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AULA 2
Objetivos:
Prezado(a) Estudante,
Seja bem-vindo(a) à segunda Aula da Disciplina Ética. A partir das unidades desta Aula, você irá estudar
sobre:
2. Ética e a Vizinhança.
3. Ética e a Comunidade.
4. Ética e a Escola.
5. Ética e a Religião.
6. Reconhecer algumas fontes sobre Regras Éticas e a Influência nas Questões Culturais.
Segundo NALINI (2015, p.246), “É reduzido o número de famílias-tipo, assim concebidas aquelas
formadas de pai, a trabalhar fora, mãe, com funções domésticas, e um par de filhos. Novas
configurações existem e estão a merecer a atenção da sociologia familiar: pessoas vivendo sós,
casamento em tetos autônomos – ou em leitos separados -, grupo de idosos partilhando moradia
comum, mães com filhos gerados fora do casamento e outros, conforme a pesquisa do PNAD”.
Mas, é importante você saber que muito antes desse novo conceito
de Família, prevalecia o modelo tradicional de Família; que era
patriarcal, matrimonializada; e, exclusivamente heterossexual.
Família era aquela formada apenas pelos pais e filhos.
HETEROSSEXUAL
Relativo ou pertencente aos
Novo conceito de família.
dois sexos.
Clique aqui.
(Acesso em 15/05/18)
Independentemente do tipo de família e de todo esse novo cenário, o que é preciso conservar são os
aspectos positivos desse núcleo: a solidariedade, a fraternidade, a ajuda mútua, os laços de afeto e o
amor.
Como você pode perceber, os aspectos positivos da Família a transformam no melhor lugar para o
desenvolvimento do ser humano; e, por isso, um dos Deveres Éticos é reafirmá-la como uma célula
indispensável e insubstituível para todos nós.
Entretanto, a grande questão da Pós - modernidade passa a ser a Ética, como elemento estruturante da
Família, principalmente, desse novo conceito de Família.
Socialidade
Enfoque ao coletivo.
Operabilidade
Abrangência na interpretação
da Lei. Por exemplo, o
reconhecimento da união
estável e não apenas o
casamento, como Entidade
Familiar.
Antes de prosseguir na leitura, dê uma paradinha, pense e reflita sobre essa frase de Mário Sérgio
Cortella e como ela se aplica no papel dos Pais: “(...) não só fazer bem aquilo que se faz, mas fazer
o bem com aquilo que se faz.”
Os Pais precisam se preocupar com 2 (duas) ações: fazer bem a tarefa de educar e fazer o bem.
Esse “fazer o bem” assume uma natureza ética muito grande, pois “fazer o bem” está voltado para a
coletividade, para a construção de uma vida digna, decente para todos e todas.
Isso nos faz lembrar do conceito clássico do filósofo francês Paul Ricoeur (1913-2005): “Ética é vida
boa, para todas e todos, em Instituições justas.” Ressalta-se, portanto, que vida boa não é uma vida com
ostentação, mas uma vida que tenha o mínimo necessário para uma existência digna: trabalho digno,
moradia saudável, alimentação adequada; enfim, uma vida sem carências.
E, Instituições justas são aquelas que contribuem para alcançar essa vida boa para todos e todas; seja
a Família, o Governo, a Igreja, a Escola, etc.
Daí, a importância do papel dos Pais, na tarefa de educar os Filhos, formando-os para a construção de
uma “Ética Coletiva”.
Todavia, o que os Pais podem fazer e quais são seus Deveres Éticos?
DEVERES ÉTICOS
• Comprometer-se com a verdade. Ser transparente, claro.
• Agir com autoridade, mas não com rigor excessivo; buscando, sempre, orientar, confiar e conferir
responsabilidades.
• Educar para a vida cívica, profissional, afetiva, sexual, religiosa, etc. Não transferir esse Dever
Ético para a Escola.
• Reconhecer os erros.
DESAFIOS
• Drogas, más companhias e a prática de atos ilícitos, errados (Por exemplo: vandalismo, “rachas”).
E, se considerarmos a situação de Pais separados, a preocupação com a Formação Ética dos Filhos
deve ser redobrada, evitando eventuais desvios morais, como, por exemplo, a Alienação Parental.
Para entender o que é Alienação Parental e os Deveres Éticos dos Pais, faça a Leitura Complementar
de 2 (dois) Artigos, disponíveis nos links, citados abaixo.
Por fim, importante trazer uma reflexão sobre o Dever Ético dos Pais, mas também de todo cidadão: lutar
para que a televisão tenha uma programação mais adequada, um “mínimo ético”.
Mesmo que não tenha estudos científicos que comprovem a repercussão da televisão na vida das pessoas;
e, podemos também citar, aqui, a internet, não é ilógico concluir que elas impõem comportamentos e
padronizam opiniões.
“Não há sentido em se pregar a extinção da televisão. Nem se deve, diante dela, assumir
posição de impotência. Os pais podem tentar minimizar os efeitos da televisão, orientando
os filhos. Mais, ainda, impondo critérios às concessionárias. Escrevendo contra abusos;
reclamando atribuição de maior espaço para a programação educativa. Boicotando produtos
que patrocinem programas perniciosos.” (NALINI, 2015 p.278)
“Toda mudança traz a sensação de afronta ao que é certo, havendo uma tendência de rejeitar
o novo por considerá-lo uma quebra do que sempre foi tido como correto. Assim, tudo o que se
opõe ao que está posto parece contrariar o que é verdadeiro e bom. A tendência de repetir o
estabelecido decorre não só do medo do desconhecido, mas também da dificuldade de se lidar
com o diferente, o incomum. Isso se dá em relação a tudo, mas, nas relações familiares é mais
acentuada a resistência ao que desponta como novidade. O primeiro impulso é de rechaço, de
reprovação. (...). Necessário é recorrer a um valor maior, que é o da prevalência da ética nas
relações afetivas.” (DIAS, 2005)
• Dever de Convivência: Dedicar uma parcela de tempo para passar com os Pais. Há Filhos que
permanecem um longo tempo sem ao menos visitar seus Pais.
• Dever de assistir: Dar o devido cuidado e assistência aos Pais idosos ou enfermos. Além de ser um
dever legal é uma obrigação moral.
O Dever de assistir merece uma reflexão! Infelizmente, a pessoa idosa não tem recebido um tratamento
igualitário na sociedade moderna. Não existe lugar no mercado de trabalho, no lazer; e, principalmente,
na Família; que, muitas vezes, aceita como solução normal a internação do Idoso em asilos, onde
permanecem esquecidos ou quase não recebem visitas.
Esse tratamento é uma falta ética preocupante, praticada pela Família, tanto que o Estado precisou
intervir para dar ao Idoso condições dignas de sobrevivência, por meio da criação de uma Lei, mais
conhecida por Estatuto do Idoso. Para conhecer essa Lei, basta clicar no link a seguir.
Estatuto do Idoso.
Clique aqui.
(Acesso em 15/05/18)
Clique aqui.
(Acesso em 15/05/18)
O que você faria se presenciasse uma situação de violência contra um Idoso? O vídeo a seguir, produzido
pelo Fantástico em 2013, no Quadro “Vai fazer o quê?”, aponta uma triste realidade, vivenciada por
muitos Idosos; ou seja, situações de violência e maus-tratos. O que fazer? Assista ao vídeo e reflita.
Para finalizar, reflita sobre o trecho abaixo e procure saber com seus parentes e familiares, como era a
vida doméstica, nas gerações anteriores à sua.
“Essa tem sido a história das gerações, com variações que não desnaturam a essência. A
contemporaneidade agravou a situação, diante da voragem das profundas alterações científicas,
inclusive no comportamento. Aqueles que se detivessem na leitura da vida doméstica do início
do século não acreditariam na serena estabilidade daquela época. Era uma existência que se
desenvolvia no lar. A casa era o espaço da família, mas ampliava-se para os amigos. Faziam-se
visitas. A conversa entre amigos era lazer. Desenvolviam-se e reforçavam-se relações. O ritmo
não era a alucinação de hoje.” (NALINI, 2015, p.290)
2. A ÉTICA E A VIZINHANÇA
“Na ampliação do círculo familiar, a vizinhança vem a ser aquela faixa contígua a separar a família
da sociedade. O vizinho é também um próximo não distante. A proximidade da moradia, a partilha de
experiências comuns, a rotina característica de determinadas regiões faz com que o vizinho seja quase
um familiar” (NALINI, 2015, p.303)
Bem, talvez, essa não seja uma realidade dos grandes centros urbanos que, quanto mais próximos
fisicamente, mais distantes afetivamente; como, por exemplo, as pessoas que residem durante anos no
mesmo prédio e não conhecem os seus vizinhos.
Agora, independentemente, dessa questão de proximidade física ou afetiva, existe um Dever Ético em
relação ao Vizinho. Esse Dever, além de se originar de uma Lei da natureza, a Lei da caridade, da
solidariedade; é, também, um dos objetivos fundamentais do nosso país e está expresso na nossa “Lei
Maior” – a Constituição da República de 1988.
Dessa maneira, age com Ética a pessoa que segue um ditado singelo, porém, muito verdadeiro: “não
faça aos outros o que você não quer que os outros lhe façam.” Ou seja, não faça algo com seu Vizinho
que você não quer que ele faça com você, também.
“Dispor-se, cada qual, a assumir a sua ética para com os seres humanos com os quais partilha o
ar, o espaço físico e o ambiente é início promissor de resgate dos laços de solidariedade que, se
reforçados, transformarão os bairros, as cidades e o mundo.” (NALINI, 2015, p.304)
Vamos finalizar esse tópico, com grandes exemplos de cidadania e solidariedade? Para isso, leia a
matéria publicada no Jornal Eletrônico “UAI”, disponível no seguinte link.
Clique aqui.
(Acesso em 15/05/18)
De tudo o que já estudamos sobre Ética, podemos dizer que a Ética está ligada aos valores e princípios
que usamos para nos guiar na nossa vida, e, também, na vida em sociedade.
Partindo desse conceito, fica mais fácil compreender a imagem acima: a FAMÍLIA é a primeira Fonte
Ética, a base de nossos juízos morais, ponto inicial de formação de alguém; a VIZINHANÇA representa
o primeiro ambiente externo onde teremos que decidir como agir, frente a uma determinada situação; um
treinamento importante para a convivência em COMUNIDADE.
Essa convivência reafirma e reforça a ideia de espaço coletivo, espaço público; favorecendo uma atitude
de zelo e cuidado para com a coisa pública.
Então, se queremos formar uma Comunidade Ética, devemos ser éticos, pois não tem sentido falar em
ter um Estado Ético se a Sociedade não for Ética.
4. ÉTICA E A ESCOLA
Aristóteles, em sua obra “Ética à Nicômaco”, dizia que toda criança nasce sem princípios éticos ou
morais; ela vai ter que aprender, alguém vai ter que ensinar.
A tarefa de ensinar não é somente da Escola; mas, sobretudo, como vimos, anteriormente, é um Dever
Ético dos Pais, que são os primeiros e principais responsáveis por essa tarefa.
Infelizmente, hoje, muitos Pais, além de não cumprirem esse Dever Ético, também, impedem que a
Escola o faça. Isso porque existem Pais que vão à Escola tirar satisfações com os Dirigentes, porque
seus Filhos foram advertidos ou disciplinados pela Coordenação; assim sendo, retiram a autoridade do
Professor, em sala de aula; sem, ao menos, entender os reais motivos daquela repreensão.
Os Pais e a Escola precisam se unir, pois cada um exerce um papel importante tanto na vida pessoal de
seus Filhos quanto na vida em Comunidade.
Outra questão importante para que a Formação Ética dos Filhos seja efetivada é em relação ao
enfrentamento do Bullying. Você sabe o que é isso?
Bullying é a prática da humilhação, da brincadeira desagradável que, geralmente, ocorre na Escola e que
pode ser pelo peso, tamanho, sotaque, uso de óculos, etc.
Os Pais são responsáveis por prestar atenção ao comportamento da criança e perceber se estão sofrendo
Bullying. Em caso positivo, devem ir à Escola e procurar orientação pedagógica.
A Escola, por sua vez, precisa desenvolver trabalhos coletivos para gerar conscientização, evitando
a ocorrência de Bullying e outros problemas de convivência que têm atingindo, de forma negativa, as
percepções éticas.
A Escola precisa e deve promover Educação que tenha por meta uma formação para o exercício da
cidadania e para uma conduta ética. Para complementar seus estudos, leia o Artigo disponível no link
abaixo.
Por exemplo, a Religião Grega tinha uma ligação forte com aquilo que vem da natureza. Dessa forma, o
agir ético era de acordo com a natureza.
Já na Religião Judaico-cristã, a crença está acima daquilo que é natural, pois está na vontade de “Deus”.
Assim, o agir ético se cumpre quando eu me posiciono de acordo com a vontade de Deus.
Continuando nossos estudos, leia esse trecho, extraído da obra “Ética Geral e Profissional”, de José
Renato Nalini (2015, p.390):
“A religião é uma fonte inesgotável de preceitos éticos. Em outras palavras, a ética está inseparavelmente
ligada à religião.”
Do ponto de vista ético, frases clássicas de algumas Religiões têm um fundamento que é legítimo.
Vejamos 2 (dois) exemplos:
O mandamento ético citado, está contido na Ética do Cristianismo, em síntese, traduz a ideia de se não
fazer ao outro aquilo que se não quer para si. Podemos trazer, aqui, também, o conceito de “compaixão”,
que é a ideia de zelo pela minha vida e pela vida do outro.
Essa é uma passagem bíblica muito famosa que relata um dos grandes milagres realizados por Jesus Cristo, onde alimentou
uma multidão faminta com apenas 5 (cinco) pães e 2 (dois) peixes.
Essa frase, dita por Jesus, no Milagre da Multiplicação de Pães e Peixes tem uma outra natureza e
um forte conceito ético, que é justamente a diferença entre a divisão e a repartição. Nota-se que Jesus
mandou repartir e não dividir, pois quando se divide, ocorre diminuição; mas, quando se reparte, ocorre
multiplicação.
A Lei Moral Cristã não se confunde com a Lei Moral Natural. Contudo, durante muitos anos, na História,
essa questão foi bem diferente, pois a Ética tinha na Religião sua única base.
“A religião trouxe, sem dúvida alguma, um grande progresso moral à humanidade. A meta da
vida moral foi colocada mais alto, numa santidade, sinônimo de um amor perfeito, e que deveria
ser buscada, mesmo que fosse inatingível. Mas não se vai negar, também, que os fanatismos
religiosos ajudaram a obscurecer muitas vezes a mensagem ética profunda da liberdade, do
amor, da fraternidade universal.” (VALLS, 2013 p. 37)
Você já deve ter ouvido falar que a intolerância tem sido causa de muitos conflitos; verdadeiras guerras,
em nome de preceitos puramente religiosos, mas que refletem uma individualidade mesquinha, totalmente
distante de uma concepção ética que visa ao bem de todos em Instituições justas.
Para você, do ponto de vista ético, a tolerância religiosa é algo absoluto ou existem limites?
“Cada Estado sempre pode estabelecer limites à liberdade religiosa. Ir-se-á tolerar, em nome da
religião, a recusa do serviço militar ou da vacinação preventiva? Ir-se-ão admitir o canibalismo,
o assassino ritual ou o uso de drogas de todo tipo? Enquanto o pluralismo religioso implica certa
tolerância, as exigências da vida em sociedade impõem limites a esta, que são variáveis no
tempo e no espaço.” (NALINI, 2015, p.392)
É possível ser Ético e não ter uma Religião? Você considera que Ética e Religião não podem se separar?
O fato de ter uma Religião ajuda a ser mais Ético? Para refletir mais sobre essas questões, veja o vídeo
abaixo, produzido pelo Canal Futura, em 2014:
mídias interativas
Ética e Religião.
Clique aqui.
(Acesso em 15/05/18)
Vários fatores ao longo do tempo são responsáveis pela criação de normas sociais; comportamentos
esperados em diversas sociedades do mundo, que podem se diferenciar em razão do tempo, do lugar e
da cultura.
EXEMPLIFICANDO
“Em grande parte das sociedades mundiais, o arroto é visto
como um comportamento indesejado, que simboliza falta de
educação ou rebeldia. Entretanto, na cultura Amish, arrotar AMISH
após uma refeição é interpretado como um sinal de educação. Grupo religioso cristão, com
O arroto é a liberação de parte dos gases que o nosso predomínio na América do
Norte e que prefere viver
organismo absorve quando nos alimentamos, portanto, um
afastado da sociedade, sem
mecanismo natural.” (MATAR, ANTUNES, 2014, p.90) contato com tecnologias.
Outro exemplo é que, de forma geral, no Ocidente, dentro da Religião Judaico-cristã, existe um princípio
de não abandonar um companheiro ferido.
Essa tradição foi muito bem retratada no filme “Até o último homem”. Confira o trailer no link abaixo.
mídias interativas
Até o último homem.
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(Acesso em 15/05/18)
Para entender por que existem diferentes juízos morais, precisamos ver uma questão essencial para o
estudo da Ética, ou seja, quais são as fontes das Regras Éticas? De onde elas surgem?Então, nesse
momento, você verá algumas possíveis fontes (MATAR, ANTUNES, 2014, p.91):
Por fim, estudamos sobre Ética e Religião, suas relações e implicações na sociedade moderna e algumas
fontes sobre Regras Éticas e a sua influência nas questões culturais.
DICA
CORTELLA. Mario Sergio. Educação, convivência e ética: audácia e esperança. - São Paulo: Cortez,
2017.
DIAS, Maria Berenice. A ética do afeto. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, VIII, n. 21, maio 2005.
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=552>. Acesso em jul 2017.
MATTAR, João; ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Filosofia e ética: São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2014.
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.