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TÁLAMO, Maria de Fátima Gonçalves Moreira; LARA, Marilda Lopes Ginez de. O
campo da Lingüística Documentária. Transinformação, v. 18, n. 3, p. 203-211, 2006.
Ao comparar essa sociedade informacional com a sociedade de massa observase que, entre
as alterações importantes que lançam, a da recepção figura como noção distintiva. Como
evidenciado pelo qualificador “de massa”, essa sociedade se constitui via comunicação,
operando com produtos homogeneizantes, para um público não segmentado, cuja
capacidade de seleção se encontra altamente comprometida. Já na sociedade da
informação, supõe-se que para assimilar a informação e subjetivá-la, é necessário que o
receptor tenha papel ativo na constituição do sentido da mensagem. A alteração do lugar da
recepção acaba por determinar que o princípio da mensagem como discurso supõe a
interação como a relação que sustenta a produção de sentido. Não está mais em jogo a
formação de opinião mas a subjetivação da informação organizada em fluxos sociais.
(TALAMO; LARA, 2006, p. 205).
[...] ao comparar línguas diferentes, Hjelmslev (1971) conclui que os estudos sobre as
diferentes distinções que cada uma faz no interior da substância do conteúdo tem
importância direta nos destinos da humanidade, não se constituindo apenas interesse como
resultado do trabalho seja coletivo ou não (a manipulação das formas de conteúdo
expande-se em determinados períodos históricos associada a diferentes ideologias) sobre as
substâncias da expressão e do conteúdo que nos leva a tê-la como um modo de vida social,
reconhecendo-se nela os três fatores fundamentais no universo da cultura: o sujeito
lingüístico, o sistema de signos e o contexto.teórico, como quer estudiosos que vêm na
língua uma ferramenta neutra. Isto porque a linguagem associa-se à cultura, podendo ser
observad. (TALAMO; LARA, 2006, p. 205-206).
Uma das questões do campo remete ao conceito de informação. Face aos seus sentidos
comuns, os traços nele inscritos a definem como: a) algo intencionalmente construído a
partir da análise da produção do conhecimento e dos objetivos institucionais de sua
disseminação, b) algo que se apresenta sob formas específicas, c) algo instaura uma relação
comunicativa particular. Decorre dessa compreensão que a informação não é um dado, mas
uma construção, e que sua transmissibilidade está condicionada às condições de aderência
definidas por elos de significação. Essa definição tem conseqüências importantes
relacionadas à necessidade de enfrentar efetivamente os problemas relacionados aos
parâmetros para a construção de códigos documentários e informacionais - entre eles, a
Linguagem Documentária -, e ao estabelecimento de vínculos de adesão simultaneamente
com os conteúdos processados, com a instituição que os processam e com a comunidade de
receptores. (TALAMO; LARA, 2006, p. 206).