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ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO............................................................................................................................5
2.Revisão de Literatura....................................................................................................................6
2.1.Acção Humana.......................................................................................................................6
3.A Rede Conceptual.......................................................................................................................8
3.1.O conceito de Agente.............................................................................................................8
3.2.O Conceito de Motivo............................................................................................................8
3.3.O conceito de Intenção...........................................................................................................9
3.4.O conceito de Finalidade........................................................................................................9
3.5.O conceito de Responsabilidade............................................................................................9
4.Determinismo e liberdade na acção humana..............................................................................10
4.1.O problema...........................................................................................................................10
4.2.As respostas ao problema do livre-arbítrio..........................................................................10
5.As condicionantes da acção humana..........................................................................................12
5.1.Condicionantes físico-biológicas e psicológicas..................................................................12
5.2.Condicionantes histórico-culturais.......................................................................................12
5.3.Condicionantes pessoais......................................................................................................12
6.Quais os elementos que constituem uma acção..........................................................................13
6.1.Existem traços específicos da acção humana?.....................................................................13
Conclusão......................................................................................................................................14
Bibliografias..................................................................................................................................15
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1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho de pesquisa, tem como o tema ‘’Porque é que Acção Humana é um Facto
Consciente’’. Como se pode ver pelo tema, a acção é uma interferência consciente e voluntaria
do ser humano (o agente). No normal decurso das coisas, que sem a sua interferência
decorreriam de um modo diferente. Deste modo a acção supõe a existência de um agente, de
motivações, de intenções e de uma vontade para concretizar a acção. Todos nos temos um
conjunto de necessidades básicas, cuja satisfação é indispensável à nossa sobrevivência,
deste modo, todos os seres humanos encontram diversas formas para satisfazer essas diferentes
necessidades (actividade inventiva). A esta actividade inventiva damos o nome de acção. É
através dela que o ser humano interage com o mundo em que vive, transformando-o de
acordo com as suas necessidades, e se molda também a si mesmo, construindo-se assim como
ser humano. Agente, ou sujeito da acção deve ser capaz de reconhecer-se a si mesmo como autor
da acção Com consciência (percepção de si como autor da acção Com uma intenção (definição
do propósito da acção Com um motivo (porquê da acção Dotado de livre arbítrio ou vontade
(capacidade de opção).
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2.Revisão de Literatura
2.1.Acção Humana
Como Kant, pensamos que, de uma forma ou de outra, todas as questões de que a Filosofia se
ocupa têm a ver com o ser humano e com a forma como ele atribui sentido à vida e a tudo o que
o rodeia. Todos reconhecemos que o homem se caracteriza como um ser dotado de uma
inteligência específica que lhe permite, de certa forma, ultrapassar algumas das barreiras que a
natureza lhe impõe. O homem é um animal muito enigmático e o mais complexo e antigo objecto
de estudo da Filosofia.
É, precisamente, a racionalidade que o distingue dos outros animais, na medida em que é ela que
lhe permite adaptar-se à realidade produzindo cultura, organizando-se em sociedade e
reconhecendo e atribuindo valor às coisas e às experiências de vida. Como afirmou Edgar Morin,
o homem é uma unidade biossociocultural. O uso que o ser humano faz da sua racionalidade é
indissociável da sua natureza animal, isto é, o ser humano não é apenas racional, é também um
ser de impulsos, paixões, desejos, sentimentos, afectos (a-racional). Registemos algumas das
características a ter em conta relativamente ao homem:
O conceito acção, quando aplicado à actividade humana, assume uma multiplicidade de sentidos,
o que torna difícil a sua análise. Etimologicamente, a palavra acção deriva do latim agere, que
significa fazer ou agir. Alguns autores fazem a distinção entre aquilo que nos acontece
(ocorrências, eventos ou fenómenos naturais e acidentais) e aquilo que fazemos
involuntariamente (actos reflexos ou condutas involuntárias) e o que fazemos voluntariamente
(acções propriamente ditas).
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Já S. Tomás de Aquino (séc. XIII) se tinha apercebido de que nem tudo o que fazemos ou
realizamos constitui uma acção propriamente dita. É dele a distinção entre acções do homem,
isto é, tudo o que fazemos enquanto seres da natureza e actos humanos propriamente ditos, tudo
o que fazemos enquanto seres racionais e dotados de uma vontade livre.
Num primeiro plano - plano do acontecer - designou por actos do homem aqueles que são
independentes da vontade, isto é, involuntários. Por exemplo, respirar, sonhar, ou embater sem
querer num vidro de uma porta são actos involuntários. Num segundo plano - plano do agir e do
fazer - designamos acções propriamente ditas aquelas que, pelo contrário, realizamos consciente,
intencional e voluntariamente. Neste sentido, são exemplos de actos voluntários os actos
teoréticos - como reflectir e questionar - e os actos práticos - como gestos e tarefas que
desenvolvemos na produção de determinado bem ou serviço (actos técnicos, voltados para o
objecto) ou acções que desenvolvemos no nosso dia-a-dia que remetem para a escolha racional e
que, muitas vezes, se prendem com decisões de ordem moral (acções planeadas, ponderadas e
deliberadas).
Podemos, assim, definir acções humanas propriamente ditas a partir da enumeração das suas
principais características:
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3.A Rede Conceptual
Expressões como Fui eu que fiz..., Fui eu que disse..., revelam a inevitável afirmação de um
sujeito real que ao agir se mostra como autor daquilo que faz (poder do agente - decidiu fazer
aquilo, mas podia ter feito outra coisa, ou até nada fazer). Toda e qualquer acção depende de um
agente e, por isso, alguns autores falam de causalidade do agente, querendo com isso designar
que sem ele a acção não existiria. Mas a relação agente-acção não é tão simples nem pode ser
reduzida a uma leitura do tipo causa-efeito. No seu interior, encontramos, entre outros, conceitos
que merecem uma análise cuidada, a saber: os de motivo, intenção e finalidade.
Significa, então, que se quisermos fazer uma correcta análise da acção devemos ter em conta a
figura do agente como sujeito da acção, dotado de vontade, racionalidade, motivações, projectos,
intenções.
O motivo é aquilo que leva à realização da acção. O motivo dá resposta à pergunta: por que é que
fiz/fizeste isso? Quase sempre, o motivo identifica a razão que explica a acção e que a legitima
(aproximando-se dos conceitos de intenção e finalidade). Outras vezes, ele parece tomar o
sentido de causa da acção, isto é, ele surge como uma espécie de elemento justificativo, não de
ordem racional, mas sobretudo de ordem emocional ou psicológica (como o medo, o desejo, ou
outra emoção). É difícil definir o conceito de motivo, porque ele deriva da própria complexidade
humana do agente.
A acção humana é reflexo dessa complexidade, e o motivo que a antecede é resultado de um jogo
entre elementos racionais e elementos a-racionais. Quando temos de decidir ou escolher fazer
isto ou aquilo, seguir este ou aquele caminho, pesam na tomada de decisão elementos e natureza
racionais, mas também elementos emocionais, psicológicos ou até inconscientes.
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3.3.O conceito de Intenção
O conceito de intenção está, como já reparaste, intimamente ligado ao de motivo, de tal forma
que uma acção só é realizada intencionalmente quando é realizada por algum motivo.
Paul Ricceur explica-nos que, apesar da sua proximidade, motivo e intenção distinguem-se
claramente porque respondem a perguntas diferentes: a intenção responde à questão: o que quer
aquele que age; enquanto o motivo responde à questão por que é que o faz? Assim, por exemplo,
se decido doar dinheiro a uma instituição de caridade, a minha intenção será, com toda a certeza,
ajudar aqueles que precisam, mas o motivo que está por detrás da minha acção pode ser o dever
de ajudar o próximo, o facto de ter sido ajudado no passado ou a pena que sinto pelos mais
necessitados.
Se ajudar aqueles que precisam era a intenção da acção que apresentámos como exemplo,
podemos agora perguntar para que quer o agente fazê-lo. A resposta a esta questão é-nos dada
pela finalidade da acção. Toda e qualquer acção do ser humano tem em vista atingir determinado
fim e, na maioria das vezes, a finalidade da acção prende-se com o motivo da mesma. Perguntar
porquê (motivo) ou para quê (finalidade) parece ser quase a mesma coisa. O dever de ajudar o
próximo, que indicámos como motivo, pode tornar-se o fim ou objectivo da acção. É como se o
fim estivesse já projectado no motivo, ou o motivo o antecipasse. Contudo, é possível distinguir
motivo de finalidade.
Dissemos já que o agente não é mera causa eficiente da acção, que ele se mostra cada vez mais
complexo à medida que avançamos na rede. Ora, é ao agente, autor de dada acção, que
atribuímos a intenção da mesma e, portanto, reivindicamos-lhe a imputabilidade, uma vez que a
escolha, a decisão, foi sua.
4.1.O problema
No século XVIII, o problema do determinismo foi apresentado pelo filósofo David Hume sob a
forma de um dilema. Um dilema consiste numa forma de raciocínio ou argumento que apresenta
duas hipóteses possíveis, acarretando qualquer uma dessas alternativas consequências
indesejáveis.
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Assim, o dilema de Hume pode apresentar-se do seguinte modo:
Assim, a ideia de que todas as acções humanas estão ou são determinadas por causas que
desconhecemos, que nos são estranhas, é defendida pelo determinismo da acção. Reconhecendo
que o ser humano é um ser determinado biológica e socialmente, esta forma de determinismo
concebe a acção humana:
Defender esta tese é afirmar que o ser humano nunca controla realmente os seus actos, nunca
decide, tem antes a ilusão de poder decidir e está convicto de que controla os seus actos.
Face ao determinismo, podemos perguntar: afinal de contas, porque temos cuidados em ponderar
as nossas atitudes, os nossos comportamentos? Se não posso controlar as causas das minhas
acções, se me são alheias, então não sou responsável por elas. Somos apenas marionetas nas
mãos do destino? É evidente que o comportamento humano não é previsível como é previsível
os objectos do mundo físico.
Aliás, não é certo que a acção humana seja regida por leis que sejam exteriores ao espírito, pois a
convicção de podíamos ter agido de uma forma diferente daquela que agimos é em nós muito
forte. Há que ter em conta o peso do argumento antideterminista. Recordemos a segunda forma
de responder ao problema da liberdade humana, dada no início da nossa reflexão, a saber: na
nossa interioridade, todos reconhecemos que temos de fazer escolhas, de optar por este ou aquele
caminho (ou por nenhum) e, até, que nos arrependemos (sentimos culpa ou remorsos) de
algumas decisões tomadas.
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5.As condicionantes da acção humana
Do ponto de vista biológico, o ser humano é portador de uma herança genética à qual não pode
fugir. As características genéticas que herdamos dos nossos progenitores (genótipo) e que sofrem
a influência e estimulação do meio (fenótipo) delimitam um leque de possibilidades para a acção.
Por exemplo: um cego está impedido de realizar determinado tipo de tarefas; um portador de
deficiência cardíaca não poderá ser atleta, por muito que o queira. As características psicológicas
do agente e o seu estado de espírito também se constituem como condicionantes no momento da
tomada de decisão. Como resulta claro nas escolhas do agente não resultam apenas de critérios
racionais.
5.2.Condicionantes histórico-culturais
Do ponto de vista cultural e social, cada indivíduo cresce e vive partilhando com os outros
determinados valores, hábitos e padrões de cultura de um tempo e um espaço concretos. A
educação dada pelos pais e outros agentes de socialização (como a escola, os media, entre
outros) indicam-lhe as formas correctas de agir, de pensar e interpretar a realidade, isto é,
condicionam o seu comportamento. Por exemplo, a maneira como hoje entendemos a infância é
diferente da forma como se entendia no século passado e a maneira como nos vestimos na
Europa é diferente da maneira tradicional de se vestir em África ou na Ásia.
5.3.Condicionantes pessoais
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6.Quais os elementos que constituem uma acção
A Vontade: Atitude ou disposição para querer algo (A acção voluntária é aquela que tem
a vontade como princípio);
A Intenção: Propósito voluntário de fazer algo;
A Deliberação: Ponderação sobre os factores da acção (sobre os motivos que podem levar
à acção). A análise das condições da acção, dos seus objectivos, motivos e opções;
O consentimento: Processo através da qual a vontade concede a sua anuência a um meio
conveniente para atingir um determinado fim;
A Decisão: Manifestação de uma escolha ou opção;
A Execução: Concretização da decisão tomada ou realização da opção escolhida;
A ordenação: Sequência de execução da opção escolhida;
O fim: Aquilo (a razão) pela qual a acção foi feita, o que levou o agente a agir.
Nem tudo o que um ser humano faz constitui uma acção. Por exemplo, enquanto dormimos,
entre outras coisas, ressonamos, damos voltas ou sonhamos. Estas coisas, fazemo-las
inconscientemente e, por isso, não são acções. Porque, na sua origem, não existe qualquer
intenção da parte do sujeito.
Consciência da acção;
Intenção de realizar a acção;
Acção realizada voluntariamente.
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Conclusão
Chegando o fim deste trabalho, concluímos que, todos distinguimos intuitivamente coisas que
fazemos daquelas que nos acontecem. Nas coisas que fazemos há uma certa causalidade ou
iniciativa que parte de nós. Naquelas que nos acontecem limitamo-nos a ser receptores de efeitos
que nós não iniciamos. Comprar uma cautela é algo que eu faço; que me saia a lotaria é algo que
me acontece. Entre as coisas que fazemos, fazemos umas voluntariamente, porque queremos
fazê-las, enquanto outras fazemo-las sem querer.
Ao distinguir acto do homem e acção do homem levantam-se duas questões:” será que toda
actividade humana poderá ser considerada acção humana?”, “o que especifica uma acção?”.Ao
procurarmos respostas a estas questões podemos concluir, ou supor que
a acção humana é: voluntaria, consciente, reflectida, envolve decisão, tem um fim e é dirigida,
responsável, finalizada, exige opção ou escolha, deliberada controlada pelo agente, intencional,
motivada, livre e reajustavel.
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Bibliografias
Arruda, M. C. C. (2003). Fundamentos de ética empresarial e económica (2ª ed.), São Paulo:
Atlas.
Banks, S. &Nohr, K. (coords) (2008). Ética prática para as profissões do trabalho social, Porto:
Porto Editora Lda.
Blanchard, K. & Peace N. V. (1989). O poder da gestão ética, Lisboa: Difusão Cultural.
Freitas, L. M. S.; Whitaker, M. do C.; Sacchi, M. G. Ética e internet: uma contribuição para as
empresas. São Paulo: DVS, 2006.
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