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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº. (XXX), com sede na Rua
(endereço completo), representada por seu presidente..., vem por seu advogado infra-
assinado, conforme procuração anexa (procuração anexada), na qual informa o endereço
que recebe citações, intimações (art. 39, I, do CPC), vêm perante Vossa Excelência
amparado no art. 102, I, a e p; e art. 103, IX, da CF, bem como dos arts. 1º a 12 da Lei n.
9.868/99, propor.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO LIMINAR

Pelo rito especial (Lei 9868/99) em face da norma... editada pelo ESTADO KWY e
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ESTADUAL, pelas razões de fato e de direito a seguir
aduzidas:

I - LEGITIMIDADE ATIVA

O autor da presente ação é a Confederação Nacional do


Comércio, e desse modo, nos termos do art. 103, IX, CRFB e art. 2.º, IX, da Lei
9.868/1999 é parte legítima para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade,
sendo considerada legitimada especial, motivo que justifica a propositura da presente
ação e preenche o requisito da pertinência temática, uma vez que a norma questionada
causa lesão aos seus associados.

II - DOS FATOS

O Estado KWY editou norma determinando a gratuidade


dos estacionamentos privados vinculados a estabelecimentos comerciais, como
supermercados, hipermercados, shopping centers.

A referida norma estabeleceu também a imposição de


multas pelo descumprimento e gradação nas punições administrativas, além de delegar
ao PROCON local a responsabilidade pela fiscalização dos estabelecimentos
relacionados no instrumento normativo.

No entanto, resta evidente que tal norma viola


expressamente o que é preconizado pela Constituição Federal, a matéria em comento é
reservada a competência privativa da União, razão pela qual não resta outra alternativa
aos estabelecimentos a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade através da
entidade que lhes representa, qual seja Confederação Nacional do Comércio.

III - DOS FUNDAMENTOS

Primeiramente, resta salientar que o art. 5º, inc. XXII, da


CF garante o direito de propriedade. E a propriedade, por ser um direito real pleno e
exclusivo, admite que o seu titular estabeleça as condições para que a coisa possa ser
desfrutada por parte de terceiros. Sendo assim, do mesmo modo que o proprietário do
apartamento locado está autorizado a cobrar aluguéis do inquilino, também o empresário
tem o direito de exigir dos seus clientes o pagamento de uma certa quantia pelo uso do
estacionamento.

Por outro lado, reza o art. 22, inc. I, da CF, que compete
privativamente à União legislar sobre direito civil. E o contrato de estacionamento, que
envolve características de depósito, locação e prestação de serviço, é um instituto típico
de direito civil, a impedir, consequentemente, possa ter seus efeitos regulamentados
através de lei estadual. Assim exigir que tais vagas permaneçam compulsoriamente
vinculadas a um regime de gratuidade é flagrantemente inconstitucional.
É o entendimento Jurisprudencial:

AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI
ESTADUAL. ESTACIONAMENTO EM
LOCAIS PRIVADOS. COBRANÇA.
IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 22,
I DA CONSTITUIÇÃO. Esta Corte, em
diversas ocasiões, firmou entendimento no
sentido de que invade a competência da União
para legislar sobre direito civil (art. 22, I da
CF/88) a norma estadual que veda a cobrança
de qualquer quantia ao usuário pela utilização
de estabelecimento em local privado.

IV – DA MEDIDA LIMINAR

Demonstra-se necessário o deferimento do pedido


liminar. Pelos elementos colacionados na inicial, demonstra-se provas e elementos de
informação capazes de convencer o entendimento dos Doutos julgadores, tendo em vista
a ampla demonstração do direito, presente desta forma o fomus boni iuris que pode
fomentar a suspensão do ato normativo impugnado até o julgamento final da ADI.

Mostra-se também impérios o que o ato normativo seja


suspenso imediatamente, tendo em vista que os danos aos comerciários do Estado KW Y
serão de difícil reparação, presente também o periculum in mora, ensejando a suspensão
da Lei publicada pelo Estado KW Y.

V - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, a Confederação requer:


a) a c concessão da medida cautelar inaudita altera pars conforme o Art. 12 da Lei 9
868/99 e que ao final seja julgado procedente o pedido e declarada a inconstitucionalidade
da norma impugnada;
b) a juntada dos documentos em anexo;
c) que sejam solicitadas informações ao Governador do Estado e à Assembleia Legislativa
estadual;
d) a citação do Advogado Geral da União;
e) a oitiva do Procurador -Geral da República.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais.

Termos em que,
pede deferimento.

Local e data
Advogado
OAB n.º...

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