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Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

08/06/2021

Número: 1038153-70.2021.4.01.3400
Classe: AÇÃO POPULAR
Órgão julgador: 2ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 08/06/2021
Valor da causa: R$ 10.000,00
Assuntos: Nulidade de ato administrativo
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
IVAN VALENTE (AUTOR) ALBERTO DE ALMEIDA CANUTO (ADVOGADO)
PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA (REU)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
57205 08/06/2021 16:28 Petição inicial Petição inicial
7361
57205 08/06/2021 16:28 Pet Incial AP Ivan Valente Inicial
7387
PETIÇÃO INICIAL ANEXA

Assinado eletronicamente por: ALBERTO DE ALMEIDA CANUTO - 08/06/2021 16:26:56 Num. 572057361 - Pág. 1
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AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO
DISTRITO FEDERAL DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª
REGIÃO

IVAN VALENTE, brasileiro, casado, Deputado Federal, portador da


identidade parlamentar nº 56359 e inscrito no CPF/MF sob o nº 376.555.828-15,
com endereço na Câmara dos Deputados, gabinete 716, anexo IV, CEP 70160-
900, vem por intermédio de seu advogado, nomeado conforme a procuração
anexa, vem, com fulcro no art. 5º, inciso IV, IX e LXXIII, e art. 37 da Constituição
Federal, bem como na Lei nº 4.717/65, especialmente o disposto em seu art. 2º,
alíneas “c, d e e”, e no parágrafo único, “c, d e e”, do mesmo dispositivo, na Lei nº
12.527, de 18 de novembro de 2011, e na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,
propor a presente

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR

em face da UNIÃO, representada pelo Comando do Exército; PAULO SÉRGIO


NOGUEIRA DE OLIVEIRA - Comandante do Exército, com domicílio na Av.
do Exército, Bloco A, SMU, Brasília – DF, CEP 70630-901, objetivando a
nulidade da decisão que impôs a restrição total de acesso ao Processo Disciplinar
aberto contra o General da ativa EDUARDO PAZUELLO, tendo em vista seu
caráter lesivo ao interesse público, em afronta ao direito de acesso à informações
públicas, inerente ao Estado Democrático de Direito, conforme fatos e
fundamentos a seguir:

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I - SÍNTESE FÁTICA

01. Trata-se de ação popular que visa a obtenção da nulidade da decisão


do Comando do Exército que impôs restrição de acesso às informações sobre o
Processo Administrativo Disciplinar que apuração a prática de transgressão
disciplinar por parte do General da ativa EDUARDO PAZUELLO,
procedimento que foi arquivado pelo Comandante do Exército General PAULO
SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA, conforme divulgado pelo jornal
O’Globo no último dia 07, de junho de 2021.
02. De acordo com o veículo de imprensa1:

“O Exército negou acesso ao processo administrativo, já


arquivado, sobre a participação do general Eduardo
Pazuello em ato político ao lado do presidente Jair
Bolsonaro no final de maio no Rio de Janeiro. Em resposta
a pedido formulado pelo GLOBO, o Exército respondeu que
o processo contém informações pessoais e citou o
dispositivo da Lei de Acesso à Informação (LAI) que
garante, nessas situações, o sigilo por 100 anos. A decisão
ignora entendimentos já firmados pela Controladoria
Geral da União (CGU).”

03. Ainda segundo o jornal, a decisão do Comando do Exército tornou o


processo administrativo sigiloso por 100 anos, adotando como fundamento o fato
de que a informação possui caráter pessoal.
04. A mesma resposta já havia sido utilizada em 07/06/2021, em resposta
a pedido de acesso a informações, conforme disponível na rede mundial de
computadores2, protocolado em 27 de maio com o seguinte teor:

“Solicito o acesso, com base na Lei de Acesso à Informação, a


Ficha de Apuração de Transgressão Disciplinar (FATD)
preenchida pelo general Eduardo Pazuello, com a sua defesa
e demais andamentos dos relativos ao Procedimento

1 https://oglobo.globo.com/brasil/exercito-impoe-100-anos-de-sigilo-para-processo-administrativo-de-

pazuello-1-25050551
2

http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Item/displayifs.aspx?List=0c839f31%2D
47d7%2D4485%2Dab65%2Dab0cee9cf8fe&ID=1554988&Source=http%3A%2F%2Fwww%2Econsultaesic
%2Ecgu%2Egov%2Ebr%2Fbusca%2FSitePages%2Fresultadopesquisa%2Easpx%3Fk%3Dpazuello%252023
%2520de%2520maio&Web=88cc5f44%2D8cfe%2D4964%2D8ff4%2D376b5ebb3bef

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Administrativo Disciplinar por ter participado de um ato no
Rio de Janeiro, no dia 23 de maio. Requisitamos ainda que
essas informações sejam fornecidos em formato aberto, nos
termos do art.8º, §3º, III da Lei Federal 12.527/11 e art. 24,
V da Lei Federal 12.965/14. Caso parte das informações não
seja fornecida ou considerada sigilosa, favor justificar e
enviar o restante.”

05. Em resposta datada de 07 de junho de 2021, o Comando do Exército


manifestou-se no seguinte sentido:

“Prezada Senhora, Ao cumprimentá-la, cordialmente, o


Serviço de Informações ao Cidadão do Exército Brasileiro
(SIC-EB) acusa o recebimento do pedido formulado por V Sa,
registrado com o protocolo nº 60110002069202195. A
respeito do assunto, o SIC-EB informa que a documentação
solicitada é de acesso restrito aos agentes públicos
legalmente autorizados e à pessoa a que ela se referir,
conforme previsto no art. 31, § 1º, inciso I, da Lei nº 12.527,
de 18 NOV 11, Lei de Acesso à Informação (LAI). Informa,
ainda, que o resultado da apuração foi divulgado, conforme
Nota à Imprensa disponível no site da Instituição
(http://www.eb.mil.br/web/imprensa/documentos-a-
imprensa/-/asset_publisher/oQTTiIUbAfKO/content/nota-
a-impren-7). Por fim, eventual recurso deve ser dirigido ao
Chefe do Estado-Maior do Exército, no prazo de 10 (dez) dias,
conforme previsto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de
2011. Cordialmente, Serviço de Informações ao Cidadão do
Exército Brasileiro (Conheça seu Exército -
http://www.eb.mil.br/)”

06. O processo refere-se à apuração sobre a prática de transgressão


disciplinar em razão da participação do General da ativa EDUARDO
PAZUELLO em ato político no dia 23 de maio, ao lado do Presidente da
República. A instauração do procedimento se deu em decorrência da vedação

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explicitada contida no regulamento interno do Exército, o qual veda participação
de militar em manifestações políticas.
07. O Comando do Exército aduz que o procedimento foi arquivado após
a apresentação da defesa do General da ativa EDUARDO PAZUELLO, tendo
esta levado o Comando do Exército à conclusão de que não teria ocorrido
transgressão disciplinar.
08. Após a conclusão de que não teria ocorrido transgressão por parte do
General da ativa, bem como seu consequente arquivamento, adotou-se a medida
de imposição de sigilo total ao referido processo, o que coloca em evidência a
impossibilidade de levar o conteúdo à sociedade para avaliação e constatação de
eventuais ilegalidades contidas na decisão, situação esta absolutamente
incompatível com o Estado Democrático de Direito e flagrantemente ilegal, o que
torna imperativa a anulação da decisão conforme passaremos a expor.

II - DO DIREITO

II. 1.1 - DA COMPETÊNCIA

09. O art. 109, I da Constituição Federal prevê que compete aos juízes
federais processar e julgar “as causas em que a União, entidade autárquica ou
empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho”.
10. No presente caso, busca-se a tutela jurisdicional para
determinar a declaração de nulidade de decisão do Comando do
Exército que impôs o sigilo integral ao Processo Administrativo
Disciplinar que apurou a prática de transgressão por parte do General
da ativa EDUARDO PAZUELLO, por ter participado de atividade
política ao lado do Presidente da República no dia 23 de maio de 2021.
Inconteste, portanto, o interesse jurídico da União na presente demanda.
11. Considerando-se o objeto a ser tutelado, resta evidente a
competência da Justiça Federal para decidir sobre o tema. Ressalta-se
ainda que, conforme entendimento pacificado no STF, a Ação Popular não se

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submete a qualquer tipo de foro privilegiado ou prerrogativa de função, sendo
sempre competente o Juiz de Primeiro Grau de Jurisdição. Nesse sentido, vide:

“A competência para julgar ação popular contra fuxato de


qualquer autoridade, até mesmo do presidente da
República, é, via de regra, do juízo competente de primeiro
grau”.
(STF, AO n.º 859 QO, Plenário, Rel. p/ o ac. Min.
Maurício Corrêa, j. 11/10/2001)

12. Destarte resta evidenciada a competência da Justiça Federal para o


processamento do presente feito de 1ª Instância, mais precisamente, uma das
Varas Federais do TRF da 1ª Região – Seção Judiciária do Distrito Federal, de
acordo com a legislação pertinente.

II.1.2 - DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR

13. Inicialmente, destaca-se o cabimento da presente Ação Popular,


considerando a possibilidade de sua propositura em face da prática de atos que
violem a legalidade e a moralidade administrativa.
14. No que diz respeito a estes aspectos preliminares, cumpre trazer
precedente do C. STJ3, fixando o cabimento e a legitimidade para propositura
de ação popular:

“A ação popular pode ser ajuizada por qualquer cidadão


que tenha por objetivo anular judicialmente atos lesivos ou
ilegais aos interesses garantidos constitucionalmente,
quais sejam, ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
(...)
Portanto a ação popular é o meio adequado colocado à
disposição do cidadão, que possibilita o exercício de
vigilância entre a adequação das atividades desenvolvidas
pela Administração Pública e o interesse coletivo e o bem
comum dos administrados.”
15. Insta salientar que as Cortes Superiores consagraram o entendimento

3 Recurso Especial nº 889.766/SP, Rel. Min. Castro Meira, j. 04.10.2007.

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de que “atos lesivos ao patrimônio” abrangem todos aqueles que concreta ou
potencialmente, ofendam não apenas o patrimônio econômico, representado por
bens materiais, mas também direitos dos indivíduos ou da coletividade quanto a
uma Administração proba, correta, que cuide, com eficiência e moralidade, do
bem comum dos administrados, ainda que inexista palpável um dano
concretizado e quantificável ao patrimônio público, este considerado em sua
acepção comum.
16. Por essa via já se pronunciou o E. STJ, em decisão da lavra do Min.
Luiz Fux:

“A ação popular é instrumento hábil à defesa da


moralidade administrativa, ainda que inexista dano
material ao patrimônio público. Precedentes do STJ: AgRg
no REsp 774.932/GO, DJ 22.03.2007 e REsp 552691/MG,
DJ 30.05.2005). O influxo do princípio da moralidade
administrativa, consagrado no art. 37 da Constituição
Federal, traduz-se como fundamento autônomo para o
exercício da Ação Popular, não obstante estar implícito no
art. 5º, LXXIII da Lex Magna. Aliás, o atual microssistema
constitucional de tutela dos interesses difusos, hoje
compostos pela Lei da Ação Civil Pública, a Lei da Ação
Popular, o Mandado de Segurança Coletivo, o Código de
Defesa do Consumidor e o Estatuto da Criança e do
Adolescente, revela normas que se interpenetram, nada
justificando que a moralidade administrativa não possa
ser veiculada por meio de Ação Popular.” (REsp
474.475/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma,
julgado em 9.9.2008, DJe 6.10.2008).

17. Ainda no sentido de que a Ação Popular é meio processual adequado


para a defesa não apenas do patrimônio, mas também da moralidade stricto
sensu administrativa, do patrimônio histórico e cultural e do meio ambiente, cabe
mencionar a decisão do Min. Castro Meira:

“A ação popular pode ser ajuizada por qualquer cidadão


que tenha por objetivo anular judicialmente atos lesivos ou
ilegais aos interesses garantidos constitucionalmente,
quais sejam, ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Portanto a ação popular é o meio adequado colocado à


disposição do cidadão, que possibilita o exercício de
vigilância entre a adequação das atividades desenvolvidas

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pela Administração Pública e o interesse coletivo e o bem
comum dos administrados.” (Recurso Especial nº
889.766/SP, Rel. Min. Castro Meira, j. 04.10.2007).

18. A Ação Popular é assim instrumento para assegurar a moralidade


administrativa:

A ação popular é instrumento hábil à defesa da


moralidade administrativa, ainda que inexista
dano material ao patrimônio público. Precedentes do
STJ: AgRg no REsp 774.932/GO, DJ 22.03.2007 e REsp
552691/MG, DJ 30.05.2005). O influxo do princípio da
moralidade administrativa, consagrado no art. 37 da
Constituição Federal, traduz-se como fundamento
autônomo para o exercício da Ação Popular, não
obstante estar implícito no art. 5º, LXXIII da Lex
Magna. Aliás, o atual microssistema constitucional de
tutela dos interesses difusos, hoje compostos pela Lei da
Ação Civil Pública, a Lei da Ação Popular, o Mandado de
Segurança Coletivo, o Código de Defesa do Consumidor
e o Estatuto da Criança e do Adolescente, revela normas
que se interpenetram, nada justificando que a
moralidade administrativa não possa ser
veiculada por meio de Ação Popular.

(REsp 474.475/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira


Turma, julgado em 9.9.2008, DJe 6.10.2008)

19. Resta evidente portanto o cabimento da presente demanda, tendo em


vista a ilegalidade existente na decisão do Comando do Exército que
impôs o sigilo integral ao Processo Administrativo Disciplinar que
apurou a prática de transgressão por parte do General da ativa
EDUARDO PAZUELLO, por ter participado de atividade política ao
lado do Presidente da República no dia 23 de maio de 2021, conforme
será demonstrado abaixo.
20. Ressalte-se que é com base nesta decisão que o veículo de imprensa e
a autora do pedido transcrito acima tiveram seu direito de acesso à informação
violado, o que ocorrerá com todos aqueles que ingressarem com pedidos
idênticos.
21. Dessa forma, estamos diante de decisão que viola o direito da
coletividade a obter o acesso a informações, o que é ainda mais grave quando se

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trata de informações relacionadas ao envolvimento das General da ativa em
atividades políticas.

II.1.3 - DA LEGITIMIDADE ATIVA

22. O art. 1º da Lei Federal n.º 4.717/65 prevê que “(...) qualquer
cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a
declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do
Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas,
de sociedades de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a
União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços
sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o
tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento
do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da
União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas
jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos”, sendo que, nos
termos do § 3º do mesmo artigo “(...) prova da cidadania, para ingresso em
juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda”
23. O autor da presente Ação Popular é cidadão brasileiro, em pleno
exercício de seus direitos políticos, conforme certidão da Justiça Eleitoral
anexada.

II.1.4 - DA LEGITIMIDADE PASSIVA

24. O art. 6º da Lei Federal n.º 4.717/65, prevê que “(...) a ação popular
será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato
impugnado, ou que, por omissão, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra
os beneficiários diretos do mesmo.”
25. No caso concreto, seguindo da dicção do referido dispositivo, a
UNIÃO, representada pelo Comando do Exército e o Comandante do Exército,

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General PAULO SÉRGIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA, são passíveis de
figurar como réus no polo passivo da presente demanda, tendo em vista que o ato
lesivo atacado, qual seja, a decisão que impôs sigilo integral ao Processo
Administrativo Disciplinar em comento foi proferida pela entidade e autoridade
mencionadas.

II. 2 - DO MÉRITO

26. Conforme prevê a Constituição Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

……………………………………………………………………………………

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

……………………………………………………………………………………

Art. 37. A administração pública direta ou indireta


de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

……………………………………………………………………………………

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário


na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:

……………………………………………………………………………………

II - o acesso dos usuários a registros


administrativos e a informações sobre atos de
governo, observado o disposto no art. 5º, X e
XXXIII; (Vide Lei nº 12.527, de 2011)

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……………………………………………………………………………………
Art.216
…………………………………………………………………………………..
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da
lei, a gestão da documentação governamental e as
providências para franquear sua consulta
quando dela necessitem.”

27. A Lei de Acesso a Informações, Lei nº 12.527, de 18 de novembro de


2011, regulamentou os dispositivos mencionados, assegurando a qualquer
pessoa, independente de justificativa, o acesso a informações públicas, limitando
a possibilidade de restrição de acesso às situações em que a informação for
imprescindível à segurança da sociedade ou do Estado. Importante transcrever a
exceção à publicidade descrita na norma mencionada:

“Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da


sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de
classificação as informações cuja divulgação ou acesso
irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a
integridade do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e
organismos internacionais;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira,
econômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
estratégicos das Forças Armadas;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e
desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a
sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico
nacional;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas
com a prevenção ou repressão de infrações.”

28. A mesma lei ainda prevê a possibilidade de restrição de acesso para


informações de caráter pessoal, porém é expressa ao afirmar que a medida não

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pode ser utilizada para ocultar da sociedade a prática de ilícitos por parte de
agente público. De acordo com o referido dispositivo:

“Art. 31. O tratamento das informações pessoais


deve ser feito de forma transparente e com respeito
à intimidade, vida privada, honra e imagem das
pessoas, bem como às liberdades e garantias
individuais.
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo,
relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
I - terão seu acesso restrito, independentemente de
classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem)
anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos
legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem;
e
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por
terceiros diante de previsão legal ou consentimento
expresso da pessoa a que elas se referirem.
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será
exigido quando as informações forem necessárias:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única
e exclusivamente para o tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de
evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo
vedada a identificação da pessoa a que as informações se
referirem;
III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - à defesa de direitos humanos; ou
V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à
vida privada, honra e imagem de pessoa não
poderá ser invocada com o intuito de prejudicar
processo de apuração de irregularidades em que o
titular das informações estiver envolvido, bem
como em ações voltadas para a recuperação de
fatos históricos de maior relevância.”
(grifamos)

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29. No caso em comento, resta demonstrada a existência de decisão do
Comando do Exército com o objetivo de restringir o acesso ao Processo
Administrativo Disciplinar que apurou a irregularidade praticada pelo General
da ativa EDUARDO PAZUELLO ao descumprir uma série de normas
disciplinares e até mesmo de caráter penal para participar de ato político ao lado
do Presidente da República.
30. A própria norma que disciplina o Processo Administrativo Disciplinar,
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, impõe à administração a observância da
divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas na Constituição. Tais hipóteses são aquelas descritas na Lei de Acesso a
Informações e não comportam qualquer tipo de interpretação que permita sua
ampliação.
31. Ao abordar o tema da publicidade nos Processos Administrativos
Disciplinares, a Controladoria-Geral da União, em seu Manual de Processo
Administrativo Disciplinar, edição de setembro de 2020, é categórica ao
afirmar que não cabe a restrição de acesso ao Processo
Administrativo Disciplinar após o seu término. De acordo com o manual
que deve ser observado por todos os órgãos do Poder Executivo4:

“Seguindo este preceito, a LAI prevê no § 3º do art.


7º que “o direito de acesso aos documentos ou às
informações neles contidas, utilizados como
fundamento da tomada de decisão e do ato
administrativo será assegurado com a edição do
ato decisório respectivo”. Considerando que todo
processo disciplinar em andamento consubstancia uma
sequência de atos que culminarão na tomada de decisão
em relação à responsabilidade administrativa sobre
determinado fato, entende-se que os procedimentos dessa
natureza, quando em curso, incluem-se na hipótese ali
prevista.
Desse modo, não se deve conceder acesso a terceiros à
documentação constante de processo administrativo
disciplinar que ainda esteja em curso. Por outro lado, o
dispositivo determina que uma vez concluído, ou
seja, com a edição de seu julgamento, deixa de
subsistir a situação que justifica a negativa de
acesso a seu conteúdo. Ressalte-se que não há restrição
de acesso ao acusado e seu procurador, em nenhuma fase
do processo.
Assim, instaurado o procedimento disciplinar, o art. 150
da Lei nº 8.112/90 continua a acobertá-lo como restrito
para acesso de terceiros durante todo o seu curso. No

4 https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/46777/12/Manual_PAD_setembro_2020.pdf

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entanto, atendendo aos comandos de publicidade
contidos na LAI, assim que concluído, ele passa a
ser acessível a terceiros, com exceção dos dados que
sempre serão protegidos por cláusulas específicas de sigilo
(fiscal, bancário, imagem/honra).”

32. Ante o exposto, resta flagrante a patente ilegalidade praticada pelo


Comando do Exército ao impor restrição total de acesso ao Processo
Administrativo Disciplinar que apurou a prática de transgressão disciplinar pelo
General da ativa EDUARDO PAZUELLO por ter participado de manifestação
política ao lado do Presidente da República no dia 23 de maio de 2021.
33. A imposição da restrição total de acesso a Processo Administrativo
Disciplinar viola gravemente a Constituição e a legislação com o objetivo de
omitir da sociedade os detalhes da transgressão praticada pelo General da ativa e
a legalidade da decisão do Comando do Exército que decidiu pelo arquivamento
do referido processo, situações inadmissíveis no Estado Democrático de Direito.
34. Destaca-se que mesmo não sendo possível comprovar, no
momento presente o dano ao erário relativo à decisão aqui
impugnada, ou seja, a lesividade, a lesão patrimonial não é indispensável para
o cabimento da presente ação, assim como dispõe a jurisprudência do C. STJ,
quando do julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.130.754:

“É possível afirmar a prescindibilidade do dano para


a propositura da ação popular, sem adentrar o
mérito da existência de prejuízo econômico ao erário. Isso
porque a Lei de Ação Popular (Lei nº 4.717/1965), em seu
art. 1º, §1º, ao definir patrimônio público como bens e
direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou
turístico, deixa claro que o termo “patrimônio
público” deve ser entendido de maneira ampla, a
abarcar não apenas o patrimônio econômico, mas
também outros valores, entre eles, a moralidade
administrativa.”

35. Sendo assim, é essencial que seja declarada a nulidade da


imposição de restrição total de acesso ao Processo Administrativo
Disciplinar que apurou a prática de transgressão disciplinar pelo
General da ativa EDUARDO PAZUELLO por ter participado de
manifestação política ao lado do Presidente da República no dia 23 de
maio de 2021, visto a patente ilegalidade presente em tal ato administrativo.
Nesse sentido, urge transcrever o disposto no art. 2ª da Lei nº 4.717/65:

“Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das

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entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetência;

b) vício de forma;

c) ilegalidade do objeto;

d) inexistência dos motivos;

e) desvio de finalidade.

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de


nulidade observar-se-ão as seguintes normas:

a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se


incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;

b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância


incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;

c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o


resultado do ato importa em violação de lei,
regulamento ou outro ato normativo;

d) a inexistência dos motivos se verifica quando a


matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido;

e) o desvio de finalidade se verifica quando o


agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
competência.”

(Grifamos)

36. Nota-se que houve violação aos dispositivos mencionados, pois o


Comando do Exército ao impor restrição total de acesso ao Processo
Administrativo Disciplinar que apurou a transgressão disciplinar praticada pelo
General da ativa EDUARDO PAZUELLO. Isso porque a decisão afrontou a
alínea “c” mencionada, uma vez que a decisão é flagrantemente inconstitucional,
contrária à Lei de Acesso à Informações, à norma que regula o Processo
Administrativo Disciplinar e às orientações do órgão central de controle e
disciplinar do Poder Executivo Federal.
37. Violou também a alínea “d”, uma vez que os dados contidos no

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processo são de caráter público e não pessoal, situação que torna
inexistentes os motivos para a imposição de restrição total ao conteúdo do
Processo Administrativo Disciplinar que apurou a prática de grave transgressão
disciplinar pelo General da ativa EDUARDO PAZUELLO.
38. Por fim, violou a alínea “e” por ter como objetivo ocultar os malfeitos
praticados pelo General da ativa EDUARDO PAZUELLO e afastar do controle
da sociedade a decisão que optou pelo arquivamento do Processo Administrativo
Disciplinar que não reconheceu a grave transgressão praticada por ele ao
participar de atividade política ao lado do Presidente da República.

III – DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA COM A NECESSIDADE DE


CONCESSÃO DA LIMINAR

39. A suspensão liminar do ato lesivo impugnado é possível, conforme


assegura o art. 5°, §4° da Lei da Ação Popular. Nos termos da fundamentação
acima exarada, entende-se presentes os requisitos autorizadores para concessão
da tutela de urgência, de acordo com o art. 300 do Código de Processo Civil,
visto que constantes:

(i) A probabilidade do direito, sendo possível de ser


auferida com o mero cotejamento entre o conteúdo do
documento sobre o qual foi imposta restrição total de acesso
e as hipóteses legais autorizadoras para esta medida
previstas em lei. Também pode ser auferida do manual da
Controladoria-Geral da União que é categórico ao
determinar a publicidade do Processo Administrativo
Disciplinar, assim que terminada sua tramitação. O
Processo Administrativo Disciplinar em questão restou
concluído e a decisão do Comando do Exército foi pelo seu
arquivamento. A sociedade tem o direito de saber quais
foram os motivos e razões para esta decisão, de maneira a
aferir sua legalidade.

(ii) o perigo de dano, que é inconteste desde logo, tendo


em vista que o direito fundamental à informação é inerente
ao Estado Democrático de Direito. A possibilidade de
restrição de acesso fora das hipóteses restritivas previstas
em lei coloca as autoridades longe do controle social,

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permitindo a elas a violação de direitos individuais em série
e a negligência com o interesse público. Estamos falando de
um precedente extremamente grave que, se não corrigido,
abrirá caminho para a livre perseguição dos adversários e o
acobertamento dos aliados do governante de plantão, algo
típico de regimes autoritários. Trata-se de situação que
urgentemente deve ser corrigida e configura uma das razões
pelas quais o constituinte alçou o instrumento da ação
popular entre as cláusulas pétreas de nossa Carta Cidadã.

40. Destarte faz-se incontroversa e urgente a necessidade de


antecipação de tutela, com concessão de liminar, para preservar o direito
à informação e, em última análise, a garantia do regime democrático de direito.

IV - DOS PEDIDOS

41. Ante o exposto requer, que a presente Ação Popular seja recebida e
processada, pois encontram-se preenchidos os pressupostos legais de
admissibilidade, a fim de que:

a) seja concedida tutela de urgência antecipada liminarmente,


no sentido de tornar nula a decisão que impôs a restrição total de
acesso ao Processo Administrativo Disciplinar que apurou a prática
de transgressão disciplinar pelo General da ativa EDUARDO
PAZUELLO por ter participado de manifestação política ao lado do
Presidente da República no dia 23 de maio de 2021, e também para que
os Réus se abstenham de impor novas restrições de acesso ao referido processo,
para além dos limites previstos na legislação;

b) seja determinada a citação dos réus para que, querendo,


ofereçam informações e contestem a ação;

c) a intimação do Ministério Público para oficiar no presente feito,


nos termos do art. 7º, I, da Lei nº 4.717, de 1965;

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d) seja julgada procedente a presente Ação Popular, no sentido
de confirmar a tutela de urgência, decretando a nulidade da decisão que impôs
restrição de acesso Processo Administrativo Disciplinar que apurou a
prática de transgressão disciplinar pelo General da ativa EDUARDO
PAZUELLO por ter participado de manifestação política ao lado do
Presidente da República no dia 23 de maio de 2021, e para os Réus se
abstenham de impor novas restrições de acesso ao referido processo para além
dos limites previstos na legislação.

e) a condenação dos réus ao pagamento de custas e despesas


processuais, assim como honorários de sucumbência.

42. Protesta-se pela produção de todas as provas em direito admitidas.


43. Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais),
ressaltando-se a isenção de custas e despesas processuais.

Nesses termos,

Pede deferimento.

Brasília, 08 de junho de 2021.

Alberto de Almeida Canuto


OAB/SP 278.267

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