itia 11~0. Uma cidade geradora :doca.r,
modo Que a mais-valia pode ser e:i-:tratda atr-avt.s do co1llt:l'ôo e OOs negócios. uma soma ron..~derlivel de 1nai.s-valia acumulada dentro de si em formas de
A nx·tl'Opoliznção global ronternporãoea é um.i rombinaçílo de todos esses: i1wescimentos que ampliem :a produçiio. Os inv-estime.ntos pôdem ocorter na
elementos. e~ Ndrões setoriiliS e ~i.tis de drcu!iç.io de mais•valia s.lo d <la<le ou na área rur.il a.o redor (no último caso. elas desti.nam-s.e ~ $it:a-
tltraordina1fomente intrincados (Frank, 1%9, fornocé um.a análise ck-sta n-..:.,ntc?, naLuralmente, a facilitar uma tn:a aumentada de exLração d? t x<:e•
cirulac;ão), A metropoli;:aç:lo global es1:1 i~rsa nos padrões de c ircula\."ão dente da áre~ rur;,l cm questão). Ha, par isso, uma conexão ne-cessána, mas
de uma «onomi11 _global, na qual a mais-valia está sendo extraída.. Diferemcs não suficiente t'!ntre urb.:i..nismo e cre.scimemo econômico. Nessa situação, a
forrna..,. de cidade t·~tão contida;;; dentro dessa economii, Castells ( 1970), por cidade devol\'e certos beneíkio...-. à !\rea rural, e dai SU!g<' a ótica, comum a
C-Xt<mplo, difor{'ncia entre as formas metropolitanas da América do Norte e Adam Smith (1776, Livro 3) e J:me Jaco~ {1969) de que a cidade é benWca

198 199
.t(\ 1..'ampo porque é o cetllrô da inov:,çllo recnológica e L':italiz:Mlor do cres- , . ~impll'S: podem ser muito es1..tve.is e com ra1.io li~·res de contradições
cimento econômioo ~-ernJ e de progresso oconóm.lco. Da cidade, o çampo ecooômicas interna...;_ Assim. as cidade:i parasit.i.ria.s nilo tendem o. ser inter•
n.."C"d,e OO\'OS produrns, novos meios de produção, inovações teoiológicas e nalTIC'nte muitn m lnc-rive~ como o .'wlo a forças externs5. Essa di<1tioção
similare<>. Adam Smith assim rewh•e p.1ra sua própria sntisfoçãa o que tcrn .,i cntr~ cidndes tt'radoras e c.idacb parasiUrias pode lllMl.ifostar-!se élTI um
~parênda de nm sério dilema 1r.or al - o fato de que "a cidade pc"Ck: ~ r n\Jrncro diversificado de maneiras. Gramsci (Prison-Nctebbóks, 90-102) dis-
ron.sidt>r-..ida como exl$1indo pgra g:mhar l'iqUt;"'Zà e rud.1 a subsistêndn do lin~LW. perccp1i,•ao)eflte, por e"crnplo, entre o urbanismo ,,arasit~fto du
campo''. A solrn;..lo, n atu.ralmcnt,:, é que · 'os gan hos de= ambos são múrnos It.áli11. <lo sul nos anos lO. nc.rt quais havia um • '<lomloio literal da cidade pelo
t: rectproco.,;;, e a dh-islo do trabalho é neste. como em todos os ourro.,;; casos, cílmpo" (porque 11. ôdade era a residêricia ela classe rem~a e dç uma buro-
,·ant::iiosa pai-a todos as diferentes ocupações' '. É nothre)• .:iqui, que Smith cncia que ,·i\•ia de_, um excedente extr-..i.iclo da agricultura), e o m txmismo
(~oro o problenu da acumulação pdmiti,·a, e e.ng:inil-se w r meio dj,S:j() com ~crador d.l. Itália do oonc:, n,:1: qual h¾lvia continua ilmpliação da produç-iiu
o fato simples, mas ineg.\vel de que as c:-id:'ldes lornm hiscOl'ic:iune.nte fund a• atra~·es da indüstria e do coml:.rcio , junto com a ctia.çâo concomitante de um
das nu extração e ooncentrc1ç§o de um pl'Odu t0 social excedente. Se o exc.-e, amplo r,roktariado orbano-indu.strial. Em ambos os casos, o trabalho e:ti:e-
dente $()(.":ia] é usado pará amplíar a reproduçao, o produm total da soctro.lde, deme t:-sta,·.t sendo m,obifo.ado para a produção de mais•\'alía, mas as
sem dútrida a umentarli, e assfrn um aunu:nto oa qu.;imjdade total de e"cedcn· (ircunstâ1\C'Ías, embom Íússenl ' ' urb::inas' ', eram bastame diferentes.
U' social produz.ido rern, h.isloricamentc::, estado associado à .1tividade da &su dicu:s:;ão sugere um possivd dilema quan do as p0lirlcas de urbaniza•
urba.ni:zãçào ~ aqui, ta.mo J ane Jacobs como Smith c-stt'lo certos. ~ outros ção silo imaginad:.is em pai54..,s socialistas. De um la<lo, oompreende·sc qu<: o
Ct.'Hlros urbanos lêm. fr('(!Uememente, ~ido ' •geradores•', mas a necessidade trabalho excedente é necc..~s.trio para promover o progresso da .:«iedude,
de realizar a .lCi.unulaçào 1,rimitiva miliLa contra o prôeeSso, sendo mitural- <•nq1,1:m to, de outro. a 9LiHTiulaçào 1>rimiliva. e olhada como mo processo
meiue e- reci1)f()('ameote bcnHica como Adam Sm ith e Jane J:a~ previram. penoso e d~trutivo. Esse é, rea}mt:n t<:, um11 probl('ma rui reotia do desenwl-
porque o proccs;,~ da ..cumulação lltimiti,.·a é, nas palavras de Marx. ''1udo. vimeoto :'iOCiallSta, m.tS l)arççe que nâo há meios de aumentar a produçllo
nienos idilico' ', se,n acumtJlaç:io primitiva; e, assim, 11.s cx-perK.1lcias nOO idiHcas de deseo-
As cidades parasit,hi a..'>, por ourro lado, carn.cterizam-se por uma forma de \.'Olviflll:'ntO d:, RUss.ia, China e Cuba pare<:triam i.nevitâvch; nessas. circuns·
or~izaç;io e<:onômic:a e .soc:ial que é dedicada :10 t.ón!-Umo do cxcedeote tãncias (embora n;to se tnite necessr1riameme de defendc:=r -as íormas atuais
soci11l, m ultas \·ezes a1rnv~s de cmpl"C$il5 que sllo cotu pie:uamente predatórias que di:is assumem e estão a.~~ mindo). Esse pomo de \ ista tem que ser
1

de um ponto de , ·ista econômico (qualquer que S(.'ja seu si_goiíiô!do m ilitar ou modificado, contudo. em ra2.lio de (IUC- o contexto da transição para o socia-
rclisioso). Wolf (19)9 , 19{,9) consiclern os centros ceocré.ti~ do México fümo envolV\" u ma redefioiç.lo do ,oncc:ito de ex.c«lente. fasa definição
antigo como paras-itários e C. T. Smíth (1961, 329) ind ica que muitas elimina a fomu1 de renda, juros e- lucro e cenlra•se no que t ua~lho social-
cidades »o :sl,..'ulo o nie na Europa também e:itibiram quali<laclcs parasitária.<1. met1te Jlcccssafio parn 11 ptocluçk> de valores. de uso ben<:ficos socialmente
Uma dd'tde parasitária e~tâ 11rqmã.ld.a para reproduç;'lo simples mais do que (c.-m lugar de ,,3Jores de 1roca) prar:1 ao mesmo temp0os roe1nbros atuais e tu·
para aquela reproduçlo ampliad-a sobre a qual cs1ão baseado:;: os avanços da turos <la popula~. Em o\ltras palavras, unl excedente socialist11 surge-, ao
civi.lizaçQo e a economia. Desde que e-sra reprodução simples cnvoh-e o meoos crn prioctpio, do trabalho aHenado. O excedente, assim redefinido,
rno\"Lmento de um excedenl'e social para uma. etité urbana nào trabalhadora e perd~ 5('\I çarau~r de classe: todos os membros da .soded.We C-Sl1io em ooodi-
ro1\sumidot·a a íorm.a J)arasiMria ele urb;io'5rno rcllc1c dara.mente a n.uurela ções de fon~er C't"rca quantidade <lc u11balho exc(1de1\te para oh)í:tivos
p.irasin1ri3 da e lite urbin.iz..i<la, As debeles parasicária.~ silo \.-1,.1lncrá\'ciS a. socialmente definidos. € dcs~3 pers.ricclit-·a leóriça que temos cru<= medir il
me nos que a elite url)ana tenha forte controle m i[itar, ccooôm.ico e i<fi'OIOgico emeri,i~ia de no,·as formas urbana.'11.. ,
sobre II pOpulaç1lo que produ z. o c-"cedmte-. As í:id-adc:; geradoras sâo. nesse Em sock!cb.le-:- socialistas e necessário que- excedente de alguma <:spéc1e
aspecto, mais robusta5, desde que elas ao menos promovem .a ilusão de pa- seja produzido, mas não M rnz..Jto, /J priori. de que ele necessil ari~ ser
drões de circulaç-J.o de mais-valfa mutuamente bené(kos.. John.son (1970) as- concentrado. Ttm to Marx como Engels aa"ita.nun o pOOto de \'isto. l')Of
s.im OOserva que a inte;graç}o do mcrc..ido é ferramenta muito mais poderosa exemplo. de c;iuc uma sociedade sociali..~a requereria que a histórica antitese-
pum a pre5C'rvaç!o do urbaniiuno e da integraç.'lo espacial do cjlle o controle emrt- a cidade e o cam pa d~pareces.se. Essa~ uma recomend~.\o b:i.srante
militar e ideo1ógieo. Por outro lado, as ~çeied~ engajadas ns reproduç-.'l:o slmr,lis.tíi. em ,·ísta dcxs padrões bastante complexos d~ circufaçk> no~ pai.ses

20/J 201
capit~lis.t:1s e soci3listas co1ltér'nporâ.neos. Mas, JlodemO:S tc<:er um :,1rgumC:11-
to cm torno disso. P.irtc tJo e:<a-dl?nte trazido à rnm1 em um0 sociedad<-
socialista será l'.Olocado, presumivelmente. em nQ\'O investimento vua t::x•
pandir a produç:lo. Na medida em que esse inve.q in\er\to for m:i.ís efk ieme-
ll'tt'lltc de5em•olvido em forma concentrada (amwés de economia~ de escala,
economias de .aglome ração e similares) hã razão pu a aceitar a lguma formia
de:: ag{omfrar;.'Io mbana. Mas., muito <lo produto excedente que existe em
sociedade.e: .'iôt'ialist:1.s será, prcs.umivclmente, distribuído para uso da popu-
laç-.\0 em geral, e e :.tqui q ue a conceorr.iç:10 geogrMic.i de,·er-ia ser evitada a
todo o c,mo. t\ tentativa coosdente de dis ~ r em Culxi o arendimffitO
rn,~ Ko de sua .:uHet ior concentraçlo foue em Ha\·ãn.a para \ l m sistemi\
~ionril compn~msivo de atend'itl')(!nto em s.iúdc para todo o p(tis é- bom
exemplo des..1,a cs.pécie <le poUrica. A sltuaç:.lo é relativamente _'\.imples em
Cuba, naturalmemc, rna:;. o princi()io permanece: o mesmo a respeito das
corr1pl ll:adas cin:uJações do ex<.'(.'<k-JUe em sociedades produtiv:\!> á\'ançadas.
Acima tk tudo, enlreramo, :Jj lormas urba nas na sociedade sociali~a n ão
tC,rn, presumivclme:me, IY.ISJel compa.rá,•d a promoção da deman<b efeti,.·a na
sociedade caplt.t.lista. O grau em Que mudanças na fom,_a <la cidade tt:'.m
OCf!n•ido em soc;içebdes · 'socialistas'• (cm situações usualmente dorninad~.
inki.ihnente. pçr um legado de fonnas: capitalistas u r~a.nas), em relação .\
r.:ersJll-'Cli\':i teórica íormulisda ;1<:Íma. e alguma medida de sei.• sucesso cm
conseguir .seus objetivos declarados-. As indicações aluais da Uni,To So,·K'tk~
<.: <la Europa Orienwl nilo sao r,;::nictJ!annentc encorajadoras, porque o donii·
nio dos cemros urbanos não .~ translotmou em no\'a configuraçâo. nem a
própria estrutura utbatl!l s~ alterou radicalmente (Musil~ !968; Castelb .
1970). Como OOocou l..efeb\·re : "os mesmos problemA:s. (de urbar1ismo)
podem ser cru;ontndos no :socialismo e na capitalismo com .;i mesnrn aus&'l-
d a de respostaº (1970, 220). Na China, a situação parece 5er diforeme. A
re,·oluç:ão socialista, ali. teve b,a:;c rural, e a tensão história na vid;i. chinc:sa
entre a cid·3dé e o aimpo cem 11: ,·cr d iretamente com hso.
No pensamt:11to maoista a l('TI~ entre a cidade e o campo e olhada como
cootradiçS.o f)tincipal na organiuç;'(o social do povo - uma comradiç.'lo que
abr,1ngç ' ' três grandes dife renças: entre Íjs :.\r1tas urbanas e rurais, a in<lústri:1
e a ágr icuhura, o trabalho im e loctual e o manual'' (ú,nunht~ o/ Cor1u.nu1.,J
Asian Sehohtn, 1972, 104). Essas COJ\lradiç~ sdo examinadas na feori;1
re,·o]uC'ion.l..ria chin~, 4:' muito de sua história rocente pode s.er intcrprtt~do
C00'10 tentativa p im1 resoh-f-las (Ma.o TSt.·· tung, 1966), Um te-ma central c.fa
poiít1c:a chine:s.a desde 1957, por exern,,lo, lt!1n sido m,1dar o caráter dos
ce'fltros burocrAtiros lndm.triais que focam inicialmente concebidos (na linha
ru.,~:1) como fome Ct"ntral de poder pofüirn f social (a..~im como o centro d11
d rc ul:aç::ro do excedente 50C'ialista) e integrar a.s cidades no campo (par!'.!
203
202
OOJ'l(."'epç-âo dB: economia tsp,-dCia.l /! mais ln.stmtiva cb que a convencional
(>xis.tcnw em '°'~grafia t' n~ cit\ncia regional. QUt' -~ b.tscia. o.a ooç-ào de
Adam S1nith de que c~~1rois.1 pode st-r explicada por uma demanda ins.adá·
,,el do consumidor e g.inhos mútuo~ do comt!rcio. É mais realista, por isso,
ronceber uma economia Cíp-acial urbani.zacL1 como um artificio criador,
extrator e concentrador de excedente. Su~estõcs polí1icas liberais, do tipo da
dcft·odida por John Friedmann (1966; 1969) visam gerar cn~scimento econó-
l! li rec!efini t,:ilu quando mudam as rondH.~ de produç~o. consumo t: distribui•
ç:io. Dt::n: ser foitadistinç.to entre um produto alir!'nado da trnbalhú alit'11lldo e
.,_ forma nGo .-lieo.-ida que o fl:cedente podt! as:')umir em t:trt.tS sociedã<les.
-1) É mais ík.íl mobilizar, e."(tt.Jir e concentrar ..-errn quamidadc de prcxh1to
exct."Cll"nle socialmeme definido sob ccttas coodições do que em outras. Essas
rorldiçiJEs s.'lo o p<odl.iro final de um proc:essó .d!:! ~,·olu~Jo hístór'i-ca. Coodiçôe.s
f-arnni\·t'i.~, inic:iillmentt:, dependem t.le algu.i:oa rombi.oaç1'o das seguint~ c::ir-
t."tlOSlâfK ias:
01ko em nações sulxlesenvolvida,; -através da criaçllo de UlTI ' 'et:paço eieti•
a) populaçio (otal mune~;
vo•' d.entro do qual os produtores e as. pessoas possam ser mobilizados em urna
b) população fixa e rel.ativ.1mente i ~•el;
forma hic:nirquica de urbanismo: eviclcn1emen1c. essa ix,lítica crfaria uma
forma de or~nizJÇ:.10 cspaci31 que serviria, rnerarnente. para aumenut a
e) aJta densid~de de popuk.tç.loj
d) alta produti\'i-dade potencial "m d,ula serie de condições naturais e técni•
taxa de e-xplôr11i;i0, e criar as condições n~.ssárias para :1 ex1ração e.fk:ieo1e
ca..,:;;
e if'rts:i.,:;1[vel de cada w~1, maiores quantidade4> de exce-demts par.t beneficio
e) fkil comunicaçà:o e acesso.
(lh:imo dos poder es imperiais. (Veja F.ank, L969).
5) !\!ob,ilhar e concen1rar exceclen1.e social em ba..~ permanente implí,ca na
Propost'.4.S polític::as para u01.1 org3nizaçlo ma.i.s cfoth:a cJo espaço não
cri~llô de uma t.-COnomia espacial permanente e na perpetuaç-.io dit! (..."àndiçõc::;
podem ltt por garantido que um beneCic io mótuo de 1o<los resultará dai. Sob
íormas capitali:;t:15 de economia e organiza~o .sociaJ o reverso seNl qu11se <lescrit.a-s em (4);
(l) O urba-nismo pode- originar-se das trllns.fotmai;:l)CS de um modo de inte-
:-,t' 111rn.• o ca.,;o.
gra,çãa econôtnica. baseado na n:c.Íj>rocidiide, em um mocb base0cb na redis•
tribu)Çâo:
Com;/ps~J . 7) O urbani5mo, ,seçessariam,mú, .surge com o. emergincia clc um modo de
1.1\t~gração econômica de mercado de troca corn SLl:1S concomit:intes ie-stralifi-
Caç<lc."5 soci.its e aces5o diferencial aos melos ele produçãO;
t\:,, ft'laçtK.-s cntn· cidi~k~ i.: ex.c(--d('ntr- podt'fn St't ~uma.l'iadas. como ~ue:
8) O urhaaismo r,ode assumir uma variedade de forma.,;, dependendo da. fu n-
Defirti((Jel ç.'to txcnk.-ular do cemro urbano com r~.speito i o padr!o totaJ de d rculaçào do
l) O el(cetlente social~ a quantidade de força de Lr~balho usada na cri ~ rroduto e~ced.ente sociaJmente definidl). Em sociedades contemporâneas C$!ieS
do produto ~ r a cer tos propÓSitos soc-iais espccíhcos, além e :M;:ima do que ~ ~dri'"Jlt"S são ~l,ognifica é setorialmente comple:ros;
hioló~ko. :-ocial e c.."\Jltuf"á.JmerHe n~ãrio P3ra gar-11ntir a m aoutençlo e a 9) I U uma t"OOex~o necessária, rnas não sulicicntc:. entre o urbanismo e o
r~·produção da força de trabalho no conlcxto ck um dado modo de produçi,;t; <.Tcsciml'nto ~"01,001ko. Cid:1des gernOOros promo\·ern cre~rnento mas
2) A mais-valia é trabalho excedente expresso em tenn~ dú mercacb de t·idadt:s 1~!'osi1;.b"ias. nio; •
troe:, c;-ap.irnl isu. 10) Se não hl'I C.."ÔflCt!ntração geo~rli.fica cio produto c:xceden te socialmente
<lL'tc..•rrnio:klo n:Jo ha urb:1.nir.mo. Onde qt1cr que o mbanismo se manifesLe a
Pró-J)os-i çlJes ~ -a e.xpli~çclo legilima: para isso re.sidt:: numa análise dos processos que
)) As cidades são formas criadas e pro<h1i.,OOS 1,ara mobilizaçlo. extrac;-ão cnam, muJ,.J1z.;im. wncentram e manipul:i:m aquele p1·0tluto social excedente.
e c..'Oflr..'en1raçao ~ogr.tfic;t de quantidades signilicarh·a-. do produto cx~tnle
,o;oci:i.lmcnle definido;
2) O urbanismo é um ~l<l.d rlo de atividade individual que, quando agreWJ•
<k'i, forma um modo de iotegraçJo social e E'c:.'01lÕ1Ttic:a car,a2 de ,nabili?.ilr,
t 'XI roir ,. Cl,mct-ntta.J' qu;:1ntidades significativa-. dé rrodmo excedente soc-ial-
m.(·nlt- tldinido: ,f'iairao! de ser éxàtninada~ as relações entre o:; modos de ini.e_g,aç,Jo eoonõ~
3) Um produto social excedente de alguma espC:cie (: produ1.ido em todas a.s m J(õl , a cna~·lc,doe.xcedc111e s.oci.iJ e~ ,·.:ir-ias forma$ de urbani!':.mo. Fa1..er ~sro
sociedades e~ sempre p:>S5ivel criar mai.s. O conceito de excedt.>nle esl:1 sujeito

204 20>
com e~1to r{'(Ju~r q11e reconheç,u1105 prinl<>ir.im.ente que um modo pQnicubr
de intc-,uni.çãa cconômic:J rede as.sumir considenl\·pl nriedade Oe formas (\'ej.,
, O merc.ado de u001. como fenômeno, e:icistiu desde 1eol'J)OS remotos e as
rrimeir.i..-, cidade$ loram, t'nlre outras coisa~. locais onde essa ati\·idac!e estava,
p. I 70) e, em St:b'Undo lugar, o <lomlnio da atividade por um modo de intf.'- prova\'f'lmcatc, (oocemracla. i\.fas, o men..--ado de lroca como modo de ime-
g.r.'l~0 crnnOmka nfio exclui .1 continua ou indl)ieme prest oça dt! oocros mo- ~açâo cconômic..t, baseado em mércàdos de preço fl){o ~ rel.itiv:11Tl:ént.e m..~n •
do:s (vtja p. 173). O último ponto lena-nc,s aomnc:-c:itodc ' 'çquilibriode in0u- te. Eo asvec:to auto-tegulador do-: mercados de preço fixo que toma o mercado
fncfo" en~re os difenmtes modos~ lntegf!lç'-o económica em um período de l1'QCa um modo dlstin10 de imeiraç.lo «(»tõm ira. Mt1c~ . troca, negó-
hi~tôrico pmtic:ular . Pudernu-;, assim . intt:rpretsc as formas existentes. histo- cios e comercio, dioheiro, preços c:tc. pOdem eicistir. e eletivamente existem,
ric~rncou:, de orb.inisrnci. 3val.i,mdoo (.'quilibriode infll.llÊOCia ecme ~ vi:l:tios sem que o ml!raic!o $t'j9: ftu to-rcgulador, Someme quando os i1}dividuos re-
módu<. ele íntegr11~·iió econômi('a ~m uma C(\()('.';,I p;an icular. e examinillldo a for- Ett1lam sua aloc.i.çüode recursos pmdutivos,.seus nl\'eis de- produto e hábitos de
m.:i a..~sumída E'>Ofl."::lda mn dos 1nodos notemp0. Isso não é fâdl, A dificuldade consumo aos mc.wiml'nlos dos pre;os; ê que o mercado se toma wn modo de
~ dupla. Primcirnmt!nte, os cermos " reciprocidade", •·redistribuiç-.'to" C' ime.sr-.i.ção eçonômica.
''nkrc.ttb <le Lroc:a· · niio têm .,.j~nilic.'ado:i: fix~ mas, como muitos outros J\1kn:aclos de preço fi:co requerem participant~ que 5ejam antagonistas en·
conceitos que exami1111mos, silo reladom1lmente definidos; seus sign:ific:.100$ m: :,.; e que operem por meio do valor "'° t m<:a. Os parricipames podem e:,1ar
nlo f'OOcm .:,;cr <:!Slibefoc idos forn de a4'um oome:xto dtl qual a parte é a relaçlfo organizados em \'!Irias con(iguraçOO sociais e operam .sob condições institu·
qul' rnslt."llla l! oulr2 (por exemplo. i-:o dc1110.~ falar de rt"t.:iproc:i<la<k: L:mlo em cionais \·:;uiada$. Produ1ores e consumidores i.n(fü·iduais pôdem compelir en-
socte<:ladc~ primili\·as oomo C.IJ)italistas. mas no ,llcimo c.1.1so el.i é mera e p,.½li- tre si ,mm sis1ema de mercado :1Jwrnente lragm-einado e atomisllcamente or·
<ln rtrrt.:,;enwc;:lo d,1 :mterior). Em ~ ullOO hit,.-ar, "o urbanismo·>, 5t!: a ~anlzado. Grupos se form,1m fl'dl'à comp,ecir com omros grupos. Monopólios
imL"fmin~vd t.-Onlt>TI<l.t .-.ubft- !-.1.1..t dcfinir.~lo C'.kvt- dt• qualqUl>t mó<lo prO:Sseguir, de con~umo t- f)l"OOuc,:âc> pedem surgir. Todas as especie..i. dt. combinações
tmnhi;m nilo tçm si,i.:nificado fixo unh·c-™1 aplicâ,-el i todas as .~ocitda<les tm pc.'Idem r,ascet. com a produçJo mouopol'51;ica íluii1dO pál'á t.'On.swnidores indi·
tcxlo_.:. ,,s lC'ltlf"OS. Estámos. 11or isso. temmdo relacionar duas séries~ lermus \"iduais. produtores oligopolisticos. lidando c<Jm o monopólio dos consumido•
n:1:i.don:,lnll.'ntL" (.[1..,finide:1:-, e n:lo sc,ri.i impo~sível que nrbanismo e modo ele res e tc. Nenhum deles necesl:-it.:t destruir o c:aráter auto-regulador do sistema
ÜlLl'"µrn1,~.10 econômic~ lossern '<tSpet.1.us d:. mesma organiuçio económica e so-- de m~ca<lo. emOOrn cenas dépttSSõt!. e tensões sejam. ine11ila\·elmt'nte, cria•
c:ii:il. F.moutra.'I r atavrns, os dois defiricm-se entre si. Nilo podemos e:icplic.tr o das. J\lcsmo noc:a.'\O de monopólio dentro de dada linha de produção o produ-
url•an~'IITIO num ~1llicJn ,·aus.al. atribuindo eficdcla cau:,al a um mçi(.'o rani- tor(: fori;ado .i manter certo nl\'d de lucros (de outra forma, o in\·estimento
,ular de inte_imiç.lo ecooCimic.a. Mas. (X'lde1nos usar ilS caracteríslic:a~ do últi• retirar-se-.\ e mover-se-.'! para QUtra parte). Isso signi..fica que o monopofo,ta
ft.u ~..,., l~p!:'llrnr (,! rm.-'l hrwc:omprf.1;'11d',er os :nribucos qu,1lit,1ci,·os do primeiro, hn!:-(:ar:i n."C.luz.ir os. cuslOS e regular a quamidacle produzi<b parn o preço de
mtn-ado ou \·ariar o preço de mercado pani defínir ççrta Cll:padlbdc de produ-
2.ir. A rranjos instilucionais, realmente, forn-cçem algumas regras do jogo para
\ 'i11iarot1 dentm de tim modo de integrac4o unrt~mica o too,portamcnto an1-agonista, assim ro1no algunlits regras. para rc8]Jlar a or·
gwlizaçio do.s pátticipantes (ror exemplo, le#sJação antitru.stc). Em algumas
Ülfl~i-t.lt rt-mo.~. rr-im~Lrn. como um modo p,articularde int€:'grac,-:1o eçooômí- ~iôe.s. <amb(!m, aniíidns. medi1ulores ou Lacilíca<hres da ativid.lde de
0:1 rc:xk apr<:-semar oom.i<ler,h'el variaç-.1o em si mesmo. A reciprocidade pode me rcado (r<.• i:x1;mplo. lc:is para limitar a respons.ibilidade) s.'l'o criadtJe3 por
assumir lima varic.-<ladc i:.!c foroi:is. Os padrões de Ouxos 1.·m urm1 o..-onomia rneios ir\Stitudonais.
r t'C:'<lomimmtementc: redis\J"ibutiva podem, também, ,·adar 00.SLame. A.~ ca· A configuraç!lo social exata dos protagonisrns e as condições insti1ucionais
rocu.,rfa<icas 1:s1n.uurni:{ particulares da sociedade ordenada rc;:flctir-se-,io na .SOOa~ QUH~d4., sopera1ndãQvari,:cfack:ao cnercadode trocaoorno um modo de
kn"m.t comm uíd:t d:1 d chde. Whe.i,;Sey (1%9:1971) fornece alguns (:'xe,nplo:; intc,:_µ,raçiio t'(..'"OflômiCtl., e tainl::iiém. como \·eremos mais tarde, distintos a1ribu-
(•xcclcntesdisso eo--1 suá UiscussjJo da..'i qual!dam:!i 5imb6Jicas das \'Afias formas (c..:c,qut1lilati\'OS ,10 urOOnismo. ~ diferent~ configur--.«,."-úes sociais e formas
de cidade. Para dcmonslraro JJOi:UO ck vi~a ~tal sobre o a5sun10, entretanlo, institucionais n:ló surxem ocidemalmt.'flle. O resultado fi nal da fe-ro1.compeci·
c-:ic~min.ircmos muito r.;1pid,une111e a varitxfode de formas assumidas pdo mcr.. ção cm a\gurn setor da economia. por exemplo, é a diminaçllô de todos os
e-ado ck troczi. rompetidort:S e. da(. a t'mergênda do monopólK). ~a transição da competi-
ção r ara o monopólio rc!õulta rta tcndt·ocia dos mercados de preço fixo em eli-

206 207
.,
minar as condi~ües necessárias de sua ~ rpetuaç.do . Se o me rcado de troca do .~culo de:ze::nov~, q ue cresciam rap idamente na !nglaterra, ~rmanoceram
deve ser perpetuado. por is...-.o. dt\"t' h11\·er t.-ominuas mudanç11s nas configuta- no centro des~ drculaç1o de mais-valia.
ções 50eiais e nas instit1iiçôr.s. Não h:i, tl,u uralmeote, um \)nico caminho JX'k> SubscQOcntcmc-ntc, o mercado de troca penetrou e integrou novos territó-
t111al as config.nrnçt"les sociais e formas inslltudol1ais ck,'Vam mistutar-sc p.·u a rios numa. ec-0t10111la capitali.sta glOOal, por to::fa a parte, com a mais•\'alia va•
alcançar esse r~uhado. Mas, quak:iucr Que ~ja a con6guraçlo ~ quaisquet gando livre e atribuladamente em b1.1sca de 1·ep1'0duç--Jo ampliada e da acumo-
qu"' sejam a.o:; forrnill> institucionais, elas de\"em agir coniunt:imc;nte para livrar 1~ primitiv;i. Mais tarde, Wnbém. o mercado de troca penetrou em mais e
o mercado de uoca ou 1ncsn10 o mercado auto•rcgul3dór de preço fixo cfa <les- m~is: aspec::1~ da ,•ida a1é que \JOUCa coisa de imPQl"t.lnte restou intocada. Uma
truiç.'lo. condição ressaira como sendo de grande imp0n~ncia para. ess.a penei.ração pro-
Os mercados auto-reguladores tl~O se difundiram na Europa ate o século de- 8res,-i-..-a, Pa.ra que ocorra a auto-r~ulaçâo ê necessário que as resfJOS{as de in-
zcno\·e, depois do que eles se espalhan;m rapid:imente amives do resto do Ji,1iduos e grupos (con.-;umw:loccs, oompetidor~s. comerciantes) ls mudinç-as
rnundo. A mes dess.a época a ari\lidade era ampla e cerndamente reguladora de pt(.\.'O, sejam corretM a maior parte: do t c:JH p'.). Indivíduos que 01.k.1.1111.m mal
dencro dos cos.tumes aceít05 .'iOCÍalmente da rociedade ordenada, Contudo, incorrem em pcna.li<bdcecooômica, m:is c-rros subsunciais nos próprios indi·
muitos .sinais de economia ele mercado aut(l•reguladora foram ('videntes depois ces de preços inibem a pe:net.raçàô cio mercado de troca. Esse c-rro pode ser te·
de 1800. embora quase exd usi•·amente 00$ rM:góc:)05 e oomérdo dentro dos e.luzido, em l-erta medi<la, por melhon mentos e comunicação: oom facilidades
qu;1is crn ;1)g1;ms perlOOO> a a1ivid,1de de met'('~O ;1uto-reguladora tomou-se ~adas de 1ran.spon c é pus:sivcl in idar ofcrw para dcmand;as r,lativameme;
força integrativa significativa. N egócio e comêrcio, pot L~so, aparecem como rAl)4das; e a in{ormaç¾o sobr~ as quantida<lc:-s de ofertit e demanda JXxien'l sc:r
os p<imeiros setores de ,1tividade a serem penecrados pelo mercado de ,roca. O transmitidas qu3se instantancamcrore. A int~graçlo espacial de grande p.me
que Ct2xtraordinllrio i: que o mercado de tc'OCá tenh,1 le\11do tanto temp::> para do mundo no s.iscema cllpjtalisr:t a.travl:S do merC;1.d0 de troca foi e é contin·
pent:trat outi-os asçectos da \'ida e da ati\•idade $0Cial. l\•1êSt110 na ln,t::laterra, gente a exisu~ncia de meios adequados de comuoicaçllo. Quamo mais ade•
u1nto a terra roma o tmba.lho permaneceram, por muito tempo, fora da t?Cooo- quada a romunic::ação, mai~ provoh'el se torrui ~ integraç.\o no mercaOO. lni-
mla do mercado amo-regulador, até: perto de 1750: embora hou,·esse merca- cialmcme, isso se aplica SOrnetlte a bens privados que podem 5er uoc:ltdo:s a um
dos rara terra e m1.balho muito mais cedo, n!lo eram amo-rcguJ.idores. O ai• d:«lo preço porque o individuo tem controle tot.il sobre seu uso. Muda.nças
can<:e da terra (com a ajuda dos atos de ccrcarncntos) significou a penetração institucionais. lega.is e sociais s:lo ílt"re.ssá.rias para tr.msíormar outras esferas.
da agricultura. Isso gerou uma presslo para maximi:zar o produto agrkoln ern <fí? -a,i,..idade, de modo que cfas poss~m ser tnitlldas como mercadorias. A
relaçio ao lucro. Ao mesmo tempo, 8ran<ie numero de moradores rurais foi Lrans!ormaçiio d.1 força de trabalho em rncrcadoria de lCabalho pago requer 1s1s
desp0jado (pela rombiitação do cercamemo e das fotç"..i.s do mercado) do con- mudanças.. Ê então posslvel tran.síorm ar ern fucuras merca.<lorias cauções p\1-
trole dos meios de produçllo e foi forçado a sair do ca.mp0 para ílS dd.idc.1. O blkas. franquias paro a PfO\'isJo de bens pliblicos, todo o tipo de direilOs e
sisten,i de salãrio passou, conoomitantemente, a predomina!' sobre toda a ÍOI"' OOrig11ções etc. Em g_er11.l, rodemos se.nrpe_ri,&'O àfirmar que dific.ihnente t :\:fa:re
ça de t.rabalho. O trabalho torriou·se mercadoria como qualquer o uLra coisa. um •S{)C('tO maior da vicia urbana que náo es-teja tgONI sujeito às c,peraÇÔ('S <le
Assim. tanto -1 produc;ao agricola como a industrial puderam ser organizadas um mercado auto-regulackJr de alguma espkie.
na base do mercJdo dt: troca como met.<mismo integnnh-o. A lema const ruç§o Há, naturalmente, algumas questões sedas a serem ind~:;idas no que diz
clu re\'oluçi:ro industrial na Ingl:tre;:rr;1 re presentou, .issim, u m.i peneuaç,lo gra- ~ to ã c:fic1kia do mecanismo <lt preço. Um dos problemas que: afetam a
dual Jo 1nerca<lo Je tf0t.c1 n.:i produç.lo (assim comvdi\·en;a~ form;as de neb,'Ócio produçào capitalista é a falha do mecanismo <le preço em transmitir os sinais
e comffdo) atravt's da [X'l'lctrnçâo da terra e do trabalho. logo que :1. re\·oluÇ'lo certos sob c,·nas condições- Nc:;.se caso, a maioria do.s pa1'tic;ipantes no processo
industri:il ganhou impol'tância, mai.s e mais sctCM"cs de atividade tornaram-se do mercru;:lo de t r0<.-a tomará decisÕl?S erradas, e um desastre <..oconõmico inevi•
int~srados atnwt!'s do mercado de troca. e i dis.lribu'{ão é mivicbr:fes ~ str\'i- tase-lmente ocorre. Marx argument;ava que essa condi~o era endêrnjc.a doca·
<,n fo,....,1111 11:1mhC:m am, idas . A C'lrcu.laçOO d.e mais-valia em sua íorn1a capi- pitalismo e que se lOrnaria cada vez mais séria à medida que ocorresse a
u1lis111 íioou, ÍLl)fllmente, livre da inflnêní:ia re.~1ritiva d~ sociedade ordenada; e SC\imulaçào de c;apital, enQuanto Keyoes prm.sava isso como sendo um sério
t."fltilO. atra\'és de :sua dominação de rodos os setores c:hiwes da socic.-dade 1or• C'l'llpccilho, que JXJderia ser superado pela in1ervenção do govel"oo (Mattkic
nou-sc o mt"io amn·~~ <lo qu~! o modo dt: i.nte#açJo oco11ômict1 de mercado. 1969). Pol.ltic-as kcyncsianas desunam-se a re.solver o que e tido como urn.i fra -
!!1'll.d ualrncn1c. ligou a ~ it"dade a urn i i~te ma t'('O nómico coesi,·o. As cidades que-za esuutural do JnCC".i.nismo df preço. Mas, p.ifa Marx, os defeitos no m~

208
canismo de ptcço não eram .senão simornas de um profundo mal estnuural t_lu,d ~- p0r exemplo, osignificildo da râ:listribujçã"o na China nnti~, no Mio·
inC're!Ht' à circulaç11:o de mais-,·~lia para criaçõ\o dr: mais-•,alia. Se Marx está ,11-0 teocrático, na Eur-op:i. foudal, ,~ Estados Unidos Cflntempor;ancos? E.
~ rto. então as ororrCntias n~llti\'as localiz..idas no mecanismo de preço (oo· ,1m· sii,:.nilicado futuro podemos ver em lorn:w{'Õ(!S sociais que são poss!vei.s.
mo 1: freq0l'ntc, por exemplo. nos mercados d~ moradia) nilo podem ser atrí- .u1ui e agora. n~ que não foram ain,da efetivadas? A comtruçào da tr:oria re·
buidi1..,; a meras (!eficiências na formaçiio do preço. Elas, provaw:lmente, indi• , ,,tucio-n;'iria do urb;1ni:;mo niio nt<:e-ssita, por isso , consistir cm reescrever
çam problemas ooloca005 profund~mmte no proà."$SO da própria cii-cuiação 1,wias já exis(ent~s. mas pcKk incluir, sob cert.Js cirçunstâncifls, a redeJinição
1!11:': tcm-.os contidos ncfos:. Podemos, p0r e:-cen1plo, precisar dar novoss1gnifi-
capitalist1i1.
Para sumílriar, os 01ercOOOS ele prf!Q> foco podem .ser c:w~ani:t.atlos de modo 1.1clos o pala\lra.s tai~como ''exet'dente'' e 1'redisu ibui,1:ào''. Porque para que
vafiad0 dependen<lo da config:uraç.lo social exata. do contexto institocional e n1~s;1 t~oria se 1ornet:!fut.iva é p,·eciso qoe seja forte o b--.tstante para se/ aplicada
da narnrez.,'l da <.·Ofr'lu'fl)caçâo. Do ~smo nLO<lo. diferentes setOfeS da econo- -' t1ma ampla \"atiedade de situações. E com ~te C'Sflírito que podemos in,·csl"i·
mia podem, ein qualquer momento, ser penetra.dos Em grnu diverso pelo mer· ,:.1r COITIO os conceitos propostos nas so;õts precedentes deste ensaio podem
<:ado de troc'êl. Os atributos quaJitati,-os do urbanismo .são SéI\SiVeis a ess;11s v,11• -w:-rrolocados em uso para examinar a relaç:lo {!ntf"e o urbanismo e a sociedade
riaçôcs. A!érn dlSso. por todo o proc~',ó há cetla <."00Sl1incfa de comporta1nen• .-m uma variedade de contextos histór;ros.
10 MS mercados <le pr~·o fü:o qut assegura que a rnais•valia continua a cir•
cu lar e a buscar m~is~,,aJia, de 1al mOOO que as ações de todos os p.1.rcicipante.'I
e ~rul",05 n.a :;ocie<l;:ide s3'o oonduz.id~ ao que sempre aparece como um sls1ema
O urbanismo implic9 na coocemr.1.çào grogrMic.i. de um produto e:,:ce<leotc
auro-rc~ul:,dor de mercado de troca.
-.ocialmentc determim1do. faso si8flific;1 uma: circulação gC?Ográlica de b~n!. e
~.-n iços excedentes, mo,·imcnto de pe-:ssoas e, numa eco1wmia mortetiltia, na
c-if'Ct.Jlaçlk> de in•, es:time1110, <linheiro e cré<füo. A ecooomia t-Sf)acial, a:ssim
A cm;;ukçiio df) exuduu.e e o eij1'ilibria de influéncia entl'0 os modos de t-riada, está sujeit.i. a todas .is espécies de substituições. i.o terrupções, desastres
imegraftlrJ eca"t,miCIJ N4 economia Mftac~l urlNna mudança.<; e caminhos ele cK,scim(•nto. A repulaçlio e o sigoificado das cidades
1·m ~ mesmas depende amplamente de sua localii.aç'Jo com respeito à circula•
A metr611ole contefrlf.(lr-lnea em países capitali.scas é uma verdadeira sobre"' \--JO geogr.'t.fica do excede-atir. Os alributos qualitativos do urbanismo serão.
1>en1tÇâo de formas sociais cooslruidas à irna.gcm de reciprocidade, rec:fütribui· rnmbE-m, :deta~ ~la, aJtas i: baixas da quantida<le total ele e:xceckme assim
ç-.lo e mercado de noca. A mais-11alia, como e socfaJmt'flte definida na or<lem 4,.-umo rela grau cm que o e.cedente e produ.tido de forma ronceotr.ida.
aipit:.d1s.t:a. ( ir<:Lila <lent..ro da sociedade; movc•.sc livrcmc;me oo longo de d· A ruptura n.i clrculaç,o BCogr.Uica do~>iccdente pode ocorre-r 11()1" ,1ma vn-
guns canais, embora seja reduiida :i mera gota em out·ros. Na medida ei:n que rie<.bde de r.tiões. .iddente.s, calamidades. e JM'ocesso..c; naturais:. O declinio de
~sacir<."1..lla.çJose manifc.,;ta em k>rma ftsiea, alr;wé-sdo Ouxo de bens, sen·iço:; 1fü1itos: pOrtoo 0"1etlievais europeus:, 1ior exemplo, pode ser atribuldo, algumas
e• iolormaç.10, u coni;lruçilo de medidas de mo"imento etc.• e na ma:lida em \'E'ze5, erfOfleament.t', 00 assoreamento <los cana.is (Bruges é o exemplo mais

que as fonnações sociais dependem cm sua éOérênci:t da proximidade espocial, ddmido). A lé'Ã1füsl..'io de um recurso chave e a o,orrt:ncia dc n0,•os ret::ur$C$
c,1comrnremos, t.i.mbém, uma «uoomia espacial imrlncidameme Expressa, ~atr,h·ts da tttn0logia ou da abenura de novas rotas de comércio) pode pro·
rnas i.i.nglvél. h ~ tcs.e cemral deste ensaio a de que juntando as çstTuluraS ~retonar mudanças rápidas na circulação de excecfelue, e em ci-dades iinJX)I"·
conceitu.i.is em corno (1) do ronceiro de excedente, (2) <lo conceito de modo 111.0tes e poderosas pode destrut 1as rnpidlmtnce. Nur(>Snburgo, Augsburgo é
4

de i1uegruc;ãocconômica e (3) dos torx=eitos de organiz.aç'io espacial, c-llt'g.ire- numel"U'ias outras dd:;ides b-;ívara:; foram centros de ci n:ulaç-J:o de exce<lente na
mos a urna cstmtu ra superior par.-i 1ntcrpr.crnr o urhnnisrno e SLIII expn:.-ss11o Europa medievà.l per-que elas controlavam o ac:esso Aoferta supervalori1.ada de
tangjwl, a cidade, prata. Mas, a import~o de gr-an<les ~mntidadei; de ouro e prata atnwts da
Cada epoca. -chi :i c::ada um:i. dcss:u es.i:mturas ronrei.ruais um significado es· rnnqutsta da & ~nha no S0.":ulo dez.esseis relegou :a área o uma tranqüila hin•
pedal. Sebusouno..:.e."-Creveruma
.. teoria ger.11 do seu urbanismo, is:;otcm, pôr tcrlândia da «onomia euro~ia. O conflito sodaJ, a guerra, a emcrgêncfa de
isso, a ,·er rom o falo de que seus slgnjficudo:s mudam e elevem ~empre seres- hlocos de pOdcr territorial ele mobilidade resrriu, .i imposição de barrcir:.ll ao
tabdecidos através d~ invc~i_gação detalhada cbs circ-unst.'lncias do tempo, 1ncwimenw, tudo intf"rfere c<>m a dn::ulai:ão do excedente. P-irenne (192)) as-

210 211
sinala «>mo as ci~s do extremo sul ~ França declinaram dur ant(' a era Ca· r~ovincias. Por último, as cidades lornarnm·se ricas e com esplendor porque o
rolíngia assim qu<.: os muç\llmanos c.-omeçaram a dominar o comércio mediter· c.1mp0 trabalhava e produzia. Não que alguma riqueu1 do.'I centr05 Dlt:°',Ouissc
,~neo: -as cidades. privadas do t:ornCrcio de longa dli tância. vo!taram--sc para de ,·~ta para a área rural. A lguns benefícios de~•em retornar para o funciona·
as funções redistributivas centradas na Igreja Ca.rólica e na oob.-eza local. A mento de qualq uer sodrdade(, . .) A brech:i cre-cente entre ú centro e a hifller-
lu1a l')t'lo controle- do comercio mediterr.1.n(-0 entre o ls:\ã, Bi2.Anc:io e as cida• lândia não se baseou num 1mriquec:imc:nto :a!Jsoluto 00 cenu·o, embora ocam•
des-t>Stadoo ocidentais tei.·e efeito profundo na circulação de excedente oo flO permaneccs5'C' :,bsolutamente ernJ'IOOrecido. Ambos crcsccram em seu rela•
inicio do perlodo medie,.,al. Lutas posteriores entre a Espanha, a AJem;.1nrnl. a tionamen10 mútuo• mas, os centros cresceram ma.is rapidamente, mais opu-
Fran(ll (' a InP.;latt 1-ra, pi:k, oont role ôo comên;ic) :atMnti(.ü e baltioo, mudaram \en1a.01Cmc. e mais obvlamente( ...) Ern sociedades complexas eMa COTÚront.i-
11. groiraíia da circulação do exceden te como o fizeram os movimentos cololli- ç.lo de esr,eranç.t com a negação de- e-.sperança foga g0\'Nnante:s oontra gover-
zadores no s&ulo dezenove. Em epoca-s contemportneas) .'I inscá,•el fidelidade nados. os riros oontra os ))Obres, e a hioterl~ndia e a periferia oonn a o core e o
das n:1çôes, a ince-rdi~o do comérc-io ~trav~ da aç!o politic.i (a divis:To da t.'t'Otto. A periferia sofre por compa111~ enquanto a cenr ro cresce inchado de
Alemanha, o kch.i.mento do c.imtl de Suez.) afetõilram a cim.Llação do exc,.ulen - riQueza e poder. Alêm di.$$0, é também na petiíeria que os cootroles do go·
te:. A c:ompt'liçio entre as cidade:i, entn: grur,o:o. de cidade (t.a.is como a. Hart• vemo e da religil!o 1c11dem a ~ r mais fracos;(! aqui que ::is íorça5 de in~tisfa·
sa.)ou ei1trc paisc--:s, pelooonu ole da ciT<.."1..llaçtio do excedente alterou por si pró· ção p:iJem, facilmente, ganhar ao me.smo tempo força e organi2.ãÇ'"lo, Aqui , o
prio, o J)J<l1Jo grogrMioo de circulação desde que um dos lados domit1ou o OU• rodcr do C('ntro e ~ a cap:icidf!de de compelir as pessoas e sua ,•ontade s{to mi·
tro atN1,·és do pader OCOOÔO'lico Opr('.Ssor {akançiido ]Dr meio do ex:erdcio de nimos. A sOcinlade teocrática testemunhou essa rebeUâo da periferia contra o
organizaç.'io superior e economias de escala. por exemplo), atr.i,.,és de- vama- centro. As fissuras se abriram(. ..)' ' (1959. 106).
~ ns romparati\•as locadonais, ou cm,m:?s do exeTCk:io do privll~gio mooopo- Essa espécie de (raQ\1t 1_jj csrrutm al tt.--m s.ido endêmica em rodas a~ erono-
lisrico (ganho por algum estratJgema. ou c<mícddo p0r al,i;:um pOder externo}. miil.-. redistributiva::,. Foi. p0r ell:etnplo, o x do problema para a sobrevivênc:i:a
A circ:ulaçãodo exc:edenti:: e.~té coosta1utmenle mudando p.1ra OO\'OS ~ nai.s. <h Império Romano j e scdedaclcs muito mimos urOO.niu.das t~ , ultimamen-
Em aftuns casos, as mud.iflç.is geog,rtficas dcst inaram ·sc a preservar o olvel te, decaido por c..1usõil da inabilidade i;m fü,rar-se ele umA fraqueza esm1mral
superior de urbaoiz.a~o e a quantidade superior de circulação de excedente:. if1<.°'ít:f1tl' ,a Séu 1f1odo O(' imegrnçào oconômica {d . Johruon, 1970}. Uma Ira•
í1ll l:x:!Ni as l'ldadc-s iodi,•idualmente pudesstrn perecer. estagnar ou expandir: a que1.a d<.-sse tipo não $e restringe a economias redistributivas: oo ,nodo de
aclaflta(ão e a substituiÇM na circufat;ilo do excedeme produz.em novas 0006· mercado <le troai. de imeg.rai;ão econõmic:i elas se têm rnO!itrado nas numero-
gurações .gco~rMirns queemer~'E'm para substituir as \"elhas. Bill outrOS, casos, sas crises comerciais do sêculo ôelenove, no cataclisma recente da Grande
a quantidade de excedente em IJIO\'lmento aumenta, e o urbanização demoos• lJei'lreSsão, no <Mlit}resente e po1endalmente ameaçador bahmço de pagamen-
Ira um crescimento superior denrro do qual as cidades, i.oclividualmente, po- tos, e nas crises monetárias do mundo comemPorârc(). Qualquer modo de in-
dem morrer, estagnar-se ou exptndir-~. tegr.iç{io econômica ronté:m dentro de si o poder <le minar as rondiçõe-s de sua
l-lá, etitreranto. uma tendencfa inerenre à circulação de excedente de ser própr la autoperµet.u~ão. &sa c-apaci<lade indica fraque,..i esm1tur~l. tanto na
minada r,or uma folha econômica e social nos mecanismos que asseguram a rcdisa·lbui<;ik> como na poteociaUdade do mer{'SOO de troca cm .sct capa? de
criaçlo de excedente . Woll fornece um exemplo f::isciname do MC>.ico tcocrá• inflin,l(ir intcrrnpç:.'lo s-4.>\'l;!ra ~ t:1d\'ez. lútú.l fül circulação do excedente sobre o
tioo: qual jaz. o urbanismo.
' ' A fonte bâ.sic.i de poder do clero que dirigi.a as cidades santa$ foi, ao que Parece mais Íâcil detectar essa fraqueu estrutural num periodo de expan-
parece, um poder sobre as mentes dos homens e um poder sobre os betti obti• são. A estrulura redistributiva do lmpé.rio Romaoo foi parcialmente J)feseNa·
dos a ser•.'iço dos deuses. M as, há uma limitaçãO inerente ao poder puramente da com o desabamento das margens do império, superando o desconteni:.i.men-
ideológico(...) A sociedade teoc.rática tinha unido a cid:a.de sagrada e 1 hintcr- to no perifor i11. Quando a ex.pans!lo cessou , seguiu-se rapicbmente o colapso.
lândia, o ~cercbe, o comerciante, o artesão e o campclflb, homens que fa1a- Outras sociedades redi5.tributivas procuraram pcrpctua.r o controle ideológico
vani línguas diferentes, estrangeir05 e i:.:idadãos. UnifJcando-os semeou. cam~ dentro de uma economia espacial cofTlodameriteestável atrav!s de uma mistu-
bem, as ioe\•itáveis se1nentes de dis sens-J o interna e a pos'°'ibilidade de revol- t"d de açilo militàl' e persuasJo ideológica. O a:ipita1i:;mo, conrmfo1 mostrou

ta(.,.) A teia da socied.ide t-eocrátk a continha outro defeito futaJ: um de-;e- ser Uma força inerelltem-ence c1ep.1nsiva; na medi<ta em que sua existê:ncia se
quillbrio perma.nente entre :a cidade snnra e j hinted;lndi~, entre a cidade e as de\'e~ colocaçlode mais-\'aliacm cim1lação para aumentar' a mai'.-.•Valia, tem

212
que se e;or;pamlir para sobreviver. D1:1qui •.~urge um r,no:~:,o de J::c-raçiio de con· sul)C'.'.r--ordenuf.1.~ - .a Igreja. c o Sac.ro Tmpt:rio Romano sendo as mais imsnr•
lf"l!cliçõcs subS(."(10cmemente inevitáveis ;Uf3\"és da cxpan.'lfo (veja acima, pp, rantes - pre:-.idiram facilmcn1e essa economia a.lrnmente íragmentada. O
194-6). A expansão significa penetr~ão progressiva do mercado ele troca, excedente para o suporte ~ \'.1dos elementos da sociecbcle ordtn8da era e.x-
inaiort.--s quuntidades de C'll.<.--C.'tk.1 ,te ucumuhtdo, e mud:inç.i na drcnlaç!lo dP. lt"t\ÍJo sob fonna de diúmo.,;1 dias ele tnilialho e 1rabalho e5eta\"0, eoquanto OS
ma.is-,i.t.lta. assim que novas oporrunida<lt-s $.!O exploradas. nov.1:s lecnolo- 1-1ri\.'itégfOS esta\•am ligados aos propriec.1fl~ da terra (mamidos atran.'-s de le~'i
gias ack)uirid:i.s e llO\"OS rm.1~ e cai'X\Ci<ltide$ produtivas são a~rtos. O uJba- de hereditaricd.t<le) e a posi{Oes dentro da hitrarquia e da í~reja. O podec mili-
ni.~mo, como vimos. desempenha imp0nante ptpel nesse- proçC:$$0. A cidolde tar e o controle ideológico eram .as du:ts formas dé- controle que set"viarn pata
funciona como centm ~rndor, em torno do qual um espaço efeth•o é e:tiado, manter a sociedooe. Os ~nuos urban0$ que existiam cr:un, na m:-UOf pane
c.k!ntru do qual qutmtidades crescentes de produto exce<feme sâo extroidas. O dos casos, castelos ou centros. reli~iosos; algumas \fezes, a ig_t'eja e o castelo
C1'esci1l"lC'mo ecx»\ômico superior p.-~~7..lr:ôc tanto boas oood ições como poder poderíam apareçer juntos para formar um ccruro de si~iíicado import-.'IJUt',
parn os que cstao no centro urbano cokM:.iiit!frl mais -valia de volril á cirtu1aç:ão, !\.-tas, grande pane do excedente extraido não c.stih·a concentrado geog-rafic:a•
de tal modo qu,c a c.idl!dc fu nc.iona como um " 1'/0lo de crescimento'' para ai mente em uma forma urbana - e.le permaneceu disperso a.trn\'és do si~ttma
economia à \·olta. O ai;::scimcnto res.uh:inte :iltera o.o. camais, ao longo dos feudal.
qlrn1s o t"xct"deme flu i e altera. a c.lircçio e as quantidades de tal fluxo. No pas• Uma drculaç-.l.o do cxccclcmc bem di\'ersa íoi sobreposta a essas economi~
s:.do, ~ altt'nt\'Ôl:'.S n:i d rcubção de mais•\•alia. contingentes ao crescimemo feudais locais redistributivas. EJa esta\'a assc.x::i.ada :io c;omE-rdo a longa d istin•
t'OOflórniro, fotam substanciais cm qmmtid~de-5 como significativas em termos eia, e ao que parece permaneceu tomo parte da ati\·idade redisuihuti\'a loca.l
de rror{,laniza<ão es.pacial. Os padrfJC-5 gççgrâ(ico:5 de circulaçilo do e,;:a'dente durante p.:u'te d;> perkldo medie-.·al. Como escre\•e Polanyi (1944:. $8). "os
forarn tão a(rerndos rielo crescirne-ruo ("COnômioo quanto,;, fonrn pdas io ter- mercados n.'lo eram instituições que funcion(wam prindpalmeme dentro da
ru~õc-s rro\•ocadas pelas ca lamidadC'S n.-rurajs, gue~ etc. economia, mas fora". embora o comi:rctu a longa di.stli.nôa. S<!j9 ,,isto pela
O padnlo s~p.rMico na drcnlaçto 00 excedente pode. por isso, ser concebi- 1naK.">fia dos esrndiosos como a principal fon~o da cklade medieval. A distin-
do af)€'nas como urn mo1nento num proc('-5;5(). Em termos desse mornE"nto, as ç-Jo entre longa distâ.oci;1: ecirculaçào local do~x-CE'dente foi uma conscqoencia
cid.:1de$, isohidameme. atingem J~ içties oom 1'e:Sptil'O à drculá<;iO de ex,c~ woglYel da5 rE.'laçõe-s ambiguas e incertas cotrc os p,rcr:citos da .socic;ilade ordc-·
deme que, até- o momeatosep,uinte no processo, se ahet-atn. O utbanisino, oo· nada e a 11tividadc lucraiciva do comtl-rcio. Em termos do senso de valo r preva-
mo fonômeno get·al. n.io ckvcria ser visto como a história das cidades isolada- lecente na,socícdade-catôlkae feudal, eni imoral e desumano comerciar e ti.rar
menu:-, masromo:1 história dos.i.s rema decic:lacles dentro, entre e em torno do \'aotagem da esc.·ts.se1.. A ética pr(r\·:ilecente na sociedade ordenadu era a.mi·
qual o e:-;cede1Hc circula. Quando Florença decHnou. Nuremburgo e Augs• capitalista t:Rl muitos aspectos (as )eis Que regula,ra.m a usura s~."o o exemplo
burgo crcsteram; quando Antuérpia caiu, Amsterdi cresceu; t qu.ando Arn.s· mais cons1>icuo). NJo que o coméf"cio E.'m si ,~e de)11rt"t:(<lo, mus s im que as
ter<.11 caiu. Londres emergiu como o âtbitt() p,rincir:d na circulaçào do ex• instituições, as ati,·idades e os mflis do Que óbvlo.'\ insrint.os comerciais dos
c:cdc:ntc:. A hi.sl6ria da.-. cid;.1des, isoladamente, pixlc ser c·ntcndida, p0r i:\So, mcrcacfore5 pro(LS:sionais crom daramcntc i11roosiste11tcs com os preceitos
ar,cn.i,s cm termos de circ:ulaçio de .m.ÜS·\·alia em um momento da história em klrolóskos d~ ordi;>m feudal. Ten1ati·v:1~ para organi711r o coml!-rcio em lxise.s
um sistema de cidades. não llroíbsic:mais Íóta.m insulic::ieiue.s, contudo. ,e ai sociedade ordenada foi for·
çada a confiar em uma classe- de me:rcadorcs profisslOflais que parecia, em
2 As cidades Jn EtmJ/.J.fl medieval aij:luns a.spcc:to-s, solap:tr suas bases mornis.
A sociedade feudal co,,fiou, por isso. em cei-ta medida no ttáfiro e 110 co-
Marx afümou QUC' • 'a Idade- ft.1ê-dia começa com o campo como o lugar dff mercio(' as cioodcs foram o lug:ir onde es,.._a aitívidade poderia ser cont n:ilada e
históri:1, cu;o dc:,cnvolvimento posterior en,âo pr05segue a.través da oposição d irigida. Bsseo:mtrole de-u a sociedade feudal 3 Op:>t'tunicbde de conseguir no·
de cidade e campo' ' (veja p. 20l~2}. Essae. um:1 aniilisepe-netrame. A economia \'OS recursos valorati\'Q~ ck renda par.? seu pr6prio sustento (taxAçâo, tarifo.~
feudal dominruue na Eul'Opa m1..ltliev-,II dô nortct consistiu, ba.siaimence, num etc-., ,eram uma fonte: imp0rt:1.nte de riq·uezai t~ de 6nançia Real, rnnto na lngla·
ubuleiro de xadrez. de economias loodmente Ít."(;hadas e de ba.se rnral, m1s t-errJ como na França, e mistutaram-se inextricavehnente c..--om o des(ino do
(Jl.LIJis a redistribuiçào ocorreu Quer <lcmro do sistema feudal, quer de algum oomircio e::, daí, com o dcsti110 <las cidades desde data relativamente remota).
modo nos. domínios ftudais mais amplos (Bloch. 1%1). Poucas autoridades Os mercadtwe.-. n.a sociedade medieval não c-ram, contudo, cap-halist.is em oe--

214 215
o conservv.dorismo cb capital mercantil. Além dl$SO, ele o,Jocoo-se como
nhum sentido fundameot;d. Na inaioria dos casM. de.-. não procura\'am ou uma espécie de ameaça ã ordem feudal, que era mab substancial do que n"lt;rá
de~j.a\';un roiurolar .i. pnxlu(lo e o tr-alxl.lho, nem ag.iam para subst..itulf um
im()(>sl~o i~~ica. Marx continua:
siStt'1119. econômico e so:: ial q ue proporcicm.a..·a grande locro para suas aventu•
''O dcscnvoMmento do comércio e do çapit.al mercam.il dâ ori,&ien\ em toda
ra~. t' cujM norm :u .sociais geralmente $:ub.scre,-iam. O si.stem:i socia1 e oco11ô, e. parte a tendência em d.ireç-Ao à produção de ••alores de troc:1, aumenta seu
mico ela ordem feudal era altamente descentr:di1..ado e-m essé'ncia, e per isso
volume, multiplica-a, toma-a cosmopolita e t.ransforma o dlnht iro em dinhejro
criou numero~as ccooorni~s paroquiais, emre as quai.~ a <lcmanda e tt olc-rta di· rnundial. O cometcio. por isw, tem influêoci.i. mais ou menos dissolvtntc em
Ít>remiai~ poiliam tranqtiilameme coexis(ir. O fracasso cm cri.ar uma ccono- toda a pme oa organiz;tção da produçlc(, ..). Em que medída t le promove adis·
mfa espacial int~gri-ida alem e :teima c!o nívd. que deve ser <'m parle i t.ribuido soluçlo do velllo modo de produç-!io depende de sua solidez e de su,1 estrutura
Hs <liftculdileks cm comunicaçlo e em pan e ás deficiências cm organii.aç{l.o so- intcma. E para onde a,;e processo de diswlução conduzirâ. etn outras palavras,
da). k>roc,:<:n oo capital mcmm1il oportunidade abu1\dante ~ra á ex-r, loraç{'o e que novo modo <le produção substituira o anterior, nilo depende do cOU'lêrcio,
o lucro. mas do oritcr do próprio modo de produção anterior' ' (ibid.).
Ocapiutl mc-n:;àntil, oposto ao capitalismo ind11s1rial. baseia-se em diJ.eren- O antagonisrno enrre a cidade e o carnpQ. entre o mercador urbano e a or-
çru; oo deserwolvimemo econômico p.1.rn seu fuocionainemo, e de fato opera dem feudal rural tinh;! base oconômicg real. A soluçio dol;'SSe antagonismo no
1-..ara prcser\':U mai.s. do que eliminar tais diferenças. J\hrx sugi::re que: non~<lfl Europa em pr0<."'Urado 110 isolamento e contenção da alividade mer-
"Ot1tk- (]uer que o capiia.l mercantil si1'tda precbmine. encontramos con- cantil nas cidades, onde ele podia ser cegula<lo e controlado. Em adição. , ati•
diç~ de ai ra.-.o. ls-w é verdade dentro de um e mesmo pais, no (lual. por
vidade tendeu a ser confinada"º corncrdo de longa distância baseado no prin-
t:xt:mplo. as cid:idcs cspecif.ic:1mettte rnercanlis :aprcst"ntam muito mais ;inalo- cipio ~oogrlifico da complementaridade ou oo comércio de longa dist.lncia em
gia.-. es.treitas çoin as condições do passado do que as cida<lc-s inr.ft15triais(,••) A itens de luxo (Pos:tan, 1~2). A l:ra,çroencaçno gt,C>gnffaca, evidente no norte
tei, !i-C.Rundo a qual o dcsen\'olvimento indeJ)l':nclence do c.ipital mercam!I é in• da Europa, foi p<;1r isso em pane uma resposta da ordem íeucW às possh·eis in·
\'ersam::'flte proporcional ao g.rau de cbenvolvirnento cJa produção capitalisrn cur.sões da atividade metcanül, tal qual era a delimitação ge.ogr.1fica eitrita da
é 1:,j.nicularmente C\.idc-nre na história do comércio ('O(iet"J te, como entre os
cida~ e do campo. Parecia t conseqüC1ltemen(e , como se as cidades mediev:ais
venezianos. eis geno,·e~. os alemães etc., onde os ganhos principais n)o ÍCJ·· fossem 1 'ilhas mio feudais num mar foudal" (PMt1ln, 1952. 172; Pirenne,
ram obtido$ com a exportação de pcodutcis do11K•s.1icos. mas promovendo a l925)ou, como prefere Polan)'i {1944,62), ''prisôesº' nas q\lais a.~ atividade.<;
troc.;i de.· 11rodutos d<: sociedades. comercialmente, e ~Mm do mais «oMn:llca- potencialmente desagreg;\doras da classe mercanLil eram confina.das.. Seria
mentc subde--1.mvolvidas(...) T:mto quanm o capital mercantil promove a tro- errônoo concluir da! que as cidades medie\•a.is foram " corp» inte-iram~te
ta de produto.~ êntce socieds&s subdesen\'olvi(la.s, o lucro comercial nllo so- ~ranho.s,, na socied.'1-dC feudal, porque é alt~mentc provável que a maioria
mente -'ílflrece como barganha 1::xterior e enganador.1, mas u:mbém se origina das cidades "originou•5,C <la iniciativa de a.lgwna instituiç,ão (eudal, Oll de al-
amrl~mcnte tlelas. t\ pa:ne o falo de que ele c;xplora a diferença entre os preços gum modo como elememv na sociedade feudal" ([)obb1 1947, 78).
de produção em vários paises(. ,.) o capital merC"antil 8propria.-st> de uma por· A relação entre a sociedade ordenada e comérdo e o tráfego urba.no foi fre•
çãocon.siderân:l do produto excc.·dente (Xlrcialmeme como mediador entre co· qüenu:meme amb!.!)'\l& em sua. f.orma oo norte d3 Europa. Em alguns casos, a
nnmid:i<les que ainda produz.em s\lbs.t:;máahlK''flle valor de uso(...) e parcial· sociedade ordenada foi íortemente sustentildou da atividade comercial ou au·
me1fü• porque sob esses modos d(, produçlo <'!otigos, os priociJ)3Í$ propri€tá-
torlzou o comércio a q:,era.r livremcnti: c;m seu próprio proveito. Em outros
rios <lo produto exce<lenlC' ron1 que o mercador lida, especialmente o casm, a sociedade orde:nad.i estava em conflito com o comércio ou pretendeu
prnprict3rio de ~r.t.\ 'Q, o St"nhor feU<lal e o Estado( .. ,) rupreseíltam o consu- (e em alguns caros o fez.) ignorá-lo total.mente, de tal modo que ele linha que
mo de rique1.a e luxUria com ql.K! o mercador proÇUta trapacear" (Capital, 5er desem·oh·ido sub-repticiamente do la<lo de fora d<,,s muros do que era quase
VolmTX" 3, 327-33). Vislo ne5:;;a. perspectiv.;i, o ~piud mercantil i.: o urba11is· uma chlade put·omenle redistributiva. O paltirnõnio feudal e o lugar de merca·
mo a que ele <.111 origêm, de,•em ser olhados mais como lorç-a eonsernidorn do 00 estiveram ;umos sob inumer!vcis maneiras. Qualqoer que fosse a relação
qué.' re\·o h1don.lria. A 1irn·en.;-.1o da i n1egração espacial na produção, o e:;ta.be- exara, rontuOO, era claro que o comércio das cidades estava regulado Politica-
leci1ncoto de moooiúlio..~ arravb. dos qu11is os termos do comércio pudessem
mente.pela ~ icdacJe otdeoada. Esse regulamento bas.ca,·a·:se, inicialmente,
ser ditados pelos prodmore5, :i etncrg&lcin do• 'coloniali.smo ul'bano' " com cm an&gm. de ineorp0raÇOO que der.iro à ctdade a e5trututà leg-al, e coníeriram
~ peito oo C".tmpo ,·izinho ( Dobb, 1947, 9~). foram .ispectas importantes para

217
216
di.reitos e <les.·cres :;ol:m:: .seus habitantes, que eram marcadamente diferemes trabalho manual; um e!.forço 0011.stante pe.ra impl;mtar os métodos de negócio
dos que res ula,·am a economia feudal. A cidade a!Somiu, a..,;,s..irn,a forma de e para competir com outros homens de negocio no me-smo ramo; um planeja•
uma corpornc;ão territorial. Essa -corp•ração es1ava destinada a facilitar o co- menta de operações em grande esc::ala com vistas à expansão do mercado; uma
mércio, mas ela t.imbcm procurou promover ve.níage-ns monopolisticas ·vis•4· elevação dos interesses do comtrcio ã importância de ~unto.s de Est'àdo; e,
vis outras cidades, assim como rt-gular o confüco interno. Longe de garantir à sobretudo, um desejo de lucros como motivo condutor da ,1th•idade comer•
liberdade de açào dos mereadOrt$~ a corporação territorial regulou, controlou cial" (1952, ,20).
e dirigiu 1.1 ati\•idade mercantil dei modo ronslstentc com a penetrnç.'lo da or- lcmituic;ões baneária.s e artificies técni<.'OS, tais como dupla entrada, guar-
dem feudal. Em geral, os mercados conhedam eS$C fato e procuraram se con- da•livros, foram crindos para facilitar o com~rcio, Essas técnicas capitalistas
focmar com elc.Posta.n (19~2) e Thrupp (1948) notaram, por exemplo, a ten- assumiram. mais tarde, grande sign..ifKido, assim co-mo foram transmitidas
cfflnc:ia do mercador atívo mediev,.J. em passar ao slatUJ de senhor do campo ou para o oortc da Europa atra,•és de mercadores iu!ianos (muitos dos quais
de remista urbano los.o que h0u\'e.se sido acumulada riquez.a suficiente; cer- foram at1~ coletares de impostos no sísti:ma redistributivo que sustentava o
tamente. Postan atribui, em parte, a degeneraçllo financeira das mais ricas ci- papado). C.om o collltoo das cidades-estados e o s.ubseqUen(e dedlnio do co·
dades do r,one da Eutôpa 1lo século quinze a este aspecto do comportamento rr.hcio oo Meditem1neo no seculo dezesseis. essas tknicas foram preserv11das
em países mais a.o norte,
m~c~ft~~Ç'ão relacivlil ao urbanismo no sul da Europa foi, marc-idamentc:, A discussão de se os estados italianos Podem propriamente ser caracteriz.a-
IDferente da do norte e distame dela em certos a.sp«lOS írnportantc-s. A socie- dos como caritalis,as ou não e mais do que obsc.i..tra. A redis1ribuiç.Ao pemta•
dade redi.stributi\'a dominou o trafico e o comercio rior toda a parte, ma.s na nc.'CC\l o modo fundamental de integraçlo ccon0mka por toda a p.irte, e o cepi-
Jtálfa, em partic1,1lar, ela dominou por participaçto, O Estado corporativo tillismo nllo rienetrou a.s rtlaç,ões de produçâo e-rn nenhum gra:u substancial;
combinou, :ali, os elementos do C'atolkismo, do feudalismo e do capitalismo ainda que, por outro lado. o excede.me fosse apropriado usando-se técnias
mercantil, e assumiu uma fo~ muito es,pécial e imp0rtimte de sociedade car,italittas atni\•é-s da drculaçãodo capttal mercantil. Ass.egurarque a redistri
ordenada. Nas cidades-e.stados itaJiaruis a sod@dadc ordenada (~muun.da buiçlo pcrmaaece dominan~ implica em que a ath ada.de auto-reguladora de
1

principalmente através do partntC$CO e de direitos herdados de proprtedadc do merl.'l1cfo est-e\'e quase ausente ou era um aspecto menor. Havia um sis1ema de
solo) fol susi:e:nra<lora do comercio e do trifico. e de fato procurou expressar rn'ço, mas ta.nto no nortt como no sul da Europa os preços reRctinm o equilí-
suas normas morais e sociais, assim corno apropriar-se do excedente através brio das condições da oferta e da demanda mais do que sinais aos quais os con-
de operações com.e-reiais. A igre}il católica, em caso de ~idade. pa~cipou sumii:!ores e produtores e-sti\'essem reagindo. Os. lucros do comércio depende·
diretametne; e o Vaticaoo coroou-se o ce-ntff:t da anvt~de . c~mal em
11wnerosas ocasíões. A autorid~dc e o poder denvndos das 1nst1tu1ções da SO· ram inteiramt.>ftteda habilidade do mercad0< em equilibrar a oferta ademanda,
dedade ordenada (e aqui a igreja católica desemptnhou um papel sustentador mas desde que a produção na agricultura e na rnar<>r parte da indüslria nâo era
mais importame) íoram usados para le,ghimno tráfico e o comércio as.sim co- organizada em linhas come rci1.1is, o mercador tinha que fazer o me lho r em
mo v.t.rios atos de acumulação primitiva através da pirataria e da guerra. Essa condições de mudança permanente; certo, isto era o que e le podia fa.z.er com
s..ia habilidade. Os sinajs de preços por si mesmos eram também objeto de in·
.atMd·ACle re<listributh·a d~tinou·se a distribuir rique-2.a de rnoOO proporciona.!
Ili ordem social da ronsciC:ncia de preStigio da sociedade ordenada. E foi essa so- terf-r:rênd.i externa (a variãvd oferta de prnta e ouro, aviltamento de concor•
ciedade que cerw forma5 capitalist.as ganharam fondime:nto inida.l, e-mbora r~ncia etc,). 1\ ten~ocia da atlvidade mercantil de estar confinada ao comér·
df um modo que nllo se destina\·a a dar origem Aprodução capitall$ta. W'J]c1 d o de longa distânçia e geogr-diicamente complementar tambCm tornou os si-
escrc,·e: 1111is de preços algo irrelevante como guia para. o oomportamen10 porque- a
(omperiçaoera inst:i\'el e as inceneus enormes. Nos s:éc:ulos treze e quatone,
'' A idade de ouro do triifi<.-o medieval (no sul dn Europa) certamente conhe- c.:oncudo. a rela1ivae.stabilidadedoque Lo~çham.a de área ' ' interna•• do co-
c:t'U muitas das caracterist:icas que julgamos como tipicas do capitalismo. mércio de grande distância (priocipalmeme em tomo das margens do
Quando examinamos os documentos do fim do século onz.e até o começo do i\ledilt"miooo) deu C'a.fáter <liferen1e a esse comércio:
.século quin orz~. n~ pOdemos deixar de m,) tar uma firme ao.amulaçilo de ca• ' ·Era um mercado aJtame:nte compeljtivo, onde o sucesso dc})":ndia pri.nri·
pi1al em dinheiro e em bens; um uso c-1·escet1te de credito e urna tendência pa- 1'1,llme-nte da eficil:ncfa, rapidez e quase meticulosa pe:rngem das cargas trans•
ra a .scpn,1çilo graduB.I em din:.'ÇllO r~nto dos pr0ptietârios de capital como do rõrtad11.", direitose-coudiçue_~ de mercado. Os in\'estimenros eram oomparatl·

218 219
l:'l na In~laterra) não re-,,·olucionou a organiz.açãoda prod1.1ção em liohas -ca·
\'.amentf.' ti~·res. eo.'> lucros er;:im us.ualmente moderados, mesmo se julga.dos 11italis1,15. Ela prorno,·eu no\'as 1écoica.o;;, mas a tarefa C$$COCial era controlar a
de acordo com os padrões inodemos(.. ,). A reduçlO na margem de lucro, e o fonte dt oferta mais do que capicalizá.Ja.
trem(:ndo aumento do volume do tráfico acck:rou o desenvolvimento de t~cni• No:--.."\á capacidade <lE.- interpretai'" o urbàni.smo medieval e su;1 pc,sterior mm·
cas d~ t)egôcio e m i.n ou, vagarosamentt', 11 superioridade do mercador viaj,mte ~lç)o par-a o urbanismo industrial depende <le nossa capacid:We ele distinguir os
sobrt· o homéftl de ne~ôcios ~edemário.' • pontos cruciais de transiçâo do feuda.Hsmo. :.itni,,és: do capitalismo mercantil,
,\inda Q\ M? úSSê comércio ' 'imemo' ' de longa di..••dncia ororr~ indepen· paríl o rar,irnlismo indu.--trial. Se nossa interptetaçlo é corret.a então podemos
dc-nternente do lugar de tdfico e da produçiio local, nos quais verdadciros mer· ""isualiza, dois estâgios si~niíicativos nesse processo:
cados. de rn~;o fü:o de uma modiilil'.bde moderna pudessem vir a surgir, foi 1 a criação de uma l'tXll'10mi;3 espo.cial regional. nacional e eo.·ent\,111.lmente
ou.'i anos de- <leaidenda de Veoe1..1, no com«o do séc,1to dezesseis,
Sl.'lnJt'fltc-
st1pran~ôonal dentro da. qual os recursos, as pe,soas e o produco possam ser
qtK' o dt·litll'(U11<'1llO de uma economia iotegrada regionalmente, auto--regufa·
mobih,:3'10$ atra,·CS da operação de mercados de ))feç<> fom;
df)ra. romcçou 8 aparecer. e essa economia ainJa não estav.ii ime.grada à pro- 2 a penetrnção do mercaOO de troca em tod.ts as faCC(as da produção,
du\--;lo urbana ou ao cQfTIÇrçio de longa dist{incia. OJ-.OSla a ~ua pct1e1uçll:o n:i distribuiçiiO sob o capitalismo mt:f\.'arttil,
A trnnsiç-iio ~ um novo modo de produçk> na Europa, em com,cqüt:ncia da O rrimC'iro ,es1.,wc, foi amplamente cumprido no cãpltali~rno mercantil,
dissolução do velho múdo, atra\•és dt> operações elo capitalismo mercantil, de· <'l'lquamn o se.i,:u ndo n:quert>u uma r('\•Oluç-lo f0$terior. A distinção entre o
p::>1ldeu de cond iç&s alheias aos próprios centros urbanos. Na Europ.1 medie·
urba.rlismo r,xfüt ribuli\·o da sociedade feudal e o urlJan ismo do C'aflilalismo
\'ai. Marx 1,·iu dois dcsCflvolvimentos possJveis ((4(Jital , Volume 3, 334). O mercantil residt ()Uase inteiramente no futo de que o último conseguiu uma
primeiro, um ''caminho verdadeiramente revolucionário'', envolveu o pro-
intt.·)lr~~ ~[Y,ld al acima e além daquela: tipica <lo p:uoquialismo da e~
dutor. torn:u1do-o merca.dor e capitalista. O segundo, cauc não [Xldia em si foudlll. Otn1ro desst espaço efetivo, ii maii:.-vali11 podia se< .icumula,la tl05
mesmo transformar o modo de produção, levava o capit:.11 mercantil ao con· t.'tntros mcn:antis, e todos 0..1i ornamentos JinancC'irô:.Ci da organização car,ita\is-
trolc da produção. O advcm o do capitalismo industrial 3.i{l.l2rdou a transfor- 1.i (om10 a asse:-..~oria t6:nica Ummceira. r,or exemplo) pcxfü1m Str eliborados.
ma..•lk) d(lS, produtores Effl cavitalisra.s e mercadores; alnda que fosse essa U'a.ns· N<.) fi m do século quim.e, por exemplo, a A lemanha tinha QrRaniuido uma
íornmçiio que todas as formas ecooômkas: e in.<.;titucionais da sociedade feudal c·c-<11l0t11ia c541adal ft!~ional bem ince11,rnda que lhe ~rantju rigor comre1i1ivo
~ li\·c:ssem destinadas a evitar. Antes que -OS produtorPS pudé-ssem (OfOílf·se para a mudan:ça e a mina elo monopólio de comeJ'clO da liga Hanseática
,mrcadores e capirnli.sta.s, por isso, as numerosas b.:irrei.ras ro!ocadas pel:,1 Of"• (Po.~an. 19'>2. 2,1,3). A Re\'olt:idos Paises~&ixus nofimOO s.éculo deies:;ci.s
dem fum.1'11 tinham que~ removidas. E foi c.s~ tnrefa que o capital mercantil simbolizou uma rupmrn fin:1I e decisiva do capitalismo merc.11ntil na rçgula-ção
rnmtJriu com suttS..",O. da ,·1.~lha sCN..·icdade ord~nadã. Amsterdã, rorn um súbito aumento de rique1;1,
O ct1piu1.fü;mo ,nercantil era uma força iosrável. .Havia: ums teotaç:lo oons· pofl\lla~-:ine ~ \K"Cialistas. - como os mercadores que íugiam d'!l co11qt1i~ta pela
unte t ,.1ma necessidade impe.6osu do capital meru.nül levir seu co.ntrole à E.,;;p~mha do ~ui dC\,. P:tiS('s·Baix<1s (que interromp,eo o comércio de Antt~111la
pnxh.1-ç~o. O c.ipitalismo mercanüi precisoo expandfr a produção porque era tm rrattK'ul.tr) - tornou-se um cenuo totalmente independente, dentrn do
n«esssiriD-:iu111e-i11ar sempre a ç irculaÇlJO do e:ic:cedentc, c aso os níveis dt> lu·
quál o-capit.afüroo mercantil 1'>00ia viver. A imep.car;ão espacial da c:conomia.
c:rm; dt!,·esscm ser mantidos. Essa e:tpanSê'lo t ran:,(ormou as economias de uma cm tomô de Londres seguiu cuoo ~imilar. Panindo do come,:;o do século
\,ase produtiva de5tinada a Vl'oduzir valof"cs dt uso em outra destinada à pro- dez.es.~is con, uma ('('OflOnlia ~ícola bem organizada, OJ)ffando atra,•õi de
duzir ...alores de- lrooi, e i5so em parte contribuiu para a ' ' inceg,raçlo tardia" rnert.'adoria.s dt- 11rcço lixo, ~tc-ndeu-se para atender às ele-mandas de Londres
docnpital mt>rcantil cm et'lgajar-sc na produção. Uma ou(ra razlo t.tl\•ez rnclU ,-.or alimento (Fishcr, 193'j), OcrescimClltode~ll ' 'agricultura inte11siva jJh,A·
ione. foi o foto de que os r,ri,..ilejJ)OS 1nonopi;,li.stas de comércio, .sobre os quais d~" dtsc:mr,enhou papel importante porque e,ra nessa esfera que os me.rcac.los
o ,apita.l mercantil se baseava, c:-a.so as difefffiças oo d(.'5e-llVOh·iroento ecooô· de- preço fixa podiam mais facilmeme funcionar. No começo do século dei.es·
mko de~·~cm ser mantidas; tornaram-se cad:t vez. mais difü.-eis dt> sustentar e sete Londres es:ta,·a com esrnrnni igual a Amstc..-dã, como , ~nl.l'O <le c.tp-italis·
com rolar dfantc da c:-ompe1iç-do cresceme, visto que ~ tornou Oluito importa-
mo n1~c,mtil.
te obter o ro,mole sobre a produçia. O controle di produçllo pc:lo capital Afl'm dL..:-o. ha\'ia um!! diferença fu ndament.il rmue a lnglatr:rra e a
ITl("réllntil - evidente em Ffandt('S., Veneza e Florença mtXl.le1,1ais~ e muitos Holanda·· <liíl•fe™,'.a que t! !<i,anifü.11tÍ\'3: para a co,n1}reenslo da transição r,:ua
Ct"fl tros l1rh;.1nos me-rlQrcS e em âreas rurais (por exemplo, a industria rural de

211
NO
o capitali$n10. Marx dá uma explk1ção suscinta que muitas pesqlllsas subse· ht·.1docconômicoe polltico. Am.stc:rdã curvou,se diante de Londres, e Bristol
qUcnt~ g('rn\m('nte referendam (veja-se Wilson, 1941; 196~. por e_xemplo): , urvou·se a Birmin,gham. A pene-traçilo- da atividade de mercado auto-regula•
" i\'.\o é o oomtrcio que revoluciona a indústria, mas a iochi.stria que ,lira oa produção a,gricola e in-ch.i.striaJ criou no\·os cenuos urbanos, assim
c:onMantcn-.ente revoluciona o comércio. A supremacia do comércio cm si 1·o mo no,·a fomm de urbanismo: a et1tratiEicaç:ão de elas.se tornou-se ent1io o
mesma cmá relacionada ao prc-domlnio de maior ou menor grau de boas ;1, J)l'Ct.O mais significativo, em lugar das mais do QUe antigas formas de
condic,:t~ pllN a ~ranck ind\J.5tria, Com~re·-'le, por exemplo. a Inglaterra e Et diferenciação, que .~ baseavam pardalmente na estratific;11çilo (sob as condi-
~ k>l.irxl.i. A hi~ória: do dc.dlnioda Holanda como naç,o comercial dir(8(1ttc ~ ~~~·s jurJdicas que govcmavam os direitos de propried.lde e os direitos de
a hi:i1:t(lfiil dá subordinaçlodo cat>ital mercantil ao ca1litàl industrial '' (Capital, 1)J·odução cm geral) e parcialmente segun<lo o critério tradidonsJ da socied3:dc
Volom,• J. 333). \lr<k•mda.
OC'.'Kk• que o capil'ali.smo mercami1 dis5oh·e-nte- fiz.era :seu trabalho sob o A forma ediflc:ada da$ cida.des medie\'ajs e capitalistas mercantis refletiu a
foudalismo a situaçilo c--sta~·a pronta pua a emergbtcia de um novo modo <le c,;,p(-cie de ordem social do tempo, e era bastante diíerentc da ordem social da
proc.luçt\o. O capitafümo mercantil não pode-ria conünuar em seu caininho ncwa cidade industrial. No começo do pcr{odo med;cval, o triplo tema do
l."XJ">an:donista sem aumento na produção e p0r isso via k vora••elmente o que ca~telo, instituiçilo religiosa e lugar de mercado era e-\ idente em loda a parte.
1

qu(.lf qu(' fe&.--e na 0r8ani1J&Çi'lo da produi;ao que SeT\'Í$.Se para expandir a ~o período final, quando a u ividade mercantil chegou para dominar, as
c-irculaçao de mai$·Yalia. O capitalismo mercantil não era, por is.w, resistente grandes cid.icks desem-olveram uma estrutura ecológica que apresentou
uo c:&pitali.:;mo inchistrial, enquanto a ordem feudal o er-a bastante. Além considcnt,1t:I segregação residencitl, assim como segrega:,ç1!t> de ath•idades.
(!isso, os centros urbanos estavam ainda, amplamente, dominados pela rode~ Esses padrôes niio -eram tanro resut,a<lo d.a segreg;açio fundonaJ de forças de
<Jade, or<lcna.da e, como em grande J)'2rte da ordem feudal em codo o lugar. e trabalho, como er.im as repre5entac.-ões teríltoriais e simbólic:as <le pOSiç.to
manufatura c:>ra reRulaàa e concrolada. A his-tórià da manufatura em toei,. a era relativa na escala de prestigio da ord«n medieval (Sjobcrg, 1960), Mesmo os
n-wclic•v.-il é a história do forte regulamentod.t guitda na qual a atividadeesla\la tlpiros quarteirões de aneslos n ;is sr.meles ci<lades refletiam considerações de
discriminada. de acordo com proci:itos de prestlgfo. stt1t11.s e mérito moral, prest lgjo tantô quanto refletiam nece..tt:id{ldts econômica~ iinpc,stas acrn.,•és de
n,ai~ do que ~través ele uni .si~1em11 a.s:salariaOO. Um sistema assalariado exi.uiu uma crescentemente elaboraóa divis.!o do trabalho. Algumas atividades,
naturalmenre, mas os salários eram usualmente regulados quer pela autori- psrtic.i1Jurmente as que envol'"iam o movirncnto de ma1eriais pesados, esta-
dade urbana quer atn\'ib da inteneflção do Estado. A atividade ind~ríal foi vam localizadas com boa concepc,'ào de locali.zaçik>. A riqueza, contudo, em
frcqfü-nrOO'lente forçada, em C\"lnseqll~ncia, a buscar localizações nas ã.reas ru· um indicador de prestigio e as localizaçües de prestlgio estavam na ma.ior par•
mis, longt> da influência e da regul:l('àO urbruld:$. A indústria ingles.i de lã, por te, encerradas nocentrosimbóliroda cidade redistributiva rnedicva1. O.~ ~•alo-
t'Xl'mplo, raS!iou por di,·ersas relocoçCies, Somente no 6m do pertódo rnedic.,.al rc.:s do 5olo ntlletjarn a competic;ilo por locali:wções de pre$tlgio. Além disso,
fl pmdlt(ão indt1striAl começou a fa1.cr uso <le cercas formas capilalis1as de C'fa o mo qt1e determinava. o ,-alor de troca no mercado do solo urbano ela so-
or~anizaç.'lo (prcxfoção p(ll".:l luao 1 i nvesti mc11tQ, espcc:ulaçào. füumdamento ciedade ordenada, cm controsfe com os pet iodos postcrior<"s em que o retorno
d<-' <.·r(•<lito, S3qlK.'.S ~te.) . Ess.1 OC"ganiiaç/Jo foi, indubitavelmente, incoc"pOrada do ínvestimenco "iri::t ditar inteiramente o uso. H;ivi.;a uma boa q1,um1-idadé ele
;\. indl1stria 1x.-la a\·ã o do capitali.smo merc311ti1 que pocli:i. naturalmeme, <.liar
. manipulai;ãô 1iO mercado do solo urbano, narnralmeme, e a ocupaçi.lo de
um prnlN.atiado suhsunci.al {ron'lo e:,n Florenç-" e nos Paises-Bal;i;:os no auge remista era oAo só favorecida como prestigiada (para n-ão dizer lucrativa e
<k• su,1atividade indusuial). Não foi. conrudo, um caminho revolur;ionário. A esttk t-.l).
i11clu,-.1rializ.w.,iJo, qoe f10í fim subjugou o capital mercamil, 1lão foi um T u<lo cm toda a estrutura. espacial da d dade rne-die\lal reflete o critério
f('n(',mc:no urbano, mas um fenômeno QU( levou â criaç-ão de uma l\O\'a forma tlpicoda sodeda:cfeordenacla. A íonoo edifirnda reílele, desse modo. a necessi•
<k• urOOnismo - um processo em que Manchester, LL>eds e Binningham dade dos gu(' estfoem pmi~ df 1l0de-r e pr~ tlgio na sociedade, pàN usar o
ltmm, tni.n.sformadas de insig.nificances aldeias ou rentros menores de comC:r- espaço e as forma~ de :atquiletura, quer como 1·epl'eseotações simbólkas de~
óo cm cidac!E-s industriais de grande IX)der de produth1 id:ade. Nesse processo, poder. quer como representações simbólicas das imagens cósmic:is ~s quais a
m,,.,, at-rt'!lt'cnrnr-sc, os centros então dominan1e... de çomér-cio, defrontados wcied.tde ordenôlda continu~1 a apeb r paras-eu ~ustcntâculo motal. Os aspec-
,·o mo o foram pel:i êtka peculiar do capitalismo mert::antil as;5im <..-c:,mo po.- tos distintos <ki (>Strut uro da e-idade t.'fam construidos para relle1ir os \'alores
un1~ hinr;àô(.'C"oll()mica que era basicf!fTI('ntC parasi(ári:a, diminuiram de signi- caram.•,·lsticos da qx>t.~: valores. que eram expressões ideol6gkas do mtldo de

222 223
produçãodomin1:u1te, .seu caracteris,ico modo de integração social e económi- subor<.linados is ire-as metropoliu.nas centrais 11a Amt'.:rio1 do None e Europa
ca e, evemualmeme, do que reprtstmtava a emergência de um modo de Oti<k,nal. Essa estrutura cconOmrCa, elaborada de- modo ma,s acab1100,
prod\içãO totalmtnte novo. tt.-órK.'a e empirkimentc, no trabalho de l..õsch ()9'H) tem que ser i.nrerpretada
t'll1 termos de apropriação e e3t ntçâo de excedente . fnnk foz (e documenta
3 O proceuo dt Jrcca s o urbPnfrmo meJropolitano sobre II história da Ame-rica Latina) uma. interpretaç'lo da organíza~'io espacial
wo r,mntúJ C11piu1lis111 conlemporllnt-o :-.imil:tr {a fomn1loda n~ análise de lôsc:h, mas entendid~ cm termos de modtJ.J
~randi do capiu..lismo contctni:xtrüneo. Essa ioterprelaçio baseia-se em um;i
A qiraçteriz.açio d:.t história rnoderoa, por Marx, como 1 'a urbanizaç1io do '·relaçi'lo de explor.1çi~1 qut=, em um modelo dc: elos, cue-nde o vinculo
camp0" e simples. moas YC-rdadcira. No Manifesto do Partido Comu-nht.a Glpilalista cn(rc o modo caJ')itaJista e as metrópole..~ nacionais aos cc:.-ntros
Marx e Engels tamMm CS<"revc:ram: rtgionois (parte de cu)O excedente eles apropriam), e des,es ~os. a:.-ntros locais
''A burgue-sia sujeitou oc0mpo ao dominio das dda.des. Ela criou cidades e-, ass-im ~ diante, P')f 3 alcançar pruprie,:irios. de terra e comerciantes que
enorme5, aumentou fortemente a população urbana quando comparada rom :.ii expropriam e>:cede11tede pequenos cam!)Of'leses oo rendeiros, e algumas veres
rural, e livrou assim considerável parte da populaç.âo do idiotismo da 'i-'ida mesmo destes t.iltirnos para tralxdhadores sem terra explorados por eJe-s, A
rural. Do nicsmo modo que !~z o campo dependente das cidades, os J::Q.ises ca<la JYJSSO desse- caminho, os relativa.menu~: poucos capitalistas acima deles.
bárbaros e semibárbaros dos palses civiliudos, subordinou as nações de c::am• e:1:en.-em o poder de monopólio sobre os muitos que estão em b:lüm,
Ponc~ â:i m1ções <le burgueses, o O riente ao Ocidente. A burguesia suprime expropriando alguns ou todos ele seu e.xcedeme económico e, na medida em
cada ~·cz nH1..is a dispersão do!: meios M procfoç-ã'o, da propriedade e da popu· que eles não silo e-:tpropriados pelos ainda em menor nümero acima deles,
taç$'o, Aglomerou a população, centralizou os meios de produção e concen- aprapriar\do--o para. seu próprio uso. Ass.im, a cada ponto, o sistema canit:aHsca
trou a propriedade em poucas mãos'' (w. 47~8). intemacional, .nacional e local b'enl <k:senvo! Yitnento e-cooómico para IX)l!COS e
A penetraçlo da economia de mercado de troc.i auto-regulada em todas as subdesenvolvimc:nto pa.rà a maioria" (1%9. 31-2).
fucefas da a.tiviclark social e em particuh1r nti p:-odução permitiu 4s formas A ttndencia das 1'láÇÕes ricas tornar~rMe maiS ric.is, e a.~ pobres se
carit.ilistas escaparem <le seu confinamento urbano e intcgrar~m toda a tornarem mais pobres j.1: foi objeto d,~ investi_gµc_"i'io detalhcida (Mrrdal. 19)7).
economia, prime1Io em escala nacional, clepoi.s, i.memacional. O tlominio da Dentro <la C'Strntuu geral da cirçulaçiO de excedente :as.soci~da com essa
a1ivida~ de mc..,-cado pelo crit('rio moral da sociedade ordenada, finalmente tende1lcia o significado dó ::intagonismocidade•c:tmpo muda. Fanon argumen•
rerminoo. O conjunto d.i .sociedade C$tava a.gora, basic~mente, regulado e ta por exl!mplo, qut a telação cidade-campo dentro do mundo colonial 1:.
molda.do pelo mercado auto--re-gulador. Tecnica e eronomicamente isso restruturada pela pOS.içã'o particular dos pai5es (..-Oloniais na cadeia de explora•
permitiu produção <le bens atrave.s de i.numeriseis estágios, proliferação de ção de que fala Fnmk:
ligações entre indU.strias, tremen<lo aumento no mimero de transportes neces· "A originalidade do contexto coloni:d é que a realidade econõmka, a
sãrL05 p.1.ra produzir um produlo acabado, e enorme aumento no potencial de dcsi,Rua.ld.idc e a imensa diferença de modos de- vidà nunca mascar.im as rta·
di\•isãodo trabalho. Todas as espécies de novos mocbs eram 0bertas, nos quais ]idades humanas, Qu.indo se ex.imina de- perto o contexto ooloni11I (: e,•ide:nte
o excedente, agora univers:dmente definido em fonna de valor de troca, podia que o que divide o mundo~. para começãr, o fato de pertencer ou l'liio a uma
ser criaclo e :arv-opriado. Como conseqOência, o produto total, assim como a dada raç:,, ~ dadas esr,{,C"ie.. Na.'> colônias, a i.ofra•esuu tu!'a econóro.k:a é
quantidade de mais-valia t~m circuk:u;,-to, aumentou enormemente-. fflirn tambCm ums s11~ re.-.1tt1tura. A causa(! a conseqül!ncia; vocc'.! (! rico porque
corno os centros urbanos e .as p0pulacões nclc-s contidas. vo~ é branco. e YOC~ é branco porque vocl!. e rioo. ELS porque a análise
Há i:il8uma.1> diferen.çílS importantes de grllu entre as formas prCvtas de mao:ista deverfo sempre sér maís elaborada cad.:1 vez que -5C tem que havc-t
urbanisrno e suas manife,;tações contemporaneas em palses capitalistas desen- com o problermi colonial'' (1%7. 31-2).
volvidos. A ''metropolizaçifo comempi;irinca'' est;i. envolta cm uma cconÕ" t\ cstrutun1 urbitna resuhanté e íonerneme diferenciada:
müi _gJOOOl de grande complexidade. Essa «ooomia está h ierarquicainenre "A cidadêcclonial é uma cidade fortemente edilicada, toda feita de pedra e
ordenada cm rcla,çJ1o II cemros locais dominando himerlilndii.S locais, cemros a(O.. f uma cidacle brilh.intemcnte iluminada; ~~ ruas são cobertas por ~falto,
met:rop,olitanos mais lrnportantes dominando centros menos importantes, e c os cubos de limpe1.a. ret."Olhem todas as sob-1.'as. que não silo vistas; que são
todos os centros lor,,1. di:is n:iÇõeS comunistas estando em última instAncia ignorad11s e dificilt'nl.~Ue imaginadas ( ...) A cidade do coloni,.a dor é uma

224 ]2J
,.
cidade bem nutrida, uma cidade de \'ida fácil; .sua barriga. está sempre cheia de pJrt~ do mundo; somente na indústrfa manufatureir3 e na provisão daqueles
coisas boas. A cidade do colonizador é uma cidade de gente bnnca1 de serviços que Marx denominava corno ' ;improdutivos, mas social.mente neces•
es.trangeiros. A cidade que pertence às pessoas coloniiadas ( ,,.) é um lugar de sârios'' , a metrópole contemporânea contr:ibui enormemente na produ•
má fam~, povoa.do por homens de má reputaçto. Eles m1SC'E"fam ai, importa 1,·lo de riqueza. Essa vulnerabilidade pode ser acenuad:a pelR efotivaçAo do
pouco onde ou corno; eles morttm :ad, nãO importa onde nem como. É um mt•omismo de preço ao coordenar a atividade acra\'éS do mercado auto-regula-
mundo sem espaço; os homens vlvem lâ, uns em dma dos Ol.itrOS, e suas Wr, <ktal modo que a ' 'mãoomlta'' as~gure um fluxo de excedente dentro
abana$ s,l o construídas umas por cima das outras. A cid.ade nativ.t e uma do c:c:ntro mctrop,oHtano. Além disso, a competição períetu da esr,~cie
cililde f.aminta, privada de pão, de calçados, de aimc, de carvilo, de luz.. A t•ncarnda na análise dopct1.s~mcnro eeonômico ocidental euma ÍOrQl <k.>s1nni•
cidade nativa~ uma aldeia acaçap;ub., uma cidade de joelhos, uma cidade enla· v~. ík! hito, todos os aspectos da sociedade do ameaçados. pelo poder p0ten-
me~ no lodo. É um:a cidade de ncgl'OS I! ât'ltbc.-s imundos'' (ibid. ). l'ialmt1He dt.Strutivo do sistem11 de mcrrndo de troes. Pofan)•i {1944) coloca o
O :antàgonismo econômi-co entre a cidade @ o a unp0 l!Sli a4ui substituJdo ;tS::ainto deste mcw:lo:
pelo ''at1t11gonismo que el!:iste entre o nativo que esté excluldo das vantagens "Permitir que o mecanismo de metcado s,eja o único dirigente do diestino
do colonialismo e sua contrapartida. que manobra para \'Oltar a ex-ploração iloo scn..>s hurnanosede seu ambiente narural, mesmo da soma e uso do poder
colonial pura si'' {p. 89). A luta histórica entre a cidade e o camp0 na China, de compra, certamente, resultaria na de,molição da sociedade. Porque a mer·
Argf)ia e Vietn11 tem que ser imerprctada nesses cermos, e nossa oonccpçlo c;udoria impHciu., ' ' Corça de m1balho' ', não pode ser inutilizada, usada indis-
de urbanismo tem que ser modificada no mesmo sentido. trimif'Jadameme, ou mesmo deixada em desuso, sem afetar também o ser hu·
Embora o maior íluxo apr0priatl"o do excedente ocorra das nações mano que e o portador dessa mercadoria pecultar. Ois.pondo ela força de
subdesemoh•id--d.'5 pàra as p01ênc:ta5 capltalistas avançadas, os centros metro• lrnbalho <lo homem, o sislema disporia. implicitamente, da entidade 1 'lb0-
palltanos elas últimas silo eles p~rios. internamente) diferenciados s:iclo mcm · ' flsica. psicológica e J'OOral ligada {!queJa carocterlstica. Despojados da
prc«sso pe!o qual o e:-:cedente é apropriado no ''má."timo sistema de transa- t'Ober1ura protetora das instituiçôcs culturais os seres humanos pareceriam
çl'k>' ' • .i metrópol{' oontemporo:nea. A mais-,•alfa pode ser extralda em qual- \·ltimas <los efeitos da anornla social; eles. morreriam como vltimas do agudo
quer ponto de tr.mS.1ção. quer e-stej:.1 nos setores prirnârio, secundário desvio social atra,,ts do vício, perversilo, crime e extenuaç~o. A n1ttureia seria
(indúsiria). terei. iria (diS;triboi-ç.ü:,, e serviÇD!l) ou no qu@ tém sido denominado redu.z.ida a seus e.lementos selvagens, os arrabaldes e p.a.i.sagens rorrompídos,
quaternário (at.ivic.hdt!s de íin anc;a.-. e manipulação do dlnhe.iro) d:a economia. LIS rios p0luidos, a segurança militar ficaria em perigo, o poder de produ.-.ir

No meio dessa mistura de transações nJo é fãdl distinguir entre a.ti\lidade :tlimento e matérias~primas, destruído. Finalmente, a admi.nistraçlo merC211-
produti\'a e nâ·o J)fodu1io.,a. Mas. como as 1ireas metropofü-a.nas .lumemarom ci1 do poder de compra periodicamente liquidu ia a empresa de negóc.ios,
em tamanho e significado, rambém <J. proporç~n 00 m9.is-valia extraicla: atra,-l-:s porque a falta e exccs.50 de dinheiro Pf'O\•ar~se-iam tão desastroso.~ aos negóc.íos
de t r~.n.-;açóe's socialmente dcitlCt.'e.' -úrias e improduti\'U aumentou. A metró- romo as inum:fações e secas na sociedade ptimitivA".
pole coanemriorAnea, por isso, parece vulnerivel, porque se a taxa em que a Essas. tendc:ncias destruth·as da economia de mercado auto-re,gul000f são
mais-valia esta sendo .ipropriada oo centro (mantklos os nJ\'eis de lucro) 11 x:lasc hasunte evidentes rlll h~órfo do capitalismo, desde o começo do século
excc.--de a taxa em QUI? o produto social est:A sendo criado, f,mtão o «>lapSO 1!c:1..eoove. C' 05 efeitos slo dto marcitntes na metrópole contemporân<::a como
fi Mncciro e ~-onômico é inevití 11cl. A especulação 6.naoceira não é atividade t ·nim no inlciod:acidack in<fust.rial . A sobrevi~nci::i da S(l('iedadc capitali!.tá e

produtiva (embora alegue-se que ela ~juda a coordenar a atividade produtjva): dei~ ,cntros rnecropolilanos eos q,1ais cfo deu origc:m depende, assim. de
o dinheiro é bom .ipcnílS pclo <1ueclc pode compr-ar. Tocb a atividade deve ~m .1h!uma força de compea1sação t-xpressa através da ope~lO dos mercados
Ultima análise ser sustent~da pela simples conver5ão de inattrias-primas ,mto-reguladotr$. Em parte, ess~ fon.';:l de rompcn.sl:IÇOO eMá na reoon.stituiç:lo
oc::ormucs cm oDjelOS de- milidade J)ara o homem; a apropriaç-Jo tem que se , l,1 ,·eciprocid3de e redistribuição p.'lfa desempenharem o IXIJX.'i de comeodorcs
relacionar ;l produção dos bens e sen·iços socialmente na:essários, se nà:o 4!;1s fOt"çasdr:struli\·asclomcrcado~u·oc..a. l\•fas, empane, tambêm,o sistema
a taxa <le lucro COtTe o risco de cIDr. 411· mercado de troca est-â: organiz.a<lo pa1'a oonter certos frt:ios que em si
1\ vulnerabilidade da metrópole contcmwrànca na.s naÇ'ÕeS cal)italisuis 11K~rpossen·em para separar (ao me-nos por ~lgum te mpo)scus aspectos mais
!IN!lllÇ:tdas tleri~ tio f11ro de que ll produçito dos bens e ser\•iços socialmente . ~~1ru1in,s. Os dolS aspectos mais importante.,;, aqui, sãO as formas ,•ariada.s
•~ccssirios (a pl'oduçto de valorC's de uso) ocorre cm larga medida em outros ,ic· ,.:ootrole (!e monopólio (monopólio, oligopólio, arranjos de: cand, a.rra.njos

226 227
informais não compe1iti,·os etc.) e uma r:lpida taxa de inova.ç1lo tecnológica.
As formas de monopólio e as inovações tecnológ;icac; estilo relacion.~da.s
entre :5,i ck: modo bastante iml;'ôrtante. O monopólio deve, eventualmente.
levar à frustração do mercOOO auto-regulador, e. por isso. ao colapso do
sistema econômico C11])Ítalista. A atividide inovachra abre nova5 linhas de
atividade e no1,1os dpOS ele produç('\o que podem ser competitivamente organi-
zados, de modo que o mercado aulo-regufador possa t,>Crat oo,•a a~vídad!! que,
' lr.mítme geral. O que realmente mudou J'!.0 $ últimos cinquema anc6, natural-
(l')enre, íoi a escala da empresa de rnooopólio, e não ha dúvida de que essa
mudança de escala proc:luz.iu cerlus mudança:s qualitativas n:.1 ÍOrnl:íl sod:aJ da
meu-opoli.z-ação contcmpornne-a.. O merendo auto-regulador oreniu sempre
sub resuiçües juridicas e institucionais; mas, ele apareçe, freqüenteineotc,
àg()ta. como se os preços de merca,do fo:s.sctn determina~ e dominados por
r~ueoos e poderoso:; gcupc,s de imcresse investido, que us.im sua {orç.l de
e,.·entuE1inlerue, inv.iJick: as ati,•iclades antigas (usualmente org~11.adás mono- modo semelhante ao das elas de pntrlcios de Veoua antiga que f::tprcssavam
poli.sticamente). A inovação, ocresdmento competitivo, a monopolizaçilo e a Slii'IS normas mOf~is e sociais através dl! ;1tividade do mcréado de troca.
oJigopolizaç.1.o pal'f!Ct'ffi ser mm. seqüência padr!lo na história capitafüta. A A forma w nternJ)Of'drM!a de monor,dio é. C:Ot'ltudo, muito diferen1e. O
inov-açlo tecno lógica~. tam~m, ajudar a perpetuar o oligopólio desde que comrole que a.s grar,dts rorpornt-õés exercem no mercado e grandemente ilu·
as firmas possam competir através da ino\•l)(:lo mais do que all'avé.s da sório. Numa economia de mercado aut.o-reguladoc, a mais~vatia tem que ser
com~1içao de preço. t'Olocada de voltu á circulaçffo pa.rn criar mais mais•valia. A rapide:r. com que a
As forma:; de monopólio da organil.3Ção econômic.11 e a inovação 1ecnológi- inais-":alia está agora ci.rculando é tal que a riqueu é medida como rnxa de
ca tl:m grande si,gnificado para o e-ntendirnc:nto do urbanismo m<!tropoliumo fluxo m~is do que como quantidade ::ibsoluca de produto estocado. A riqueza
ron1emporâneo, patticularmmte quando cl,;is silo vista:s cm relação rec.ip-roca, nada mais é do que uma coisa tangível, ma5 coostitui condiçêo da ciixa de fluxo
A metrópole 1)f()()ida campo para aplicação de inovações te<:nológicas, ~im corrente (capttaliuda sobre um perlodo futuro de tempo) M1sa..>1uada por
como luga.r para as openções elas grandes corpol'aÇões. Ao mesmo temr;o, , direito.,;; de clmbio sobre fluxos ou dCbilos fucuros e obrigações de dívidas de
mctrópOle está org.inizada p.U'll refletir o pe,der crescente da$: íonnas monopo· fluxos anterlores. A metrópole, como um sistem,1 de ma.~imiz.açao de
lfat.icas de organiZàção em cMas es;foHis de atividade. negócios, rdlece is~ de mui~ m•neins, a mais evíck..~~ das quais é a
Ocrescimento do mort0p6lio é ele próprio um problema a ser discutido. De crescente instabilidade ílsica das estruturas que ela con1ém, assim como
um lado, os teóricos do capil1dismo veem o monopólio como uma ameaça à tt"(luer a economia uma circulaçâo mais rápilia de mais-valia para mantt'f a
onfom tradicional e à capacidade de pcm1anéncia dos mercados de preço fixo. taxa de lucro. A grande corpor.iÇ'ão é arcastada nes.se procc550, quer ela goste
A lguns teórW:OS marxistas (tais r;omo Baran e Sweezy, 1968) olham isso como ou nti o: seu objetivo deve ser proteger e levantar a taxa <!e mai:t•valia que está
sendo ,1 raz:ão do porquê o colapso capitalista. tem sido evitado. A verdade a circulando; ela não pode fa1er nada além disso. Esse objetivo é rcal.ii.ãvel todo
respeito do assunto "- que a competi,çãô tem sido s.empre aper(ciçoada pelo o tempo e ,é posslvel expandir a d rculaçJo de m:i.is -va.Ha em d:nla línha de
monopóHo, e que o monopólio é, ine\•itavelmente, a última oons-eqü.éncia da produçilo (a indústria automobilhtica tem tido ex..ito nis:so hã cinqüenta aao:s).
oompetiç:lo (Marx, Powrt;r of Philosopby, 161), O monOpÕlio rem sido .!\.1as, logo que as perspectivas de e:xp.ai.lslio declinam os nlveis <le lucro caem e
sempre essencial ao capitãlismo, e as rel~ de propriedade t~m garanti~ a riqueza (medid.1 00010 ta):;1 capitaütad.l de Ouxo) esvai-se. A grande corpo·
ocesso rcslrito aos meios de produçâo e, dai urn controle de mon0p6ho ttção pode parecer grande e todo [IOClerooa, mas C!la ~ -ll.S~m somente na
in<lividual ou pelo menos ~re alguma porção dos recursos produti,·os da medida e:n'l que se orienta para seguir o critefio imposto pelo mercaOO
sodedade. A competiçàO nloé nunca abt:1111 e livre, mas assur~ a forma de auto·rc-i;n1lad<lr. A ferrovia Penn Ceoual foi à bancarrota n.'k> porque necessi-
compcliçr.o ent~ muitos monopólios k:alizados que, através do tempo. tasse de fundos, mas i:,ocque a taxa em que a maís·valia podia circular decllnou
podem con501idar-se em grandes monopólios. Hl$toric.1mente, os centros abaixo do ní\'d de sobre-viv~cia e porque o valoc <le câmbio de seus fundos de
url>anos t~m si<lo o lugar de poder do monopólio e mesmo sob o capimfü mo capital fixo não podia ser sustentado c01ura expectativas futuni5 de lucros. A
e:;s(:1l1t:rc:anr.ilismourbanon.'iodcsaparc,ceu. Vebkm (1923) argumenta que u Rolls-RO)'<.'e teve o mesmo probll:~ma.
cidades do campo no século dezenove, na Amêric11, funcionavam basicamente A mais recente adaptação institudonal a essa questão de aumentar a rnxa de
como centr~ de roturole de rr)ouor,0lio sobre atacado. varejo e expedii;lo de circulaç:.'Io de mais•valiíl ~ o conglomerado financeiro. Os conglomerados
produtos ogrirolas. Vancc {1970) do mesmo modo lomec-e exemplos de ~ r menores funciouam, usualmente, como " ~pojadores de fundos", mas~
de rn0oopólt0 e acivi-0.ades urbanas sob ron<lições de troca de merc.-i<lo <:a.p1ta• gralldes conglomerndoo soo inMitujções íinam;t"inis extraqrdinariameme arn•
lista. A co11exão entre c.entros urbanos e poder de monopólio parKt, assim, pias e Oexl\·eLS que iogam fundos de uma. linha <le produção para. outrai elc.s

228 229
•'promovem· 'flu idé2. em ume: gt9nde diversidade-de oper'9çôes em m uitas pai~
ses, i s.sumindo Hnha.s luaativa.s de in,•estime,uo e livt'll.!ldo•se de empres.as
nl!o luITTtivi:.s (Relatório scbr~ as Conglomerados, 1971). Os ronglorner9dos
~
·
1·nvol\'er3 mudanças geográficas nos centros de sti,·idade de crescimento, e
11mdanças ~ padrões geogralioos de circulaçã'.l do exc&ience.
A grande corporação industrial objetiva, também, e normalmente consegue
não !e identificam com ne:nhuma linha de atividade, nenhum lugar, ou " \ndepeod~a financeira através d11 geraç.to interna de fundos'' : como
mesmo nenhum pais {eles são instituições in lernacionaí:, 5Cm loa.füaçilo), conseqU~oda ''o capital e:,;cedert.te que se acum~1la dtntro de grandes conglô•
Eles são uma ada.plaçào institucionil à necessidade de expandir a quantidade de merados é mai~ m6.,.cJ intcr•tegL-Onalmente dentro ela companhia do que inter•
mais•v::ilia em circulaçiio, assim como aumentar a taxa de circulaçA'o; uma regionalmente for, dela" (Cl\initz, 19)8, 28)-6). Em acréscimo, os bancoo e
necessidade gerada pela ten~ncia da taxa de lucro em cair. outras instituições financeiras a\lmentar~m a escala de sua empresa de tal
&sas novas formas institucionais e ;undicas e a forma particular agora modo que eles .icham maLS fácil relacionar•~ com grandes corp0raçõcs
as.sumida pelo mercado ,.mo·regubidor tjveram um impacto profunOO na industriajs do quf.! com empresarios pequl!!nos, que, usuabnente 1 necessitam
estrutura da economia. metrop:>licena contemporânea. A escala do urbaoi,mo pcquen~ somia~ de capital de altõ risco, como dinhcirn germinativo, desde
expandiu-se it escala de expans.ão da empresa. corportuiva.. A complexidade de que novas Hnha.s de ath·idade estejam para ser a.berus. A natureza dessa
nejôdo:. dentro d.a economia do tspaço urbano aum~ntou, usim como l-OOccntração e em si mesma s.ignilicativa p11ra o enca~mento de mais-valia
muh iplicou·sc a divisão dotrabelho, A concemraçil'.o geográfica de pessoas e emre as várias empresas e ati\'idades dentro de uma t rea metropofüana. Por
:atividade produciva nos grendescemros metropolitanos. nas. nações capitalistas cxcm1>IO, o Relatório Wr:lght Po.tman (1968) sobre o Trusce BancdrÜJ nos
avançadas não seria po.ssl\'e\ sem as enormes concentraç06 de mals•valia em Estados Unidos indicou que o Truste do~Bancos detinha um quano do trilhlo
instituiçôc:; superordenad-.tS tais como as grandes corporações e o governo de dólares de bens dos investidores in&ituciom1is. Em 221 áreas urOOJlas
nacional. Nem seria LX>SSh-tl esssa concentraçâo sem um aparato elaborado pesquisadas, 210 tinham n % ou mais de.ssn bens do5' trustes conuolados p0r
1
tr(l.s bancos ou menos. Em Baltimore, Por exemplo, conduiu·se •'que os
para proteger a estrutura hierárquica da economia de espaço global. para
assegurar a manutençl1!o de fluxos de hinterlandfas par-a os centros urbanos, bancos de Baltimore, &s finanças de Baltimore e grande parte do comércio e da
dos centros menores. para os centros maiores e de todos os centros retiona.is indU.Scria de Baltimore s.i\o grandemente influencfados e, tah·ez.. mesmo
param centros de atividade capit1lim. dominados e controlados iltra.vés de operações da Mtn ::antile Side ()ep,c:,slt 11.1\d
lia, rambe:tn, alguns impactos muito especlficos da escala crescente do capi· Trust-0,.,,pany e de corp0rações a ela intimamente ligadas" (p. 54)).
ralis.mo de monopólio .~bre a estrurnm urbana que deveriam ser considera· Poucos bant.'OS. controlam grande parte do capi1al de in..,estimento di.sponl-
dos. Olinitl. (1 ~8) detalha alguns deles. Ele sugere que um~ economia \'el dentrode âreas metropolitanas particulares. A circulação de mais·valía de
mttropolitan:. <:>lígopolisticamentc organ i1..ada, tal CômO 9 de Pltts.bur gh, está grandes ins.titujçOe.s financeiras para grandes corpor1lÇOes industri~i~ e em
pOtJOO apta a cri-ar iniciati\•as empresariais e a ser pouro receptiva à migra~ retorno - muitas , ,ezes simboliuda wr diretorias inter-relacionadas dentro
interna de empresários capitalistas. Segue-se que tal cidade é menos capaz de de uma estrnlura de poder econômico completarneme fechada - implica num
criar nO\'liS indll.su:ias, e que tenderá a encorajar e a aplicar somente aquelas flmco de fundos relativalll(>nte restrito 1)301 novas formas de produção ou para
inovaç~ que ajudern a mant<'f a inexorável orientac;4o de cortar cu.stô.5, a
seto~ d11 ewnomia que não IJ()ckm, por razões t,tc-nica~, $(:r or~ 1üzados em
tumcotar a eficiência e a diferenciar o produto em linhas de atividade Larga escala, &-tores otganiz.ados atomis.ticamente ou cm menor escala s~o
existenle, Jane Jarobs (1969) est4, sem dlh·ida, cena oo queixar·se de que a usualmence socorridos au·av~s de algum intermediário (corporação estacai
grande e efKiente empresa corporativa (e ::i atividade go\'ern'1memal) cria ll.gênda de hípocecas, ~mpla OÇE"raçio de propriffirios de terra, ooq:oração d~
ambientes urb:mos que inibem o surgimento de urn urbanismo viS(lrooo, no empréstimos a pequenos negócios etc.). Em fllOf"Jdia, por exemplo, :-.is lX)li·
qual o trab,lh,o novo e -a inovaçiO t«oológiQl pudessem crescer. Os ambiente-~ 1.ict1s de grandes instituições financeiras e ageticias do govemo, em dir«Gü :a
m-ais férteis sâo aqueles ein que um grupo de trabalho c.aótlco, oom ca!ento e ,·ãrios íntetme<lial"ios no merc,.do de mor11di.-a, tem mn impaétO si,gnificati\·o
iniciativa empresari.1.is e financeiras fundamenta um meio gerador para ;i cria· sobre a nova constmç!o, reabilitaçâo1 msnmeoçOO, compra de residê-Dci.a, e o
ti\•idade capitalisU: e a in,·enção. A história <le Piltsl>urgh contras.ta com Nova horizonte de tempo tanto na construçio como na c.ompr.a. A estrutura fj5ica
Jorquc; as histórias de Birmlllg.h:iim ílog.la.terra) e M,inchcstcr comrasu:m da metrópole f ern alto grau um produto umgível de tais polí1ica.s.
similarmente. Na mc."dida et'n que o controle monopolista inibe a atividade A inOu~ncia das formas roooopolísttcas estende-se muito alf m das conse·
inovador-a em Ufl)a lOL'llli1JJÇiiO particular, dt....,.t .Jn 1.CCipa1·•sc que a suhsliruiçao qMm.:ia:s dire1as para a organizaçifo do fovestimento. da produçJo e da di.stri·

231
230
l !U!- Fstad~ l!nidrn). Ê tiect':S.'>id.ide económio1:. Encurtar a \'Kl.-a e<:onômica e
buiç;'Jo, Protegida <la competição a11tasõnlCa direta e com grandes quantidades
de mijis-va!ia. a ~ui disposiç.'ro, a. gnmde corporaçãoddronta-se com um asudo fí., icn dn-.prtxluto~é utn es1n1t;,1~ma tipioopara aG<'lerar a cir.:.:ulãÇ:Iode mais·
problema. o de encrn1Lra.r mercado para abs,()('\'er o prodt1t,;:i em expansão, vali;1 ~m t<:do.~ os setores 00 t'l.'"QTlQtnia . lsso ocorre rnai,:; eft:ti,·ameme no
ª"-\itll romo o de t j\ldar a ~pandir a taxa de circulaçjo de m;;Jis•valia. A t11í.'rcad("I de n1oradia. onde a necessidílde de realiz:ir lucros em imiescimento.s
corpor:ição de\'é, por isso, <:ciar. manter <: expandir a demanda efetiva pan ..,;spl'Cl\l~th·os cm çnnsrrui.,'ik• t' so)o dos 5ubürbios sssirn como no pro<:d';() de
seu:,. produ1os, Há ,--arios estratagemt1s <lispon.lveis . T alve1. o c:le maior s uceoo lnn1siç~o d~) US(I do wlo e~1imufa a demanda por moradia e por propriedades
.lit=jll criar uma necessidade enQUanto elimina a po:,;sibllict.ade: dessa neccs~idade c:om<'rciais c:nl CCH& sirn.i~·l"'ies. cnqua1uo co,u o flu xo de fundos em outros
ser satisfelta p0t uma sulni:tituiçto de produto. A d~maoda efetiva por ,<:lOfl'S lvc:j:1 ÜpituJo j}.
amomóvei5 (ussim como p,rOdutos de pettóleo, construção de amo-estradas, A demanda cfotivR dt1~1J c. cm última an1lise. do consumo. Se r('jeltllrnos
construção suburt»nas E-te.) tem sido c:tiad-1 e expandida aru,<es da reorgani· o 1x11l!O de v i:H;t dç que :l humaoidadf' f<NiUÍ tt11J~cia m1turnl e insat.:iável de
zaçM to1al d.i forma éclificada ITK'trOpOlirana, de tal modo que é de todo, senllo consumir h,ms (contrária a um fctiçhi.<mio da mercadoria instilado culrnral·
imp0ssivel. \'Íver mna vida soc:ial ' 'normal'' sem um c.irro (exceto nas áreas mt'nlt') então somos forpdc"ls a ronsider.-ir u.,; oriJ;:çnS da dernan.da detiH.
onde o congesttúnaniemo é ta.o g,-ande que torna o acnso por autotnó\,el caro l:l<:ntro cfa t=L'tinomia ~k,l)al há uml'I rc:spooca ú!wia · as necessidade~ re'.1is tia
e diflcil). Uma neccssidadr: foi criada a partir do luxo. E f essencial que ess.- l1.:onrnnia O)l;trc>IX)lit::ina. t"Xiste 1amlX'm ~rnndt~ de1-nan<la pott?fK'ial cfeti,·a dt:
de1-ru:inda efetiva por automóve:is - a cha\'e das ctl)ttomias capitalistas 1K"t:c.~~idock-~ nl°i<) atl.'ndi<la5 ern um.-i população ('IOOre. Nos E,o;cacklS Unid05::.
cootemporineas -- seja mantida e e:cpandida. De o utra forma, biverá seria (Sia papulaçào é subsr~mcial -· · 5 milhW ou quaSt: unto de famili.i.s foram ofi·
interrupção ct:onômica e fi nanceira de todo o cocüunto ~ economia. Nessa cialmt•ott•ddinidc)'::,, l.'ClfllO \'i\'er,do na pobre,.a em 1%8, <= metade:- destes ,·in •m
!>ase. pOde ser predito, J)or exemplo. que os sis€ema5 públicos de trânsito só t'nl án..·•\S mt·trtl{X"llitan:ts (o~ nl1rl ~ !'c1~ mais certos. a.:.:ima ou aOOi,:o da linha dt'
p:>dem ser çon.;,tn.i.l dos n;;J mediclaem que eles~ inrnrfirarn (ou efetívarnemc rohn·,:i :r.ão 01,1iorE."'í,). T:a1i!> ro,iulru;ões pobre.~ 1i:m dupla lunçlo. Elas podem
expandam) na de-m:mds efetiva por equip..1.rmnto de transporte. Se os Estados sc.·r \"isrn~ como \lm t.·xl·t"Cito iod.tMri:al de t"t.":Ser\"a (p.ar:1 us.tr 3 1cm1inol<\I.Õa de
Unidos fossem st1bitamente cobenoo por sistem.is públ.COS de trânsito, ~lar...:)qut.' tanto pudt ~ f us~,, çomú !u11eaç;i ;io trnlxdhô orgs11i2ado nM db·
h.i,·cria maciç.o desemprego em Detroit, e uma rect'ssiio econômica muito rt*•~ d(' :w.lário. como for-ç:1 de t r:1b:i.lho excedente a ser arregirnen1ad.1 l'Ol
mais seria do que o Colapso dos anos 30. A metropolizaçl'!o contemporinca t'J1oc:1s de expans.:1.o t alr.mdonada t:m épocas de rn1:-ssào. Marx (Capit&:f. Vo-
funcioo:a, aparente.mente, em parte corno um campo para a nec~arla tram~ lum'-! l . Cnpítulo 21)faz um:1-análise do mecmisrnoque lil!a a llC11mulaçào (..õt ·
iniss.ilo de prcx.iuto excedente e como fonte maniptllá.vel de demanda efetiva. O ~t,di:-,ti.1 e a rn7duç:}() de uma porulaÇiki l'XC"c.~'flte relatÍ\';:t. O cxer<:ito indu.~-
procluto excedente foi freqüentemente desperdiçado na forma edificada da cri,il d(' ~tn·J produzido<' con!-tituído <lc: lrés componentes. Os primeiros
cidade no pas:s.,.ido (sob e. forma de arquitet11ca monunlental e similares), Mas, d;1is . u \llll. Marx chamou flutuantes e fatí:'ntes.. S::i o aqueles. gnipo.., Qllt! estão
e agora ,rnc.esstirio que o llrbani!imo gere a expaosão do consumo caso a :.uhcmpr(•,gack\<;ou QUl!pixlcm s.er a.loc.i<lo.s 11a (orça dl' trabalho q11ando na.-es·
economia capi1alista deva ser maotida. Grande parre da expansão do PNB em :,;:j_rio (1"X>rcxc-mrlo, as mulhcrt-s). (\fas, _fl.l"':lr-.ck porte dll pobrc:r.a nas crnnomi•
socit'da~ ce.pitafütases-tá de fato restrita ao processo conjunto de suburl)ani• .is metropOlitanas awmçadas ê encontrada -emre ~s: po-pula~ies que são jnc;apa·
1.aç-Jo. 1t-s<.k,, ju11lar•.'ic: :, f('lo;a de ,rah:alho · os iJ0505, chefes femininos de família e
A oh~Jlesd·n cia phtoejade. fotoea:"ouu os meios. 1::.arn manter a <lemam.fa efe- (11.1tro-.. fa.'il'S clemtnt~. :i que í\la.rx chamou ck ~,·ur,o est:1gnado no ext!t"cito
tí\•:i. e C. par1icul(trTrK!ntc sign ificativa quando ela a1>arece para expandir a w rn industrial <le reserv,1. depende tipicamcme de il.Ssi.stl-ncia para sobn::,,i...-er, e pctr
de drcut11ç:k> de mais•vali.i. Na cidade redistributiva era a ,,-ida f:lsica do.~ eclifí· i!>so podt' ~r \.'Í'-to como lt"rramcnta p.1ra a manipuhu,~o ô--.1. demanda efeti\'a
cios que intc-re:~3Na e muitos edWcios focam coostruidos pa.n durar. Na !:ida• atrll\"("S d<" ro liticas de ji1;0Vt'r:no.
t:le capitalista oomemporânea ê a \·ida cconômict1 que ialeressa, e essa vida As populn!,"OC'S rcib~s:. ror hs.o. funcion,1m como urtific:ios est.ibilir.ado;;>rt'S
econômica bt"cve est:i se conm,indo à medida que se torna nece3.s.irio aumen- &-ntrc• das cconomi<1:-. capituli.s.la~ - artifidos es,abiliz.a<lorcs fJl l~ S4!' baSé."iam
tar 3 raxa de dr,ulação de mais-valia. F...difióos bons são derrubados para abrir 11t1 s.ofrinlffilu e dc-1,tradação humana. Et~~ [X)dem ser vhtos como resultado
çaminho para nO\'O S edificios, <Jtle ter'"d.o \•ida econômica breve semelhante: e daq,ic-1:i t:riuç."io institucionlll <le es('ass.ez. da merc,.doriit força de trabalho na
ainda mais cun a. ~ e mera [Xi.ido culwral por novid~ e o que leva g Q\i:LI al,1mnsdc-rnenws são ace1tCtS t' :1\gutHi recusado:.. Parece i1l€'-"itá\'el Q\te as.
derrubar e construir nas «onomias met:rq>olitana:J (com partkular evidencia 1<:ntati~·[ls par;i C!limioar a pobre~-ª dt.tJ(ro do sistt.'ma capitalista ~am auto·

2J2 233
m,1tt\.i:11tlCt1te mnr.i.ba.la.oçadas acra,-~ dr a;us.umeruo~ nu n,e,·ca:lh auu,-,.e- ·' A rtdistrib,li(Jo r 11 ~r1pr~ldddt!. d>mn /orç,s ctmfrt1h.t/r;nrlUlon11
,rulaii.•r. A distrit,uu,lo de n_'f'.dl na ~ d e - c:api1ali\l.1 l. dentro de n-rtos atJ m-1ro,do diJ tro<a "'ª mttr6pok €'011J.tmp1mf11c.f1
hnutt."'. l~rulura mente dc1Cffl'!ln~ Desde qnt o mrmado auto-~1ladc.,r
k \.1 dift:r<:r'll(', ,tn1r,n,. d.! reuda a ocupor difercncs p<>siçôt5 podeuns \'i,:r os Cacb \'t'L C' ond~ QUN" QU~ 0 mcraô> aulO-t~la(br influmc,oo I fJf',t.Jn.i-
11Jdrl11C.-:i. ,ec·oirMia.~ na ~ trucurn r<':lidt:ncial urbano como u nw exprcs..,;)o 1..açâo ckl !"ft11l0m11.1 e5pat:i11I utb,m.a o gt::,\'e mo adaptou suM fün~ par-.i.
,,,_t•~1~nlficr1 r.m,:.l\'t"I dl' uma e<•nchçüo c:s.l rutura.l nn economia capilalistn. A .se• .-.ustcoli.\-k,t ::ib:sorv{..,lo. Aso 8ri~llS (1963) cksc-r<','t!. pe,r excrnrlo. e.uno os
,llt'~ilo n.-:,,,icl•r--.:íal na mt1tópole C'<intt-mpo.rint>a /', por is.o, fuodamen11d• l!o,:crr.os <IDA d tlades dura.me a 1wi111('int oncb tk• induHrializaçao na hl,11:tterra
nk'nt<" dik"f\ n1t• d. ~rcga('à> rh.&!oc:ial QUC' t'Dstt tm cidades ,.<'Cfisiribu· ~nmtn,·aim tunç.to redisuíbuti\'11 ran: Jon~N't'r o, hen., e serYi(os póhlllCOS
cn·.n tirtC.b quP ~t.1m ampbrr.tntt simbô-liots:. (tsis COO'IO ~ o s e \-anta.J.'ffl.\ ~ui1:irias) que os m;presãrn rri'·•~ nJo
A \!Seílb ('rMf;.\1llt' da empresa r.11"'1.t[ist.1 e o aumtnto daJ quJnlid..d'.t, do achat.im lucr,uh-m. MSim t•u-mo para aJi\"Íar t.m al_fi:um wau 05 )'fssUl».S
1'lfi1Juw:u:• LJ11al c,l,1dj on~~m. a <'rfa~-.,oda grant!ecsc11la romoo;-n-111 aos mo- 1mf!'tetOS cio -si\tc.·rn.:1 de salário pari os ~nifi05 mai( robn..-s cfo socicd.-de (au;i-
11o pi'ilio s loc.i:-.. n _w.<.>ri.4,::Jo <lc 110,'AS neces~idades de assegurar dtnund:1 cfcci,•á ,"t:S do re.ii:nl:ln~•nto d.'1:5 <.·ori.di\'Ck's <li! trahalho, co,xH,m de moradl:1 t' ~imi•
p.u-.1. ormduto: ~ cibsolt·sc.'i·ntia 1,torief.ldii pa.r:1 br:ilita.r a 1.ixa de aumento de laff"S). füsltlri lnt~r\·cnçtltS jtCl\t'rnamemai,. l"lt'QUCna, no inic:io. ror1111.rnrn-sc
tin.uLlçlo ti.- ma.~•~tllia. os mecanismos dabcrados para assegurar a manu- cacb \.W nul~M~1.ilicali\a1.c..omo temr-,. A (VO'\-'Ídopúl,lica dt bens pt.lbli~
t, tt\k> Nrutural d, l'"<ISSC7 t'Stl.( (lo ;apc-nas alJn,ifflil'I. d1.'> ~ qJit e~ \t' ~gum.d ,·ttes privados). iun1<1 cnm O r,bnt•j...-1J..'1}[0 pri\m C, rt\bJico da
1ll."t.u-riJtl no t'nl"'"'"morar.i r<1,01\cr aJ dificuldade, ac-ndas por t'le dentro d-e comuniôa:dt· orb1m1..no i n ~ público·· )Jo -,;ora de- sisnifiodn nuiur =i.a
'li rn.·111,rio. E,..1,:,0( ad.rrt-.ições ndo mud..im, contudo, :;cu ciarater bisico, O mcr produç.io da #'()grcÜta dt cidadt CtlntcmpoNne:t. P roj(.-tos pt~blit..1'l) ou quilse
nd> iiu10-r<>1111ll1Jor opera em no,·o conte:s.:t{1 in(!ituc:iooal. A I~ di!l-'i01 ele públicos, ltih~ como ~uemJ., tlc: n-f10,·:aç.l0 ul'b:1na e const1·uç!lo dt no~·.ls
funcion,1. bo1sk·1mc.•n1e. da mesma 1nRnefra. A:; (01ue,~ü~1cias desse modo de cid~~ tl'm r.1111/~n'I ~~n:iclo p,m 1ramJormnr o indh 1du~li.!imv rnótico d-1 ci•
im~açãn l'C'01Ml:uit'a ao funcion.ar sJo cm qu_ajquer pilrte ,·i.sh-eis nlil ~ - dade indu,1ri:il do ra..~s:ado e o i,prh-.,.tismo"' - ('()m(> n çh:itma Sam Bass:
rw1'1uç:io ~ ntt'rt'lf"'()l'jnea, .se;. "' P:,.1"Jk'ria em naçõt,. m:,pobrt.ci,das ou nas Wamcr- (196k) - daridtde a1roic,01. em um phualUirnn utbano no qu1'i o
" rv.t.( <k !!Ul'f.O de! rnt1.ró(lole orita.Ji.sta. Es.»s con.wquei.,ias ofo podem xr 3('t<>früblicoa,romob-ta,conlt'~1-tpctmciali<lilde-dc1l"'tindo
t'tltltl"J.batan~.i<lias ror um r etOff10 g alaum si~em.J idc.ili.r.ado de capitt lbmo rnen::adô Jc tt'OCI. e 0()\1.JnlO --~lenta liS ooodi(õr~ t:SUUlUfilis fle<:h-.:iri~ par:1
i11tlhidual. ffü'f.ll'K.J JK;ll'que- tal sistcll\~ mm.e-a t-!1:i"-tiu: o ,:apitafümo tc•1n sido u sobre,.-hi?ods de formas c apit·tll~hu. Osislcma rolltiroe burorr:ltlc.:,, funL11.)•
wmprl· imbuidDdt• 1tltlllt)flÓIÍo. O QUf(, rnai~. um .sjs1~ma como eMC n:10 pode nr.. r,1rcialmcntL", cúmoa_1.'t.'l\lt'
, t't'(li~trilluti,'O dc.,1l1'0 dJ t'COf1<1mia de tnt'tt.'õlOO
,1 rf.:riadu, !'<"~"~ fa1~r 1.."SO K-ri, o cquh·altme a liberar um.t força desaru.ti\'.J
1 ,mto-reltulad,rJ (\'ej& Capil\J~ 2)
roo.110:n.:iU\til ~·. ninx, Pobnl'' ànd1COU suscinumen1c. otinari.a a Vffdadcira OJ;; efeitos 1ndirl1:os dessil 11hicbde R'd.i.-.uibu11\·a t(:q_uett,n al;tum.a duci-
1h.1uvda s,e,11,.Í(.'thJ,., ufhani:utb. Ocknder - como J:me Jarobs emOl.."fflOC"ra- <bçào. ,\ 1mt-n't"l1Çiil• do #)U•mo em ~i'\.t' ("31J"ll.&li.5il.a( tem ôli-.. ubjcti\us
hL' idkrsnn1:lnt~ l'Jtl't.t:rn esrnr Í!l7.l"f'ldo - um upiuli!sux, indh·iduaf mais pci.ncl(Xi.L,. O rtittlt!itu C mantc-r o mercado dto tt'OL'I fonciooando •~kq....d:3:-
.ih.•r1t,t.; nJo ., 01lknle 1mlfl(lr um :i,i~tl'fflá t.1ue conrmdii M<.'Vidência hi~lónca a rnl;'ntfl. O s'---,,:undi,, t: amC11i111,r 11,~ (on...~qli t'ndas Jcscruti~·1s que dt-rio.am do
rt..,.PL-ito do Qllt' Í' .ifmal o ca.pilnli,.mô. mas t.'lmbPm pt'Opor um capítalismo mctc.'at!Cl 11u11Hc(lufado.-. ,\s 1diticA!< oa primeird Arca ~·ari3m dt.,"\Jc,. a cri;iç.'(('l
'il)l', 't.· tdado. (k..,1ruiria quase cc:nlmt'Otl' toda OOCIL-dade ci~·ilizada. dt• instrumer1ur,.Õl-' cocrç:in Jlilíil 1~1·t1servar a escassc:z. institucionaliu,d1 (rc,i:ler
, h adapcl(~ Ln t.cmas que l ~ ocorrida lU «pnlU('lo l(JÇUJ pan CODlOf·
militu- nn o:1c-riur e J'()tJet f'l)licial no pais), 11tnt,'l~ do su(,ter.to dirctu de in.of.t.i-
,utos r:t'lb111.·n n\ ~ J'l('l;1 C'COllflfflia de men:ado .tuto-rq;u13don 1êm sub cu~t,n finii-.:ar.s. a1ê il comu•uçiu ck wna \ ~ de n:t>ntttis.rl'QS fW"'
'"'')1'11,p·..u,h~d.1:-. rr•r C'\.'lto número~ ouuas adaptacn,,, em pcirtiC\Jl.ar are- mmttt o mc.;nl!IW tunciotundo c·o-nM.1 ~ema IUtO-r{'Kubdor. S.ib o dltimo
1.11n:-tiu,:;,,,o d.i n."Cirro1..:klõt1.lt- e da nxtistribui<,ilo comv ro.-,~ -co1nrabal:,01ça- asr,eao. o ,t,t11,~roo J)()(lt: inh.'r\'ir, QUt'r para ~b'IC1r\cr os risctll'i ('m umá
tllirn-. Ut· r11xl1.•r dt..'Slr-ufr,n p:11t::nda.l do merca.do de: O'OCR antagonlst1Co. a.-onomia Ql.lt' confia cikla ,·c1, ma.is 110 lonio praw ~ no inn-stim<."f'tlo em
.w,ranck 1.'Sl·id R, caso s.ua estruturc ~·a ser p~er\·ada. ou para cvlt:tr {e l>m
ccrta'.'.circun,1~11dasparamC'flflj&r) acn".df!.C1K'i& do monopôliocm um Sl"tor
rm:ic-ubrdJ«ooomii. fu.Ja.,pOLtic&sh?Jn Um.t \VJMade ~ impacl(','( (', a:r•
1amenk,deqin:am 51.. aa1n"11lf1r lhkn:ote.OOjcth·ui~. Jer,endeodocbs circun-.

23.. 235
t;lrll.:i.ts. O 1:,arel cre~:emc do Est.8-do na .sociedade orl)ani.:.ada 1em que sc-r <·n-
1'llt1•.ll p rupot' tic:ndlciado. A taxação e a pt·ovisão pt.ihlka de bc:1)s. S('l'\•iços e
tendido ton1,mdc.r5e CQ'ITIO referência a crescente acumufaçJo de ca_Dttal, a
r·n.1.Lí5('1oS fina1ll.:t"il'o s é cxct"ssivame11te comp-le-x.a e o dinhelro flui ele ambo.~ os.
poderci~a t;xpamão cli!. produção. a 1-x,1euaçOO crescence do men..--a<lo de tl'o :.I e
n)odcis, Em ~ral, rarccc t.JUC' a sock.J:ade ~ muito rn.iis. pr~ft'Ssi,amente
":i: urbani1.açiio do campon em escala global. O Estado, jumo c,.--om otganiz.a-
rt'<li.(.trihuri,·a dn que de falo é, porque hã numcroS('IS íluxos ocultos, assim
ÇÜ°'S s.uriranac:ionais (nas qu.iis podemos incluir :tfoinças dl:'! E.~odos), tem que
mmo eK}UC:ma::. de laxaç.âo (pani('ufanncntc tributos de compra e ,•<·mia) que
inter\·ir onde qu~r que suri-am crisr:-s. a maioria das quais s.ão ~rodas pela
'l' ciinrihut'"m cm outra direção. N,lo obsla.Ilrc, as politicas ~\'CNHlllX'n rnis
din:lmica lnt('rna do L.ipir:dis-mo. A i1Hcr,·c1l-çlo do f.s(ado ocorr~ ;:io nh ·d
1111:~5.ts ~f"l'as ahcn:inim o signiJi.cado cio dcscmprc-RQ e subcmpr~o (qui: (>
internacional <ie..~c!t' que: Sêjam ctsi:ui<las. barJ'<'ims aniíicinis aos fluxo.~ c:le ôl-
,.._t1tn:1do C..'fll C-.>rn1 d<• 3,t)'¼, Oll m:iis da força de- tr!thalhú eri, muita!. ddades
pirnl. ÍN~ft ck- 1rnbalho , recursos, b('fls e serviços; assim como manipulações
:unt·riç.ina5) ccfa incapacidade: dç trabalhar. A combLml\"ãOck: capitali~ com
u:~nica,; dt-ntro Jo sistema. monetário internac:::io nal ser\'em para f'rt'Seí\'ar
r'('llícicas <"Srntitis ck hcrn-lSiat lL'IU p1'0(!t11.ido uma 1ran.sformaçlo s.ul}:!;rnocial
amplamente :i:s c:rult?ias de (':tplo~ç:.4o que r'nmk ( 1%9) dt-..scr~·e, atro,·és de
oas forn1.is mctropolitaoas
um padrão íun..l{]o JQ troca dcsiiual (Emmanuel, 1972). O pndtr e o si~ni- A distriht1iç-!lo \'Zri:h-c-1 da rend.1 disronl\'el ,nitr~ o$ \'árin.i. grnpos na socie-
111::i..lt, t.'re.,ct1llt: da imcrvcnçilo do &tadQ no século vintt dt:Ye .~e:r Yisto t.'0010 d-iOC rcílctiu•sc na: .i11ar(·ncia do urb:mijmo c:cmt1;m1.,orãneo. E.~!.e implk'tú e
res[".Na :.\ <•força pçrman<,'Tltemtnte re,,olm::ionâria'' Qlk' é o t1tpi1alismo.
mais. C'\·WC,,1ue naqn~IC>.S txliscs, t-ai.s l'Orho ll h1gla1e1·ra e: Escandin,h·ia, que tt:m
D..-ntro Uas nações 1,s pollticas c:s-tat.-is têm cooseqUêocfa.s oonsider,l \eis
~í'i,tuido politicas esrnrnis de bem-estar c..-om alguma persistt'.::ncia. t\:esst-s
para:, forma cdificoda da metróf<il<.>cootemix>rlnea. A lt!,1t;i!:>l:tç:io da Admiois•
rolw~. a sociedade :adquiriu t'stflllurn dupla, na qual o ~or privado e forte·
1rt,r,•fü1 Ftdt:nd Jc t\·1ora<lia (AFM) nos füt:.'00$ Unidos. por exemplo, foi ela·
mr.ntc difcrt:nci::ido dn !ietor ruhliço, Es.~ du:tlismo rdletlu·se no desenho f[·
tior-Jda rara <tmp.trar o fü1,mciafl1('Tlto dr: hipotéàl dê moradia."""- anos 30. mas
~co. :\'a~ t:icfadt"!'. brit:â:nica:., a moracfo. 1iüblic;.1 é dararnente <lis.ti,1.,.ituíwl da
wu de-iti, rrindp.il foi :sustcmar as i11.stituLÇúes founceiras que íofam pro-
pri1,•acb e c1s heos e :o:erviços fornecidos pelo setor pubUro slo tamlx½n di"c:r~l$
hmdamc·ntt: àhakidas pelas tcpcm1s~1t.'S d:i depressão. A ron~llêr?Cia foi .
Jn,;, da açlo pri\·.t<la t'fll cam11os tais (·omo s:túde e edocação. O cJu:dbmo
c:ontu<lu. <:, estimulo <la suburbaoi1.açâo porque os emr.restimos da AFr\-1 são
urhano da ln.1,tlal('rrn e díl Esc:tndináví11 cs.ta i:tmplame,ue desenhado 11a pai-
l'rll ,ui.l rr1.1ior ~rtedeslin.-idos~ fin:mdar a compro de no\'O!. esl<XJue-s ,na.is tio
~m urbana. dando ao urbaois1no de: U um t'<ll',\ttt pai-lirnb.r, di\'NSO do
qtll' Ül' m1ti.µos (Comis5-ão Douglas, 1968). E.."'~ª politlca rnmbém lt-,·oo a u n~
urh,mismc, dos fqados Unic.los. onde o duílltsmo tem sido bastantt 1:,·iwdo
t~1x:11rn1is rápida d{' OUSOWSC't•ncia t>contirnk:a no setor de moradias; e, Ue um:1
pcl~ a\ão_idcnlúJ,lka da pi-ivacidadc. cxçç-t() q uando ele sur~e rara propiciar o
forma <1u di.- uut rl4. ',mme-mou o pOlencial dE- d rculaç!o de m,us•valia a uma
c•nnqtwcimL"flttl d::i sodcd:11:le. O !i,CJCialismó ~ra o rico. que p:lt't.lU' stt o modo
t;1),,il c rt.·.'ICl'lll(', Es~1 CSJlécic de intt'rvl'"ni;,·lio go,·ernamenl:tl parece :;cr oiai.s e:
pdo qual 3 intervcn,..110 !-,"'l)\'t"rnament.al t: o r~,uli:t:ada nos Estac.los Unidos, cria
m~b nl>t'l>:-.~:lri-', t' da a)l..o,ra se ,cst(!nde :i criaç-ão ~ negócios e empregos,
uma c..-:-;ri"C.:if nmit(1diferente de t.""Stru(ura urbana <lc l'IC'ln--<'5tar social p.._·ua o
rn,i,!u~ilol.'<1kicaç-lo de ru.7Jrsos eronómicos paTtl ãreas de "loteresse n::icio- ptlhre.
11:11· • íu (llk.' usu:t.lmt'lllt' ~_p.nifi<:a defesa, ma:. que podc·da e dc•,çri:1 1:1mbé 111
Além di"'°o, a~ pol!Lirn~ de btm•estar, efeti\·.r1nentc :;1plicadM, r4,T1rc..·~t:ntam
t-Stl'Jldt'f·.:-(' ~ ,;;,.1.(uk. controle da poltu\"ào. educação i: $Ímilart'S).
u ma t'SJ"ll..~ic de: amcttr;:i r-ana e, mc:rc::1do de troe~ cnpirnfü:ta. O cxl-rcito indus-
B11~rnndc1 an1.e_nizár ns. pt"Ssimf>S im[)<1ctó$ do mcrcaOOdc troca. a polltica do
trial de rt.....,l'1'Va (cm que t ."<islir em algum lu.gar, e a acumulaçilo primiti\'a (('m
µ.nn·1'n, 11'11 1de. tambc:-m. ,Ç:t'tar mu<lar\ÇéL~ substnntiais ns estrutura ur!Jatlll. O
t~1ml'iCtn que· flOOrrt-r en1 al~um lu~~r. O Cõ'ISO d2 Suécia. cit:M,Kl /rc..-qflénte -
rt":-.uh:ll:ln final cfa c.:om['t'tiçãot'. uma -Oistribui<,.ilo de rff!da Jocali1.a.da p01· ta.too
rnt-,nt,t ' n~-...~ ffl(ild<1 <l~ S(J(i~oick l~tatal de bc,.'Tn•ç~tar, é in:rtrnti,·o aqui. A
na ~(lCft'd.1d..- o qut>, Cl.'lll si<lc, rernnhecido. não l: berrêfka pal'a. os que 14:m o Sut•f1;1 dll'mnou tis r 1<Jrc:s as1x.-cto~ da 1iri\'a~"ão material. embora cc.,1ha
crn1tmh., dnS; meio~ dt:- pt<."k.luçilo, de«!e que efo diminui a demandtr efelh·a,
inai-uiJ.:1 -~ua b,m:: t.'L--Onômiru <:apitali..sta. Ela IC\'e hito porque recebe\1o ex~r•
r:mbnrJ. n.-du1.indv 3 qualidadt' eh k,l'\,""3 dr: tnilirdha. Há, pnr ir-so, neces5icl:n.k-
~it~ in,h1·qri.Jl (]l' rc.sc-n·.1 do sul da Europa i: realiwu ft acurnutaç-.Io prirni(iv1:1
fll'flll:tllt.'nlc..~~ t' al_i,?,uma raliMribuiç,lo dt' renda t' riquew. Essa 1'&:1i.stribuiçlo
111d1n..1:um·nl4.' atr~w(:s de ~s laços com á e<..--onomia rupitalisra ilohal (fX)f
r-:ic,.k !-<T fac:d11~da r,da 11(..'f"mi55ão de or~ao.iz.11.,.·ãodo trabalho . De outro modo t:"u•mpln, c:onl<'rdo rntn os Estados Un ic.Jos e a Jnglatetrn), A Sui!da t! rom
~- m,"·1.:-!>.-..irio u1:u1r t.::t.:rta$ 110rçCJi:'s <lo excedenle em circulação, N'1 rnecfida qu~
tfciLo. um suuútbio aíloc11tc da « ()1lornia Cl'lpital.1sta fllobal (ela mn~ift.'s.ta
t':'1-lL' 1.!X<.'t.~l'tlll.' C R'ti<lo por uma pant da sociedade e dirigido rar~ 0 uso do
rnuitru das llqlfC-:sSÕ<.'S 50C"iai5 e l"X">icológicas de uma econ<Jmia tir,it..-a di: ~uhúr·
oulr.-1. o s1stt'fn.1 ck· l~xad(o <! flf~f<.'SSL\'O, dependendo de qu&I gfllf'I() ~ rnxado , bio). A tPOrnl UC'.ssc exemplo i: que um 1erritório em particular pode cer êxito

237
....:11.'iais J a soctí'dade ordenada t~m sido reoonsdttdda~ no mnre:xto do capita·
cm SUi! [IOHticn de bem-e5t11r ~Mm clé cer10 limite ~ nren1e quando pode li~mo comempc>ràneo. O mercado de troca reclu,. todo o ser humano ao status
ti,•rnr-sc Jt_. ill,1H1ns dos 1ooiores prdilemas associ~os , o me rcado C:.lpitalista de ,k· nlt'n;3 doril!I. Pot1oos indi"iduos achmn is,....o uma lllC'dida "Jdtquai.la de ~ u
tl"l.x ·a forn de.:, suas frQntl;!iras . N110 M limite para a t:feth·aç,o das políticas pn'ir,rio ,·àlor ou \1m crit~rio o.dequ::icb. 1~ lo qod ~a~lecer s~a P(?pria
cc'-tal.li<:: dt- be-m-e:;l:?r dc:n1ro de um terdtõrio, mas h.l um limite oontu<lo à muo-ident.id::ide. f\:en1 acham intciramc111c saii'ílatóno sit uar s u.1 1dcn1u:b de
1·« Jhtrihui._::J() progres.,iva de11uo da economia globaJ do capitalii.mo como wn 1ntal t:-m um fctichi.smo J e mercadmia q ue proclama que ''eu sou o que 1::u
tu.ln. p.1s.c;o<,.1:,mp1'ar' ' ou ' 'eu sou o que eu pns.s1'°'' . OuLra~_mecli<la.-. ~ \"alor si\o_
Comerm1dores como Jou\·,.,1a1 (J9 J l ) têm tido mais per~pç:lo a respeito
1-oi' isso, muito importantes. ,\qui, o cr itefio de nlt'!r1to moral merenh! ás
dis:-t1 Jü 4..1ul· os ~ociafotas que acredi,am cega e; religiosamente que o soc::ialis· n:lllas sodeda,c!es ordcn~as fornece um auxilioaJláJ'ence ft3J.t conter o Lr itt rio
mo pr:.:.k: S{:r a lcmç::i.do a1rnv~s de polltic:u: rt'tli~ribu1i,·:i.s s.em a.ltcraç§o irn~ oal e dcsumariiwrlte du lu~at' ele men::àdo. St~/11.s, -~rdc-m. prestiç:tO e
fum.lamcnt.il ck produção capitalista. O limite da redistribuiçllo e:dcanç-1-do net privili·,Rici iOf llt'(,'€:01 mais meios. ck:: apelo ele auto-1cleonf1caçâo_ do_que os
pum,,,.m1 que do flf"ejudic~ sef1an1entt: a c~rd(,ilü do mercado auto•re~ulatlor :11t iho idos ror rt'laçi~ de mercadori11 oo mc,rcaOO. As organ~1.açues s.'lo,
e.• a drculaçiio <I~ mai•M~lia. Em \1ma eçnnoml:i ele ~rl-.nde escala, corno a dos ;ts.sim. di,six>,.<;tgs hic.-rarquicamcnte; as burocradas _R.ovemamento.t-.; ~ corpora•
E.s;t?.Ú~ t:nic~15, êdifkil mudar 05 t:lll'.tr ~os em toJa a parte, e a redi.')(ribui,çjo iin1.<:: !i.-lO irm:rnamcnte ordcnatlas; os gmpOS p,rofüsionais ostentam ordens
n.i'i('i po dt-l'i.1. JlfO\':l\'tlmt"nk, çh4:~u ;10 ~ca,1 a quç chegou na E.~ "3.ndinh ·ia. oficiais-ou nào oficiais cle 11restlg;o; cada di,·isi\o do t rabalho na sodedadc cst.1
lim uma N-onomi::i de t,tm.t11hc.> inierme.Ji.irio. como a in,..:k sa, as. lÇ'l'l tativas de c•r~aní1.~dt como uma soc;-i{'(b(le mit1i-orJc11ocla. enquanto ciert.~ OC\ll'~ç~s
ra.l•~trihu içt(o sc;rili•, prornvd meJ'ltt-, fnLf;tr.:idas ix:los aju$tamemos naturais Nlodtsi).!;nik.l-as como dt> " alto stat11s'' por diferentes ltíl1Jlá'l ~rnttas. rarn11s e
atra,·6 00 mcn...ic.lt) auht·tt._~ul ~ . Titrnuss tJ%::!) e outro$ mos.iraram qt1e r11U~i~ .
L·,tL"t~ tit.:a,u . .-.t:"m J1lvuJa, e l{llC' 11m t-s~•rçosuh'>taocia.l p;ií.i re<listribo ir renda E.f;s:as man ifostações da sociedade or&:nad.l .~.'lo s~ nifiãttivas n.t rncdicla em
e: riq11-t1a na Ir.!,!làtt:rrn rt-Sultou cm rm.1clanç1t rnuirn 11éQut-na na estnitu.ra d a QUe as 1,essoos olham a si própria~. e C'm 5e1tuida, na medida em que ehts S('
di~tribuiç3i1 da u;nd:t m:1 econ01nii<l. O ftú\•emo \Kxk, e &-eqtli'ntememe o foz. tornam con:-dc.,n1es. do conflito t lutam m ntn ele. Questllc.-s g(..>ratlas mi ba~e
st.'J.,:.t1i1· cnlo s c\S 1i1x1s t.!e polític:u. mas os efeitos compensadores de um mera• E.'conOmiC'à <la sociedade são, freqüemcmentc. tradut.idas cm qucHôes roliticns
n istno di.· lllt'íl'l!dn dominante aulO·rq;:ulaclor hmder-.'lo .sempre u produt.ir e itk·o ~icas cxrressas llil. linguagem da sociedade on.b 1a<la. Por çxemplo,
aliuma t•sr(•t.:ic de equi.líbrio ' ' natural'' entre o me rcado de troca e a iuividadc qtlcstües Ce desemprego podem ser t raduz.iclas em questões de dis.criminaç.'!o
r4...Ji.stribu1h·a. 1-:..sc t'(luilibrio I! <J que é ri~rmamcntç neççs.sário 1,ara pel')ie· racial ou êlnic:a no mercado de nc~ios. Politica:s urbana.~. e, c..· m graode rrarw
tuar a Oa5l' l;'çnnômi<.:11 da ~ '1eJadc capüaJista, 0 go,·eroo~ são permeados por tais versões e, na medicla cm que. a ação_<lecorre
l!-s.t1 tem implice~·õc.1, par.t estudos urbanos comparati\'os. As diferenças mais da W!rr.."lo da. questão do que 00 nexo a ~stão econôm,ca subJac{'nl~,
supi::rf.idais assir,abda:s.. pc)r (.'xcmplo, t.'f1tn: a ur~ nismo na Suécia, lngla:terra podemo_>; t!.~enw que os conHi1os sejam resolvidos de modo a contorn~r o
1: Est.t<los U nidn:s. ~lc.>:<i8parcceth rnrn plt:'l;u ncnte t-m foc-e desra anà)i..,o;;e. O urb:a- prohlema (:d~uma.s vczc.~. geo~af1carmmte) sem toar.r em Slla e-stn1tura
ni:-rlln sut.-co rode ser ,.·isto oomo al,_t;o alraoç;h 'el em uma jurisdlçilo pequena suhj;ll.-entc; Ctentador sopor qoc: isSô ê! a rotina do que t' a poll1ic:a w ntemr,o·
Jt, u111 ~bH:ma._·,:unômicocapiLaJista de ,srandeescala. e tem. por isso. que 5er n'lne.1 nas Ilações capit:11istas.
C()ln(".lilfa<lo ao urb.aniSIJ'tOCffi Connectitut (EEUU) ou St1SSleX (Ing laterra) . Em l·U ul'na ,esistt!n<i~ prohioda e mcs01osubjac::e11te em inti:rpra ar problemas
todas essa.,; áreas muitos elos problemas caracterlsticos. das economias capila· em termos de mcrt.:állo de troca, (X)rqne assim ful..er (! ::t<lmtlir que o mert. ido
list.1.L'i té!m si<lc1distribuídos ;dhures . O q ue~ notá\'el não~ q LM: o urbanismo se· de troca é o de-terminante primciru<lo ,;alor na sociedade - uma noção !:Onera
ja t;lv difert'nte, mas. que seja tão si111ilar c·1n todos os centro~ metropolirru,os a qu.il a vtr<ladcíra oondiçilo de ser h um3no nos faz ficar revoltado. Além.
du nmndo. u de:.J'lt'Íti.l das d ift:rcm•.i~ sig:nifü.:ativas em politica social, tradiç:io di:s.so. é somente quando reconh~TTkl'i as condições .~ob as quais exi.stiffi0'$
c11lturnl. arranjos atlmin.L'ítrnti\"{l:!i e 1x.iliticos. in$tituições e l1ú5 etc. As lx.-lo que ela;,;; s:Io que ~ torna PoSSivel coofrontã:-las di rd~~me. Ê para e~~
condkõt·s cfo base e,con(,ml,ca da soi.:ieda~ capitalisla. junto com a tecnologia aspecto cb análise que a teor~ marxista da alienação se dirige clarame,n.e (\'eJa
QUl'. Ih<.· r,: a.-.:soci:t<l:a. imprime marca. nltic::i nos .itribut<v.> quafü:;1til"os elo U('· l\ lkwros, 1970). Repre!'iCnlQf as q uest~ de mcn..-aclo de troca romo questões
h-arii.-.rno t'nl 1oc.las as naçôe~ capiulht::is economicamente a,.·anç.:w.l::i.s. de .t t4 h'1 e prcstigk> ser,e apc-nas para cci ar-oos em relru;ão i:\ açfio. e de 0111
Embora a t1tivid.ide recfü,trihi,1ti.·ã seja usualmente idtnüficada á aç§o gov<·r- 1:r~ oo de outto 1jud.- a presen•:.:ir o 1toluJ q uo . Iníeiin lK'tlle, como oh.ser·
nam<11tal. seria err.ado igzmrar nutras a.-.pec1os r'M)S quais a.s caracter1sticas

238 239
\'Oll T . S. EliOI e:m Quatro Quartetos, "a humanidade não consegut> 5ll!X)rt3r ' ' O rcônro central i,;11ru·cmame.nte ~ r-.i.t.lo. o a:âs mflndi, em usunlmentt'
muiro a realidade · 1, Ou, colocaJo<.lc ouu·o modo. :1 m:1iori11. de nós somos viti• re~n·adí> r,a.ra fi ns de rituais. C.onstrnir nes.se load {'n! {'n(fk> restrllo p.trs
ma., da fo l<:a comcit-oci-1 a m3jor parte do tcmp0. habirnÇfleS <los deuses e daqueJa.,ç elite.~ que-, em sociOO.idcs cstruturAdáS 11:a
O wms prt"'·:1lt,ium1e a respeito dos artihcios da sod edade ordenad::1 é ima~em de um.i ord~m ,ósmioi hierttrquica. fornm ou conccbidás t._-0100 se
bast:m lt" real i:: protlui: resultados tanfJ\~is. na economia do e.:;[).'?ÇO urbano. (x.,1rr,1x'it:m pn~i\t'\t:s próximas chi di\"indac!c:-. ou (oram espt.x-ializad.ts em
Üfg,1oirnçü<."i t: imtituic,ffl dominantes fozem uso do f.'S.P~Ço hierarquica t: tt'1.:niu1:-; de St.'f"\·i~·o c.-erimonial e l'ilual.' •
..,jmh(llicamt.11te. E:'!ip.tÇOS sa~rodos ç pro f.anos são criodos, p0rm:is focais enfoti· Emhflrn o:-. lio~am<.'1\tos 1>1.<.iit:lls d.. estrutura rcs idc11ci.tl na méltópolê
;wd(i~. e o (::.p,,c,:o ~ _g\.>ralmcntc Tnitnipul!lclo para refletir sratos e r rest~ o. A <.'()ntt'mf'l)(".lnea M:'jam determin;.1doo pt-lo poder d::i ordem ,ompetiti\•á, s:uas
ci-dadc cc.mtcm1xmi.nc11. p0t isso, exibe muitas feiç<'ies simjl;i,.r{'S ãs e-ncontr-dd:ts \.'árias mml<:es podem ser imerprt;!t• S()rTK.-'flte oomo ~ ullai.la dos iodi,.1·
1111-. cidack-. f<-'1fü1ribu1in•s QU(' Whe-.ille)' ( 1%9: J971) in ti:rpn:ta como d,.1~ 5e e.scarem vo[rancb paraº-" ~ritt:rios de uma SO<-'ie<la<le otc.Jcnada, parn
constrnçâo simriólicas. que rc0ct<:m os e<rtmmes eia .sociedade o rdenada. Ê difl'rt"1'!Cian·m-~ dianre cic um processo ho1nogtnci~ntt' de merOklo de croc.1.
M1-.1cmrnck.). hitbitualmC1lle. por e:-.:ern1>3o. que il.S cidades ocident.tis possuem O i\fos11ico Urlhmo. descrito flOr Timms (1971). de\'e ser interpn::ta<lo Cômo
um11 a,i,·idlldc: ÍOéal l'm seu cemro porqlle e ali QUt' a ~ct"S5ihilidude m:il(ims n..'Cfrq ribuiçilo e ordern sUperf.(l'lla i.lO merrndv dt:: troui e 3 eS(rstifo:açiio, As
cxi.~tc.· runi tocfa " atividatk de mercado. Na cidade cont,emporãnc-a is."-O C pc.,;~~ tenrnm por tocb. C\l', meios d ifcrcnci,n o que o merclkio lffll de lato
(Xl4.l<.'0 vcrdaddro ,~ centros <-SI~ co11gi?Stia nados ao rnâximo). O t._"t'mro. w rm1<lo hnmogc!n1.'t•, dt"'!>dt qut" ~ t."(.'Onomia do espaço urbano cs1:l re1)lt:'t~ de
w n1udi1(, aincfa 1on,lit:tÇH0 de prt-."-tigio, e as firmas a~m rom o prestíll!iO e o tOO.is a~ e:-r(,::ies dt!Qr<len~ t'sptidais dt- pseudo-hicnu qui-1 p<1:11 (':tpõr pre.~igio
.rt,dUJ ~-m n1<.·ntc. Pode patOC<'1' csuanho r,en.~ar que o que as firmas eH-:'k.lofe· e.status t'fJl ton1li~ ·ílo r~id~1lci:tl. li,<;~ o r<le-uamçnlos sã(t nmit<i importan-
rc..'1.1.;nU~l na\ fniteise frias análises dos modelos de \'OO ThUnen·Alon5o•Muth tt:.~ r,;tr R o au !<>• f"('!ipcit(I d::i:- p t:~:,;rla!i. m ~s são irrclc~\•ànto: pata o estrntura <-'CO·
(.• PfL·S(Í~ifl. 1tulus e tal\'(';,. lllC'$010 dh·incbde no axú m urt(/i da cidade c..11pitali::;· nôrnica Msic...t du ~ocit.-da<le.
ta: rn.i:;: o arf:umento de que d a<; e1;1110 a~indo por ,·am~ens k>cacionais Do mesmo modo que a r<.'discril>uiçlo e a sociedade têm sido recoostro \das
rd:~~iv:i~ c..--st:í pro,·:.avclme,ne mais f•róximo da verdade. oo sociedade capitalisrn, tamb(>m a redprcx:Klade tt•m eml'r~do sob [orm:a
A fonna de a mcm)pole comemf)Oí:lnca Íll(.urporn.r os Eirtifídm de mfü. n.:..wa para ai,tircomo forçaoonrrabalan<,:ad'urn diante do pruçt:~, tle dc.-...11n11oi-
_1:ocicxlade ordt-nada .su pt'rfici-:ilmente constituicla (; aut<h'On~iente e 00Sta11tc- 1..1ç-ãodt>mcrudo. A n.'(.-ip1'00dade a1::rartt.-e. utl'lbêin, para t.les.ernpe1lhru- sua
cautclooa. A renovação urbana nos Estl)Lfos Unidos tinha. tlflrt.'Z.l simbólica. fun~·;ic:, 1n1dicional tU \·iz.iohanc,-at' na comunidade local, eta tornou-se parcicu-
R.Ssim como funçOO econômica. El:i t:l'a (e ainda C) destinada a cri.ir confiança 1.armente impocrnnte, por exemplo. nos prlmeiros anos da lt'\'Olução indus·
nas instirnições dominantes da socieckidc capitali.••w. e :issim f-Jzer uso rrí:d, 91,mn<ln as <,1)m1,1nid.'1de!- de rrnh:ilhadort'-'- desen,·oh-er::1m ,~ modo lipi,co
11utoconsciente de uw.a \·elha tt'cnica de pro;etar ' 'imagens de ordem ct)<;.mim um.i r~çiprucid3dc socialmente cmoti,·,1 e ÍOrtt: que fo i rcspons.ivd pelo
no r lano <h• i,::rcrif>nti:1 humaoo, onde e-las posS9m fornecer eSl:ruturo para a abraothmcnto doo lertÍ\'Cis d cicos de um sistro111 opr,-ssivo de: saMrios. O
ai,·.IO'' (\\'lll-atli:r . 1971, <178) . C.on~idc:.rc·st' o projt'to <lt reno,·:açlo urbana do St-mi<lo <k comuni,.h1di: tem sido si~nific;itivo (omo .inilkio prott'lo, na
Cemro Chark-.~. em Baltimore, cujo rontÇílo é ~ Hopkins. Pla1.a, utiliza.da cidade iodustriul, desde- es:,a época. Nos primeiros estâgto.'5 da \1rbcmi7.ação
somtnte f:()f \·a.µbu n005 de hora do lançhi: t r('SCrvacla püra coco.,u·os ritu,ü.~ industf"lal. a ro;iproçidadc cstav1t ba..scada, cspcci.tlmcnu:, em rt-la(,.'-OCS extcn·
oe,;isinnals (:. Cit;-• Fai-r, :ílS demonstraÇU('S-anuais ami-guerra). Ao sul, a proç.i. sas de d i~1üJadc, it.lc--nlificaçõcs c'.r nicas o u r<'ligiosgs, ou no agru-pamt1110 de
li~a•sc por um tahuleiro tn0numerua\ a um <'dificio (lUe abr~ij.t os escritórios p.1nes E'SJ-"C<Ci6cas: da popu 1.iç~ sob al~lln\á ameaça (o sem.do de comuoid.1de ~
d0~\'t"?l'llO fcdi:rnl: ao llOfte. le\"emente mais alta e mais ele-va@ , es1ã a sede lxt!.lame fom.• t-m .ireas dt' mi.neraçllo, ror e:-.:emplo). Os.aumentos. de mobili-
da i\1t•tcan1ile Safe. Dtr:c)sit and Truc;c Company (ii ir\Stituiç-ão comercial cbdi: t' !lS rn11<lan("a$ rápid11s na t:-scrut\1111 Sóciâl filf:ram muitú pará dt!ôtruir
dominante cm Oahimore). A nt.ste, um restaur11nte mal succ:dido (qul!m essc:-.s fo\.u.s, Atualmente, km .signifü:,1do tambt:rn diminujçâo de aft"ição por'
rea[n1ent<- ()U<:r çmner t•m uma ig.reja?) e a este, um wnro bonito, mas pe- qu,dqu('f lupr em JXlrtkufor. A p<O:<imidade <'Spacial, a imobilidade geogr:l-
fJ'i<!"nn. Nv cen tro. uma Íol\te acolhec.lor,1. O Cil)' HaU está escondido em fic.i e a reciprocidade n~ comunidade esl:JO indubita\·elmence relacionadas.
qu:11ro blorm mais :1 esce. Gr.tndcs cdifkios comerti:1ís e :i.lguns blocos ck O dedinio dess.t forma trOOicional de rociprocidade em oomunid:iicles
;.11xirt.tílll'nto d!? prestl.Rioe.st:ão. s\"idarncntc, -agrupados em rorno do Cl'fltro. ~ urbana.-. (bastantct la.meneado ('IOr atitores como Jane Jacobs) tem mudado o
i:..•;o tudo rt:almeme <liieremc da dcscriç!io d<' "Wheatley da cidade.- chh~ fund on:1me11to da comunid.ide urbana. N.i cidade americ.ina. os \'i1lculos
antiAn?
24 1
240

~nioose uma l'stnuura ctJmunilãriíl unicarfamerne fechada füeram 1l"lui to no pira L'\'i1ar confrontos ant~óni<.:o!. e J)fO\'OC,l(i'léS. t oma reciprocidade tácita
l~a<lo em ajudar a re.~lsür à penettaç.lo das relações ele 01trc.::1do <k troca n,1 J~ ('()Olf'Ol'tam<.'1lto. torna lu_~:lr. Rd.\Çikl similsr~xist(• emn; a-. ~randt''> rorpo-
,·ida dilii:l e nas rt:IQf,,'t.lC'S hum~na.'l-<lenlro da comunid.ide. A-. con~cias 1.1t,:cll'1'-. rarticularnH.'fllC os c.X111i,don1crndr~ it1tt"fn,1don,ns ( tai.~ como a ITT ) e
d::i rcéi11rocidade S<10 geralme-me lfldi<:adBS como bcnCfice.s dentro da oomuni• n., ,-.•ú\'t•f il~ nac.-immis . Onde qu(·r qu,c o comportamc:.•n1C1 (.'Ompc1iti~·o r::-ttc:-1,;a
dade: o comportarnemo baseado sobr~ t'S.W modo de integ.raç:lo económica mllt.';lçar :, !-L•hrt.·,·ivt--ncia de, sis.tcrna 1:1.:onômit:·o capitalista a rcciprocida,lt- de
kirne<:t: mec:·am..'into5 amplamente mais ~lluros paro a provis._Jlo de ~ns C! St"1'- n11J1fúrt:111;c.-nto !XJUC' enlt:'r)ti• romo modo .ilk-nuti\'o de int~r&l;,' âo ~<HlÔ·
viçnli r~i'1hlic.:ús., do que o q ue t't->Sulcam da lógica de uma <'IÇ<lo coletiva bascad.1. 111ir,1.
m1s autt) ·intera~es individuais (veja-se Olson, 1%5). A reciprocidade basroda A n't'i{'ft.lríd.1f.lt' <' a redistribuição si'io antii,t~ C' ~:Ir, modo~ Uc-111 e~ri::rimeo·
no mlnuu r~peito e a1x:iio entre os indh·(duos na cc:unu1\1dade podem, por 1.t!.10~ de· int«Jtraci:iu cconúmk,l. l.ori~ de 1erl'm <lcs:ipari.:c ido com a 11<:11t·trit•
is.,,t1. forr-..."<:er um.i fome potente de rc-sht€ndá ~ J'('lact:ies humanas mercantis .,:;.'!;., Ô(1 n111:rn.1t&1 J,: 1rrx.i. ~m t(x!os (I', a5pt ,tt:is da \'itb , e:-;~:s m(ldos m ..is
implícita.'> no si..-.tt:nl.a de mercado de troca. Na medida em que ('Ste modo de ,·('lho, c!c.· ilHC'i,tra\'.-:io (Con(mtit.·~. e a, f,irn ius :.uc.' iai~ corn a.o; q11-a:i<: tles estão
intci,!~ao ecMôrnica d<dinou) de f'C.-rmiciu a ulte rior penetNiçãodas í{'laçôes relaçio na<lt:6, adapcamm·se pata a$Sumlr TtO\'OS e m;,1.~ si~nilic.ui\·o.s pílpéís. Os
hu m11n:1s. r,do n\t:roido de 1toca. rl)(l(l(1., <ll· in1,:~nu;Jot'l..'tlf!Ctt11ic.1 n iin po dem :-.c.'r ~ ntcrididos isol;1(l:.1mentt· l 'tllre
A túciprol'idade n!lo declinou, contudo, coino rnuito!oi das observadores ~i. Ct~fa um l.· clt:finido , ..,,m rt~ktt,'5(~ ac, pa('(!'l qut! dl'~mrx:nha l'is•J·1is ª°"
pt'n'i.lm. El;:i .t\!>.Umiu llO\.U. !omias. N:.i. con1unidlde o "oomport:unc:11to de ü utro.<:. O urh;mi~m1), t.'<lnlO ,1m mo<lo c.lc vid.a. indui todos os 1rl-:s moi.los dt'
,·iz.i nhança·· foi 1·c:-dd inick, {Kdler, 1969); c:k ~ornou-se particularmente ial!t•l,.!f.i~·:lo t'<..in6mk'íl. a,;sin1 c1mu, :.s formas :-;ol'Lt:tórias com as quaiscLllla um
si~ iJtC:.1tirn (."l,mo modo dt' comportamento que re.•;sur~ cm co1m.ini(l,.xles e\t;l .--.,;,oçi:ido. A cla.,~t• e a difcn ·ndai.;ão Je ,,rdc.·m C' O!- í"'1cin1e;; c.k· ml'ifUíl
sob ameaça. A re:ição polILica das comunidades urbanas 3 ;iITTC'.i{."l dos ped.i • r...•., r,.·íto e <1pc:,io t':'-tlk• c.:uidach;c;.amentc cntrdai;;ados n,1 vida da m(•t~-..olt!
.Rtpl"i roJo\'i.lrK).,<,; a amo:.:;1~'11. de ser" iços nod\'O:. na \·izinhl'loça; o a\'fülf,.lJ d~ (."<lll!t·rnpc,riint•a. Simihmm1ltc, a ~strnturll fisica da cid:-ide 1'f•Rt·k n cnmbma-
e'.'>p~:u lll(,'ilO ítvan1lla do E~ta<lo e1c. é explic:ixel como a emergêoci;t Qç rt:.'O· 1,,iu pt•(uliar {lc (::1d11. um•1 cm wlaç1<1 a 1•1trn. O t.:t.:ntro simh<ilit"<l da ddikk•.
11toc::idackqua.n<lo sc toma apm:nte paro todn.'i que a ação basead.i llO auto·io- l"(Ml l (·nfo~ · t'll1 prc:-.llµio l' Jl iJtu s . os lx-lci:'i, contornos. a<, .if<:.l."i dt- moradia r,ti-
kíes.'it indi\·iJual automaticamente pressagia a ruioa. l•lil.:;1. a aniuit...1ur.t a,;:rntchc.~;mlt.' J.,1 d usst.: trai,,dhador.i <1u <la \·izinh.anç:1
H.l. tamt>ém, m1rncrosa'> ins1irui(t>t:'$ paroquiais cm Que .'I ceciproc:id::itle Nnica dt11tn1J;a IJll:tl :t ['('Cifl(od<lick· ptidt' tlor·e ~c:r, ~s ~ r ('BS e.,;p,1.~ifica.~ dt.: re·
ruk· Rorcso.>r, Cltth(::s politiros loc::a3s. a C.tmara de Comérdo. uniões de i-idl'n(i::i (' m111i·r,fo t.'úll'lO \<.tlv r J1,.: troca. l(lfíl•~r-.m1-sc o cri1ér10 ÓL' t1SC) na-.
,,e~i('ls etc.• todas padem cs(a-r marc:.1das. pór reciprocidade de c::ompona- mfü,s. dl).' l'.'iPL'Culadore!> e upcn1tlorcs cnmtm.:i1üs; .sil.êl- todas rcp!'(.·S(•flf<l(,:{)e~
rrv;ntodent1'tida or~aniz.ação. Esseo.1mport,1memo pode ser 1áci1oe impllcito rnnll,.i,·t.·i~ dc,)1,: \,\rio:,; ninckr.- <le integ,r:açiu t-t.'ônómK.:, e social 1)('f'S('ntt-i m,
- uma filosofia de ' ' \'ó C::ê roça as minhas costas t' eu coçarei 35 suas" S(X' it'll.ldl· l'<lfltl -i11pot:.i11e3. A,;, 11ua1xes sfü.l muitas..,• .is imera~-õcs ~,10 comp lc ·
colú<"acht na prátK:a di3ria. Nao ê preciso (.-0Mpirnç.lo. lllt'm regras explkiras do :o,::i:-. ~ tas, rut.tS.mo na me:r(1('11._,lc c;c,m t>mpc,rane.l, et.)ll'l mi.la a .sua rompkxidatle
jl,.f!O, rorquc:- ~ sur,!:'!ir um côdlgo nilo esc:r•ICJ ele 4.-onduta. entre as pessoas ou manifl•.~ta. p;,r<.-a· que e:;st'S cx11<.-dit>nte~ interrr1..111ti\'OS ser,'C';n bem quan<lo
oriani:r.a{:i"K"S que se o lham como i,!luaü: por razõt,s pr:igmãücas e ideolú,1,tica!>. l'ou.,;c:.m•~ t-011::.trnir uma troria do urhanistno que ind ua , rC'alisticamente. a
E-..~e c::ódi~o ~plka•.se em poli1irn e ne~io, assim oomo em :'r reas ck ação nt"C."t•ssidatk: de (."(l(ICt'otrar e: de drcular m.1is•valía. as.'>iin 4-'0lllO ::t nec~'iklade
social. A m::-1iorul dos parlamentos lem certa at~fora de ''qu:i..'>é-duhe· •. e dL· construir uma economi.a espacial na qu:11 M vário,; ml)dos de inte~raçllo
os hom,;.,ns de negócio podem reladc:w1ar-~<: empatica1nenre. mesmo se s5o t.•cull(i mica po~sam funá)oar· efr.ti\·,1rr.ent'c.
comJietidores honorários. Snh ct..:;as t01.diçôc-s, a reciprocidade torna·se um
mot!odc i1ue,graçio econômit..t n~ b.a:se económica da .sociedade. Ela orcra :,;ob
rondi,:,.«c~ limit.adas. m.1$ importantes, çai;b \'é7. que se torna dam ao..:; rompe·
tidor~ que a com~1içfto .intagónica lê:,·a.rá à descrnição de ruclo o que os in·
ter..,~<1a. B..1.J·an e Swef:zy (19''18, )O) i1mam como as três majore.~ companhi:.1s
d€:! :.utorrn.wei.;: dos E.(.;tado..'i Uni<los 1'l0f'Um-se con,, ri:$peito a cada nma na base
da rt"(:iprocidiwJe. desde que (';Ufa uma reconhecii que as 0t1lr11s tê:m e norme
rock....- dt> retaliação. Ê l,.'Or isso que uma p0litica deliberadamente C:.llcul!lc.1a

242 243
T ercetr.a. Pane
SÍ~TESE
CAPÍTUI.O VII
Conclusões e Reflexões

Os ~<:i!<i. ç-apitul~ m1t<.'rior~s dc-M~ lhro caroti.t'fiL1m-sc pela an.l.l.isc, Fal(a


tlar mn p..1~w íim1l l'fTI din;>çTu :\ síntt,-sc, para tffitar filtrar algumas conclu-
.~e..~. ~ào (•esta uma lál't"fa: muito diíiçil. quando se- est·á preparado par-,1 lent::ir
unw fL'lons.iit11ic,-aoJo int'todo. uma refuffntllaç-lúàos,enritbem tp.1e (1()t.lemos
b lar vali<lanl('n,e <le uma •·teoria' • do urb-aoismo e c..le uma t ea,·aliu.i;:ão d!i ria~
lll ft.'7.3 chi m banisn)C) em ;('.(:us contextos histórico e geognifico. Esses são
tOO:wia, ~ra.ncle·s "se:1'k1Cs ... l\ta\, desde: Que oscnsaios reunidos ~ui estão or-
dtn:.ullx-.: -.e~undn um caminho evolucionista de pc11S!lmemo e experi~nd :1,
r :m ."<:(' narurnJ lt'ntarche1tar a al~umas cond usues que pOS,..\am .'k:f :,;u:,tentadas
corno um ~ rx-lhu nu qual rdkrir em relumo o qut" Íoi dito. E.~~ corn::h.lSOes
n;lo ('1'1d, tm ;l:(•r arbittâr1:1s. El~s 1<:m que ç.s,tar presentes• .1inda Qtk dt- k1rma
l.,tt"nH: l' impl!cit.1. no matt:rial já .lJt1'C'S(,'fll1ldo. Urna c(mclu..'i\ln n:l1(1 d~·e
r<-rmitir se mtroduzir rn~t(:ria nova. mas <lpéna:,; rt.•ums1itu ir a anterior.

Sobre ,n.Uodos e teori.tJ,;

L!m kma pc.•rsis1cntc- ('!l1 toth es1t livro foi a bu.::ic.;a de ni-\'.uxlos :1rropriados
L· ,re II nt:1l'.c1nt'.L11r,·i:io a11ropri:H.lil de teoria ~trm·é.s ck que .se pudesse: investigar,
dcti,·;.unc-mc-. um ic:í!Ô1TlC'nO Je p.rnn<lt' wmrilexidade como o urbani~mo. Pa·
íét:t' C'c:flo. p1.)r(;Uilo . c.xn11c:,; ar por tinu- al,ii:umas conclusões a respeito de mé-·
t1.:<lo e tt'Ori.i.
Pc-r\.'i() .~cr \'L'l'<l.i.J e c.lilt!1' qut· a cohil mais imponame a S(."f aprendida no es·
1mlotk1 trabalho dt" Marx ésu.i coocepc,--ãode metoclo. É a partir <.le:ssa cot1cep-
c,;Uo d(: m(·tc:)(!(1 q u1,: :, 1~urfa flui mt11,1ralmcnte. Certos asrx--ctos do método de
1\1:trx dtn·rn .'rt:t cnL"untraJos nus t s('ri1vs dc seu.s rrecurscircs. Leibniz e
Sri1\t1:t.a ft,t nL•n :ran1 modos rt'laciun.iis de pt:<1:.amento e um oonccito de cowli-

247
d:1dt•qut• l\1:,1rx :ic,:c:itun amplílmeme. H~I dau uma \'l'1'SÜO da di.1lt.1ica: Kant lh~1 cenas 5uposiÇ(.1C~ hmcfa.mc.'fltais a resrcico do modo pelo qual a realidàtl~
(;'..'i(;' \'S-frltlurnda e or~oi2ad:1. Ollman o dii deste modo; •·os µif arc:; ~>él'l'lcos
rrorú~ inLinwrô~ J u~lismos rar.1 serem r('S()k idos: os economista5 políticos
inµk·'r(•:-, ftlrnt-cenun mêtodos pr~ticos de? im't"Sli,gaçilo da~ ath·idade.'i materi~is da o omloJ1,ia <lt• Marx s:lo ~lHl <."Ofl<.'t'J)Ç""J o d3 ~alid.:ide oomo u ma totalidade de
d,1rn•duc;ilo n;i ',()('ieclad<?. M~Dc uniu 1odcts "E"5:!i<'.S dc:m ç ntQ'5. d ifu...'ifi.~ (c:- mol$) f'<)fll'1' imt>rnamtntt rcfa-.:ion.id,1~ t' .su,a conççp(.io dt:s:sas J>art~ como rt'lações
l"'Hft-.tillliu um n1ctodoqu1?. pela fo5io dn teor ia ahstrnta e da pnitica ctl'f\C1'dll. ~hcrt:3s. de u i modo que ça,dii urnà ('Oi sua ple11itude pode re,-,resentar fl totati-
rx•rn1itiu a çr i,u,:.!(l ,.!<· u mi pti1.t ica te&-iCít a,rnn~s do qoal o homem ('(Xlia ;intes datk·· · (197:!. fl). Examirtt'OlOS essa coloc,1\'.00, Muitos atitores to&:m arJ?umen-
n111!d11r ,1hi-..tllriu &, qm·t -~ r n,okl:ado p0r ela. l\fo.rx ,·iu o que ninj,!uém antes rndnquc.• a socitffidt· tem que ser emendida como umn rotalidade. Ma!., hâ di-
Linh:1\'i,w: q tlt' o:-. inumt-r,1\'eis du;ilismos .que cerc;Jm o rc.'rn;am1mrti o.:.."ldênt:d fvnm r~~ modos rx•los quais podemos pensar a ' 'totalid.1de" ' . No primeíro caso
podemos pen.si-la corno um agregado de elernet1tos - uma mera soma de par·
lt•IHft• l ' h1ll1>1. rn t· •• natun.•u, 1.'0HC' foto e \·.1lor. entre• :,;ujeito e objeto. etllt'ê'
1

lil'lt:rJ,".k- l' ll\.'l'l·ssiJ,M:k-. e ntn: 11 m<.'flt(' e ô t OrpO e c:1U1'c: o l'ICl1S.1frk l'IW t' a 1e:,, · que('ntram cm combi1t11Ç1io sem Si.'l'Clll construidas por ilguma estrutu-
aç,l11) p,,:11fü1m ~(:r rl~,lvidm ~n1,:ntc,: itnm :.~ <lo t"Stutlo da prática humana:~. rn pr<"-'xisrcntc tl(>fltrotla tota.lid:aJ (', Se uma estru turo (tal coioo uma eslrutu-
qu.111i.lt1 füú•s.,;tirio. -amwt'.•s OI.· sua cr iar_~do. 'Ê' ('t•rtanwm1.• u m iflfo rt\'"inío qu~ rn <k- das.."õC's} sur,ge na mtalidadr, ela r:ode ser e;{plkada como algo contingen-
muitcto; ,h, :1:-.~im t hanwtll,, marxb,tas nsic1 tl'nht1m entendido t'SSC mc.~ od<l te ao modo rt>lo qual ocorre a oombinaç:lo dos elemffitos. No segundo caso. ~
tOl:~licfadt1- i! visrn (úmc 11.lg o ''t>mc rg~n t~" que tem exi.stênçia il'ldependenrn
ror1.111t·. <ll· um 1111.~o <.•u t.k• l1utrn, t'l{'s pcrtk•rnm o ir,,ihrte<.:ioso q nC' ~ nha•
ckm1 .11r:w(•,; U1it."it11c-",cJa, ohr.t..~ OI: r\1an:. fdi1.111t·11tt·. ,~,as obra.,i;. pt'r manc- tk· sua..,i;: part(-S. :~ú mesmo tc:mpo que: domina o caràtc r das pa rtes que c:011té1n .
n ·m (.1m1111t•~1,·mm1hu ,·h·o <k·s.~· rnN,iJo. t• o dt,gmatismo (\'l(reiw nâo põck A t·xrlic.içUo . nc." -l' :o.t.·~undo CftS(1, re1tra-se nas leis qut governam o compor-
r\•r nmih1 lnH)"' 111<Hfü•r -~vu pc.xl~r. Fdi.1.mN1l(', tamhétn. a cienci:;1 contt•m• t.itrw..•mo da t(l(~Jidadc. e r,odc.- ()(.'()ff<.>r sem rck-ffncia as partes. I-la um caso
l"'r,l rw.i it·vi1u ;I rt·d t•:,,(1,hl•n,1J11111l•t(1<lc1 pdos tlUt' nll(i p:-0.:m. iiJi.'ls, olhar 11~i row.:rinr " sc-r t'Otlsidcrndo:
pr,'>1lriu.., n 1mi1 ·•in,1rxi;-,.t.t~" . Talw:,, u cx\/r.nrl,) m~is con:;i~t<.-iltt·. d.:i t1f'IOC.':l "r\çima e- alt\in dos t-squcm:is de as.sociaçãô átomi.stica. <le mn lado . e
,miai. -~l.•j:1 Pia,::.:1. Em s.:.•11 tr:1:h:d ho n•:-.mni1.fú sohre 01 PrinclpioJ da líl(:didadc-s t"llk'r~•nh'S, dt- 11utr". há um terreiro, o do estruturalismo (ll)Cfa-
t,;pistemolo,i:i,1Gt•,rf J;ctJ ( 1')7~ a)c:- ~n SC.'1.'i tràLa.lho$ filosóficos sobr(• E.Jtr11r1J- <:i11nal. Ek• :1dota &.-st<.' o pr indpic1uma pe rS['X..'Cliva relacional, de OC'(l("do com .i
qu,11 n tk> 1>:in ll(' m c.1~ c·k·mt:'nlos nem ti t1iclu que $e explió tam, dt: um mndo que
1.}/ú m11 <19-.-n) l' lr,tr"spuç,in e llusüc$ du Fil<m.J_lia (197:? b) Pi~('( che..l'a a
( 1nm u.1ilf'1..·1ir.-:l1.1 dt· 11K'ltKkl i.tUc t ~tft muito llróx.ima. SC"Ol d1i\'id'1. daQur;la pra-
ainda não se conh<.'ce. ma.'! :.ã(1 ns relaçt:C.'\<'tltre o_<; elc:-rne11W'I que con tam, Em
outras pol:n-r3,:;, os proçcdimentos lógicos ou processos n:,1tun1is r.:<los quais o
1in11.fa J't•r- :\farx: um Í.St<l Qlll', t'lt• in.si:-tc:, " ( um11 quc5tão d<: co,m:~r gê nc:ia e
tOOCl ~ fonnt1(!n s.-'io prim:iritlS., nii o o 1od11. que é un'>tJ(Jfü,rHe d:t'I: fois de <.'Om-
11,k, dl· i11fh1t•111.:1.1 •• (19"'.? b. ~0.1). E (; c;xat..inx:ntc; e:.-..~, ~pl-cic de com·crit't1cia
po~iç:ll) do si.$1('ma, 1>1.1 dos den'ltnllt,;' ' (PiaJ,!t:t~ 1970 . 9).
qm· 1,çc1r1·t· : ltrn\·(,s ,los <.-'f'li;:lio:S fet.Hlic:ln ~ ll('SU? li~•ro. Es...-..a L:omer~ncia dc•,·e
~farx ficAria ~ufpl't,;,;c, J'lf'í ('.flm11u·a.r·!i(' dt·saiw cwrnl um ; 1 eo;tru1urnli:nll
~:r e q 1 lir:it:.da.
c1r l·rnt iooal' .... ma'- o ü lncdto d~ tot~lid:c'lde ao qual Marx recorreu foi
() •im·1..,m:.ti1ui .:, nll:ltitln (k, J\ larx e como (XXle e ito :-1:r t:xr•<J,'>to? Es.:sa:; s.."lo
t•x~tarnentt' o dt~ta terc~ir;.1 t'f,,fl(,'CÍt'. tTiino Ollman (1971) ini.li.cou. E~sc ÇQfl•
qm-,,.1f11,.•~ difkt•i;,, ck· í<":,,Jwndcr. ahs-trat'Jmt'nH•. p<.1r<1uç o m~·toclo W p(klc ser
l11.•n1 nm1rn.·1.·. ndiitu atnt\'(,,; Ul' 'itrn rr:itic:a. N~o o h~t::mtt:, p(X!t:'rnos J jtcr
c.:c.>it(• <k totalidEidc (que- não e muito dif.érerue do preposto p:ir Leibniz)
Ji...\·a•nos Bl'lffgUOlllr rnmo .1:0. loulídi,Jes s..1o ('Slru turadas e como essas estru-
al~1.1 11111t'C •i~,, ,~obre i~so. ~ ta.ltd<~cr al~uns brr,·es sinais, .se ,e o Cj,SO. Ollman
turas mudam. Pat.1 liJ:u com o problema da mldmç;:i P ia.gel introduz. o con-
( )t>7t: 1<>7~) tent,,u cri:1r uni ,.;uia 1xir11 níi.~ t:', :acredito, {oi muito bem stKl.."di-
ceii.o<l<.'estmJun1 em JrtJnsjo,maçilo, :ugur11e111ando ~uc ''se não conti\·cssem
\h A-.sim. d,m·i doi5: ,~,so.~ a())Oll/,(Od1)(.lflli1lh(lq Ut.' ele iíldica, t>c:i.:amÍntl.11.'i
a idfia de tr::1n.o;&1rrna~~'- as estruturas perdcl'iam toda a sig.nif1Caç-.'to ('XJ1lia ui-
utlflti,lt•~ia t· "t•i)i:s.tt-tllíllo.i.!,i:i dt' í\farx. det~ndo-me em CJda c:;h'tgio pat'à ton-
\·t1. desde que c:kis se t't"'tlut.itiam a formas cst.tticas' ' (1970. 12). A'i refoções
-:ic~:tc1r L'tinto~•~,s .t~poctO!- dn mdodn dt :'1.1::a.rx infl ut.-néia.ram as análise:-. nes-
<·nw: demt•nt(l5- <lt'ntro d.1 ('Slnlt\tra s;'lo por i~o olh.1da:. C()mo expre~:1ndo
lt· Jivri•,
Ct'íUS rejtí~S de tran.,;formai;;1o .ttGt~•~ das q1,1ais a l:M'"ÓJ)r ia totalidadt' vctn a ser
(r;m~formada. Em nutr-:,s pál~,·nls. a lOt.àlidadc t>sli.14:'m curso de se, escru1ura-
J Otuulogia
d.i pefo dahor:u;ã1., d:i.'i- rd :~üt's em seu imcrior,
Es.st.' tlltim,) ~t'i)(ido dt- totaliJaJe ~ b:asUlmc d1icrcntr dos outros do~'), e i.:
l'm:1 omolo~a (, uma (C('1riu do qm:: exi1>le. DiM."t. )Xlf' i.sso, que alguma
co,-.ee1"("JO que t: o,,.mum tanto a l••brx como a Pia)."Ct- Olllma.11 (1972) indita
ü.1b;1 t~·m ~Jatut omolilf:iroé- di;,.f•r que t:'.'(bk. Marx <lc.<ieO\-Olve em seu tr:.ti.l:l-

2-íS 249
rnmo c.'itç pcmm de \"1.~ca d.is coisas afeta os modos pelo:; quu~ pensamos as rt.'· Sl'ria. taml•l·m. m:lts. do q ue ,,a12,o afirmartJu{• umn totalid:.,1dc (· s i.rnrh.'smente
laç(x.-s t~ntrl~ m ~ll-rocm<~. e entre os deme-iuos e o todo. A roralidade busca tudc, qut> exis.tt'~ um C\lidíttloso cstmlo dos tf".iliótlhos de tlarx ind ica que ele
mokbr .is partts de modo que cada parte funciona pan preser\.·ar a exislênci-a e nunc:a u.111.liideniu tal ponto de \' i.'lta na 11rátirn. Ele conclui. afl tt'5. que e:icistem
ti t".';truturn ~mi dn todo . O capit::ilismo. por ~xempló, hu.sca moldar os e:le-
t-S:trntur:i.,; .'i("paracJ.1.5 den1ro da totalidade. e ciue essas es1rurnrns 1:,c,dc,rn ser di-
mtntos e rcfao:,.i:X.-s dem ro de 5j mesmo, de rnl modo que ~ reprodoltdo como ft·rt1Wi;~ um..11 d <.1,1it1 tra!I. ,\;:,, l-Slrutu~ n~,-~,1<• ' 'mi~~-- ou diK.i'it"s· ·, e
um ~istt'ffia c..·01 1>roc-esso. G.111.,;eql)t:nl<:rnt-'flte. podc.>mos inrerprernr as r't!hi(,'ô(.~ nlt, rx·•lk•lll1)';. ror i~:-<i, r.~tabi.:k.-ççr !iUa cxi:;tC·nda atravCs d.i ('lb~tr,·.i.ç.'i.o. Déíi-
<k-ntm da totali<lack• de acor<lo com o roodo pl'lo qual dílS funcionam para nir tk'flwlllos rd aó 11J1al11w ntc ~ig11i6t11 intcrprctá· los <lc um modo l":ict(•rior a
Jlf'<.-,õL·ri.·á· k• (; rtr irodu;,,i-lo. Uma cooscqfü!ncia que se segue é QUE' ca<la e~- c1li-~•,t:n·:11,/w1 din.·t:.l. O .~i,coific.t<lo &.· uow ~ilo úbS(:f\·:h·d . tal c:om1) çort::ir ll1Tiil
mcnto (assim como as 1nô1w.tl4Sc de Leibniz) rt:ficte dc.-r.uro de s-i todas as &h.t. d~· l(•nh<•. .:_. t-:,.t,11,d c.•. ciOO f(•l:J Õl:$C0bt>ru de St.13 rdai;lo wm a t ·.'itíu l llr:l
ç;.tr.k.:tc.'rh(k.isdlt totalidade porque ele e o lu.1,1::1r de uma liérie dC' relac,.'lit.-s dc-n- lll.li,~ ;uurla tl:1 <111:1] d:i e'.- urrH1 ftàrtc. Sui:i in tcrr,rc.·11:1\c:ãr1 \'Jtriará, rkí'."n<lendo de
t n 1(l,1 to1alid.1dc..·. (À)1-.c,:dtos tais com iorc,.-adc trabalhtlt'éx,'t'<lcntc- tt'm que ser .<;(.· a V<;m.1.-; c..-m rdaçik) ao t'af'itali~mci ou socialismo. ou .~ a c..ulcx,:anr.o:- t:111 n,:·
1rn1,1dm. l~ift•-:empk,. como 11,.-,flt.,-os de? todas as relaçties .':<X:ial!i <I\H! ocorr(.'111 b1r.;'iJ1, a ;i.l;.:.u m.l C'ilnJlll r:.l b.i:-.tame llift-rem~ fo .si~rema t'Cok',_2ioo. pcw exem•
d1.,11m>c.k· um d,1!.l(, m01.ki tle 1n·uduçiio. ri.111.5,t'S.'i(l:i rda~õe<; nao es.t.'l('I, ncressa-
pio). Uma t."Strutu t".t c!t.:\·r ::;er definido, pc>r i~o. como um sistema de relações
1i:10R·111t:. L'm ha,.moai.i l"n-trc si. Elas est.1O lrl-qü<.·ntçmente em CflfltJ'ad.içâo e intt•rn..t'i qt1t• e.tá ('nl Pf1Kt'!,:stl de S(l-r e.-un1t11r:ad11 :i1r:ix és <l..'1 orcr:içOO de suas
dt~la ü)ntrc1<li~Jc1flui o conf1i10. As lr.insforn1a,,~ics ocorrem :itravés da n"SO· r r1.\r,ria~ rt-J>lr.1~ dt- transfnrmaç-lO. Segut""·S<.· dis:,,uquc as estrutu ras tl.!111que ser
lu-.,10 ck-s~t•:s <.'Ooíliw.._, t' c.:nl cacfa lrnm;fo rmaç~ a 1ornlid.-de l· reunitur.:1d:1; ç Ol'iinid:i~ atnm'.·:,;.Jt, um entt'fl<limrnto da:s regrns de lran'iformaçilo que áS ll)Ol-
t·.-...-.a rcslmtor~·;lo em retor1l0 altera a ddiniç:io. :si~nifü:ado e funç'.lo dos tle-- <làm. Di!,$<1 rc..'l(!cmtK rk rh·ar dois model05 distintos l)<:los quais. as CSlrururas
rl)c:ntos t· t'(;b ,.:(11,: s ckntn1 <lo todo. No,·<lS ronffitru e com ra-diçue.~ emt'f.!i!t'ffi SC 1clal'Í(lfl.\i'U t'nlfC .•,.i.
p·arn H11\<;tit11ir o~ àlllii!,o s. l 'rm t"-trt1n 11·11 de.: cll"<lt"t'll rnai!. :i!t:l pc'lc:~ S(•r uhticfa de u m;-1 de ordr:m mais
Sc.~111."•..'i~ <fa nnmlogia de A1Ar:< que a re:--quis.:i. de\.'C diri11:ir-se paro a desco- b.tix;1í(lr ,m·iv<k· um.a U".tll!-.formaç.to. S0b e!.sas oondiÇf~. uma hic:nrquia de
hl•rt.a das rt'}tra:o. de: tmnsfomuç.to IJClas quai.'\ a sociedade estâ constantlmente l~ rulur,1,;, pcl(lt: t·nicr~r a!r.1,·é:-<le um pr<1Cf'5..'-0 de d1íe-renciru,.to io1e-1·11a. b "oC)
S(•Jlc..llJ rt.""C."Strulur.ida , mais do que paril encontrar "canSilS" , no scn6do isola· r,artü· St·r um mmk) adt:qu:ido d1: lklar com a~ relações entre. ror exemplo, a
1,Je-t ([\)(.' .~<.· ~J-:ue dt- uma pr<'S:Supm.iç.lo de 11.Ssoc.:iaç->."o atomístic..1'1. ou p,u-.i iclcn • Olt'l'<'il)Ít' :l 1lt'wloniam1 t' <1 tt.i:Jria da n :fati\'id.1dc ou en t re um 51:,;tema de ~-er-
tifio n ' 'c:~táJ:,k,s' • ou '' k:is dt:"$CfitiYas ' • que ~m'ffn.tm a evolt1ç-.lo da lOtalida- llCl k1rnl e o ~bll'Jll.t 4.: :1dmini..'itraç!io n.1óonal. i\ las, tal visi!Q hicdrquica não
dc.• i11<lc:·p'-'ndc.:11tc.:mc•nl't><X.' :r.u::is parte.'-. !\far:t <lirité, as):iim. nos~ atenção IY,ilf.t r,arcu· at h.•qu.irfa por a intt'fJ'lrt!lrtr a wbc;Jo entrt-, por exemplo. um modu de
o rrr'IC'("'~º (!e cran:,,Ío r maç ,'.i1) intem(l da wde<laJe. Et~ não fala de caus:t!. no r rcxluc,-.Tn <-' ulil:t t'..' ttutur-J e,:0J1.\,tic11. 0,{ .•lih? último ca~c;i. n ~CI i)l)(femo!l dt1i \·ar
St•t'liick1 (..l:1tnum da p<tl.t\"rn. nem 1)1'0pôé um é.';qUt'l111'1 C\·olud oni-.ta historicista
umat •stritl L11'.1 di.: u utra alf'it\•{·:,;: de urna lrnn:-.formaçiio. ls.50 .su~ere uma re,e..rn.
t,,mn al,.l!.mL'> p.ircc('m pens.ir qu~ c.le fn. A transição tio feud:;1lismo ('I.Jlcl o A~ ('!'i-trurnras pcw.k·m ser olhada~ como cmi<la<lt--. St_'fl:tf;h 'é i!'> e: d ifereoci(wei.~
, .1rirnl~~om. por e.-::emr.lo, mTo é um passo em um csquC'r'Oà. cvúlncion ista arhi• (!'1ai·r~fo n<.•Jlhum.a trans.form'1çào c:ici:-tc- pda qual um.i fl\)SS:t dt1i\'at de o utra.
lrnTiu.nwnr~ d<·U.'fJUÍfültlo c0m o qua l f\.far x son llOll , fOil-S e'.: vi!>to mmo trnn~• A ill<'Jflacitlad(· dl' idt'miíi-t:ar uma lf'.ll'i!.lo1·mr,çfü1- n:10 r,,ruv::i, mllu ralme nte,
k)rm:1.1;, ãu m!ccs.wlrin dentro da SOt.' iNb dt!, 'áSSim que! as tensões e:- cxmtradic,."<i t~ <lll(· ('!;1 o.1:ot>xi~t:i. Ü.-rt<1m(11tc. a his.tófi.a Jas i<lêias t·st::i rc:pkla d!.' cxempl<•!.
rfo ~0t-it.dt<lt· ÍC:.'1 1d al \"k·ram à lomi . O ma1erialismo dialéliro 11:lo t' também nns (Jll:ti$ ,1 l mn, fi.1m1ai;ilo íoi ck•srobc:rta ,u n~~c..--S (!c.· e."-!ruluf',c.s il.ftMe-rut"mcfllt'
ums doutrina arhirrariamt-nte inserida suh-repticiamem e no fonõmeoo par:1 i11dt111:odc:n(t•s ,1,1t· fornm 1mifiçadas (a ma,cm~ltca forne<.'t' numerosos t-xem-
intt·rrr,i;tar ~cu sii.:nificado. mas om mit-0clo que b,isca idemificar as rc~as de ph,;). !\la~. p:lrtú•:'i:ibi,,_ wmt• 1'(:la!la ~trai. tratar as estrmurJ.." (orno d i~tinta~
u·-.in.:;íomlilção L\t~a'"i·s <l~:- quais a socicda<le é ~ truturnd11. A dial('tica rk <.•n tn: ~i atl' qnt• u ni~ trnmform11ç~(\ possa sl'r idcntií-ica dn.
Mar~ ~- {'<IUlO A lth u-.~r (1%9) e Goc;klicr (1972) indicaram. fundamçntal- Uma c.;rn1,;c..-.;;Ji\fod;i dt•:i-s.i regra t' que .~rnnos (lbri..i;ado!; a dislinguir entre
mcntt· d iícn·n•~ J.i de Ht:"gel desde qut.· o último n,o poosui, entft' o mras. -.:omrndH.i)I."., de11J,a tlc urna (•su·uiuru e <:ontradi,çiws tmtre C's.tnitu r:is. M:;o
coi:,,a,;;, uin n )ncc:ito a«Jeqmidn d~ (O(aiicLtde para tr.mslomur a dfalétic~ o um 1:'i(.'-Tnn,tt (l()(:rll). íl(lJ' t>x(•mrlo. di:-;til\_l!ut:" t.'OOtradic,:ües ckntll.l do pO\'O (cntr<.·
iri:.-.trumffltci t'ic..'O. m,iis eh que: c m ;1:lgo arbitrário e estéril. o tr..1balbu inrc:k'l:tu,d (' o manu.il. ror excmplo)e comradtÇb1. s ro11c o pome 0

Ate'.· aqui 1rJ.tam<1s de totalid~es e estrulurc1S, cromo SI.' fo.ssem s inônimos., ~ St·u:- inimi1-,'f1!'i 1dif(,n ntc~ act>!i:-OS ,1 m,prít d3dt-. fl('í CX<'mplo). As duas c-s~-
dl'ixi'lrllM <lL' cons.idera.r c.."úOl<) a.s tornlid9de-s e esm11t1nll- podem ser definidas. l'it'i-1 diÍl·k ·ntt·.-: ck: n )illr'adi1r.;,'k) :1r,r(.!~ nrnrt1 pmhk?m.a'> h:isl:ml(' dikr<'f'lt'S ('

250 251
tt-qt11·n:m mnlitl,i!'. <liít.•r(•nti·s par., ma n:soluç,J(,. Godrlier ampliou, 1'ff't'.'ntc •

il"lento dé ~ua r-,r(:t1riasoon1radiçt-.es, Oh'l!> atrn\~ de um:,1 contradi(,ãol'ntr~ s~1a


,,wm(•. ,·.,S<· r:mhi <\tfil.\'t.'•s dt- cuidadtJSo e-x.tme dn (X1nu·adi~ilu no-; trnh.1lhos Jl,
i\ 1.irx , l lJ:'~). f.!t• :-.u).!tn• lflk' muiias da.~ <:nntradiç(lt":'\ qt1e i\1arx c:<p(l;'i. er,im d:• estrntura psitológiça interna e :.1 e:----u-urnrn Je suas cond.içÕl"5 cx~ctnas cli: .t:xis •

tt'nci:1'' {l 972. ){).:). CC'"Otralizando :-u:i :m:ilL,;e na l.)as(' eoonômica da ~,eda •


\·,trN"tl:1di:· intt'rn;t, 1m1s que al..i,::unli1s du.,; mah hmiramémais ckn:•m ser
tft>. ita,x niu ~tani dc-scart:1ndo:1r~umeruos cJessa C"Sp('<ie ou necessan:1men·
i111Hpr~:t,~b, t'Omt, i.:c1nrr.idiçik>s <'flll'(' c:~tfuturas. Poc exemplo, a est1'utum
lt' acdl.tndo (lUC.' aba~ ecool'!mit :i. fosse superior a todas :is outrn.'i ~trutu~as
d;I\ ton;,,,; p(1x.lu1i,·a, t ·ntl',m! t·m (.'onílitn ..:om :i ~·strurnra d:1:-:; n>l,,çô<:s de pm-
curn U51.iuais d.1 IJOdia entrar em çon.flilo. Certamente. l'.larx su~re. <.':ir,ecill •
d111.-.ii• um ü1nflit•• qu1,.• , (• t•.xprt~'l:l nc, c:tt:\1(1-r (n.'S<.·tm~mf11tc .(;()(;i:il <.k1 rn:,.-
c111meruC'. que o mod1 de produção <.-apit:alistll diminuir;l siste~aticament~ sua
d1l\~to n1riwfi~1,1 t.· l'H• <'tlníu:r Jur.ivdm("J~l't.· priv:•do dt- n.:.sll"içno e ixm.-;umo
nq,it,1.fou. Do 111t-snH1 nKKl(). ij su1it>rt"~nitura ~,btc- :'.I qual l\larx frc.>qüentc• prõpri.i li.1.."I;(' i.k· rc,:-ucsos e. de~te ou de outro modo, dc-stn11d ."-~ condações
<'SScnd"i,; de ~ 1a 1,rúpria Cíllllinui<.lac:k-. A l"'"oluç:lo dll :i;1.,ç1c..-clark mrno
nwnk t-:-.Lrt'\ t·. ck.·w S<•r cnnsi<lc."l'lkb t.'umo sendo ro1lstituida <lc estrutura..;; St'·
totalid;«:lo.;. dcw, por isso. ser imerprernda como r~·:mlt~:lo de ';Ofltradi(õe:1-
1~.-1rad:.t~ (pofí,it·;\s. id1.·ol(t),lk.ts. juridirns t<tc.) nenhuma dns quai.~ p()(]c ser de-
<~rnbelecitlas tanro <lenlro como (.>Jltre cs-trutur'3~. Esse tema fJ01 em tOOO o
ri\·;Ld:1. s('j;1 t~J 11mm. Sl'j:l d(1::;, (."1-t rurura.1; da b;1sc ccon0mka da soci<.·dll(]e por
t~:1h.ilho OC :i\bn ç flu i n:11-urahncmc de SUi'I onrologia Msini..
11111:io dt.· um:'l tr:m~formaçãcl. l\hl:-, d iit-r QU(' as estruturos podem ser distln•
fa.-.u.~ qu~tüc::s tle ontolo$tia silo <lificei5 de reter guam:lo ~lúcll<l:u: crn abs--
~uid,.1,s t:flln• tj nJn & d i?,l T tl'JC.- daj crnluem autonomameme 5em intera..~ir
uato. ?,.las, elas sõ½ bastante fondamentais. parn l'n1cnder mu11os dos. assuntos
l'nlit· ~i. A-; ("\"l•lu-,·f)(.•~ :o.t·1Mmd.1.S na surerc_-;trutuni :;.-lo. a,sim. \'isra.~ oomo
abord3Jo& neslt' lh-ro. Qe,.-eri:unos. olhar o utbani..~mo como uma estnimni
k,ml,- til· <.'<tntr,t<liç;:.1,i. ,n, mt~~ino tem po <llle l'Kis,cm fr,:qOcotemenle conflitos
q11t• pode <ler ivar da base econ õrn ica da sociedade (ou dos elementos :rn~rc:.·
funtl..1mt·n1:1i~ t•ntn,.' a b ;t~t' ('<."'<Hlômii:a t ;,1~ estruturas m1 ~u~r('5lrurnrn. A6r·
truluraL,;) por cru;io tlc: uma tra.nslormação? Ou deverhtmo:>. Cllhlllr o 1;rbat~1i11~
mo.10Jo <1 p 1·iina:,.i:1 J;i 1._1,l• ('Wl).lmit::1 l\t:irx c~rnwi pmpondo du:.1:. rnisas.
como um~ e.sirutura scparacb, cm interação rom oulras e;truturas . De1xare
l'rtmt,.:irv. t':_,,l;irn ~uj.!CrintTo QU(' as rt:l:i{(-H"'" (•nln.' 11<1 t".)(fllCuros S:lo C?b:;
t-S~'! (J\lestt)t:..1; de ladci, no momc:nt o, porque elas serão o fundam<.'11lO da se
11ft,11ri:1-. t·stn1ri.1rJllb l11: al.i.:u111nHd1 <lt.-1l1r11 da 1oralid,1dt.-. No conílito emn: a

,,:i
(>\·1•1111.iio h.fü•l'(.'vnômit':1 <b sC1çicd.-dé~ 1is t'lt:rncntos d<1 sur~n.-:-tnuura .sao ,tunóa parte de~'t~ conduS,o. A~1r:t. ftc::i1:i siuis/ei1? .em mostr.ir como a~
<..nnçer\."'-1'--s de tot::ilidadc. d<.· cst1'utul'a . de 1n1cr rd,1t1,·1smo e (ran..Jormaçilo
n, \dli1m'-' ljlll' t(·m 1.k• n'(.l<1·. a<k1111ar-,se uu ~r e!imioadM. Al:i,:uma.-; estrurn· •

<lc l\lar>: rdat·it1r1anM,' (' ll~ m1ui:'rit1s reunid,1.1, ne."i-te ,..o\ume.


1,1, ~.lt•. l"<1r i ,;~(l. iilht.1da,; cc1n11• m,1is báskh de, que outras demroda l()talids•
dl'. A, ._.,1rn1ur.1~ J'I01.km, r m i:,,,,,;l) . ,o;er orJ!.ani1.f.lC:fas em ordem de s.i?.niíicado.
É t>\'identt•. por <.•xcmplo. que .i contf'O\.'l?rsia t:nlte in tt'.<tptctes marxistas _e
o;Ju marxista:. dasoriJ,:<.·os urll.loas, e o õilrgo111e1110 sobre o e.xcedente em pacta•
:,, l..trx, ,,li\·i.mwnt(.', tk·d <liu q ue ~st-xmdiçfü..'$ relad\'as ;\ produç-Jo e ~l reyirodu·
cular podem ~r rç{çridos a diferenças. ontológ.icM. Acomp,mh.indo i\1an,?
(.í11 .~, ..-idu matt'rial •.:i.1m fu ndon~1uài.'.> , e 1.'ll' certamauc- dclernk-u mais
.1rt!1,nt,.m1t'11lt· 1.•,,~• 1xm1v dl' ,·i,;t,"l.. lSS!.l <> IC'n1u ~n Sl.'"1, mndo rxmto princip.tl. unic<1<'1:1111inho vâlido pa,•9 9botd.tr a que.s1ão <la.s orif{en~ urbanas<: dçscobt1(
:.\S rnmr-.tdi(,.'Õ<S inttmas e t:lfü'toas ))í('Sffltes n.1 socii:dact~ prê-urbana e mos-
C,.)1i.111(k1 tt·mamn,; <ilhar t• :-.(,l'"ilxfod(.:' como uma totalida~le. e.leia coi,a lem (lUt:!
1•,;1.u, t.'m l1hi1lt:1 in.st,ind,1. rcl<1t.ic111:1d:1 :h <.sstn1lUra:-. da b.·ue t.\."rn'lOmica Ja
trar c:orno essas contra<liçõ<.-s for-am resol\'id.is atn,·~ d:a tr:msforma<;âo em
fonna..~ u rboams. de nrs,iniz.2(,_·ão soda!. Es:sa tr...insfonnaçíin en\'o]\'eu urna res--
si.llfr1l1dl·. f.m l•lll.-,1, p:.l lan.is. foi a ))r<iduç:it) e n;proc.lu~ifn da existência ma•
tt·rlul CJlk." w11:-.tituiu o pt)nto dt· r.u-tid.:i ("o pomo final rara ;1 d~ en.i das tn.1luração t' uma ret.Xtfl:Slituii;io e.los e.lemenlose relações pre\'a Jeccntc.-S na. s~
rd~·ôt·, <•om· a.'> t siruml"'J.<; d1.'mro <l~ tot;1.lidadt.·. 'Di.."'Sse rx,nto de partida foi clC"da<.k> pr-é·urb.u1:1 em algum:;i confiJ::uraçfo mw:1. Dentro <lt.:.ss.q nova conf,.
1-.1:-.,ivl·I kll·ntiíicar n.·w a.'- dt: tram,fonnn~·;Jo ntra\'éS c1ts. quais esrnitt1rs~ ~uração, no"os elemento.,; e refoções 1Xll.ied~m figu rar. Assim, a narure·u . eo
;:111an ·1lh -im ·ntt.• ha.~1,.m1c M·r,: uacfa....; con(Jil'!uimm riira c1 procc-sso dt' t:..""-rutul'a.r collCL-ito de e:u't.>dt,n1e for:1m 1rnn.(;fornudos:, di, mesmo modo cetmo as real1da~
l' rt>estn.1tuf,1J' a su.:icdade çomo um to&.,. des do trabalho. ,11.lur, n:tturei.a, sociedade e outras. T al transformação gerou
É l·\·idc1(e. t:milo, llUt: l\1arx di:stin~Ul'entrt' a tot:al.id,dr:c as !i'.Struturas que novas COflHadkôt-s e 1ensües (em panimlar, o anta8<)nÍsmo çntrc e-idade e
d.i t:i.>mêm. A c.":'ieolha <l;;i base eoo1iõnüca wmo fu ndamemo de tod,u as antili· oimpo) que e,·eotualmente de...,eriam ter sido re.sol..-idns. O foco da and.lise de
S<."S <."Slâ n;1turaln1c11tc Jb~rl:l <i discu.~•;ão. Amhientafüt.is mo<kmas argumcn •
Marx 1,>-s!Jl. por isso, na conrrõJdiçâ"o dentro e entr~ c:o.trututas e a rot1seqrtence
t11ritim u,n1 a primA;,:i,i ili .si,;rt:m11 ecológico. O lt'J,Wdo do apitafü:mo pOdcrfo) rransf()fm:}("ão da totalid.:adf,. &~a ê umll. COf'ICep:;.'io de coisas muito difu~nt~
a~im, .ser interiircrado e.lo mesmo modo cotno o exc;;mplo ' "frh10lo" OI:' da forjada pot estudioocs n;Io maor.istas (e alguns. ''marxist~s'') que Ope:rafl_l,
Go<lelicr do dinuss..1uro que 0.10 morre atravé.s. do "e.-.pont{IJll..-'<.l deserwoh·i• tipitiffil("lll~. na pressuposiç!to da nsroci:11;,'l'lo aromistit:0; dai, a ronst:inte ~ 1e
de· 'fat.nr~•• q11e são indicidos corno causadores ela ,gênese urbana (rndum<lo

252
253
as ÍlllOrts (>(."tm5micos providos per .alg uns ''marxi.sta~' ') - -ou <n•e :apel:un a que: ~t!lo em conflito éf'ltre si emerge no Gipítulo 6 como !I chave para
idéias sobte totalida<lrs emeq,temes {t.1is cumCJ CJS conceitos de .soli.durfodade enh:mk.,r as quc-~tõc:.s de dis.tribuiçlo. &ta.dos de consciQnda silO produz.idos
mLdnit.t e Oíf,:lnica dt.:.s1mvnhiidos por Durkht.•i m e muito us.ados p0r autores dcntro(!a modo de proch.1\ffo, n:IO de maneira urbitraria ou instantanca .. mas
t."Otno \\'hcadey) , O ar,!?umc:nto sobre as o rigens. urbanas pode, assim 1 ser rur transformações e pl'('..Ssôcsquc se referem a mc<los protuodtimentc arraiga·
nprcscnfado 001110 um -arnumt'flco sohre mt!tod• , t.· <:m 1)articul.ir sobre pres· dos de pensamento: reforma-os de mancira que eles se wma.m ampbmen1e
sup<1siç<lcs vntoló~ica-5:. Uma vez que essas q ue~ões fonda.1net1triis de método -5:ustt"nuatlor~ da c:strutur.a de produção existe nte na sociedade. Assim, os
estejam 11!'Wh·idas gundc: 1,anc do ur~umemo sobre a evidência desa1>a.r<-'<'Cfá. t.':Slàdos. clt-t..'Oll.'icit!ocia li~2dc» à tt!Ciprocidade e ã tt'di:Uribui(,·,,o, (;Of't'IO mcxlos
O 1ll('Sfflo contrnst1;> t;>'\/ÍStC' c,•J)t:fé o mt't<X!Q t'OlJIJ'<'.':.Jdo oa Parte J e o çmpre- de inkF,raç~ econflmit.-.,., sM tra1\SÍornurlns par-a satisfa7.t:r .is ncct-s.sidades de
~do n.i Parte 2 JL-stt volume. Um exemplo pú(ie mdhor ser usl:'do para firmar urn:1 socied:ide OJ:!ONt baseada no merc:uk, <le trOC11. J\ ddit1içâo de rend~ é
c.-s.~ fl(mto. A redislribuêc, ~u de rend~ real em um si.sn.::ma urbano é o assunto 1rans.fo,mada, assim que oconhecimenw !-lt 1rnnsforrna. O !.ignüic.tdo e :i de6·
do C.-11,ltulo :.'!. A. att-1}Çâo t' ink'dí.1tarm,'flte rt'1Hrnda na d(•finic,ik, e siEmificado ni~"âo dt" rt'fld.i rodem, por isso, ser vist<x'i como algo qut'é ''prcx h11.ido'' sob
da "'t~ntb · ·. As pollticas QUe St.' destinam ~ desem·oh~er re<listrib~1iç;ro de dad" rnoOO de pr4.Xluç-ão; ele eX()f('..~ll .1.s relações. sociais cxiStcntes. em vm
rend~ podem .ser irnprimi<las l')Qf uma muda11ç.a na defi niç-Jo e sigr'lificaclo so· per~Cl hi.~ukirnparticula,. Bu.scandL> tedclioir o concdrn tlc rend3 Tiunu.ss.
t:isl da renda. t' isso pi.d • fu.1.er \"'Ohar ;;i disrribuiçiio p:1ra a posiçJo origirlal; !\-l illt't e R0b)' csulo iipc:ias buSC{Lttdn ~tuali:r..tr·se com o modo pelo qual as re·
e..<;k é um t.·xc;nmlo<la totalidadt: mol(bndo :is relac;~ dc1uro de si mesmil.4- liiçt~$ S('("i.Jis esti.lo mudando na socied.tdc. Posteriormente. ti separaç1l.o entre
pa.r:a ("f..11'\..\en·ar sm1 <'•..tn1l'uru. P.-,ra lidar <.om ~-.e.· proNema, prcciumos de r rodu(·Jlo e distrilmiçâo Jes.1(lareo::'. Niio JX>SSO fa2.f'r melhor <:lo que deb:ar
uma cldini\·.'!.o am11liada de.· renda. r\ defini~ qut! t"mt.:rge oo C...ipitulo 2 t' a de J\.fan fa lar J iretameme sobre:~~ (:X)nto:
··domínio .w brt- os rt.'Cutsu~ t'~ças...'-1.15 di socictlade' '. Seria ~ ivt'I ampliar a HA produçílo. adistrihuição.a troca e o consumo são (. . . )anéis de um todo
ckfini~":.10 .iinda 11,:1is, 1'10f"C:X(•mpk1, ,-omo fizeram I\liller t' Roby recentemente slfigul.1r. 11spee10.c; diferentes. de uma unicfadc. A produç~ e a fa$C Jt.cis.i\'.l
cm sc:u trabalho sobn; O Futu-ro da Desigualdatlt- (197!). A lffil disso, todas ( ...). Q.1ca trocat! oconsumo n.1o podem ser elt-mcotos. ded.siv'Os I: ól"'io, eo
cs~•.s :;-1mr,!í:.1çõe., adt'1Ur.tfr'I it mC;"~ma dificuldade. Tanto "recurso" como !tlt'smo se ar,üc:1 â disuibuiçi\o no seruido de distribuiçio de prcxlutc». A
"a1t,;sc7." s;)o socialmeme definidos de ut modo que: "9 het<.'1'0f:Cneidadc ,lisi rilmiçlo dos fator(',,; di: pro<luc,.~dO. por outro lado. é cio J)fÔf)íia uma fa...e de
em villurc,,; :51:.1ciais e cultt1rais at"aba t.'úfn qual(]l.e-r 1ror~ simplL4-ta da redistri- prLxlw,:ilo. Um modot!e prnd~·iio especlficodctermi11.1 .. .:is:;im, o ,nodo espeçi-
buiÇOO de tt.'t'Kkt rc·:il' ' (p. 81). Ampliar .1 ddi11iç:in de n.>nda não resolve o pro• fico dt consumo. distribt1i<;ão, troca e as r êl:lÇÔCS esprclfit.1l'> des~s d iferentes
blema; <:lt· afl(.'fW.S nrnda d<! lu~ 1L Além disso, não M. limite aparente á µo&;:i• fa~c:-. entre si. A pr-<1dução, ems<!u st'fliido re~trito, OOTlL"udo. ê em seu wrno
vcl ompli.'.lt,"M> 00 concdm. F.ssas :amrli;v._1.)es e mti.daoça.,;; no s.ignifr.ça<fo do (ambêo1 tlet~ min.ttl-.i pdos auLJ'OS lSJ'leelOS. Por exemplo, se o me.reado. ou a
conc'l•ito !-Jl, 01..11.slonalmen1e r,e,.·eladora.<;_ Toma-se apaMHC no Caritu.lo 2. esfor:a d:i , roca. cxpatidt•-se, em.lo o ,·olume da [ll'Ol.luc;-locre..5ce e tende a ror·
flOf" c>;c111t1la . ciue u..~ condt(<ic-.s sociais e cuhur.1is que d:lo s ignificado ao oon- n:iM>c: mai~ diforcnc:iado. A pcodução 1ambl·m muda, em ("'OtlSeqUência de:
H.'ito ele renda não silo arhitrari:1menle d(1erminadas -· e[11s .,;ão em si mesmas 11mda11çp5 na di:i-tribuiçiu d::i população na cidade e no c:ampo e o utras. A rro•
produtos d<! (mtritS condic;Cles especificas e c-st,f o certamente <."St.mturadas de <luç{k, é-. finatrnente , dt1:erminada pelas ckmandss de con.-w.mo. J-1~ uma i11te·
al,:tum modo. i"ão c:bstant~. as implka\"&;>s r'enas desse lato não podem ser r,3Ç:.'l(1 entre os ,wk,~ ~:sf)l'ctos. Tal interação ucorre em qualquCf" cntt<lade or-
entendidas porqu(' o m~rudo arrorrfodo para a.ssim fv.er oJo surgiu u.ind:1. A p..-'inic.-:i' • (A (.'mtJribrtJi.<m Jo the Viliqu4! o/Po/it.ical !I1:onom)1, 204-5).
:o;oc;:i('(lm.k.• é ~·isu1 n.t Parte 1 <."Omc, Hrn:1 tO(a(idade <le parti'S interativas, mas .as Eamw<-s Ol'sse tipo de formul2Çfio que o rt'foth•ismo desr:iwporcional. do
11ar1t:s são vi.st~ in1c-rn~imlo t-nlft! si de modo C'Ofltin,sence como cm um ::igre-- quilo C;tphulo 2 jiunai.~ ('5'-Capa .. pode sef evlul<io. 51.'lll npelo âqueles princípios
,z.a<lo. Conscqüc.'mcmcntc. a JutJ rara escapar de um refach·ismo desprôpor• ab,;tnitos {lo:; '·1r1on1lidade e jl!sCiç~ ttern.\S" - pata usar a fo1.s.e de Engels -·
cional I:' parn dar algum si~nifiçfldo m.,'lis profunda :10 túnceito de rmda nu oca que pcrn)Ci:1.m ?,taride pane do Capitulo 2; eks S:a objeto de investigaç-.lo ex·
1.,-m i?Aito. 1llic;ita noCapitlilo ..~es.lo. fin3)mcnt<=. rejeitados juntos oom fl dis.tinçioentre
A alx,rda~ern da Partt 2 6 dift:rnnte pcrquc :1<1ni uma metodolop,i" apro· \';dor~ fato no Ca1,itula -l. O r roc~:,,0 i<lentiíit.tdtl no C::ipítulo 2 pock, conse---
rwiada (.Omeça a S('r moklad.i \);lfa lidar oom e$$(,"$ tipos de ques1.1o. A socfodr:i- (}Oertti.:'mi.:ntc.·• .ser rti,Herprt'tado ~ lul. de uma instância mctodoló~ica cliferen·
de conlCÇ.l a sc.-r \·i.sta çomo urrt.1 ..'il'.:!rie de esLrmm·as cm processo de rontinu:1 te: que cmt•rgt.• rta Pane 2,
tr:mstormaç~. O conceito de um modo de produção qut: contém c:sLrutura.~ A t.'OllCC'pç-ào de sociedade rnmo to<alid;:ide de partes imc-rrn1ment~ n:lado-

254 255
nadas. ,.:om leis i.nternas de traosíorm;;,c;ir,). nllú pOde- ~r tomac:fa o priori como n•itos. c.111tológicos que j:l examinamo~. Sujeito e obicto devem ser \Tistos~ n11o
llmá l"l.1flct.'fl("l0 su~rior dss eotsas. Marx recotreu à histôri;1 como pro\·a e <:omo emidad1.>S. mas como rel:1çõc:s de um com o outro. Essa com:epç3o e
.ifirmac;t111) de su:1 ontõlogi:i. e procurou dt!monsrrnr sua sup<:r'ioridadl:! :itrnvés muito diirren1e. por certo, daquda propo5ta pelo empirismo tradidomil ~
dll pratirn dCl m~todo que de definiu.. E.-.~ prática fez. wo de uma epist~rno\o- qm:: aiin11a que ' ·todu inlonnaçâo cognitiva tem sm1 fonte (>111 objetos, e que o
~ia t.-spcdfica; e -11,.,'Ura <ie\·en105 dar o SC!"gur1clo pass(} em dirf:"ÇOO do caminho sujeito é instrumento a JY.tf"lir do qtK' esta Í()C"ll dele''; e daquela, prop<>$U1 nas
para um t:nlcndinwnto do nll'toclo cJe Marx. muitas ,·ari-t:<l.adcs de ar,riorismo e inati,~,no que comumentc considera q\1e o
.. ck·.-.de o início e.stn.1n1ra.~ eodógen:.1s <1ue impõe aos objetos''
:;\1je-i10 ··ros,.ui
2 Episremol()Jia (Pi.i{.'(!1, 1972 a. 19). Arn.ba~ concepÇtlt::i. são rirjeitadas p0r Marx e Pia8,(!t crn
f,wor do que o Ultimo chamll • 'po$i1i,'llo oonstmtivi~ta'' do se~uinte tipo:
A c·pist<'mo(oj!ic1 pruwra descobrir os procedi~ntos e oondiçôes que tor- ''Enqu.1nto outros animais nOO p<od4:'m allerar a si mesmos exceto pe la
n:im l'lf;-.:;:.-h:cloconht't'imemo: Na o bra de i\farx a ootologia e n cpis1emolo~ia mud~oça de suai. esrlt'(;ic:~. o homem ,-,oc.lc transformar a si ptt)flr·io u an$Íor·
t'.',l<io rdanonada:!!-. O conheo.mc:nto é \ isto como uma parte da experiência
1 1nandoo rm,1ncloe f'(Kfo l!Struturar .i si niesmo cons.truinrh t:5truh.1ras; e essas
hurnaoa (· t.'Ont() decorrendo da J)1"á1ica. humana: é uma relaçâo intem~ deotro 1..>s1rnrnr.i_.. slo d e pfU11rKl, porque elllS nilo silo inteiramente dett!rmioadas
<fa si1t.' ififadt- vista como toralidade. A roi1.~t:il:nci:.1 e o conhecimc1uo .s:iO 1im- i:,.ie.- de dl'ntro ou de fora·' (1970. 118·9),
~ut(J:; _de- ur:ia sitt1íl1i,'ii.u:.i_,ci:t l. Mas, olller l'011hecimenw (· .itivklade Jlroduti\·a; O su ieito f.' assim olhudo corno est::mdo e sendo estruturado pelo objeto.
t' ror •~l, n!-.W como 1i.ru·te da-quclc proce5SO mais i;tt'rnl i-:<fo qual n socieda<ll" t Coioo 1\b.rx o diz t.'111 O C.apituJ, ·•af:indo $Obre o mundo cxtemo e
trn11!-fC1rm3da, M~r~ Sll?,ere; mudrmdo·o(t) homcni) ao mesmn tetllJ'ICI mud.i .~uu própria 11aru(e1.a" (Volu-
'' DcS(JL' que-o rroccsso cio prór rtO pensamenlv dC(.-urre de uma 5itt1ação, e lt' mo J, 17~).
111'1.Jprto t: urn 11,·o r~so n1uum l; o pen.-ialTl('mo \.'ercladciramentc conceituai ~ tá Al~lms prind 1,ioo básioos pexlem s,er dc:f"i\'ados da ontologia e <!pislemologia
n.i mesma rnndii,;ilo e;> só pock diferertciar-sc. ~nidualmente. <le acordo com o há!;icls de Marll'.. E~ princ:ípiO;!. podcnl no.,;;, ajudar a fol'jar uma concepção
nh·cl <le 4..'!-cnrnk imt>tHo . incluindo o do ó rgão de pensar'' (Citado em muito t'S(,t'Cific,1. a respeito de que U!t\fÍli !ie tr.it.i e de oomo ela pode~... cons-
5chmid<. J97íJ, }I). 1rukfa. A ·'as.5i111ilaçtio t' tran$fotma1,"âo <l:;is pel'C(--pçôes e i m3b'el'L'i em ron-
Em Co11tribuiç.Jo à Cr/!ü,"d da IJ.tJfUJ11Úd Pol/Jka Mar:,: Jetcn,-vc, rnais a(em, cdt~•·. t.'S(.'J'C\'t• J\\an.: , cx:utl'e atra1,,·~1- <la abstroçtlo refkxiva par ('lime do su·
<.'OtJIO \'e- o Cútlhocimento suQfü: jeito oh~t\'àllor, O rc5UILa<lo des.st: rrcK.tsSO cle\·e ser e ntendido á luz. da omo·
"P;ira li ( '01\Sciênçi :i, por t..,so. a e\'oluç-.lo d:1~ cat~,l(Orias ~f)arcce como o lo~a dé Marx. Os l.'Olltei1os e catc&'Ol'ias n.lo podem ser visros çomo tendo
processo ;llutil dt- produção(... ) (,:u io resultado .e o inundo; e i!ii~O é ,·erda(le, e>:bt&Jt:ill indcpct1dcnte, romo ~ndo ab~trações uni,·ersais verdadeiras todo o
camo QllHn to a totalidade concreta olhada como totalidade eonceif\l;tl, como tempo. A es1ru111ra do conh<.-cimento pode S<:r transfonnacfa, é verdade. por
fato menta l, é cert::iml'nte produto da pt"!nsar, da: comprcens.10. (Es.._:1 rotali<la- suR:, pr6prias lei5 internas de transformaç.'lo (incluindo aquelas pl"éSSÕe'S
dc (.'Ofll.'t:itual) nffo C <lt- nenhum modo produto da idéia que e,;o[ui. dpcmta- S<x:1,1i~ iott'rna!! a çiC,.ncia toosid€-radil., no Capitulo -1). Ma.5, os resultados
nL>alllt"llll'. <: Clljn fl<."nsar (J(:óm." forn e ak:m da pcrt..x:i::<,..iQ e da imaginaç11.o, mas <l~"\C pruces.o tt'm que 5{"r interpre(a005 em t~m·ios das ,elaçfJe:S que eles
ê o resultado <la a.,;similat;i'lo e t r:m~fo rma~ilo d as perce~s é imagffis em expres:>am demrn da touifülad<: da qual e)e;s são parte. ConCé"itos. são "produ·
conceilos." (p. 2ú7). 1idns'' e1n l't"i'l~ (ondiçfiés (ioduindo um~ SC:rie de conceitos. pl'ê-existc111es)
Os ~on,x·ito:s e idéias assim estabelecidos pçdem, e nl.âo. s.e tomar força emhora tenham. rnrnlu:·m, qu~ ~cr \'ÍStos como agentes de prodoç-,o em urn:a
ma:u:rn;il na pr<xlu't·ão. h1icr isso. contudo, rcgu-cr que os oooccilos qo,e exis- situa~·ão social. J',: itrele \!:ance pe-rgun1ar se os conceit~ . as c.1legoria..,;; e as
Lern corM incras abstrações sejam m1duzJdos e in ptálil·a humana. Muitos. rclai;C\t.~ são •· ve.td:adeiras' ' ou· 'fabns' '. Devemàs pcrgumar, antes, o que é
ccmcei10:,. pi:rm.1nt'C"t>m est4:'reis rom rébçlo .i isso. Mas, muitos nada faz.ern que as rrodui. e o que é que das se destinam a produzir. Dai, su rge ~ distin -
para que · ·ao (in-1Ôl:> ça(b processo de trabidho consiiamos um rc~ulllldo que ç{fo, rt:!fcrida 110 c~r,ltulo 4. e.m e teorias remluciorn1rias que prodm.em a mu·
j1 e :tis l i.'1 na 1ma.i,:inaç:«:1 cio tr.ibalha<lor no 001~ " (Cnf}it.al, V~ume l , dan p . tt-ori.ls de status quo, que ,3odcf.nrrentes de/e aiudarn a f)f"escn.·:ir uma
19(~). si1ua4,,-.i o t.'lljstent!;'"; t! teorias contru-rc\."Ol ndon;!Jrí:1s que somente p1·odu1,em
SubjX<-'f1tC' á posi.s.'!o epi.s1emol6i;.H:a Jc Marx t'!ittl cerra concepção d11 rd a· conÍU..'ião , obscuridade e fn1straç-Jo. Oal I também, emerge o ponto de ,•isra ele
çil:o entre sujeito e objeto. Esss cno<:~P{iio é exprcsslo particular dos con· q1ie l!ssàS l ('Orias t-m retorno ni\o podem !ltr usadas abstraindo-se a s ituaçãO

2)6 257
C.'1liStt'r.te. ma" tfm que ~T aplka<bs atra1..•ês de u m c5Uldo dos modo.~ 1,eJos timo tem (I\JC ~r rdacion:.Kio ao r rlm~iro pani se-r ecm:ndido.
qu.iis as. 1torias s~ 1oroam · 'força material"· !la sociedade através dt- seu im- i\ rlll'.'>ki\t> c.-pistt'rrwit~k:1 lk !\1arx ak1a a an:ili~ aprêk1lta.da nt-:-te livro,
p:t<,;ro ~bre a at,.io social. ~radualmc-nte. o~ conct:ilos e c-ate1Wrias. s,o s1.1jeitêls. aô ('SCru1ínio critico, .i
Atra,·1..Ss docot1hccirnen10 consciente do p:.ipd que os conct>itos e Cilteiwria~ lu1. d,1-.: rc-1..."''tic.~ qut' eles (•xprc:•s.sam em rel::içãt1 :i rt.'alichdc de que s«o parte .
dt~•mrx-rlham na sociedade Marx tenta usá-los maJs do que ser 11~do por eles. No C:ci[\itulo ~. roe c xcin1llil, os conceitc.\.'i M:-.it"'ffi incrl'ntes à tt'{,ria. du u.'lo eh
Ele crit.ic.--a ,1sca(('~_or ias dos ecooomiStas poli tiros ingleses. e pe rcebç çomo e5· <;i:t](, urbtmu ))i\u cnmminado5 de modo crltiro. A renda, ,omo se ru ostrn. t ~
l<l\'il!l1, todos · · pris.ioilt'iros <las <:atesi.Ofias aprcnc.lid.is' •. E~ bnS<." tl ima~inar ticln rc:isii.•1u ck· xr:m clt> im..,onancia naquela l."'a te~ris uni\"cr.:.al com sig nifica-
fl(Was éatcJ.:{>ri<1s - · cais corno a d,:, mais-valia·-- au·a ,·ó d.i!<. quais pode-mos do fixo. \'uhuidoJ an!lL<it' de J\h1rx. rx:id<.·ITKX'> n :rquc Q r<·nd.:1 11~ f: um :1 c."'íltt."·
n.'t-s1ru1ur.1r nos.<;i:1 E'ntendimentu ela $0Cied.-idr. E no proL."esw, t:"le faz uso de p,.,1ri;.1 uniw:1·s al, mast: um cooc(úco qoc: ~ nha si.gniík.ido espe<:ific:o sorncntc
um a. t~rnic-a fumJamemal - uma tl<í:nica, QllC'. como Pi~et mostrou, ~ tor- em !>irna,:;1X.~ ,soc;iai.s c..~pcdlicas. A rcodt1 nad:a é fo~ da serie pani<:ul.1r de
ntm n)l'.otndo p.i dtlo <'m ló~ica e matemlt.irn (1970, 124) - isto é. a coo~trnção rdà!,'u('S de pro,;lt,ç.io. e pode :-ur~ir ~;oh uma \'UritXl.ldt: de maociril..~. depçn•
p<:la 1lC,:,-a4,.-ão. J\far:'t está, assim, rrcrarndo Jlarn transformar problemas em Jc>oJodt• C4uno cS5a~ rel.1c;óe:- ~,1 tMruturadãs. Dessa pos1çâo (• fll\.'t..•;l\•c-1 fotjar
sn1Ll(,'t1'.'"S t.' ,;,:1fn\11l's t.'m prnbk-tn[JS. E~"ª es.t1'Jlé.gia (: 1> fundamen to d;i in\·~ti- un1H·ritic.i da t(wia c:ontempor.lincu 00 uso th solo urba.no. '.\!o dt!C::Orrcr do
~tt,:iio no Caphulu -1 d~ 1.e li\'l'O, exani(' dci ooncçito de rt·nda 11 comrMérsia sobre o sig nific:.-a<lt, e mêe.lidil doca-
Dt..-sc.lr: ()Ul' ·•o 1X'nsam1.:nto ,·erd:d-•ir-~ memc rom.""eimal sô pode dift·rcnc;i:;ir- r trnl é h,~,1.·1lll.'mc :referida. E~a ...:ontro,·ersia tem implicaçüe~~ fundamentai.$
S(_> ~rõ!du3[m(.'f'ltC' ' é im11ortantecm e.ada e.~tá}l:io etnt:nder o modo corno a.'\ ca• par:a .i teoria d.l loc.ah1.;;iç;)o como tem pan tfxia a an,,list" ernnOmica. Ela
l~~orias ~l' n:lati<mam l·nue si clr.:ntro do curro .i,tenil do rnnhedinento ~pren• ~uq:e. m1tur;1lmente. indcrw:ndemementc elo falO de qul: o capitfil n~o tem
d1dv Jil'r' nús. A~~im, O Capit11l ê. ~imulcane:mientc-, uma im·t>StiKi«;.io da so- si~1ificadn inJeix-tick'1ltC.'1l1Cntt•da esuutura social de qu<: ê partt', e dcnuoda
dcd.:ide l.'i'lpitc1lbts € cateiorias usadai par:a descre,·erc analisar essa sock-dadc qm1l tkst·mpc:•11ha func;.lo e.,pecific.1. no mesmo modo. o rnnceito d(> e-Si{XlÇO
l:..,;,.-.a conc.'l'J'l,,iio das co isas apareU1~-nos com c..-erta.,; introspecÇ('les quando ~ qut'" arrc.'X!ma 1:Jo ,-:.r:mdc~ dificuld;1r.lcs íil(\.',(lficas no Capl rnlo 1 {e q ue degene-
tram de intcrrrcca.t t1111(0 :.t história sc:1c"i.lJ corne> a história do Jx-nsametito . A ra como c1.msc..~1liém.:ia t'nl um relati\·ismo desproporciorn1l) é recocisidera<lo no
E'\'C>luç~o d,1 troiia é, \'ÍSt.a como dift:rendaçâo e r~ '-itn.m1t~ção g.radual do C:=if'ilulu 5 . rc..-'(rnlhc..·c::t·i1do-st' q ue os pwblem,1s filosOfü.w que aprc~"1"1t:.l cém
conht••.:m1emo, a pnru r d.1 qu<1l ftmer~e u1na hierarquia c!C; conceirns q1,1c se re- .•>OhK,1.lt'S S01)lé'1fü• .1trav~.s do escudo e crfaçikl da pr-átil'a h uman~. Conceitos de
ladonam entresj 00 modo parttCular. Pi.l.._li!et in<liça que ..entre duas l'"StJUIU- iusti(,'a sc~:ial ,~mb(i-m dt wm 5(.>r con~kk-raclos. como sendo produd dos t: stndo
nis de nivt!i~ <li{erente-s n:io pode ha\·tt n..-<luçOCo unilatera.l , fl'!aS :uuc.s há a..;.~i- pnldlltOfl!..'i das cond ições s.ccifiis. A :a.n:Uise abstraia dá justiça social oo
mil~çiio n::ciproc:1 t-m ((\1t' a: mais alrn (>Ode derivar dl in:ti.s OOixa por meio dt; C~it ulo 3 l· rnc.'i1amm1e 1rnnsformada no Capitulo 6 cm um exame de como o
tr-d n5formaçõcs. enquanto a mais alta enri(luet..-e a mais baixa inkgrnndo-.t'' SãHido d(• \'ill(lf que sub~v. ,1.0 [,,t'll..O dEc" justiça social surAle soh a~ condjç(~
(1972 , , 93). dil5 societbdes itu;tlitiirias. o rdt'nada..:; e esu aüfkadas; e como t':sa.1; C.'OUct.'1)•
Era. natt1ralmcn1c-, esse tipo de 1ransformaçâo que ~farx buSl'.a\·a, e pru-cial- ~·1"'Jc',;: rnfcm , qua ndo 1rm1sformada.-; em uma ick'Olo~in dominank, contribuir
roenoc?btc,·e em O Copit,,J eem Teorins da Mais-Valia. E são trando rmaçües para u ~uMento e a manu tenç!o das relações sociais dc otf() de um modo de
desse; ltflO que s.To franscri,as e m toda a história da cll·ncia ~ dt:!,ç"ritas por J\mduçtfO.
Kuhn (1%.l). A intcr,,.· ençjo de uma nC)v:1 ~ ~ iio cpi,;;temo!ógic:t M iklga ii Mar:t ( mais
A rcc::.struturaç{lo dooonhccimemo atra,·€$ <les.'\é pnx:c.sso de t ninsfortna{ilo cddt.'l1té no Capirnlo <,. Os conceitos de reciprocidaJe, rediSlriboiçiin e
t.-spélha o 11roce~-.o de transformaçâo, tal como ele opcra n,1 socicd ude corno mc rt.-ado ele .roca ~lo ~qui usados Je modo refad on:al. N a medida em que a.~
um •~· O conhecin1t:nto pode, por iSS<,, ser ,.,isto corno um corpo e~troturn- rdações sociais !>C ah(:ntm. o signific;:ado de: cada oonc;:cito e ajustado. Oe
do de mform.iç,1.o sujêito a suas. própria~ le(s Ultcrna.s de tr-.m!<.Íonmtc;.lo. Con- fu ncbmemal p.Jra ~"ª tc'.:c::nk:;a é o ponto de \'i sta de que as categoria..:; e contei•
u.idiçôe.s imeroas {aoomelia~) torn.-u.rHlt: o fundamento de no vas 1rorias. 1"\:a tos 1)(15,."'uem u mll relação en tre si {ou (.,'t'lo menos podem operar assim) que
n1cdi<l.1 ~rn que o conhecimen to .se lorna fDrça materiaJ, a reti;,tru!uroc;.ilo Qllt es~lha o~ condi(,·ôe$ <l:a. própria soçie,dade. Outr.:1 vez, nada posso fu.cr de me·
<x.'"Orre nt1 plano cooc~itmd pode ampHar-se por to<la .i tor.alitfadl.' da sod<Xlade lhor do Qllt' cilar Marx:
e por l'lllimosér rq;isuada n:a base econô1nica. Movimcnms ila base -econúmi: ''Ot,;d'e q ue, 1:dL'"mdis.so. a sociedade burguesa é somente uma forma resol·
Cil s:lo, ta.mbêrn. rc,c:istrados no planoconreitua1. ~fas. em última an~lise O 1.H- uime cln de~ rh·okimcm o de elementos aota~ônioos, algumas fE'laçôcs que

258 259
t1.'-Sl1ntos.. ccn·n o uJ'l>ani2.;.1ç-t10, dc:-Séfwolvimento econômico e ambiente é o fun-
l)t"rt~nc..--ern a ÍOrtrnl.S primitivas da socie<lack p0dem ser íreqUentcnttnte enOOfl- dido e m uma , ers.'ICl con vet1i~n1e01ente t."Ollstitui<:la de materialismo dia lético
tr:Mbs nt•l ll, efllboríl em um es1:ado ckfot1nado ou e.orno m:il~l'l de seu prÕf.lrio tAI <.:ór'nO d e opera L!cntro de uma totall®de <:Slr'llturoda no sçntido em que
p.1Ssado, como por cxe:mr-lo a prorriedadc.> comunal. Até que se possa dizer, 1\farx a ~rn«.:ebeu.
!-X)f isso, que as c;atcgorias d::i economfa burgu{'Sa contêm g qu~ l! \'êrdadeiro
de todas as ouuas formas da .,:;oc..'101.lnde, a postulação (leve ser tomada c-1mt
grano wlis, Elas podem çontê-las em uma forma clesrnvoh•icb , de-formada ou
cark-.itt1.rad.i, mM semflfe, essencialmente, diferente'' (Grrmdrisst, 39-40).
Sob a domin:açãodo mercado de tl'ú<.'n a redisu-ibuk"âo ( na forma do Estado A partir de: uma s~ie ele estudos desti.nado6 a di1.c:...- alguma coisa: sobre pro-
t-m (Y.lrt.icula-r) torna-S(' forma (le:ic::o-.· oh·ida de seu pró prio passado, até que 3 blema..:; urbanos, extrai mos illna conclusio fu nclamenraJ a respt-ito de método.
rrtiprocid..de é reduz.ida â mern m.-iscara. De~ nioclo. os conceitos, especifi• A justificativa parn mi rolldLl.Sfo reside na fotça inerente desse n~todo <le per·
t..unentc transf-Ormudo:;, podem ser usados para refletir, como num c;.,"'{lélho, llS mi1ir introspecções importantes a respeito de problema5 urbaoos. Se o método
t ransform~ que ocorreram M sociedade. nlo pucks~ garatitir tais intro.sJ«Ções cotl'lo a ç0ndt1siio 1 evidentemente, não
Muito loi dito por TlÓ5 a reSJ"lt:ito do 100000 de Marx e da coocepçâo de teo- seri.t boa. Devemos, po.r Í$$0, formular a questâO: que introspeçç&'$ e revela-
tia que decorre drlé, com a finalidade de chegar a algumas conclusões fundã- ç~ ob<l'il\OS atrn,;és do uso do método de Marx na inve.stlpçio do fenômeno
111C11t-1is. Jâ indiquei que um;i; tran:<.fo rmar,.--ão l'adical de método ocorre entro s url>;.t00?
Parte 1 e a Pane 2 dt~lé livro. Essa uansformaç:ão no m~odo não nega as for· Um:t resr'(r..ta preliminar n essa questão é tentada oo Capllulo 6. Quel'o
rnulaçi'ies. da Parte J. Ela. e:nriqucce· as ao issimil1•lns a uma ordem m.:1ls ~lta atYllt\l:tr :, rala,·ra • 'pr(>lirninat' • porque nesce estágio não -estou prep-nrado
dt!- conceitos. Ela., 1ombi--m, produz. uma coovergt:nc-ia em direçfo a uma po.si· para fundnmenur a ,·alidacle tia condusào a respeito do 1:nêtodo n.-. essência
çilo ontológi<.'a e epistt!moló.ltica análog.i. J. suslentada por Marx. ~sa conver· daqudl' c.,1saili. O único trnhalho QllC- posso invocar e o de Henri Lefeb\"fe. ln·
~oci111 nii.ot.· intrcxluiida pelos-cnso <le init'.lria moral que frcqücntcme-nce oco- fellí'.mem('. ,~ l'nxall.~ J <'stl'" ,·o lumc:t.•sta,·am terminados an1es que eu tivesse a
lllt'le os ingleses que s.e mudam paro os ~t-:idos. Unidos. nem é cooreql\l?ncia opornmida<le de ler, de Ldeb,•rc, O P<:nJÇme,1-M Marxista e r1 Cidade (1972?e
de uma rnodança de d im:a político que torna possível (e mesmo ~ tivel cm A Reuoluç4r> U,tnma (1970). No prin'leito desses 1.r.iOOlhos.. 1...efetJ,,re e:cimu1a
al.Run.,"i éitculos) meq~ulh,1r no mlirxisrno, Esses foto re-5 sãc:> incidentais.. Eles o muamento do urlxmismo nas obrns de Marx, enquanto no ~mdo tenta
mc'l"a.Olenle :1judam a prom0\"-er ai~ mais lundamcn11Ll. E a explkaç® mais uma inw.s1i~ação do urbaoismt) t..-omemporáneo. fa:cendo uso dos instrumen-
fund.1mcntal j::iz m~ uecessidade da tnmsformação e roriseqi.}ente com·ergfo- tos de l\\:101:. ti{1r:mtldos emrcsua coosider::ição e a minha. e M similarida-
l'ta. se os dik nia.1> que surgem na Pane 1 tlevc01 ser rcso!vldo!.. Bss<!S dilernl4S de:; de comt'l.ldo(1;1uc estão tc."SSuri inOO) e algumas dif(>fença:s êffi imerpreta-
n:;lo ::,7,1r,:te,r1, füUura.lmentc, do vazio. fie.,:; decorrem de uma :i-itua(:.iO oa qual ç-lo efnfo)e l\l\lC c-st~o mudando). O trabalho de Ld eb,·re e mais geral do que
os JX'ns.an1eotos e esíorços intelecrurus de inumcn'ivE"is pesso.:1.s se f°'am dC"\"'O· o nl.E"u. m:is l:" tarni:Jt'm int·o mpkloe1n a\gWl.'i aspcçtos imr,omuites. Não obs·
tando 30 que em pérCC'bido como problem3s urgentc-s e sérios. Os assunw.s tanh'. ~into·mc: mais túTlfürnH.· em ;tp,elar a. :imbos os lt~ba.lhos de Lefebvre t:
que pnc"<lnminaram nos anos 60 fnmm os da urbanizaçllo, ambiente e desen· ac. 11Hltl•1i íll ctili~itlu nesté ~·<tlume. r .irn l!;ntar formular algum,.s cond lL;;ues
..-okimento econômioo. fa5oe5 a."'su.ntos. e•ádentem~ntc, não podiam ser t.'<'.f'a is .t tcspeito da nature za do urhanismn.
olhados separndamente, e cada um deles pareceu d~mandat uma abordagem Com qu~ c.."f"l'Cit> de obj~w ou t'fltidac!e esrnmos lidando quando I.Ju5c::1TT10.."i
' ' interdi5eipl.inar1 ' caso se quises.se comprcendé-loo. jm•l~ti~ttr o urbanismo? T\"Mo podemoo resrondC'I' que o urbanismo e uma
Piage1, cn1 seu livro sobr~ O Esl n#uraliJmo conclui que ''a bus-ca. de estru- ••l·ni.:-..a ·- nn senritlo ordinário da 111.d:avra. A <.idade:, como forma c.r ll?(b. 1l0t.le,
rnrus nâo pJde sen:'lc:> ~ ultar em coordenações intcnüs.cíplioafes" (1970, *'
. ;,_ \"cl'datk•, olhada ron)o um-1 s(·ric de objecos arrauiados de acot<lo
137). Prd iro, çomo resultado d,1 experi(:ncia exrw~~:o.a neste livl'O. in\'erte.- a {."Qln ::11J,tum r:tJ:rik.1 no ~ 1>.i.ço. M:1:.s. h:i poui::os QU(' :argumeotariarn que as
condu~. Qualquer tentativa de c.-i:ar uma tootia imer<liscipJinar a re.speito i::idadt-:,; '4o çxat.ameoh:t isso. A millol'ia doo autores \).lre<;E: concunfat (ttJ(' a ci-
dc:umfonômc.'TlO como o urtxmismo t<.'111 1-X>r força que valer-se-do mé-todo~- c.bdt.- d(·\·c: SL'f olhad:_1lTJt nu, ur11c1 tütalida<lc- que íunciona. dentro da qual tudo
truturalista oper.icioo:tl que Marx ptalica e que Ollman e Pii'l~ ·Lde-scre\·er.im. se rel.icioml. <.·n1re si. Vitia.s.es1rategi:1s 11tm sido Jlropostas par.a lidar t"Om essa:
Em outras pal:1,·ras, e ~a cond uslo ser:i rejeita.tia pO( muitos, o Unico
ITl.eto<lo a.(Xlz. de u nir disciplinas, de tal modo que elas possam lidar çain

261
260
u11.11lidade. El.ls citt.·01. em sua maioria, n:1:; <luas categorias, de a-.sociação vr,.e.omiuttía <le refações sociais. A trnnsformsçiio da rtciprocid.ide efn remM,i-
:.uom[stka ou evoluç.Ioemeci,:,e11tc;, que rejeiramos. explicitame.nte. Um exem• 0\Jiçãolcxaminadi no Capitulo 6) em:olveu a criaç1io de uma série ck rc-lações
r k•tla prím1:irn (: ;l fo rm ui,lÇ:.fo de ent ropia <!e Wilson (1970}, c;,nqu1mto o mis- s~i.1is hicnii-qui~~ auto·susteritadas. Marx considerou isso como a çristaliz.a-
1)ci~mn t."'r'('ta-t.1.tfor 1~:ujcta<!<1 dt.> Doxi~ lis (1968). ~- sem dúvida. ext'inplo ç-Uld.o p('imci,·a ~rande )um de cl.isses na form3 cb l'm l:tgonismo emre a cidade
1.•>:4.:dt..•nu, .,J;i última. i\lo1.lc:los. clt: sistemas tentam dc:linç,ar a imeraçikl (.' o (.~mro, Não rio~ ha\'er d,h·ida de QUC uma nova es-truturà apareceu onde
c_•.t l"l.'tt11aliml"tHa\'ifo dt·mro de uma tm~lidock . mas pc:,r terem definido catc--
n.lo h,id :1 ante~ e~trnr·ura. fu..'¼t cscrurnra linha toderes limira<los de U.ul.Sfoi--
i,:,,ri,1,;, (• .1ti\·id.-ck..~ iixa!- 1-..· r<k·m Oc-xibilidack rara lidar com a estrutura fluida 01a~·J:,.-, inl(•rna e au10-regulaç1io. Th:sse ponto em di~.me, a cidade 00\·e sei- \'is~
c.l..i, n..'l;1c;1lt,::., :-<1rfo is QUt' t•xt-.tcm na rcalid.ick. Eles podem ~cr usados para lidar ta mmo L·111idadL· Sc"f:,.t,rnda em relaç!o i.'I outras estrutor-.is. l\·lns, que<"spl--cic: de
l"wrl c.'t-iws p-ruhlt·111a~ limitm:kr.s (n ,nodck, ótimo de Rlg11m si~tcma dé- tran~- cmtClade era eb, e como fu ncio nava? Ela nnsceu ã margem da C'Of'ltrlMi.iÇ'Jo
('nm• !1-" n•lttt;t"ít!~ S{)Ciais de:- prOlh1~~ e as(~ produti\'as. lokialmffitt>, ~la
p1,nt:'. fl(lf t:Xemplo). mas dc.-s nãt1 podc·m ser usados pa1·a píopósüos mais
arnrkw.: · '(ltimil.:ir ri cidad(' .. e 11ma írasc S("IU semido. Qua11do os modelos de hmc.:it111"J\':1 1..:omn forp polhica. ideolóiicn e militar para m:mlt'f um padr.fu
1-i-:1l•m,1 t...'fltam lOfO.lM:.t: m.ii~ l,t('rais. cJc-s Jc~am rnr,idamcnte, como no l'--J.rlicul.ir 0,1s rdaçt'IC'S soriais J~ píOOuçlo {particularmcntt: com rtspeito ~
1mh:dh1\ dt: Jay F11rres1<:r. nurn " mis1icisnw de: caixa negra". Dianté di:~~a direiw.., <lt: pror,ricdack·). A cichidc linha ruico <m nada a ,·er com a própria
t•:,,,pl'.·cit.· ,!t·clifin1kl:idt•s. ti.:rto ar de d,,::>ilu:,.âo, frc."(lüc;nh.:mc.'fltç, 5<.· junta à idt-ia
produc;íl'o. i\1ui1:.1s das furn;i:ie:\ da cid.1de, dl1rante esse período, de,·em ser
<li.: examinar :l cida<lt· co mo totalidade. Ha. C'OUS(.'Qücotcrncncc.•. uma tr..'1:td(•ocia cat('~oci7~d::is como superesuumrais. A~ c:;irocte.risticas dc(inid.is por Max
J..• rt.'Íll~for·:r.t.· em análbl~ pardais, u.sualmeme efabornda1- com apoio em \\'C'l)c·r [)3.r:J a, ci<l.tdes ocident.ii.s (uroo fortHicaç~o; um mercado; uma c.:urt~
nl~u01:1 morri;,. di:':l.·iplirn1r. :i.lui1os pe..;;qnisadores, depois: de uma re\'erl!ocia prl,pria e lc-is 1"él.rdalmcntc aolónom1t..~; uma form:1 espr.cific.i de aSSOL'iação,
ritual ;\ 1'tl'\' :il.1 tk· totalidade, que ~ustenta que :as d d:1t.1<i$ não SãO l pe na~ muonomi;,1 parcial e:- :1utot-dali2) indicam cssa qualidade superest1·ututal do
.1J!,l't·~d('1.~ 1~lillistic<l~ dC' coi"oas e ati\·idades. rapida1lk.'lll~ recluzem ~u~ r,rimc-iro urbanismo. Oi:u:r tJue a ÍtJtlç;.10 do tJ1•banismo foi molda, uma supe-
11(()l,Ji..,11as (ern nume da comp~t(·ocSôl ou d;1 bm \'Ontack_.) n ;in;'tlLses Jc t·uisas e re;trurnra ç(lfno sup<irk ~ um padrão particular de refoç,ões sod:1i.s de pro•
a1id d,1(k~. As int('051'<'<\'ÕCS OOtkl:;is por t.iis pCS<J,iisas nitodc,·cm ser dcsprc· du~-ãô nllô e d i11.'1 que o urlxinismo foi mtm produto de for\aS dá base ero:rx'\•
z3{]:1.~: de fat() das ~ão m:,1.tÇria•pc-ima incstimá\'cl a partir da Q\lªI podemos mim da sociedade. Se olb:1.nn.05 a supcrc.:strutura como contendo certas
~lr'lfül.f nrn,.1. tllflt.:t11çrio de tlf han ismc,. i\1as. s:ul.l 00111ribui,i io líquida e que estruturns ~'fl3l"!l<bs t' P')rd ::i]m('llll' au tõt10rnas, do modo sugerKlo por Goele·
;1,,, reodc.•rnc:-<: a lidar. t.-Onto foi indicado oo Capírnlo l, com ' 'J)roblem:as 11.i lif.."r. l'11t:ln Jll'n"º que: c.:ht'~mos a uma oonccpç,i o razoá"d ele urbanismo ne-ste
fid.idc nwi... dc1 q ue da t'idadc' ". t-st:í~K) dl· s11à h i.stúria.
O urh:mismo di:,·c se-r cnt\.~idt rndo como uma ~C:rK! de rd aç&!; sociai~ que l.ddwri.: conlropVl' c~ç primeiroes1â~io do 11rbanismo - a cidade p0litiC'J
rdle tt.1ll us ,cla\'Ül.-s t:~t:lbclt.--.::id11s par tud:1 a socit:dade como um todo. Poste·
a doi., (':it:4"'1k•'> flO'i.tt'rt(lrcs · a cidade coo1crcial e a cidade indus1rial. A
rinm1(.11te. t',;s~1s rf'laç{'ic.~ de,·t-m cxpt·c.-ss.a.r as lei'i pela~ quai):. o fenõmE'fl.o t r;,1;nsfo rmaçiio da ci<l~Je rc,füica cm cida<k- comercial pode ser interpret:.1d.i
11rh-1ni1 é t"'-t rutt1r:.tdt1. f\'~ul::idne cnnstruido. Tf."ITI(~. ent~n. que t"fll1sidt?rnr $e t.'t11no ll'ilo~ío rm:11,;:..0 interna do urh;t.nisn10 em si mesmo. -~ cidade ainda hm·
11 urhani.•,n1t1é- (1) uma t'stn 1tura ~ 1l.lr:ld:i c.-om sua.~ r n'i rri:is. lei.s de ttansfor- t.'iNklll (nmo força polltk:a. k!eoll~;ka e militar nrns. p.:ircil'llmer1te como
nm,;fü, t' n 1nstrl1f,:Üo inkma ou (2) a exp•t;,.® de um:1 série de relações imer· rt-sult.icfo da ampliadlo das n~t":S:..~id!ldes elas púpula:ções wban~. a cidadt
/'i~1~ tm :il~uma e,,cnnurn mais .amr,la (mi como a.~ relações social.,- de prOOu- t:1mhc'.·m tinha qui! cxra11dir SU3 (unção comercial. Assim, a cidade transfor-
ç.{11). St- ~u:-teowm1os a primeir.t. ent.lo somos obri_gad05 a identificar :os leis f1irnmu·sc:-. a.....'irnHin<lo o papel dt úm"fmediária entre áreas de oferta ,;
c!t• t-r:tn..:fntnlá~•:1u in ternii t!ü urbanismo e c1 pn'!l~!,() semi-au1ônomo que o d<"·m:mda de um t'Sp.1~·(1 dctivo am1)liadn. Ect.~ papel tinha estado semprt>
t:~trutur:1. as:-:im como o patcifü.>sco que tem o u!'OO.uismo coo.1 oocras esuutu· prl'sente, m::i.., mt t-r;t mercantil d e expandiu-se para Jominar os outros papéis .
ms na 1t1ta!idallt. Se romamos o~undo ponto dt \'ista, lemos que cslalx:k<"<'f A i r,m._fc•r m:-1~•iin11rbanl't ,1uc OCOt'rt.· U com a rt>\·oluçâo indll.!Mrial nao pode sei-
o pro::essc1atra,·1.,:.S do quaJ o urba ni5mo decorre de outras cstn 1turas. io Lt'fprelada o.1rntJ tnmsformaçiio imC'l'na. A rl0\.'11 fOfma de urbanismo sur-
E-.ta~ que:.t,;)c~ i,odc:m :5t'f tt)Oi\'idas atmvi-s de um estucb da históri:1. 11s:sim giu, geralmc::nte. fot a das cidades mais anlíg~s. e suhseqü" ntemente ,-eio -a,
corno ck· un1~ ~1n:Hi~ do urbanismo no mundo comempor-l!lf.'O. A prim~ra re- .ill'.or~·l"r ...,._ ÍUnÇÕl"S traJ.idon:1is mai~ amigas ela cidade paliticâ e comercial.
1 m lução nrbima a'isilttiu ¾c:·dos);;:) dC' uma csu-utura autônoma e separada. que Fun<~tmt. >nt:il p;ir.-1 (".".S:l fonn3 de uit\:lflismo íoi a reorganizaç&> das forças de
p0<k•ff1(~ dt...~i~n:ir c.X}fftt., " urhan.t" . a p.,rtir de uma st'ril" homo~neame-nte pnx.lui_.i(~ obtc.-n.·rn a ,·;1nl~m d3 ffi€'Canil.ll~ilo. m udançi tecnológiça e

262 263
1

I,
t•c:unclmias <k· ~la na produção. O urbanismo tornou-se t ilO imp:>rtance p~ra
J9n). Ê IU'sse n ivel lotr.l que novas e e:;iieclf.icas, )(ldit;õ6 de urbanismo
:tor/,\aniz.1~·!10 da..'i forças de produçiio cmno Linha sido previamenle a respeito romeçam a t?JTI('T"gi.r vara com))énsar a homogeneidade obtida na escab s}obal.
<las rçlai:õt•5 :-()Cfais de produçao.
Algumas das matérias reunidas oeste volume púdí.>m !U!r us:ad:;is para
É n.1 interpr~.i~ do urbanl5rr.oc,.úntcmp0n\neo que l.efcbvre bu.se,a de~-
sustemar a tese tle l.efdlvre, enquanto oucras a contra<lh:.em. Há, natural•
b1fr mwoc1minho. Ele notfl qu.e oobjew da in,·esri.gaçào de M:;1r~ em i .SOCK""
tlade intlu~lfia.l. seu modo deoriini~ão e as rcbçc~ sai::iái~ q 11~ cxprc~á,'á.
mente, certos pontos de pa11ida curnuns. Ambos .:iccitamos a mesma conc.."ef)-
ç:10 de totalidade como relatrlo intern.:i. A mbos aceitamos que o urDanismo
J\lar,: interpR1.ou ..i histbrfa em termos das r~laçf>tS p:1.~~das que forarn funda-
deve ser cntcacli<lo oomo entidade auto-sufi(ientc que exprc~a e moc.k:la as
mentais par.ia ,-1nçrg&lda docapit:alismo industrial. O urbanL'-fllO. como ~oco
relações com outra.e. éStruturas na tOU!lid:;1dc. Nenhum de n6$ oons:ickra o ur•
de i1ucrçs..~, diminui de: imp0r1ãncia na medida em que M,1r.1: se ~pro:uma
bani~mo como al~ Jeoorrt:nt1.: simple.srnente de oulnt.'( estruturas. I.clel:>vre,
cru.la ,a-a mais de s-c-u objeto de im-estigação (c-omporc-se A ldMlog,a A ltmil
cambém, tema incorporar conceiloo ade<1uado..~ de espaço c-m sua om:Uise. Ele
do píincípio t··om, posteriormeote, O Cnpit1Jf) t'" , onde o urbanis~ é cons:ide--
nota o con flito entre a diaMtica do (IIOCt'SSO ~oci:d e s t,,çoinetria e5látk.i <l.1
roclo é tratado â luz de Slt:• contribuiçlk) para preparar o cammho pa.rn o
c;api;alisrno industrial. Lefebvre fa1. uso do mt'todo uadicionaJ marxi.sta de
locma e.spacir1I e chega à ,ooceitu:",:~o do rema processo social-forma espa<:illl
que n!t:oédifecentc d,1 que oontém a análise neste livro. O urbruüs mo, na 1ne-
rcm~lru.ç:.0 por negaçil,o e invers.To: ele busca ÍJlterprt-1.ar .i soded11dc irnJustrü,I
di<.l.i em quc l)OSSI.Ji suas prúpti~ leis dé transformaç;}o (!, pelo menos, parcial-
t-omo píECUrS<lf.l do que chama a " rc\"Olução ur'banaH : 1 • qua.n<lo usamos a
mente <.-onstruí<lo<le príncipios básicos de ôrganiução espacial. O ()l;l;pel espe-
c:xpr<."!.~ilO ' rv,·otuç~n url"Mnl:I • ilL~ignamos o conjunto tocai CW: tran~furo1ac,.iid
cííico que o c:sp~lJ desempenha, tanto na organizaç.'l:o da pi.·od uÇ1lo coroo na
que cx·orn.·m em toda a ,')Ociedade cootcmporâoc.i, e que ~~·f./m pa~a ca;a,5e·
padrooiz.ação das rellk,.ik'S sodai..'i está coo.seqtl-entemem e. cxpre.s.so na estrutu·
ri;,ar ,- mud.irw,.--a dt.' um 1-itr~ocbem que ;is ques-tÕ<:s tk ,·n..-sç1menló ~nomléO
F.I urbana. Mas. o wbanismo nlio C: meranumto uma estrutma dCCOITeme de
(' indu:-.tri.1li1.ação r.rcdomim,m, rarn ú péTKN..iO tm QLtt: a problrn1M1Cá urliana
umll. lôg.k.-a ~rmcial. Ek está li~,do -1 ideologia.~ especificas (imagem urbana
S<: wrna <lcds.inl. t.Juando a r,esquisa de soluçõt-s e focm.is apropriadas ã socie-
<litlk- urban.i loina a Ji,mtcira ( ...). A probl~mátíca nrba.ni1 i111pôs•se em :tmpla versus rural. p0r exc:mplo) e, por isso, u~m certa funçG.o :autônoma em moldar
omocb<le vida de um p0vo. E a estrutura urbana, um.1 vez criada, afeta o de-
t'S!.:al:1 mundial. Podem as re-AlirJadc::s do urba.nim10 ser definidas como algo
su11t:rc-strulural, na superllcie da b:ise econômica quer capitalista ou socialis·
senvolvimemo h1tuf0 das relações ~ociais e a or~anii:.tç;Jo da ()ro(loçilo. Gosto.
c,1? Ou rnmo simples resuhado do crE'SCimento econômkoe do poder crescea• por isso. dõJ analogia de l..eíebvre entre o urba nis.mo e o çonhedmcnto dentl.fi-
oo. Ambos flôSS1.Jem eslrutur..1s esp«:l{icas com sua ptóptia W111ímio 1 imcrna.
t..- d;t.'> fnn,11~ dl! pl"OOm;lio, e<.HTlQ moc:lesta el:Jbornç:io m:uginal <.la!i relaçôe3
Ambo..'ifJ(ld~m alterar al'stn1turacJa b:1:,c econômic.1, cm C;JSO de necessidade,
$<.lC;:i~is ck p-rodução? NãO. A rea.lidadc do urbanismo modifiCTJ. as relações de
de maneir-.i íundamenrnl. A~m d isso, ambos ~o canali1.3<1o~ e restri11gidos
i•n)(l\1ç~o S<'Tll St.·r ~ufic:icnle l'élf"a uansfom1Ll-las. O url>anismo .torna-se fo~
relas fon;as e influencias que c~manam da base econômica, e por liltimo devem
0.1 r rOOuç,.ll:). tio mesmo modo que .;1 ciê-ncia, O espa\X) e a orgamz.iç.'lo po]iuca
ser rrlacionada'i t\ r roduç-ào e reproduç:ro <la exist~da m-ate-rlal caso Mvam
Jo C-S!Y.IÇO <.'Xflf'C-SS:Ull re lações .sociais. mas t:;iml.téin ~h>em de volta .sobre
d"" (19711. JJ.2)). ser emeo<lidas.
A cidac:k.- como forma edificada e o urbanis1no romo modo de \'ida têm que
Ldd,..,.,c de,c:nrnh·c:, c,-a,10 . sua tese ptlncipal. A sociedade i11dtJS1rial é
S<.'r const<ler~dos ~radamL'flte entre- si porque eles se separaram na r~lida-
\'i~ta 11;'1() como um fim em si mesma, mas como estágio prepsrató rio para o
dc. O qut: f0111m uma \'eL C011ceitos !iinônifTl0;5 n;}o ~ mflis.. Pôdemos ver o
utbani.stllo. A industrial.iz.ação. argumenta, pode .somente encootrar seu iníc.:io dt:$511 ~paração t:m tpocas passadas, ma.~ é somente com à induslrializa,
objetivo na urbnniz..3çio: e a urhani7..ll.('ilo es1.á :agora chegando s dominar 9
çâo e a pcnetrat,' iiO do merc::ado de troc.i em todo:s rn; .wtores e 8Jea.~ q ue o am~-
('lr,-:m1i:t..:1çãt•ea prntluc;:in im.lustrial. A in-duS(rialização, anlc:riNn-.entc rrodu·
gonismo entre a ddade e o campo foi lln~lmcnte \·encido. A cidade, o subúr-
tora.de, urtiani~mo. está agora sendo produz.ida por ele. ES&t .subordina,;00 da
bio e II árt~.t n m 1) t:st.to aAZQra incotporando ao pro«sso urbano. A ucl>~nizaç~o
s,.xi,·Jadc i.nJustrlal a societ:fade urba1w1 enseja certas 01\1-dan-ça$ posteriores 00 atnlfX) n.'to I: compk:ta, naturalmente, e nossa rc~rn il tese de Lefebvr~
(IUC. cm turno, crnltl?m a semeote do ronllito PQ:>tertOr. lefobHe aq:umetll.11
der:,enderll. em p!lrtc dl'. se estamos pensalldo n11 C.Ulõmbi.1, na Chlna, n:i Fran-
Q\I<.' 3s..~im qu<: o tmuldo inteiro se toma nrbaniz.ac!o ocorre um conrra·mo\'1-
ça, nas Estados Unidos ou t!m qualquer outr~ parte. t\·fas, assim que os \•dhos
fllt~Ho intt-rior au JiíO<."'t'SSO de urbanizaçik, que cooduz a uma maior dife.ren-
onragoni.o;mos <.•ntrc a cidade e o campo pas.sa:m a desempçi1htll" um papel mui-
ciaçâo interna atrn\·~ da criaç,·o de "habitats" Jocais especificas (1970. to tt.-du:Litlo, nO\'os ltfl[ltgonismos emt-rgcm uo cor.:iç-âo do próprio processo de:

26..J
26)
urbaniwç:ão. Ao nh·el global há conflilo entre os centros meuopoli1:a11os <lo l 1,n d emento ~i~nifü.: ati\"O nt"Sh~ rmc:r. s.~ geral de dilierenciaç,i...-,'" q11t- ('I ~s.
mundo e as naçõc..,s subdesenvOl\'idas (ve ja Capitu lo 6). Ao nlw l local vemos~ f,1('11 t ri'1do substitui o C.SJ¾l fO ofetit'O mmu princírio , tomin:m1c de or.ita.niu-
consc~nda OOs prol>le:mas rurai1 na ctda.de - nos E.'ilado::. Uni,dos as migr11· 1.,1u ~l'(~gnlftca. r-;;-1 s<x:kdadc pré-industrial .i~ <liíerenças naturais de utilidade
~ de negros do campo. e branco.s dos Apalaches para o interior dns áreas ur• 11,· t'l'l'UfSOS e de ambientes naturai,-. fonmw;tm ;i: ha."iC da díferenciaç-i:l o ~ é O.átJ":i•
bai1a.'õ; <"Ili g,.anclc psrt.e do Terceiro Mundo o al;r.uM.kino de -il"t.'a" rurais por 11,·.1. O esp:l(,:o eferh-o foi criado na diferenciação ecolú~iça pela dis.posiçílo J~
grande número de pes.~s QU(' íorm.im um insuh·el "lumpem prokuiriado" lluxos. de bens e 5ea-\·iço~ de :;ire:u ck> oft.>n.i 11am árt:as de dem,1nd:1 - fluxos
(c,;;>rno F:mon os chama). geralmeote em residt!!ncias faveladas nas margen~ das ,1m• l'l'ímitiram a ocumulaç:Todé excedt.,..,,c C!m ãrc.1s urlxm.a s. Estilos de ,·Kb
g,rund~cid~- A l)Obrew urOO.na f , na maior parte dos ca..iros. pobreu m ral ft•.ciúnais e locais podüim ílof~er e a Jli:tisa}.'f!m foi mnld.x la c-m relações s im-
reor~aniu da dentto do sistema utbano.E nesse scn1ido que de"t-emos i.\Ceirnr o hic'1tkas:.uti"i entrr ~ ativid~<les sociais e ~ na1urc-1.a orgânK:a. A i1ldustriallza-
1-:.:into de \'i~rn de Lefebvre de que a urba.ni2.açiio do camp0 irnplíc~ numa nirn- , .lc1 ttvc o r-odL·r de alterar tudo isso. A u,baniz.a çào <lo ~ mpo imrlic:1 na cli·
li1.111,·:io s11hsid iá ri:_1 da ô-d.ade. rninaç:io de t:..'-lilos d~ \'ida r~gionai.i; ;110 ] \ 't'S das íorças do mt'"l'Cado mundial.
Nú\·o.~ amagoni:unos cambém emergem com a mud-mç.a de escala<' dcm,idà· <X ('lfor.J.nos. ~· u hjl't~ tit(·is palf! consumo t' t1.~c1 tornam -se mais r ;1droniu1-
(K' da org.J.niz::.,,;nú urbana. Torna-se c3(fa vez. mais d iflcil inante-r a ilistin,Ç,O t~•s. mais numc-rows ç menos vinculc1do-: à 00,,;e local. E os em:lo \'ibrames cs:-
entre o públlco e o privado, pa.rticulam1ente au-avés da OJ)C1"11Qlo dflqucl:ls <'X. tilns de \'ida cL-ls diversas re1lilk-s: too~il.fictt~, junto com as pai~ens especili-
tl'r ioriz.ações d iscutfas e-m det:.1lhe no Capírulo 2. Concepções tradicionais de i-.i." que: dc:s tinharn formado, fora m u--ans kirmadcis em al_i:o prescn·ado do pa.s·
direjtosJe prupriedadc não parecem mais adequa<liis E' devem 5C'"f suplementa- ,:Wo f"!f.t lh O turístic."'O. i'\'.essa dimensãt,, \'emos uniformidade crescente.
d •s pefo êria',_'::'"IO dt d irt'il~role1ivoscl,e- pr()lu-iecbde- atra.vts d:;i orR3niiaç.ilo po· i\ l(-m di.'íSO, (\ siw:m<• urbano <k•ve, rnmbém. ser visto, ao modt:.l do Capitu.Jo
litil11 do espaço. O an111gonismo -entre a cidade e o subúrbio emerge 2. como um s.i<,;tt-111<1de r('l'llf.S<\~ gi~:mcesco fei10 l't'lo hrimem, · • de sir,nifica-
como 11.:ma m~ior na f:<llitic-a americana (ou1ra \•e?., ve j.t Ôl.pitolo 2). A d ificul- 1,."\u t'i::onón ,icn. .,;ocial. ~kológicoe :-imb6lko ' ' . O cre.'iCi.11">e11to desse si., tcma
dadc(lc di~ inguir entre o pi.ibUoo e o pri,·ado (decortente da forma urbana <la d1.· rn:ur.,,i,-. fc:itu pelo IKm11;m em·oh·e a t>stn1torocilot:' dife-renciaç-ào do es('IRÇO
or~ mizai;Ao espai..irdJ ~ t-abelece a rn~ssidade de maior l):lrticip.içào governa- Htr-.wé: da: disuibui(i\o de in,·es,imc::mos iixos df! C<1pital. Um~ o.ova estrutura
mcmt;;il, Um omigo n1<.xlo de ime>.,1roÇdú tt0n6mica - a rcdisLribuiçâo ~ é re- csr,acial foi criada e alp,umas das ~-elh:i5 lit1has <k difcrem:iação rciion;1( :;J"o rt'·
modelado jYJra pass:tr por nova. serie de circunscilncias. Na medida t1ue- o go• vivid:is p.m1 :u.· en1uar i <.>Stn1t1.1r:a (e-:te-mplo recente é o revi\'a lismo de p0litit:::1s
\'crno ~ p0tencialmem e- Sllscetlvel ao controle de·mocn h ico, as relações 50. dnica~ n:•s cid::,:Je:,; dos E'itados Unidos de-;tinadas. :i co11froornr temas. de c:rt-s-
cíais Ql)(' go,,cmarn a produção e a distribuição permanecem, fundsmental- d mt:ntô urbano e mudartÇa.). A e..~ruturnç;)o do cs.pa(,'o com a-se -cadl n:~ mais
menu•. rã-:ç1n,.1turttdliS (como , por exemplo, em sociedades do Esta.do do bem· imporumt,e na me<lida em que os in,'d.timcntos de caphal fi.~o se tornam m.1i1
C':$lar). E na medida cm que essas no,•as 1elações estilo em conflito oom os re· imporrontes para o rroces..~o de \-ida Para r..'Oiocar .isso na 1e-rminologia de
quisiros org:mi1..acionais ds proc:luc;-,Jo, um amigo aol/igonilmo é reforçado. l',1arx, O<."N :,.tÇ(J ç riado ~.i~a a dominar o espaço esfeti,·o como ron."ic-qut"ntia
Tod(l5 f!Sses. amagonismos (e ml1l1os outros) slo pc1rciahnente estt utura-<los J3 mud3ni."a da <.l.11n['()5,i , ·ão org:1nim dD c:1[lirnl.
1Unr,'t.~ do proct~so de urbani7.ação. Mas. Ot"SP<WOé uiado à imagem de wem? J('l ,·imos que a o r_gat1i1.:.1ç.To do
L~ implica. ta mbém, cm que o urbanismo ~stá se tornando menos homo- <.-:1.poço (XX.k- refkt[r e afotar .is rel.tÇtit•s sc:x:iais.. !\1:t..-... o es~ço t-riadn tem sig-
~neo. As es1rucuras c~r:m e 1"ll"Oli(ernm Jeotro do prOCt>Sso u,b;1no. O .,..l· 11iftCOOo mais profundo do que ~pe-nas. isso. Na cidade Rnliga. a o~aniz.:iç.lo do
lor d!:> troça reduziu cudo .a um denomiru,<lor- comum (·veja Capitulo 5) , mas e:,;paço foi fCú'loç:i ú simlx',liça d(,! um;;i suposta ordem (ü(:mic-a. Ela tc,·c 1,1m
outros Cl'ité rios rns is sulis e me rgi r~m para estruturar os diferenciais urbanos. rróJiósito wirológ.ico. O t.>Sp ilÇO criado na cidade moderna tem unt pto)"l(n;ito
C.Omo argumc-nta Left b,·rt: a socied:\l:le industria( homo_geociz..a e ~ sociedade idrolúgjcu ~uivo.leme. Em p0 rtc, ele rt:lle-1e a idooloj!ia pn,.-"Valcccme dos gru-
urbana dilerencia (1970, 169). J\:j. lorç~s poderosas que trabalham em d ireção posC' irts.1i1t1i~'t'it:Sdvmi11.intcs n.isociedade. Em parte, c;leé molchtdo pt"ladin_,-
à hetcrog.eneKlade cultural e é diferenciaçro te rritorial no siste ma u rbano fo- mica das forç:as de cnerc1do Que p:>dem, facilmente. 1mxluzir !"CSult:ldM que
nim objeto de anãlis.e detalhada no Capitulo 2. A nc,çio de " homem u nidi· nin~uem, em 1xir1kular. dt'.~-'ja (,tja ô Ôlpítu ln 5) . O espaço criado é. ''domí•
rnensional ·' (Marcuse) vivendo em um " reioo urbano n~ localizado' ' (Mel· oin ctnicci" apenas num se.ntido ba,,,t:mfe limitado h ·eja Capitulo I ). A l.é-m
\"Ín W eblx>r) foi e,:plicilamente rejeitada naquele capitulo, e nisto escoo de io- dis."'°, o és"fXIÇO criado é parte inte~ral de um int rinc.i.<lo processo inclii:ath·o
té'i ro açordo com Lclctwre. que dá direção e ~itniíiC'".u:!o :\ ,·ida djárhi demro dll cuhur::1 urhan:i. o.~ silit.~.
266
Z67
.simbolos e! sinais qul' nos cerc:am no a.mbiemt! urba.no são inDublcias podero- 2.idas. através das processos que govetn3m a evolução do capilali:.rno inclus·
sa~ (particula1'1'nénte erttre os jovens). Mokfa.mo.s nossa sensibilidade, extrnl- rri;i.1. A \1rb.i:ni7.a~o fornece e oportunidade para o capital lndu.scrial disrx:>r <kls
mos nosso k"Otido de desejos e necessidades, e 10C2liiamos nossas a5pir.ições a pmdut@ quecria. Ne!i-~t.sentido. o proc::es....u de urb,.mil:;açlocstá , ainda, ~ nclo
respcico de um ambiente geográfico que ê em grande parte criado. Ê provável impul~ionado pelos requi!lilos do capitalismo industrial. A urbanizaçilo cria
que nossR culturn, concebida como um doniintO etnico, emane do espaço cria- no"-ois d~io,!; e nec.:~icbdes. no,·as sensibHidadc.s e aspir-c1ções, e na medkla
do mais do que tem êxito em criar esl)-1.ç o. A afümaç~. freqUcntcmcotc mani - ern que estas aclquircm (k.stnYo!vimemo Autônomo o urbanismo pressio na o
&:.(;ta d a cultura e uma repülsa li imagem da cidade, em parte decorre de um Ctpilalisnx, indu.strfal. 1\'h1.s:, os limlte.s de resp::,st.a e a caxa de e\.-oloção .s.ão ~ -
iffiuoOO alheiaoX'nfO. Nem a at ividade de cr iaçiló cio espaço ol'!-tn o pro- vema<los pela$ con<lições relaciooa<la.s ao Dll:.tlaLismo iodustrial mais do que ao
duto fi n:.11doe.spaço çr-iat:kl p0.nx:em e~L.at sob nosso controle iodividual ou co- urbanismo.
le1h-o, milli l: nlOidado r,or força..,; esuanhas a nós. Sabe-mos como rett r, quer {iii) A produçiló, aprupriaçi\o e c::irrulaç!io de mais-\·alia nâose tornaram Sll·
na reali<h-:de ou na mente, as implicações do e:;pai;o criado. Porc:xemplo. ainda OOrdjnadas à dü1âmica interna do urbani~mo, mas çon1inuam a ser 1·cgu1Bdas
tendemos a analisar o fenômeno urlx mo como seo c.spai;o efetivo (cm gránde pelas coodiçücs derivadas d,1; sociedade iodust rial. ~ Capitulo 6 a N!laçào en •
parte en{endido como d'iciêm;ia de mo,,ut1cnto) fosse- o ónico roo.ceito apro- trc o urbanismo e a c-ireufo.ção de mais:•valia e explora.da. O u rbimismo é visto
priado. 11\i como produto da c:ircu\aç1io de mais-valia. Esse é um assunto critico e- i.m-
Qu .lli' tudo que foi bastante discutido é consistente com a tese de l.cfeb,•re. portante, e· t', pfO\'avelmente, :t mais importante Wlntfc! ~ de.:tcurd l) entre le•
Entoo. em que r~:-ide-m 11s di{ere-oça:;? LcldJvrc: assegura que o urbani.s.mo do- fob..,re e eu. Corl5.Íderoos canai!!õ atra\·t:s cl~ quais a rnais-...ali;1 circula como as
mina agora a sociedade industrial. EJe chega a essa poo..ç,·(lu atra,•ts e.la coa~- art~·rias atra,·é-S das qm'lis Ouem toda~ as rela.cões e im~rnçOes que definem 11
truçâo pela negação. O uso ele tal artiflc-io dialético fornece wrn1 hipótese. Ela tOlalid~lc da .sociedade. Compreender a circulação de mais-,•alia ê de bto en-
niio ~"'OflStitu.i uml.l pro\ra. E n!o ~t'r-cdito que a hipôtl.-s.e possa a t?sta eltur-a da tc'l'Jdt."t o modo pelo qual a sociedade opera. l11feliimt:.nlt, não IX)'j,Sllimos a es-
hiMória ser pro,·~a. pêde de introspecção da estn.itura dc5..,;a circulj(,":1io par11 fazer propo-siÇôcs: defi-
O urbanismo p0$Sui uma. esttutura sepatada - e!e µode ser cõncebido co- nitivas sabre el:t. E à éSte te..'>pr?ito que o ÓlJ')l t uk, 6 é incom('ileto e apen9s pre•
111oc1llid34'.k~1t partc - com dioc'lmica pn'lpria . .l\'las., essa dinâmica e medid.i liminsran suas íormulaç-ões. Seria preciS<> um trab:Uho de pelo menos a mag-
aCfa,•c."s da interação e contrndiç-lo com outras est ruturas. Dizer que o urbanis· n.irude e a intmspecçtlo dt' O ÚiJ:tÚal, de Marx, ~ra dc50bscu.recer toclas as
mo domina a~ora a .sociechtde indu.«rllll l?di;,.M que: a~ contradiçõl'.!S ~t~ o ur~ complexidades . Lt::kbvn: fu uma clL..t inÇíiô simpk·s, 1r1a.s b~s1M1te lltil erurc
1,;:mismocomo t$1rutura em JM'OéêS$0 ele tran~(orma~Jo e -a di1liMica irHerna OOis circui100 na circulação de- mai~•n:lia. O primeiro circuito surge da ativi·
da an1i~a sociedade induscrfal são resol\·idas, ,gerulmente, em favor do primei- da.de indu..'ltrial, e en\.·oke a simples com·ers[o das matéri:is e forÇ'flS que ex.is-
ro. Não Krcditoque e.'\.~ pretensão seja realistica. Em ceno~ aspectos impor~ tem naturalmente em objetos~ poderf?.s de utilidade humana. O st"gu ndo cir•
c,mtcs e cruciais, a sociedade induslrial e as e5truturns que a contem conli• cuito envol,·e ;i crfaçilo e extr-.tc;:iio de rnãis-valia a pnrtir <la c-spc..>cu[açiio sobre
mmm ~ dominar o urb:u'liSmo. H4 tr'C:s argumentos crn que t.ste 1:. o caso. dirc-itos de pror riedadc (de todas a~eSpt:cies) e dos reton\OS obtidos do disP',-111·
(i) A mudança da cornpos.iç,'ío org.lnica do capital e o volume Cf('scente de dio de i1we-slimentos de capital 11:xo. l.efebvre .irgumcnra: ''Vi.sto que a pro-
in1·e-s1i1nento <le c~1lital fixo que, el:,1 t-nseja é prodmo da dinâmica interna do por~ode m,1is-\'alfa lllobal forrn."lda e n:::ali;,;rda na indústria à«li11:a, a JlfOpot -
c.1pitalismo industri~ l , e n:'lo pode ~ r interpret.td::i romo re-spasw ao processo ç:io rt't!Jiiud:1em especulação, cm construção e ~ le. ~ 1wok ime.ruo do füt:a-
de urb:mi,.aç.ICJ. O estla.'.'O criado i! rnoldado atrav~ do dcsem--olvimento 005 clo. é rt-S«'. O circuito s«undtlfio cheg'1. i3 suplam:ir o circ-uito princip.11"
i1wcstimemos dc- c.-piutl fim. Ê o capitalismo industrial que está criando es- (1970. 212). Es:sa <live-r~11cia requer algum..i oornideraçlo. O circuito secun·
JJ<1ÇO p.i.ro1 1~ - dai o s.enti<lo fn:qücntementc expresso de alienação~ respeito dârio 1e111 a.1$um.is caracterí:i.tica.'> complicadas. As quántidades cresce.mes de
do ('!.paço criade>. O rroce.sso d~ urbruli~ , (! vMklde, exerce cerras pre.-..'K'tes investimento de capital fixo ( rf,su ltante da mudança da. romposiç-.1.o orgãnica
5-0bre o â:Lpitalisruo i1l<lustl'ial - uma s~rie de investimentos requerem OUtríli chcapital)s.ICI, cornoi\-hln definiu. ' "trabalho morto ''. T raz.er esse capital li·
.s(:rie p:.ra complementá-lo. r-.·tas. a dinfünica do procesro ~ l'Otltrolacb e res.- xo à ,·ida reqL.er que o trabalho vivo o coloque em mo\'imeJ1to, e que um v,1lor
trin,!tida pe[os processos que ~ vcro,un o capitalismo industrial. e não pelos de uso seia eocontrado (agocaou no foturo) JY.11'ª M produtos ou sef\•iços que
(fllt: J.:l>''l.'l'·na.m :.i ~vulu\"ilo Jo urlr.mi.smc> ~"Omoi c-strutura .st:par.tda. efe produ;,.. É d ificil asM!gur.tr qué o Ultimo requjsito seja ak-aJ"Jçado. Conse-
(ii) A criação de neces.sicl~de e 11 manutenÇiio de demanda eletiva s:lo produ- QUen1emente, há um problema capital de crescente e difkil avaliaçlo. bloque-

268 269
ando à st::icinladt· industrial. A ;Ui\·idaJe ('SfK'CUlati\·a st1rg~ desse probll!:ma de \'âú. tudo emaria da dinâmica i nt~.rna 00 capitalismo indus1 rial. Os padrões de
:1,·,1fü.ção<:> o su.stt!nrn. A :u ividadc cs.pcculall\'3 len1 crescido na pro,porção do cir<'uii\Ç~Ode m:iis-valia cst15o mudando, mas eles não alteraram o fato de que
Cm'4.:i111cn10 do in\·estin,entocfecapita! fixo e de.~ que o urbanismo é em pat• as cidades - essas "oficinas de civifüaÇilo'" - eslllo fu nc:bdas na ex_ploraçào
LC- o 1in:11.luto «.lo últímo seria ba..,canrc surpreendente que (l mb.inismo t' o cir• de multo-; por 1.Hl'S poucos. Um urba.nismo gcnuinamc,nte humano amda. está
cuito do ('.tpital cspecu[,,1.tfro fossem imei.ramcnte rd aciona.da-. entre si. A re• pur surgir. Cabe ri kotia rcvoludoni ~ mudar º.C,1.mmho ~ um urbanismo
baseado 11:1 f'(ploraç:.o ,-....ro um urbarusmo apropnado â e.~1e humana. Cabe
l<.>\'iinda dcs."-l kit-ia f;' &.·monstrmfo nos C~p1tulos 2 e} neste livro. Mas. é pre--
à pr:'t:--ica revoludonàrla desentpeahar ul tr.msforrl'l:tl{àO.
nuul\1 llf~ltir Qllt' o ~·~undn {"im,im sub.~tituiu o rrirneiro. Os dois circuitoo
s.'\o íun1l.11n(:ntab ~ntrt ::.i, mas o Q Ut· se b.isc-ii:i no t.'llpitali...tnn indu~rkil a ioda
dcm1ina. Pn·~M~·~ ~·rnd~~ mi st.~tm<le1 circuito ameaçam a es.t~bilidack do pri•
mc:iro pç,rq uc 3.!,,.'<)fà p1u·tcc: q~ o ~.f>>J.mdo circuito ~tá muito mais pro,1enso à
tri.-.c do q1tL" o pl'"im('ifo. ~mtiora a controdição l'f1tn· os dois circuitos seja
w n,;ccmk fonte dç tcnsJo.
,\ ôn:ulà\·ão ti~ mais•\1Ll.ia na so.:-ieda<lc: é ,irn t6Jiico complexo que rt•qucr
cmcndimenh1 muilO tnd hor para auxiliar· no..li a Jidàr com :t dinâmica da urba•
nia1,..HC.1. Nãc.1 é tó1,ico mt.11rn· para pC$qui~a em sociedade:\: soc[alislas porq ue ,
como foi int.licaclo no Capitulo fj, o (Ul ll."('im de mais•ndia nJo tb;flparece -
de n~rmwntt:- muda sua Íl•rma.
Eru.:lo, onde ficamo!< a re,,:pcito da tC.'i(> de I.efehnt:? Dizer que a tt!St' nilo é
\'t!rd.iJcir.t m·sta çonjumura da hi~tbri:i n:lo Cdizer que n:!o cl>teja cm Jlf~SO
dt: coroar-se ,·t.·nbcki~ CIO que nilo p1>S5a torn,:ir•se \'enfadeira no fu1uro. A
<.·••ide11cia b'Ui,{ete que as fo rças de urbaniZBi;Üú l-St.ãoeolCf~(ndo fortemente e se
ll«n:-crKk.• p<irn tlomin;lf o cen:-irio central cb histôria mundial. A 11r1Mniz.açi10
comoks..· # oh.al como objetivo. A urbaniz:.:içâo <lo ca.mp0 está ooorreocb de-
pressa. O ~sr,:1ço criado ~sr.l subsütuindoo cspac;o efeti\'O. A cliletcnciaçfo in·
terna &.•ntro do J>f'OctSSO de tirlxinüaç!o é fon<'ment(.' c••ideme como~ a mu·
dança <k- or~a.niz<1çi.lo política t.lo esraçoque eparaJefa a e:s.sa d iiere11ciaç.'lo. 6n
todos esses ãspi:<:tos Left.bwe est:t ck.~crt.•,..endo algl1mas tt'Odí!nci3$ dominan·
tes. Lefebvrt: rock·. também, ser in1err1·t:·ràdo cnmoapresentando urna hip:xe-
S.I? rt!l:iti\'[l ãs possibilid~t<k.s imanentes ao p re-;e11te. i\1uitas coisas hipotl!tk11s e
utópic1.~ t.em sidu cscrit:.u; sob1·e s cidll<lc em toda sua histó ria. Temos agora a
oronunidadc dt tQrn:i'r viva.s militas ~ coisas snpost11s e pod-emos ag3rmr
as. pcl.,,ihilida<les. l}rc~entes. Temos a oponunid!t<le de criar l'Spaço. âe fortale-
cçl'" criati\·timemt as forÇA!> que tnlxtlham para J diferen.cit\Çkt urbana. Mas,
1)c1J'a ~amtr essas orortunidades, temos Que de(ront-ar as Íôr{as Que crlam cid:t•
d<.'s romo ll.mbi(!1ltl.>S esu-.:inhos, que im11t1lsion.1m a urllat1iz.aç:k> em direções
e.'i(rnnhas .J no,-os ptopósil"os ind.ividu:ais 0t1 colétivos.
Para cnfrenwr essas lor("lls temos primeiro que compreendê-las. A ,·e lha es·
m 1tura do caprtalismo indust1·i:U, eot~ um:a ÍOt\'a de mudança revoludonátia
na sociedade-. aparece 1:1gora como ob~Uculo. I\ concentração çrcscente de in·
\·~timt'flto de capital fixo, a criaçJocle 00\'11.$ 11a;cssi-d11des e dcm.11.s efetlv-as, e
um padrlo Oe circt1laç-.1o de ma.i.,;.-rnlin que se a~:.1. na apropriaç.lo e explor11•
271
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