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Estanislau Klein – ATLAS CULTURAL DO ACRE E DO ALTO JURUÁ (AM)
ATLAS CULTURAL
DO ACRE E DO ALTO JURUÁ (AM):
LOCAIS SAGRADOS, PEREGRINAÇÕES,
CRENÇAS, RITOS E FESTAS POPULARES
EA C
Editor
Todos os direitos dessa edição pertencem ao
DR. ESTANISLAU PAULO KLEIN. Nenhuma parte
desse livro poderá ser reproduzida por qualquer meio
sem a autorização prévia do autor pelo e-mail
epkklein@gmail.com
Revisão
Gleiciane Nunes de Souza
VERSÃO DIGITAL
_______________________________________________
K641a Klein, Estanislau Paulo
Atlas cultural do Acre e do Alto Juruá (AM): locais
sagrados, peregrinações, crenças, ritos e festas populares /
Estanislau Paulo Klein, Samora da Silva Klein, Erikis
Fernando Pereira e Sílvia Souza Lima. Rio Branco: EAC
Editor, 2021. 98 f.:Il.
ISBN : 978-65-00-21110-8
1. Atlas; 2. Religião; 3. Cultura; 4. Acre (Ac).
I. Título.
CDD: 200
_________________________________________
____________________________________
http://eaceditor.blogspot.com.br/
eac.editor@gmail.com
ATLAS CULTURAL DO ACRE E ALTO JURUÁ (AM):
LOCAIS SAGRADOS, PEREGRINAÇÕES,
CRENÇAS, RITOS E FESTAS POPULARES
APRESENÇÃO 10
1. RIO BRANCO 13
Em reconhecimento da diplomacia 13
A tradição de São Sebastião em Rio Branco 16
Catedral Nossa Senhora de Nazaré 18
Santo Antônio da Capela, ramal do km 90 da 21
Transacreana
O caminho até Santo Antônio da Capela Ac -90 22
2. PORTO ACRE 24
A Igreja de ferro do seringal Bom Destino 29
A novena e festa popular da “Mão Poderosa” 30
3. XAPURI 34
Heranças lusitanas de invocar a proteção de São 34
Sebastião e os santos locais
São João do Guarani 36
Luiz, a alma milagrosa da Nova Amélia 38
4. ASSIS BRASIL 40
No caminho para o Bom Sucesso 40
Santa Raimunda do Bom Sucesso 41
Alma Milagrosa da Sebastiana, colocação Lua 44
Nova, seringal Icuriã
O caminho até Lua Nova, Icuriã 45
5. SENA MADUREIRA 46
Civismo, locais sagrados e um monumento 46
arquitetônico em uma “cidade moderna” no início
dos seringais
Presença da Ordem dos Servos de Maria 49
A primeira catedral do Acre 51
6. FEIJÓ
Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro 54
Os irmãos Quinino 55
Maria da Liberdade: a menina Santa do rio Envira 56
A capela da Santa do rio Envira 58
7. TARAUACÁ 60
Atenção com o nome nativo 60
Novenário e festa de São Francisco 60
Festa de São José 62
Alma Milagrosa do igarapé Cujubim 62
O caminho para ir até o local da Alma de José 63
França
9. CRUZEIRO DO SUL 75
O nome cívico tem origem na observação dos rios 75
A demarcação do primeiro lugar sagrado para a 77
igreja
Novenário, festa e procissão em honra à Nossa 80
Senhora da Glória: um dos maiores eventos
populares do Acre
Adélia de Campos Sobral: a Santinha do Juruá 81
10. MÂNCIO LIMA 85
Seringais, colônias e cidade 85
REFERÊNCIAS 97
APRESENTAÇÃO
E
ste atlas complementa o livro intitulado
“Crenças, ritos, litanias e o sagrado na ordem
simbólica no Acre e região, com informações
geográficas, indicações de endereços e caminhos dos locais
de peregrinações, de rituais e festas. Todos os demais
conhecimentos e informações são oriundos deste livro, com
a finalidade de situar e localizar diferentes fenômenos
sociais. Os dois trabalhos têm o patrocínio da Fundação de
Cultura Elias Mansour - Acre, ampliando os conhecimentos
sobre as particularidades da cultura regional, com ênfase nos
antigos seringais.
10
“turismo religioso”. Eventos como os festejos de São João do
Guarani, em Xapuri, o grande novenário e festejo de Nossa
Senhora da Glória em Cruzeiro do Sul, bem com os
novenários e festejos do São Francisco, em Eirunepé, AM e
em Tarauacá, estão localizados e indicados como fenômenos
sociais e culturais importantes no turismo, com importância
sobre comércio, hotelaria, transportes e outros serviços.
11
iniciados ainda no tempo dos seringais na Amazônia, nos
quais populações deram seguimento às tradições dos seus
locais de origem e também criaram elementos culturais
próprios nos lugares ocupados no interior dessa floresta. Por
muitas décadas, as famílias e comunidades vivenciaram suas
crenças, criaram ritos e celebrações que seguiram, mesmo
quando os seringais foram substituídos por outras atividades
econômicas.
12
CAPÍTULO I
RIO BRANCO
EM RECONHECIMENTO DA DIPLOMACIA
13
Barão de Rio Branco, que negociou o acordo de paz com a
Bolívia (BRASIL, 1904; CASTRO 2002).
14
pelo Rio Acre. A liderança local que manteve a Irmandade
por muitos anos foi o Cel. Pratagí, encarregado de manter os
rituais de rezas da comunidade (PERTÍÑEZ, 2007).
15
O registro de imagem disponível é de 1906, quando foi
implantado o primeiro esteio da capela que, posteriormente,
tornou-se Igreja da Imaculada Conceição. A peça de madeira
para esse ato solene está visível na lateral direita, com uma
pessoa colocando o braço em torno da mesma. Firmar esse
esteio, sinalizador de um lugar sagrado foi uma solenidade
participada por 50 pessoas, entre homens, mulheres e
crianças.
Assim iniciou a comunidade paroquial da Imaculada
Conceição, nas proximidades do marco fundador da cidade,
que é a “Gameleira”. Mesmo não sendo mais a árvore inicial,
o marco é preservado e a Igreja tornou-se um local sagrado
no Segundo Distrito da cidade.
16
seu falecido marido. São Sebastião teria atendido o pedido
por um milagre e a retribuição pela graça seria doar esse
terreno, onde deveria ser construída uma Igreja em honra ao
Santo. Foi um terreno importante, que significou um
patrimônio considerável, na parte nova da cidade, onde, de
fato, foi construída a principal Igreja da cidade. Com o
cumprimento dessa promessa, a Paróquia Nossa Senhora da
Conceição de Rio Branco teve por muito tempo a Igreja de
São Sebastião como sua sede. Infelizmente esse marco da
cidade foi demolido.
17
A imagem anterior é a da Igreja de São Sebastião,
localizada na Rua Epaminondas Jacome, ao lado da atual
entrada da galeria Meta. A torre foi um acréscimo realizado
quando a Prelazia do Acre e Purus assumiu a Paróquia de
Rio Branco a partir de 1920. Quando a Catedral Nossa
Senhora de Nazaré passou a ser a Igreja da sede episcopal
a Igreja de São Sebastião foi demolida, infelizmente.
18
de “cátedra”, a Cadeira a partir da qual o Bispo faz suas
pregações, ou seja, a igreja onde está a cadeira do Bispo.
Tratando-se de pessoas idosas, os bispos realizavam seu
ofício sentados em sua cadeira.
A sede da Prelazia do Acre e Purus localizava-se em
Sena Madureira, até o final da década de 1940, sendo
transferida para Rio Branco. Com a transferência da sede
episcopal foi necessária uma nova Catedral, considerando a
cidade sede do governo do Território Federal. A nova
Catedral representou uma mudança na Paróquia Nossa
Senhora de Nazaré, porém a mudança impactante da sede
demandou tempo (diocese de Rio Branco.org.br) em
15/01/2021.
19
A tradição da fé em Nossa Senhora de Nazaré é de
origem portuguesa, trazida para Belém do Para com a
celebração da festa do Círio de Nazaré, desde 1793. O início
da presença oficial da Igreja no Acre teve participação de
Padres Paraenses, posteriormente de Manaus, assim a
Paróquia da então Volta da Empresa foi em honra à tradição
luso-paraense. A data de celebração do círio de Nazaré 09
de outubro, com vários dias de festejo, de acordo com o
calendário de cada ano.
A Catedral Nossa Senhora de Nazaré de Rio Branco
tem importantes celebrações no seu calendário, destacando-
se a Festa do Círio de Nazaré e a procissão de Sexta Feira
Santa, com a encenação dramática da Paixão de Cristo.
20
Representação de Nossa Senhora de Nazaré, a
imagem maternal da tradição lusitana e paraense para toda
a Amazônia. A beleza do manto expressa dedicação,
capricho, amor às tradições e proteção maternal.
21
carregar a paxiúba um sofrimento. Um dia o Sr. Antônio não
voltou do seu trabalho e pessoas do barracão foram ao seu
encontro. Na baixada de um igarapé estava o pobre homem,
caído, com o grande feixe de paxiúbas sobre o seu corpo. A
febre, fraqueza, cansaço e grande peso nas costas vitimaram
o homem que não suportou o rigor do penoso trabalho e nem
conseguiu sair debaixo da sua carga. Estima-se que a data
da morte foi no ano de 1903.
Seu sepultamento ocorreu nas mediações de onde
trabalhava. Algum tempo após sua morte iniciaram-se as
preces pedindo graças por milagres. Muito suplicantes foram
atendidos em seus pedidos e o pagamento de promessas
foram se multiplicando. Uma capela foi construída na sua
sepultura e, devido a semelhança com o Santo Antônio da
Igreja, a sua distinção está no nome Santo Antônio da
Capela. A maior visitação no local e pagamentos de
promessas é no dia de Santo Antônio do calendário católico,
13 de junho.
22
localização do Km 90 na Transacreana é fácil. Nesse ponto
segue-se o ramal por 17 quilômetros até a Capela do Santo.
No verão regional (período de pouca chuva) o acesso pode
ser motorizado. A data de maior frequência de peregrinos é
em 13 de junho, dia de Santo Antônio, bem como 02 de
novembro, dia de finados.
23
CAPÍTULO 2
PORTO ACRE
24
Na região de Porto Acre um grupo de pessoas com
senso de interesse público tomou a iniciativa de integrar o
Acre às terras do Brasil. Após vários acontecimentos
relacionados com as disputas pelas terras, formou-se a
Primeira Junta Revolucionária do Acre em 1º de julho de
1902, no seringal Caquetá, formada pelos Senhores Joaquim
Vitor, Rodrigo de Carvalho, José Galdino, Gentil Norberto e
Plácido de Castro.
A partir dessa junta iniciou-se a insurreição armada
contra a presença boliviana, sucedendo as seguintes
batalhas: ataque do Exército Acreano e tomada de Mariscal
Sucre (Xapuri), em 06 de agosto de 1902; Batalhas no
seringal Empresa, em setembro e outubro de 1902; Batalha
de Puerto Alonso, iniciada em 15 janeiro, e vitória brasileira
em 24 de janeiro de 1903, com o reconhecimento de Dom
Lino Romero da vitória brasileira (Id.; Ibid.).
Porto Acre tornou-se conhecida pela instalação de
uma repartição da então Receita Federal e ativação de um
seringal com sede local. A localidade foi distrito do município
de Rio Branco. Na elevação de Porto Acre para município o
seu brasão foi criado com símbolos muito expressivos,
conforme a imagem apresentada acima. No centro do Brasão
está representado o rio Acre com uma corrente rompida, em
referência ao corte da corrente que foi fixada de uma margem
25
a outra do rio e que impedia o transito de embarcações antes
da batalha do Puerto Alonso. O azul representa o céu da
liberdade e o verde, a floresta.
Em contraste com a cor verde estão simbolizados dois
fuzis que representam as batalhas do exército acreano. O
barrete frígio, um boné originário da antiga região da
“Phygia”, atualmente território da Turquia, representava a
honra para alguns heróis da Grécia antiga. Durante a
Revolução Francesa, em 1789, o mesmo barrete foi usado
pelos jacobinos na batalha da queda da Bastilha, em Paris.
A partir de então, esse boné representa a luta de
soldados pela república. No brasão do Porto Acre esse
barrete representa o sangue dos soldados que sacrificaram
suas vidas na guerra pela liberdade do Acre. A estrela
vermelha representa o “Estado Independente do Acre” e
também representa o sangue derramado na conquista deste
Estado. Na parte superior está representado um muro que
simboliza a cidade e que tem o significado da defesa para os
seus cidadãos.
Na base do Brasão está uma âncora, simbolizando a
cidade com tradição do transporte fluvial, ao rio Acre, que foi
a via de acesso para os seringais. Na âncora está uma faixa
com o nome da cidade, a data da sua fundação pelos
26
bolivianos e a data da conquista pelos brasileiros (KLEIN,
2018).
27
Nas imagens acima a vila de Porto Acre, a primeira
com a parte da beira rio e na segunda, o “platô”, onde se
localizava o prédio da “Meza de Rendas Federaes”, tendo ao
lado as residências dos funcionários federais. Os alicerces do
prédio da “Meza” estão, em grande parte, no local, tendo a
particularidade de serem em argamassa misturada com
pedaços de vidro, por ser o único material disponível, na
época, para aumentar a resistência do alicerce. Infelizmente
a erosão do barranco do rio Acre causou a queda do prédio.
A imagem é do final de 1911 (a 1912).
28
A IGREJA DE FERRO DO SERINGAL BOM DESTINO
29
oficial originou um movimento para que a Igreja fosse
transferida para Rio Branco e reconstruída na área do quartel
do 4º BIS, no bairro do Bosque (Id. Ibid.).
30
1950, a família mudou para uma colocação do seringal
Caquetá, continuando com aquele costume tão antigo.
A distância entre essas colocações permitia que a
vizinhança da primeira localidade participasse no seringal
vizinho. No final da década de 1970, a família mudou
novamente, desta vez para o seringal Humaitá, na margem
de rio Acre. A tradição continuou e, mesmo com a distância
um pouco maior, a vizinhança anterior ainda podia
acompanhar os rituais. Para demarcar o lugar sagrado onde
se guardava o ícone, se construía uma capela para acomodar
o oratório da representação da “Mão Poderosa”.
31
As pessoas de redondeza sabiam do lugar sagrado.
Em 2019, o atual guardião da relíquia e continuador da
tradição residia no ramal do km. 31 da AC 10, próximo da Vila
do INCRA. Portanto, a festa e novena da Mão Poderosa está
na quarta localidade, na região de Porto Acre (FADISI, 2019).
32
pagadores de promessas usam túnicas ou outras vestes, de
acordo com suas promessas.
Para localizar a novena e festa da “Mão Poderosa” o
ponto de partida é a Vila do Incra, AC 10 de Porto Acre, seguir
no do ramal do Km. 31 até a residência da família Matos de
Brito. Tem trânsito fácil e o acesso pode ser uma caminhada
a partir da rotatória de entrada da Vila do Incra.
33
CAPÍTULO 3
XAPURI
34
fogos e pagamento de promessas ao Santo padroeiro,
finalizando com uma missa solene.
35
SÃO JOÃO DO GUARANI
36
Igreja, até formar-se uma comunidade que recebe visitantes
de muito longe.
Para chegar até o local sagrado do São João do guarani
o peregrino pode escolher o tradicional caminho a pé, saindo
do bairro Sibéria, em Xapuri, como muitos suplicantes fazem
no pagamento de suas promessas, a data mais apropriada é
24 de junho, dia de São João. Na paróquia de Xapuri e no
bairro Sibéria, logo na travessia do rio Acre há muitas
indicações para encontrar o caminho.
37
Na época do “verão”, o caminho permite transito de
veículos motorizados, segue-se a “Estada de Petrópolis” até
o caminho do varadouro do Seringal Floresta, permanecendo
nesta rota até o local do Santo. Pessoas novatas na região
devem pedir ajuda a um guia local, pois há grupos de
visitantes saído de cidades, muitos em transporte
motorizado. Nos dias de festejo, 24 de junho, haverá
oportunidades de contar com guias locais para indicarem o
caminho, bem como acompanhar grupos de peregrinos que
costumam percorrer o varadouro.
38
enfermo foi acomodado na rede e a caminhada foi iniciada,
porém, poucos minutos após, o enfermo morreu no caminho.
Foi uma hora triste: o moribundo dobrou-se sobre si, de tanto
sofrimento, conseguindo pedir apenas que o sepultassem
naquele local onde estava, debaixo de uma castanheira.
39
CAPÍTULO 4
ASSIS BRASIL
40
No final da década de 1950 a localidade recebeu o
nome de Assis Brasil, em homenagem ao diplomata brasileiro
Joaquim Francisco de Assis Brasil, que foi membro do
ministério das Relações Exteriores, juntamente com José
Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, na
negociação do tratado de Petrópolis com a Bolívia.
Coube ao Presidente da República Rodrigues Alves
organizar o Ministério das relações exteriores, da então
República iniciante a ter um corpo diplomático capaz de
negociar a paz com os países vizinhos. Assis Brasil foi um
cumpridor das suas funções diplomáticas, colaborando para
a solução pacífica da disputa em torno das terras do Acre. A
vila foi elevada à categoria de município em 1976, no governo
Geraldo Mesquita (CIDADE; IBGE, ASSIS BRASIL).
41
sobreviver. Vir ao mundo nessas circunstâncias marcou esse
ser humano, que se dedicou a uma vida de santidade.
As informações sobre a Raimunda, que se tornou a
Santa do Bom Sucesso, são de 1901, quando o Padre
Francisco Barbosa Leite, de Lábrea, realizou seu casamento.
Posteriormente residiu no seringal Icuriã. Raimunda morreu
de parto, em 1909, a criança sobreviveu e pouco tempo após
foi levada por parentes para o Ceará, onde seguiu a vida.
No dia do falecimento Raimunda e seu marido, João
Moreno, estavam caminhando no varadouro, carregando
cargas nas costas, mesmo com o avançado estado de
gravidez. Com o peso e cansaço, a mulher sentou-se à
margem do caminho e o marido continuou a caminhada.
Mais à frente ele encontrou outras pessoas, com as quais
manteve uma conversa enquanto esperava a mulher refazer-
se do cansaço.
O marido demorou para retornar ao local onde a
mulher estava descansando. Quando lá chegou encontrou
uma situação de desespero: ela havia entrado em trabalho
de parto sozinha, porém, a fraqueza, cansaço e sofrimento
causaram a morte de Dona Raimunda. Foi uma morte
solitária, na beira do caminho, contudo a criança estava viva.
Com a história difundida, a mulher do sofrido e
desastroso parto recebeu o nome de Santa Raimunda do
42
Bom Sucesso. Relatos da região são de que uma Santa é
uma segunda pessoa de Deus, por ele ouvir as intercessões
e, assim, atender as preces dos suplicantes para seus
pedidos tornarem-se graças e milagres. Esses seres
humanos especiais fariam algo semelhante ao que fez Jesus
pelo sofrimento humano.
Na capela de Santa Raimunda as cruzes são o
destaque na cabeceira. A mais alta tem 1,5m, mas há outras
menores, em metal, bem como algumas em madeiras. Há
inscrições em língua espanhola, agradecendo a alma do Bom
Sucesso, demonstrando a presença de pessoas dos países
vizinhos, Peru e Bolívia, próximos do Bom Sucesso.
43
ALMA MILAGROSA DA SEBASTIANA, COLOCAÇÃO
LUA NOVA, SERINGAL ICURIÃ
44
ferimentos que várias horas depois da morte continuavam
sangrando.
A data desse assassinato foi em novembro de 1978. A
lembrança que permaneceu na vizinhança é de que
Sebastiana tornou-se uma Alma Milagrosa, seu nome
completo não é lembrado, sua idade foi estimada entre 25 a
26 anos. Poucos meses após a morte iniciaram-se os
pedidos por graças e milagres, além do pagamento de
promessas para a Alma Milagrosa da Sebastiana da Lua
Nova. O local da sepultura tornou-se local de peregrinação e
muitas cruzes foram fixadas, valas, fitas, fotos e as esculturas
de partes do corpo representando milagres foram
depositadas.
45
CAPÍTULO 5
SENA MADUREIRA
46
Fonte: Arquivo Nacional
47
A primeira Igreja de Sena Madureira, foi uma construção
muito modesta, em madeira e poucos adornos.
48
PRESENÇA DA ORDEM DOS SERVOS DE MARIA
49
O “Cruzeiro dos Servos de Maria” é um marco bem
visível no Mercado mais antigo da cidade. O ícone também
representa a cultura italiana no Acre, através da presença de
Bispos, Padres, Irmãos e Irmãs, que muito contribuíram com
a população local. Abaixo, a imagem da segunda Igreja de
Sena Madureira
50
A PRIMEIRA CATEDRAL DO ACRE
51
sendo um projeto único na região, sinalizando uma
contribuição da cultura italiana.
52
CAPÍTULO 6
FEIJÓ
53
O Decreto federal n. 968 de 12 de dezembro de 1938,
elevou a Vila para a categoria de cidade e sede do município
de Diogo Feijó – Feijó AC, do então Território Federal. O
primeiro Prefeito foi o Sr. Raimundo Augusto Araújo (DOS
REIS, 1974)
54
Fonte: Diocese de Rio Branco
OS IRMÃOS QUININO
55
um sapateiro local fabricava seus sapatos sob medida, mas
mesmo assim ele preferia estar descalço. O Sr. Luiz fazia
uma dupla com seu irmão José em muitas tarefas pesadas,
como trabalhos de estiva em embarcações no seringal
Califórnia, no rio Envira. (KLEIN, 2018)
MARIA DA LIBERDADE:
A MENINA SANTA DO RIO ENVIRA
56
em sua direção, desferindo um disparo sobre a menina,
acertando o lado esquerdo de seu peito, causando um
ferimento grave. Seguiram-se nove dias de agonia da menina
no leito de morte. Nos últimos suspiros, Maria conseguiu
dizer que perdoava seu irmão por ter acontecido uma
fatalidade.
A morte de Maria da Liberdade aconteceu em meio
aos festejos e reza do terço de Nossa Senhora, em 15 de
outubro de 1908. Em pouco tempo surgiram relatos de
moradores sobre preces atendidas pela alma milagrosa da
menina Maria. Acontecimentos extraordinários foram
considerados milagres atribuídos à criança. Assim, o lugar de
seu sepultamento passou a receber a visitação das pessoas
atendidas em seus pedidos por graças, que também
realizavam rituais de pagamento de promessas. A menina
passou a ser chamada de Santa Maria da Liberdade,
considerando-se o lugar do Seringal Liberdade.
Com o passar do tempo, houve a migração de famílias
do rio Envira para Feijó. Com isso, surgiu a possibilidade de
se construir uma capela para a Santa Maria da Liberdade
nesta cidade. Em 1975, um grupo de pessoas, junto com o
Padre Alberto Roberto Urban, iniciou a construção dessa
Capela da Santa do Rio Envira. Entre os nomes relacionados
pela Paróquia de Feijó das pessoas que colaboraram na
57
construção da Capela constam: Luiz Alipe, Francisca Alipe,
Quincas Moreira, Dona Lígia, Helena Moreira, Francisca
Abreu, Raimunda Abreu e dona Neném Nunes.
A localização da Capela é no chamado “2º distrito”,
saindo do centro e passando à antiga pista de aviação. A
pequena Capela inicial passou por várias ampliações e, em
2017, integrava uma comunidade Católica da cidade, com a
participação de muitas famílias. No dia 15 de outubro
acontece uma importante celebração na Capela da Santa
Maria da Liberdade.
58
Municipal, atravessando a antiga pista de aviões no segundo
distrito. A data de maior festejo é de 15 de outubro.
59
CAPÍTULO 7
TARAUACÁ
NOVENÁRIO E FESTA DE
SÃO FRANCISCO
60
Moura, Seu “Mourinha”, na localidade “Colônia Marechal
Hermes”, atualmente integrada na cidade. Foi para pagar
uma promessa ao São Francisco por ter sido salvo, por
milagre, de um naufrágio no rio Murú. Inicialmente foi uma
cerimônia particular que se tornou pública em 1927.
Com o tempo, a participação popular foi aumentando,
até que, em 1933 o Senhor “Mourinha” construiu uma capela
nas proximidades de sua casa para abrigar os suplicantes do
Santo. O novenário e festejo continuou aumentando, até que,
em 1941, a Paróquia de Tarauacá assumiu o grande evento
religioso no seu calendário, celebrando os festejos na sua
sede, como de costume, no dia 04 de outubro. A localização
dos festejos é nas dependências da Paróquia no centro da
cidade.
61
FESTA DE SÃO JOSÉ
62
Alma Milagrosa de José de França. Seguiram-se as preces e
pedidos por graças para a Alma milagrosa, com as
promessas para retribuição, caso a graça fosse alcançada.
Suplicantes dirigiam-se até o igarapé Cujubim para
realizarem seus ritos de pagamento das promessas.
63
CAPÍTULO 8
ALTO JURUÁ - AM
64
modesta freguesia tornou-se um ponto de apoio para os
Padres realizarem suas atividades pastorais para os altos
rios.
65
A localidade mudou de nome para João Pessoa, por
influência de Getúlio Vargas. Posteriormente foi adotado um
nome nativo: Eirunepé, em alusão ao rio Erú, ali próximo, na
língua nativa “o velho” e igarapé, “o caminho das águas”. Em
relação às tradições com o Santo protetor, foi promovida uma
mudança em 2016, renomeando a Igreja Matriz para a
categoria de Santuário de São Francisco, realizou-se uma
remodelação e ampliação do edifício para receber a
comunidade em suas grandes celebrações.
Ao mesmo tempo, continua sendo a Igreja Matriz de
uma ampla paróquia, com comunidades no rio Juruá e vários
afluentes, bem como as comunidades dos bairros da cidade.
O SANTUÁRIO canônico significa atendimentos, por parte da
organização paroquial, de muitas pessoas que se dirigem ao
local para realizarem suas obrigações com o Santo.
66
a tradição cristã e católica é a reza do terço, que remontam
ao início do seringal São Felipe, antes de ser uma vila.
Portanto, não há data precisa para se estabelecer o início das
tradições dos seringais. Seguiram-se rituais da cristandade
com fé em seus santos, como acontecia no nordeste
brasileiro.
Nos dias que antecedem ao festejo, as ruas laterais da
Igreja Matriz recebem um grande número de barracas para
diversos serviços, principalmente a oferta de comidas e
bebidas, bem como artesanato, vestuário e muitos outros
bens de uso geral. Ao lado da Igreja Matriz há um local amplo,
uma praça, para a realização dos rituais de preces, missas e
encenações, tudo ao ar livre. O interior do Santuário, a Igreja
Matriz, é utilizado para as preces ao São Francisco, algumas
missas, batizados e outras atividades.
O número de pessoas que procuram aproximar-se da
imagem de São Francisco é grande, e durante os dias do
novenário, a movimentação aumenta ainda mais. Muitos
pagadores de promessas, homens, mulheres e crianças,
vestem túnicas semelhantes às vestes do Santo, com o
cordão da cintura em destaque.
O cortejo foi seguindo pela rua principal da cidade,
tendo sempre em destaque o andor do Santo. As preces,
cânticos e mensagens, encabeçadas por um grupo mediante
67
os aparelhos de som, formou uma unidade ritual com o
cortejo seguindo pela cidade (Id.; Ibid.).
O trajeto da procissão, contornando a praça, devia ter
mais de 1000 metros. A maioria das pessoas portava uma
vela, muitos vestiam a túnica imitando as vestes do Santo,
também com o cordão de São Francisco, com ou sem os três
nós, que representam os votos de um monge. Grupos de
familiares ou amigos podiam ser vistos por proximidades das
pessoas. Enquanto a procissão seguia, muitos devotos
ficaram nas proximidades do Santuário.
68
A REPRESENTAÇÃO TEATRAL SOBRE SÃO
FRANCISCO, O SANTO DOS POBRES
69
ALMA MILAGROSA DO ITUCUMÃ EM EIRUNEPÉ
70
O CAMINHO ATÉ A “CRUZ MILAGROSA DO ITUCUMÔ
71
A ALMA DO MILAGRE DAS ROSAS
BRANCAS DE IPIXUNA
Fonte: www.oestemais.com.br
72
A Alma do milagre das rosas brancas também é
conhecida como “Alma do Paraná Pesqueira”, um pequeno
afluente do rio Juruá, distante de algumas voltas do rio de
descida, a partir de Ipixuna – AM. Em vida, a pessoa que se
tornou essa Alma Milagrosa foi um rapaz de nome João,
residente em uma colocação do Paraná Pesqueira, distante
algumas horas de marcha do rio Juruá.
Na década de 1960, João era conhecido pelos
vizinhos como um rapaz de saúde muito frágil, apresentava
uma enfermidade de pele, que mesmo com algumas ajudas
na região não foi identificada e nem teve tratamento
adequado.
A enfermidade implicava em sofrimentos, feridas pelo
corpo, fraqueza e uma vida de recolhimento. No início da
década de 1970, a saúde de João agravou-se e ele morreu,
devido a essa enfermidade, com muitas feridas. O corpo foi
sepultado na colocação onde morava com sua família, no
Paraná Pesqueira. (Paraná é palavra Tupi que designa um
curso de água com a característica de ser espraiado e fluxo
lento).
Um fenômeno diferente foi percebido por quem
passava nas proximidades: um suave perfume de flores era
sentido nos arredores do local onde estavam os restos
mortais de João. Um dos vizinhos aproximou-se e teve uma
73
surpresa ao ver que uma linda e robusta roseira branca havia
nascido sobre a sepultura.
O aspecto muito diferente foi que ninguém havia
plantado essa roseira, era uma planta muito rara na região, e
vizinhos afirmavam que foi um milagre da Alma do Paraná
Pesqueira. O suave aroma e a linda roseira branca foram
considerados um milagre especial da Alma de uma pessoa
sofredora, que suportou suas dores em uma vida recolhida,
sem recursos para solucionar seu grande problema.
74
CAPÍTULO 9
CRUZEIRO DO SUL
75
nome cívico de Cruzeiro do Sul, em uma alusão ao cruzeiro
estrelado da bandeira brasileira (BRASIL, 1905; CASTELO
BRANCO, 1930).
A ata de instalação da Prefeitura Departamental do
Alto Juruá sinalizou a força da oficialidade do governo
brasileiro no ato. Os nomes do presidente da república e
todos os ministros foram mencionados. As autoridades de
destaque presentes foram: o Prefeito nomeado Gregório
Thaumaturgo de Azevedo, o juiz de direito nomeado para o
Departamento, o Promotor Público, O Escrivão, O Tabelião,
o Tenente Coronel da Guarda Nacional, O Comandante do
15º Batalhão de Infantaria, Oficiais do Exército e funcionários
da Prefeitura. Inicialmente, o marco da oficialidade brasileira
foi a localidade denominada por Thaumaturgo de Azevedo de
“Invencível”, na margem direita do rio Juruá.
A terra comprada para construção da nova Prefeitura
foi denominada de “Centro Brasileiro”, situada na margem
esquerda do Juruá. Nesse ato de fundação do Departamento
do Alto Juruá foi adotado o nome de Cruzeiro do Sul para sua
sede e foram oficializadas as escolas primárias “Visconde do
Rio Branco” e “Rodrigues Alves”.
As principais autoridades discursaram e foi lançada a
“Pedra Fundadora” do prédio da Prefeitura Departamental.
Nesse marco fundador foi inserida uma caixa metálica
76
contendo os discursos proferidos na ocasião da inauguração,
jornais e revistas contendo notícias sobre o Alto Juruá e
vários moedas e documentos considerados importantes para
a ocasião.
O ritual de instalação teve a exibição de evoluções
especiais da Companhia de Guerra, acampada nas
proximidades. A ata foi assinada por 101 pessoas, entre
autoridades e convidados ilustres; militares de patentes
menores e soldados não assinaram o documento (DE
PAULA, 1974).
77
Glória, no local que se tornou conhecido como “Morro da
Glória”.
Essa indicação não teve continuidade e,
posteriormente, foi definido um terreno na “Praça Visconde
de Rio Branco” com a presença do Padre Raymundo de
Oliveira, representando a Diocese de Manaus. Mesmo com
muitos esforços, Cruzeiro do Sul continuou sem uma
construção da Igreja. Para demarcar o local sagrado
destinado para a Igreja de Nossa Senhora da Glória, realizou-
se um ritual, em vários atos, entre 31 de dezembro de 1913
e primeiro de janeiro de 1914.
O primeiro ato foi do Padre Constantino Tatevin, que
estava em visita pastoral, que organizou um grupo de
pessoas para escolherem um local bonito e central para a
construção da futura Igreja. Também foi encomendada uma
cruz em madeira de lei para ser implantada naquele local. No
dia 31 de dezembro, a cruz de cinco metros estava pronta e,
no início da noite, foi coberta de flores (KLEIN, 2019.A).
Mesmo com a solenidade a construção da Igreja foi
iniciada somente em 1916, quando o Padre Affonso
Donnadieu assumiu a Paroquia de Cruzeiro do Sul. Tratava-
se de uma modesta capela construída por uma irmandade
dedicada à Santa.
78
Fonte: Arquivo Nacional
79
NOVENÁRIO, FESTA E PROCISSÃO EM HONRA À
NOSSA SENHORA DA GLÓRIA: UM DOS MAIORES
EVENTOS POPULARES DO ACRE
80
conduziram o andor para o interior da Catedral, sendo
seguido pela procissão dos celebrantes da Santa Missa.
Na continuação, seguiu o rito da Santa Missa. Às
20h50min, a Orquestra do 61º Batalhão de Infantaria de
Selva estava posicionada no pátio da Catedral, onde, nas
proximidades, também estavam perfiladas as autoridades: a
Senhora representante do Governo do Estado do Acre, o
Secretário de Cultura do Município de Cruzeiro do Sul e a
Senhora Josefa Pôncio Maia (O Prefeito da cidade não
compareceu).
Em ato seguido, foi entoado o hino de Nossa Senhora
da Glória, enquanto se hasteava a Bandeira da Santa em
frente à Catedral. Em seguida foi executado o Hino do Estado
do Acre com o hasteamento da respectiva Bandeira, seguido
do Hino e Bandeira do Município de Cruzeiro do Sul. Ao final
dos hinos houve uma estrondosa queima de fogos.
81
do Sul, que posteriormente tornou-se a Colônia Ernane
Agrícola. A gravidade da enfermidade, limitações em lidar
com os problemas e a ausência de assistência causaram
danos graves com mutilações na senhora Adélia.
Seu falecimento foi em torno de 1945 (data estimada).
Os pedidos por graças e milagres se multiplicaram,
principalmente entre indivíduos isolados no leprosário, bem
como na continuação da colônia Ernane Agrícola.
Um dos relatos de graças recebidas é do um homem
com um ferimento em um olho, que mesmo com assistência
de saúde recorreu à Santinha e foi curado. Três dias após o
pedido do milagre, o homem fez a higiene matinal do rosto,
com cuidado especial para o olho doente. Com os olhos
molhados, passou uma toalha leve sobre o olho afetado,
percebeu que algo aconteceu nesse momento, olhou sobre a
toalha e viu um pequeno objeto estranho no pano.
Olhou com mais atenção e viu uma pequena farpa de
madeira que causava todo o problema. Logo percebeu que
suas preces tinham sido atendidas, pois a farpa do olho foi
removida. A Santinha do Juruá ouviu seu suplicante em
sofrimento.
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Fonte: foto do autor
83
na altura do número 1030. O acesso é fácil, em ruas
pavimentadas.
84
CAPÍTULO 10
MÂNCIO LIMA
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cidade é dedicada ao São Sebastião, com seu novenário,
festa e procissão em janeiro.
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No bairro, conhecido por “colônia” se localiza a
comunidade São Francisco, com sua grande Igreja matriz,
igualmente com seu novenário, festa e procissão no mês de
outubro. São duas grandes celebrações populares que
reúnem pessoas de toda a região.
87
CAPÍTULO 11
PORTO WALTER
88
para o pagamento de promessas e o local tornou-se um
ponto de peregrinações.
89
seringal Grajaú. Ao entrar nesse igarapé, a subida continua
por mais duas horas. De longe se avista uma terra alta com
marcas de caminhos para subir até a capela do Santo. Em
Porto Walter muitas pessoas que conhecem bem essa
localidade, portanto há facilidade de transporte.
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CAPÍTULO 12
MARECHAL THAUMATURGO
91
preparava a merenda ouviu os gritos do irmão e correu em
seu socorro, mas ao se aproximar também foi emboscado.
Entre os motivos de se atribuir qualidades especiais
aos meninos foi o fato de um dos corpos estar intacto muitas
horas após o acontecido, sem nenhum sinal de
decomposição e nenhum animal ou inseto o atacou. Esse
fato do corpo intacto, preservado dos animais e insetos após
três dias, foi interpretado como sinal de santidade.
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sofrer alagamentos e, mesmo com o movimento das águas,
não ser afetado por erosão. A sepultura continua sem
alterações e preservada por anos no lugar em que a queda
de barrancos seria normal com mudanças nos cursos das
águas.
93
caminho certo, daí a necessidade de buscar um guia, de
preferência em Thaumaturgo, que conheça os caminhos para
ir até Nova Olinda.
Fonte: FADISI
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colocando as velas. Há um deposito de cera acumulada ao
longo do tempo.
95
evento religioso na cidade. Assim, no dia 20 de janeiro a
cidade está em festa suplicando a ajuda ao Santo padroeiro.
Outra tradição seguida nas comunidades do Alto Juruá
e a festa e reza do terço para Santa luzia, no dia 13 de
dezembro. São eventos sociais dedicados à Santa, na
maioria para cumprimento das promessas realizadas nos
pedidos por graças e milagres, sendo repetidos em muitos
locais, na comunidade paroquial da cidade, por exemplo, é
uma solenidade muito participada.
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REFERÊNCIAS
97
DE PAULA, Eurípides Simão. A cidade e a história. In: Anais do VII
simpósio nacional dos professores universitários de história, 1973
Belo Horizonte. Anais. São Paulo. ANPUH, 1974.
98
Prof. Dr. Estanislau Paulo Klein
É doutor em Saúde Pública pela
Universidade de São Paulo (2010),
Mestre em Antropologia pela Universi-
dade Federal de Pernambuco (1996) e
graduado em enfermagem pela
Universidade Federal do Acre (1986).